Multimodalidade e Ensino Múltiplas Perspectivas
Multimodalidade e Ensino Múltiplas Perspectivas
Multimodalidade e Ensino Múltiplas Perspectivas
MODALIDADE
E ENSINO:
multiplas perspectivas
Clarice Lage
GUALBERTO
Sonia Maria
de Oliveira
PIMENTA
Zaira Bomfante
DOS SANTOS
Organizadoras
MULTI
MODALIDADE Copyright © Pimenta Cultural, alguns direitos reservados
E ENSINO: Copyright do texto © 2018 os autores e as autoras
Copyright da edição © 2018 Pimenta Cultural
multiplas perspectivas
Esta obra é licenciada por uma Licença Creative Commons: by-nc-nd. Direitos para
esta edição cedidos à Pimenta Cultural pelo autor para esta obra. Qualquer parte ou
a totalidade do conteúdo desta publicação pode ser reproduzida ou compartilhada.
O conteúdo publicado é de inteira responsabilidade do autor, não representando a
posição oficial da Pimenta Cultural.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-7221-006-5 (eBook PDF)
978-85-7221-005-8 (Brochura)
CDU: 028
CDD: 028
DOI: 10.31560/pimentacultural/2018.058
_______________________________________________________________
2018
CAPÍTULO 3
3
MULTILETRAMENTOS: EPISTEMOLOGIAS,
ONTOLOGIAS OU PEDAGOGIAS? OU TUDO ISSO AO
MESMO TEMPO?
Multiletramentos:
epistemologias, ontologias ou pedagogias?
Ou tudo isso ao mesmo tempo?
DOI: 10.31560/pimentacultural/2018.058.62-87
MULTI
MODALIDADE Resumo:
E ENSINO: De acordo com Cope e Kalantzis (2000), os Multiletramentos (ML) são
multiplas perspectivas uma resposta às demandas que o mundo imprime às pessoas que
necessitam criar seus próprios sentidos em todas as esferas sociais. Assim,
tenho defendido que os letramentos precisam ser problematizados num
escopo amplo, sob vieses epistemológicos, ontológicos, metodológicos/
pedagógicos e epistêmicos. Este trabalho problematiza os aspectos
supracitados por meio de uma autocrítica em relação aos ML e às minhas
aulas e pesquisas, com os seguintes objetivos: problematizar os ML
“made in Brazil” apontando suas fraquezas e potencialidades; responder
à questão: os ML são epistemologias, ontologias, pedagogias, ou tudo
isso ao mesmo tempo? Para isso, por meio de metodologia qualitativa/
Palavras-chave:
Sumario
INTRODUÇÃO
MONTE MÓR,
Foreign languages teaching, education and new literacy studies.
63
MULTI
MODALIDADE Iniciei meus estudos sobre letramentos por meio do letra-
E ENSINO: mento visual em 1999. Desde então, percebo que os letramentos
multiplas perspectivas e todas as suas “versões” se estabeleceram como um campo de
investigação amplo e profícuo na Linguística Aplicada (Crítica).
Seja nas pesquisas ou em minhas práticas pedagógicas, dois
aspectos me chamam a atenção em relação a esses estudos: 1.
Uma necessidade constante de separar (colocar em “caixinhas”) e
classificar/categorizar os movimentos dos letramentos (Letramentos
Críticos, Multiletramentos, Novos Letramentos, Letramentos Sociais,
Letramento Visual); 2. Um desejo de aplicação e metodologização
ensejado na ideia/prática: “Eu uso tecnologias em minhas aulas,
3 portanto uso os novos letramentos”, “Utilizo vídeos, canções,
imagens e jogos e, assim, pratico a pedagogia dos ML”. Embora
esses dois aspectos possam fazer parte dos ML, penso que não
seriam suficientes.
64
MULTI
MODALIDADE bem como transformações sociais. No entanto, algumas
E ENSINO: provocações precisam ser feitas em relação a essa pressão: o que
multiplas perspectivas queremos dizer quando desejamos incluir as tecnologias digitais em
nossas aulas? Quais são as relações entre tecnologia e educação
(linguística)? A tecnologia salva(rá) a educação? Os letramentos (ML,
nesta reflexão) dão conta da educação linguística? As tecnologias
(digitais) estão disponíveis para todos? Quem é excluído/incluído?
