Aula Aquarela 30 de Outubro

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LÍNGUA

PORTUGUESA
NAIZE LAMEGO
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS
TECNOLOGIAS
LÍNGUA PORTUGUESA
COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 - APLICAR AS TECNOLOGIAS DA
COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO NA ESCOLA, NO TRABALHO E
EM OUTROS CONTEXTOS RELEVANTES PARA SUA VIDA.

• Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) podem ser definidas como o conjunto


total de tecnologias que permitem a produção, o acesso e a propagação de informações,
assim como tecnologias que permitem a comunicação entre pessoas.
H1 - IDENTIFICAR AS DIFERENTES LINGUAGENS E SEUS
RECURSOS EXPRESSIVOS COMO ELEMENTOS DE CARACTERIZAÇÃO
DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO.

• Linguagem
• O que é a linguagem:
• Linguagem é o sistema através do qual o ser humano comunica suas ideias
e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou de outros signos
convencionais.
TIPOS DE LINGUAGEM

• Linguagem verbal
• É aquela formada por palavras, seja na escrita ou na fala. Na linguagem do
cotidiano, por exemplo, o ser humano faz muito uso da linguagem verbal para
se comunicar.
• Os exemplos de linguagem verbal seriam: o diálogo entre duas pessoas, um
livro, uma carta, uma palestra, entre outros.
• Linguagem não-verbal
• É o tipo de linguagem que não contém palavras, mas possui recursos visuais. Os
exemplos de linguagem não-verbal seriam: imagens, placas, linguagem corporal, desenhos,
gestos.
• É importante salientar que a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais),
por mais que tenha sua base em gestos, não é considerada
uma linguagem e sim uma língua, conforme previsto no Art
1° da lei 10.436 de 24 de abril de 2012.
• Linguagem mista ou híbrida
•Linguagem mista é o uso da linguagem verbal e
não-verbal simultaneamente. Por exemplo, uma
história em quadrinhos integra, simultaneamente,
imagens, símbolos e diálogos.
La vie en Rose

ITURRUSGARAI,A. La Vie en Rose. Folha de S.Paulo, 11 ago. 2007.


Os quadrinhos exemplificam que as Histórias em Quadrinhos constituem um gênero textual
A) em que a imagem pouco contribui para facilitar a interpretação da mensagem contida no texto, como pode
ser constatado no primeiro quadrinho.
B) cuja linguagem se caracteriza por ser rápida e clara, que facilita a compreensão, como se percebe na fala do
segundo quadrinho: “</DIV> </SPAN> <BR CLEAR = ALL> < BR>
<BR> <SCRIPT>”.
C) em que o uso de letras com espessuras diversas está ligado a sentimentos expressos pelos personagens,
como pode ser percebido no último quadrinho.
D) que possui em seu texto escrito características próximas a uma conversação face a face, como pode ser
percebido no segundo quadrinho.
E) em que a localização casual dos balões nos quadrinhos expressa com clareza a sucessão cronológica da
história, como pode ser percebido no segundo quadrinho.
H2 - RECORRER AOS CONHECIMENTOS SOBRE AS LINGUAGENS DOS
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO PARA RESOLVER
PROBLEMAS SOCIAIS.

O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,

A) descrevendo a situação do país em relação à gripe suína.


B) alertando a população para o risco de morte pela Influenza A.
C) informando a população sobre a iminência de uma pandemia de Influenza A.
D) orientando a população sobre os sintomas da gripe suína e procedimentos
para evitar a contaminação.
E) convocando toda a população para se submeter a exames de detecção da
gripe suína.
H3 - RELACIONAR INFORMAÇÕES GERADAS NOS SISTEMAS DE
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO, CONSIDERANDO A FUNÇÃO
SOCIAL DESSES SISTEMAS.

• O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004, propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime e
gratuita, colocando à disposição de todos os usuários da Internet, uma biblioteca virtual que deverá constituir referência pa ra
professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. Esse portal constitui um ambiente virtual que permite a coleta, a
integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às
obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua
divulgação devidamente autorizada.
BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2009 (adaptado).

