Manejo Anestésico e Analgésico No Paciente Crítico
Manejo Anestésico e Analgésico No Paciente Crítico
Manejo Anestésico e Analgésico No Paciente Crítico
Bandeira JC; Almeida RM. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 15(47); (2018);
74-83.
Resumo
Pacientes críticos apresentam uma condição fisiológica complicada que pode ser agravada se associada
à dor tratada inadequadamente. Devido ao desequilíbrio sistêmico, alterações na metabolização e de-
puração dos fármacos e aspectos inerentes à doença, o uso de analgésicos deve ser cauteloso, mas não
negligenciado. O animal que sente dor pode apresentar anorexia, balanço energético negativo e outros
efeitos deletérios. Além disso, problemas secundários podem aparecer como automutilação e desen-
volvimento de dor crônica. A sedação e a anestesia podem ser necessárias em pacientes graves para
realização de procedimentos diagnósticos ou emergenciais. Assim, a escolha de protocolos seguros, a
titulação das doses e a monitoração constante são essenciais para promover o bem-estar e recuperação
precoce. A terapia multimodal e a infusão contínua de alguns fármacos são indicadas para controle da
dor em pacientes internados. Assim, baixas doses de morfina e a infusão contínua de lidocaína, fentanil
ou fármacos adjuvantes, como a cetamina, são recomendadas para uso intra-hospitalar. A implementa-
ção de terapia adjuvante, no intuito de diminuir a ansiedade e o estresse, promove amplo benefício ao
tratamento. O objetivo desta revisão é evidenciar a conduta terapêutica, com ênfase no manejo da dor
do paciente crítico.
Abstract
Critical patients have a complicated physiological condition that may be aggravated if associated with
inadequate pain control. Due to the systemic alterations, changes in metabolism and excretion of drugs,
and aspects inherent to the disease, the use of analgesics must be controlled, but not neglected. Animals
that feel pain can present anorexia, negative energy balance and other deleterious effects. In addition,
secondary problems can appear as self-mutilation and development of chronic pain. Sedation and anes-
thesia may be required in severe patients for diagnostic or emergency procedures. Thus, the choice of
secure anesthetic protocols, dose titration, and constant monitoring are essential to promote animal
welfare and early hospital discharge. Multimodal therapy and intravenous infusion of some drugs are
indicated for pain control. Therefore, low doses of morphine and infusion of lidocaine, fentanyl, or adju-
vants drugs, as ketamine, are recommended for hospitalized patients. The implementation of adjuvant
therapy, in order to reduce anxiety and stress, promotes benefit to the treatment. The aim of this review
is to highlight the therapeutic conduct, with emphasis on critical patient’s pain management.
Keywords: analgesia, emergencies, dogs, pain.
mais por seu caráter subjetivo e a não verbalização ta dor ou apresente comportamento irascível. Bu-
do paciente, dessa forma, as reações comportamen- torfanol ou petidina podem ser usados como MPA
tais dos pacientes auxiliam o médico veterinário no ou sedativos leves, e se houver necessidade de um
reconhecimento precoce da dor. Ainda que os pa- opioide mais potente, este pode ser administrado
cientes críticos possam não demonstrar sinais clás- após a indução e estabilização do animal (16).
sicos de dor em razão de seu estado de debilidade, Por estarem letárgicos ou deprimidos, esses pa-
descompensação hemodinâmica e presença de es- cientes requerem menor quantidade de anestésico
tupor, o uso de analgésicos deve ser procedimento na indução, assim, esta deve ser lenta e titulada,
padrão, e não uma opção no tratamento (4,11). Des- com a quantidade mínima necessária para proce-
sa forma, a terapia analgésica deve ser instituída der a intubação. Pode ser feita com a combinação
antes que o animal esboce alterações graves no seu de opioides e diazepam ou midazolam, com a adi-
comportamento (5). Nesse contexto, uma maneira ção de cetamina ou propofol (4). Agentes indutores
de confirmar se o animal sente dor, é tratá-lo com de curta duração são indicados para uma indução
analgesia apropriada para a provável intensidade rápida, portanto, a combinação de 1:1 de propofol e
do incômodo, lembrando-se que alguns analgésicos tiopental (solução de 17,5 mg/mL após bolus de 1,5
provocam sedação sem eliminar toda experiência mg/Kg) foi descrita como alternativa que reduz a
dolorosa (6). dose individual dos dois fármacos e favorece a re-
cuperação anestésica (11).
