Galatas A Colossenses
Galatas A Colossenses
Galatas A Colossenses
RANDALL
GÁLATAS A COLOSSENSES
por
Thomas Marberry
Robert E. Picirilli
Daryl Ellis
PRIMEIRA EDIÇÃO
PREFÁCIO
CONTEÚDO
Prefácio do Editor
Introdução aos Gálatas
Contorno
Comentário — Gálatas
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Bibliografia
Introdução a Efésios
Contorno
Comentário — Efésios
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Bibliografia
Introdução aos Filipenses
Contorno
Comentário — Filipenses
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Bibliografia
Introdução aos Colossenses
Contorno
Comentário — Colossenses
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Bibliografia
Comentário ao Livro
de
Gálatas
por
Dr. Thomas R. Marberry
INTRODUÇÃO
A autoria de Gálatas
No Império Romano do século I as letras geralmente começavam com o nome do
autor, e esta carta segue esse costume. O autor menciona seu nome novamente
em 5:2 para enfatizar a importância da mensagem que está compartilhando. Ele também
menciona no livro vários outros personagens familiares de N.T. como Tito, Barnabé e
Cefas. No capítulo 2 do livro, ele menciona uma visita a Jerusalém e uma conferência
com os presbíteros da igreja de lá. Todos esses fatos apontam para o fato de que a carta
foi escrita pelo apóstolo Paulo.
Esta carta dá ênfase à mensagem básica de Paulo de que a salvação vem somente
pela fé e não pela obediência a um código de leis. Essa mensagem básica também é
desenvolvida na pregação e no ensino de Paulo, que encontramos no Livro de Atos e
nas outras cartas escritas por ele. Em suma, não há nada na carta que indique que ela foi
escrita por qualquer outra pessoa que não o apóstolo Paulo.
Os primeiros escritores cristãos são unânimes em aceitar esta carta como obra de
Paulo. Nos primeiros manuscritos do N.T. é sempre incluído com as outras cartas
paulinas (Thiessen 212, 13). De fato, ninguém questionou a autoria paulina dessa carta
até os tempos modernos. Durante o século passado, Bruno Bauer e outros na Alemanha
questionaram sua autenticidade, mas seus pontos de vista não foram amplamente aceitos
nem mesmo dentro da erudição liberal (Kümmel 304).
Neste século, não há nenhuma questão real sobre a autoria de Gálatas. Todas as
evidências, internas e externas, indicam que Paulo é de fato seu autor. Para uma
discussão mais aprofundada sobre a autoria desta epístola, ver Bruce (Gálatas 1, 2) e
Burton (lxv–lxxi).
O lugar da escrita
A carta não dá nenhuma indicação da localização de Paulo no momento em que ele
a escreveu. Se pudéssemos ter mais certeza quando a carta foi escrita, isso tornaria o
problema mais simples. Os primeiros escritores cristãos estavam divididos sobre esta
questão. Alguns acharam que a carta foi escrita a partir de Éfeso, outros que foi escrita a
partir de Roma. Muitos estudiosos modernos ainda defendem Éfeso como um possível
lugar de escrita, mas a visão de que foi escrito a partir de Roma não é mais amplamente
aceita.
Os defensores da data anterior argumentam que a carta foi escrita de Antioquia da
Síria antes do início da segunda viagem missionária ou de uma das principais cidades
que Paulo visitou na segunda viagem. Ramsay (241–43) afirma que a carta foi escrita de
um lugar com uma comunidade cristã de tamanho considerável. Como Antioquia da
Síria era a igreja mãe das igrejas da Galácia do Sul, ele sugere que este é o lugar mais
provável para a escrita da carta.
Hendriksen e Ridderbos, que assumem a posição intermediária (50–52 d.C.),
acreditam que a carta foi escrita de Corinto na segunda viagem missionária. Lenski
concorda que foi escrito a partir de Corinto, mas data na primavera de 53.
