Reclamação Trabalhista

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Peça n° 1

José Faria trabalhou para a empresa Vigia Mundi Ltda., em Natal/RN, no período de 15-
12-2021 a 7-2-2023, na função de vigilante, com salário inicial de R$ 2.500,00, estando
atualmente desempregado, com grande dificuldade financeira, inclusive para arcar com
despesas processuais. Foi dispensado sem justa causa, com aviso prévio indenizado, porém
recebeu as suas verbas rescisórias 30 dias após a extinção do vínculo empregatício. Ele
trabalhava de segunda a sábado, das 12h00 às 22h00, com 40 minutos para refeição e
descanso. A partir de 1º-12-2022, José passou a trabalhar com Pedro Jorge, recém-
contratado para a mesma função, no mesmo estabelecimento, porém recebendo salário de
R$ 3.000,00. Entretanto, o salário de José, à época, era de R$ 2.600,00. Apesar de exercer
a arriscada função de vigilante, os holerites de José Faria demonstram que ele recebia
apenas o salário mensal, sem nenhum outro adicional.

QUESTÃO: Como advogado(a) procurado(a) por José Faria, maneje a medida processual
pertinente para a defesa de seus interesses, ciente de que a empresa Vigia Mundi Ltda.
não possui pessoal organizado em quadro de carreira ou plano de cargos e salários.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABAHO DA... VARA DO
TRABALHO DE NATAL/RN ...ª REGIÃO

JOSÉ FARIA, brasileiro, estado civil...,vigilante , CPF n...., endereço eletrônico ..., número e
série da CTPS ..., número do PIS ..., residente na Rua.... por intermédio de seu advogado abaixo
assinado (procuração anexa, com indicação de endereço profissional, onde recebe as
intimações), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 840, § 1º, da
Consolidação das Leis do Trabalho, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de VIGIA MUNDI LTDA., CNPJ..., estabelecida na Rua..., pelos fatos e fundamentos
a seguir expostos:

I-DOS FATOS
O reclamante trabalhou para empresa reclamada, no período de 15/12/2021 a
07/02/2023, na função de vigilante, com salário inicial de R$2.500,00 sem nenhum outro
adicional, conforme se demonstra nos documentos comprobatórios.
O autor trabalhava de segunda a sábado cumprindo 12h00 às 22h00, com 40 minutos
para refeição e descanso.
A partir do primeiro dia de dezembro de 2022, o autor da reclamação começou a
desempenhar suas funções junto a Pedro Jorge, que havia sido contratado recentemente para
ocupar o mesmo cargo no mesmo local. No entanto, naquela época, o salário de José era de R$
2.600,00, enquanto Pedro Jorge recebia uma remuneração de R$ 3.000,00.
Foi dispensado sem justa causa no dia 07/02/2023, com aviso prévio indenizado, porém
recebeu as suas verbas rescisórias 30 dias após a extinção do vínculo empregatício.
II-FUNDAMENTOS JURÍDICOS
1. Multa do Art. 477 da CLT
O reclamante recebeu as verbas rescisórias 30 dias após o término do vinculo de
emprego. Contudo, o art. 477, § 60, da CLT estipula o prazo de 10 días para pagamento, sob
pena de multa de 1 salário, prevista no art. 477, § 80, da CLT. Dessa forma, pede a condenação
da reclamada ao pagamento de multa de 1 salário.

2. Horas Extras
O reclamante trabalhou de segunda a sábado, das 12h00 às 22h00, com 40 minutos de
intervalo. Ocorre que o art. 70, XIII, da CF e o art. 58 da CLT fixam duração máxima do
trabalho de 8 horas por dia e 44 horas por semana. Assim, pede o pagamento de horas extras
com adicional de 50%, além dos reflexos legais.

3. Intervalo
O reclamante gozava apenas de 40 minutos de intervalo, e não de 1 hora como determina
o art. 71 da CLT. Nos termos do art. 71, § 40, da CLT, deve receber indenização sobre o tempo
não gozado de intervalo com adicional de 50%. Pede, assim, 20 minutos diários, com adicional
de 50%.

4. Equiparação Salarial
O reclamante exercia a mesma função que Pedro Jorge, para o mesmo empregador e no
mesmo estabelecimento. E, nos termos do art. 461 da CLT, devem receber salario igual àqueles
que exercem trabalho igual, se preenchidos os demais requisitos, o que é o caso. Portanto, pede
diferenças salariais por equiparação, além dos reflexos legais.

5. Adicional de Periculosidade
O reclamante trabalhava como vigilante, recebendo apenas salário base. Contudo, o art.
193, II, da CLT da direito ao adicional de periculosidade para os empregados que trabalham
com segurança pessoal ou patrimonial. Dessa forma, pede o adicional de 30% sobre o salário,
com os reflexos legais.

6. Honorários Advocatícios
Pede, ainda, a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT.
7. Justiça Gratuita
O reclamante requer o benéficio da justiça gratuita, por estar desempregado e ter
insuficiência de recursos, conforme art. 790, §§3º e 4º, da CLT.

III- PEDIDOS
Ante o exposto, pede a procedência dos pedidos com a condenação da reclamada ao
pagamento de:

a) Multa do art. 477 da CLT no valor de R$...;


b) Horas extras com adicional de 50% e reflexos no valor de R$ ...;
c) 20 minutos de intervalo com adicional de 50% no valor de R$ ...;
d) Diferenças salariais por equiparação e reflexos no valor de R$ ...;
e) Adicional de periculosidade e reflexos no valor de R$ ...;
f) Honorários advocatícios no valor de R$ ...;

TOTAL DAS VERBAS no valor apurado de R$ ...;

Requer os benefícios da justiça gratuita, por estar desempregado e não ter condições
de arcar com as custas e despesas do processo, nos termos do art. 790, §§ 3º e 4º da CLT.
Requer ainda a citação dos reclamados, para ofertar contestação, sob pena de incidência
da revelia e de aplicação da pena de confissão ficta quanto aos fatos, e, ao final, pugna o
reclamante pela procedência dos pedidos, protestando provar o alegado por todos os meios em
direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ ...;


Nestes termos,
Em que pede deferimento.

Local e data...
Advogado...

OAB n....

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