Considerando a função social das informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, o ambiente virtual descrito no texto exemplifica
A) a dependência das escolas públicas quanto ao uso de sistemas de informação.

B) a ampliação do grau de interação entre as pessoas, a partir de tecnologia convencional.

C) a democratização da informação, por meio da disponibilização de conteúdo cultural e científico à sociedade.

D) a comercialização do acesso a diversas produções culturais nacionais e estrangeiras via tecnologia da informação e da comunicação.
E) a produção de repertório cultural direcionado a acadêmicos e educadores.
H4 - RECONHECER POSIÇÕES CRÍTICAS AOS USOS SOCIAIS QUE SÃO
FEITOS DAS LINGUAGENS E DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO.

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a


questão das atividades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita
da língua. Esse comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se
fazem da linguagem, enfatizando ser necessário
A) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança
no uso da língua .
B) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza
na comunicação oral e escrita.
C) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para
escrever com adequação, eficiência e correção.
D) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se
tratando da modalidade escrita.
E) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da
língua para se expressar com alguma segurança e sucesso.
Veja, 7 maio 1997.
COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 -
COMPREENDER E USAR OS SISTEMAS
SIMBÓLICOS DAS DIFERENTES LINGUAGENS
COMO MEIOS DE ORGANIZAÇÃO
COGNITIVA DA REALIDADE PELA
CONSTITUIÇÃO DE SIGNIFICADOS,
EXPRESSÃO, COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO.
H18 - IDENTIFICAR OS ELEMENTOS QUE CONCORREM PARA A
PROGRESSÃO TEMÁTICA E PARA A ORGANIZAÇÃO E
ESTRUTURAÇÃO DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E TIPOS.
• Texto é toda informação
(escrita ou não) que faz
TEXTO sentido, usada para a
comunicação.

• Gêneros textuais são as manifestações linguísticas


GÊNERO usadas pelos usuários da língua conforme a situação
e o contexto de comunicação: carta, bilhete, e-mail,
TEXTUAL notícia, edital, bula de remédio, etc.

• Os tipos textuais são limitados e são cinco. Se


TIPOS referem à estrutura que o gênero vai empregar
TEXTUAIS para cumprir seu objetivo de comunicação
• Veja o Texto Verbal; Não-Verbal; e o Texto Misto
• Como vimos, um texto pode ser constituído apenas de linguagem verbal, como ocorre com
a notícia, a carta ou a anedota; nesse caso, ele é chamado de texto verbal.
• Também pode ser constituído de linguagem visual, como a fotografia e a pintura; ou de
linguagem musical, como uma música; ou da linguagem da dança, como um espetáculo de
balé. Nesses casos, ele é chamado de texto não-verbal.
• E pode, ainda, ser constituído pelo cruzamento de mais de uma linguagem, como, por
exemplo, das linguagens verbal e musical, como a canção. Nesses casos, temos os textos
em linguagem mista.
• O produto final de toda enunciação, feita em que linguagem for, é chamado de texto. Assim,
são textos: um gráfico, um cartum, uma pintura, uma melodia, um poema, um filme, uma
escultura, etc. em muitos casos, dependendo da situação, até mesmo o silêncio pode ser
considerado um texto.
TEXTO LITERÁRIO

• Texto literário • Características do texto literário

• O texto literário é um texto que não • O texto literário possui as seguintes


necessariamente é utilitário e que características:
pode gerar uma multiplicidade de
• ausência de função utilitária;
interpretações, pois é resultado da
subjetividade autoral. • predominância da conotação;
• perspectiva subjetiva;
• caráter ficcional.
TEXTO NÃO LITERÁRIO

