TCC - Produção de Bioplásticos Biodegradáveis

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

JHENIFER SCARLET DE SOUZA MONTEIRO


THAUAN DE SOUZA MARQUES

PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS

MARINGÁ
2024
JHENIFER SCARLET DE SOUZA MONTEIRO
THAUAN DE SOUZA MARQUES

PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Engenharia Química da
Universidade Estadual de Maringá, como um dos
requisitos para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Química.
Orientador: Prof. Dr. José Eduardo Olivo.

MARINGÁ
2024
JHENIFER SCARLET DE SOUZA MONTEIRO
THAUAN DE SOUZA MARQUES

PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Engenharia Química da
Universidade Estadual de Maringá, como um dos
requisitos para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Química.
Orientador: Prof. Dr. José Eduardo Olivo.

Aprovado em: Maringá, ____ de _______ de _____.

_____________________________
Prof. Dr. José Eduardo Olivo
_____________________________
Prof. Dr. Leandro Vitor Pavão
_____________________________
Profa. Dra. Bruna Gonçalves de Souza
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pelo discernimento e pela fortaleza para superar as dificuldades ao


longo desta jornada.

Expressamos nossa gratidão às nossas famílias pelo incentivo, apoio e por tornarem nossas
conquistas possíveis. Mesmo diante de suas próprias limitações, proporcionaram as melhores
condições para que pudéssemos concluir mais uma etapa importante de nosso
desenvolvimento pessoal e profissional.

Aos Professores Dr. José Eduardo Olivo (Orientador), Dr. Leandro Vitor Pavão, Dra. Bruna
Gonçalves de Souza e aos demais professores do Departamento de Engenharia Química,
agradecemos pelo conhecimento compartilhado e por toda a orientação nos momentos de
dúvida.

À Universidade Estadual de Maringá - UEM, somos gratos por proporcionar um ambiente de


aprendizado e amadurecimento, viabilizando oportunidade únicas e por todo o apoio
oferecido.

Aos nossos amigos e colegas de graduação, que foram companheiros de trabalho e parte
fundamental de nossa formação, agradecemos por estarem presentes em nossas vidas e por
compartilharem essa jornada.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para nossa formação, nosso sincero
agradecimento.
Este trabalho é dedicado a todos nossos
familiares, em especial a memória de Iracy
Teixeira de Souza que lutou bravamente pelo
conhecimento durante seus vinte e oito anos
como professora pública, e que mesmo depois de
sua partida foi uma inspiração para continuar
acreditando no poder da educação.
RESUMO

O poliácido lático (PLA) é um bioplástico biodegradável, derivado do ácido lático, com


propriedades semelhantes às dos plásticos de origem fóssil mais comumente utilizados em
todo o mundo. Nos últimos anos, houve um aumento significativo na demanda e produção
global do PLA, demonstrando o potencial do polímero para substituir os plásticos
convencionais derivados do petróleo, especialmente nas indústrias de embalagens, automotiva
e alimentícia.

Nesse contexto, este estudo relata os resultados de uma avaliação da viabilidade técnico-
econômica para a produção anual de 100.000 toneladas de poliácido lático (PLA), utilizando
ácido lático derivado da fermentação bacteriana do melaço da cana-de-açúcar. O objetivo é
fornecer resina bioplástica biodegradável tanto para o mercado brasileiro quanto internacional.
Foram avaliados os métodos de produção e o potencial dos mercados locais e internacionais.

A rota escolhida para a obtenção do PLA envolveu a polimerização por abertura do anel do
lactídeo (ROP), após o processo tradicional de fermentação para produção do seu monômero,
o ácido lático. Para validar essa escolha, foram realizadas simulações e balanços de massa e
de energia dos processos de produção. Os resultados mostraram conversões de açúcares do
melaço em ácido lático de aproximadamente 85% e de ácido lático em PLA superiores a 79%.

Para o cenário base analisado neste estudo, o VPL obtido foi de US$ 47.640.716,06, com uma
TIR de 20% e um período de payback de 10,10 anos. Após análise do ponto de equilíbrio,
constatou-se que os custos variáveis, especialmente relacionados à matéria-prima, e os custos
diretos, principalmente com equipamentos, bem como a alta carga tributária sobre a indústria
brasileira, exercem um impacto significativo no desempenho econômico da planta.

No entanto, melhorias na eficiência dos processos e a redução dos custos poderiam contribuir
para o aprimoramento da viabilidade técnico-econômica do projeto. É importante ressaltar
que a identificação de um método de produção de PLA tecnicamente viável, rentável e
ecologicamente sustentável, utilizando recursos de base biológica como o melaço da cana-de-
açúcar, pode ser um passo significativo em direção a uma bioeconomia circular no futuro.

Palavras-Chave: ácido lático; PLA; fermentação bacteriana, ROP, melaço.


ABSTRACT

Polyactic acid (PLA) is a biodegradable bioplastic derived from lactic acid, with properties
similar to those of fossil-based plastics commonly used worldwide. In recent years, there has
been a significant increase in global demand and production of PLA, demonstrating the
polymer's potential to replace conventional petroleum-derived plastics, especially in the
packaging, automotive, and food industries.

In this context, this study reports the results of a technical-economic feasibility assessment for
the annual production of 100,000 tons of polyactic acid (PLA), using lactic acid derived from
bacterial fermentation of sugarcane molasses. The aim is to supply biodegradable bioplastic
resin to both the Brazilian and international markets. Production methods and the potential of
local and international markets were evaluated.

The chosen route for obtaining PLA involved ring-opening polymerization (ROP) after the
traditional fermentation process to produce its monomer, lactic acid. To validate this choice,
simulations and mass and energy balances of the production processes were conducted. The
results showed conversions of molasses sugars into lactic acid of approximately 85% and
lactic acid into PLA exceeding 79%.

For the base scenario analyzed in this study, the NPV obtained was US$ 47.640.716,06, with
an IRR of 20% and a payback period of 10,10 years. After analyzing the break-even point, it
was found that variable costs, especially those related to raw materials, and direct costs,
mainly equipment costs, as well as the high tax burden on the Brazilian industry, significantly
impact the economic performance of the plant.

However, improvements in process efficiency and cost reduction could enhance the technical-
economic viability of the project. It is important to note that identifying a technically viable,
profitable, and environmentally sustainable PLA production method, using biological
resources such as sugarcane molasses, could be a significant step towards a circular
bioeconomy in the future.

Keywords: lactic acid; PLA; bacterial fermentation; ROP; molasses.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Principais plásticos e bioplásticos do mercado, suas origens e características


biodegradáveis. ....................................................................................................................... 19

Figura 2: Estrutura química do ácido polilático (PLA). ........................................................ 35

Figura 3: Configurações isoméricas, respectivamente, do PLLA, PDLA e PDLLA. ........... 36

Figura 4: Reação química de produção de ácido lático a partir da lactonitrila. ..................... 38

Figura 5: Esquema de produção de ácido láctico em rota de síntese química a partir da


lactonitrila. .............................................................................................................................. 38

Figura 6: Reação bioquímica de produção de ácido lático a partir da glicose. ...................... 39

Figura 7: Reação global da conversão da glicose a lactato. .................................................. 40

Figura 8: Fluxograma de produção do ácido lático por via fermentativa. ............................. 40

Figura 9: Principais vias de fermentação da glicose por bactérias lácticas. .......................... 42

Figura 10: Processo de obtenção do bioplástico biodegradável PLA. ................................... 50

Figura 11: Mecanismos para síntese de PLA de alta massa molar. ....................................... 51

Figura 12: Reação de condensação para produção de PLA. .................................................. 52

Figura 13: Etapas de produção do ácido lático via fermentação. .......................................... 62

Figura 14: Planta de produção de ácido lático por meio de fermentação bacteriana. ............ 63

Figura 15: Etapas de produção do PLA via ROP. ................................................................. 65

Figura 16: Planta de produção de PLA por meio de polimerização por abertura do anel do
lactídeo (ROP). ........................................................................................................................ 66

Figura 17: Fluxograma da simulação desenvolvida para produção de ácido lático. ............. 72

Figura 18: Fluxograma da simulação desenvolvida para produção de PLA. ........................ 73

Figura 19: Mercado mundial de PLA em 2022 (Região). ..................................................... 81

Figura 20: Projeções do mercado mundial de PLA de 2020-2030. ....................................... 82


Figura 21: Mercado mundial de PLA em 2022 (Setor). ........................................................ 82

Figura 22: Análise SWOT/FOFA. ......................................................................................... 86

Figura 23: Distribuição das plantas químicas brasileiras. ..................................................... 87

Figura 24: Mapa das indústrias de açúcar e álcool do estado de São Paulo. ......................... 91

Figura 25: Logotipo da Biosolutions PLA. ............................................................................ 93

Figura 26: Organograma. ....................................................................................................... 98

Figura 27: Layout preliminar da unidade, integrando as plantas de ácido lático e PLA. .... 101

Figura 28: Representação da relação entre custos e receitas (ponto de equilíbrio). ............ 112
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Percentual de resíduos gerados no processamento de diferentes culturas. ............ 45

Tabela 2: Propriedades físicas do PLA e de alguns outros polímeros e copolímeros. .......... 56

Tabela 3: Especificações técnicas do melaço de cana líquido. .............................................. 59

Tabela 4: Reações utilizadas, suas respectivas conversões e rendimentos. ........................... 70

Tabela 5: Entradas e saídas do processo produtivo de ácido lático. ...................................... 71

Tabela 6: Entradas e saídas do processo produtivo de PLA. ................................................. 72

Tabela 7: Uso de utilidades e gasto energético para produção de ácido lático. ..................... 74

Tabela 8: Uso de utilidades e gasto energético para produção de PLA. ................................ 75

Tabela 9: Parâmetros dimensionados para cada equipamento das plantas de ácido lático e de
PLA. ........................................................................................................................................ 76

Tabela 10: Principais produtos do portfólio da Biosolutions PLA. ....................................... 78

Tabela 11: Principais plantas produtoras de PLA e suas capacidades produtivas. ................ 79

Tabela 12: Capacidades produtivas, valores médios de venda e produtores chave, a nível
nacional e internacional do PLA e de seus principais competidores. ..................................... 84

Tabela 13: Preços médios do m2 de locação, m3 de água e kW/h de energia elétrica nos três
estados avaliados. .................................................................................................................... 88

Tabela 14: Quadro de funcionários subdivido em departamentos. ........................................ 99

Tabela 15: Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de produção de
ácido lático a partir do melaço da cana, subdividido em custos diretos e indiretos. ............. 105

Tabela 16: Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de produção de
PLA a partir do ácido lático, subdividido em custos diretos e indiretos. .............................. 106

Tabela 17: Custos anuais de operação necessários para as plantas de produção de ácido lático
e PLA, subdividido em custos variáveis e fixos. .................................................................. 109

Tabela 18: Receita bruta esperada para todos os fluxos de caixa do projeto estudado. ....... 110
Tabela 19: Custo com matéria-prima para produção de ácido lático a partir da fermentação do
melaço da cana-de-açúcar por bactérias. ............................................................................... 115

Tabela 20: Custo com matéria-prima para produção de PLA a partir do ácido lático. ........ 116

Tabela 21: Preço unitário das utilidades e serviços necessários a produção de ácido lático e
PLA. ...................................................................................................................................... 117
Tabela 22: Gasto com utilidades e serviços necessários a produção de ácido lático. .......... 117

Tabela 23: Gasto com utilidades e serviços necessários a produção de PLA. ..................... 118

Tabela 24: Gasto com tratamento de efluentes. ................................................................... 119

Tabela 25: Custo com mão de obra subdividido por setor. .................................................. 120

Tabela 26: Custo com a logística de distribuição dos produtos. .......................................... 121

Tabela 27: Análise HAZOP. ................................................................................................ 122


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PVC – Policloreto de Vinila


PET – Politereftalato de Etileno
PE – Polietileno
PP – Polipropileno
PS – Poliestireno
PLA – Poliácido Láctico
LA – Ácido Lático
PHA – Poli-hidroxialcanoato
PBS – Polisuccianato de Butileno
MM – Massa Molar
ROP – Rompimento do Anel do Lactídeo
USA – United States of America
EUA – Estados Unidos da América
SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
TIR – Taxa Interna de Retorno
VPL – Valor Presente Líquido
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PLLA – Poli(L-ácido lático)
PDLA – Poli(D-ácido lático)
PDLLA – Poli(D-L-ácido lático)
ATP – Adenosina Trifosfato
NADH – Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo
BAL – Bactérias Ácido Láticas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
BR – Brazil
US – United States
CA – Canada
SP – São Paulo
PR – Paraná
SC – Santa Catarina
MG – Minas Gerais
RS – Rio Grande do Sul
PFR – Plug Flow Reactor
DEQ – Departamento de Engenharia Química
B2B – Business to Business
LTDA – Sociedade Empresarial Limitada
PBAT – Poli(butileno adipato co-tereftalato)
ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats
FOFA – Forças, Oportunidade, Fraquezas e Ameaças
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
REIQ – Regime Especial da Indústria Química
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
VUC – Veículo Urbano de Carga
PCP – Planejamento e Controle de Produção
RH – Recursos Humanos
TI – Tecnologia da Informação
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
CEO – Chief Executive Officer
CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
NIRE – Número de Identificação do Registro de Empresas
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
ISO – International Organization for Standardization
TMA – Taxa Mínima de Atratividade
TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo
TLP – Taxa de Longo Prazo
TIR – Taxa Interna de Retorno
VPL – Valor Presente Líquido
EVTE – Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
PIS – Programa de Integração Social
IRPJ – Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
EMP – Via de Emdben Meyerhorf Parnas
VLE – Equilíbrio Líquido-Vapor
NRTL – Non-Randow Two-Liquid Model
FOB – Free on Board
CIF – Cost Insurance and Freight
HAZOP – Hazard and Operability Study
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 17
1.1 História dos plásticos ................................................................................................................... 17
1.2 Plásticos convencionais e bioplásticos biodegradáveis ................................................................17
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................................... 20
2.1 Polímeros ......................................................................................................................................20
2.2 Balanços de massa e energia ........................................................................................................ 23
2.3 Ferramentas computacionais ........................................................................................................ 26
2.3.1 Excel ......................................................................................................................................27
2.3.2 Aspen HYSYS .......................................................................................................................27
2.4 Dimensionamento dos equipamentos ...........................................................................................27
2.5 Modelo de negócios ..................................................................................................................... 32
2.5.1 Conceito do negócio ..............................................................................................................32
2.5.2 Estudo de mercado ................................................................................................................ 32
2.5.3 Estudo de localização ............................................................................................................ 32
2.5.4 Plano de marketing ................................................................................................................33
2.5.5 Plano de operação ..................................................................................................................33
2.5.6 Plano financeiro .....................................................................................................................33
3. OBJETIVOS .......................................................................................................................................34
3.1. Objetivos específicos ...................................................................................................................34
4. METODOLOGIA .............................................................................................................................. 34
4.1 Revisão bibliográfica ....................................................................................................................34
4.1.1 Bioplásticos biodegradáveis ..................................................................................................34
4.1.2 Ácido polilático (PLA) ..........................................................................................................35
4.1.3 Produção do ácido lático ....................................................................................................... 37
4.1.3.1 Rota química .................................................................................................................. 37
4.1.3.2 Rota bioquímica ............................................................................................................. 39
4.1.3.2.1 Fermentação e purificação do ácido láctico ............................................................ 40
4.1.3.3 Matérias-primas alternativas para produção do ácido lático .......................................... 44
4.1.3.3.1 Vinhaça e palha de soja ...........................................................................................46
4.1.3.3.2 Bagaço e melaço da cana-de-açúcar ........................................................................47
4.1.3.3.3 Palha do milho .........................................................................................................47
4.1.3.3.4 Farelo do arroz ........................................................................................................ 48
4.1.3.3.5 Palha do trigo .......................................................................................................... 48
4.1.3.3.6 Resíduos da batata ...................................................................................................49
4.1.3.3.7 Soro do queijo ......................................................................................................... 49
4.1.5 Propriedades e aplicações do PLA ........................................................................................ 56
4.2 Descrição do processo produtivo escolhido ................................................................................. 58
4.2.1 Matéria-prima ........................................................................................................................58
4.2.2 Agente fermentativo e meio de cultura ................................................................................. 60
4.2.3 Produção do ácido lático ....................................................................................................... 61
4.2.4 Produção do ácido polilático (PLA) ......................................................................................64
4.2.5 Balanços de massa .................................................................................................................68
4.2.6 Balanços de energia ...............................................................................................................74
4.2.7 Dimensionamento dos equipamentos ....................................................................................75
4.3 Modelo de negócios ..................................................................................................................... 77
4.3.1 Conceito do negócio ..............................................................................................................77
4.3.2 Estudo de mercado ................................................................................................................ 79
4.3.3 Estudo de localização ............................................................................................................ 87
4.3.4 Plano de marketing ................................................................................................................92
4.3.5 Plano de operação ..................................................................................................................96
4.3.6 Plano financeiro ...................................................................................................................103
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 113
6. ANEXOS ..........................................................................................................................................115
6.1 Matérias-primas ..........................................................................................................................115
6.2 Utilidades ................................................................................................................................... 117
6.3 Tratamento de efluentes ............................................................................................................. 119
6.4 Mão de obra ................................................................................................................................120
6.5 Logística ..................................................................................................................................... 121
6.6 Análise HAZOP ......................................................................................................................... 122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................123
17

1. INTRODUÇÃO
1.1 História dos plásticos
Sem dúvida hoje os plásticos se tornaram além de presentes, indispensáveis na vida
cotidiana da população mundial, encontrados em embalagens de alimentos e remédios,
sacolas, garrafas descartáveis, e sendo usados até mesmo na medicina em seringas e fios de
sutura, são materiais extremamente versáteis, baratos, leves, além de resistentes a degradação
por produtos químicos, água, luz e microrganismos (Oliveira & Borges, 2020; Finotti et al.,
2017).
Os plásticos têm seu primeiro invento associado ao americano Charles Goodyear, em
1839, criador do processo de vulcanização, que garantia maior elasticidade, durabilidade e
resistência à borracha natural. Nas décadas seguintes de 70 e 80, destacaram-se estudos do
inglês Alexandre Parkes, desenvolvedor da “parkesina”, material flexível e impermeável à
água feito a partir da celulose de vegetais, bem como o do americano John Wesley Hyatt que
aperfeiçoou o trabalho de Parkes à um novo produto, o celulóide, alternativo ao uso do
marfim em utensílios domésticos (Braskem, 2015; Science museum, 2019).
Apesar disso, foi apenas no início do século XX, que houve uma notável maior
produção científica e evolução na fabricação dos plásticos, com inventos como a baquelite,
primeiro polímero sintético, em 1907, por Leo Baekeland e o celofane por Jacques E.
Brandenberger no ano seguinte. Ainda assim, os plásticos continuavam pouco representativos
no mercado, fato apenas alterado drasticamente com a descoberta do policloreto de vinila
(PVC) por Fritz Klatte, em especial, pela capacidade desse material de ser produzido a partir
do cloro, abundante resíduo da indústria petroquímica dá época (Stiftung, 2020; Science
museum, 2019).
Logo, os plásticos conquistaram o mundo, sobre o pretexto de serem produtos
inovadores, limpos e modernos, ideia impulsionada principalmente no pós-segunda guerra
mundial, com o desenvolvimento dos processos de polimerização por países como Alemanha
e Estados Unidos que levaram a uma diversificação na produção de plásticos, com inserção no
mercado dos hoje conhecidos plásticos de PVC, PET, PP, PS, entre outros (Stiftung, 2020).

1.2 Plásticos convencionais e bioplásticos biodegradáveis


Plásticos convencionais como PVC, PE, PP, PET, PS, são materiais derivados
principalmente de matérias-primas fósseis como petróleo e gás natural. E apesar de muito
utilizados pecam quanto ao seu processamento final, trazendo consigo uma grande
18

problemática, o acúmulo progressivo desse material, que leva centenas de anos para se
decompor. Frequentemente também são encontrados misturados a aditivos químicos, como
plastificantes e corantes, que apesar de proporcionarem melhoras nas propriedades desses
materiais, os tornam ainda mais agressivos ao meio ambiente (Mei, 2016).

Segundo estimativas da World Economic Forum (2016) até o ano de 2050, caso seja
mantido o ritmo atual de produção e descarte de material plástico no planeta, a quantidade de
plásticos ultrapassará a quantidade de peixes nos oceanos, possivelmente com este material se
incorporando à cadeia alimentar desses peixes e de outros organismos dos ambientes
marinhos, que eventualmente acabam sendo consumidos, causando contaminação involuntária
de outros animais e até de seres humanos (Qualman, 2017; World Economic Forum, 2016).

Apesar de muitas vezes se ouvir falar em desenvolvimento sustentável na ausência dos


plásticos, essa alternativa não é necessariamente válida. Os plásticos, atualmente se mostram
essenciais para o desenvolvimento humano, ao passo que revolucionaram a indústria como
um todo, substituindo materiais como aço, madeira, vidro e cerâmica que caso retornassem a
serem utilizados em grande escala exigiriam por exemplo, gastos maiores de energia para
transporte, aumento no desmatamento e na atividade de mineração, e consequentemente
seriam responsáveis por maiores emissões de gases poluentes como o CO2 e CH4 (Braskem,
2015).

Além disso, caso os plásticos deixassem de ser empregados, problemas relacionados à


menor variedade de oferta de comida, ao desperdício e à quantidade de lixo gerada no mundo,
se tornariam cada vez mais comuns, já que a produção de alimentos ficaria mais dependente
de variações climáticas, com a ausência de estufas e sistemas de irrigação, além é claro da
maior rapidez na degradação dos alimentos sem a proteção dos plásticos e do acúmulo de
materiais alternativos, caso não reciclados, como o vidro, de longa decomposição (Braskem,
2015).

Como o plástico se tornou indissociável do estilo de vida moderno, alternativas


biobased biodegradáveis, como o PLA, o PHA e o PBS tendem aos poucos a tomar espaço
nos mercados mundiais. Materiais com características e propriedades idênticas ou muito
semelhantes às que consolidaram os plásticos convencionais quanto a sua abrangência de
aplicações, somado a vantagens como o fato de serem derivados de fontes naturais renováveis
e de maior facilidade para se reintegrar ao meio ambiente, já sendo empregados em sacolas,
talheres, pratos, e nos mais diversos utensílios plásticos (Jones, 2020). A título ilustrativo, a
19

Figura 1, apresenta as origens e características dos principais plásticos e bioplásticos


encontrados hoje no mercado.

Figura 1 – Principais plásticos e bioplásticos do mercado, suas origens e características


biodegradáveis.

Fonte: Jones (2015).

Apesar de seu apelo ambiental, essa classe de materiais ainda não representa parte
significativa do mercado, sendo segundo a associação European Bioplastics menos de 1% dos
plásticos produzidos anualmente no mundo. Isto, segundo especialistas devido a três
principais fatores: o elevado custo de sua matéria-prima, que pode chegar a ser três vezes
20

maior comparado ao plástico convencional; a necessidade de adequações nos parques


industriais à fabricação desses novos produtos, os quais são hoje voltados a produção de
plásticos convencionais; a falta de políticas públicas e regulatórias que incentivem a produção
de produtos mais limpos e sustentáveis (Jones, 2020).

Embora sejam nítidos os obstáculos do setor, possibilidades como o aproveitamento de


resíduos industriais e subprodutos do processamento de culturas como a cana-de-açúcar,
milho e trigo, provedoras de óleos vegetais, proteínas e polissacarídeos, como matéria-prima
para produção de bioplásticos, principalmente em grandes países produtores como o Brasil, e
o desenvolvimento de novas tecnologias que visam à preservação ambiental, se mostram
soluções para viabilizar cada vez mais a produção destes produtos, que sem dúvida se
mostram ótimas alternativas para substituição dos plásticos convencionais oriundos do
petróleo (Mei, 2016).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Polímeros
Polímeros (poli = muitos + meros ou unidades), constituintes dos plásticos, são
substâncias obtidas como resultado do encadeamento de centenas de átomos ou moléculas, em
outras palavras, são macromoléculas, ou moléculas muito grandes, de MM que podem
ultrapassar 10.000 g/mol. São produtos de reações entre moléculas mais simples, os
monômeros (mono = um + meros ou unidades), e por conta disso apresentam características
particulares que antes apenas a natureza química dos átomos ou grupamentos funcionais não
manifestava, propriedades que resultam das interações entre os segmentos de moléculas
semelhantes (intramoleculares) ou mesmo distintas (intermoleculares) (Mei, 2016; Mano,
2004).