1. A partir desta citação, optei por: 1. Traduzir todas as citações inseridas no corpo do texto, 2.
Não traduzir as citações com mais de 4 linhas e os excertos produzidos (em inglês) pelos estu-
dantes. Minha intenção é convidar o leitor a embarcar em uma prática translíngue.
65
MULTI
MODALIDADE “As mídias sociais permitem que as pessoas se manifestem!”), pois,
E ENSINO: pelo contrário, quase todos os sites ou mídias sociais que alcan-
multiplas perspectivas çaram status global são corporações lucrativas. Essas empresas
mantêm suas bases neoliberais/capitalistas colocando em xeque
questões de democracia, inclusão e exclusão.
In addition, the hyped global community on the Internet is problematic
inasmuch as corporations such as Google, Yahoo, and Facebook
pre-select what we see on our screens based on the viewing data they
collect on us, which manifests itself in individual rather than universal
search results, news-feeds, and product placements, all of which in
effect serve or aim to limit and accordingly shape our views of society
and the world (CHUN, 2018, p. 284).
66
MULTI
MODALIDADE estrangeiras (aqui a LI) dialoga com essas mudanças? Ela deve
E ENSINO: integrar as teorias dos ML em sua práxis e formações docentes?
multiplas perspectivas
Assim é que os letramentos (os ML, incluídos) precisam ser
problematizados num escopo amplo, sob vieses epistemológicos,
ontológicos, metodológicos e pedagógicos. A esse respeito, Duboc
e Ferraz (2018, p. 245) asseveram que, frequentemente, “a dico-
tomia entre perspectivas epistemológicas e metodológicas não é
explorada”. Os autores se perguntam:
Thus, have epistemologies been sidestepped in favour of methodolo-
gical/practical views of Critical Literacies (CLs) or has it been the other
67
MULTI
MODALIDADE ontologias ou pedagogias?) explorando o conceito de ML (COPE;
E ENSINO: KALANTZIS, 2000) e destacando os principais argumentos deste
multiplas perspectivas projeto/movimento educacional. Ainda nesta seção, problematizo,
por meio da discussão de algumas atividades e projetos desenvol-
vidos em minhas aulas, o encontro entre os ML e a educação linguís-
tica em língua inglesa (LI) em um contexto educacional brasileiro (um
curso de Letras) mostrando que, muitas vezes, lemos os ML com
uma visão metodológica. Em outros momentos da análise, os dados
mostram que os ML podem trazer contribuições significativas para a
formação do futuro professor. Por fim, sugiro quatro autocríticas em
relação aos ML, que são, ao mesmo tempo, orientações para repen-
3 sarmos o lugar dos ML na educação linguística em LI.
CONTEXTO
68
MULTI
MODALIDADE Acadêmica, Linguística Aplicada, Literaturas), de formação educa-
E ENSINO: cional (por exemplo, Estágio Supervisionado, ofertadas pelo Centro
multiplas perspectivas de Educação) e disciplinas de práxis linguístico-educacionais foca-
lizadas na formação docente (por exemplo, Projeto Integrado de
Ensino de LI e Tópicos de Ensino em LI), além de disciplinas ofer-
tadas pelas áreas da Psicologia, Filosofia, entre outros. O curso,
de natureza interdisciplinar, prevê uma organização curricular que
“enfatiza a articulação entre teoria e prática a partir do 1º período
quando propõe projetos interdisciplinares em cooperação entre o
DLL e o DLCE” (UFES-DLL, 2006). Trata-se de um curso que vem
formando profissionais/cidadãos críticos bem preparados para
3 atuarem na educação básica da região.
69
MULTI
MODALIDADE na educação crítica ou letramentos críticos, busca-se a criticidade
E ENSINO: por parte dos educandos) e 4. Prática transformadora em que, após
todas essas ‘etapas’, os estudantes saem transformados e capazes
multiplas perspectivas de assumir suas agências no contexto trabalhado (FERRAZ,
NOGAROL, 2017).
3 Class 11
puts forward, students prepare and present a sketch;
Discussion of the project.
PROJECT: ARTS-CINEMA
Presentation of 5 movie trailers;
Discussion about three types of cinema activities
regarding interpretation and expanding perspectives
through cinema.