Anestesia A infusão contínua (IC) de lidocaína associada
A sedação ou a anestesia de pacientes emergen- à cetamina e a um opioide (morfina ou fentanil) di-
ciais deve ser realizada com precaução e seriedade minui o requerimento de agentes inalatórios e é in-
(11). Os pacientes críticos apresentam importantes dicada em pacientes pouco tolerantes à hipotensão,
alterações na farmacologia dos analgésicos, assim podendo ser realizada no período pós-operatório
sendo, condições associadas à sepse, como hipo- (4,15). A anestesia do paciente emergencial exi-
tensão arterial e hipoxemia, reduzem o fluxo san- ge monitoração constante, pois este apresenta um
guíneo hepático e a depuração dos 2 fármacos. comportamento dinâmico e seu estado hemodinâ-
A eliminação pode estar retardada por disfunção mico pode alterar bruscamente em poucos minu-
múltipla de órgãos, insuficiência renal e choque, e tos. Por fim, o manejo da via aérea é crucial durante
o desenvolvimento de hipoproteinemia e acidemia o procedimento, pois otimizar a entrega de oxigê-
ainda acarreta maior toxicidade, em decorrência da nio é especialmente importante nesses animais (11).
maior quantidade de fármacos livres (12).
A avaliação pré-anestésica do paciente crítico Terapias analgésica e anestésica
deve incluir investigação diagnóstica, como hemo- A terapia multimodal refere-se à prática de
grama completo, com a avaliação microscópica de combinar múltiplas classes de fármacos e técnicas
um esfregaço de sangue para diferenciação celular, analgésicas que irão agir em diferentes fases do
morfologia celular e estimativa de plaquetas; con- processo nociceptivo, e é indicada por promover a
tagem de eletrólitos; análise dos gases sanguíneos potencialização da analgesia pelo efeito sinérgico
(venoso ou arterial), testes de coagulação, perfil bio- dos fármacos. Ainda, ocorre a redução das doses
químico completo, eletrocardiograma e urinálise individuais dos agentes, o que diminui o risco de
(13,14). A preparação pré-operatória inclui fluidote- desenvolvimento de efeitos indesejáveis (17). Neste
rapia intravenosa agressiva para reverter a hipovo- contexto, a infusão contínua de fármacos analgési-
lemia e estabilizar o sistema cardiovascular, coloi- cos é conveniente e ainda mais efetiva que a admi-
des para reverter a hipoproteinemia, cateterização nistração intermitente, pois é facilmente controlada
de múltiplos acessos intravenosos para administra- e causa diminuição global nas doses dos fármacos
ção rápida e simultânea de fluidos, cateter venoso (2,18). A reavaliação deve ser contínua e as taxas
central e, se possível, cateterização arterial para alteradas de acordo com a resposta do animal, as-
maior precisão na mensuração da pressão arterial sim, a monitoração inclui aferição da temperatura,
durante o procedimento cirúrgico (15,4). pulso, frequências cardíaca e respiratória, pressão
A medicação pré-anestésica (MPA) pode não ser arterial, atividade, comportamento e capacidade
necessária, a não ser que o paciente esteja com mui- de movimentação (18). Se a sedação com qualquer
agente é excessiva, deve-se interromper a infusão cária e prurido no local da injeção (21). Agitação e
por algumas horas e reiniciá-la a uma taxa mais euforia têm sido associadas ao uso de opioides em
baixa ou com menor concentração dos fármacos cães e gatos, dessa forma, as manifestações clínicas
(19). devem ser diferenciadas de vocalização por dor ou
por ansiedade. Para descartar essas possibilidades,
1 - Opioides faz-se a reavaliação da terapia analgésica ou o uso
de um tranquilizante, como a acepromazina (22). O
De maneira geral, os opioides são os agentes pre- uso de opioides em gatos foi historicamente evita-
feridos para o uso em pacientes críticos, em virtu- do, devido ao receio da apresentação de efeitos ad-
de de seus efeitos mínimos sobre o débito cardíaco, versos por esses animais. Além da midríase e da
pressão sanguínea sistêmica e perfusão tecidual. disforia, outro efeito colateral comumente relatado,
Além disso, fornecem analgesia, sedação eficiente mesmo a doses convencionais, é a hipertermia (23).
