Resumo Psicossomática
Resumo Psicossomática
Resumo Psicossomática
Portanto este tema visa buscar os pontos de interseção das duas disciplinas:
Não é por acaso que a psicanálise mal conseguiu construir uma linguagem própria para
expressar seus conceitos específicos e toma seguidamente empréstimos de outras ciências,
humanas e naturais. Como também ter-se prestado como laboratório de infindas elucubrações
intelectuais sobre o homem. Conforme Freud expôs em sua teoria estrutural: é o momento em
que a carne se faz verbo, ou seja, em que id se transforma em ego (ou isso se transforme em
mim).
Nada tão absolutamente psicossomático quanto essa
transformação e nada tão decididamente psicanalítico
quanto o conhecimento dessa transformação. Eis o ponto
chave da interseção da Psicanálise com a Medicina
Psicossomática.
Eis o esboço das interseções da psicanálise com a medicina psicossomática, com alguns
vislumbres de como a mente e o corpo estão ligados na teoria, como se articulam para
produzir prazer, sofrimento, saúde, lesão ou doença.
Assim o luto pode ser luto patológico nas identificações simbólicas com o morto; o corpo altera a
imunidade para se adaptar a uma ecologia percebida como estéril, mas pode estar repleta de
microorganismos; as perdas emocionais empobrecem o ego, vulnerabilizando desta forma o
corpo, na medida em que seu espaço simbólico carece de objetos amorosos e protetores; enfim,
o mundo pode ser vivido como sendo um lugar de estresse insuportável, ou, ao contrário, um
lugar idealizado, onde, igualmente, o organismo acaba lesado por não conseguir acionar
defesas indispensáveis.
A razão do êxito é um psicanalista que não faz psicanálise. O psicanalista no hospital não esta
ali para fazer psicanálise, mas para ser psicanalista. E se puder diferencial claramente uma
coisa e outra, talvez possa abrir uma perspectiva inteiramente inusitada, não só no papel do
psicanalista na patologia somática, como na própria arte de psicanalisar.
3 – Psicanálise e Psicanalista:
Há, pois quatro grandes áreas do conhecimento e da prática médica que têm especial interesse
para o psicanalista:
4ª – Refere-se a área da prevenção – esse aponta para o futuro, sobre toda a investigação
psicanalítica realizada a respeito do desenvolvimento humano, que o modelo básico preventivo,
do qual podemos derivar todos os demais, é aquele em que representamos um bebê instalado
com segurança no colo de uma mãe sadia.
5 – Psicossomática e Psicanálise:
A tentativa de reduzir o fenômeno orgânico à dinâmica dos processos mentais, tratando-o como
expressão linear de um conflito endopsíquico e, portanto, suscetível de interpretação de
conteúdo inconsciente, é uma inadequação clínica que pode levar a riscos iatropatogênicos
consideráveis. Pois mobiliza atividade pulsional que, invadindo um ego debilitado e
desorganizado pela doença física, amplia a lesão do corpo.
É aqui que vemos a importância da construção do setting ( ambiente clínico) como elemento
essencial do próprio ato terapêutico, na medida em que facilita elementos de relação
simbiótica necessários à recuperação do ego, lesado por fundas feridas narcísicas
desencadeadas pela lesão orgânica.