Class 12 PROJECT: Auditory – Teaching MUSIC (LAB)
Presented varied ways of working with songs (tradi-
tional, mixed, and critical)
RESPONSE PAPER 1 (evaluation 1) – a ser entregue na
Sumario próxima aula
Class 13 PROJECT: VISUAL LITERACY II –
Case study: Petrobrás + discussion + presentation
Class 14 PROJECT: COOPETITION (Working collaboratively,
negotiation) + discussion
70
MULTI
MODALIDADE avaliação, apresento um excerto do Response Paper de Renato, um
E ENSINO: dos estudantes da turma:
multiplas perspectivas Instead of excess of repetitions, memorizations and tests, children
need a space to think - without pressure – about social and cultural
aspects of our country, for example. That is a way to develop a critical
way of thinking (Renato).
71
MULTI
MODALIDADE nais, pois cursos, currículos, práticas, documentos oficiais e
E ENSINO: políticas linguísticas são – todos – embasados em alguma
multiplas perspectivas visão de conhecimento. Metodologias e métodos de ensino
de línguas estão baseados em epistemologias e estas cons-
troem discursos e práticas sociais sobre este ensino.
72
MULTI
MODALIDADE estrangeiras/língua inglesa. Essa proposta acredita ser
E ENSINO: possível realizar um ensino linguístico ao mesmo tempo em
multiplas perspectivas que se formam cidadãos críticos por meio desse ensino (para
expansão do conceito, sugiro a leitura das autoras citadas).
MULTILETRAMENTOS: EPISTEMOLOGIAS,
ONTOLOGIAS, PEDAGOGIAS?
73
MULTI
MODALIDADE É importante mencionar ainda que os letramentos se espa-
E ENSINO: lharam em diversos contextos de pesquisa em Linguística Aplicada
multiplas perspectivas no Brasil, e vêm sendo incluídos em práticas pedagógicas e docu-
mentos oficiais (OCEM - BRASIL, 2006) nos últimos anos. No
entanto, embora essa inclusão seja primordial para aqueles que
defendem uma educação que enseja transformação social e cida-
dania ativa, suas várias visões têm proporcionado um rico campo
de debate. Por exemplo, um termo-chave das teorias dos letra-
mentos – crítica ou criticidade – vem certamente sendo teorizado
sob diversos prismas.
74
MULTI
MODALIDADE espaços públicos e a invasão dos espaços privados vêm alterando
E ENSINO: as realidades dos cidadãos” (FERRAZ, NOGAROL, 2017, p. 200).
multiplas perspectivas Ontologicamente, perceber-se nesses contextos em transformação
e, além disso, posicionar-se crítica e subjetivamente em relação a
eles, é uma atitude ensejada nos estudos de ML. Para Fortes, essa
dimensão ontológica é essencial, uma vez que a dimensão subje-
tificadora da educação contemporânea pode/deve problematizar
“as subjetividades dos alunos na construção de seus saberes e na
possibilidade de desidentificação dos mesmos com estruturas de
ensino e de pensamento que não contemplem seus interesses (e
cotidianos) e, mais ainda, sua complexidade” (FORTES, 2017, p.
3 80). Nessa perspectiva, Ana Karina e Elenice nos ajudam a pensar
as dimensões epistemológicas e ontológicas dos ML:
I found very interesting to learn the differences between traditional
education and critical education. All of my life I was taught in a tradi-
tional way and I didn’t even knew about it. For me it was amazing to
see this whole new vision about education, and the important role of
language teaching inside of it. Being a teacher wasn’t my idea before
these classes, because honestly it sounded very boring to me, but
that changed completely in the last few weeks. I can say I am falling in
love with education and, of course, language education (Ana Karina,
grifos meus).
It Is very hard to summarize all the classes, but I can assure that we
Sumario have learnt so many important things so far and indeed we all have
different ways of thinking but we improved our abilities somehow and
we can start using our critical thinking in the classroom (for those who
already are teachers) and the critical thinking that we learn is very
useful in our personal life as well, learning is a skill that will always help
us to be a better person (Elenice, grifos meus).