Os defensores da data posterior para a escrita da carta acreditam que ela foi escrita
enquanto Paulo estava em sua terceira viagem missionária. Burton defende a visão
tradicional de que o livro foi escrito a partir de Éfeso, mas reconhece que outros locais
também são possíveis. Lightfoot acredita que Gálatas foi escrito entre 2 Coríntios e
Romanos da Macedônia ou Acaia. Thiessen concorda.
Em conclusão, é difícil ter certeza de quando ou onde Gálatas foi escrito. A própria
carta simplesmente não fornece o tipo de informação necessária para resolver estas
questões. No geral, parece haver evidências mais fortes para a data posterior do que para
a anterior. É verdade que os gálatas não eram cristãos há muito tempo quando o
problema da heresia surgiu, mas ainda assim teria levado algum tempo para que o
problema surgisse. A data posterior permite melhor para este tempo do que a data
anterior.
A relação entre Gl 2 e Atos 15 é uma questão muito difícil, a ser discutida mais
detalhadamente no comentário que se segue. Para este escritor, as semelhanças entre
essas duas passagens superam as diferenças, e elas parecem estar descrevendo a mesma
visita. Se isso for verdade, Gálatas não poderia ter sido escrito até depois da
Conferência de Jerusalém em 49 e, portanto, durante a segunda ou terceira viagem, mais
provavelmente a terceira.
É impossível determinar com certeza onde Paulo estava quando escreveu. Há várias
possibilidades, mas por insuficiência de evidências a questão deve ser deixada em
aberto.
O ESBOÇO DE GÁLATAS
COMENTÁRIO
Resumo
(1:1–5)
Esses versículos iniciais estabelecem as bases para a discussão que se seguirá. Eles
identificam o escritor, os leitores e o assunto principal da carta. Paulo dedica mais
atenção do que de costume às suas próprias qualificações, defendendo seu status de
apóstolo, que os judaizantes haviam desafiado. Se eles pudessem desacreditar o
apostolado de Paulo, eles também poderiam desacreditar a mensagem que ele pregava.
Ele defende sua obrigação como apóstolo de dar instruções sobre doutrina e prática aos
cristãos da Galácia.
Paulo se afasta de seu padrão típico ao não dar palavras de louvor a esses cristãos.
Sua conduta havia sido uma decepção para Paulo. Ele esperava que eles fossem mais
capazes de reconhecer falsos ensinamentos do que eram. Ele não tinha tempo para
elogios quando o próprio coração do evangelho estava em jogo. Ele enfatiza que a
salvação e a libertação vêm por meio da obra de Cristo e somente por Sua obra. Ele quer
que esses cristãos entendam que, se se afastarem de Cristo, serão cortados da salvação
que Ele provê.
Resumo
(1:6–10)
Paulo expõe a circunstância particular que levou à escrita da carta. Os cristãos da
Galácia estão se movendo para se afastar da fé e aceitar um falso "evangelho". (Mais
tarde, ele deixará claro que os falsos mestres são judaizantes, influenciando os cristãos
da Galácia a adotar práticas judaicas como a circuncisão.) Paulo ficou espantado que
esses crentes pudessem ser influenciados tão rápida e facilmente. Aparentemente, eles
não tinham tanta compreensão do evangelho quanto deveriam.
O "evangelho" que esses judaizantes pregavam não era "outro evangelho". Não era
nenhum evangelho. Seu ministério era de problemas e perversão. A mensagem do
evangelho de salvação pela fé em Cristo era tão sagrada para Paulo que ele não podia
permitir que essa heresia não fosse contestada. Ele pronunciou uma maldição sobre
qualquer um que pudesse ousar proclamar um evangelho diferente.
Paulo lembra aos Gálatas que seu ministério não era agradar aos homens, mas a
Deus. Por causa de sua posição como apóstolo, ele não teve escolha a não ser soar um
aviso. Nada era mais importante do que os gálatas voltarem à fé antes que fosse tarde
demais.