Essas macromoléculas podem ser encontradas naturalmente, como é o caso de


polissacarídeos, poli-hidrocarbonetos, proteínas e ácidos nucleicos, polímeros que estão
presentes no amido, borracha natural e couro. Também, podem ser obtidos de forma sintética,
como é o caso do nylon e do PVC, por processos de polimerização (reações químicas em
cadeia que podem se processar indefinidamente nas devidas condições), por vias de
policondensação ou poliadição. Para melhor entendimento, na sequência são apresentados
dois mecanismos básicos das reações de polimerização, bem como um detalhamento acerca
de cada etapa envolvida, Equações 1, 2, 3 e 4 (Mei, 2016; Mano, 2004).
21

Policondensação:

Ex.: Síntese de poliamidas (nylon).

a) Tipo 1 – Moléculas diferentes com funções químicas A ou B. Função química:


NH2 (amida) e COOH (ácido carboxílico) (Mei, 2016).

n H2N – R – NH2 + n HO2C – R’ – CO2H → (1)

H – (NH – R – NHCO – R’ – CO)n – OH + (2n – 1) H2O

b) Tipo 2 – Mesma molécula com duas funções químicas A e B. Função química:


NH2 (amida) e COOH (ácido carboxílico) (Mei, 2016).

n H2N – R – COOH → H – (NH – R – CO)n – OH + (n – 1) H2O (2)

Poliadição:

Ex.: Reação radicalar do etileno.

1) As moléculas de iniciador (I2) vão se desintegrar para formação dos radicais


instáveis (I*) (Mei, 2016).

I2 + calor (ou luz ou radiação) → 2 I* (3)

2) Reação dos radicais instáveis com moléculas insaturadas (2HC = CH2) para
formação dos radicais monômeros (2HC = CH*) (Mei, 2016).

2 I* + 22HC = CH2 → 22HC = CH* + I2 (4)

Em mecanismos de polimerização por policondensação, a molécula do polímero


cresce por acoplamento dos monômeros, e na maioria das vezes, são produzidos além do
polímero desejado, subprodutos de massa molar pequena, moléculas simples, em geral, água
22

(H2O), ácido clorídrico (HCl) e metanol (CH3OH). Já, quando processada por via de
poliadição, a polimerização, geralmente, leva a formação do polímero pela ação de radicais
instáveis, altamente reativos, gerados no início da reação, que reagem rapidamente com os
monômeros presentes no meio, levando ao crescimento das cadeias carbônicas do polímero
(Mei, 2016).

Comumente os polímeros são classificados em termoplásticos e plásticos termofixos.


Os chamados termoplásticos, são polímeros, que devido à sua estrutura linear, apresentam
capacidade de serem moldados na presença de calor e pressão, fator este que possibilita a
reciclagem e reutilização desse material por diversas vezes. Já os plásticos termofixos, não
são passíveis de reuso em razão de distribuições tridimensionais entre seus monômeros, não
podem ser remoldados, e diferente dos termoplásticos se degradam com o aquecimento (Mano,
2004).

Os polímeros também são comumente classificados de acordo com as espécies de


monômeros presentes em suas estruturas químicas, sendo subdivididos em homopolímeros e
copolímeros. Os chamados homopolímeros, designam macromoléculas obtidas pela
polimerização de um único tipo de monômero, como é o caso do polietileno (PE) obtido da
reação em cadeia do eteno. Já o termo copolímero é utilizado para se referir a estruturas
originadas de reações entre subunidades monoméricas diferentes, como a exemplo do
elastômero, copolímero de butadieno e estireno (Mano, 2004; Vem Tooling, 2023).

Por fim, outra característica importante a respeito de um polímero está em sua


capacidade de sofrer ou não degradação biológica natural, ou seja, ser metabolizado pela ação
de enzimas de fungos e bactérias em ambientes biologicamente ativos. Isto, podendo se
processar em duas condições diferentes: na presença de oxigênio (aeróbica), conforme
Equação 5, onde há produção principalmente de CO2 e matéria orgânica estabilizada; e na
ausência ou na baixa disponibilidade de oxigênio (anaeróbica), conforme Equação 6, com
ação microbiana gerando CH4, CO2 (nem sempre é formado) e matéria orgânica estabilizada.
Podendo os produtos da biodegradação serem reaproveitados para aplicação de carbono no
solo, produção de energia ou na reciclagem (Sindiplast, 2011; Mei, 2016).

Aeróbica: Cpolímero + O2 → CO2 + H2O + Cresíduo + Cbiomassa (5)

Anaeróbica: Cpolímero → CH4 + CO2 + H2O + Cresíduo + Cbiomassa (6)


23

Vale pontuar ainda, uma diferenciação entre biodegradabilidade e compostabilidade,


termos muito comuns que por vezes são usados erroneamente como sinônimos. A
biodegradabilidade, conceitua algo geral, representando a característica de materiais de se
decompor pela ação de microrganismos e do ambiente. Já compostabilidade trata da
capacidade de certos materiais de sofrerem degradação por microrganismos em condições de
degradação mais restritivas, específicas, sejam elas industriais ou não (Sindiplast, 2011).

2.2 Balanços de massa e energia


No século XVIII, Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), após uma série de
experimentos foi capaz de observar e enunciar a Lei de conservação das massas, “na natureza
nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, esta que passou a fundamentar toda a análise
dos processos químicos conhecidos hoje. A partir dessa prerrogativa, nota-se que a natureza
impõe certas restrições às transformações físicas e químicas da matéria, que devem ser
levadas em conta em um projeto de um novo processo ou durante a análise de um já existente
como é o caso desse trabalho (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

As análises de processos químicos se baseiam em uma equação geral de balanço de


massa, Equação 1, descrita como o somatório das entradas e da geração em um volume de
controle, menos o somatório das saídas e do consumo, sendo igualada ao acúmulo. Assim, são
classificados os processos químicos, de acordo com o procedimento de entrada/saída de
matéria do volume de controle e a dependência ou não das variáveis de processo com o tempo.
Estes processos, são classificados em batelada, contínuos e semicontínuos, e podem ocorrer
em estado estacionário ou regime permanente, quando as variáveis de processo como a
temperatura, a pressão e as vazões não sofrem alterações ao longo do tempo, e em estado não
estacionário ou regime transiente, quando estas variáveis sofrem alterações ao longo do tempo
(Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

����� + ������ – ��� – ��������� = ��Ú���� (7)

O balanço de massa na sua forma literal, descrito na Equação 1, pode ser reescrito na
sua forma matemática, em que os termos SAI e ENTRA são substituídos pelas vazões
mássicas/molares de saída e entrada, os termos de GERADO e CONSUMIDO são
24

substituídos pelas taxas de reação, e o termo acumula substituído pela variação da massa com
o tempo (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017). Logo, o BM é escrito como segue:

��
�� + �� − �� − �� = ��
(em termos mássicos) (7.1)

��
�� + �� − �� − �� =
��
(em termos molares) (7.2)

Um parâmetro importante na avaliação dos processos químicos com reação é o grau de


conversão do reagente limitante. É importante, ao final de um processo em batelada ou na
corrente de saída num processo contínuo, que a quantidade de reagente remanescente seja
mínima, maximizando dessa forma, a quantidade do produto de interesse (Himmelblau &
Riggs, 2014; Felder et al., 2017). A conversão de um reagente limitante é definida como a
relação entre a quantidade de um reagente reagido e a sua quantidade alimentada, ou seja:

���� ��������
� = ���� ����������� (8)

Ademais, outro parâmetro muito utilizado para a avaliação dos processos químicos
com reação é o rendimento de um produto de interesse. Dada a importância, ao final de um
processo em batelada ou na corrente de saída num processo contínuo, que a quantidade de
produto se aproxime ao máximo previsto pela estequiometria, maximizando dessa forma, a
quantidade do produto de interesse (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017). O
rendimento de um produto de interesse é definido como a relação entre a quantidade do
produto formado e a quantidade de formação desse produto, prevista pela estequiometria, ou
seja:

���� �� ������� �������


�=
���� �� ������� ����
(9)
25

Toda transformação química ou física, num material ou numa mistura de materiais,


envolve energia. Assim, são nos processos químicos onde há grande demanda de energia
distribuída nas várias etapas de processamento, desde a matéria-prima até o produto. Essa
energia é transferida entre o sistema (massa ou parte de um conjunto de interesse) e suas
vizinhanças. Logo, são definidas duas formas de energia: a primeira está relacionada com a
energia que o sistema apresenta num determinado estado; a segunda envolve as energias
transferidas do sistema para as vizinhanças, e vice-versa, enquanto dura o processo. A partir
dessa premissa a energia total de um sistema apresenta três componentes: energia cinética,
energia potencial e energia interna (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

A energia cinética (�� ) está relacionada ao movimento do sistema como um todo em


relação a uma referência (em geral a superfície da terra), em termos matemáticos definida na
Equaçaõ 4:

1
�� = 2 ∙ � ∙ �2 (10)

em que m é a massa e � é a velocidade uniforme (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al.,
2017).

A energia potencial (�� ) está relacionada à posição do sistema em relação a um campo


potencial, gravitacional ou magnético, em termos matemáticos definida na Equação 5:

�� = � ∙ � ∙ ℎ (11)

em que m é a massa, g é a aceleração da gravidade e ℎ é a altura do sistema em relação a um


plano de referência arbitrário onde �� = 0 (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

A energia interna ( � ) relaciona-se ao movimento (rotaciona/vibracional) das


moléculas e suas interações eletromagnéticas (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al.,
2017).

Em sistemas abertos ou fechados, a energia pode ser transferida entre o sistema e sua
vizinhança de duas formas, como calor ou como trabalho. O calor é definido como a energia
26

transferida como resultado de uma diferença de temperatura entre o sistema e sua vizinhança,
sempre com direção da maior para a menor temperatura. Já o trabalho se refere a energia
transferida como resposta a qualquer força motriz que não seja a diferença de temperatura,
tais como: força, torque ou voltagem (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

As análises de processos químicos se baseiam em uma equação geral de balanço de


energia, que por sua vez é regida pela Primeira Lei da Termodinâmica, indicada na Equação 6,
análoga à conservação de massa, que diz que a energia não pode ser criada ou destruída, e sim
transformada. Ou seja, o somatório das energias cinética, potencial e interna das correntes que
entram no sistema, menos o somatório das energias cinética, potencial e interna das correntes
que saem do sistema, é igual ao acúmulo de energia líquida no sistema, ou seja, a diferença
entre calor e trabalho. O balanço de energia também pode ser representado pela Equação 7
(Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

∆� = � + � (12)

ou

�� − �� + ��� − ��� + (��� − ��� ) = � + � (13)

em que ∆� é a variação da energia no sistema, � é o calor, � é o trabalho, � é a energia


interna (Himmelblau & Riggs, 2014; Felder et al., 2017).

2.3 Ferramentas computacionais


As ferramentas computacionais estão cada vez mais presentes no cotidiano dos
engenheiros, sendo capazes, entre outras coisas, de auxiliar na resolução de problemas de
cálculo, elaboração de imagens e até mesmo na simulação de plantas inteiras. Dessa forma,
essas ferramentas facilitam e reduzem o tempo gasto para tais atividades, proporcionando
resultados mais precisos. Este trabalho utilizou de duas ferramentas computacionais principais,
amplamente difundidas no meio da engenharia química: o Excel (Tratamento de Dados) e o
Aspen HYSYS (Simulação de Processos Químicos).
27

2.3.1 Excel
O Excel é um software de planilhas eletrônica pago, desenvolvido pela Microsoft, que
possui a capacidade de realizar cálculos, tratar dados, realizar simulações e auxiliar em
análises. Além disso, o produto oferece a possibilidade de adicionar extensões, como a função
Solver, que auxilia na resolução de problemas envolvendo conjuntos de equações
interconectadas e com restrições, sendo especialmente útil para solucionar problemas
complexos da engenharia.

2.3.2 Aspen HYSYS


O Aspen HYSYS é um simulador de processos amplamente utilizado na indústria
química e de petróleo. Desenvolvido pela Aspen Technology, o software permite a
modelagem e simulação de processos químicos, facilitando a análise e otimização de
operações industriais. Em termos teóricos, representa o comportamento de componentes
químicos e físicos em um sistema, utilizando os princípios da termodinâmica e as equações
fundamentais de balanço de massa, energia e quantidade de movimento. Desta forma, facilita
a construção de modelos de processos industriais, trazendo possíveis realidades que podem
ocorrer no contexto industrial.

2.4 Dimensionamento dos equipamentos


Dimensionar equipamentos é uma etapa crucial em qualquer novo projeto industrial.
Através dele, é possível otimizar os processos produtivos, reduzir custos tanto de
investimento quanto de operação, otimizar a assertividade nas compras, minimizar os riscos
de falhas e interrupções, e otimizar a confiabilidade e segurança das operações. Essa etapa
deve ser completamente embasada nos fluxos de massa e energia do processo em questão,
levando em conta também as características específicas de cada equipamento. Um dos
principais parâmetros a ser considerado no dimensionamento é o volume, que, uma vez
definido, pode servir como guia para todo o planejamento de custos relacionados à aquisição
de equipamentos.
28

Para o dimensionamento do volume dos reatores, utilizou-se a Equação 8:


�=

(14)

�3
onde � é o volume do reator (�3 ), � é a taxa de fluxo ( ℎ
) e � é a taxa de diluição (ℎ−1 )

(Batista, 2024).

Para o dimensionamento do volume dos filtros, utilizou-se a Equação 9:

�=�∙� (15)


�= �
(15.1)

onde � é o volume do filtro (�3 ), � é a área de filtração (�2 ), � é a profundidade (�), � é a


�3 �
vazão de filtrado ( �
) e � é a taxa de filtração ( � ) (Gomide, 1988; McCabe & Smith, 2004;

Blackadder & Nedderman, 2004).

Para o dimensionamento do volume das colunas de destilação, utilizou-se a Equação


10:

� = � ∙ �2 ∙ ℎ (16)

ℎ=�∙� (16.1)
29

4∙����
�� = �∙�� ∙����
(16.2)

�� +��
���� =
2
(16.3)

�� −�� 1/2
���� = ( − 0,171 ∙ �2 + 0,27 ∙ � − 0,047) ��
(16.4)

, com 0,5 � < � < 1,5 �.

onde � é o volume da coluna de destilação (�3 ), � é raio da coluna (�), ℎ é a altura da coluna
(�), � é o número de estágios de equilíbrio, � é a altura do prato (�), �� é o diâmetro da
�� ��
coluna (�), ���� é a vazão máxima de vapor ( � ), �� é a massa específica do vapor (�3 ), �� é
��
a massa específica do líquido (�3 ), ���� é a velocidade máxima permitida para o vapor (�/�),
�� ��
�� é a vazão de retificação ( � ), �� é a vazão de vapor de exaustão ( � ) e � é o espaçamento

entre os pratos ( � ) (Gomide, 1988; McCabe & Smith, 2004; Blackadder & Nedderman,
2004).

Para o dimensionamento do volume dos evaporadores, utilizou-se a Equação 11:

� = �∙ℎ (17)


� = �∙∆� (17.1)

∆�
ℎ= ∝
(17.2)
30

onde � é o volume do evaporador (�3 ), � é a área da superfície de transferência de calor (�2 ),



ℎ é a altura (�), � é a taxa de transferência de calor (� ou ), � é o coeficiente global de


transferência de calor (�2∙�), ∆� é a diferença de temperatura entre a alimentação e a saída do

evaporador e ∝ é o coeficiente global de transferência de calor de expansão térmica ( �∙� )

(Gomide, 1988; McCabe & Smith, 2004; Blackadder & Nedderman, 2004).

Para o dimensionamento do volume do cristalizador, utilizou-se a Equação 12:

�=�∙� (18)

onde � é o volume do cristalizador ( �3 ), � é o tempo de residência (s) e � é a vazão da


�3
solução ( �
). Para encontrar o tempo de residência mede-se a concentração do soluto na

entrada e saída do cristalizador ao longo do tempo, cria-se um gráfico de curva de acúmulo e


quando atingir o estado estacionário tem-se o tempo de residência (Gomide, 1988; McCabe &
Smith, 2004; Blackadder & Nedderman, 2004).

Para o dimensionamento do volume do condensador, utilizou-se a Equação 13:

� = �∙ℎ (19)


�=
�∙∆���
(19.1)


onde � é o volume do condensador (�3 ), � é a taxa de transferência de calor (� ou �), � é o

coeficiente global de transferência de calor ( �2∙º� ), � é a área da superfície de transferência

de calor (�2 ), ∆��� é a média logarítmica da diferença de temperatura (º�) (Gomide, 1988;
McCabe & Smith, 2004; Blackadder & Nedderman, 2004).
31

Para o dimensionamento do volume do spray dryer, utilizou-se a Equação 14:

� = � ∙ �� (20)

��� �� � �� ���
�� =
��� �� � �� ���
(20.1)

��� �� � �� ��í�� = �������� ∙ � (20.2)

��� �� � �� �������
�= ��������
(20.3)

��� �� � �� ������� = ��� �� � �� ������� ∙ � ∙ � (20.4)

�∙�
�=
�∙�
(20.5)

onde � é o volume da câmara de secagem ( �3 ), � é o tempo espacial (s), �� é a vazão


�3
volumétrica na câmara ( � ), ��� �� � �� ��í�� é a massa específica do ar na temperatura de saída
�� ��
( �3 ), ��� �� � �� ��í�� é a vazão mássica do ar na temperatura de saída ( � ), �������� é a vazão
��
mássica do produto seco ( � ), � é a relação entre as vazões mássicas de ar na temperatura de
��
entrada e do produto, ��� �� � �� ������� é a vazão mássica do ar na temperatura de entrada ( � ),
��
��� �� � �� ������� é a massa específica do ar na temperatura de entrada ( ), � é a velocidade
�3

medida através de um anemômetro a ( � ), � é a área da seção transversal na entrada do
�� ��
secador (�2 ), � é a massa específica do ar ( �3 ), � é a pressão absoluta (�� �� �.�2
), � é a
�� � ��∙�2
massa molar do ar ( ��� ), � é a constante dos gases ( ���∙� ou �2∙��� ) e � é a temperatura do ar

(�) (Gomide, 1988; McCabe & Smith, 2004; Blackadder & Nedderman, 2004).
32

2.5 Modelo de negócios


Um modelo de negócios deve descrever os objetivos de um negócio e quais os passos
para que esses objetivos sejam alcançados. Assim é possível minimizar os riscos e as
incertezas envolvidas, testando a viabilidade do negócio, desenvolvendo uma estratégia
empresarial, atraindo recursos financeiros, e transmitindo credibilidade. Isto, ao passo que
identifica e restringe os possíveis erros ao papel, ao invés de serem cometidos no mercado.
Em termos simplificados, é como uma empresa cria, entrega e captura valor (Dornelas, 2016;
Osterwalder & Pigneur, 2011; Sebrae, 2018).

2.5.1 Conceito do negócio


O conceito do negócio descreve o propósito de uma empresa, os principais produtos e
serviços que serão entregues aos consumidores e como serão entregues, quais as necessidades
comtempladas, as perspectivas de crescimento (visão de futuro) e quais os valores e premissas
que serão seguidos para alcançar tal crescimento (Dornelas, 2016; Sebrae, 2018).

2.5.2 Estudo de mercado


O estudo de mercado é uma das seções mais importantes dentro do modelo de
negócios, pois busca levantar informações acerca do setor em que a empresa vai atuar, o
tamanho do mercado e quem domina o setor, bem como definir o perfil dos consumidores.
Ademais, a projeção de demanda interna se mostra extremamente relevante dentro da análise
de viabilidade econômica de um projeto, já que a partir dela é possível se avaliar a viabilidade
de venda a nível nacional, ponderar sobre a oportunidade de exportação de parte da produção,
além é claro dela auxiliar no desenvolvimento do estudo de localização da planta (Dornelas,
2016; Sebrae, 2017).

2.5.3 Estudo de localização


Uma importante etapa de qualquer projeto é o estudo de localização da planta, que
busca compreender quais os principais fatores a serem contabilizados para a definição da
localização da nova planta, capaz de impactar fortemente nos custos relacionados a toda a
logística de produção e distribuição. Para tal, devem ser avaliados aspectos como: a
disponibilidade de matéria-prima; a localização de mercados consumidores; o custo médio do
metro quadrado, da água e da energia elétrica; a disponibilidade de mão de obra qualificada,
33

além de possíveis incentivos fiscais a produção industrial (Gitman, 2017; PUC Consultoria Jr,
2019).

2.5.4 Plano de marketing


O plano de marketing é uma ferramenta de gestão que deve ser regularmente utilizada
e atualizada, que busca convencer o cliente sobre a necessidade de concretizar uma compra ou
parceria, evidenciando as qualidades do produto e cultivando um relacionamento baseado na
confiança. A partir dele é possível se analisar o mercado, a fim de tomar decisões com relação
a objetivos e metas, ações de divulgação e comunicação, preço, distribuição, localização do
ponto de venda, produtos e serviços adequados, ou seja, ações necessárias para a satisfação
dos clientes e o sucesso do negócio (Gomes, 2018; Sebrae, 2013).

Quatro são seus pontos principais: 1) Pessoas, efere-se aos indivíduos envolvidos no
processo de marketing, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e parceiros. A gestão
eficaz das pessoas é crucial para o bom funcionamento da organização; 2) Processos,
Representa a criatividade, disciplina e estrutura necessárias para a gestão de marketing; 3)
Programas, Refletem as ações direcionadas ao consumidor. Esses programas englobam os
antigos 4 Ps do Marketing: Produto, Preço, Promoção e Praça; 4) Performance, abarca todas
as ações que podem ter resultados na empresa (DORNELAS, 2016; SEBRAE, 2013).

2.5.5 Plano de operação


O plano de operação é um complemento à seção de conceito do negócio, já que com
ele define-se a estrutura legal, composição societária, layout físico, políticas de P&D,
estrutura de manufatura, pós-venda, certificações, licenças, propriedade intelectual e
quaisquer outros requisitos legais necessários à operação, além de que descreve ainda a
participação de terceiros e as parcerias-chave do negócio (Osterwalder & Pigneur, 2011;
Sebrae, 2018).

2.5.6 Plano financeiro


O plano financeiro representa todos os custos monetários para manutenção do negócio,
a fim de produzir, criar, divulgar ou entregar valor a um segmento de clientes. Ele deve
refletir em números todo o conceito e estratégia do negócio, que incluem: o investimento
inicial (valor e fonte dos recursos, sistema de financiamento, investidores, parcerias); os
34

custos, as despesas e os impostos; o capital de giro (custos, despesas e impostos para um


tempo de giro de 3 meses sem receita); a evolução dos resultados financeiros e econômicos
(DRE e fluxo de caixa); os indicadores financeiros (TIR, VPL, tempo de retorno, ponto de
equilíbrio) (Osterwalder & Pigneur, 2011; Dornelas, 2016; Sebrae, 2018).

3. OBJETIVOS
Avaliar a viabilidade técnica-econômica de instalação e operação de uma planta
industrial para produção de poliácido lático no Brasil, produzido a partir do ácido lático do
melaço da cana-de-açúcar. Isto, por meio de análises acerca do cenário brasileiro e mundial de
produção e mercado.

3.1. Objetivos específicos


● Estudar os métodos de produção do PLA;
● Definir uma escala e rota de produção;
● Estimar o potencial do mercado internacional e local;
● Identificar os fatores que contribuem de forma mais significativa para a viabilidade do
projeto;
● Estimar os custos do processo em escala industrial, desde consumo de matérias-primas,
custos com equipamento de processo, e demais relacionados.
● Analisar a viabilidade da substituição parcial de plásticos convencionais por PLA no
Brasil, como uma alternativa de sustentabilidade.

4. METODOLOGIA
4.1 Revisão bibliográfica
4.1.1 Bioplásticos biodegradáveis
Aliando as melhores características e propriedades dos plásticos biobased e dos
biodegradáveis, e assim podendo vir a substituir polímeros de origem petrolífera, tem-se o
desenvolvimento dos bioplásticos biodegradáveis, definidos como produtos que tanto derivam
de matérias-primas de origem renovável, como também que ficaram menor tempo nos
ambientes até sua total degradação em substâncias mais simples, e, em geral, atóxicas. Dentre
os principais bioplásticos biodegradáveis disponíveis no mercado, temos como os mais
35

comuns e mais utilizados mundialmente, o ácido polilático (PLA), o poli-hidroxialcanoato


(PHA) e o polisuccianato de butileno (PBS) (Jones, 2020; European Bioplastics, 2022).

Com grande parte de seus representantes tendo suas produções facilitadas com o
emprego de processos fermentativos, a partir das mais diversas matérias-primas alimentícias,
e devido ao aumento da demanda por produtos mais “ecológicos” para a indústria têxtil, de
embalagens, agricultura e transporte, a produção dos bioplásticos biodegradáveis tende a ter
cada vez mais enfoque no mercado. Nesse contexto, em especial, tem-se o PLA, tema
principal deste estudo, biopolímero termoplástico biodegradável mais conhecido e mais
empregado mundialmente, que hoje representa sozinho mais de 20% de toda a produção
mundial de bioplásticos (Grand View Research, 2023; European Bioplastics, 2022).

