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1 INTRODUÇÃO

Meu interesse pelo tema está relacionado ao crescente uso das

tecnologias na educação, e, por conseqüência da necessidade de profissionais

bem preparados para o domínio das mesmas. Percebendo que o tema é

pouco explorado, resolvi fazer este estudo com intuito de resgatar na literatura

como se deu o processo evolutivo do uso de novas tecnologias no processo

ensino aprendizagem no Brasil, desde sua introdução até os dias de hoje, e

assim, fornecer uma fonte de consulta para profissionais e alunos de áreas

interessadas sobre o assunto.

Observamos que as tecnologias evoluem cada dia, e mais

especificamente na educação o seu uso intensifica-se a todo instante,

mudando radicalmente o ambiente de ensino e aprendizagem, diante deste

quadro de mudanças na profissão, entendemos a necessidade de adequação

dos papéis do professor frente as novas tecnologias, que se dará através da

construção de novas práticas adequada a esta realidade.

Face ao exposto, o meu objetivo é conhecer, por meio de pesquisa

bibliográfica, o registro sobre a importância do uso das tecnologias na

formação de professores no Brasil.

Abordaremos a seguir aspectos sobre a metodologia aplicada para a

realização deste estudo.


2 METODOLOGIA

A proposta de trabalho deste estudo foi realizar uma revisão

bibliográfica, que segundo Gil (1999), é uma pesquisa desenvolvida tendo

como fonte principal material já elaborado, constituído principalmente por livros

e artigos científicos.

A vantagem desse método de pesquisa é possibilitar ao pesquisador

uma cobertura mais ampla do assunto abordado, o que não seria possível se

pesquisasse diretamente.

2.1 Acesso às fontes

Os dados foram obtidos através de consulta aos bancos de dados

eletrônicos do portal Google, foram consultados teses, dissertações, livros e

revistas eletrônicas disponíveis na rede mundial de computadores,

consultamos também, livros, monografias e dissertações na Universidade do

Grande ABC em Santo André - SP.

Para a localização das publicações adequadas para o estudo foram

usados os seguintes descritores: Tecnologia Educacional, EAD, e Formação de

Professores, e novas tecnologias. A busca usando estas palavras chaves no


banco de dados Google, resultaram em mais de 300.000 artigos, porém, a

grande maioria não correspondia aos objetivos deste trabalho e não foram

aproveitados.

Foram selecionadas as publicações de interesse, e após cruzamento

dos descritores e leitura minuciosa de todos, foram feitos os fichamentos dos

textos, digitados e armazenados em um banco de dados digital; dos quais

apresentamos o conteúdo resumido a seguir em tópicos:


3 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO BRASIL

A denominação Tecnologia Educacional começou a ser empregada no

campo da Educação no final dos anos 20 do século passado. O nascimento da

tecnologia educacional se deu inicialmente através do emprego de materiais

visuais. No princípio, buscava-se classificar os tipos de meios auxiliares

visuais e dava-se ênfase a necessidade de que estes meios auxiliares

estivessem integrados ao currículo (FERREIRA, 2007).

De acordo com o mesmo autor, a partir da Segunda Guerra Mundial,

surgiram grandes mudanças e o uso de materiais audiovisuais se viu

enriquecido com a teoria da comunicação, os conceitos de sistemas e das

ciências do comportamento.

Nos anos setenta, a tecnologia de transmissão via rádio passou a ser

empregada de forma mais intensiva, com o surgimento de projetos do governo

federal pretendia utilizar o rádio para atingir o homem, onde ele estivesse

ajudando-o a desenvolver suas potencialidades, tanto como ser humano,

quanto como cidadão participativo integrante de uma sociedade. (LIMA, 1990).

Destacaram-se também as ações das TVs Educativas na proposição de

programas educativos à população em geral. Em 1990, o Ministério da

Educação e a Fundação Roquete Pinto, através da TV educativa, lançaram o

programa “Um Salto Para o Futuro” destinado à reciclagem e ao


aperfeiçoamento de professores, este programa contou, inclusive, com a

destinação de recursos do orçamento do MEC. (BRASIL, 1992)

A partir dos anos noventa, tem se intensificado o uso da informática e

telemática no processo educacional, a rede mundial de computadores/WWW

desponta como ferramenta importante no processo de tecnologia educacional,

sendo utilizada tanto no ensino fundamental como superior e cursos de pós-

graduação em geral (WAZLAWICK,1999).

