Relatorio Experimental 03

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

– CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA


COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – COEEL
DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS (ENGV08)

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA


Exp. 03: Retificador de Onda Completa

Equipe: Arthur Aguiar e Mateus Soares;


Professor Responsável: Marcelo
Mendonça dos Santos
Semestre: 5º período
Data de execução: 29/02/2024

Vitória da Conquista, 2024


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DA BAHIA – CAMPUS VITÓRIA DA
CONQUISTA
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – COEEL
DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS (ENGV08)

RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA

RESUMO: O presente relatório é uma descrição analítica do experimento


03 sobre retificadores de onda completa. Nesse contexto, a prática foi
dividida em duas partes: retificador de onda completa c/ Tap simples e
ponte de diodo, respectivamente.

1 – INTRODUÇÃO
Em suma, um retificador de onda completa é um circuito eletrônico
usado para converter corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC). Sua
entrada é geralmente uma tensão alternada, como a fornecida pela rede
elétrica – 220VCA no estado da Bahia. Ele realiza essa conversão usando tanto
a parte positiva quanto a negativa do ciclo da onda alternada, através tap
central com dois diodos (mais simples) ou quatro, no caso do arranjo em ponte.
Este último é comumente utilizado em fontes de alimentação ca/cc, drivers,
inversores de frequência, reguladores de tensão, etc.

Nesse contexto, no arranjo mais simples, um Trafo de tap central reduz


o sinal senoidal a um nível de tensão mais baixo, então aplicado ao circuito de
dois diodos, cada com polaridade invertida com relação ao outro. Assim,
durante o semiciclo positivo, enquanto o diodo diretamente polarizado permite
o fluxo de corrente, o outro barra o fluxo, pois está com polaridade reversa.
Contudo, na metade negativa da onda, o dispositivo que estava em reversa,
passa a ter polaridade direta e retifica essa outra metade, ao passo que o
primeiro volta a bloquear passagem.
Figura 1 - Circuito Equivalente (esquerda) e forma de onda completamente retificada
(direita).

Fonte: Adaptado de MALVINO (2016).

No que tange à ponte de diodos, quatro diodos são conectados de forma


específica, em losango, como na figura 2. Esta configuração permite que a
corrente flua na mesma direção através do circuito, para produzir uma saída
unidirecional, como o de tap central.

Figura 2 - Arranjo em Ponte de diodos, caminho da corrente no ciclo (+) e condução em


(-), respectivamente.

Fonte: Adaptado de BOYLESTEAD (2013).

Durante a metade positiva do ciclo da onda alternada, dois dos diodos


(D2 e D3) na ponte retificadora conduzem, permitindo que a corrente flua na
direção desejada através do circuito. No ciclo negativo, o outro par (D1 e D4),
direciona o fluxo de corrente, enquanto o par anterior está bloqueando-a. Isso
garante que a saída seja sempre positiva em relação ao terra, fornecendo uma
forma de onda retificada completa.

Após a retificação, a forma de onda ainda pode ter alguma ondulação ou


variação na saída devido à natureza pulsante do sinal retificado. Para obter
uma saída mais suave e contínua, geralmente é adicionado um capacitor de
filtro à saída do retificador. Esse capacitor armazena carga durante os picos de
tensão e a libera durante os vales, ajudando a suavizar a saída.

2 – OBJETIVOS
• Verificar o funcionamento dos Retificadores de Onda Completa;
• Observar a forma de onda dos retificadores de Onda Completa;
• Comparar as formas de onda e grandezas dos circuitos retificadores;
• Comprovar a Lei de Kirchhoff para tensão em circuitos retificadores;
• Comprovar as frequências dos diodos, da carga e do transformador nos
retificadores;
• Comparar as grandezas dos três circuitos retificadores

3 – MATERIAIS E PROCEDIMENTOS
3.1 – Material Utilizado
• Transformador CA Bit 9;
• Transformador com Tap Central;
• 01 Osciloscópio;
• 01 Multímetro de bancada;
• 03 Cabinhos de conexão do Bit 9;
• 03 Pontas de Prova com garra (tipo jacaré);
• 02 Pontas de Prova de osciloscópio;
• 01 Par de Pontas de Prova do multímetro;
• 01 Placa de contatos (Protoboard);
• 01 Resistores 5,6KΩ;
• 04 Diodo 1N4007 (ou equivalente).