Resumo
(1:11–24)
Paulo dedica uma parte considerável da carta da Galácia a relatar sua própria
experiência da graça de Deus. Este material autobiográfico dá uma grande contribuição
ao pensamento da epístola, contrariando a acusação dos judaizantes de que Paulo não
ensinou nada de novo; apenas repetiu o que ouviu dos outros. Paulo responde a essa
acusação estabelecendo vários pontos importantes:
1. Ele não foi ensinado o evangelho por nenhum homem.
2. Ele recebeu o evangelho por revelação de Jesus Cristo.
3. Em certo sentido, sua vida no judaísmo não o preparou para receber o evangelho.
4. A ação direta de Deus foi necessária para convencer Paulo a tornar-se cristão.
5. Depois da sua conversão, foi para o deserto da Arábia, não para visitar os
apóstolos em Jerusalém.
6. Sua visita a Pedro e Tiago foi breve; Ele não "aprendeu" o evangelho com eles.
7. Ele não passou tempo com as igrejas da Judeia para aprender o que estava sendo
pregado e ensinado.
8. Depois desta breve visita a Jerusalém, partiu para outras regiões.
9. O que as igrejas da Judeia aprenderam sobre Paulo, aprenderam com os outros.
Ele não os visitou pessoalmente.
A esperança de Paulo é que essa massa de evidências faça com que os gálatas parem
e pensem. Eles devem perceber que Paulo não lhes ensinou a palavra do homem, mas a
Palavra de Deus. Seu desejo é que esses cristãos vejam através dos falsos ensinamentos
dos judaizantes.
Resumo
(2:1–10)
Paulo mostra que os argumentos dos judaizantes na Galácia não estão corretos. Eles
podem alegar representar a posição cristã tradicional sobre a questão da salvação, mas
não o fazem. Eles estão simplesmente repetindo os mesmos falsos ensinamentos que já
haviam sido rejeitados pela igreja de Jerusalém. Paulo desafia as igrejas da Galácia a
rejeitá-las também.
Os oponentes de Paulo argumentam que ele não é um verdadeiro apóstolo, que ele
está simplesmente pregando o que aprendeu com os outros. Esses oponentes também
parecem argumentar que Paulo está pregando um evangelho diferente daquele pregado
por Pedro e outros seguidores de Cristo em Jerusalém. Paulo responde a essas acusações
fazendo os seguintes pontos.
1. O evangelho que ele prega não é invenção dele; é um dom de Deus.
2. Ele foi a Jerusalém, mas não com o propósito de receber a mensagem do
evangelho. Ele tinha isso antes mesmo de sua primeira viagem a Jerusalém.
3. Ele não aprendeu o que pregar com os apóstolos de Jerusalém.
4. Sua pregação, no entanto, foi reconhecida como verdadeira pelos líderes da igreja
de Jerusalém.
5. Os líderes em Jerusalém reconheceram Paulo como missionário de Deus para os
gentios, assim como reconheceram Pedro como missionário de Deus para os
judeus.
Resumo
(2:11–21)
Na primeira parte desta passagem, a ênfase é na história. O confronto entre Pedro e
Paulo em Antioquia é muito mais do que apenas a história de um incidente infeliz na
história da igreja. Apresenta uma verdade importante sobre a natureza da salvação. As
obras humanas (como a obediência às leis alimentares) não podem trazer salvação. Eles
só podem impedi-lo afastando a graça de Deus.
Nesse confronto entre Pedro e Paulo, a salvação pela graça foi a verdadeira
vencedora. O desejo de Paulo era que os cristãos da Galácia prestassem atenção às
lições que poderiam ser aprendidas com esse infeliz incidente. Não havia razão para que
voltassem à lei como Pedro fizera em Antioquia.
A última parte da passagem (vv. 15–21) é uma declaração clara e concisa do
evangelho como Paulo o pregou. É bem provável que essa afirmação seja baseada no
que Paulo pregou aos cristãos da Galácia quando estava com eles. Nesta epístola, ele
escreve para reforçar o que lhes disse e para encorajá-los a permanecer firmes no tempo
da provação.
Nesses versículos, Paulo apresenta várias ideias-chave.
