Saúde Sexual e Reprodutiva

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Tema: Políticas e Estratégias de Saúde Sexual Produtiva na adolescência.

Nome do estudante: Catarina Sílvio Baptista

Código do estudante: n˚ 708222990

Curso de: Administração Pública

Cadeira de: Habilidades de Vida e HIV-SIDA

Ano de frequência: 2o

Msc. Amélia Manuela Alfredo Joaquim

Quelimane, Setembro 2023


Folha de feedback

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do


o tutor
Subtotal
Máxima

Aspectos Capa 0.5

Estrutura Organizacionais Índice 0.5

Introdução 0.5

Discussão 0.5

Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Contextualização 1.0
(indicação clara do problema)
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
Conteúdo 2.0
e escrita cuidada) coerência e
coesão textual
Análise e
discussão Revisão bibliográfica nacional
e internacionais relevantes na
área de estudo 2.0

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de


gerais letra, paragrafo e espaçamento
1.0
entre linhas
Referencia Normas APA 6ª Rigor e coerência das citações ̸
Bibliográfica edição em citações referências bibliográficas
4.0
e Bibliografia

Folha de Recomendações
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

1.1. Objectivos..............................................................................................................................2

1.1.1. Geral...................................................................................................................................2

1.1.2. Específicos.........................................................................................................................2

2. Metodologia..............................................................................................................................2

3. Saúde sexual e reprodutiva........................................................................................................3

3.1. Para o Planeamento Familiar.................................................................................................3

3.2. Para o VIH e SIDA................................................................................................................3

3.3. Para a Saúde Materna............................................................................................................4

3.4. Para as parteiras.....................................................................................................................4

3.5. Para Fístula Obstétrica...........................................................................................................5

3.6. Adolescentes e saúde sexual e reprodutiva...........................................................................5

3.7. Cuidados de Saúde Sexual e Reprodutiva.............................................................................6

3.8. Direitos sexuais e reprodutivos.............................................................................................7

3.9. Objectivos da Política de Saude Direito Sexual reprodutivo................................................8

3.10. Prioridades em saúde sexual e reprodutiva........................................................................8

3.11. Situação do adolescente e normas sociais em Moçambique..............................................9

3.12. Prioridades do programa de adolescentes e Jovem 2017 – 2020.......................................9

3.13. Os principais desafios da vida sexual e reprodutiva dos adolescentes............................10

3.14. Os serviços de saúde sexual e reprodutivas disponíveis para os adolescentes e jovem. .10

4. Conclusão................................................................................................................................11

5. Referencias Bibliográfica........................................................................................................12
1. Introdução

A adolescência é uma etapa da vida de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado
por mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Dentre as transformações relacionadas a
novos hábitos e comportamentos presentes na adolescência, existem os associados ao campo da
sexualidade, determinado por diferentes contextos sociais e subjetivos que impactam
directamente na saúde e em vários outros aspectos da vida dessa população.

Este trabalho tem como tema, Políticas e Estratégias de Saúde Sexual Produtiva na adolescência.
Para a realização deste trabalho foram formulados os seguintes objectivos: Geral, conhecer as
Políticas e Estratégias de Saúde Sexual Produtiva na adolescência e tem como objectivos
específicos, Falar sobre adolescência e saúde reprodutivo; Indicar os objectivos de saúde
reprodutivo do adolescente; identificar os principais desafios de saúde reprodutivo dos
adolescentes em Moçambique; Indicar as acções realizadas na área da saúde reprodutivo do
adolescente.

Segundo a estrutura o trabalho é constituído por uma introdução, objectivos (geral e específicos),
metodologia do trabalho, fundamentação teórica, conclusão e referências bibliográficas de acordo
com as normas APAS 6a edição em uso na universidade católica de Moçambique.