4.1.2 Ácido polilático (PLA)


O ácido polilático (PLA), é um poliéster alifático obtido por via petroquímica ou por
via biotecnológica, resultando desta última como produto 100% biodegradável proveniente de
fontes renováveis. Seu monômero o ácido lático (ácido 2-hidroxi-propanóico), líquido incolor
e inodoro, é produzido naturalmente por animais, plantas e microrganismos, e devido a um
carbono quiral em sua estrutura, é uma molécula opticamente ativa, com formas
enantiomericas L(S) e D(R), capazes de gerar diferentes configurações isoméricas ao polímero
resultante, sendo elas o poli(L-ácido lático) (PLLA) e o poli(D-ácido lático) (PDLA), ou
mesmo o poli(D,L-ácido lático) (PDLLA) produto da síntese da mistura racêmica dos
enântiomeros L(S) e D(R) (Benevenuti, 2016, Carvalho, 2013). Nas Figuras 2 e 3 se
encontram, respectivamente, a molécula de PLA e de suas configurações isoméricas.

Figura 2 – Estrutura química do ácido polilático (PLA).

Fonte: Elaborada pelos autores.


36

Figura 3 – Configurações isoméricas, respectivamente, do PLLA, PDLA e PDLLA.

Fonte: Elaborada pelos autores.

O PLA foi descoberto no início do século XIX, por Théophile-Jules Pelouze, que
condensou o ácido lático através de um processo de destilação de água formando pela
primeira vez PLA de baixo peso molecular. Apenas, quase um século depois, em 1932, que
cientistas descobriram uma rota tecnológica aplicável industrialmente para a produção desse
polímero, Wallace Carothers se baseando no aquecimento do ácido lático sob vácuo com a
remoção de água chegou a um PLA de baixo peso molecular, método este aprimorado, e
posteriormente, patenteado pela empresa americana DuPont, em 1954, para produção de PLA
de maior peso molecular (Farah et al., 2016; Pacheco & Barcellos, 2021).

Apesar disso, o interesse sobre o PLA, ficou restrito à área científica até o final da
década de 60, quando Kullar, demonstrou a degradação in vitro do polímero, essa propriedade,
associada à atoxicidade do material, criou novas possibilidades de aplicação na área médica.
Os avanços mais relevantes para o mercado de PLA começaram a surgir no início dos anos 90,
marcados pelo choque do preço do petróleo por decorrência da Guerra do Golfo. Nessa época,
a Cargill Inc., uma das maiores produtoras de commodities agrícolas do mundo, interessada
em lançar um bioplástico que pudesse competir com polímeros de origem fóssil, colocou em
37

operação a primeira planta de PLA do mundo, nos EUA, com capacidade de produção de
140.000 ton/ano (Oliveira & Borges, 2020; Pacheco & Barcellos, 2021).

4.1.3 Produção do ácido lático

4.1.3.1 Rota química


Como mencionado a síntese do ácido lático por vezes é realizada por rota química,
resultando em uma mistura racêmica e, portanto, opticamente inativa dos isômeros L(S) e D(R)
do ácido lático. Na literatura é possível encontrar diversos exemplos de rotas químicas
utilizadas para a produção do ácido lático, tais como: a hidrólise da lactonitrila; a oxidação do
propilenoglicol; degradação de açúcares catalisada por bases; a hidrólise de ácido 2-
cloropropiônico, ácido acético e ácido nítrico e; a oxidação de propileno. No entanto, apesar
da viabilidade teórica de produção por todas essas formas mencionadas anteriormente, com
exceção da hidrólise da lactonitrila, nenhuma dessas rotas se mostra viável sob o ponto de
vista técnico e econômico. Por essa razão, apenas o processo com a lactonitrila é utilizado em
escala industrial (Benevenuti, 2016; Cuchaba, 2022).

A produção do ácido lático a partir da lactonitrila começa com a conversão do


acetaldeído à lactonitrila, isto por meio de reação de adição que se processa em fase líquida de
cianeto de hidrogênio (HCN) e acetaldeído (CH3CHO) na presença de um catalisador básico
sob alta pressão, de forma a se obter a lactonitrila bruta, que é purificada por destilação, para
posteriormente ser hidrolisada por ácido clorídrico ou ácido sulfúrico, produzindo a molécula
de ácido lático. A purificação da mistura fica a cargo de esterificação do ácido lático com
metanol, produzindo lactato de metila, que é recuperado, purificado por destilação e hidrólise
aquosa na presença de catalisadores ácidos para produzir ácido lático, que é posteriormente
concentrado, purificado e recuperado. O metanol utilizado é evaporado e retirado
continuamente do processo de hidrólise para reaproveitamento na etapa de esterificação
(Masutani & Kimura, 2014; Cuchaba, 2022). A reação descrita acima, juntamente com um
esquema do processo podem ser observados nas Figuras 4 e 5.
38

Figura 4 – Reação química de produção de ácido lático a partir da lactonitrila.

Fonte: Adaptado de Masutani & Kimura (2014).

Figura 5 – Esquema de produção de ácido lático em rota de síntese química a partir da


lactonitrila.

Fonte: Adaptado de Cuchaba (2022).

Como vantagens desse processo pode se citar: a possibilidade de obtenção de produtos


de alta pureza e termicamente estáveis; custos de purificação menores se comparado ao de
processos fermentativos e; a boa possibilidade de integração energética do processo de
separação do produto, já que é possível utilizar a energia gerada na etapa de esterificação para
geração do vapor da etapa de hidrólise. No entanto, frequentemente a rota química leva a
produção de solução com baixa concentração de ácido, a um gasto maior com matérias-
39

primas, e ao risco de contaminação do ácido lático por metanol no processo, prejudicando a


aplicação do ácido lático produzido para fins alimentícios (Benevenuti, 2016; Cuchaba, 2022).

4.1.3.2 Rota bioquímica


Quando produzido por rotas microbiológicas, método hoje mais viável de produção
resulta em menores custos com substratos, energia e temperatura, com obtenção de um
produto opticamente puro, pela ação de microrganismos como bactérias, fungos e leveduras
que polimerizam o ácido lático gerado pela fermentação de vegetais ricos em amido. Para isto,
o açúcar, carboidrato do amido, é primeiro convertido em piruvato por várias etapas
enzimáticas, sendo que essa conversão produz energia química na forma de ATP (trifosfato de
adenosina) e equivalentes redutores (NADH). Os microrganismos com o objetivo de reciclar
esses equivalentes redutores, então convertem o ácido pirúvico em ácido lático. Podem ser
empregadas uma grande variedade de matérias-primas, como hexoses como a glicose ou
açúcares redutores a glicose como o do melaço, da beterraba, do soro do leite, do arroz, do
trigo, da batata, etc (Pradella, 2006; Auras et al., 2022). A reação descrita acima e sua reação
global associada podem ser vislumbradas, respectivamente, nas Figura 6 e 7.

Figura 6 – Reação bioquímica de produção de ácido lático a partir da glicose.

Fonte: Adaptado de Auras et al. (2022).


40

Figura 7 – Reação global da conversão da glicose a lactato.

Obs.: Pi - Fosfato Inorgânico.

Fonte: Adaptado de USP (2020).

4.1.3.2.1 Fermentação e purificação do ácido láctico


A fermentação, processo atualmente mais econômico, sendo que estima-se ser
responsável por 90% do total de ácido lático produzido no mundo, de forma geral, envolve
três macro etapas, apresentadas, na Figura 8, são elas: as operações de pré-tratamento da
matéria-prima ou upstream, que tem o objetivo de preparar o sistema para que as
transformações no reator se desenvolvam em condições ótimas de operação; o processo
fermentativo, onde ocorre a metabolização microbiana dos compostos adicionados ao meio
reacional e, por consequência, produção do produto de interesse; as operações de obtenção do
produto ou downstream, que correspondem, à separação e purificação dos produtos e
subprodutos obtidos, e o tratamento dos resíduos gerados no processo. (Loureiro, 2021;
Dornelles, 2021).

Figura 8 – Fluxograma de produção do ácido lático por via fermentativa.

Fonte: Adaptado de Dornelles (2021).


41

A produção do ácido lático por vias biotecnológicas utiliza como principal agente
fermentativo, bactérias, normalmente, anaeróbias facultativas, não esporuladas e ácido
tolerantes de necessidades nutricionais consideravelmente complexas. Vários microrganismos
já foram isolados e utilizados na produção do ácido lático, mas, em geral, pertencentes aos
gêneros Aerococcus, Carnobacterium, Coryne, Enterococcus, Lactococcus, Lactobacillus,
Lactosphaera, Leuconostoc, Oenococcus, Pediococcus, Paralactobacillus, Streptococcus,
Tetragenococcus, Vagococcus e Weissell. A maioria deles produz o L-ácido lático, mas
algumas geram o D-ácido lático ou DL-ácido lático (Masutani & Kimura, 2014).

As bactérias lácticas (BAL), como as citadas acima, em sua maioria, não possuem a
capacidade de sintetizar o ATP por meio da respiração, e o fazem se utilizando do ácido
pirúvico, gerando ao final do seu metabolismo diferentes produtos, assim como indicado, na
Figura 9. Bactérias homofermentativas produzem ácido lático como único produto ao final do
metabolismo da glicose pela via glicolítica (EMP), nesse processo um mol de glicose gera
dois mols de ácido lático. Já bactérias heterofermentativas, produzem quantidades
equimolares de ácido lático, CO2, etanol e/ou acetato, a partir do metabolismo da glicose por
via de oxidação das pentoses (fosforilação oxidativa). Vale citar ainda, que a maioria das
BAL homofermentativas que estão disponíveis para produção comercial do ácido lático
pertencem principalmente ao gênero Lactobacillus (Grocholski, 2019; Ojo & Smidt, 2023).
42

Figura 9 – Principais vias de fermentação da glicose por bactérias láticas.

Fonte: Adaptado de Grocholski (2019).

Vale pontuar ainda que outros agentes fermentativos também podem ser utilizados
para produção do ácido lático, como é o caso de fungos filamentosos. No entanto, a maioria
dos estudos e procedimentos industriais tratam do emprego de bactérias para fermentação, isto
em razão das várias características importantes que um microrganismo deve ter para ser
industrialmente atraente na produção de ácido lático, como: alta produtividade; alto
43

rendimento; capacidade de usar fontes baratas de nutrientes; produzir alta concentração final
de produto; produzir baixa quantidade de subprodutos; além de possuir certa robustez em
relação à contaminação e infecções (Masutani & Kimura, 2014; Auras, R. et al., 2022).

Os processos fermentativos para a produção do ácido lático podem ser conduzidos


utilizando, além de diferentes agentes fermentativos, uma gama variada de condições
operacionais, estas que são de extrema importância para otimização do processo. O controle
de variáveis como pH, temperatura e agitação são fundamentais para garantir boa
produtividade e bom rendimento no processo. A fim de evitar a perda de agentes
fermentativos, por crescimento de contaminantes, e efeitos inibitórios, em geral, adotam-se
tempos fermentativos de até 48 horas, temperaturas entre 30-45 ºC, e pH entre 5-7, com
controle periódico através da adição de agente tamponante, o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2),
que além de atuar no controle de pH, evitando o rompimento da membrana celular, devido ao
acúmulo intracelular de ácido, promove a formação de lactato ao fornecer moléculas de cálcio
(Manandhar & Shah, 2023).

Processos descontínuos, simples/alimentados, levam, em geral, a obtenção de maiores


concentrações de ácido lático, no entanto, hoje o primeiro encontra pouca aplicabilidade em
escala industrial, devido à grande dificuldade de controle de pH e das altas concentrações de
substratos adotadas no início do processo, que frequentemente levam ao aumento da acidez do
meio, e consequente diminuição da produtividade. Como alternativa, tem-se a batelada
alimentada, ou o modo contínuo, responsáveis por maiores produtividades e reduções
significativas da inibição da atividade microbiana do meio, já que este não chega a apresentar
alta acidez, devido a retirada contínua do caldo fermentado e adição do meio de cultivo,
contudo, o investimento inicial para montagem de uma planta e o risco de contaminação são
maiores, já que se trata de um sistema aberto (Benevenuti, 2016; Komesu et al., 2017).

Ademais, vale ressaltar, que o ácido formado necessita muitas vezes de ser separado e
purificado do caldo fermentado, que contém diversas impurezas, como açúcares e biomassa.
Isto, a partir de processos que variam entre precipitações, extrações com solvente e
destilações a vapor, envolvendo ainda etapas de neutralização seguidas de filtração,
concentração e acidificação (Benevenuti, 2016; Komesu et al., 2017). Para dessa forma, ser
possível ao fim do processo fermentativo a obtenção do produto com rendimentos globais
típicos superiores a 90% para carboidratos como substrato (Eiteman & Ramalingam, 2015).
44

A precipitação, método convencional para separação do ácido lático, se processa com


adição de CaCO3 ou Ca(OH)2 durante a fermentação, como forma de controlar o pH do meio,
neutralizar e converter o ácido lático em lactato, sal de cálcio que é isolado por filtração, para
posterior regeneração do mesmo por acidificação com ácido forte (em geral, ácido sulfúrico).
Este método, no entanto, gera sulfato de cálcio (CaSO4) na forma sólida (gesso), como
subproduto, que deve ser removido a partir de nova etapa de filtração, contribuindo mais
ainda para os já altos custos associados ao processo de purificação, que pode corresponder a
quase metade do custo total de produção (Benevenuti, 2016; Komesu et al., 2017).

Agora quanto a possibilidade de purificação e recuperação do ácido láctico por


extração com solvente, o processo é descrito como sendo baseado no contato entre solução
aquosa de ácido lático e meio orgânico, como por exemplo tolueno, contendo solvente, em
geral, alquilaminas, extraindo-se o ácido lático na forma de lactato, que posteriormente é
recuperado por reextração com solução de CaCO3 ou Ca(OH)2. O processo, assim como
relatado nas patentes discutidas anteriormente, que se utilizam de métodos de separação
semelhantes, apresenta altos custos com equipamentos e recuperação dos solventes
(Benevenuti, 2016).

Há ainda, como mencionado, outra alternativa para purificação do ácido lático, a que
se utiliza do método da destilação a vapor, baseada no arraste por vapor de água de
substâncias pouco hidrofílicas, sob pressão reduzida, possibilitando a separação do ácido
lático sem que ocorra sua decomposição térmica (autoesterificação). Apesar disso, assim
como os outros métodos de purificação, este apresenta altos custos de operação, sobretudo
com relação ao consumo energético, que tende a ser extremamente elevado, já que é
necessária a evaporação de uma grande quantidade de água para recuperação de pequenas
quantidades de ácido láctico, tornando por vezes esta alternativa inviável (Trindade, 2002;
Benevenuti, 2016).

4.1.3.3 Matérias-primas alternativas para produção do ácido lático


Apesar de ser proveniente de fontes renováveis, atualmente grande parcela do ácido
lático produzido no mundo é de primeira geração, ou seja, obtido a partir de fontes de carbono
como a glicose e lactose de matérias-primas alimentícias como o milho, cana-de-açúcar,
beterraba, trigo, arroz, etc. Substratos de segunda geração, provenientes de resíduos
45

industriais alimentícios, como o bagaço da cana, a palha do trigo e o soro do queijo, hoje
ainda são pouco empregados, estando limitados em utilização para pesquisa (Pereira, 2019).

Ainda nesse contexto, a cada ano enormes quantidades de biomassa são destruídas ou
não recolhidas e utilizadas, tais como farelo de pós-colheita, bagaço de cana-de-açúcar, palha
de trigo, fibras de bambu e arroz, dentre outras. Dessa forma, o reaproveitamento e
valorização de resíduos ou mesmo a utilização de outras fontes que não são a cana-de-açúcar
ou o amido de milho para a produção de biopolímeros como o PLA são de grande valia para o
desenvolvimento de uma indústria e economia mais consciente e sustentável (Mei, 2016).

Atualmente, os substratos lignocelulósicos são vistos como a melhor alternativa para


substituir a glicose e lactose de primeira geração, mas também é possível encontrar estudos a
respeito da utilização de outros resíduos para obtenção do ácido lático, como resíduos do leite,
frutas ou restos de alimentos (Mei, 2016). Apenas a título de exemplo tem-se na Tabela 1, um
levantamento do percentual de resíduos gerados no processamento de diferentes culturas.

Tabela 1 – Percentual de resíduos gerados no processamento de diferentes culturas.

Cultura % Resíduos Referências


Queijo 80-90% SILVA et al., 2016
Soja 73% ABIB, 2021
Milho 58% ABIB, 2021
Trigo 50% ABIB, 2021
Cana-de-Açúcar 28-30% ABIB, 2021
Arroz 20% ABIB, 2021
Batata 12-20% VINTILOIU, 2020
Fonte: Adaptado de Pereira (2019).

Para a obtenção de açúcares fermentáveis a partir de resíduos agroindustriais, em geral,


se faz necessária uma etapa preliminar ao consumo da matéria-prima, o seu tratamento ou
hidrólise, para liberação dos carboidratos de suas matrizes poliméricas, estes podendo ser
químicos (ácidos e bases), físicos (fragmentação) ou biológicos (enzimas). Desta forma,
substratos solúveis, como a glicose, a frutose, a sacarose e a lactose são prontamente
convertidos a produtos. Já os polissacarídeos insolúveis, como o amido, necessitam de um
46

tratamento moderado para solubilização e hidrólise antes da conversão a produtos. E os


polissacarídeos insolúveis altamente resistentes, como a celulose e a hemicelulose, de pré-
tratamento físico e de hidrólise ácida ou enzimática para viabilizar o acesso dos
microrganismos ao substrato (Pereira, 2019; Ogeda & Petri, 2010; Benevenuti, 2016).

O processo de hidrólise ácida/básica, se baseia na quebra de ligações éter


heterocíclicas entre monômeros pela ação de ácido ou bases (diluídos ou concentrados), a
exemplo do ácido sulfúrico, permitindo no caso da hemicelulose que a celulose esteja
disponível para a etapa de hidrolise enzimática. Já na hidrólise enzimática, as enzimas, no
caso em questão as celulases, agem sobre a celulose a fim de liberar as moléculas de açúcar.
Atuando sinergicamente, as endoglucanases rompem as cadeias de celulose, as exoglucanases
liberam a celobiose, enquanto que as β-glucosidases reduzem a celobiose a moléculas de
glicose. Este processo em geral leva a baixa geração de subprodutos, pode ser operado em
condições mais brandas de T, P e pH, mas é limitado principalmente pelo custo elevado das
enzimas, tempo de reação e deve ser acompanhado de hidrólises ácidas/básicas (Pereira, 2019;
Ogeda & Petri, 2010).

4.1.3.3.1 Vinhaça e palha de soja


A soja, cultivo destinado principalmente à alimentação humana e animal, à produção
de biocombustíveis, plásticos, tintas, entre outros, foi responsável por movimentar no Brasil,
durante os anos de 2021/22, mais de 123 milhões de toneladas, tornando o país líder mundial
nesse setor. Assim, o Brasil detém hoje uma indústria de enorme potencial gerador de
resíduos, estimados em mais de 89 milhões de toneladas (2021/22), os quais podem ser
reaproveitados para a produção de ácidos orgânicos, como o ácido lático (Embrapa, 2022;
Abib, 2021).

Atualmente, há estudos que relatam a obtenção de ácido lático com rendimentos


superiores a 85%, a partir da vinhaça (resíduo da destilação do mosto) e do melaço de soja.
Além disso, outros estudos utilizam resíduos da soja, a palha, como substrato para
fermentação, e após pré-tratamento enzimático, demonstraram conversões de açúcares em
ácido lático de 48%, 56% e 71%, respectivamente, na presença de Lactobacillus sake,
Lactobacillus casei e em cultura mista destes microrganismos (Karp, et al., 2011; Xu, et al.,
2007).
47

4.1.3.3.2 Bagaço e melaço da cana-de-açúcar


O Brasil é atualmente o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com produção
estimada em mais de 715 milhões de toneladas durante a safra de 2021/22. Deste total,
estima-se que foram gerados mais de 200 milhões de toneladas de bagaço e 39 milhões de
toneladas de melaço, correspondendo, respectivamente, ao principal resíduo e ao principal
subproduto dessa cultura. Logo, é possível se afirmar que o cultivo da cana-de-açúcar também
é responsável pela geração de um grande volume de resíduos e subprodutos, os quais se
mostram hoje como alternativas promissoras para a produção de ácido lático (IBGE, 2021a;
Alcarde, 2022).

A partir do bagaço da cana, relata-se na literatura a obtenção de ótimos rendimentos


(95%) para a produção de ácido lático por fermentação, utilizando Bacillus coagulans 162.
Este microrganismo fermenta a glicose, xilose e arabinose presentes no resíduo, alcançando
produtividades volumétricas de 2,13 g/L.h em batelada simples e 105 g/L de ácido lático com
alimentação contínua. Em outro estudo, demostra-se a produção de ácido lático a partir do
melaço, utilizando Lactobacillus delbrueckii Uc-3 em processo de fermentação batelada.
Neste estudo, foi alcançada uma produtividade volumétrica de 4,15 g/L.h e uma concentração
máxima de 166 g/L de ácido lático, a partir de uma alimentação de 190 g/L de melaço, em
meio suplementado por extrato de levedura (Rodrigues, 2012; Dumbrepatil et al., 2008).

4.1.3.3.3 Palha do milho


O milho com produção mundial concentrada principalmente nos EUA, na China e no
Brasil, registrou colheita nacional em mais de 106 milhões de toneladas durante safra de
2020/21, tratando-se hoje da principal matéria-prima empregada na produção do PLA.
Estudos mostram que de toda a biomassa obtida do milho, apenas 20% se referem ao grão
propriamente dito que poderá ser utilizado por exemplo para a fermentação, os outros 80%
são referentes a resíduos, tais como quirelas de milho, talos e sabugos (Conab, 2020; Obi et
al., 2016).

A palha, abundante resíduo do milho, hoje já é utilizada para a produção de etanol,


mas estudos apontam um grande potencial de aplicação para a produção do ácido lático. Em
um estudo recente que empregava este resíduo como substrato, após etapa de hidrólise, foi
possível obter-se o ácido lático com um rendimento de 1,086 g/g a partir da fermentação de
açúcares alternativos a glicose, por Bacillus coagulans (Agrishow, 2022; Ahring et al., 2016).
48

4.1.3.3.4 Farelo do arroz


Com produção mundial que ultrapassou mais de 500 milhões de toneladas durante a
safra 2021/22, o mercado de arroz, é dominado pela região Asiática, que detém 90% da
produção mundial. O Brasil hoje é o maior produtor fora do continente Asiático e segundo
estimativas do IBGE (2021b) a produção nacional superou a marca de 11 milhões de
toneladas. Por se tratar de uma cultura com altos volumes de produção e devido a grande
quantidade de resíduos gerados durante seu processamento, cerca de 20%, o arroz pode ser
considerado uma fonte promissora de substratos para produção do ácido lático (Safras &
Mercado, 2022).

Na literatura relata-se a obtenção do L-ácido lático, usando o farelo de arroz branco


hidrolisado na presença da bactéria Lactobacillus rhamnosus LA-04-1, em regime batelada
com uma produtividade de 3,73 kg/m3.h, 1,52 vezes maior que a produtividade em meio a
glicose e extrato de levedura. Ainda, é possível se encontrar usos do farelo do arroz como
potencial substituto de meios que contêm glicose, extrato de levedura e sais, a partir de
Lactobacillus rhamnosus em sistema batelada, é possível se chegar a produtividades (3,63
g/L.h) 1,64 vezes maiores que a em meio a glicose (Li et al., 2012; Wang et al., 2014).

4.1.3.3.5 Palha do trigo


Estimada para alcançar 780,6 milhões de toneladas na safra 2022/23, a produção
mundial de trigo, hoje tem como seus principais representantes a China e União Europeia,
cujas safras para 2022/23 devem chegar, respectivamente, a 138 milhões de toneladas e 134,3
milhões de toneladas. No Brasil, a produção de trigo deve ultrapassar as 9,5 milhões de
toneladas na safra 2022/23 e a geração de resíduos deve registrar mais de 4,75 milhões de
toneladas no mesmo período (World Agricultural Production, 2022; ABIB, 2021).

A palha do trigo, considerada o principal subproduto gerado no processamento do


grão, que corresponde a 50% de todo o peso da colheita, também pode ser empregada para a
produção de ácido lático. A partir da palha hidrolisada e isolando-se várias bactérias do
gênero Lactobacillus sp., um estudo recente relata a obtenção de rendimento de 98,8 g/kg em
ácido lático, com produções superiores quando empregadas misturas de bactérias, como a
exemplo da cultura mista de Lactobacillus crustorum W19 e Lactobacillus sanfranciscensis
MR29, capazes de produzir o L-ácido lático opticamente puro (Cizeikiene et al., 2018).
49

4.1.3.3.6 Resíduos da batata


A batata é a terceira cultura alimentar mais importante do mundo, ficando atrás apenas
do leite e do arroz, com uma produção mundial que supera 330 milhões de toneladas por ano.
Seu principal produtor é a China, com uma safra prevista para atingir mais de 99 milhões de
toneladas da cultura na safra 2020/21. Com uma produção nacional avaliada em cerca de 3,88
milhões de toneladas na safra de 2021/22, essa cultura foi responsável pela geração de mais
de 616 mil toneladas de resíduos no mesmo período, incluindo cascas e polpas, que podem ser
aproveitadas na produção de ácido lático (USDA, 2020; IBGE, 2022; Vintiloiu, 2020).