e possuem agentes reversores, que conferem maior Assim, em gatos que apresentem elevação da tem-
segurança ao seu uso (4). O tratamento deve ser ini- peratura corpórea ou midríase acompanhada por
ciado com metade da dose recomendada, com rea- sinais de disforia, recomenda-se a interrupção da
justes conforme a necessidade. Se o uso isolado do infusão do opioide por uma a seis horas e o uso
opioide não for efetivo, este pode ser fornecido em posterior de taxas mais baixas (19). A reversão titu-
conjunto com outros agentes analgésicos (4). lada parcial com butorfanol (0,05 a 0,1 mg/kg, IV)
Os efeitos colaterais dos opioides, apesar de bem ou total com naloxona (1,0 a 2,0 mg/kg, IV) pode
descritos em animais saudáveis, são incomuns em ser realizada, no entanto, o efeito analgésico é com-
animais debilitados ou com dor, e não aparecem até prometido. O uso de doses mais altas para induzir
que a dose exceda a necessidade do paciente (19). a sedação em cães é relatado, mas pode piorar a agi-
Gastroparesia e íleo são complicações associadas tação (24).
ao uso parenteral, bem como retenção urinária e
atonia da vesícula urinária após injeção pela via Morfina
epidural. Constipação é a complicação mais co- É uma ótima escolha para uso intra-hospitalar
mum em humanos e geralmente não é um achado por períodos curtos ou longos. Nos gatos, doses de
significante em animais que recebem esses agentes 0,1 a 0,2 mg/kg são efetivas e não costumam cau-
por poucos dias. No entanto, a acumulação de flui- sar excitação (23). Em pacientes normovolêmicos, a
do gástrico pode provocar vômitos, regurgitação e morfina intravenosa é bem tolerada e deve ser ti-
possível aspiração pulmonar em pacientes fracos, tulada conforme efeito. Hansen (20) sugeriu admi-
deprimidos ou sedados. Nesses casos, portanto, nistração da dose de 0,1 mg/kg a cada três minutos
descompressões gástricas intermitentes por tubo para escolha da dose efetiva no paciente e, então,
nasogástrico, orogástrico ou esofagostomia são in- quando esta for determinada, deverá ser fornecida
dicadas (20). Náuseas e vômitos estão relacionados por infusão contínua (diluída em soluções cristaloi-
com a estimulação da zona deflagradora do vômito, des) em quatro horas ou mais, se necessário. Se o
no SNC, possivelmente pela liberação de dopami- paciente requer altas taxas (> 0,3 mg/kg/h), a in-
na (2). Assim, apesar do butorfanol possuir poder fusão deve ser reduzida em 50% dentro de oito a
analgésico limitado e não ser indicado em casos de doze horas, pois com o passar do tempo, a morfina
dor severa, suas propriedades antieméticas o tor- tende a aumentar os efeitos colaterais e a sedação
nam opioide de escolha em pacientes com êmese (23). Caso a taxa de infusão esteja maior do que a
(4). Em pacientes que apresentem vômito logo após necessária, a saturação na eliminação do fármaco
administração do opioide, a terapêutica pode ser e o acúmulo de metabólitos ativos pode provocar
alterada para infusão contínua, de modo a evitar efeito mais pronunciado, causando sedação desne-
altas concentrações plasmáticas provocadas por in- cessária, portanto, a dose deve ser ajustada e cons-
jeções intermitentes (20). tantemente avaliada para promover analgesia ade-
Liberação significante de histamina está relacio- quada sem provocar alto grau de sedação (21).
