APELAÇÃO

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EXMO. (A) SR. (A) DR.

(A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA


DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG

AUTOS Nº: 5103415-96.2023.8.13.0024


AUTOS DE ORIGEM Nº:1680652-38.2014.8.13.0024

JERESLANDIA LACERDA DE ALMEIDA, brasileira, divorciada, cabeleireira,


CPF:823.699.096-68, RG: MG- 4.379.955, SSP/MG, e- mail:
jereslandialacerda@yahoo.com.br, Celular/WhatsApp: +55 31 988877585, residentes e
domiciliados na Rua Paulo Piedade Campos, 909, aptº103, Bairro: Estoril, Belo
Horizonte/MG, CEP:30.494-060, vem, com o devido acato e respeito de estilo a presença
de Vossa Excelência, por intermédio de sua procuradora, que ao final subscreve, ajuizar:,
nos autos da SENTENÇA DE HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO, que moveu em face
VARLEI LUIZ RIBEIRO DE ALMEIDA, brasileiro, casado, empresário,
CPF:003.620.686-58, RG: M- 5.059.895, SSP/MG, e-mail: varleiautobrasil@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua Raul Morão de Lima, 297, Bairro: Palmeiras, Belo
Horizonte/MG, CEP:30.575-400, com amparo na Sentença e x a r a d a ID: 10202376038
, tempestivamente, vem com o devido acato e respeito de estilo à presença de
Vossa Excelência interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

com supedâneo nos artigos 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, para que delas
conheça o Egrégio Tribunal "ad quem", como de direito, tudo conforme a exposição e
razões que seguem:
Outrossim, requer que seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e suspensivo,
intimando-se a parte contrária para querendo, apresentar suas contrarrazões no prazo de 15
(quinze) dias, nos termos do art.1.010, § 1º do CPC e a remessa dos autos ao Tribunalde
Segundo Grau.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Belo Horizonte, 23 de abril de 2024

Kalina Teodoro da Costa

OAB/MG:196.084
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERIAS

Autos nº 5103415-96.2023.8.13.0024

Comarca de Belo Horizonte, 1ª Vara de Famíia

Apelante: JERESLÂNDIA L. RAIMUNDO

Apelados: VARLEI LUIS RIBEIRO DE ALMEIDA

DAS RAZÕES RECURSAIS

Colenda Câmara Cível

Eméritos Julgadores
A referida sentença proferida pelo juízo a quo na AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS / RITO PENHORA
proposta pela Apelante em face do Apelado, tendo sido HOMOLOGADO O ACORDO,
deve ser modificada in totem, em relação ao deferimento da gratuidade da justiça e não
arbitramento dos ônus da sucumbência uma vez o Apelado é empresário do ramo de
mecânica de automóveis, não demonstrou sua hipossuficiência, é capaz de prover o seu
próprio sustento e de ua família.

EXPOSIÇÃO DOS FATOS


O Apelado descumpriu o acordo, ID 10193239645, conforme manifestação ID
10212742890 e é um devedor contumaz de pensão alimentícia.
A presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência não é absoluta e pode ser
ilidida quando houver nos autos elementos que evidenciem falta de pressupostos legais
para concessão da justiça gratuita. - A Constituição Federal estabelece que o benefício da
gratuidade é deferido aos que comprovarem necessidade. - Se a parte não litiga sob o pálio
da justiça gratuita, não deve ocorrer suspensão da exigibilidade do pagamento das custas
e dos honorários recursais.

A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos do art. 99 §2º do
CPC, bem como, em atendimento à Recomendação Conjunta nº. 02/CGJ/2019, do Eg.
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, defere-se exclusivamente à aqueles que
comprovadamente fazem jus aos benefícios.

Ressalta-se que a aferição da pobreza legal, pelo Magistrado, é realizada mediante aplicação
analógica do critério previsto na Resolução n.º 01 de 2012 da Defensoria Pública de Minas
Gerais, que prevê em seu art. 1º que presume-se necessitada toda pessoa cuja renda mensal
individual não ultrapasse o valor de três salários-mínimos. Assim, caso a parte autora
permaneça inerte ou perceba renda superior a tal limite, fica desde já advertida que deverá
recolher as custas processuais, no prazo de 15 dias contados da presente intimação, sob pena
de extinção do feito por ausência de pressuposto processual, nos termos do art. 485, IV do
CPC.