Há relato de um estudo sobre a produção do L-ácido lático, a partir de fermentação de


resíduos de batata hidrolisados pela bactéria Lactobacillus rhamnosus, com produtividade de
24,9 g/L e rendimento de 95%. Ainda, com outro estudo foi possível contatar-se as condições
nutricionais ótimas de produção do ácido lático utilizando resíduos líquidos do processamento
de batata, na presença da bactéria Lactobacillus casei EMCC 11093, alcançando uma
produtividade máxima de 16,09 g/L de ácido lático, a T de 32 ºC e pH de 3,5, em meio de
hidrolisado, extrato de malte, sulfato de manganês e galactose (Alves, 2014; Afifi; 2011).

4.1.3.3.7 Soro do queijo


O soro do queijo, principal subproduto resultante da indústria de laticínio, e
responsável por cerca de 80 a 90% do volume de leite utilizado na produção de queijo, é
constituído basicamente de 93,6% de água, 0,55% de proteínas, lactose e minerais. Hoje cerca
de 50% do soro do leite produzido no país não é reaproveitado, tornando este potencialmente
um agente poluente para o solo e corpos d’água, devido sua alta concentração de matéria
orgânica, principalmente a lactose, que favorece o crescimento bacteriano. Assim a
fermentação da lactose do soro do queijo para produção de ácido lático, dentre outros
produtos é uma alternativa para solucionar o problema ambiental que o soro representa (Silva,
2016; Horban, 2017).

Nesse contexto, um estudo recente, propôs a utilização do soro de queijo para


produção de ácido lático a partir da atividade de um co-cultivo das bactérias Lactobacillus
delbrueckii, Lactobacillus bulgaricus e Strptococcus thermophillus, com obtenção do ácido
lático com 78% de pureza (36,7 g/L), com consumo de lactose de 94,6% em um meio
suplementado com extrato de levedura, fosfato de amônio e carbonato de cálcio. Ainda, com
outro estudo constataram-se as condições ideias para produção do ácido lático a partir do soro
50

do queijo, na presença da bactéria Lactobacillus helveticus, alcançando uma concentração do


ácido láctico de 59 g/L, mediante fermentação em batelada, com concentrações ótimas de
lactose (82 g/L), extrato de levedura (23,36 g/L) a temperatura de 40 ºC e pH de 6,8 (Rojas et
al., 2015; Leite, 2006).

4.1.4 Produção do ácido polilático (PLA)

Inicialmente, para melhor entendimento acerca da produção do ácido polilático, por


via biotecnológica, via majoritária de produção do polímero utilizada atualmente, nas Figuras
10 e 11, respectivamente, são apresentadas as principais etapas e os principais mecanismos
envolvidos no processo, bem como um detalhamento acerca de cada uma deles.

Figura 10 - Processo de obtenção do bioplástico biodegradável PLA.

Fonte: Adaptada de Pradella (2006).


51

Figura 11 - Mecanismos para síntese de PLA de alta massa molar.

Fonte: Adaptado de Carvalho (2013).

Como é possível observar, o ácido polilático pode ser obtido em diferentes extensões
moleculares, no entanto, em geral, só seu polímero de alto peso molecular é de interesse para
a indústria. A produção desse polímero a partir de uma fonte de carbono, pode ocorrer por três
rotas de síntese distintas, sendo elas: a) polimerização por condensação direta ou
policondensação; b) policondensação direta em solução azeotrópica ou desidratação
azeotrópica; c) polimerização através da abertura do anel de lactídeo (dímero cíclico do ácido
láctico) (ROP). Apesar disso, atualmente, a polimerização direta e a polimerização por ROP
são as técnicas de produção mais utilizadas (Carvalho, 2013; Cuchaba, 2022).

O primeiro método citado, a policondensação direta, foi o primeiro método


desenvolvido para a produção do PLA e ocorre a partir da desidratação e esterificação do
ácido lático, gerando, com isso, a liberação de uma molécula de água para cada unidade de
monômero adicionado, sob pressão reduzida (P = 5 mmHg) e alta temperatura (T = 180-200
ºC). A partir de uma solução aquosa, a reação se processa com a remoção de água utilizando
solvente orgânico de alto ponto de ebulição, com ou sem catalisador, e com elevação
52

progressiva da pressão e da temperatura. São também geralmente adotados vácuo a fim de


favorecer o equilíbrio químico pela retirada de água, que tende a ficar mais difícil à medida
que a viscosidade da mistura aumenta, e controle de temperatura para evitar a ocorrência de
reações secundárias de transesterificação, que podem comprometer as propriedades finais do
polímero. Este processo é a base para os demais processos desenvolvidos e se estrutura na
reação apresentada na Figura 12, onde os grupos hidroxila (OH) e ácido carboxílico (COOH)
da molécula de ácido lático reagem diretamente uns com os outros para produzir água e
poli(ácido lático) (Masutani & Kimura, 2014; Carvalho, 2013; Cuchaba, 2022).

Figura 12 – Reação de condensação para produção de PLA.

Fonte: Adaptado de Cuchaba (2022).

Além disso, a síntese de PLA por via direta, pode ser dividida em três fases principais:

A) Remoção do Teor de Água Livre – Além do ácido lático, a matéria-prima utilizada


no processo de condensação também contém água. Assim, a fim de favorecer o
equilíbrio para a conversão do ácido lático em PLA, a água livre formada na
reação deve ser continuamente removida, em geral, em evaporadores de filme
descendente, já que depende de boa transferência de calor (Auras et al., 2022).
B) Policondensação de Oligômeros – Neste estágio, o ácido lático é convertido em
PLA de baixo peso molecular ou oligômero, em evaporador ou reator com agitador
e condensador de refluxo ou coluna de retificação para evitar perda por fluxo do
ácido lático. Nesta etapa, a remoção de água não chega a ser crítica por conta da
baixa viscosidade da mistura de reação, no entanto, o ponto determinante deste
estágio é, geralmente, a reação química que é significativamente afetada pelo
53

catalisador usado, sendo esse, tradicionalmente, composto de ácido fortes ou


compostos organometálicos (Auras et al., 2022).
C) Policondensação do Fundido – Nesta última etapa, ocorrem as reações de
policondensação do fundido, dependentes de perfeita transferência de massa e
calor, a fim de favorecer a remoção da água livre, que se torna crítica neste estágio,
e minimizar reações inversas de transesterificação. São processadas sob vácuo e
atmosfera inerte, em equipamentos com intensa agitação, a fim de manter o meio
reacional homogeneizado (Auras et al., 2022).

A polimerização por condensação é a rota menos dispendiosa, porém o PLA


produzido através dessa rota apresenta baixa massa molar e propriedades mecânicas que não
são adequadas para a maioria das aplicações e, embora o uso de agentes extensores de cadeia
ou adjuvantes promotores de esterificação, monômeros bifuncionais, como os dióis e diácidos,
possam auxiliar em aumentar a massa molecular do produto, isso adiciona maior custo e
complexidade ao processo, bem como podem alterar propriedades importantes do polímero
final como a sua biodegradabilidade e eco(toxicidade), tornando, por exemplo, o PLA
inadequado para uso em aplicações biomédicas e na indústria alimentícia (Auras et al., 2022).

É possível encontrar muitos trabalhos que adotam a rota direta de síntese, em geral,
especificamente que tratam da técnica de obtenção de PLA por meio de fusão de oligômeros,
com uso de catalisadores, sob pressão reduzida, para a formação de polímeros de alta massa
molar por policondensação em estado fundido, como reportado na patente KR 2002022160-A.
Ou ainda, como encontrado na patente WO 2008/139658 onde é revelada a obtenção PLA de
baixa massa molar (�� ≅ 16.000 �/���), por irradiação de micro-ondas a 200 ºC ao longo
de 30 minutos em um sistema catalítico binário de SnCl2/TsOH, à pressão de 3,9�103 �� ,
alcançando-se um rendimento aproximado de 54% (Petzhold et al., 2013).

Há estudos que reportam ainda a obtenção de PLA, por policondensação em estado


sólido, com massas molares ainda maiores ( 600.000 �/��� ), a partir de oligômeros de
poli(L-ácido láctico) obtidos de desidratação à pressão reduzida. Estes que quando aquecidos
por 5 horas a temperaturas suficientes, 180 ºC, geram pré-polímeros que posteriormente
tratados com maceração e aquecimento a 105 ºC por 1 a 2 horas à vácuo, e tratamento térmico
final entre 130-150 ºC de 10-30 horas, sob pressão reduzida de 270 Pa, levam a obtenção de
polímeros com graus de cristalinidade entre 38-45% e rendimento de 96% (Petzhold et al.,
2013).
54

O processo acima, no entanto, peca com frequência quanto ao seu tempo total de
reação que é extremamente elevado para quaisquer aplicações industriais, sendo possível se
observar uma diminuição considerável da massa molar para estes tempos elevados de reação,
sobretudo durante o tratamento térmico. Ademais, vale pontuar que é possível se encontrar
ainda outros trabalhos que adotam a obtenção de PLA por policondensação em estado sólido,
agora sob outras condições, como na patente JP59096123-A, que descreve a reação sem a uso
de catalisadores, porém, com obtenção de polímeros de massa molar mais reduzida, de no
máximo 18.000 �/��� (Petzhold et al., 2013).

Já quando o PLA é sintetizado por via indireta, por abertura do anel do lactídeo (ROP),
esta que é a rota mais estudada atualmente, devido ao baixo consumo de tempo e a
possibilidade de um controle preciso da síntese química, em condições menos severas se
comparado a rota direta, pois dispensa o uso de solventes, com eliminação da molécula de
água a temperaturas inferiores a 200 ºC, no intuito de produzir um dímero intermediário
cíclico, o lactídeo (Rivadulla, 2019). O processo via ROP é dividido, geralmente, em 3 etapas:

A) Policondensação – No processo ROP, a policondensação é a primeira etapa a ser


realizada e durante esta fase, o PLA de baixo peso molecular ou oligômero é formado
a partir do ácido láctico (Rivadulla, 2019).
B) Despolimerização – O lactídeo, dímero cíclico, é obtido do pré-polímero fabricado no
estágio inicial através de reação de equilíbrio, resultando em três possíveis formas: D-
lactídeo; L-lactídeo; e D,L-lactídeo ou meso-lactídeo (Rivadulla, 2019).
C) Polimerização por Abertura do Anel – Nesta etapa se processa a reação de
polimerização por abertura do anel do lactídeo para formação de PLA de alta massa
molar (Rivadulla, 2019).

Os mecanismos de síntese variam entre polimerizações em fusão, em massa, em


solução, em suspensão, aniônicas, catiônicas, mecanismo de coordenação-inserção, e ainda,
polimerizações enzimáticas, dependendo do catalisador empregado, em geral metais pesados,
sendo o mais usado o octoato de estanho, que garante alto rendimento reacional, altas taxas de
conversão e alta massa molar ao polímero resultante. Patentes, como as dos documentos
WO2012021957A1 e US7507561B2, relatam, por exemplo, taxas de recuperação de PLA
com elevado grau de pureza e massa molar entre 20.000 − 200.000 �/��� com conversões
globais de reação entre 70-95%, utilizando a rota descrita anteriormente, a polimerização por
abertura do anel do lactídeo (Carvalho, 2013; Yoshida, 2012; Ramakrishna et al., 2009).
55

Ademais, há ainda outra possível rota para produção do PLA, a desidratação


azeotrópica, relatada no documento EP576993, método utilizado para síntese de PLA de alta
massa molar sem necessidade do uso de extensores de cadeia, a partir de redução da pressão
de destilação do ácido láctico (3,9�103 ��) por 2 a 3 horas a 130–150 ºC de forma a remover
a maior parte da água formada durante a condensação, para assim adicionar-se o catalisador a
base de estanho e o solvente (difenil éter) à reação, que se processa em reator com coluna com
peneiras moleculares, onde o solvente, em refluxo, passa e retorna ao reator durante 30 a 40
horas sob as mesmas condições, seguido com a purificação do PLA produzido, para obtenção
de PLA de massa molar de 120.000 �/��� (Carvalho, 2013; Petzhold et al., 2013).

O processo de destilação azeotrópica, faz o uso dos mesmos estágios principais citados
na policondensação direta do ácido lático, com exceção de que o último estágio é eliminado
porque a reação é realizada em solução. Com essa alteração, a remoção da água do meio de
reação torna-se mais fácil e pode-se chegar a um polímero de maior massa molar. Contudo,
este processo é limitado principalmente pelo tempo de reação, que tende a ser maior e pelo
rendimento reduzido em relação a matéria-prima, devido a necessidade de recuperar o
polímero da corrente de produto com solvente. Além disso, requer vários compostos e
catalisadores sofisticados que surgem como potenciais contaminantes do produto. Todos estes
pontos, muitas vezes tornam o processo de obtenção do PLA por desidratação azeotrópica
inviável tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. (Carvalho, 2013; Cuchaba
2022).

É possível ainda encontrar outros trabalhos que descrevem a produção de PLA por
procedimento de destilação azeotrópica, como nas patentes US 5.310.865 e JP08188642-A,
variantes do procedimento experimental anterior, que relatam a obtenção de PLA de alta
massa molar de, respectivamente, 240.000 �/��� e 250.000 �/���, onde se investigaram, a
reação de polimerização sob diferentes condições de pressão e temperatura, bem como o
comportamento frente a diferentes catalisadores, como ácidos próticos, metais, óxidos e
haletos metálicos, e solventes, como cetonas, hidrocarbonetos alifáticos de cadeia longa e
ésteres aromáticos, como forma de contornar a dificuldade de remoção completa do difenil
éter que frequentemente eleva o custo de produção do polímero (Petzhold et al., 2013).

Vale citar também, que atualmente são feitos estudos acerca da obtenção de PLA de
alta massa molar através de polimerização em suspensão, como relatado na patente PI
1106280-0 A2, onde é descrita a suspensão do PLA em um líquido inerte, utilizado como
56

solvente e catalisador da reação, sendo alguns representantes ácidos de Lewis, como o BF4 e
líquidos iônicos, da família dos tetrafluorboratos, cloretos e/ou sais dos mesmos. A reação se
processa com contato de solução aquosa de ácido lático com líquido iônico em quantidade
catalítica, em temperaturas inferiores a 170 ºC e pressão variando de 1-50 Pa, seguido de
adição de excesso de líquido iônico ao meio reacional, sob atmosfera inerte, temperatura
variando de 140-170 ºC, sob as mesmas condições de pressão (Petzhold et al., 2013).

4.1.5 Propriedades e aplicações do PLA


Com propriedades mecânicas e térmicas semelhantes à de termoplásticos sintéticos
como o PS e o PET, e devido a capacidade de formar compostos com outros plásticos, o PLA
está presente em uma grande variedade de polímeros e copolímeros. Com massa molecular
que varia de 16.000 �/��� a 600.000 �/��� , podem ser encontrados representantes
amorfos, semicristalinos ou altamente cristalinos, com cristalinidades que tendem a aumentar
à medida que o polímero se torna mais opticamente puro, e que em geral, são acompanhadas
de altas rigidez, temperaturas de fusão e transição vítrea (Petzhold et al., 2013; Cipriano,
2013). Na Tabela 2, podem ser vislumbradas algumas propriedades físicas do PLA e de seus
copolímeros, além das propriedades físicas de polímeros convencionais como o PS e o PET.

Tabela 2 – Propriedades físicas do PLA e de alguns outros polímeros e copolímeros.

Polímero ρ (g/cm3) σs (MPa) E (GPa) ε (%) Tg (ºC) Tm (ºC)


PS 1,0 - 1,1 45 2,9 7 105 210 - 250
PET 1,3 - 1,4 54 2,8 130 75 260
PLA 1,21 - 1,25 21 - 60 0,35 - 3,5 2,5 - 6 45 - 60 150 - 162
PLLA 1,24 - 1,30 15,5 - 150 2,7 - 4,14 3,0 - 10,0 55 - 65 170 - 200
PDLLA 1,25 - 1,27 27,6 - 50 1 - 3,45 2,0 - 10,0 50 - 60 am
PGA 1,50 - 1,71 60 - 99.7 6.0 - 7.0 1.5 - 20 35 - 45 220–233
PDLLA/PGA 1.30 - 1.40 41.4 - 55.2 1 - 4.34 2.0 - 10.0 40 - 50 am
50/50
PDLLA/PGA 1.3 41,4 - 55,2 1.38 - 4.13 2.5 - 10 50 - 55 am
75/25
ρ - densidade, σs - resistência a tração, E - módulo de elasticidade, ε – elongação na ruptura, Tg -
temperatura de transição vítrea e Tm - temperatura de fusão. am - amorfo e, logo, sem ponto de fusão.

Fonte: Adaptado de Hongzhi & Jinwen (2011) e Farah et al. (2016).


57

Uma outra importante propriedade de um polímero a ser avaliada é a sua solubilidade,


em geral, o PLA é solúvel em solventes orgânicos clorados ou fluorados, como dioxano,
acetonitrilo, clorofórmio, cloreto de metileno, 1,1,2-tricloroetano, ácido dicloroacético. Mas
também pode ser solubilizado em etilbenzeno, tolueno, acetona, tetrahidrofurano quando estes
são aquecidos até a sua temperatura de ebulição, mas sua solubilidade é limitada a baixas
temperaturas. O PLA e polímeros derivados do ácido lático, geralmente, não são solúveis em
água, em álcoois seletivos, como metanol, etanol e propilenoglicol, e hidrocarbonetos lineares,
alcanos, como hexano e heptano. Ademais, vale citar que a solubilidade do PLA é
frequentemente dependente de sua cristalinidade, em geral, aumentando a dificuldade da
migração intercadeias de moléculas de solvente (Farah et al., 2016; Sin et al., 2013).

Vale ressaltar, que a rota sintética adotada para produção do PLA e o monômero de
arranjo ótico escolhido, são determinantes para as propriedades do polímero final, com o PLA
comercial sendo um blend feito a partir de PLLA/PDLA ou PLLA/PDLLA. Quando
produzido através de policondensação direta do ácido láctico, o PLA apresenta baixa massa
molar e propriedades mecânicas que não são adequadas para a maioria das aplicações, como
baixa resistência ao impacto e baixo alongamento na ruptura, já se sintetizado a partir de
polimerização por abertura de anel do lactídeo geram-se polímeros de ácido lático de alta
massa molar e com grande variedade de aplicações, com resistência a tração comparáveis aos
do politereftalato de etileno (PET) e poliestireno (PS) (Carvalho, 2013; Cipriano, 2013).

Quanto ao seu processamento, o PLA, assim como outros polímeros pode ser moldado
tanto por extrusão quanto por injeção, que consistem basicamente, em forçar a passagem da
resina plástica fundida sob pressão controlada a fim de preencher (injeção) ou transpor
(extrusão) um determinado molde ou matriz, possibilitando uma grande variedade de
formatos, tamanhos e complexidades de detalhes ao produto. Apesar disto, por se tratar de um
material higroscópico e muito sensível à alta umidade relativa e temperatura, antes do seu
processamento, o PLA necessita de ser seco até atingir um teor de água abaixo de 100 p.p.m.
para evitar a hidrólise (transesterificação), redução de seu peso molecular, e consequente
limitação de sua aplicabilidade (ABIPLAST, 2022; Muv, 2024; Aguirre et al., 2016).

O PLA é, em geral, adequado para utilização em embalagens de produtos de consumo


rápido, ou de uso único, como sacolas, garrafas para bebidas frias, embalagens blister de
remédios, bandejas termoformadas, envoltórios, filamentos flexíveis de impressoras 3D e
aparatos domésticos, no entanto, pouco indicado para embalagens de alimentos fermentados
devido sua baixa barreira a gases como O2 e CO2. Estudos comparativos apontam que, para
58

gases e vapor de água, o PLA apresenta desempenho superior como barreira em comparação
ao PS e pior em relação ao PET. Além disso, devido ao seu monômero ser um metabólito
comumente produzido pelo corpo humano, na forma do isômero L-ácido láctico, e portanto,
de características de fácil assimilação e atoxicidade, o PLA tem sido estudado como
alternativa ao uso de materiais biocompatíveis não biodegradáveis e de alto custo na
biomedicina como em fios de sutura, implantes cirúrgicos, faciais e ósseos, sistemas de
liberação controlada de fármacos e de cultivo de células (Oliveira & Borges, 2020; Finotti et
al., 2017).

Quanto a sua biodegradabilidade, por ser altamente resistente ao ataque de


microrganismos em condições ambientes, o PLA, necessita de aquecimento a temperaturas
acima de 58 ºC para sofrer degradação. A biodegradação então ocorre por hidrólise simples
das ligações ésteres, que levam à redução progressiva de seu peso molecular até que o ácido
láctico e os oligômeros de baixo peso molecular sejam naturalmente metabolizados por
microrganismos, como bactérias e fungos, resultando em H2O e CO2. A velocidade com que
esta biodegradação ocorre é, principalmente, determinada por fatores como tamanho e forma
das moléculas, massa molar, temperatura, humidade, difusão de água, cristalinidade, tipo de
isômero e concentração residual de ácido láctico. No entanto, em geral, esta taxa varia de 6
meses a 2 anos, característica que torna o PLA ambientalmente interessante, principalmente
frente aos séculos que polímeros de origem petroquímica como a PET levam para se
degradarem completamente (Kalita et al., 2021; Farah et al., 2016).

4.2 Descrição do processo produtivo escolhido


4.2.1 Matéria-prima
Conforme discutido ao longo das seções anteriores, o PLA é um polímero obtido
exclusivamente a partir do ácido lático, em grande parte por meio da fermentação de produtos
agrícolas, como o milho e a cana-de-açúcar, artigos com amplo acesso a nível nacional. Hoje,
o Brasil figura em quarto lugar no ranking de países com maior produção de artigos agrícolas
do mundo e lidera o ranking quanto à produção de cana-de-açúcar, com safra superando 715
milhões de toneladas em 2022 (Embrapa, 2020; IBGE, 2021a).

Nesse contexto, o melaço da cana-de-açúcar, principal subproduto da indústria


açucareira, surge como uma interessante opção de matéria-prima para a obtenção do ácido
lático, e a partir da polimerização, produção do PLA. O melaço é altamente empregado para
fermentação, pois além de ser rico em açúcares fermentescíveis, é fonte de vitaminas e
59

minerais, indispensáveis para o desenvolvimento dos microrganismos lácticos e a manutenção


do meio de cultura. Sua composição média, conforme descrito na Tabela 3, consiste em 19%
em água, 9% em cinzas, 13% em açúcares redutores (5,5% em glicose e 7,5% em frutose),
40% em açúcares não redutores em sacarose e 19% em constituintes inorgânicos (Mellaço de
Cana, 2023).

Tabela 3 – Especificações técnicas do melaço de cana líquido.

(Contínua)

Características Unidade Resultado


Acidez Total g/kg 1,2
ART % 59,68
Água – Karl Fischer % m/m 19,34
Amido mg/kg 1.709
Brix Refratômetro (20 ºC) % 82
Cálcio mg/kg 11.455
Carbono Total % 30
Cinzas % m/v 9
Cobalto mg/kg 1,5
Cobre mg/kg 1,5
Cor UI 95.000
Dextrana mg/kg < 10
Ferro mg/kg 62
Fósforo Total (P205) mg/l 1,26
Frutose % m/m 7,5
Glicose % m/m 5,5
Magnésio mg/kg 4.150
Manganês mg/kg 28
PH - 5,7
Potássio mg/kg 25.570
Proteína % 0,44
Pureza % 43,4
Resíduos Insolúveis Gravim. mg/kg 854
60

Tabela 3 – Especificações técnicas do melaço de cana líquido.

(Conclusão)

Características Unidade Resultado


Sacarose % m/m 39,9
Selênio mg/kg < 0,05
Sódio mg/kg 119
Sulfito mg/kg < 10
Zinco mg/kg 6,2
Fonte: Adaptado de Mellaço de Cana (2023).

No Brasil, em 2021/2022, durante a fabricação de açúcar, estima-se que foram gerados


mais de 39 milhões de toneladas de melaço (IBGE, 2021a). Grande parte desse melaço é
empregado na produção de etanol, mas também é disponibilizado para venda por indústrias
açucareiras como a Raízen (BR), Usina Coruripe (BR), Michigan Sugar Company (US), B&G
Foods, Inc. (US) e Crosby Molasses Co Ltd. (CA) a valores médios de R$ 979/t e US$ 1010/t
(FOB) (Raízen, 2023; Selina Wamucii, 2024; Usina Coruripe, 2023).

Frente a oportunidade nacional de alta disponibilidade a baixos custos, e


fundamentada nos princípios estabelecidos pela bioeconomia, que visa o desenvolvimento de
produtos mais sustentáveis, a fim de gerar mudanças nos âmbitos socioeconômico e ambiental,
a escolha do melaço da cana-de-açúcar se mostra como a melhor alternativa para este projeto,
sobretudo para redução de custos associados à produção do ácido lático (Portal da Indústria,
2020).