3.2 – Procedimentos Experimentais


O experimento consiste em dois circuitos montados para verificar o
funcionamento dos Retificadores de Onda Completa; retificador de tap central,
com dois diodos 1N4007 e um resistor de 5,6k ohms; Retificador em Ponte,
com 4 diodos 1N4007 e um resistor de 5,6k ohms. Ambos foram montados em
um protoboard, ligados a uma fonte de tensão AC. Foi utilizado um multímetro
e um osciloscópio para medição dos dados.
3.2.1 – Circuito com Tap Central
O circuito com Tap Central foi montado com a configuração da figura 1.
Em seguida, foi conectado com o 5V + 5V do transformador do Bit 09 aos furos
laterais do conector (vermelho, preto e verde) do protoboard, com os cabinhos
de conexão do próprio Bit 09, e desses conectores a entrada do circuito
retificador, terminais dos diodos e do resistor de carga, com auxílio dos cabos
de conexão (tipo jacaré). Esse tipo de retificador utiliza um transformador com
tomada central (center trap). Os diodos são ligados em cada uma das saídas
opostas ao center trap e, como resultado, obtêm-se duas tensões defasadas de
180° entre si.

Figura 3 – montagem do retificador com Tap Central no protoboard

Em seguida, foi utilizado o osciloscópio na escala 10x.

Figura 4 - Medição do experimento 1 no osciloscópio


Ao observar a ondulação no osciloscópio, da Figura 4, notamos que o
sistema não foi retificado para corrente contínua, porque Vmin < 0V, o que não
deveria ter acontecido. Com o auxílio do professor, conseguimos descobrir que
havia uma falha no osciloscópio, que não indicou os dados corretos. O correto
seria que Vmin fosse zero, visto que o circuito retifica a onda para corrente
contínua.

3.2.2 – Circuito em Ponte


O circuito em Ponte, da figura 2, foi conectado com o transformador (5V)
do Bit 09 aos furos laterais do conector (vermelho e preto) do protoboard, com
os cabinhos de conexão do próprio Bit 09, e desses conectores a entrada do
circuito retificador, terminais dos diodos, com cabos de conexão (tipo jacaré).
Em seguida, foram obtidos os dados no osciloscópio:

Figura 5 - Medição do experimento 2 no osciloscópio

Ao observar a ondulação no osciloscópio, da Figura 5, verificamos o


mesmo problema na Figura 4 do experimento 1, onde Vmin < 0V, devido a uma
falha no osciloscópio. Assim como no experimento 1, o correto seria que Vmin
fosse zero, visto que o circuito retifica a onda para corrente contínua.
4 – DADOS E ANÁLISE
4.1 – Resultados Experimentais
Tabela 1 - Dados experimentais com Retificador de Onda Completa.

Valores Teóricos Multímetro Osciloscópio


VRMS 1º 30V 32V 31,9V
VPP 1º 2.√2.VRMS 1º = 84V --- 87,2V
VRMS 2º --- 7V 6,85V
VPP 2º 2.√2.VRMS 2º = 19,8V --- 19,3V
IL DC VPP L/(RL.π)=0,34mA 0,25mA ---
fTRAFO 60Hz --- 60Hz
fD1 60Hz --- 60,1Hz
fD2 60Hz --- 59,97 Hz
fL 120Hz --- 121,3Hz
VRMS L 2 VPP L/ π= 3,82V --- 2,96V
VPP L VPP 2/4-0,7= 6V --- 4,4V
PIV D1 VPP/2=9,9V --- 5,84V
PIV D2 VPP/2=9,9V --- 9,52V