1. Ninguém pode ser justificado pela obediência a um código de leis.
2. A fé em Cristo é o único caminho de justificação.
3. Cristo não encoraja a vida pecaminosa. Na verdade, Ele salva disso.
4. A salvação pela fé conduz a uma vida de serviço fiel.
5. Não se pode ser salvo pela fé e depois acrescentar obediência a um código de leis.
A salvação pela fé e a salvação pela lei não podem coexistir.
6. Se a salvação pode vir por lei, a fé cristã é nula e sem efeito, e Cristo morreu em
vão.
São lições solenes e importantes. A esperança de Paulo é que os cristãos da Galácia
os atendam antes que seja tarde demais.
Resumo
(3:1–5)
Paulo apresenta uma série de perguntas retóricas. MacGorman observa: "O impacto
total dessas perguntas retóricas é impressionante" (p. 97). Eles lembram aos Gálatas que
seu relacionamento com Deus começou na fé e não no cumprimento da lei. Essas
perguntas os desafiam a examinar cuidadosamente seu modo de vida. Quando
começaram a caminhar com Deus pela fé, receberam as bênçãos de Deus em suas vidas.
Sofreram, mas enchiam-se de alegria. Agora, seguindo os judaizantes, eles correm o
risco de perder tudo o que ganharam.
Passagens anteriores do livro mostraram que a salvação pela fé foi a experiência de
Paulo e a experiência de outras pessoas na igreja primitiva. Nesta passagem, Paulo
lembra a esses cristãos que a salvação pela fé também foi sua própria experiência.
Resumo
(3:6–14)
Paulo cresceu em um mundo judeu que enfatizava as obras humanas e a necessidade
de obedecer aos mandamentos que Deus havia dado. Depois de sua conversão, sua
teologia teve que mudar, e isso mudou. Ele viu mais claramente do que nunca que a
salvação é uma questão de fé. Ele entendeu que Abraão foi salvo pela fé, e que a fé em
Cristo é o único meio pelo qual os gentios podem ser salvos. Por isso, Paulo insiste que
os cristãos da Galácia continuem no caminho da fé. A obediência a um código de leis
(judaicas ou não) nunca pode trazer salvação para eles.
Essa passagem também reflete uma mudança na compreensão de Paulo sobre o
Messias. O judaísmo do século I tinha um conceito bem desenvolvido do Messias,
ansioso pelo momento em que o Messias libertaria a nação do domínio romano e
estabeleceria uma poderosa nação judaica na Palestina, como o reino que Davi havia
governado séculos antes. Depois de sua conversão, Paulo acreditou no Messias mais
fortemente do que nunca, mas sua concepção do Messias mudou radicalmente. Jesus era
para ele o Messias que Deus havia prometido, mas Ele era um Messias sofredor. Jesus
realizou Sua obra não através do poder político ou militar, mas através da doação de Si
mesmo como resgate para o Seu povo. O fato de Jesus ter morrido tão humildemente
não deve fazer ninguém duvidar que Jesus era o Messias. Ele sofreu uma morte tão
terrível não por causa de Seus próprios pecados, mas por causa dos pecados do mundo.
Resumo
(3:15–18)
A passagem nos assegura que a salvação não é algo que possa ser conquistado; é
algo que Deus prometeu ao Seu povo séculos atrás, no tempo de Abraão. As promessas
de Deus a Abraão deveriam ser recebidas pela fé. Não se baseavam na observância da
lei. Se os cristãos da Galácia devem herdar as promessas, eles também devem ser
homens e mulheres de fé.
Resumo
(3:19–24)
Paulo considerava a lei de grande valor na obra de Deus, mas estava certo de que o
verdadeiro propósito da lei havia sido mal compreendido pelos judaizantes da Galácia.
Os cristãos da Galácia já haviam depositado sua fé em Cristo. Os judaizantes estavam
ensinando que precisavam aumentar sua fé a observância da lei. Na visão deles, a lei
ajudaria a trazer a salvação.