O Apelado fica advertido que caso a declaração de pobreza seja infirmada, ficará sujeito
ao pagamento até o décuplo das custas processuais, tudo na forma do art. 100, parágrafo
único do CPC.

DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS


A verba honorária deve ser mantida quando compatível com a complexidade do feito e o
tempo de tramitação da demanda, respeitando-se os parâmetros previstos no art. 85, §2º,
do CPC.

Os honorários de sucumbência são pagos sempre por aquele que for vencido na causa.

Pela sistemática adotada pelo NCPC, ainda que haja vencedor e vencido nos dois pólos da
ação, o Juiz é obrigado a fixar os honorários sucumbenciais que cada parte terá que pagar
para a outra.Com isso, requer que o exequente seja o condenado aos honorários da
sucumbência nos termos do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil e art. principalmente
pelo zelo do profissional, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado por esta
causídica e o tempo exigido para o meu serviço.

I- DOS FUNDAMENTOS
A nobre julgadora deixou de exigir a comprovação de hipossuficiência e se limitou a
sentenciar nos seguintes termos:

``Já concedido o benefício da justiça gratuita à exequente, concedo também ao réu, sob o
fulcro do art. 90, § 3º, do CPC, o isentando das custas e demais despesas processuais``,
(ID 10202376038 - Sentença).

Como supramencionado nos autos, a apelante requer a modificação da sentença no que


tange à concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, direito à isenção do pagamento
das custas processuais e arbitramento de honorários sucumbenciais.

A concessão da assistência gratuita à pessoa natural, consoante o novo ordenamento


processual, exige elementos que permitam afastar a presunção presumida de veracidade
e isso não foi demonstrado nos autos.

Para que o pedido de concessão seja deferido, necessário assim que reste demonstrado que
o apelado não pode arcar com as custas e despesas processuais sem comprometer sua
subsistência ou de sua família.

Apenas a declaração de próprio punho, por si só, não é suficiente para comprovar ou atestar
a hipossuficiência.

Consoante o disposto no art. 5º, inciso LXXIV, da Carta Magna, aquele que requer a justiça
gratuita deve provar a situação de hipossuficiência deverá juntar aos autos o último
contracheque e/ou recibos de pro-labore, declaração de imposto de renda, ou certidão
negativa, se for o caso, do último exercício, certidão Negativa de Propriedade, a ser obtida
junto ao DETRAN/MG, a qual pode ser obtida gratuitamente junto ao website do
departamento, resultado da Pesquisa Eletrônica de Bens e Direitos, obtida junto à Central
Eletrônica de Registro de Imóveis do Estado de Minas Gerais – CRI/MG, dentre outros,
afim de corroborar com sua declaração de hipossuficiência.

Dispõe o art. 5º, inciso LXXIV, da CR/88; que “o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”(grifei).

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de


recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

(...)
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas
processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob


condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco)
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar
que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas


processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento;

De acordo com entendimento consolidado pelo colendo Superior Tribunal de Justiça, tem-
se que:

Registro do Acórdão Número: 1062586


Data de Julgamento: 22/11/2017
Órgão Julgador: 2ª Turma Cível
Relator: CARMELITA BRASIL
Data da Intimação ou da Publicação: Publicado no DJE : 05/12/2017.
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
PEDIDO FORMULADO NA PETIÇÃO INICIAL. NÃO APRECIAÇÃO PELO JUÍZO A
QUO. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO EM 2º GRAU. SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE DA VERBA SUCUMBENCIAL. A omissão do juízo a quo em apreciar
pedido de gratuidade de justiça formulado na inicial não impede a concessão do benefício
quando do recebimento do recurso de apelação, o qual, uma vez deferido, enseja a reforma
parcial da sentença, para que seja determinada a suspensão da exigibilidade da obrigação
de pagamento da verba sucumbencial, na forma do art. 98, § 3º, do CPC.
Decisão:
CONHECIDO. PROVIDO. UNÂNIME.