4.2.2 Agente fermentativo e meio de cultura


Visando a maior produtividade possível em ácido lático, propõe-se para agente
fermentativo, bactérias do gênero Lactobacillus, como Lactobacillus casei, Lactobacillus sake,
Lactobacillus delbrueckii, bactérias homoláticas, que produzem o ácido lático como único
produto ao fim do metabolismo da glicose, frutose e sacarose, e relatadas em várias
referências como sendo as mais empregadas na produção fermentativa do ácido lático a partir
do melaço. Com relação ao meio de cultura propõe-se o composto de hidrolisado do melaço
da cana-de-açúcar, suplementado por licor de milho (fonte de nitrogênio) e extrato de
61

levedura (fonte de vitaminas), que segundo vários autores trata-se das melhores fontes de
nutrientes para bactérias lácteas. Vale citar que se propõe a substituição do meio de cultura e
da cepa de microrganismos 1 vez ao mês (Kwan et al., 2018; Manandhar & Shah, 2020;
Grocholski, 2019).

4.2.3 Produção do ácido lático


Assim como discutido na seção 4.2.1, a rota tecnológica para produção do ácido lático,
escolhida para este trabalho, consiste na fermentação de carboidratos por bactérias lácticas,
para gerar um produto opticamente puro, a baixos custos e a partir de matérias-primas
renováveis, tratando-se, assim, do método de síntese mais amplamente utilizado pela indústria
atualmente, incluindo as grandes produtoras, como a Corbion e NatureWorks. Nas Figuras 13
e 14, respectivamente, são apresentados um fluxograma das etapas gerais do processo via
fermentação e a planta proposta para produção do ácido lático com os devidos equipamentos.
62

Figura 13 – Etapas de produção do ácido lático via fermentação.

Fonte: Adaptado de Pacheco & Barcellos (2021).


63

Figura 14 – Planta de produção de ácido lático por meio de fermentação bacteriana.

Fonte: Adaptado de Kwan et al. (2018) e Manandhar & Shah (2023).

Principais matérias-primas: melaço da cana-de-açúcar, hidróxido de cálcio, ácido


sulfúrico, metanol, cultura bacteriana e nutrientes (extrato de levedura e licor de milho).

A produção de ácido lático inicia-se com a fermentação do melaço da cana-de-açúcar,


por bactérias do gênero Lactobacillus. A fermentação é suplementada por licor de milho e
extrato de levedura, respectivamente, fontes de nitrogênio e vitaminas, e ocorre em tanque
aquecido a 32 ºC em até 48 horas (batelada) na ausência de oxigênio. Com o processar da
fermentação há diminuição do pH do meio (pH = 5-7), que é estabilizado a fim de não
prejudicar a viabilidade e produtividade dos microrganismos a partir de adição periódica (6
hrs) de solução de hidróxido de cálcio (cal = 30%) ( � = 85% ). Alcançando rendimentos
tipicamente superiores a 90%, a fermentação, resulta em uma solução contendo ácido lático,
lactato de cálcio e substratos não reagidos, que então é filtrada (filtro biológico – ultrafiltração
inversa) para retirada de biomassa e neutralizada por acidificação com ácido sulfúrico (98%)
para recuperação do ácido lático ( � = 92% ) e precipitação do cálcio na forma de sulfato
64

(gesso) ( � = 85%) , posteriormente separado da mistura por nova filtração (filtro rotativo)
para descarte ou em alguns casos venda como gesso bruto (Eiteman & Ramalingam, 2015;
Manandhar & Shah, 2020; Jun et al., 2014; Min et al., 2011; Ling, 2003).

Agora, gerada a necessidade de separação e purificação do ácido lático formado, é


descrito processo que envolve reação de esterificação do ácido lático com metanol produzindo
lactato de metila ( � = 78,5% ), que posteriormente é separado por destilação, sob pressão
reduzida, a temperaturas superiores a 101 ºC. A destilação aqui é adotada, a fim contornar
algumas dificuldades que podem ser encontradas durante a purificação, principalmente em
razão da baixa pressão de vapor e alta hidrofilicidade apresentadas pelo ácido láctico. Como
resultado da destilação, o lactato de metila é recuperado como produto de topo, e é então
direcionado a processo de hidrólise, na qual o ácido lático e metanol são regenerados, e agora
por nova destilação (T = 66 ºC) são separados, com o ácido lático sendo direcionado a um
secador (T = 110 ºC) para a remoção de água residual e o álcool sendo reciclado ao processo
(Manandhar & Shah, 2020; Olga et al. (2017); Komesu et al. (2017).

4.2.4 Produção do ácido polilático (PLA)


Como descrito na seção 4.2.2, a rota mais visada hoje pela indústria para produção do
PLA consiste na polimerização do ácido láctico via abertura do anel do lactídeo (ROP). Essa
rota em particular produz um PLA de alta massa molar, e assim com propriedades mais
adequadas para a maioria das aplicações comerciais. Também é muito interessante do ponto
de vista econômico e ambiental, ao passo que o processo de polimerização pode ocorrer,
como já mencionado, em condições menos severas de pressão e temperatura, com baixo
consumo de tempo, além de dispensar a necessidade de solventes, catalisadores e extensores
de cadeia tóxicos e de alto custo que por vezes inviabilizam os processos produtivos. Além
disso, as maiores produtoras de PLA do mundo, NatureWorks e Corbion, relatam o uso de
plantas de produção e adotam meios muito semelhantes para obtenção desse biopolímero
biodegradável, dispensando ainda a necessidade de grandes adequações nas plantas produtivas
já estabelecidas. Isto tudo, corrobora para a escolha da via por ROP para este estudo. Nas
Figuras 15 e 16, respectivamente, são apresentados um fluxograma das etapas gerais do
processo via ROP e a planta proposta para produção do PLA com os devidos equipamentos.
65

Figura 15 – Etapas de produção do PLA via ROP.

Fonte: Adaptado de Cuchaba (2022).


66

Figura 16 – Planta de produção de PLA por meio de polimerização por abertura do


anel do lactídeo (ROP).

Obs.: Todos os Mixers apresentados na Figura 16, acima, são do tipo Plug Flow (PFRs), misturadores
estáticos empregados em reações de alta viscosidade, como a própria produção do PLA, para a
obtenção de produtos mais homogêneos quanto a suas características físicas e químicas (Stamixco,
2024).

Fonte: Adaptado de Kwan et al. (2018).

Principais matérias-primas: ácido lático, acetato de etila, poliglicerol-10, clorofórmio,


metanol e os catalisadores octoato de estanho e nanopartícula de óxido de zinco.
67

Inicialmente, a solução aquosa de ácido lático (85%) é misturada com uma dispersão
de catalisador, óxido de zinco (0,3% em peso). Em seguida, a mistura é introduzida em um
reator de pré-polimerização responsável pelo processo de polimerização direta do ácido
láctico, no qual são gerados os oligômeros, polímeros de baixa massa molar, que por reação
de equilíbrio se rearranjam gerando a molécula de lactídeo, com uma conversão parcial em
lactídeo de 73% em peso. O reator de pré-polimerização é equipado com sistema de
aquecimento para controle de temperatura, mantida dentro da faixa de 80 ºC a 220 ºC por 8
horas, e agitadores mecânicos, a fim de manter o meio reacional o mais homogêneo possível.
Além disso, pode ser acompanhado de sistema de trocador de calor e vaso com controle de
nível para coleta e retirada da água do processo, que deve ser feita continuamente para
garantir a polimerização (Battù & Ferrero, 2018; Horban et al., 2017; Kwan et al., 2018; Hu
et al., 2017b).

Os produtos da pré-polimerização, uma mistura de catalisador e parte do oligômero


não reagido, após etapa de filtração, por vezes são reciclados através de uma corrente de
refluxo, e uma mistura gasosa de lactídeo, água, ácido lático não reagido e pequenas cadeias
de oligômero, geram a necessidade de separação do lactídeo das impurezas. Para tanto o
lactídeo produzido é dissolvido em acetato de etila (1:1,5 p/v) a 80 ºC a 90 ºC por 10 min,
para posterior recristalização a 4 ºC, e recuperação do solvente em um condensador a 40 ºC e
30 kPa. Assim, obtendo-se o lactídeo com taxa de recuperação de 93%, com possível reciclo
dos oligômeros residuais ao reator (Horban et al., 2017; Kwan et al., 2018; Hu et al., 2017b).

Após a pré-polimerização, formação e purificação do lactídeo, a corrente é enviada a


um evaporador (bandeja) para retirada de água residual, e então segue em direção a um
segundo reator de mistura, semelhante ao primeiro, o reator de polimerização, com
temperatura de operação de 200 ºC por 25 minutos, onde promove-se a abertura do anéis
lactídeos e ocorre a reação de polimerização propriamente dita do PLA, com adição de
catalisador (octoato de estanho - 0,05 mol %) / aditivos químicos (iniciador - poliglicerol -
0,013 mol %), ao monômero do PLA reciclado e a massa reacional, através de um segundo
misturador estático (Battù & Ferrero, 2018; Horban et al., 2017; Kwan et al., 2018; Hu et al.,
2017b).

Agora, para obter um polímero mais puro, o PLA formado na etapa anterior deve ser
purificado, através de metodologia que se baseia na dissolução do polímero em clorofórmio
(1:1 p/v) para então re-precipitação com metanol (98%) (1:3 v/v), sendo o produto obtido
filtrado e seco em evaporador de bandeja (40 ºC) e em spray dryer (secagem por atomização)
68

para retirada do solvente e quaisquer resquícios de umidade. Esse processo, relata taxa de
recuperação do polímero de 100% com elevado grau de pureza (95%), com o clorofórmio e o
metanol sendo recuperados por etapa de destilação e passíveis de reutilização (Kwan et al.,
2018; Battù & Ferrero, 2018; Hu et al., 2017b).

As conversões globais de ácido lático em PLA esperadas variam em torno de 77%,


resultando na produção de polímeros com massa molar entre 120.000 �/��� a 150.000 �/
��� , de acordo com a literatura especializada. Além disso, o PLA produzido pode ser
adicionado de aditivos químicos finais, como corantes, e submetido ao processamento final
em peletizadores e/ou extrusoras (210 ºC), semelhantes aos utilizados no processamento de
poliésteres como a PET e poliestirenos (PS), que darão formato ao polímero para posterior
empacotamento e venda (Hu et al., 2017b; Horban et al., 2017; Aguirre et al., 2016).

4.2.5 Balanços de massa


Foram realizados balanços de massa para analisar o fluxo da matéria em todas as
etapas produtivas, bem como os rendimentos associados e os volumes de matéria-prima
necessária e de produto gerado. Para isso, os processos de produção do ácido lático e do PLA,
descritos nas seções anteriores, 4.2.3 e 4.2.4, foram simulados com o auxílio do software de
simulação de processos químicos Aspen Plus, versão estudante, disponibilizado pelo
Departamento de Engenharia Química (DEQ) para uso nas dependências da Universidade
Estadual de Maringá. Vale citar que todos os balanços também foram calculados
manualmente e também utilizando o software de planilhas Excel, com o intuito de assegurar a
veracidade das informações obtidas.

Para facilitar a compreensão, o balanço de massa e a simulação do processo químico


foram divididos em duas etapas: a produção de ácido lático e a produção de PLA. É relevante
destacar que diversas etapas do processo químico simulado neste estudo já foram previamente
demonstradas em escala laboratorial por Hu et al. (2017a) e Hu et al. (2017b), enquanto as
viabilidades técnicas foram avaliadas por Manandhar & Shah (2020), Manandhar & Shah
(2023) e Kwan et al. (2018). Esses estudos desempenharam um papel fundamental na
obtenção de informações para o desenvolvimento da simulação em scale-up do processo de
produção de ácido lático e de PLA e serviram como base para a análise da viabilidade técnica
do projeto.
69

A fim de viabilizar a simulação do processo de produção de ácido lático e de PLA no


Aspen Plus, foi essencial a adoção de algumas premissas, que serão detalhadas a seguir. Vale
citar que ambas as plantas sofreram ajustes durante a simulação, guiados pelas sugestões e
avisos de erros fornecidos pelo Aspen por meio da janela “Status” após acionar o botão “Run”.

● No processo, predominavam componentes de alta polaridade, como ácido lático,


lactato de cálcio e lactato de metila, implicando a necessidade de fundamentar o
modelo termodinâmico escolhido no coeficiente de atividade. Esses componentes
exibiram um comportamento não ideal, reforçando a importância de um modelo
baseado nesse coeficiente. Hoje, o modelo mais usualmente utilizado é o modelo
termodinâmico NRTL, no entanto, ele é eficaz apenas na previsão da fase de vapor do
VLE. E como o caso simulado não seguiu essas previsões, foi utilizado o modelo de
propriedade de Wilson-Hayden O’Connell (WILS-HOC), que oferece previsões
precisas para ambas as fases do VLE, conforme descrito por Bapat et al. (2014).
● O ADP, ATP, nutrientes, lactato de cálcio e demais constituintes do melaço
(excluindo os açúcares) não estavam disponíveis na biblioteca de componentes do
simulador. Portanto, foi preciso utilizar a ferramenta “User defined” para adicionar
suas fórmulas e estruturas moleculares permitindo assim que o simulador calculasse as
demais propriedades desses compostos, como massa molar, entalpia e entropia.
● As operações unitárias escolhidas foram selecionadas com base naquelas oferecidas
pela “Model Palette” que mais se assemelhavam às literaturas e trabalhos utilizados
como base para este estudo.
● Dado que todas as reações durante a acidificação, fermentação, esterificação e
hidrólise eram conhecidas, incluindo suas conversões, rendimentos (que foram
convertidos em conversão) e estequiometria, optou-se pelo uso do reator RStoich.
● Para os reatores de pré-polimerização e polimerização foi optado o uso do reator
RYield, pois para ambos se tem dados de rendimento dos componentes das correntes
de entrada e saída.
● Cinzas, Biomassa, ATP, ADP e nutrientes foram definidos como não convencionais.
● O modelo de destilador RadFrac foi selecionado devido à sua capacidade de lidar tanto
com reações químicas quanto com fases líquidas fortemente não ideais.
● Os filtros utilizados foram escolhidos após uma série de testes para determinar qual
das opções disponíveis no simulador apresentaria um desempenho semelhante aos
filtros descritos na literatura.
70

● Para simular o Spray Dryer, foi necessário utilizar um conjunto de equipamentos, já


que o secador por atomização não está disponível no simulador. Dessa forma, com
base no que foi descrito por Bushnaq et al. (2022), primeiro selecionamos um bloco de
atomização “Mixer”, em seguida, escolhemos um bloco de secagem de sólidos
“Dryer”. Para alimentar o bloco “Mixer”, utilizamos a Corrente que sai do Evaporador
2, enquanto para o “Dryer”, utilizamos a corrente proveniente do “Mixer” e uma
corrente que passa previamente por um “AirHeat” (Bushnaq et al., 2022).
● Para simulação do condensador presente na simulação do PLA foi baseado no que foi
descrito por Vidal et al. (2014) e Bushnaq et al. (2022), sendo este um conjunto de
equipamentos (Vidal et al., 2014; Bushnaq et al., 2022).
● Nas simulações foi utilizado o modelo “Flash” como um evaporador, pois ele é uma
ferramenta eficaz para modelar processos de separação de fases.
● A extrusora não pôde ser simulada no simulador, pois todas as tentativas resultaram
em avisos de inconsistência. Apesar disso, os balanços de massa e energia
correspondentes foram calculados manualmente com base na literatura especializada.
● As reações utilizadas para a simulação do ácido lático, juntamente com suas
respectivas conversões ou rendimentos, estão apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4 – Reações utilizadas, suas respectivas conversões e rendimentos.

Reação Conversão (�) Rendimento (�)


�6 �10 �6 + 2��� + 2�� → 2�3�6 �3 + 2�2 � 90% -
2�3 �6 �3 + ��(��)2 → �6 �10 ���6 + 2�2 � - 85%
�6 �10 ���6 + �2 ��4 → ����4 + 2�3 �6 �3 - 92%
��(��)2 + �2 ��4 → ����4 + 2�2 � - 85%
�3 �6 �3 + ��3 �� → �2 � + �4 �8 �3 - 78,5%
�4 �8 �3 + �2 � → ��3 �� + �3 �6 �3 - 100%
Obs 1.: Devido à influência do rendimento da reação de hidrólise por diversos fatores, como T, P,
presença de catalisadores e pureza dos reagentes, optou-se por adotar um rendimento teórico de 100%.

Obs 2.: Para simular o processo de produção de PLA, foram utilizadas apenas as informações
apresentadas anteriormente na seção 4.2.4, sem o detalhamento das reações químicas envolvidas.

Fonte: Adaptado de Eiteman & Ramalingam (2015), Jun et al. (2014), Min et al. (2011), Ling (2003),
Olga et al. (2017) e Komesu et al. (2017).
71

Após definidas as premissas, adotou-se como base de cálculo uma capacidade


produtiva de 100.000 t/ano para a planta de PLA. E após a simulação do processo, os valores
das entradas e saídas foram obtidos, conforme detalhado nas Tabela 5 e 6. Essas informações
também estão representadas nos fluxogramas do processo produtivo de ácido lático e de PLA,
respectivamente, Figura 14 e 16, conforme mencionado nas seções anteriores, 4.2.3 e 4.2.4.
Apenas para ilustração, são apresentadas imagens das simulações desenvolvidas no Aspen
para o processo produtivo de ácido lático e de PLA, nas Figuras 17 e 18, respectivamente.

Tabela 5 – Entradas e saídas do processo produtivo de ácido lático.

Correntes Quantidade (t/ano)


Melaço da Cana-de-Açúcar 320.541
Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) 62.883
Nutrientes 6.381
Saída do Biorreator 425.718
Biomassa 191.012
Saída do Filtro 1 246.362
Ácido Sulfúrico (H2SO4) 83.240
Saída da Acidificação 328.058
Sulfato de Cálcio (CaSO4) (Gesso) 103.541
Saída do Filtro 2 224.516
Metanol (MeOH) 14.593
Saída da Esterificação 287.818
Saída de Fundo da Coluna de Destilação 1 96.808
Saída de Topo da Coluna de Destilação 1 191.010
Água 22.372
Saída da Hidrólise 236.873
Saída de Fundo da Coluna de Destilação 2 200.779
Metanol (MeOH) (Recuperado) 36.094
Vapor de Solvente (Evaporador) 50.578
Ácido Lático (85%) 150.130
Fonte: Elaborada pelos autores.
72

Figura 17 – Fluxograma da simulação desenvolvida para produção de ácido lático.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Tabela 6 – Entradas e saídas do processo produtivo de PLA.

(Contínua)

Correntes Quantidade (t/ano)


Ácido Lático (85%) 150.130
Óxido de Zinco 369
Saída Reator de Pré-Polimerização 113.960
Acetato de Etila 5.688
Saída do Mixer 1 232.848
Oligômero 11.396
Saída do Filtro 1 221.452
Topo do Cristalizador 113.200
Fundo do Cristalizador 108.252
Acetato de Etila (Recuperado) 113.200
Vapor de Solvente (Evaporador 1) 1.728
Saída do Evaporador 1 105.396
Poliglicerol-10 61
Octoato de Estanho 128
Saída do Reator de Polimerização 66.179
Clorofórmio (CHCL3) 6.128
73

Tabela 6 – Entradas e saídas do processo produtivo de PLA.

(Conclusão)

Correntes Quantidade (t/ano)


Metanol (MeOH) 9.804
Saída do Mixer 2 378.665
Entrada do Evaporador 2 108.885
Saída do Filtro 2 267.779
Saída de Fundo da Coluna de Destilação 858
Metanol (MeOH) + Clorofórmio (CHCL3) 266.554
(Recuperados)
Vapor de Solvente (Evaporador 2) 3.125
Saída do Evaporador 2 105.760
Vapor de Solvente (Spray Dryer) 5.760
PLA Purificado (99%) 100.000
Pellets de PLA 100.000
Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 18 – Fluxograma da simulação desenvolvida para produção de PLA.

Fonte: Elaborada pelos autores.


74

Com base nesses dados, foi possível observar uma conversão global dos açúcares
(frutose, sacarose e glicose) do melaço da cana-de-açúcar em ácido lático de cerca de 85%, e
do ácido lático em PLA, de aproximadamente 79,4%. Esses resultados são consistentes com
os valores encontrados na literatura, os quais reportam uma conversão de açúcares em ácido
lático em torno de 90% e de ácido lático em PLA de cerca de 77% (Hu et al., 2017a; Hu et al.,
2017b).

4.2.6 Balanços de energia


Os balanços de energia para o processo produtivo de ácido lático e de PLA,
considerando as trocas térmicas relevantes, foram obtidos através do simulador de processos
químicos Aspen Plus, após realizadas análises de sensibilidade. Ademais, todos os balanços
de energia foram calculados manualmente e no software de planilhas Microsoft Excel para
garantir a precisão. Para uma melhor compreensão, o balanço de energia foi dividido em duas
etapas: a produção de ácido lático (fermentação do melaço e purificação do ácido lático) e a
produção de PLA (pré-polimerização do ácido lático, polimerização do lactídeo e
extrusão/pelletização). O uso de utilidades e gastos energéticos de cada etapa estão detalhados
nas Tabelas 7 e 8.

Tabela 7 – Uso de utilidades e gasto energético para produção de ácido lático.

Chave do Balanço Energia (kWh/ano) Vapor BP (t/ano) Água de


Resfriamento
(m3/ano)
Fermentação do Melaço 23.909.004 - 134
Purificação do LA 16.078.109 11.312 11.201
Fonte: Elaborada pelos autores.
75

Tabela 8 – Uso de utilidades e gasto energético para produção de PLA.

Chave do Balanço Energia Vapor BP Água de Água


(kWh/ano) (t/ano) Resfriamento Gelada
(m3/ano) (m3/ano)
Pré-Polimerização 14.999.655 3.472 2.703 1.538
Polimerização 33.784.481 17.749 22.412 -
Extrusão/Pelletização 22.276.800 - - -
Fonte: Adaptado de Cowin Extrusion (2024), Coperion (2024) e Chuangbo (2024).

4.2.7 Dimensionamento dos equipamentos


O dimensionamento dos equipamentos para produção de ácido lático e PLA foi
inteiramente baseado nos balanços de massa e energia das seções anteriores, 4.2.5 e 4.2.6. O
volume foi a medida principal a ser determinada, obtida via Aspen Plus utilizando a opção
“Economics” encontrada na barra de ferramentas do simulador, seguido pelo ícone “Size”.
Além disso, os volumes foram calculados manualmente para garantir a precisão das
informações obtidas por meio das equações descritas na seção 2.4 deste trabalho. A escolha
do volume como parâmetro de dimensionamento se deve à facilidade de se estimar o custo
dos equipamentos industriais com base nele.

Para todos os cálculos de volume, foi considerada uma margem de segurança de 25%.
Os volumes dos tanques de estocagem foram calculados com base na densidade e massa dos
materiais armazenados, justamente com a frequência de aquisição e o tempo de
carregamento/descarregamento. O volume do Spray Dryer foi calculado somando o volume
de todos os equipamentos utilizados para sua simulação: o “Mixer”, o “Dryer” e o “AirHeat”.
No caso da extrusora/pelletizadora não foi possível recorrer ao simulador. Portanto, adotou-se
como parâmetro principal de dimensionamento sua capacidade produtiva, que deve ser de
aproximadamente 11,67 t/h. Os parâmetros dimensionados para cada equipamento estão
detalhados na Tabela 9.
76

Tabela 9 – Parâmetros dimensionados para cada equipamento das plantas de ácido


lático e de PLA.

(Continua)

Planta de Produção de Ácido Lático


Equipamento Parâmetro
Tanque de Estocagem (Melaço) Volume (m3) = 2.405,02
Tanque de Estocagem (Ca(OH)2) Volume (m3) = 1.474,41
Tanque de Estocagem (Nutrientes) Volume (m3) = 3.092,38
Tanque de Estocagem (H2SO4) Volume (m3) = 3.168,01
Tanque de Estocagem (Gesso) Volume (m3) = 154,27
Tanque de Estocagem (MeOH) Volume (m3) = 1553,52
Biorreator Volume (m3) = 2.562,34
Filtro 1 Volume (m3) = 2.876,12
Reator de Acidificação Volume (m3) = 3.762,57
Filtro 2 Volume (m3) = 3.432,59
Reator de Esterificação Volume (m3) = 2.920,64
Coluna de Destilação 1 Volume (m3) = 3.042,12
Reator de Hidrólise Volume (m3) = 788,05
Coluna de Destilação 2 Volume (m3) = 2.234,25
Evaporador Volume (m3) = 2.517,76
Planta de Produção de PLA
Equipamento Parâmetro
Tanque de Estocagem (Óxido de Zinco) Volume (m3) = 41,90
Tanque de Estocagem (Acetato de Etila) Volume (m3) = 2.664,34
Tanque de Estocagem (Poliglicerol-10) Volume (m3) = 27,46
Tanque de Estocagem (Octoato de Estanho) Volume (m3) = 64,54
Tanque de Estocagem (CHCl3) Volume (m3) = 2.609,58
Reator de Pré-Polimerização Volume (m3) = 1.215,29
Filtro 1 Volume (m3) = 2.433,33
Cristalizador Volume (m3) = 2.860,30
Condensador Volume (m3) = 1.500,32
Evaporador 1 Volume (m3) = 1.309,30
77

Tabela 9 – Parâmetros dimensionados para cada equipamento das plantas de ácido


lático e de PLA.