nada com a administração intravascular rápida de
morfina e petidina, e efeitos secundários incluem
profunda vasodilatação, broncoconstrição, urti-
rante a inserção da agulha, é possível penetrar ou mente seletivo agonista α-2, eficaz em felinos, que
lacerar um dos inúmeros vasos localizados no es- pode ser usado pelas vias IM e IV, e pela modalida-
paço epidural, o que em animais com problemas de de de infusão contínua, sendo que seus efeitos co-
coagulação implica em hematomas que causam au- laterais incluem vômito, vasoconstrição periférica,
mento da pressão no canal espinhal e compressão hipertensão e bradicardia reflexa (4).
do tecido nervoso, paresia e até paralisia (18,29). As Em virtude de seu efeito ansiolítico, os benzo-
possíveis complicações associadas à punção lombar diazepínicos são muito utilizados nas unidades de
se sobrepõem aos efeitos benéficos da analgesia e, terapia intensiva humana. Em animais críticos, o
portanto, a técnica deve ser evitada (30). diazepam e o midazolam podem ser associados a
outros sedativos, com a vantagem de provocarem
4 - Fármacos adjuvantes efeitos cardiovasculares mínimos. Quando utiliza-
dos juntamente com opioides, promovem sedação
Fármacos adjuvantes não são a primeira escolha mais efetiva e segura (11,24,4).
no tratamento da dor, pois em sua maioria, quando A gabapentina é um análogo do ácido gama-
usados isoladamente, não provocam ou promovem -aminobutírico (GABA), com ação anticonvulsivan-
fraca analgesia. No entanto, quando administrados te, empregada como adjuvante no tratamento da
em combinação com analgésicos, reduzem a dose dor crônica e aguda em pequenos animais. Evidên-
destes e auxiliam no tratamento da dor severa (1). cias sugerem que ela age nos canais voltagem-de-
A cetamina é um potente antagonista não com- pendentes de Ca2+, nos neurônios do corno dorsal
petitivo dos receptores NMDA que são responsá- da medula espinhal, bloqueando a liberação pré-si-
veis pela modulação e intensificação da dor. Doses náptica de neurotransmissores, como a substância
subanestésicas (até 0,6 mg/kg/h), em infusões con- P (19,17). O intervalo entre as doses da gabapentina
tínuas, resultam em analgesia sem efeitos dissocia- é alto, sendo que o limite da quantidade adminis-
tivos ou prejuízos cardiovasculares e reduzem a ne- trada é dependente da profundidade da sedação,
cessidade de opioides. Se a sedação não é desejada, assim, sinais de sobredose incluem atividade redu-
taxas ainda mais baixas (< 0,2 mg/kg/h) possuem zida e sono excessivo. Os efeitos colaterais são mais
ação analgésica sem efeitos adversos centrais (19). pronunciados em pacientes com doença renal, em
Estudos revelaram que os efeitos analgésicos da ce- razão da sua eliminação prolongada nestes ani-
tamina, no período pós-cirúrgico, persistiram por mais. Reduzir a dose gradativamente é importante,
tempo maior do que o esperado em pacientes que pois a interrupção abrupta pode retomar o estado
sofreram intervenções abdominais (31). A cetamina de dor severa (1,16).
é excretada pelos rins e biotransformada no fígado,
assim, é importante verificar o bom funcionamento
desses órgãos antes da sua administração (1).