Sendo assim, é necessário buscar melhores estratégias de discutir esse assunto nas escolas, com
as famílias, visando a prevenção de doenças e agravos e promoção de saúde entre a população
escolar com abordagens educacionais emancipatórias que fortaleçam a cidadania dos
adolescentes através da conscientização de seus direitos sexuais e reprodutivos.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer as Políticas e Estratégias de Saúde Sexual Produtiva na adolescência
1.1.2. Específicos
 Falar sobre adolescência e saúde reprodutivo;
 Indicar os objectivos de saúde reprodutivo do adolescente;
 Identificar os principais desafios de saúde reprodutivo dos adolescentes em Moçambique;
 Indicar as acções realizadas na área da saúde reprodutivo do adolescente.

2. Metodologia

Segundo Bello (2009), ʺMetodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de


toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisaʺ (p. 40).

De acordo com o tema em estudo o tipo de método a ser usado durante a elaboração deste
trabalho é a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001).

A pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses, materiais cartográficos, etc. e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto (Lakatos & Marconi,
2001).

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3. Saúde sexual e reprodutiva

A boa saúde sexual e reprodutiva é um estado de completo bem-estar social, físico e mental em
todos os aspectos relativos ao sistema reprodutivo. Isso significa que as pessoas são capazes de
ter uma vida sexual satisfatória e segura, a capacidade de se reproduzir, bem como a liberdade
para decidir quando e quantas vezes pode fazê-lo (Cabral, 2011, p. 32).

Para manter a saúde sexual e reprodutiva, as pessoas precisam ter acesso à informação
precisa e aos métodos contraceptivos seguros, eficazes, acessíveis, aceitáveis e à sua
escolha. Devem ser informadas e capacitadas para se proteger de infecções sexualmente
transmissíveis. E quando elas decidem ter filhos, as mulheres devem ter acesso aos
serviços que podem ajudá-las a ter uma gravidez e parto seguro e um bebé saudável
(Cabral, 2011, p. 36).

Em Moçambique, o UNFPA tem como principal objectivo garantir maior disponibilidade e


utilização dos serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva (incluindo o planeamento
familiar, saúde materna e VIH) sensível ao género e que atendam aos padrões de direitos
humanos para a qualidade dos cuidados e equidade no acesso (Cabral, 2011, p. 39).

3.1. Para o Planeamento Familiar

O Acesso ao planeamento familiar voluntário e seguro é um direito humano. O Planeamento


Familiar é fundamental para a igualdade de género e o empoderamento das mulheres, e é um
factor chave na redução da pobreza (Cavasin, 2004, p. 12).

Segundo Cavasin, (2004), no seu livro sobre sexualidade refere que:

Cerca de 225 milhões de mulheres que querem evitar a gravidez não usam métodos de
planeamento familiar seguros e eficazes, por razões que vão desde a falta de acesso a
informações ou serviços à falta de apoio de seus parceiros ou comunidades. A maioria
destas mulheres com uma necessidade não atendida de contraceptivos, vivem em 69 dos
países menos desenvolvidos do mundo (p. 16).

3.2. Para o VIH e SIDA

Milhões de pessoas são vulneráveis à infecção pelo VIH, e a SIDA continua uma das principais
causas de morte entre mulheres em idade reprodutiva e jovens adolescentes. O estigma e a
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discriminação continuam sendo um obstáculo para a efectivação dos direitos das pessoas,
incluindo o acesso a informações e serviços essenciais de prevenção e tratamento do VIH.

Acabar com a epidemia da SIDA requer investimentos de longo prazo. Saúde e direitos sexuais e
reprodutivos, ou melhor, todos os direitos humanos, são essenciais para a realização desta visão.
E dado o seu maior risco de infecção pelo VIH, jovens e outras populações-chave requerem apoio
contínuo (Corrêa, 2003, p. 22).