(Conclusão)

Planta de Produção de PLA


Equipamento Parâmetro
Reator de Polimerização Volume (m3) = 922,15
Filtro 2 Volume (m3) = 3.627,97
Coluna de Destilação Volume (m3) = 3.025,67
Evaporador 2 Volume (m3) = 1.286,23
Spray Dryer Volume (m3) = 873,64
Extrusora/Pelletizadora Capacidade Produtiva (t/h) = 11,67
Tanque de Estocagem (Efluentes Líquidos) Volume (m3) = 2.478,09
Biodigestor Anaeróbico (Efluentes Sólidos) Volume (m3) = 1.107,02
Fonte: Elaborada pelos autores.

4.3 Modelo de negócios


4.3.1 Conceito do negócio
A Biosolutions PLA será uma empresa voltada inicialmente a indústria de
transformados plásticos internacional, a qual destinará 2/3 de sua produção (principalmente
para os Estados Unidos), mas também terá presença no Brasil, como um conceito de negócio
pioneiro na disponibilização de PLA no país, similar as referências de sucesso
internacionalmente conhecidas pela produção de PLA, Total Corbion PLA e NatureWorks.
Seu principal diferencial será a disponibilização de resina bioplástica biodegradável (PLA) de
alta qualidade, produzida a partir da valorização de subprodutos da cadeia do açúcar (melaço),
a um mercado nacional e internacional carente de alternativas mais sustentáveis aos plásticos
convencionais oriundos do petróleo como a PET, PE e PS. Buscando ainda por desenvolver
mercados consumidores e cadeias pós-consumo para o produto em países hoje com carência
de maior produção local e de enorme potencial consumidor, como o Brasil.

Inicialmente, o principal produto da Biosolutions PLA será o poliácido lático (PLA)


de alta pureza. No entanto, também é proposta a venda do sulfato de cálcio (gesso), gerado em
grande quantidade durante a purificação do ácido lático, (1 tonelada de LA purificado gera 1
tonelada de gesso), e de valor agregado dentro da construção civil (Béal et al., 2023). Assim,
78

é definido o portfólio inicial da empresa, cujas características esperadas estão descritas na


Tabela 10:

Tabela 10 – Principais produtos do portfólio da Biosolutions PLA.

Propriedade Poliácido Lático (PLA) Sulfato de Cálcio (Gesso)


Estado Físico Sólido Sólido
Forma Pellets Di-hidratado
Massa Molar (g/mol) 120.000-150.000 172,17
Ponto de Fusão (ºC) 150-162 128
Ponto de Ebulição (ºC) - 163
Densidade (g/cm3) 1,21-1,25 2,35
Pureza 98,99 99,99
Fonte: American Elements (2024), Petzhold et al. (2013) e Farah et al. (2016).

A oportunidade de explorar o mercado nacional e internacional mostra-se bastante


promissora, tendo em vista, principalmente, a crescente demanda por produtos mais
sustentáveis e a ampla oportunidade para a entrada da resina plástica PLA no setor de
transformados de países como EUA e Brasil, devido à tomada de maior consciência ambiental
por parte das empresas e consumidores. Isto, comprovando-se em vários estudos, como o
realizado pelo World Wide Fund for Nature, onde relata-se que as pesquisas na internet por
produtos sustentáveis cresceram de 2016 a 2020 impressionantes 71% nos países mais
populosos do mundo, mesmo durante a pandemia da Covid-19. Já no Brasil, segundo estudo
da agência de pesquisa americana, Union + Webster (2019), 87% da população brasileira
afirmou preferir consumir produtos e serviços de marcas sustentáveis e 70% dos entrevistados
disse não se importar em pagar um pouco mais por isso (ABIHPEC, 2021; Agência Fiep,
2019).

O modelo de receita da Biosolutions PLA será baseado na venda B2B da bioresina


bioplástica (PLA) à indústria de transformados plásticos nacional e internacional, hoje
extremamente aquecida. Assim, a Biosolutions PLA pretende ser empresa referência quanto a
produção e disponibilização de PLA a nível internacional, além de pioneira no fornecimento
no Brasil. Ademais, em um futuro não tão distante o negócio procurará por se consolidar
79

como o principal fornecedor de PLA a nível nacional. Para viabilizar seu crescimento e
alcançar tais metas, o negócio atuará com a promoção de iniciativas ao desenvolvimento
sustentável com parceiros para prospecção e divulgação dos produtos aos empreendedores
que atuam no setor de transformados plásticos. Vale ressaltar que no projeto proposto todo o
ácido lático produzido será destinado exclusivamente à produção de PLA, e não
comercializado.

A empresa estará localizada na cidade de Ribeirão Preto (SP), em uma unidade matriz
no parque industrial, e possuirá dois sócios, cada um com 50% de participação no negócio:
Thauan de Souza Marques e Jhenifer Scarlet de Souza Monteiro. Na seção 4.3.4, que trata do
plano de operação, encontra-se mais informações a respeito da estrutura social do novo
negócio.

4.3.2 Estudo de mercado


No ano de 2022, o mercado mundial de PLA foi avaliado em mais de 624 milhões de
dólares. Grandes empresas como a Total Corbion PLA e a NatureWorks, são líderes no setor,
em um mercado de produção anual de PLA que atingiu aproximadamente 460 mil toneladas
em 2022. Com expectativa de crescimento anual superior a 21% até 2030, em razão de
investimentos em novas plantas na Ásia, EUA e Europa, o mercado global de PLA deve
ultrapassar a marca de US$ 2,7 bilhão em produção avaliada. (Grand View Research, 2022;
European Bioplastics, 2022). A Tabela 11, apresenta as principais plantas produtoras de PLA
do mundo e suas capacidades produtivas.

Tabela 11 – Principais plantas produtoras de PLA e suas capacidades produtivas.

(Continua)

Projetos de Plantas de PLA Localização Capacidade Produtiva


(2018-2024) (t/ano)
NatureWorks USA | Tailândia* 150.000 | 75.000
Total Corbion PLA Tailândia 75.000
Hisun China 45.000
BBCA & Galactic China 40.000
COFCO China 10.000
80

Tabela 11 – Principais plantas produtoras de PLA e suas capacidades produtivas.

(Conclusão)

Projetos de Plantas de PLA Localização Capacidade Produtiva


(2018-2024) (t/ano)
Hengtian China 10.000
SuPLA China 10.000
TongJieLiang China 10.000
Russian Company LLC Rússia* 10.000
Synbra Holanda 5.000
TianRen China 3.000
ERT Brasil 2.000
Futerro (Galactic) Bélgica 1.000
Jiangxi KeYuan China 1.000
Sulzer Suíça <1.000
Pyramid (Udhe) Alemanha <1.000
* - Projeto em estágio de planejamento ou implantação, mas ainda não finalizado.

Fonte: Adaptado de Jem & Tan (2020), ABICOM (2021), Barrett (2021) e Bailey (2023).

Atualmente, a América do Norte é tida como a maior região consumidora de PLA do


mundo, concentrando cerca de 41% do mercado no ano de 2022, principalmente devido à
crescente demanda por embalagens sustentáveis, e da força dos segmentos têxtil e
automobilístico nos Estados Unidos. A América do Norte é seguida pela Ásia, onde se
localizam as maiores plantas produtoras da resina plástica. O terceiro maior mercado regional
do produto está localizado na Europa (Grand View Research, 2022). Na Figura 19 apresenta-
se um gráfico da distribuição do mercado de PLA por região do planeta.
81

Figura 19 – Mercado mundial de PLA em 2022 (Região).

Fonte: Adaptado de Grand View Research (2022).

A indústria de embalagens é o maior beneficiário da produção de PLA. Em 2022, a


demanda crescente por embalagens flexíveis na indústria de alimentos impulsionou mais de
36% da receita total do PLA. Espera-se que o crescimento desse mercado alavanque ainda
mais a produção de PLA nos próximos anos. Esse aumento é motivado pelas regulamentações
rigorosas sobre plásticos de uso único por países como EUA, Reino Unido e Nova Zelândia,
bem como pela crescente preferência dos consumidores por soluções ambientalmente
sustentáveis (Grand View Research, 2022). Nos gráficos das Figuras 20 e 21, são
apresentadas projeções de uso do PLA em diferentes setores da indústria, de 2020 a 2030.
82

Figura 20 – Projeções do mercado mundial de PLA de 2020-2030.

Fonte: Adaptado de Grand View Research (2022).

Figura 21 – Mercado mundial de PLA em 2022 (Setor).

Fonte: Adaptado de Grand View Research (2022).


83

Atualmente no Brasil, o PLA enfrenta desafios devido à falta de um mercado local


estabelecido. Com importações médias anuais de apenas 125 toneladas entre os anos de 2010
e 2021, a um preço médio (FOB) de US$ 3.825 por tonelada, o produto encontra dificuldades
para competir com materiais mais consolidados, embora menos ecológicos, como o PET,
especialmente no setor de embalagens. Essa situação é atribuída principalmente à capacidade
de produção nacional limitada e aos custos elevados de importação (Ministério da Economia
do Brasil, 2023).

Apesar da pequena produção e quase inexistência de mercado no Brasil, há uma


perspectiva positiva para a entrada do PLA no setor de embalagens do país. Os principais
mercados consumidores estão concentrados nas regiões sul e sudeste, onde se encontram a
maioria das empresas consumidoras. Como mencionado anteriormente, o Brasil possui acesso
abundante a matérias-primas para a produção do PLA, como o melaço da cana-de-açúcar,
disponibilizado a baixos custos, em média R$ 979,84 por tonelada, por empresas açucareiras
como a Raízen e Usina Coruripe (Usina Coruripe, 2023; IBGE, 2023; ABIPLAST, 2022).

Ainda em relação à oportunidade do caso brasileiro, em 2022, o setor de embalagens


do país movimentou mais de 123 bilhões de reais, sendo que os plásticos representaram
33,6% desse montante, equivalente a mais de 41 bilhões de reais. No mesmo ano, as
exportações de embalagens plásticas geraram um faturamento superior a US$ 738 milhões,
enquanto as importações desses produtos alcançaram mais de US$ 648 milhões. Atualmente,
destaca-se que os principais mercados consumidores de embalagens no Brasil são as
indústrias de alimentos e bebidas (ABRE, 2022).

A introdução do PLA no mercado brasileiro enfrentará um desafio comum em nível


global: a necessidade de desenvolver cadeias voltadas para o pós-consumo, dada sua
biodegradabilidade. A falta de infraestrutura de compostagem industrial nos grandes centros
urbanos do Brasil representa uma barreira significativa para o estabelecimento de mercados
de nicho para o PLA. Isso pode levar à perda de atratividade do polímero, especialmente
diante de outros bioplásticos já estabelecidos, como o polietileno verde da Braskem, embora
concorram apenas em algumas aplicações, como embalagens não descartáveis (Jones, 2020).

O PLA da Biosolutions PLA enfrentará forte concorrência em aplicações descartáveis,


como garrafas de bebidas, embalagens blister, sacolas, talheres e pratos, atualmente
dominadas por plásticos convencionais como o PET e o PS. Internacionalmente, competirá
principalmente com o PET e o PS, além do próprio PLA de outros fornecedores e bioplásticos,
84

como PBAT, PBS e PHA, principalmente em produtos de uso único. A avaliação do mercado
mundial de plásticos, incluindo as capacidades produtivas, os valores médios de venda da
resina e os principais competidores do PLA da nova empresa, está apresentada na Tabela 12.

Tabela 12 – Capacidades produtivas, valores médios de venda e produtores chave, a


nível nacional e internacional do PLA e de seus principais competidores.

(Continua)

Resina Capacidade Produtiva Valor Médio Produtores Chave


(Nacional/Internacional) (Nacional/Internacional) (Nacional/Internacional)
(t/ano) (US$/t)
PET 1.000.000 / 34.000.000 1.370 / 1.395 M&G Brasil / Dupont
(U.S.), Nan Ya Plastics
(Taiwan) e Indorama
Ventures (Tailândia)
PS 646.000 / 15.000.000 1.600 / 1.573 Basf Brasil / Trinseo (U.S.),
Alpek (México) e SABIC
(Arábia Saudita)
PLA 2.000 / 670.000 * / 2.836 ERT / NatureWorks (U.S.),
Total Corbion PLA
(Holanda) e BBCA &
Galactic (China)
PBAT * / 465.000 * / 2.056 * / DAK Americas (U.S.),
BASF SE (Alemanha),
Jiangsu Sanfangxiang
Group (China)
PBS * / 100.000 * / 5.750 * / DAK Americas (U.S.),
BASF SE (Alemanha) e
Jiangsu Sanfangxiang
Group (China)
85

Tabela 12 – Capacidades produtivas, valores médios de venda e produtores chave, a


nível nacional e internacional do PLA e de seus principais competidores.

(Conclusão)

Resina Capacidade Produtiva Valor Médio Produtores Chave


(Nacional/Internacional) (Nacional/Internacional) (Nacional/Internacional)
(t/ano) (US$/t)
PHA * / 65.000 * / 3.850 * / Danimer Scientific
(U.S.), Biomer (Alemanha)
e RWDC Industries
(Singapura)
* - Capacidade produtiva, valor médio ou produtor chave não consta, em razão da inexistência de
produção local ou mercado para a resina plástica.

Fonte: Adaptado de Marçon (2021), Intratec Solutions (2023a), SDEC (2011), Jacques (2010),
Intratec Solutions (2023b), Lamb (2022), Fortune Business Insights (2023), Statista (2024a), Fortune
Business Insights (2022), Prismane Consulting (2023a), Jem & Tam (2020), Chemanalyst (2023a),
Meng et al. (2023), Chemanalyst (2023b), Data Bridge (2022a), Barletta et al. (2022), Data Bridge
(2022b), Prismane Consulting (2023b), Technavio (2024), Markets and Markets (2023) e ABICOM
(2021).

Apesar da forte competição nacional e internacional, ao qual o PLA da Biosolutions


PLA estará sujeito, é importante observar que a produção em larga escala pelos concorrentes
não apenas evidencia a viabilidade dos bioplásticos, mas também reflete a crescente demanda
global por produtos mais sustentáveis. Nesse contexto, o Brasil se destaca no mercado
mundial de bioplásticos, apresentando uma oportunidade promissora em termos de produção e
capacidade de escoamento da produção. Tanto para consumo interno quanto para o mercado
internacional (Jones, 2020; European Bioplastics, 2022).

Dada a distribuição das indústrias de embalagens descartáveis no Brasil e o número de


empregos gerados no setor, é possível determinar o tamanho do mercado consumidor nacional
para o PLA. Segundo estimativas da ABIPLAST (2022), os estados de São Paulo, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais concentram a maioria das empresas do setor,
representando mais de 78% e registrando mais de 269 mil empregos no país. Assim, as
86

análises subsequentes serão baseadas na premissa de que as regiões sul e sudeste são os
principais centros consumidores de PLA no Brasil (ABIPLAST, 2022).

Propõe-se ainda uma análise SWOT, apresentada na Figura 22, que, ao abordar as
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do novo negócio, esclarecerá possíveis
posicionamentos estratégicos de mercado, fornecerá insights para solução de problemas e
contribuirá para a redução de custos. No contexto das forças e fraquezas, destaca-se a
disponibilidade de matéria-prima, a valorização de subprodutos, o investimento inicial e o
processo tecnológico. Quanto às oportunidades e ameaças, são enfatizadas a sustentabilidade,
a situação do mercado, os pontos a serem desenvolvidos e as estratégias de venda (Volpato,
2022; Sebrae, 2019).

Figura 22 – Análise SWOT/FOFA.

Fonte: Elaborada pelos autores.


87

4.3.3 Estudo de localização


Um ponto extremamente relevante para o sucesso da implantação de qualquer
indústria química no Brasil trata-se da localização da planta. Custos de logística podem ser
muitas vezes reduzidos, com a proximidade a fornecedores ou a rotas de escoamento da
produção. Ao buscar sobre indústrias químicas no Brasil, é possível se encontrar que estas
estão em sua grande parte concentradas nas regiões sul e sudeste do país, sendo o estado de
São Paulo o que possui o maior número de indústrias (545 plantas), quase 60% do total
(ABIQUIM, 2022).

Outros interessantes estados localizados nessas regiões para possível alocação de uma
indústria do ramo são Minas Gerais e Paraná, pois assim como o estado de São Paulo
apresentam fatores importantes para definir a localização como: rotas de abastecimento e
escoamento de produtos já estabelecidas, infraestrutura logística já existente, mão de obra
local capacitada e possíveis fornecedores nas proximidades (ABIQUIM, 2022). A Figura 23
traz um gráfico da distribuição das plantas químicas a nível nacional.

Figura 23 – Distribuição das plantas químicas brasileiras.

Fonte: ABIQUIM (2022).


88

Realizando um estudo para saber qual dos três estados oferece a melhor oportunidade
para a localização da planta de PLA, diversas variáveis podem ser comparadas, incluindo o
preço médio de locação, água e energia elétrica, a disponibilidade de matéria-prima, os
incentivos fiscais, a qualidade de vida e a proximidade dos mercados consumidores. Os
valores médios do m2 de locação, do m3 de água e do kW/h de energia elétrica nos três
estados em análise foram levantados e podem ser observados na Tabela 13, que apresenta os
dados fornecidos pelos sindicatos e órgãos governamentais SINDUSCON, SNIS e ANEEL.

Tabela 13 – Preços médios do m2 de locação, m3 de água e kW/h de energia elétrica


nos três estados avaliados.

Estado Locação (CUB GI) Água (R$/m3) Energia Elétrica


(R$/m2) (R$/kWh)
São Paulo 1117,53 3,62 0,680
Minas Gerais 1151,78 4,55 0,751
Paraná 1251,23 6,26 0,630
Fonte: Adaptado de Sinduscon (2023), Snis (2023) e Aneel (2023).

Em relação à disponibilidade de matéria-prima, o melaço da cana-de-açúcar, foi


realizado um estudo considerando a disposição das indústrias de açúcar e álcool em diferentes
regiões do país. Isso porque quanto mais robusto esse setor na região, maior é a
disponibilidade de fornecedores e a possibilidade de negociar e adquirir a matéria-prima a
preços competitivos. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) em 2023, São
Paulo liderou em número de indústrias desse setor, com 145 plantas em operação,
concentrando a maior produção do país, seguido por Minas Gerais com 35 plantas e o Paraná
com 24 plantas (ANP, 2023).

No que diz respeito aos incentivos fiscais, a nível nacional tem-se o Regime Especial
da Indústria Química (REIQ), que concede alíquotas menores, atualmente, de 1,39 para
PIS/Pasep e 6,4 para Cofins, que as aplicadas a empresas estrangeiras na compra de insumos
utilizados na indústria, a fim de reduzir a diferença de custos entre as empresas brasileiras e
suas concorrentes internacionais (ABIQUIM, 2022; Câmara dos Deputados, 2022). Ademais,
os estados estudados apresentam programas de redução das cargas tributárias e medidas que
89

incentivam o desenvolvimento econômico e crescimento da indústria química na região,


sendo eles:

● São Paulo – Pacote de Benefícios Fiscais para Apoiar a Retomada Econômica, que
prevê: isenção do ICMS na aquisição de máquinas e equipamentos; utilização do
crédito acumulado do ICMS em projetos de investimentos; redução do ICMS de
setores geradores de empregos; alíquota de 12% para operações internas; diferimento
do ICMS na aquisição interna e a suspensão do imposto na importação de matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem integrados no processo de
fabricação de artigos destinados à exportação (InvestSP, 2023).
● Minas Gerais – Plano de Regularização e Incentivo para a Retomada da Atividade
Econômica no Estado de Minas Gerais (Recomeça Minas), que oferece incentivos e
reduções especiais para a quitação de créditos tributários do estado, são eles: anistia,
perdão legal para multas decorrentes a infração da legislação tributária nos primeiros 2
anos; e o benefício fiscal de ICMS, regime especial de tratamento tributário setorial
que prevê desconto de 1% a 5% na alíquota do ICMS (ALMG, 2023).
● Paraná – Programa Paraná Competitivo, que garante tratamento tributário diferenciado
para empresas que invistam no estado, contemplando benefícios como: parcelamento
do ICMS; diferimento do ICMS na aquisição de energia elétrica e gás natural;
transferência de crédito de ICMS para aquisição de máquinas, equipamentos e
materiais destinados a obras; e redução de impostos sobre cargas (Invest Paraná, 2023).

Agora, ao comparar a qualidade de vida nos estados analisados, observamos os


cenários:

● São Paulo – Principal polo econômico e cultural do país, São Paulo, desponta como
líder no ranking de estados com a melhor qualidade de vida do Brasil, com 90% dos
seus municípios apresentando alto IDH, destacasse em quesitos como qualidade da
saúde pública e privada, educação, com instituições de ensino de excelência,
contribuindo para a formação de um mercado de trabalho que se destaca pela
qualificação de seu contingente (InvestSP, 2023; Atlas Brasil, 2022).
● Minas Gerais – Estado de vasta extensão territorial e população numerosa e variada.
Sua qualidade de vida varia significativamente de acordo com a região, enquanto
algumas cidades mineiras oferecem excelentes serviços de educação e saúde, outras
enfrentam desafios em termos de infraestrutura e desenvolvimento. O estado é notável
90

por suas universidades de prestígio, mas a qualidade de vida pode ser influenciada
pela localização geográfica e pela disponibilidade de recursos (Invest Minas, 2023).
● Paraná – Situado na região sul do Brasil, é conhecido por sua economia diversificada,
com destaque para a produção agrícola e industrial. Isto se traduz em uma
infraestrutura sólida, com boas estradas e serviços de transporte público,
proporcionando conveniência e acessibilidade. Possui amplo acesso a outros mercados
consumidores através do Mercosul, e figura em sétimo lugar no ranking de estados
com a melhor qualidade de vida do Brasil (Invest Paraná, 2023; Atlas Brasil, 2022).

Os principais mercados consumidores dentro do Brasil, como dito, correspondem às


regiões sul e sudeste do país, que abrangem a maioria dos potenciais consumidores da resina
de PLA, tanto consumidores finais quanto empresas, totalizando cerca de 115 milhões de
habitantes e mais de 9.300 empresas na região. Além disso, a capacidade de exportação do
PLA para mercados internacionais, como o norte-americano, é um fator crucial a ser
considerado, podendo influenciar na decisão de instalação de uma planta no Brasil. Portanto,
regiões com acesso a portos, como a região sul (porto de Paranaguá-PR) e sudeste (porto de
Santos-SP e porto de Itaguaí-RJ), tendem a ser mais vantajosas (IBGE, 2023; ABIPLAST,
2022).

Assim, com base na análise das sete variáveis propostas – preço médio do m2 de
locação, preço médio do m3 de água, preço médio do kW/h de energia elétrica,
disponibilidade de matéria-prima, incentivos fiscais, qualidade de vida e localização de
mercados consumidores – conclui-se que São Paulo é o estado mais adequado para a
implementação do projeto, já que:

● Detém o menor preço médio do m2 de locação;


● Detém o menor preço médio do m3 de água;
● Detém preço médio intermediário do kW/h de energia elétrica;
● Apresenta alta disponibilidade de matéria-prima e grande quantidade de fornecedores;
● Oferece interessantes incentivos fiscais para uma nova indústria que planeja se
estabelecer no mercado, principalmente pela oportunidade de redução ou até mesmo
isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos e insumos;

● Trata-se do líder no ranking de estados com a melhor qualidade de vida do Brasil,


destacando-se em quesitos como qualidade da saúde pública/privada e educação;
91

● Trata-se de um estado próximo dos potenciais maiores mercados consumidores de


PLA do Brasil e do mundo, com rotas rodoviárias e portuárias que se mostram como
ótimas alternativas para dar vazão à produção.

Agora, fazendo-se um estudo da microrregião a ser escolhida para implementação do


projeto, com o auxílio do mapa das indústrias de açúcar e álcool, Figura 24, e procurando
pelas cidades mais industrializadas da região, dentro do estado de São Paulo destacam-se os
municípios de Araçatuba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Assim, como enunciado
anteriormente, a disponibilidade de matéria-prima e a proximidade com o mercado
consumidor são fatores cruciais para o sucesso na implementação de qualquer nova indústria,
e, portanto, foram avaliados para a escolha da microrregião (ANP, 2023; Desenvolve SP,
2019).

Figura 24 – Mapa das indústrias de açúcar e álcool do estado de São Paulo.

Fonte: ANP (2023).

Nesse contexto, o município de Ribeirão Preto destaca-se em relação aos demais, pois
concentra a maior capacidade instalada de produção de açúcar e álcool do estado. Além disso,
possui uma localização estratégica, próxima aos principais mercados consumidores do Brasil,
92

e está relativamente próximo dos maiores portos do país, como o Porto de Santos-SP (400
km), o Porto de Paranaguá-PR (700 km) e o Porto de Itaguaí-RJ (668 km), o que facilita o
escoamento da produção para os mercados consumidores internacionais. Desta forma, o
município de Ribeirão Preto mostra-se como a melhor escolha para a instalação da nova
planta para produção de PLA (Desenvolve SP, 2019; Conexos, 2023; Rota Mapas, 2024).