5 - Terapia adjuvante da dor
Os agonistas α-2 adrenérgicos são agentes usa- Além da farmacoterapia analgésica, é importan-
dos para o tratamento de pacientes com condição te considerar outros aspectos que contribuem para
hemodinâmica estável e livre de doenças cardía- o controle eficaz da dor, pois ansiedade, estresse e
cas, em que os cuidados de enfermagem não são ambiente desconfortável exercem impacto direto
suficientes para reduzir o estresse. Agitação, inca- na capacidade de lidar com a dor (1). Ações sim-
pacidade de dormir e outras manifestações com- ples podem ser realizadas a fim de gerar o míni-
portamentais de angústia são melhor tratadas com mo de estresse e reduzir a ansiedade em pacientes
conforto físico e sedação. Os agonistas α-2 adrenér- internados. Cuidados de enfermagem como manu-
gicos raramente são suficientes como terapia anal- tenção da higiene e prevenção da sede e da fome,
gésica única, mas podem intensificar a analgesia e assim como evitar o posicionamento desagradável
a sedação obtidas por outros agentes (24,19,17). A e decúbito prolongado, favorecem os processos
medetomidina pode ser usada seguramente em metabólicos necessários para manter o animal sau-
pacientes hospitalizados e, quando em associação dável (19). Controlar a temperatura, luz e ruídos,
com opioides, as doses de 0,5 a 2,0 µg/kg, adminis- internar animais mais sensíveis em locais isolados
tradas lentamente, promovem sedação satisfatória e silenciosos e manter a cama limpa e confortável
(20,24,19). A dexmedetomidina é um potente e alta- também são atitudes relatadas como benéficas à
recuperação dos pacientes (1). O paciente deve ser mais severas, assim como tem sido reportado em
manipulado de maneira suave, minimizando ao humanos. Visitas de familiares ao hospital mantêm
máximo o estresse (5). Dyson (1) relatou que pala- o vínculo do animal com sua casa (19).
vras de conforto, carinho, afago e brincadeiras con- O quadro 1 apresenta diversos fármacos e suas
tribuem significativamente no manejo da dor leve e doses, indicados para o tratamento da dor em pa-
suplementa o tratamento farmacológico para dores cientes críticos.
Cães: 0,05 a 0,2 mg/Kg/h [IV] Cães – reduzir em 50% após 12 horas Hansen (24)
Gatos: 0,025 a 0,1 mg/Kg/h [IV] Gatos – reduzir dose se aparecer
midríase ou agitação
0,2 a 1 mg/Kg [IM ou SC] Usar doses menores em gatos Campbell (11)
Fentanil 0,005 a 0,08 mg/Kg [IM, IV, SC] Recomenda-se administrar Quandt (4)
Cães: anticolinérgico antes da IC, caso o
- Bolus 5 a 10 µg/Kg paciente apresente bradicardia
- IC de 0,7 a 1,0 µg/Kg/min
Gatos:
- Bolus de 5 µg/Kg
- IC de 0,3 a 0,4 µg/Kg/min
- 0,2 a 0,4 mg/Kg [IV, IM, ou SC] IC é uma excelente opção em gatos Campbell (11)
- IC: 0,1 a 0,2 mg/Kg/h
3 a 10 mg/Kg [IM] Doses baixas para raças gigantes e Mathews e Dyson (27)
Petidina doses altas para gatos e cães miniatura
Lidocaína Bolus: 1 a 2 mg/Kg [IV] seguido de Não recomendado para gatos Quandt (4)
IC: 1 a 3 mg/Kg/h
Bolus: 0,5 mg/Kg [IV], seguido de Não recomendado em pacientes com Quandt (4)
IC: 0,1 a 1,2 mg/Kg/h trauma crânio-encefálico pois
aumenta as pressões intracraniana e
intraocular
ter o paciente confortável e livre da dor no período 14. Posner LP Pre-anaesthetic assessment. In: Seymour T, Duke-Novako-
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