3.3. Para a Saúde Materna

Desde 1990, o mundo registou um declínio de 44 por cento no rácio de mortalidade materna -
uma enorme conquista. No entanto, apesar desses ganhos, cerca de 830 mulheres ainda morrem
diariamente de causas relacionadas com a gravidez ou parto, que representa uma mulher a cada
dois minutos (Corrêa, 2003, p. 24).

E para cada mulher que morre, 20 ou 30 outras mulheres enfrentam complicações com
consequências graves ou de longa duração. A maioria destas mortes e as lesões são totalmente
evitáveis. Tornar a maternidade mais segura é um imperativo de direitos humanos, e é o cerne do
mandato do UNFPA (Corrêa, 2003, p. 29).

3.4. Para as parteiras

Parteiras salvam vidas. Parteiras bem treinadas podem ajudar a evitar cerca de dois terços de
todas as mortes maternas e de recém-nascidos, de acordo com o mais recente relatório sobre o
Estado Mundial das Parteiras (Gomes, 2011, p. 44).

Igualmente, elas poderiam providenciar 87 por cento de todos os serviços essenciais de saúde
sexual, reprodutiva, materna e de recém-nascidos. No entanto, apenas 42 por cento das pessoas
com habilidades obstétricas trabalham nos 73 países onde mais de 90 por cento de todas as
mortes maternas e neonatais ocorrem (Gomes, 2011, p. 48).

Desde 2008, o UNFPA tem trabalhado com parceiros, governos e formuladores de políticas para
ajudar a construir uma força de trabalho de parteiras bem treinada, competente e com todo o
apoio necessário, em cenários de baixos recursos.

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3.5. Para Fístula Obstétrica

A fístula obstétrica é uma das lesões mais graves e dramáticas do parto. É uma abertura entre o
canal do parto e da bexiga ou do reto, causada por trabalho de parto prolongado e obstruído, sem
tratamento. Ela deixa as mulheres com vazamento de urina, fezes ou ambos, e muitas vezes leva a
problemas médicos crónicos, depressão, isolamento social e agravamento da pobreza.

Para Ventura (2011), refere que:

Estima-se que mais de 2 milhões de mulheres em África subsaariana, na Ásia, na região


árabe, e na América Latina e Caribe estejam vivendo com fístula, e cerca de 50.000 a
100.000 novos casos ocorrem anualmente. No entanto, é quase inteiramente evitável. A
sua persistência é um sinal de que os sistemas de saúde não estão a proteger a saúde e os
direitos humanos das mulheres e raparigas mais vulneráveis (p. 88).

Como parte da campanha global para acabar com a fístula, o UNFPA fornece suprimentos
médicos, treinamento e fundos para a prevenção da fístula, tratamento e reinserção social.
UNFPA também fortalece a saúde reprodutiva e cuidados obstétricos de emergência para evitar
que a fístula ocorra pela primeira vez (Ventura, 2011, p.74).

3.6. Adolescentes e saúde sexual e reprodutiva

A adolescência é uma fase de crescimento cheia de mudanças e descobertas, que aflora o lado
sexual. Algumas pessoas acreditam que sexualidade é o que se refere às relações sexuais ou aos
órgãos genitais (Erickson, 1987, p. 54).

No entanto, é um conceito muito mais amplo, é um processo dinâmico e complexo que se inicia
ao nascer, se manifesta de diferentes formas ao longo da vida e envolve também sentimentos,
emoções e o processo de formação da própria identidade.

Nesse sentido, a saúde sexual e reprodutiva na adolescência é um componente de grande


importância na vida das pessoas, uma vez que as primeiras experiências sexuais muitas
vezes ocorreram durante essa fase da vida. Sem informação e orientação, podem resultar
em gestações não planejadas ou até em Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs),
incluindo HIV/AIDS, complicações que podem ser evitadas através de estratégias de
informação e educação (Erickson, 1987, p. 60).

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Assim, para os jovens é tão importante viver as novas experiências que a adolescência traz,
quanto aprender os novos cuidados que devem ter para não afectar seu desenvolvimento físico,
emocional e psicológico (Erickson, 1987, p. 70).