4.3.4 Plano de marketing


O marketing industrial se faz importante desde a criação do projeto, já que ele gera
visibilidade com o público-alvo e busca convencer o cliente sobre a necessidade de
concretização de uma nova compra ou parceria, evidenciando as qualidades do produto e
cultivando um relacionamento baseado na confiança. Pensando nisso, a nova empresa ao se
posicionar no mercado seguirá um plano de marketing com o objetivo de transmitir
credibilidade e permitir o crescimento do negócio com foco em um nicho de mercado,
utilizando-se de ações de atração de clientes tradicionais, com a participação em feiras e
revistas científicas, e modernas, por meio do ambiente on-line e as redes sociais (Gomes,
2018).

Segundo o SEBRAE (2023), o primeiro ponto a ser desenvolvido em um plano de


marketing se refere a identidade visual da empresa, já que ela é responsável por transmitir
credibilidade e pelo estabelecimento da marca no mercado. Assim, a Biosolutions PLA foi
constituída, através do ideal de ser uma solução inteligente e sustentável para produção de
plásticos a partir do ácido lático. Detalhando-se a construção do nome, tem-se: Bio que
remete a palavra biodegradável, reforçando a sustentabilidade promovida pelo material;
Solutions advém da ideia de ser uma solução, sendo esta atual e inovadora; e PLA é a sigla do
poliácido lático, deixando claro o produto ofertado (Sebrae, 2023; Bezerra, 2019).

Ademais, mesmo que a empresa busque por fomentar o mercado brasileiro, seu foco
principal será o mercado internacional, logo, surge a necessidade de que o nome seja em
inglês, considerada língua universal. Foram nesses moldes que a logotipo da empresa foi
construída, a partir de elementos que transmitem segurança e tranquilidade aos clientes. Isto,
através da escolha do azul como cor majoritária, complementado pelo verde que remete ao
meio ambiente, tema reforçado pela figura de uma indústria integrada ao planeta terra,
relacionando-se ainda ao compromisso global de impacto socioambiental do produto e do
93

novo negócio. Na Figura 25, encontra-se uma representação do logotipo construído para a
Biosolutions PLA.

Figura 25 – Logotipo da Biosolutions PLA.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Ainda, a respeito do posicionamento da nova empresa no mercado, outro importante


ponto a se considerar trata-se da definição da missão, visão e valores da empresa, importantes
para formar as principais diretrizes e orientar as estratégias, objetivos e ações (Scopi, 2023).
Desta forma, para a realidade deste novo negócio tem-se:

● Missão: oferecer aos clientes produtos biodegradáveis de alta qualidade.


● Visão: ser a principal referência em PLA no mercado brasileiro, reconhecida pela
qualidade, inovação e comprometimento com os clientes e o meio ambiente.
● Valores: confiabilidade, inovação, qualidade e responsabilidade socioambiental.

Agora, quanto a divulgação do produto, esta será realizada por meio de ferramentas de
marketing digital, como as redes sociais, incluindo o LinkedIn, e o site oficial da empresa,
ambos disponíveis em português e inglês. O LinkedIn é atualmente a principal ferramenta
para promover e evidenciar a autoridade de uma empresa, a partir dele pretende-se criar
94

conteúdo informativo de qualidade destacando os benefícios do PLA e como ele atende às


necessidades do público consumidor, buscando alinhar as expectativas sobre o produto. Por
outro lado, o site oficial será utilizado como plataforma de entrega, onde constarão a história
da empresa, seus valores, objetivos, certificações, contatos, um guia para cadastro e boletins
informativos.

Além do meio digital, propõe-se a presença da marca em canais de divulgação


convencionais como feiras, exposições, revistas e jornais voltados a sustentabilidade,
materiais biodegradáveis e meio ambiente, temas já associados ao produto e com
consumidores que podem vir a ser clientes. Outra estratégia seria firmar parcerias com
instituições sem fins lucrativos, para assim a empresa adentrar no mercado, provando a
qualidade do produto e cumprindo o papel social proposto durante o projeto, tornando a marca
sinônimo de inovação e desenvolvimento sustentável. Este posicionamento faz com que a
marca seja vista não só por compradores, mas também pela mídia, gerando um merchandising
gratuito e de qualidade.

Um dos motivos que fazem com que no exterior a utilização dos bioplásticos esteja
crescendo são as políticas públicas que impedem a comercialização de embalagens de uso
único não biodegradáveis, neste contexto, o uso de PLA em descartáveis é impulsionado.
Atualmente, no Brasil esta política engloba apenas canudos descartáveis, utilizados em
estabelecimentos comerciais, principalmente de grandes capitais como São Paulo, Rio de
Janeiro e Porto Alegre. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a lei já se tornou mais rigorosa,
abrangendo utensílios plásticos no geral. Aproveitar-se desta política pública se mostra
essencial para a empresa, ainda mais ao se considerar o consumo nos grandes centros urbanos
brasileiros (Zaremba, 2020).

Nesse contexto, para garantir uma ampla penetração no mercado global, a


Biosolutions PLA precisará estabelecer parcerias estratégicas com grandes marcas, como
Ambev, JBS, Coca-Cola e Nestlé, que atualmente lideram o processamento de materiais
plásticos no Brasil e no mundo. Essas parcerias oferecem a oportunidade de promover um
marketing voltado para a sustentabilidade ambiental, proporcionando maior credibilidade,
vantagem competitiva, expansão do público-alvo e visibilidade. Ao mesmo tempo, a
Biosolutions PLA ganhará reconhecimento entre essas marcas, incentivando a inovação e
aumentando a demanda por biopolímeros (Econodata, 2024; Eccaplan, 2019; Business
Conection, 2022).
95

Já quanto a distribuição do produto, esta que envolve desde a venda até o pós-venda.
Pensando-se em maior rentabilidade, será necessária uma distribuição direta e exclusiva, onde
o PLA será vendido diretamente ao cliente final sem intermédio, garantindo a qualidade e
exclusividade do produto. Nesse modelo, que buscará por otimizar e integrar a presença on-
line e off-line, o site se tornará o principal canal de venda da empresa tendo uma seção
dedicada apenas ao contato com a setor comercial, que antes do atendimento terá tempo
necessário para conhecer os perfis e preparar-se para conversar com os clientes, de forma a
convencê-los sobre a qualidade do PLA, e assim maximizar a conversão em venda de
produtos.

Prevê-se para a Biosolutions PLA uma produção diária acelerada, que pode ultrapassar
as 280 toneladas, dessa forma será essencial manter um ritmo de vendas condizente para
evitar problemas de armazenamento. Nesse sentido, após a pelletização/extrusão do PLA,
propõe-se embalar o produto em big bags, cada um comportando até 1.000 kg. Essa
abordagem visa garantir a segurança dos materiais, otimizar os processos logísticos e
proporcionar um armazenamento eficaz da produção, protegendo contra umidade e luz –
variáveis de sensibilidade do PLA – e permitindo um controle mais preciso da produção por
meio de lotes (Gasogenio, 2024; Santos et al., 2018).

As big bags oferecem uma série de vantagens, como facilidade de movimentação,


flexibilidade, versatilidade, garantia de higiene, estocagem facilitada, controle de variáveis
externas e custo-benefício, tornando-as uma escolha destacada no mercado. Feitas de
polipropileno, um termoplástico macio, flexível, leve e completamente reciclável, as big bags
também contribuem para soluções sustentáveis, alinhando-se com os objetivos ambientais da
Biosolutions PLA. Além disso, sua resistência a condições adversas, como umidade e luz,
garante a proteção adequada dos produtos embalados. No momento, o custo médio por
unidade está em torno de R$ 4,46 (Embtec, 2020; Sansuy, 2023; Aliexpress, 2024).

Com a escolha da embalagem concluída, é hora de determinar os métodos de


transporte para as cargas da Biosolutions PLA. Para o mercado interno, recomenda-se o
transporte rodoviário, preferencialmente utilizando caminhões VUC para o PLA e do tipo
truck/basculante para o sulfato de cálcio (gesso bruto). Quanto ao mercado externo, serão
necessárias duas modalidades de transporte: rodoviário e marítimo, fazendo uso de caminhões
truck e navios porta-contêineres, respectivamente. A seleção desses métodos considerou
critérios como eficiência, capacidade de carga e segurança (Jtesta, 2023; Koala Energy, 2018;
Cardeal et al., 2014; Randon Consórcios, 2022; Totvs, 2024; Lacerda, 2004):
96

● O caminhão VUC é preferido devido à sua facilidade de deslocamento entre cidades,


devido ao seu tamanho compacto, e pela sua capacidade de carga de 3,5 toneladas;
● O caminhão tipo basculante é uma opção interessante por conta de sua carroceria que
facilita o carregamento/entrega de materiais, cuja capacidade de carga é de 14
toneladas;
● O caminhão tipo truck foi escolhido por sua capacidade de carga de 19,5 toneladas e
pela facilidade de deslocamento até os portos de embarque;
● O navio porta-contêineres foi escolhido por sua alta capacidade de carga, permitindo o
posicionamento das embalagens de acordo com suas exigências e oferecendo ainda um
maior controle sobre os derramamentos, uma ocorrência comum em embarcações.

4.3.5 Plano de operação


A Biosolutions PLA, será uma sociedade limitada (LTDA) com capital de participação
igualitário entre dois sócios, Thauan de Souza Marques e Jhenifer Scarlet de Souza Monteiro,
e será gerenciada a partir de uma unidade industrial de 125.000 m2 em Ribeirão Preto (SP),
que contemplará toda a infraestrutura necessária para funcionar (água, energia, transporte, etc),
bem como todas as regulamentações e obrigações legais, apenas com terceirização da
construção do parque industrial por empresas especializadas. A sua estrutura organizacional
envolverá 15 departamentos: Qualidade, P&D, Produção, PCP, Comercial, Administrativo,
Financeiro, Manutenção, RH, Jurídico, Marketing, Almoxarifado, TI, Expedição e
Suprimentos.

Apesar de se tratar de uma empresa que terá o seu site como referência para atender
aos seus clientes, e considerando a estrutura organizacional citada acima, os processos de
negócio da nova empresa envolverão também:

● Evolução da produção e desenvolvimento de novos produtos;


● Acompanhamento de desempenho das vendas e elaboração de relatórios gerenciais;
● Suporte aos clientes finais e pós-venda;
● Desenvolvimento e gestão de parcerias (obtenção de insumos);
● Marketing e vendas (parcerias comerciais, gestão de campanhas de venda);
● Gestão administrativa e de pessoal;
● Gestão financeira e métodos de pagamento (contas a pagar/receber).
97

A política de recursos humanos terá como prioridade um plano de carreira para todos
os funcionários, reservando parte das ações da empresa para distribuição entre os funcionários
de maneira progressiva, considerando cargo/função, tempo de empresa e avaliação de
desempenho, como forma de motivá-los e de criar uma equipe coesa e comprometida. Todos
os funcionários terão um conjunto de benefícios que inclui plano de saúde, vale-transporte,
auxílio alimentação, férias remuneradas, 13º salário, adicional noturno, fundo garantia por
tempo de serviço (FGTS), licença maternidade, e ainda receberão bônus de final de ano (após
a empresa atingir o fluxo de caixa positivo e caso a empresa atinja suas metas).

A empresa iniciará com 430 funcionários e chegará ao 7º ano com 450 pessoas (≅ 1%
ao ano) em seus quadros. Esse crescimento gradual é justificado pela progressiva
automatização dos processos, visando aprimorar a eficiência operacional e a produtividade. É
importante destacar que, dentro do conjunto total de colaboradores, uma parcela de 5%
corresponde a jovens aprendizes, conforme estipulado pela Lei 10.097/00. Essa abordagem
não só amplia as oportunidades para inovação, mas também busca aproveitar os incentivos
fiscais disponibilizados às empresas, incluindo redução de 2% do FGTS, 30% do IR, dispensa
de aviso prévio remunerado e isenção da multa rescisória (Bonamigo Contabilidade, 2023).

Os funcionários responsáveis pela produção, PCP, qualidade e manutenção serão


distribuídos ao longo de três turnos de 8 horas, somando 24 horas, enquanto os demais
atuarão em horário comercial. Na Figura 26 e Tabela 14, é possível se observar,
respectivamente, o organograma e o quadro de funcionários da Biosolutions PLA. Quanto a
produção industrial, considerando 2024 como ano base de início das atividades, contando com
os feriados nacionais e municipais previstos, que somados correspondem a 9 dias, a produção
industrial acontecerá quase que ininterruptamente por 357 dias (8.568 horas) dos 366 dias do
ano de 2024 (Prefeitura da Cidade de Ribeirão Preto, 2023).
98

Figura 26 – Organograma.

Fonte: Elaborada pelos autores.


99

Tabela 14 – Quadro de funcionários subdivido em departamentos.

Setor Nº de
Funcionários
Qualidade/Tratamento de Resíduos 75
P&D 15
Produção 127
PCP 9
Comercial 18
Administrativo 19
Financeiro 10
Manutenção 40
RH 19
Jurídico 6
Marketing 11
Almoxarifado 23
TI 20
Expedição 18
Suprimentos 20
Terceirizações (Segurança, Limpeza, Alimentação e Brigada de 102
Incêndio)
Fonte: Elaborada pelos autores.

São sugeridas terceirizações para o fornecimento de alimentos aos colaboradores, a


limpeza das instalações e equipamentos e a segurança patrimonial da empresa. Para isso, 18
funcionários foram designados para o refeitório, enquanto outros 18 foram alocados para
rondas de segurança. Quanto à limpeza, propõe-se a contratação de 18 pessoas para essa
função. Além disso, considerando-se que muitos dos reagentes necessários a produção de
ácido lático e de PLA são inflamáveis, propõe-se o treinamento de 48 funcionários da unidade
para compor uma briga de incêndio para a empresa (Bombeiros MT, 2020; Bombeiros GO,
2014).

A escala de produção, cuja escolha é essencial para a realização do estudo financeiro


de custos e receitas do projeto, foi definida em 100.000 t/ano de PLA. Para tanto, será
100

necessária a produção de aproximadamente 150.000 t/ano de ácido lático. Esta escala de PLA
que representaria mais de 10% da capacidade mundial de produção de PLA estimada em 2021
(670.000 toneladas), e capaz de impactar significativamente o mercado nacional e
internacional, sobretudo sendo compatível com a crescente demanda mundial e com as escalas
produtivas observadas em outras plantas já estabelecidas no mundo (Prismate Consulting,
2023).

Algumas parcerias estratégicas com empresas químicas, bioquímicas e de engenharia,


nacionais e internacionais, como a brasileira Raízen (matéria-prima), a chinesa Junsei
(solventes e catalisadores), e a norte americana Mueller (reatores e máquinas), serão
desenvolvidas para a obtenção a valores mais competitivos do melaço da cana-de-açúcar e de
outros insumos como o ácido sulfúrico, hidróxido de cálcio, catalizadores, solventes, culturas
bacterianas, bioreatores e outros equipamentos de engenharia, mas também para o
licenciamento tecnológico e para a execução das obras da nova planta (Metoree, 2024).

O layout da unidade industrial, foi planejado pensando em otimizar o desempenho dos


equipamentos, colaboradores e processos, privilegiando a facilidade de acesso em caso de
emergências, a rentabilização das utilidades industriais e a fluidez dos processos. Seguindo
todas as normas de higiene e segurança operacional disponíveis e vigentes, de forma a atender
ao bem-estar individual dos colaborados e de visitantes nas instalações. Isto, aliado as
ferramentas de gestão Kaisen, Lean Six Sigma e 5S. O layout preliminar da unidade industrial,
integrando as plantas de ácido lático e PLA, encontra-se esquematizado na Figura 27.
101

Figura 27 – Layout preliminar da unidade, integrando as plantas de ácido lático e PLA.

Obs.: A área estimada para a unidade é de 125.000 m2, alinhada com os tamanhos de plantas de ácido
lático e PLA em operação em todo o mundo.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação às certificações e licenças necessárias, a Biosolutions PLA realizará o


Contrato Social, que incluirá todos os dados básicos da instituição, para então registrar-se na
junta comercial. Com esse registro, será solicitado o CNPJ e o número de identificação do
registro da empresa (NIRE), essenciais para a manutenção legal do negócio perante a Receita
Federal (emissão de notas fiscais e pagamentos de impostos). Além disso, serão
providenciadas a Inscrição Estadual, o cadastro da empresa no ICMS e a obtenção do alvará
de funcionamento, emitido pelo órgão governamental municipal. Isso demonstra a
transparência e a legalidade da nova empresa em suas atividades comerciais (Contas Online,
2023; Gularte, 2023).

Por se tratar de uma empresa química, também será exigida uma atenção maior quanto
ao licenciamento ambiental, com o objetivo de aliar desenvolvimento econômico com
preservação da natureza. Resíduos do processo de produção do PLA como metanol (solvente)
e sulfato de cálcio (gesso), podem ser extremamente nocivos ao meio ambiente. Logo, a nova
empresa deverá e manterá suas operações dentro das normas estabelecidas pela Resolução Nº
237 do CONAMA que define os procedimentos de licenciamento ambiental durante a
102

implementação e operação do projeto, com expedição das três licenças ambientais necessárias:
Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) (Sardão, 2017).

Além do licenciamento ambiental, a Biosolutions PLA buscará implementar as


melhores práticas da indústria química internacional, adotando normas como as ISOs 9001
(Gestão de Qualidade), 45001 (Saúde e Segurança no Trabalho) e 14001 (Gestão Ambiental).
Acredita-se que com tais certificações ISO, a nova empresa será capaz de ultrapassar desafios
comuns mundialmente e a se destacar em um setor altamente competitivo, beneficiando ainda
na redução dos custos de funcionamento, o aumento da qualidade do produto, o
melhoramento das relações com fornecedores e clientes, o cumprimento dos requisitos
regulamentares, a redução do impacto ambiental e a promoção de um ambiente de trabalho
seguro (Nqa, 2024).

Quanto as políticas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), a Biosolutions PLA


investirá continuamente no desenvolvimento de novos produtos, como copolímeros de PLA,
visando melhoras em suas propriedades e novas aplicações para o biopolímero, ainda que
sempre buscando por preservar o principal diferencial do produto, a biodegradabilidade.
Ademais, o setor de P&D da Biosolutions PLA, deverá e estará alinhado com os setores de
marketing e vendas, também ficando responsável pelo aprimoramento contínuo dos processos
produtivos internos e pela inovação na empresa, isto por meio do estudo das novas tendências
do mercado mundial e de novas tecnologias (Liga Ventures, 2022).

Agora, visando a fidelização de clientes e a sustentabilidade do negócio, a


Biosolutions PLA contará com uma equipe de pós-venda, que fará todo o acompanhamento
após a efetivação da compra, com suporte para dúvidas e reclamações por telefone, e-mail ou
pelo site da empresa, a fim de garantir que o produto supra as expectativas dos clientes. Além
disso, o setor de pós-venda ficará responsável por estabelecer programas de fidelidade com
preços exclusivos para cada consumidor, e realizará a promoção dos últimos lançamentos de
produtos que a Biosolutions PLA venha a desenvolver. Pensando não apenas em garantir a
satisfação do cliente, mas também promover a inovação contínua dentro da empresa (Zendesk,
2023).

A preservação do meio ambiente e a minimização dos impactos ambientais são


preocupações centrais da Biosolutions PLA. Dentro desse contexto, tanto os produtos da
empresa quanto todo o processo produtivo serão desenvolvidos com um compromisso com a
sustentabilidade ambiental. Os resíduos do processo de produção do ácido lático e do PLA,
103

sejam eles líquidos (água, clorofórmio e metanol) e sólidos (biomassa e oligômeros residuais),
quando possível, serão vendidos para geração de receita, caso contrário, serão tratados
internamente ou encaminhados para tratamento off-site. A gestão dos processos de tratamento
será realizada pela equipe de tratamento de resíduos da empresa.

Observa-se que aproximadamente 99,1% dos efluentes líquidos gerados consistem em


água, enquanto o restante é uma mistura de clorofórmio e metanol, de difícil separação e de
alto custo devido à necessidade de várias destilações sucessivas. Portanto, propõe-se
terceirizar o tratamento desses efluentes. Quanto à biomassa principal resíduo sólido obtido
após a fermentação, sugere-se sua venda para geração de energia elétrica ou produção de
biocombustíveis. Já os oligômeros, que são gerados em pequenas quantidades e têm poucas
aplicações, serão submetidos a processos de compostagem industrial na própria unidade e,
posteriormente, serão comercializados para aplicação de carbono no solo e produção de
energia.

Para concluir o plano de operações, e considerando a importância da análise de riscos


operacionais para antecipar potenciais desvios e identificar riscos operacionais, propõe-se a
realização de uma análise Hazop, disponível no Anexo 6.6. Esse modelo de análise de risco
investiga possíveis não conformidades no processo, identificando pontos-chave e analisando
as variáveis físicas envolvidas. Aborda a probabilidade de ocorrência, o impacto nas
operações, no meio ambiente e nos aspectos humanos, com o objetivo de identificar causas e
consequências para propor medidas preventivas e, se necessário, corretivas. Após a análise,
foi identificada a necessidade de estabelecer uma brigada de incêndio na empresa, contratar
um seguro para a fábrica e seus funcionários, e implementar um controle de produção
eficiente (Cavaz, 2018).

4.3.6 Plano financeiro


Inicialmente, para estabelecer um plano financeiro consistente, é fundamental
especificar algumas premissas adotadas durante a análise financeira. O capital de giro,
destinado a cobrir as despesas iniciais da empresa para um tempo de giro de 3 meses sem
receita, foi definido em 15% do capital inicial, em linha com valores reportados na literatura.
A curva de depreciação foi arbitrariamente estabelecida em 5% ao ano a partir do primeiro
ano de operação. Além disso, assumiu-se que nenhuma outra receita significativa proveniente
104

da revenda de produtos das instalações seria gerada após a vida útil da planta (Kwan et al.,
2018).

O tempo de construção das instalações foi estimado em 2 anos, permitindo a


construção personalizada de equipamentos como reatores e colunas de destilação, uma vez
que nem todos estão disponíveis prontamente. Projetos semelhantes, como o da NatureWorks
na Tailândia, relatam tempos de construção comparáveis para suas instalações de produção de
PLA. O capital inicial foi dividido igualmente entre o primeiro ano (ano 0) e o segundo ano
(ano 1) do projeto. Os fluxos de caixa foram calculados para um período de 20 anos de
operação, ou seja, abrangendo até o ano 21 (Australian Institute of Packaging, 2024).

A taxa de câmbio do dólar foi fixada em R$ 5,00, um valor semelhante às taxas


registradas pelo Banco Central do Brasil nos últimos seis meses de 2023. A taxa de
atratividade (TMA) foi arbitrariamente estabelecida em 15%, resultando em um prêmio de
7,95% e 4,84%, respectivamente, em comparação com a taxa média de juros de longo prazo
(TJLP = 7,05%) e à taxa média de longo prazo (TLP = IPCA + 5,65%) do BNDES,
registradas nos últimos doze meses de 2023. É importante mencionar que a TMA será
submetida à análise de sensibilidade para garantir a robustez das projeções financeiras frente
as mudanças econômicas e financeiras (Banco Central do Brasil, 2024; BNDES, 2024a; IBGE,
2024; BNDES, 2024b).

Após estabelecer as premissas, torna-se possível estimar o investimento inicial


necessário para a implementação do projeto, englobando custos diretos (equipamentos,
instalação, elétrica, edifícios, área externa, instalações de serviço) e indiretos (engenharia,
construção, despesas legais, honorários da empreiteira e contingência), assim como descrito
na literatura. O processo de produção inclui duas etapas: a produção de ácido lático e a
produção de PLA. Logo, o investimento inicial foi subdividido de acordo com os custos
associados a cada etapa. Os detalhes de todos os custos mencionados estão resumidos nas
Tabelas 15 e 16, com correções para minimizar erros decorrentes de mudanças de escala,
localização e inflação.
105

Tabela 15 – Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de


produção de ácido lático a partir do melaço da cana, subdividido em custos diretos e indiretos.