75
MULTI
MODALIDADE imagéticos, digitais, multimodais, etc.); significa, ainda, fazê-lo de
E ENSINO: forma consciente e crítica” (FERRAZ; NOGAROL, 2017, p. 201).
multiplas perspectivas
Deveras, embora seja um conceito multifacetado, os ML
formam um movimento educacional, cujas bases epistemológicas
e ontológicas problematizam as transformações sociais que viven-
ciamos atualmente (séc. XXI) ao mesmo tempo em que buscam
traduzir de que forma a educação pode (e deve) lidar com essas
transformações altamente marcadas pela digitalidade, por novos
padrões comunicacionais (multimodalidade) e relações locais-glo-
bais. Imbuídos na complexidade, os ML são também: uma proposta
76
MULTI
MODALIDADE alcançadas pelo professor do que uma proposta de transformação
E ENSINO: social por meio da educação multiletrada. Caroline e Elton reforçam,
multiplas perspectivas por exemplo, que o projeto de música realizado “é um método de
repetição e de habilidade auditiva que busca obter um resultado de
sucesso”.
2. https://www.youtube.com/watch?v=mWRsgZuwf_8&list=PL9LUD5Kp855IUocbAjUd6Du9Um9
-
vZrbKk7 Acesso em: 28 julho 2018.
3. https://www.youtube.com/watch?v=7PCkvCPvDXk Acesso em: 28 julho 2018.
4. https://www.youtube.com/watch?v=orukqxeWmM0 Acesso em: 28 julho 2018.
77
MULTI
MODALIDADE of the things that Daniel said that made me open my eyes for what is
E ENSINO: traditional and very ‘’robotic’’ and what is not, a lot of people thinks that
just by the fact that when a teacher brings music and games to their
multiplas perspectivas students, this means that she is running away from the traditional way
of teaching (Elenice, grifos meus).
78
MULTI
MODALIDADE à sala, realizamos a discussão sobre construção de sentidos. Das
E ENSINO: inúmeras imagens interessantíssimas, selecionei estas:
multiplas perspectivas
Sumario
Imagens 1 a 4 – Fotografias tiradas com celulares dos estudantes durante a ativi-
dade – arquivo pessoal do autor
79
MULTI
MODALIDADE devido às discussões sobre a construção de sentidos imagéticos/
E ENSINO: corporais), mostrou que um trabalho com os ML não necessaria-
multiplas perspectivas mente depende das novas tecnologias digitais: nessa atividade,
utilizamos, apenas, os nossos corpos. Comentamos também como
uma simples atividade como esta pode promover integração, ludici-
dade e pode abarcar propostas que vão além do tradicional “chalk
and talk”, como se vê nas falas de alguns estudantes:
This challenge, as I see it, is for both students and teachers. At
Projects’ classes, professor always wanted to do something different,
like the activities outside the classroom, and a lot of “resistance” was
found. Even for myself, at first I wanted to just stay inside the class
The class that opened new horizons for me was, certainly, the lessons
of the dynamics we did outside the classroom. It was a great way
also to approach as classmates, especially with the debate that was
proposed later that has shown it can be rather fun and learning at the
same time (Gustavo, grifos meus).
80
MULTI
MODALIDADE Response Papers dos estudantes, principalmente os “positivos e
E ENSINO: enaltecedores”, fazem parte da avaliação da disciplina. Então, até
multiplas perspectivas que ponto meus alunos não desejaram “escrever o que o professor
quer ouvir”? Nesse sentido, Duboc e Ferraz (2018) veementemente
afirmam:
When we meet complimentary accounts in most of students’
discourses, is it not a matter of pleasing one’s professor by saying or
writing exactly what she/he wants to hear if we consider that they are
usually aware of the play imbued in regulatory evaluative practices?
Taking a step further, do we eschew/shun/disregard our students’ crit-
icisms? To what extent do we not contradictorily make them echo our
own voices in their responses to what they read in our classes? (p.
3 244).
Sumario
(IN)CONCLUSÕES
81
MULTI
MODALIDADE (e nem deveria), os letramentos (ML) podem nos dar algumas pistas
E ENSINO: de como a educação linguística pode lidar com a digitalidade, com
multiplas perspectivas os nativos e imigrantes digitais e com as questões de inclusão/
exclusão. As novas tecnologias digitais não estão disponíveis para
todos e nessa complexa balança da exclusão e inclusão, é preciso
retomar as discussões sobre classe, política e poder. Como vimos,
podemos realizar um trabalho de discussão (epistemológica e onto-
lógica) sobre os ML, exemplificado aqui por meio dos Response
Papers feitos numa folha de papel ou da atividade Human Camera
na qual utilizamos apenas o corpo. Ou seja, trabalhar com os ML
não significa necessariamente ter um laboratório de informática ou
3 alunos com ipads/laptops em suas carteiras.