A própria pessoa que tem o poder de decidir sobre sua sexualidade, ninguém pode decidir
por ela ou forçá-la a fazer coisas que a pessoa não quer. Saúde sexual e reprodutiva é a
liberdade de decidir se quer ou não ter relações sexuais, é o poder de decidir se quer ou
não ter filhos, quantos e quando, para isso existem métodos contraceptivos. É o direito de
receber informação adequada para prevenir gravidez indesejada ou doenças sexualmente
transmissíveis. (Erickson, 1987, p. 72).

Quando termina a adolescência e começa a vida adulta, a saúde sexual também está presente nos
cuidados durante a gravidez e o parto, na prevenção do câncer de mama, colo do útero e próstata
e até nos tratamentos de infertilidade, por exemplo.

Por isso, recomenda-se que, já no início da puberdade, tanto homem quanto mulheres possam
fazer uma visita ao serviço de saúde, indo sozinho ou acompanhado com alguém de confiança,
que se sinta acolhido. O adolescente também tem direito a cuidados confidenciais, isso significa
que tudo o que ele debate naquele espaço é protegido pelo sigilo profissional e ninguém mais
pode saber (Erickson, 1987, p. 74).

3.7. Cuidados de Saúde Sexual e Reprodutiva

Ao longo de séculos, os cuidados de saúde sexual e reprodutiva foram praticados


tradicionalmente e continuam a ser prática médica curativa ocidental. Em 1976, Moçambique
adoptou a Política de Saúde baseada em cuidados de saúde primários e o grupo “mulheres e
crianças” foi definido como sendo o grupo mais vulnerável (Glenda, 2019, p. 55).

Neste contexto, em 1977 foi criada, dentro da Direcção Nacional de Saúde, a secção de Protecção
à Saúde Materno-Infantil (SMI) com ênfase para a atenção pré-natal, parto e pós-parto. Em 1978
foi incluída nesta secção a componente Planeamento Familiar (PF). Em 1981 foi iniciada a
formação de enfermeiras de saúde materno-infantil (ESMI) de nível básico, parteiras elementares
e técnicos de cirurgia, que permitiram a expansão do serviço de SMI às unidades sanitárias (US)
do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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Em 1990 o MISAU realizou a Conferência Nacional sobre a Maternidade sem Risco, que
introduziu o conceito de saúde reprodutiva, que incluiu (para além das componentes já existentes:
pré-natal, parto, pós-parto e PF) prevenção e tratamento das ITS's, infertilidade, prevenção do
aborto e tratamento das suas complicações, informação, educação e aconselhamento e ainda
diagnóstico e tratamento de cancros do sistema reprodutivo (Glenda, 2019, p. 58).

O MISAU aumenta também a colaboração com outros Ministérios (Educação e Cultura, Plano,
Juventude, Mulher e Acção Social, Justiça); com o Instituto de Comunicação Social e com ONGs
(AMODEFA, MULEIDE, AMOSAPU e outras).

3.8. Direitos sexuais e reprodutivos

Os direitos sexuais e reprodutivos estão consagrados na Constituição da República e outra


legislação do nosso país e incluem os seguintes aspectos:

 Todos os cidadãos têm direito à assistência médica e sanitária e o dever de promover e