No próximo tópico estudaremos alguns aspectos da aplicação das

tecnologias no ensino aprendizagem.


4 NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE ENSINO

As novas tecnologias já fazem parte do cotidiano da maioria dos alunos,

seja através da TV, do cinema, dos jogos eletrônicos, no trabalho, no banco,

enfim, em todos os lugares e de alguma forma eles estão em sintonia,

destacando-se a rede mundial de computadores com sua capacidade de

interatividade. Desta forma, o processo educacional não pode desprezar esta

realidade, devemos considerar ainda, que estes alunos serão os profissionais

no futuro, em uma sociedade ainda muito mais desenvolvida. A instituição

escolar tem como função formar os indivíduos criativos e dinâmicos, aptos a

participarem de forma ativa, das transformações do seu tempo (CHAVES,

1999).

Ainda o mesmo autor, explica o que mais o fascina nas novas

tecnologias à nossa disposição, em especial na Internet, e dentro da Internet a

web:

“é que elas nos permitem criar ambientes ricos em possibilidades de

aprendizagem em que pessoas interessadas e motivadas podem

aprender quase qualquer coisa sem precisar se tornar vítimas de um

processo de ensino formal e deliberado -- uso o termo "vítimas" aqui

num sentindo intencionalmente provocador. A aprendizagem, neste

caso, é mediada pela tecnologia apenas.”

Prossegue o seu raciocínio afirmando que:


“Não resta dúvida de que por trás da tecnologia há outros indivíduos,

que prepararam materiais e os tornaram disponíveis na rede. Mas

quando alguém usa os recursos hoje disponíveis na Internet para

aprender de forma explorativa, automotivada, ele usa materiais de

natureza a mais diversa, preparados e disponibilizados em momentos e

contextos os mais variados, não raro sem nenhuma intenção didática,

numa ordem totalmente imprevisível e, portanto, não planejada, e num

ritmo próprio, regulado apenas pelo desejo de aprender e pela

capacidade de assimilar e digerir o que se encontra pela frente. Por isso,

não acho viável chamar essa experiência de ensino a distância, como se

fosse a Internet que ensinasse, ou como se fossem as pessoas que

estão por trás dos materiais que ensinassem. Trata-se, a meu ver, de

aprendizagem mediada pela tecnologia, aprendizagem não decorrente

do ensino, autoaprendizagem.”

De acordo com o autor citado acima, existem três categorias principais

para o uso das novas tecnologias na educação:

1- Apoio ao ensino presencial

2- Apoio ao ensino a distância

3- Apoio a autoaprendizagem

Segundo Moran (2007), o ensino oficial no Brasil até 20 anos atrás era

essencialmente presencial, hoje, ainda continuamos na maioria dos casos

aprendendo da mesma forma. As novas tecnologias chegaram na escola,

mas estas sempre privilegiaram mais o controle a modernização da infra-


estrutura e a gestão do que a mudança. Há avanços na virtualização da

aprendizagem, mas as mudanças são muito tímidas diante da estrutura que a

escola tradicional encontra-se edificada.

“As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar

mudanças visíveis na educação presencial e a distância. Podemos aprender

desde vários lugares, ao mesmo tempo juntos e separados. Como nos

bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só

que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.”

Ainda de acordo com o mesmo autor as redes também estão provocando

mudanças na educação a distância. Antes a EAD era uma atividade muito

solitária e exigia muita autodisciplina. Agora com as redes a EAD continua

como uma atividade individual, porém, combinada com a possibilidade de

comunicação instantânea, possibilita a criação de grupos de aprendizagem,

integrando a aprendizagem individual com a grupal. Por outro lado, a

educação presencial está incorporando tecnologias, funções, e atividades que

eram típicas da educação a distância, e a EAD está ensinando de forma

menos individualista, equilibrando a flexibilidade e a interação.