Entende-se, que o Requerido sendo empresário bem estabelecido na capital, não


comprovou seu estado de miserabilidade, pois notadamente não é.
Não obstante tenha sido inequivocamente demonstrado o direito apenas dos Autores, o
Juiz (íza) de primeiro grau ao deferir a gratuidade da justiça a pessoa que não é carente, e
que sequer juntou quaisquer tipos de provas de sua condição de miserabilidade fere os
princípios de igualdade entre as partes favorecendo a parte e abrindo precedente para que
litigantes em processo usem o poder judiciário para atender interesses particulares em
detrimento dos que realmente não possuem condições de arcar com as despesas
processuais por serem comprovadamente hipossuficientes bem como a litigância
predatória ou frívola.
Assim, entendo que a condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e ao
honorários sucumbenciais é medida que se impõe.
Com isso, o entendimento trazido na sentença não pode prosperar, pois vai contra o
Direito provado devendo ser parcialmente reformada para condenar o apelado ao
pagamento das custas e honorários sucumbenciais.

Por tudo exaustivamente demonstrado e por razão de justiça demonstrou-se e provou-se


que o Apelado deve ser condenado ao pagamento das custas e honorários sucumbenciais.

II. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE E TEMPESTIVISDADE

A apelante foi intimada da sentença aos 05/04/2024, ID 10202376038 tendo início o


prazo para interposição deste recurso no primeiro dia útil subsequente, de acordo com o
art.1.003 caput e §5º do CPC, sendo portanto tempestivo.
A Apelante deixa de juntar a guia de custas tendo em vista ser beneficiário do direito à
gratuidade da justiça, Despacho ID 9824959676 nos termos do art. 98, VIII do CPC.

III. DOS REQUERIMENTOS


Provou-se a ausência de demonstração de hipossuficiência do Apelado conforme provas
irrefutáveis
Por tudo exposto, requer-se que o presente recurso seja CONHECIDO, PROVIDO, e que
consequentemente, seja PARCIALMENTE REFORMADA A SENTENÇA ATACADA
para:
a) A procedência in totun do pedido, sendo o autor condenado às custas e despesas
processuais por ser medida de justiça;

b) Os honorários de sucumbência são pagos sempre por aquele que for vencido na
causa. Pela sistemática adotada pelo Novo CPC, ainda que haja vencedor e vencido
nos dois pólos da ação, o Juiz é obrigado a fixar os honorários sucumbenciais que
cada parte terá que pagar para a outra.Com isso, requer que o exequente seja o
condenado aos honorários da sucumbência nos termos do art. 85, § 2º, do Código
de Processo Civil e art. principalmente pelo zelo do profissional, a natureza e a
importância da causa, o trabalho realizado por esta causídica e o tempo exigido
para o meu serviço.

c) Reforma da sentença recorrida e que seja prolatada uma nova decisão;

d) A nulidade da sentença no quesito da gratuidade da justiça e condenação do


apelado aos honorários sucumbenciais;

e) Devido ao não cumprimento do acordo, ratifica-se todos os requerimentos por ser


medida de justiça!

f) Entendendo os nobres julgadores que acaso a declaração de pobreza seja infirmada,


ficará sujeito ao pagamento de até o décuplo das custas processuais, tudo na forma
do art. 100, parágrafo único do CPC.

Nestes termos, pede-se e espera deferimento, juntada e procedência nos termos da


presente, para todos os efeitos legais, destarte acreditando que assim procedendo, V. Exª
poderá sentir-se convicta, de estar cumprindo o honroso mister que lhe foi confiado (a),
distribuindo a salutar e soberana Justiça!

Dado, passado e assinado eletronicamente, na cidade de Belo Horizonte, Estado de


Minas Gerais, aos 23 de abril de 2024.

P.p
Kalina Teodoro da CostaOAB/MG
196.084

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