• O texto não literário é • O texto não literário


escrito com um objetivo apresenta:
específico, como informar, • função utilitária;
por exemplo. Desse modo,
• predominância da denotação;
há uma grande diferença
entre um poema e uma • perspectiva objetiva;
notícia de jornal. • caráter não ficcional.
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis foi um dos maiores escritores brasileiros, tendo responsabilidade pela criação
da Academia Brasileira de Letras, onde foi presidente por dez anos. Machado de Assis também foi o responsável por
implantar no Brasil o Realismo na literatura por meio da observação da sociedade carioca da época em que baseava suas
obras.
Além de escritor, Machado também teve inúmeros cargos públicos, chegando até mesmo a ser diretor da
Diretoria do Comércio, na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Brasil. Suas principais
obras são hoje clássicos da literatura brasileira, tais como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”.
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/machado-assis.htm>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

A análise dos elementos constitutivos desse texto, como forma de composição, tema e estilo de linguagem,
permite identificá-lo como
• a) científico, pois investiga informações sobre a vida de Machado de Assis.
• b) jornalístico, pois dá a conhecer fatos relacionados ao autor brasileiro.
• c) didático, já que explica a importância das contribuições de Machado de Assis.
• d) ensaístico, já que discute fatos da vida do escritor.
• e) biográfico, pois narra a trajetória de vida de Machado de Assis.

H19 - ANALISAR A FUNÇÃO DA LINGUAGEM PREDOMINANTE
NOS TEXTOS EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE INTERLOCUÇÃO.

• As funções para a linguagem foram bem


caracterizadas em 1960, por um famoso
linguista russo chamado Roman Jakobson,
num célebre ensaio intitulado "Linguística e
Poética".
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

• ://www.canva.com/design/DAFgvl7p15U/oKP9gQ3YxG5T37MWjLWL7A/edit
Questão 15 (ENEM 2019)
O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visualização on-line, compartilhamento ou download (sob
licença Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altíssima resolução, além de livros, estudos e
pesquisas sobre a história da arte.
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das coleções on-line de acesso aberto, além de
democratizar a arte, vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor acredita que quanto mais
pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas
pessoais acontecerão aos museus.
A coleção está disponível em seis categorias: paisagens urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana,
moda e animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar pela
imagem em alta definição, basta clicar sobre
ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o download, disponível para obras de domínio público, é preciso
utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.
Disponível em: www.revistabula.com.Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza por
A) evidenciar a subjetividade da reportagem com base na fala do historiador de arte.
B) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o a conhecer as obras de arte.
C) informar sobre o acesso às imagens por meio da descrição do modo como acessá-las.
D) estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a fazer o download das obras de arte.
E) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da possibilidade de visualização on-line.
H20 - RECONHECER A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÔNIO LINGUÍSTICO
PARA A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA E DA IDENTIDADE NACIONAL.

• Patrimônio Linguístico é tudo o que está relacionado a


questões linguísticas de determinada sociedade, pois não
existe língua sem sociedade. No caso do Brasil, o Patrimônio
linguístico engloba as variações e variedades linguísticas
orais e escritas que fazem parte desse enorme mosaico
cultural.
“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade
“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu as
palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays e
travestis.
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É claro que eu não
vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho, eu falo de ‘acué’ o
tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, né?
Tá na internet, tem até dicionário...”, comenta.
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da língua afiada, lançado no ano de 2006 e escrito pelo
jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes revelando o significado das palavras do
pajubá.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação entre o
pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.
Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado).
Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio
linguístico, especialmente por
A) ter mais de mil palavras conhecidas.
B) ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.
C) ser consolidado por objetos formais de registro.
D) ser utilizado por advogados em situações formais.
E) ser comum em conversas no ambiente de trabalho.
•Competência de área 7 - Confrontar
opiniões e pontos de vista sobre as
diferentes linguagens e suas
manifestações específicas.
H21 - RECONHECER EM TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS, RECURSOS
VERBAIS E NÃO-VERBAIS UTILIZADOS COM A FINALIDADE DE CRIAR E
MUDAR COMPORTAMENTOS E HÁBITOS.