A seguir abordaremos aspectos do uso das novas tecnologias na

formação de professores.
5 NOVAS TECNOLOGIAS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Fomos criados com medo da tecnologia, o medo de “quebrar”, “não

saber operar”, dentre outras afirmações povoaram nosso dia a dia, e este medo

foi se generalizando de tal forma que acabou afastando muitos, em especial os

professores do acesso às inovações tecnológicas (SILVA, 2005)

A mesma autora afirma que:

“Sem dúvida à próxima geração de educadores deverá ter mais

facilidade com a informática e quem não conseguir, vai ficar à margem dos

próprios alunos, uma vez que eles nasceram na era da tecnologia.”

Desta forma, é indispensável que o professor seja preparado, e se

mantenha constantemente atualizado, para usar todas as ferramentas que as

novas tecnologias disponibilizam para a sua prática cotidiana no processo de

ensino e aprendizagem, O contato com essas tecnologias amplia os horizontes

dos educadores e possibilita outros caminhos para a prática docente (Silva,

2005).

De acordo com Monteiro Nos dias atuais existe uma nova categoria de

analfabetos, são os que não sabem operar sistemas informatizados, não são

usuários de correio eletrônico (e-mail). No meio acadêmico e, especialmente no

mercado de trabalho, as inovações tecnológicas ocorrem em ritmo intenso e

acelerado, sendo de certo modo, difícil acompanhar sua evolução. Desta


forma, o homem moderno vive o conflito, de ser cidadão, mas sente-se

excluído socialmente quando não consegue dominar as tecnologias que estão

em todos os lugares.

Moran (1991), em seu estudo analisa o uso dos meios de comunicação

como um instrumento didático-pedagógico, e afirma que as tecnologias na

educação não anulam o papel do professor, pois quando bem utilizadas,

ofereçam a oportunidade ao professor de completar as informações, e ajudam-

no a desenvolver o seu papel de formar pessoas, educando-as para uma visão

crítica do mundo.

De acordo com Sampaio e Leite (2004), o professor precisa ter a

percepção da importância das novas tecnologias para o ato pedagógico,

precisa manter-se atualizado com todas as tecnologias que estão na escola

dominando-as perfeitamente. Segundo as autoras, este domínio se traduzirá na

capacidade do professor em lidar com as constantes mudanças tecnológicas,

como também, no discernimento para selecionar o que é ou não importante

para o processo educativo.

De acordo com Belonni(1998), uma nova pedagogia já está sendo

inventada integrando as tecnologias como meios, linguagens ou fundamentos

das metodologias e técnicas de ensino. Segundo a autora existem alguns

pesquisadores que consideram a tecnologia como o fundamento dessa nova

pedagogia, mas, segundo a sua análise, Parece mais apropriado dizer que o

fundamento dessa nova pedagogia tende a ser a pesquisa, como pilar principal

do processo de construção do conhecimento, do qual professores e alunos

interajam criativamente, redefinindo categoricamente os papéis e as relações


entre eles e potencializando de forma eficaz a solidificação coletiva do

conhecimento.

No próximo tópico estudaremos sobre o Ensino a distancia.


6 O PROCESSO DE ENSINO VIA EAD

Os constantes avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão

mudando intensamente a maneira que estamos vivendo. Com o uso

massificado dos computadores e pela internet podemos realizar transações

bancárias, vender, pesquisar e estudar. Muitas escolas em todo o mundo,

inclusive instituições de ensino superior, estão aderindo ao sistema de

Educação a Distancia (EAD), com a correta utilização deste recurso

tecnológico, é possível vencer a barreira de tempo e espaço para estudar e

aprender. Fazer um curso pela internet não é simples como parece, é um

desafio para alunos e professores. Sentimentos de isolamento e confusão

inicial são freqüentes e esperados. Isso acontece porque estamos

acostumados com o ambiente de ensino tradicional, mediado presencialmente

por um professor, e com a companhia de colegas, com quem se pode interagir

diariamente e tirar as dúvidas no momento (Cavalcanti, 2006).