Paulo sabia que a lei não poderia alcançar esse objetivo por uma razão importante:
ela não poderia controlar o pecado e a rebelião contra Deus, que domina o coração do
homem. Assim, ele responde à pergunta: "Qual é o propósito da lei senão trazer a
salvação?" Tem três propósitos. Primeiro, traz o pecado à tona e, em certo sentido, até
faz com que transgressões ocorram. Em segundo lugar, serve como nosso guardião.
Somos "mantidos sob a lei", que nos dá alguma proteção contra as piores consequências
do pecado. Em terceiro lugar, serve como um "guia para crianças" que dá treinamento e
disciplina. Ela ajuda a nos preparar para viver pela fé.
A lei tem muitos benefícios positivos, mas não pode trazer salvação; só Cristo pode
fazer isso.
Resumo
(3:25–4:7)
Nesta passagem, a ênfase está na clara diferença de status entre aqueles que vivem
sob a lei e aqueles que vivem sob a fé. Aqueles que vivem sob a lei não estão
desfrutando das bênçãos que Deus quer que eles desfrutem. Eles estão em cativeiro aos
"elementos" deste mundo.
Aqueles que buscam a salvação na lei não entendem o propósito de Deus em dar a
lei. Ele pretendia que a lei servisse como um instrumento temporário para levar as
pessoas a Cristo. Uma vez que eles conheceram a Cristo pela fé, a lei cumpriu seu
propósito.
Esta passagem também contrasta a vida sob a lei com a vida sob a fé em Cristo. A
vida sob a lei se assemelha à vida vivida por um escravo no mundo antigo, uma vida
limitada por regras e regulamentos com pouca esperança de melhora. A vida vivida pela
fé, por outro lado, nos leva a uma posição de filiação. Ele está diante de Deus como um
filho adulto que foi adotado na família. O Espírito Santo entra em sua vida e o leva a um
relacionamento pessoal com o Pai. Sua relação com o Pai é baseada no cuidado e na
preocupação e não em exigências legais.
Resumo
(4:8–11)
Esta passagem curta, mas importante, apresenta várias ideias importantes. Primeiro,
Paulo aponta que esses crentes tinham conhecido a Deus e tinham sido conhecidos por
Ele. A implicação é que eles tiveram uma experiência genuína com o Senhor.
Em segundo lugar, eles corriam o perigo imediato de naufragar sua fé em Cristo.
Eles estavam no processo de adotar uma visão de salvação que era baseada no legalismo
judaico em vez de em um relacionamento de fé com Deus. Se esse processo
continuasse, Paulo estava confiante de que seu relacionamento com Cristo seria
arruinado.
Uma terceira ideia-chave é que era absolutamente necessário que os gálatas
mantivessem sua fé em Cristo para agradar a Deus. Deus e não o homem determinaram
as condições da salvação. Os gálatas não podiam escolher sua própria via de salvação.
Quarto, os versículos enfatizam a necessidade de continuar na fé. Os gálatas tinham
feito um bom começo, mas tinham sido levados por uma heresia atraente. Os
judaizantes estavam, sem dúvida, enfatizando padrões rígidos de conduta e altos
princípios morais. Esses ensinamentos eram atraentes para um grupo de cristãos novos e
zelosos. Mas também foram mortais porque afastaram os gálatas da simples fé em
Cristo. Sua fé em Cristo havia começado, e era necessário que continuasse.
Resumo
(4:12–20)
Essa porção de Gálatas é difícil de interpretar porque não sabemos tudo o que
aconteceu entre Paulo e esse grupo de cristãos. Não temos certeza, por exemplo, de
quanto tempo Paulo passou no meio deles. A passagem revela que ele recebeu uma
recepção calorosa em circunstâncias muito adversas quando entrou pela primeira vez na
região. Depois de um início tão positivo, não há dúvida de que seu relacionamento se
desenvolveu rapidamente em um relacionamento de amor e admiração mútuos. O
aparecimento dos judaizantes com sua concepção legalista de Deus e sua ênfase no
papel das obras humanas na salvação não poderia deixar de prejudicar a relação entre
Paulo e esses cristãos. Eles não poderiam rejeitar seus ensinamentos sem rejeitá-lo
também.