82
MULTI
MODALIDADE método comunicativo faz isso há décadas). É preciso pensar
E ENSINO: em suas bases e garantir que o educador entenda as suas
multiplas perspectivas epistemologias e construa as suas ontologias – localmente
– a partir dos ML. Nos sentidos apontados, concordo com
Chun (2018):
This should make us pause, for if we encourage our students to
engage in expressing their viewpoints online in forums via social
media with the aim of promoting engagement in critical literacies, are
these activities simply contributing to the ever-expanding corporate
edifice of communicative capitalism that rejoices in the ever-more
widening pool of data containing opinions, viewpoints, and posts,
no matter how provocative or radical in calling for political and social
3 2.
change? (p. 289).
83
MULTI
MODALIDADE entendem cultura, diversidade e, como ressalta Menezes de
E ENSINO: Souza proximamente, de como ainda pressupõem um mono-
multiplas perspectivas linguismo (LI) e monoculturalismo (sociedades ocidentais
dos países colonizadores – Norte Global e Austrália). Esse,
talvez seja, o grande desafio dos ML:
In spite of the diversity of new media, the multiliteracies approach
tends to unproblematically presuppose as universal the monolingua-
lism and monoculturalism of Western societies in tandem with the
political and economic context of neoliberalism in which they currently
find themselves. This is evident, for example, in the presupposition
that the “epistemology of the new media” occurs in the singular (as
opposed to epistemologies in the plural) and has no specific cultural
84
MULTI
MODALIDADE doxalmente confio, nas palavras de Turkle (2011) quando a
E ENSINO: psicóloga afirma que “esperamos mais da tecnologia e espe-
multiplas perspectivas ramos menos das nossas relações com os outros”:
These days, insecure in our relationships and anxious about intimacy,
we look to technology for ways to be in relationships and protect
ourselves from them at the same time. This can happen when one is
finding one’s way through a blizzard of text messages; it can happen
when interacting with a robot. I feel witness for a third time to a turning
point in our expectations of technology and ourselves. We bend to the
inanimate with new solicitude. We fear the risks and disappointments
of relationships with our fellow humans. We expect more from techno-
logy and less from each other. (TURKLE, 2011, p. xii).
3 REFERÊNCIAS
Sumario COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: Literacy learning and the design
for social features. London: Routledge 2000.
85
MULTI
MODALIDADE ______. (Pós) modernidade, (pós) estruturalismo e educação linguística:
E ENSINO: construindo sentidos, ensejando transformações. In: ANDRADE, M. E. S.
F.; HOELZLE, M. J. L. R.; CRUVINEL, R. C. C. (Org.). (Trans)formação de
multiplas perspectivas professoras/es de línguas: demandas e tendências da pós-modernidade,
2018b, no prelo.
IYER, R.; LUKE, C. Multimodal, Multiliteracies: Texts and Literacies for the
21st Century. In: PULLEN, D. L.; COLE. D. R. Multiliteracies and Technology
Enhanced Education: Social Practice and the Global Classroom. New York:
Information Science Reference, 2010, p. 18-34.
LEVY, P. Becoming virtual: reality in the digital age. Plenum: New York, 2007.
Sumario Language and Society. Oxford: Oxford Uni. Press, 2017, p. 1-24.
86
MULTI
MODALIDADE PULLEN, D. L.; COLE. D. R. Multiliteracies and Technology Enhanced
E ENSINO: Education: Social Practice and the Global Classroom. New York:
Information Science Reference, 2010, p. xvi-xxv.
multiplas perspectivas
SNYDER, I. Literacy Wars: Why teaching children to read and write is a
battleground in Australia. Crows Nest: Allen & Unwin, 2008.
3 YOUNG, H. The digital divide. British Academy for the humanities and social
sciences. www.labs.theguardian.com/digital, 2015. Acesso em: 10 julho 2018.
Sumario
87