• Como Interpretar textos não-verbais


• Interpretar textos não verbais ou mistos envolve as seguintes
operações: analisar, explicar, identificar, comparar, etc. Porém esses
tipos de texto requerem do estudante sensibilidade para ler outros
códigos, como os gestos, as expressões fisionômicas, as cores, a
própria imagem, e aquilo que está nas entrelinhas.
Na tirinha da Mafalda, como a personagem pode criticar um programa de TV, se o
aparelho está desligado?

(Toda a Mafalda. Quino: [tradutores Andréa Stahel M. da Silva… et.al.]. – São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 3

Para fazer a Interpretação do Texto, é necessário ver “quadro a quadro”:


1º – Mafalda passa pela TV desligada;
2º – Considera o programa “uma droga”;
3º – Passa pela TV e percebe a tomada desconectada;
4º – Pede desculpa para a TV, pois “era força do hábito” .
• Interpretação do Texto da Tirinha: Conclui-se que a personagem considera
todos os programas ruins, porque nem mais os observa. Isso constitui um
julgamento prévio dela.
• Orientações para ler e Interpretar textos mistos:
• Olhe quadro a quadro;
• Perceba objetos, pessoas, atividades;
• Note frases e palavras;
• Observe se há intertextualidade;
• Considere as expressões faciais, os gestos, as cores e outros códigos não
verbais.
LINGUAGEM E PERSUASÃO
• Linguagem e persuasão são elementos da comunicação
presentes em vários tipos de discurso, sobretudo na
política e na publicidade.
• Você pode até não perceber, mas quando nos
comunicamos, seja oralmente, seja na modalidade escrita,
nosso discurso está permeado por uma função da
linguagem específica, responsável por denotar nossas
verdadeiras intenções. Quem sabe exatamente aonde
quer chegar com um determinado tipo de discurso
também conhece o funcionamento adequado dos
elementos da comunicação.
• É importante observar que a linguagem e a persuasão são elementos que
podem estabelecer uma conexão indissociável. Quando somos persuadidos
por um tipo de discurso, não estamos sendo apenas convencidos sobre alguma
coisa, estamos transformando e substituindo valores extremamente subjetivos.
A persuasão extrapola a ideia de convencimento, pois é um ato associado a um
discurso ideológico, subjetivo e temporal. São argumentos capazes de modificar
nossos pensamentos e ações, e não apenas um artifício criado para nos fazer
comprar algo ou alguma ideia.
(ENEM MEC/2022)

Disponível em: http://viva-porto.pt. Acesso em: 24 nov. 2021 (adaptado).

• A articulação entre os elementos verbais e os não verbais do texto tem como propósito desencadear a:
• A) revisão de representações estereotipadas de gênero.
• B) ratificação de comportamentos femininos e masculinos.
• C) retomada de opiniões a respeito da diversidade dos papéis sociais.
• D) adoção de medidas preventivas de combate ao sexismo.
• E) identificação de distinções entre mulheres e homens.
H22 - RELACIONAR, EM DIFERENTES TEXTOS, OPINIÕES,TEMAS,
ASSUNTOS E RECURSOS LINGUÍSTICOS

• "A argumentação é um recurso linguístico usado para influenciar o leitor sobre um ponto
de vista ou uma opinião. Os operadores argumentativos compõem a construção linguística
dos argumentos, sendo também conhecidos por dar linearidade e sequência no raciocínio.
• A argumentação pode ser feita pelos seguintes tipos: argumento de autoridade, argumento
histórico, argumento de exemplificação, argumento de comparação e argumento de
raciocínio lógico.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS

• A argumentação apresenta, em sua construção, um


elemento linguístico essencial em sua elaboração: os
operadores argumentativos. Eles correspondem a um
conjunto de conjunções, advérbios e expressões de ligação
que estabelecem uma diversidade de relações. Assim, a
depender do tipo de relação que o operador argumentativo
estabelece, ele pode ser classificado de maneira específica.
• Junção: faz um acréscimo de argumentos em favor ou contra uma conclusão. Os mais
conhecidos são: e; e nem; e também; como também; mas também; tanto… como; além de;
além disso; ainda etc.
• Exemplo: Ele foi e não voltou.
• Oposição: faz uma relação de termos/frases/orações com orientações opostas. Geralmente é
representado por: mas; porém; contudo; todavia; entretanto; no entanto etc.
• Exemplo: O governo fez altos investimentos em educação, mas o Brasil ainda ocupa os piores
lugares nos rankings internacionais.
• Causa: os enunciados se apresentam como causa ou explicação para que outro ocorra. Os
principais operadores são: porque; pois; como; por isso que; já que; visto que; uma vez que etc.
• Exemplo: Devemos racionar o consumo de água, pois ela está em extinção.
• Condição: apresenta um enunciado como sendo condição para que outro ocorra. Os
operadores mais conhecidos são: se; caso; desde que; contanto que; a menos que; a não ser
que etc.
• "Exemplo: Desde que você estude, poderá ser aprovado no exame.
• Comparação: utilizada com frequência para se estabelecer uma relação comparativa de igualdade,
superioridade ou inferioridade. Os conectivos utilizados são: tão… quanto; tão menos… quanto; tão
mais… quanto; tanto quanto; menos… (do) que; mais … (do) que.
• Exemplo: As instituições são tão importantes quanto as pessoas.
• Finalidade: constrói uma ideia de propósito por meio dos seguintes operadores: para; a fim de; com o
objetivo de; com o intuito de; com o propósito de; com a intenção de etc.
• Exemplo: A teoria foi desenvolvida a fim de explicar determinados fenômenos nas relações sociais.
• Conclusão: corresponde ao fechamento de uma ideia, envolvendo um raciocínio geral ou específico de
uma questão apontada. Apresenta-se com os seguintes operadores: portanto; logo; então; assim; por
isso; por conseguinte; de modo que; em vista disso; pois (após o verbo).
• Exemplo: Foucault, portanto, defende a ideia de uma sociedade construída por meio de uma série de
mecanismos de controle.
• Tipos de argumentação
• Existem várias formas de se construir a argumentação em um texto.
• 1) Argumento de autoridade: é quando se utiliza uma personalidade de determinada área ou instituição
conceituada de pesquisa para reforçar as ideias e persuadir o leitor sobre uma opinião.
• Exemplo: Segundo pesquisa do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de
São Paulo (Made/USP), 1% dos homens brancos ricos recebe mais do que todas as mulheres negras do Brasil.
• 2) Argumento histórico: utiliza como forma de comprovação uma série de acontecimentos e fatos históricos
que remetem ao tema em discussão.
• Exemplo: Os problemas de desigualdade social no país nos remetem às práticas racistas herdadas pelas
instituições e pela população desde o período escravista, com início no século XVI.
• 3) Argumento de exemplificação: pode apresentar, por exemplo, narrativas cotidianas para evidenciar um
problema e, assim, ajudar na fundamentação do ponto de vista.
• Exemplo:A violência contra a mulher pode ser percebida, em termos práticos, por exemplo, nas sucessivas
agressões sofridas por Maria da Penha durante o seu casamento; hoje, além de ela ser uma ativista pela causa,
tem seu nome designando a lei de proteção às mulheres.
• 4) Argumento de comparação: faz um comparativo entre ideias distintas a fim de construir um
ponto de vista apontando semelhanças ou diferenças entre as noções comparadas.
• Exemplo: Na Finlândia, as melhorias na educação passaram, nos últimos 20 anos, pelo menos,
por uma sucessão de políticas voltadas para a valorização do professor e capacitação
profissional. Já no Brasil, o piso nacional continua muito abaixo da média nacional e há um
déficit na formação de boa parte dos profissionais.
• 5) Argumento por raciocínio lógico: uma forma de compor as ideias com base nas relações de
causa e efeito, gerando uma interpretação que pode ir de encontro com a tese defendida.
Exemplo: O aumento da pena e da lógica punitiva no sistema penal em outras regiões do
globo não resultou em uma diminuição da violência, logo, o aumento da pena e a maior rigidez
no sistema brasileiro devem gerar as mesmas consequências.
QUESTÃO 35 (ENEM 2022)
Ser cronista
Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto.
Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para
o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.
E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve
publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para o
jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer,
para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que
fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna
ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos
meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e
agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente.
LISPECTOR, C. In:A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora questiona características do gênero crônica, como
A) relação distanciada entre os interlocutores.
B) articulação de vários núcleos narrativos.
C) brevidade no tratamento da temática.
D) descrição minuciosa dos personagens.
E) público leitor exclusivo.
H23 - INFERIR EM UM TEXTO QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DE SEU
PRODUTOR E QUEM É SEU PÚBLICO ALVO, PELA ANÁLISE DOS
PROCEDIMENTOS ARGUMENTATIVOS UTILIZADOS.