Paulo não responde à sua deserção com espírito de vingança. Seu desejo é amar,
corrigir e restaurar. Ele os lembra de seu amor por Ele e de sua aceitação de Seus
ensinamentos. Ele os desafia a voltar ao rebanho antes que seja tarde demais.
Resumo
(4:21–5:1)
O principal objetivo desta seção de Gálatas é reforçar a afirmação básica de Paulo
de que a salvação vem apenas pela graça de Deus e não pela obediência a um código de
leis. Paulo parece pegar os argumentos dos judaizantes e virá-los de cabeça para baixo.
Os judaizantes alegavam ser os descendentes espirituais de Abraão. Eles disseram aos
Gálatas que eles poderiam se tornar os verdadeiros filhos de Abraão apenas guardando a
lei. Paulo usa a história familiar de Sara e Agar de uma maneira diferente para
demonstrar que esse não é o caso.
Na visão de Paulo, manter a lei colocaria os gálatas em uma posição semelhante à
ocupada por Ismael. Eles seriam filhos de Abraão apenas por descendência física. Eles
não estariam em posição de herdar as promessas de Deus.
Paulo exorta esses cristãos a não serem enganados, mas a permanecerem firmes "na
liberdade com a qual Cristo nos fez livres". Isso certamente não deve ser interpretado
como significando que Paulo estava encorajando os gálatas a baixar seus valores morais
e éticos. Ele os exortava a rejeitar uma visão de salvação baseada nas obras humanas e
não na graça de Deus. Tais ensinamentos, por mais atraentes que fossem, deveriam ser
rejeitados. Eram mortais.
Resumo
(5:2–12)
A principal preocupação de Paulo é demonstrar a total inutilidade do legalismo
como meio de alcançar a salvação. O ponto específico da controvérsia gira em torno da
observância da circuncisão como os judaizantes defendiam. Do ponto de vista de Paulo,
a adoção dessa prática levaria a várias consequências trágicas.
1. Os gálatas se tornariam obrigados a observar toda a lei, não apenas a circuncisão.
2. Os gálatas estariam buscando justificação através da observância da lei e não através
de Cristo.
3. O sacrifício de Cristo não teria efeito para eles.
4. Eles se afastariam da graça de Deus como meio de salvação.
Paulo continua lembrando aos Gálatas que eles fizeram um bom começo, mas
correm o risco de perder a corrida completamente. Eles não podem continuar como
estão; eles devem se afastar dos falsos ensinamentos dos judaizantes. Ele, no entanto,
não vê a situação como desesperadora. Ele encoraja os crentes a permanecerem fiéis a
Cristo e não serem desviados.
Um pensamento vem com força: os falsos mestres não ficarão impunes por seus
enganos. Eles estão afastando os gálatas da verdade; eles também distorceram a
pregação de Paulo e deturparam sua mensagem. O julgamento de Deus certamente
recairá sobre eles.
Resumo
(5:13–15)
Esta é uma breve seção, mas é uma das partes mais importantes desta epístola.
Anteriormente, Paulo defendeu a liberdade cristã em vez da obediência à lei. Agora ele
mostra que a liberdade cristã não inclui a liberdade de satisfazer a carne pela vida
pecaminosa. A graça de Deus salva do pecado; não leva a isso.
Nem a liberdade cristã dá liberdade para destruir uns aos outros. Aqueles que
insistiam na circuncisão estavam dividindo a comunhão e plantando sementes de
destruição. Nesses versículos, Paulo enfatiza que a liberdade cristã deve ser usada com
responsabilidade em uma atmosfera de cuidado e preocupação mútuos. Servir uns aos
outros no amor deve ser o objetivo de toda congregação cristã.
(Nota: A primeira e a décima quinta palavras não são encontradas nos manuscritos mais
antigos de Gálatas. Eles um