Tabela 2 - Dados da prática com Ponte de Diodos

Valores Teóricos Multímetro Osciloscópio


VRMS 1º 30V 32V 31,9V
VPP 1º --- --- 87,2V
VRMS 2º (VPP2/2)/√2= 6,72V 7V 7,01V
VPP 2º 2.√2.VRMS2 = 19,01V --- 19 V
IL DC (2.VPPL)/(RL.π)= 0,98mA ---
0,8mA
fTRAFO 60Hz --- 60Hz
fD1 60Hz --- 60,1Hz
fD2 60Hz --- 59,97 Hz
fD3 60Hz --- 60,38 Hz
fD4 60Hz --- 59,62 Hz
fL 120Hz --- 120,91Hz
VRMS L 2.(VPP L))/π= 5,47V --- 5,6V
VPP L √2.VRMSL- 0,7= 7,03V --- 8,6V
PIV D1=D2=D3=D4 √2.VRMS2= 9,5V --- 9,21V

Tabela 3 - Comparação Experimental entre os Retificadores.

Valores Meia Onda Tap Central Em Ponte


VPP 2º 19,3V 19,3V 19 V
VRMS 2º 6,85V 6,85V 7,01V
fTRAFO 60,1Hz 60 Hz 60 Hz
fL 59,8Hz 121,3Hz 120,91Hz
fDiodo 60Hz 59,97 Hz 60,38 Hz
VRMS L 4,7V 2,96V 5,6V
VPP L 9,39V 4,4V 8,6V
IL DC 0,53mA 0,25mA 0,93mA
PIV 10,3V 5,84|9,52V 9,21V

4.2 – Respostas ao Questionário de Roteiro 03


1. Os dois semiciclos que compõe a onda senoidal passam para a
carga, contudo, apenas com polaridade positiva. Enquanto 1 ou
dois diodos conduzem no semi-ciclo positivo, outros dois,
conduzem, no ciclo negativo, mas retificam a onda, para que
tenha somente parte positiva, pois estão diretamente polarizados
no sentido da corrente.
2. - A tabela 1 contém as medidas do retificador de tap central, na
qual dois diodos retificam a onda, porém, contém uma taxa maior
de erro entre valores práticos e teóricos. Também contém uma
diferença enorme no PIV dos diodos, deveria ser igual.
- No que tange a segunda, que representa a ponte, a distorção
entre dados experimentais e calculados é muito menor,
compreendendo medições mais eficientes, além da corrente ter
sido maior.
3. - No Trafo de tap central, a onda possui um formato senoidal,
alternando entre pico negativo e positivo.
- Após passar pelos dois diodos, a onda é completamente
retificada, sem corte, apenas valores positivos chegam na carga.
- Quanto ao experimento da ponte de diodos, a forma de onda é a
mesma, entretanto, são dois diodos retificando o sinal de tensão
em cada semiciclo (4 no total).
- Em ambos os casos, a amplitude da onda é menor na carga
retificada do que no Trafo
4. Nos dois casos, a frequência de oscilação na carga é muito maior
(dobro) do que o sinal que chega no retificador. Isso é devido ao
funcionamento do retificador, na qual os dois semiciclos são
retificados. Logo, há dois pulsos de tensão/corrente na carga –
sinal CC pulsante – a cada oscilação completa do sinal da fonte.
5. A defasagem entre os diodos nos retificadores de onda completa
ocorre na seguinte forma: eles são ativados em pares (ponte) ou
um por vez (tap central), afinal, no momento em que um conduz,
o outro par está cortando o sinal, para manter a positividade do
sinal em cada semiciclo.
6. Nos dois retificadores, assim como qualquer circuito elétrico, é
possível aplicar a Lei das Malhas e Lei dos Nós, de Kirchhoff,
para determinar somatório de tensões e correntes. No entanto,
devem ser levados em conta a defasagem de ativação entre o par
ou pares de diodo, durante cada semiciclo – possivelmente
separando as análises por semiciclos. Como alguns valores de
tensão possivelmente estão equivocados no circuito de tap
central, a soma das tensões pode ser diferente de zero.
7. Esses valores são maiores do que a tensão de operação (0,7V),
ou o dobro dela (1,4V), que é necessário para os portadores de
carga romperem a barreira de depleção e retificar o sinal,
portanto.