A mesma autora em seu estudo enumera a existência de quatro tipos de

ambiente interativos via web: aluno/plataforma tecnológica, aluno/aluno,

aluno/professor, aluno/conteúdo. O domínio destes canais de interatividade e a

sua correta utilização ajudará o aluno a se libertar do sentimento de

isolamento e sentir-se motivado a se integrar ao processo de aprendizagem.

Tratar, então, da Educação a Distancia, significa trabalhar com um tema

que represente romper com um ciclo de exclusão determinado há muito tempo.


A educação a distância tem em suas diretrizes a essência de democratização e

facilitação do acesso à escola, não é seu objetivo a substituição do sistema

tradicional presencial estabelecido, também não visa um sistema provisório,

mas está baseada em sistemas fundados na Educação Permanente, como

forma de superar os problemas sociais, econômicos e tecnológicos que

vivenciamos (ALONSO, 1997).


7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de capacitação de professores para o trabalho com as novas

tecnologias de informática é em todos os aspectos preparar para um trabalho

docente novo. O uso das novas tecnologias, especialmente a informática e

internet na educação, tem, implicado em mudanças crescentes no processo de

ensino-aprendizagem, no processo organizacional e gerencial das escolas,

como também na readequação dos papéis do professor, que precisa estar

preparado para aplicar as novas tecnologias em sua prática profissional

cotidiana. Influenciando desta forma no processo de geração do conhecimento

do aluno.

Não podemos ignorar que existe certa marginalização do professor em

relação às novas tecnologias, por outro lado a maioria dos jovens domina o

acesso a web, e se comunicam em tempo real com o mundo inteiro. Este

quadro se mostra mais preocupante na medida em que aumenta as

dificuldades de comunicação entre docentes e discentes, resultando em

desinteresse por parte dos jovens por uma escola que já não acompanha as

inovações do seu tempo.

Desta forma, entendemos serem necessárias profundas mudanças, para

que alunos e professores falem a mesma “língua”.


A discussão sobre esta problemática não acaba por aqui, com este

trabalho não tivemos a pretensão de esgotar o assunto, e esperamos ter

contribuído para o aprofundamento da discussão sobre este importante tema.


8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Petrópolis: Vozes, 1999.

MONTEIRO, C. G. O papel educativo dos meios de comunicação. Artigo


publicado em:http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fi3.htm acesso em 20 Mar
2007.

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em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/importecn.htm>
acessado em 15 Jan 2007.

FERREIRA, R. Artigo publicado em http://www.sobresites.com/te/editorial.htm


(- 2007) dia 22/03/07 – 9:15

LIMA, G. A. Identificación des conditions de réussite d’un systeme de


formatión à distance de enseigmants “leigos” du Pantanal au Brésil.
Dissertação de Mestrado, Québéc, Université de Laval,1990.

BRASIL. MEC. Secretaria Nacional de Educação Básica, Fundação Roquete


Pinto, Diretoria de Tecnologia Educacional. Um Salto Para O Futuro,
Documento Básico, março, 1992.

CHAVES, E. Tecnologia na Educação, Ensino a Distância, e Aprendizagem


Mediada pela Tecnologia: Conceituação Básica : Trabalho publicado in
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WAZLAWICZ, R.S. Revista Brasileira de Informática na Educação. Disponível


em http://www.inf.ufsc.br/sbc-ie/revista. acessado em 22/03/2007 as 11:27

MORAN, J.M. A integração das tecnologias na educação disponível em


http://www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm acessado dia 19/02/2007
as 22:15

MORAN, J. M. Como ver televisão. São Paulo: Paulinas, 1991.


CAVALCANTI, C. Interatividade em ambientes WEB - dando um toque
humano a cursos on-line.Publicado em 16/01/2006 - 11:58 -
http://www.universiabrasil.net/materia/materia.jsp?materia=9779

ALONSO, K.M. "Educação a distância no Brasil: A busca de identidade" In:


Preti, O. (Org.), Educação a distância: Inícios e indícios de um percurso.
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