(Continua)

Custos Diretos (CD)


Item Quantidade | Cálculo Custo (US$)
Tanque de Estocagem (Melaço) 1 | Dimensionamento 1.201.695,36
Tanque de Estocagem 1 | Dimensionamento 684.632,32
(Ca(OH)2)
Tanque de Estocagem 1 | Dimensionamento 1.330.389,95
(Nutrientes)
Tanque de Estocagem (H2SO4) 1 | Dimensionamento 587.762,25
Tanque de Estocagem (Gesso) 1 | Dimensionamento 235.848,91
Tanque de Estocagem (MeOH) 1 | Dimensionamento 545.153,63
Biorreator (Fermentação) 1 | Dimensionamento 849.608,50
Filtro Biológico (Ultrafiltração) 1 | Dimensionamento 446.508,97
Reator de Acidificação 1 | Dimensionamento 2.574.649,23
Filtro Rotativo 1 | Dimensionamento 532.829,90
Reator de Esterificação 1 | Dimensionamento 996.475,36
Coluna de Destilação 1 1 | Dimensionamento 1.599.542,05
Coluna de Destilação 2 1 | Dimensionamento 1.263.878,20
Reator de Hidrólise 1 | Dimensionamento 594.351,73
Evaporador 1 | Dimensionamento 415.614,28
TOTAL (CE) - 13.858.940,64
Instalação (43% do CE) 5.959.344,48
Tubulação (33% do CE) 4.573.450,41
Instrumentação (41,5% do CE) 5.751.460,37
Elétrica (10% do CE) 1.385.894,06
Edifícios (30% do CE) 4.157.682,19
Área Externa (13,5% do CE) 1.870.956,99
Instalações de Serviço (47,5% do CE) 6.582.996,80
Terreno (62.500 m2 x 223 US$/m2) 13.937.500,00
TOTAL (CD) - 44.219.286,30
106

Tabela 15 – Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de


produção de ácido lático a partir do melaço da cana, subdividido em custos diretos e indiretos.

(Conclusão)

Custos Indiretos (CI)


Item Cálculo Custo (US$)
Engenharia (32% do CE) 4.434.861,00
Construção (34% do CE) 4.712.039,82
Despesas Legais (4% do CE) 554.317,63
Honorários da Empreiteira (19% do CE) 2.633.198,72
Contingência (37% do CE) 5.127.808,04
TOTAL (CI) - 17.462.265,21
Capital Inicial (CD + CI) 61.681.550,50
Capital de Giro (15% do Capital Inicial) 9.252.232,58
TOTAL (INVESTIMENTO) - 70.933.783,08
Obs.: O custeio dos equipamentos foi determinado com base no volume de cada um deles, além de
consulta à literatura especializada, conforme detalhado por Humbird et al. (2011) e Baral & Shah
(2016), que descrevem os custos e os tipos de materiais utilizados em suas composições.

Fonte: Adaptado de Kwan et al. (2018), Manandhar & Shah (2023), Yulius (2017), Humbird et al.
(2011) e Baral & Shah (2016).

Tabela 16 – Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de


produção de PLA a partir do ácido lático, subdividido em custos diretos e indiretos.

(Continua)

Custos Diretos (CD)


Item Quantidade | Cálculo Custo (US$)
Tanque de Estocagem (Óxido 1 | Dimensionamento 19.455,98
de Zinco)
Tanque de Estocagem (Acetato 1 | Dimensionamento 934.958,24
de Etila)
107

Tabela 16 – Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de


produção de PLA a partir do ácido lático, subdividido em custos diretos e indiretos.

(Contínua)

Custos Diretos (CD)


Item Quantidade | Cálculo Custo (US$)
Tanque de Estocagem 1 | Dimensionamento 9.636,14
(Poliglicerol-10)
Tanque de Estocagem (Octoato 1 | Dimensionamento 29.968,71
de Estanho)
Tanque de Estocagem (CHCl3) 1 | Dimensionamento 1.211.740,84
Reator de Pré-Polimerização 1 | Dimensionamento 2.582.491,25
Filtro 1 1 | Dimensionamento 373.105,13
Cristalizador 1 | Dimensionamento 1.419.165,00
Condensador 1 | Dimensionamento 415.269,43
Evaporador de Bandeja 1 1 | Dimensionamento 387.530,21
Reator de Polimerização 1 | Dimensionamento 1.959.568,75
Filtro 2 1 | Dimensionamento 563.135,38
Coluna de Destilação 1 | Dimensionamento 1.599.542,05
Evaporador de Bandeja 2 1 | Dimensionamento 369.445,00
Spray Dryer 1 | Dimensionamento 920.972,00
Extrusora/Pelletizadora 1 | Dimensionamento 895.789,20
Tanque de Estocagem 1 | Dimensionamento 973.431,96
(Efluentes Líquidos)
Biodigestor Anaeróbico 1 | Dimensionamento 195.512,04
(Efluentes Sólidos)
TOTAL (CE) - 14.860.717,31
Instalação (43% do CE) 6.390.108,44
Tubulação (33% do CE) 4.904.036,71
Instrumentação (41,5% do CE) 6.167.197,68
Elétrica (10% do CE) 1.486.071,73
Edifícios (30% do CE) 4.458.215,20
Área Externa (13,5% do CE) 2.006.196,83
108

Tabela 16 – Capital inicial necessário para instalação e operação da planta de


produção de PLA a partir do ácido lático, subdividido em custos diretos e indiretos.

(Conclusão)

Custos Diretos (CD)


Item Quantidade | Cálculo Custo (US$)
Instalações de Serviço (47,5% do CE) 7.008.840,72
Terreno (62.500 m2 x 223 US$/m2) 13.937.500,00
TOTAL (CD) - 46.408.167,32
Custos Indiretos (CI)
Item Cálculo Custo (US$)
Engenharia (32% do CE) 4.755.429,54
Construção (34% do CE) 5.052.642,89
Despesas Legais (4% do CE) 594.428,69
Honorários da Empreiteira (19% do CE) 2.823.536,29
Contingência (37% do CE) 5.498.465,40
TOTAL (CI) - 18.724.503,81
Capital Inicial (CD + CI) 65.132.671,13
Capital de Giro (15% do Capital Inicial) 9.769.900,67
TOTAL (INVESTIMENTO) - 74.902.571,80
Obs.: O custeio dos equipamentos foi determinado com base no volume de cada um deles, além de
consulta à literatura especializada, conforme detalhado por Humbird et al. (2011) e Baral & Shah
(2016), que descrevem os custos e os tipos de materiais utilizados em suas composições.

Fonte: Adaptado de Kwan et al. (2018), Manandhar & Shah (2023), Yulius (2017), Humbird et al.
(2011) e Baral & Shah (2016).

Após determinar o capital inicial para estabelecer as novas plantas de ácido lático e
PLA, é crucial definir os custos anuais de operação, abrangendo tanto os custos variáveis
(matérias-primas, mão de obra, eletricidade, vapor, água, logística, manutenção, laboratório,
suprimentos operacionais e impostos) quanto os custos fixos (depreciação, seguro, despesas
gerais). Todos os custos mencionados, estão detalhadamente resumidos na Tabela 17.
109

Tabela 17 – Custos anuais de operação necessários para as plantas de produção de


ácido lático e PLA, subdividido em custos variáveis e fixos.

Custos Variáveis (CV)


Item Cálculo Custo (US$)
Matérias-Primas (Anexo 6.1) 114.619.730,16
Utilidades (Anexo 6.2) 15.940.690,59
Tratamento de Efluentes (Anexo 6.3) 5.486.475,84
Mão de Obra (CMO) (Anexo 6.4) 5.936.548,80
Logística (Anexo 6.5) 39.088.929,60
Manutenção (CM) (10% do CE) 2.871.965,80
Laboratório (15% do CMO) 821.983,68
Suprimentos Operacionais (15% do CM) 430.794,87
TOTAL - 185.197.119,34
Custos Fixos (CF)
Item Cálculo Custo (US$)
Depreciação (5% do Capital Inicial) 6.340.711,08
Seguro (1% do Capital Inicial) 1.268.142,22
Despesas Gerais (5% do CD) 2.320.408,37
TOTAL - 9.929.261,67
Custo Operacional Anual - 195.126.381,01
Fonte: Adaptado de Kwan et al. (2018) e Manandhar & Shah (2023).

Dentro dos custos anuais de operação, um aspecto relevante e que está intimamente
ligado à receita do projeto é o custo logístico envolvido no transporte dos produtos (PLA e
gesso), detalhado no Anexo 6.5. Existem dois tipos de contrato de envio: o CIF (Cost,
Insurance and Freight), onde o vendedor fica responsável pelos custos, e o FOB (Free on
Board), no qual o comprador assume os riscos e custos. Devido à natureza dos produtos da
Biosolutions PLA, os mercados consumidores, volumes de carga e valores de venda, foi
decidido utilizar o modelo FOB para o mercado interno e o modelo CIF para o mercado
externo (Guarnieri, 2022).
110

A escolha do modelo FOB para o mercado interno visa viabilizar a venda do gesso
(inviável quando o custo logístico é considerado) e proporcionar maior controle ao comprador
sobre a logística, permitindo-lhe trabalhar com transportadoras de sua confiança. Para o
mercado externo, devido à necessidade de coordenar dois meios de transporte (rodoviário e
naval) para garantir o cumprimento dos prazos e priorizar um preço de venda competitivo,
optou-se pelo CIF, com a empresa assumindo os custos logísticos, após firmadas algumas
parcerias com transportadores para redução de custos e maior segurança na entrega.

A fonte de receita proposta, como já mencionado, é a venda de pellets de PLA e gesso.


Assim, a receita do projeto depende apenas dos preços de venda do PLA e do sulfato de cálcio,
bem como da ocupação produtiva no ano. Os atuais preços de mercado do PLA e do sulfato
de cálcio são US$ 2.836/t e US$ 12/t, respectivamente. A curva de ocupação proposta começa
em 70% no terceiro ano do projeto (ano 2), aumentando 10% ao ano até atingir um máximo
de 100 % no sexto ano do projeto (ano 5) (Chemanalyst, 2023a; Statista, 2024b). Portanto, as
receitas brutas esperadas foram estimadas do ano 0 ao 21, e estão indicadas na Tabela 18.

Tabela 18 – Receita bruta esperada para todos os fluxos de caixa do projeto estudado.

Ano do PLA Gesso Bruto PLA (FOB) Gesso Bruto Receita Bruta
Projeto Produzido (t) Produzido (t) (US$/t) (FOB) (US$)
(US$/t)
0-1 0 0 2.836,00 12,00 0
2 70.000 72.479 2.836,00 12,00 199.389.748,00
3 80.000 82.833 2.836,00 12,00 227.873.996,00
4 90.000 93.187 2.836,00 12,00 256.358.244,00
5-21 100.000 103.541 2.836,00 12,00 284.842.492,00
Fonte: Adaptado de Chemanalyst (2023a) e Statista (2024b).

Após estimar a receita bruta prevista para o projeto, é crucial ponderar sobre os
principais tributos que afetarão os lucros da nova empresa. De acordo com o SEBRAE (2020),
os principais tributos fixos incidentes sobre Biosolutions PLA serão (Sebrae, 2020):
111

● ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) - A alíquota para


empresas com operações interestaduais entre estados das regiões sul e sudeste é de
12% sobre o valor final do produto (Mendes, 2024);
● PIS/PASEP (Programa de Integração Social) - A alíquota para empresas no regime
não-cumulativo em tributação de Lucro Real é de 1,65% sobre a receita bruta da
empresa. Geralmente contabilizado nos custos com mão-de-obra (Sevilha, 2024);
● IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) - A alíquota para empresas é de 15% sobre a
lucro líquido da empresa, com redução de 30% prevista na Lei Nº 5862/09, em razão
da participação da empresa no programa jovem aprendiz (GOV BR, 2023a; Conselho
Federal de Contabilidade, 2010);
● CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) - A alíquota para empresas é de
9% sobre o lucro líquido da empresa (GOV BR, 2023b);
● IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - A alíquota para empresas produtoras
de PLA é de 5% sobre o valor final do produto, com redução de 35% segundo Decreto
Nº 11.158 de 29 de julho de 2022 (Planalto GOV BR, 2022; GOV BR 2022).

A partir dos dados apresentados e das premissas adotadas, foram analisados os


aspectos econômicos do projeto por meio da construção das Demonstrações de Resultado do
Exercício (DREs) e dos Fluxos de Caixa para os 21 anos do projeto. Além disso, com uma
Taxa Mínima de Atratividade (TMA) estabelecida em 15%, o Valor Presente Líquido (VPL)
foi positivo, atingindo US$ 47.640.716,06. No cenário base, a Taxa Interna de Retorno (TIR)
do projeto foi de aproximadamente 20%. O tempo necessário para recuperar o investimento
inicial total, ou payback descontado, ocorre entre o décimo ano (ano 9) e o décimo primeiro
ano (ano 10) do projeto, com valor aproximado de 10,10 anos.

Um VPL positivo e uma TIR superior à TMA de 15% indicam a viabilidade


econômica do novo empreendimento. Apesar do tempo de retorno do investimento total ser
um pouco elevado, é importante considerar que a instalação de uma nova empresa no Brasil
implica em custos mais altos em comparação com outras regiões do mundo, devido
principalmente à alta carga tributária do país. Além disso, é importante ressaltar que o PLA é
um produto relativamente novo no mercado brasileiro, com seu principal atrativo sendo sua
sustentabilidade. É importante lembrar que o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica
(EVTE) é uma avaliação preliminar de oportunidade com alto grau de incerteza associado.
112

Ademais, foram analisados cenários nos quais a TMA era superior a 15%, para prever
o comportamento do novo negócio diante de cenários de incerteza que poderiam levar ao
aumento das taxas de juros praticadas no mercado. Observou-se, então, uma diminuição no
VPL e um aumento no período de payback, indicando a redução da atratividade do projeto.
Logo, optou-se por manter uma TMA de 15%, já que esta proporciona um bom prêmio em
comparação com as taxas de juros mais comuns, como a TJLP de 6,53%, a TLP de 9,92% e a
Taxa Selic de 11,25%. O projeto revelou-se sensível aos custos variáveis, especialmente os
relacionados à obtenção das matérias-primas (elevada demanda de melaço de cana-de-açúcar),
que sozinha representa cerca de 61,89% do total anual de US$ 185.197.119,34 em custos
variáveis (BNDES, 2024a; IBGE, 2024; BNDES, 2024b; Nubank, 2024).

Por fim, um gráfico foi elaborado para ilustrar a relação entre as receitas e os custos
operacionais, com o objetivo de analisar o ponto de equilíbrio, um indicador importante para a
segurança do projeto. Este gráfico é apresentado na Figura 28. Observa-se que cerca de
20.000 toneladas de PLA e gesso precisam ser vendidas por ano para igualar as receitas aos
custos de operação. Isso demonstra a solidez e segurança do novo negócio, especialmente
diante do crescimento significativo, a cada ano, da demanda global por PLA. Vale ressaltar
que a maior parte da produção da Biosolutions PLA será destinada ao mercado externo,
extremamente aquecido devido às novas diretrizes adotadas globalmente para um
desenvolvimento mais sustentável e consciente.

Figura 28 – Representação da relação entre custos e receitas (ponto de equilíbrio).

Q (t)

Fonte: Elaborada pelos autores.


113

5. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou a avaliação técnico-econômica de um projeto preliminar de
uma unidade industrial para produção de ácido lático e PLA no Brasil, a partir do melaço de
cana-de-açúcar utilizando bactérias do gênero Lactobacillus. O modelo produtivo integrado é
dividido em duas etapas: a obtenção do ácido lático (monômero) e a obtenção do PLA
(polímero). Foram adotadas rotas de produção amplamente utilizadas na indústria e
reconhecidas por sua maturidade tecnológica. A rota para obtenção do ácido lático envolveu o
processo tradicional de fermentação, com produção de gesso. Já a polimerização do PLA foi
realizada por meio da abertura do anel do lactídeo. Após simulação do processo, observou-se
conversões de açúcares do melaço em ácido lático de aproximadamente 85% e de ácido lático
em PLA superiores a 79%.

O cenário analisado neste estudo demonstra ser economicamente viável, com VPL de
US$ 47.640.716,06, TIR de 20% e período de payback de 10,10 anos. O preço de venda de
PLA foi estabelecido em US$ 2.836,00/t, comparável aos valores praticados mundialmente.
Após análise do ponto de equilíbrio, constatou-se que os custos variáveis, especialmente
relacionados à matéria-prima, e os custos diretos, principalmente com equipamentos, exercem
um impacto significativo no desempenho econômico da planta. Portanto, melhorias na
eficiência dos processos e a redução dos custos com matérias-primas e equipamento podem
contribuir para a diminuição dos custos de produção e para o aprimoramento da viabilidade
técnico-econômica do projeto. Além disso, a exportação do PLA teve uma influência
substancial nos custos de produção, devido aos custos logísticos e à carga tributária associada.

Com o objetivo de promover a substituição parcial dos plásticos convencionais pelo


PLA no Brasil como uma alternativa sustentável, o preço de venda do biopolímero foi
estabelecido de forma a tornar o produto mais competitivo e acessível no mercado. No entanto,
apesar dos esforços para reduzir seu custo, o PLA apresentou um valor de aquisição elevado,
US$ 2.836,00/t, em comparação com seus principais concorrentes, como o PET
(US$ 1.370,00/t) e o PS (US$ 1.600,00/t). Esse cenário já era esperado, uma vez que os
polímeros derivados do petróleo tendem a ter custos mais baixos. Portanto, para justificar a
escolha do PLA em detrimento de um polímero convencional, é necessário considerar a
principal atratividade do produto, a biodegradabilidade, que se mostra como uma das
melhores soluções para lidar com o problema do descarte excessivo de materiais plásticos na
biosfera do planeta.
114

O PLA é amplamente reconhecido como um dos biopolímeros mais promissores


globalmente, devido à sua vasta aplicabilidade, o que motivou o desenvolvimento deste
projeto. Além disso, o projeto representa uma tecnologia sustentável para reciclar o melaço da
cana com desempenho econômico competitivo. É importante se considerar os possíveis
motivos pelos quais iniciativas semelhantes para produção do biopolímero são tão limitadas
no Brasil. Acredita-se que isso se deva, em grande parte, à alta carga tributária brasileira, que
dificulta a abertura e a manutenção de novos negócios, e à forte concorrência com alternativa
menos ecológicas, mas mais baratas, às quais o PLA está sujeito no Brasil. No entanto, a
identificação de um método de produção de PLA tecnicamente viável, rentável e ecológico,
utilizando recursos de base biológica, poderá contribuir para uma bioeconomia sustentável no
futuro.
115

6. ANEXOS
6.1 Matérias-primas

Tabela 19 – Custo com matéria-prima para produção de ácido lático a partir da fermentação do melaço da cana-de-açúcar por bactérias.

Matéria-Prima Custo Unitário (FOB) (US$/t) Quantidade Necessária (t/ano) Custo Total (FOB) (US$/ano)
Melaço da Cana-de-Açúcar US$ 195,97 320.541 US$ 62.815.831,60
Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) US$ 160,00 62.883 US$ 10.061.222,40
Ácido Sulfúrico (H2SO4) US$ 86,60 83.240 US$ 7.208.543,30
Metanol (CH3OH) US$ 315,71 14.593 US$ 4.607.097,59
Cultura Bacteriana (Lactobacillus delbrueckii) US$ 460,00 12 Unidades US$ 5.520,00
(1 Cepa/Mês)
Nutrientes US$ 2.333,00 6.381 US$ 14.886.266,42
(Extrato de Levedura + Licor de Milho)
Água (m3) 0,724 22.439 US$ 16.245,84
Total (US$) - - US$ 99.600.727,14
Fonte: Adaptado de Usina Coruripe (2023), Business Analytic (2024a), Business Analytic (2024b), Business Analytic (2024c), ATCC (2024), IndexBox
(2023), Lian et al. (2023) e SNIS (2023).
116

Tabela 20 – Custo com matéria-prima para produção de PLA a partir do ácido lático.
Matéria-Prima Custo Unitário (FOB) Quantidade Necessária (t/ano) Custo Total (FOB) (US$/ano)
(US$/t)
Ácido Lático - 146.103 -
Acetato de Etila (C4H8O2) US$ 1.010,00 5.688 US$ 5.744.556,80
Poliglicerol-10 US$ 2.982,00 61 US$ 182.736,96
Clorofórmio (CHCl3) US$ 613,33 6.128 US$ 3.758.314,49
Metanol (CH3OH) US$ 315,71 9.804 US$ 3.095.354,77
Octoato de Estanho (Catalisador) US$ 11.750,00 128 US$ 1.500.240,00
Nanopartícula de Óxido de Zinco (Catalisador) US$ 2.000,00 369 US$ 737.800,00
Total (US$) - - US$ 114.619.730,16
Fonte: Adaptado de Business Analytic (2024d), Echemi (2024), Business Analytic (2024e), Business Analytic (2024c), Made In China (2024), Alibaba
(2024).
117

6.2 Utilidades

Tabela 21 – Preço unitário das utilidades e serviços necessários a produção de ácido lático e PLA.
Utilidade/Serviço Custo Unitário (US$)
Eletricidade (kWh) 0,14
Vapor BP (t) 20,58
Água de Resfriamento (m3) 4,51
Água de Gelada (m3) 2,77
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023), Intratec (2019a), Intratec (2019b) e Intratec (2019c).

Tabela 22 – Gasto com utilidades e serviços necessários a produção de ácido lático.


Fermentação Purificação do PLA Total
Eletricidade (kWh/ano) 23.909.004 16.078.109 39.987.113
Custo Eletricidade (US$/ano) US$ 3.251.624,54 US$ 2.186.622,83 US$ 5.438.247,37
Vapor BP (t/ano) - 11.312 11.312
Custo Vapor BP (US$/ano) - US$ 232.798,28 US$ 232.798,28
Água de Resfriamento (m^3/ano) 134 11.201 11.335
Custo Água de Resfriamento (US$/ano) US$ 602,40 US$ 50.516,28 US$ 51.118,69
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023), Intratec (2019a), Intratec (2019b) e Intratec (2019c).
118

Tabela 23 – Gasto com utilidades e serviços necessários a produção de PLA.


Utilidades & Serviços/Custo Pré-Polimerização Polimerização Extrusão/Pelletização Total
Eletricidade (kWh/ano) 14.999.655 33.784.481 22.276.800 71.060.936
Eletricidade (US$/ano) US$ 2.039.953,06 US$ 4.594.689,39 US$ 3.029.644,80 US$ 9.664.287,25
Vapor BP (t/ano) 3.472 17.749 - 21.220
Vapor BP (US$/ano) US$ 71.444,91 US$ 365.265,36 - US$ 436.710,28
Água de Resfriamento (m3/ano) 2.703 22.412 - 25.115
Água de Resfriamento (US$/ano) US$ 12.191,61 US$ 101.077,67 - US$ 113.269,28
Água Gelada (m3/ano) 1.538 - - 1.538
Custo Água Gelada (US$/ano) US$ 4.259,44 - - US$ 4.259,44
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023), Intratec (2019a), Intratec (2019b) e Intratec (2019c).
119

6.3 Tratamento de efluentes

Tabela 24 – Gasto com tratamento de efluentes.


Resíduo/Efluentes Quantidade (t/ano) Custo do Tratamento (US$/t) Custo Total (US$/t)
Perda de Solventes 97.666 US$ 50,00 US$ 4.883.300,00
(Água + CHCl3 + MeOH))
Biomassa 191.012 US$ 2,98 US$ 569.215,76
Oligômero 11.396 US$ 2,98 US$ 33.960,08
Total 300.074 - US$ 5.486.475,84
Fonte: Adaptado de Furtado (2019), Manandhar & Shah (2023), EPE (2023) e Kwan et al. (2018).
120

6.4 Mão de obra

Tabela 25 – Custo com mão de obra subdividido por setor.

Setor Nº de Funcionários Custo Total (R$)


Qualidade/Tratamento de Resíduos 75 R$ 290.613,00
P&D 15 R$ 60.580,00
Produção 127 R$ 449.807,00
PCP 9 R$ 32.793,00
Comercial 18 R$ 58.159,00
Administrativo 19 R$ 217.042,00
Financeiro 10 R$ 37.845,00
Manutenção 40 R$ 232.943,00
RH 19 R$ 76.548,00
Jurídico 6 R$ 27.610,00
Marketing 11 R$ 50.312,00
Almoxarifado 23 R$ 60.609,00
TI 20 R$ 69.365,00
Expedição 18 R$ 48.338,00
Suprimentos 20 R$ 76.844,00
Fonte: Glassdoor (2024), Vagas (2024), Karcher (2024), Caliber Equipment (2024), Bombeiros MT (2020), Bombeiros GO (2025) e RS GOV BR (2024).
121

6.5 Logística

Tabela 26 – Custo com a logística de distribuição dos produtos.

Produto Produção Método de Capacidade Nº Carregamento Margem Valor Valor Valor Total
(t/dia) Transporte (t) Carregamentos/dia Máximo de Unitário Total (R$/ano)
(t/dia) Segurança (R$) (R$/dia)
(t)
PLA 187 Truck 19,50 9 175,5 11,2 27.496,00 247.464,00 88.344.658,00
Navio 30,82 6 184,9 - 50.000,00 300.000,00 107.100.000,00
Custo Logístico Total (R$) R$ 195.444.648,00
Custo Logístico Total (US$) US$ 39.088.929,60
Obs. 1: O carregamento máximo por dia foi estimado com base no tempo médio de carregamento de cada método de transporte.

Obs. 2: A margem de segurança é a quantidade de estoque que a empresa mantém para garantir que possa atender à demanda em situações imprevistas.

Fonte: Elaborada pelos autores.


122

6.6 Análise HAZOP

Tabela 27 – Análise HAZOP.

Fonte: Elaborada pelos autores.


123

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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