8. Se um dos diodos do retificador de onda com tap central for


desconectado, o circuito passará a operar como um retificador de
meia onda. Isso ocorre porque apenas metade do ciclo de entrada
será retificada, seja a metade positiva ou a negativa, dependendo
de qual diodo está funcionando.
O retificador de ponte depende da operação de todos os quatro
diodos para retificar corretamente o ciclo completo da onda de
entrada. Se um dos diodos for desconectado, a operação do
circuito será interrompida ou severamente comprometida, já que o
circuito não será capaz de retificar todo o ciclo de entrada
corretamente.
9. Sim. Se a tensão de saída apresentar picos tanto positivos quanto
negativos, então é um retificador de onda completa. Se a tensão
de saída apresentar picos apenas em uma polaridade, então é um
retificador de meia onda.
10. O retificador que apresenta o maior valor de tensão média na
saída é o retificador de onda completa com ponte de diodo. Isso
ocorre devido à sua capacidade de utilizar todos os diodos
disponíveis para retificar o ciclo completo da onda de entrada,
sem a necessidade de um ponto médio como no retificador de tap
central.
11. O retificador em ponte é considerado superior aos retificadores de
meia onda e de onda completa com tap central devido à sua
eficiência, estabilidade de saída e menor ripple. Ao utilizar todos
os quatro diodos disponíveis para retificar o ciclo completo da
onda de entrada, o retificador em ponte oferece uma tensão
contínua mais estável e consistente, com menos oscilações. Além
disso, sua implementação é relativamente simples, exigindo
apenas uma configuração de diodos em ponte, o que resulta em
uma solução robusta e econômica para a retificação de corrente
alternada em uma variedade de sistemas eletrônicos.

5 – CONCLUSÃO
Tendo em vista às discussões anteriores, acerca da realização do
experimento em questão, conclui-se que os retificadores de onda completa são
mais eficientes do que o de meia onda, pois convertem todos os semiciclos em
corrente cc pulsante. Nesse sentido, a frequência na tensão da carga é o dobro
do sinal de entrada, devido a implementação de um ou mais diodos, com
defasagem de ativação.
Contudo, no contexto prático, verificou-se que o valor de PIV dos diodos
no retificador de tap central está distorcido com relação à previsão teórica,
assim como outras medidas RMS dessa etapa. Já no circuito em ponte, as
medições reais se aproximam muito do previsto em teoria. Vale ressaltar que a
corrente DC na carga após a ponte possui o maior valor, comparado aos outros
circuitos. Tudo isso, torna evidente as vantagens de aplicação dos circuitos
retificadores, que são a base de qualquer equipamento eletrônico. Ainda assim,
é possível implementar um filtro capacitivo, para tornar o sinal pulsante,
portanto, mais próximo da tensão puramente contínua.

6 – REFERÊCIAS
MALVINO, Albert. Eletrônica [recurso eletrônico] / Albert Malvino, David
J. Bates ; tradução: Antonio Pertence Jr. – 8. ed. – Porto Alegre : AMGH,
2016. v.1.

Boylestad, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos /


Robert L. Boylestad, Louis Nashelsky; tradução Sônia Midori Yamamoto;
revisão técnica Alceu Ferreira Alves. – 11. ed. – São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.

RETIFICADORES. Prof. Marcelo Wendling. Disponível em:


<https://www.feg.unesp.br/Home/PaginasPessoais/ProfMarceloWendling
/3---retificadores.pdf> Acesso em 02 de março de 2024.

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