• Aqui, é essencial que a pessoa identifique qual o tipo de


discurso que está sendo utilizado no texto. “A base
argumentativa sustenta a posição de um enunciador, que trabalha
os recursos argumentativos dependendo de quem é o público
alvo” e, por isso, o estudante precisa ser capaz de identificar as
especificidades de cada discurso.
TEXTO E DISCURSO
• A título de conceituarmos a palavra “texto”, vale mencionar que se afirma por uma unidade
linguística, uma vez materializada (por isso, concreta), a qual se traduz por meio da fala ou
por meio da escrita, dotada, pois, de uma intencionalidade comunicativa, de uma intenção por
meio da relação enunciador/enunciatário.
• No entanto, um texto não se faz apenas de aspectos materiais, os quais se representam,
como antes dito, pela oralidade ou pela escrita. Ele, porém, constitui-se de outro aspecto, tão
importante quanto necessário, chamado discurso. Ele, por sua vez, não tão palpável assim,
engloba outros aspectos, os quais, muitas vezes, somente se tornam perceptíveis por meio
das inferências, que também representam uma habilidade indispensável a todos nós imersos
na condição de interlocutores.
• Inferimos, literalmente afirmando, que a situação comunicativa, uma vez
materializada pelo discurso verbal e não verbal, constitui-se de uma carga
ideológica bastante significativa, ou seja, no mundo capitalista em que vivemos,
o que realmente interessa não são os valores morais, espirituais, humanos, mas
sim aqueles que “servem para alguma coisa”, como afirma o próprio
personagem da tira. Nesse sentido, equivale dizer que tais aspectos se integram
ao que chamamos de discurso. Vale afirmar, portanto, que além dos elementos
de ordem palpável, como letras e imagens, existem também aqueles
relacionados ao sentido, os quais dão sustentabilidade e participam de forma
ativa na construção da mensagem. Isso é discurso!!!
• QUESTÃO 42
10 de maio
Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu
teria ido na delegacia na primeira intimação. [...] O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me
que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidade de delinquir do que tornar-se util a
patria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio
Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso
resolver nem as minhas dificuldades....
O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome.A fome tambem é professora.
Quem passa fome aprende a pensar no próximo,e nas crianças.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a autora faz uma reflexão em que transparece a
A) lição de vida comunicada pelo tenente.
B) predisposição materna para se emocionar.
C) atividade política marcante da comunidade.
D) resposta irônica ante o discurso da autoridade. E necessidade de revelar seus anseios mais íntimos.
H24 - RECONHECER NO TEXTO ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
EMPREGADAS PARA O CONVENCIMENTO DO PÚBLICO,TAIS COMO
A INTIMIDAÇÃO, SEDUÇÃO, COMOÇÃO, CHANTAGEM, ENTRE
OUTRAS.

• Esse tópico está mais voltado para o entendimento das linguagens usadas
nos textos argumentativos, cuja função é convencer por meio das mais
variadas possibilidades de argumentação. A forma como é escrito pode
levar à sedução, como é o caso do discurso publicitário e do religioso.

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