defender a saúde pública (Artigo 89 da Constituição);
 Todos os cidadãos têm direito à igualdade de acesso à assistência médica através do
Serviço Nacional de Saúde, nos termos do artigo 116 da Constituição da República;
 Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos
aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de
nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou
opção política (artigo 35 da Constituição da República);
 Igualdade de Género. O Homem e a Mulher são iguais perante a lei em todos os domínios
da vida política, económica, social e cultural, nos termos do artigo 36 da Constituição da
República;
 A maternidade é dignificada e protegida nos termos da Constituição e demais legislação
ordinária em vigor no Ordenamento Jurídico Moçambicano (artigo 120 da Constituição da
República);
 A Lei do Trabalho e o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, garante a protecção da
mulher trabalhadora nas situações de gravidez e de amamentação, nos termos do previsto
na Lei nº 8/98 de 20 de Julho (Artigos 74 e 75) da Lei do Trabalho; e do Decreto nº 14/87
de 20 de Maio que aprova o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado;
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 A lei garante a gratuitidade dos cuidados médicos durante a gravidez, parto, transferência
e internamento (artigo 5, Lei nº 4/87 de 19 de Janeiro e Lei nº 2/77 de 19 de Janeiro - Lei
da socialização da medicina);
 Resolução nº 4/95 de 11 de Julho que aprova a política do Governo, com forte enfoque
para a Saúde da Mulher e da Criança;
 Política da população, aprovada pela resolução nº 5/99 de 13 de Abril, que estipula como
objectivo prioritário contribuir para o aumento da esperança de vida ao nascer dos
Moçambicanos, adoptando como estratégia a redução da mortalidade materna e infantil;
 A Resolução nº 4/96 de 20 de Março do Conselho de Ministros aprovou a Política
Nacional da Juventude, que reconhece o direito dos jovens à informação, educação e
acesso aos serviços integrados de Saúde Sexual e Reprodutiva.

Os direitos sexuais e reprodutivos estão também consagrados em várias convenções que


Moçambique subscreveu.

3.9. Objectivos da Política de Saude Direito Sexual reprodutivo


 Promover o respeito e o exercício dos Direitos Sexuais e Reprodutivos entre todos os
intervenientes.
 Assegurar a provisão de serviços para os Cuidados de Saúde Sexual e Reprodutiva
(CSSR), baseada em evidência, em todos os níveis de atenção.
 Fornecimento de serviços atempados e adequados de cuidados de saúde sexual e
reprodutiva aos beneficiários.
3.10. Prioridades em saúde sexual e reprodutiva

São as áreas prioritárias da Saude Sexual Reprodutiva em Moçambique:

1. A redução da mortalidade materna e neonatal através da expansão e fortalecimento dos


cuidados de saúde contínuos de qualidade, nomeadamente dos serviços de planeamento
familiar, cuidados pré-natais e pós-natais, assistência ao parto por pessoal qualificado,
cuidados obstétricos e neonatais de emergência básico e completos, e do fortalecimento
da capacidade da comunidade para a promoção da saúde materna e neonatal
2. A integração dos aspectos de género, prevenção de ITS e HIV, bem como a prevenção e
combate à violência de género e as práticas prejudiciais a saúde da mulher.
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3. A promoção da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes e jovens através da
divulgação de informação e fortalecimento dos serviços para atenção a este grupo alvo.
4. A prevenção e tratamento da infertilidade, disfunção sexual, condições não infecciosas do
sistema reprodutivo, incluindo o cancro do colo uterino e da mama.
3.11. Situação do adolescente e normas sociais em Moçambique

Moçambique tem alguns dos piores indicadores sociais do mundo referentes a crianças e
adolescentes, particularmente as raparigas, em grande parte devido ao acesso limitado a recursos
e serviços, bem como a práticas socioculturais prejudiciais (Glenda, 2019, p. 79).

Deve ser colocada agora uma maior ênfase no apoio a adolescentes, que são o grupo populacional
que regista o crescimento mais rápido em Moçambique; cerca de 45 por cento da população tem
idade inferior a 15 anos e 52 por cento inferior a 18 anos.

O grupo populacional apresenta alguns indicadores perturbadores. Por exemplo, quase uma em
cada duas raparigas está casada ou em união antes de atingir os 18 anos de idade. O casamento
prematuro é uma violação dos direitos humanos que nega a milhões de raparigas a sua infância e
as coloca em risco de gravidez precoce, violência, abuso e negligência (Glenda, 2019, p. 80).

3.12. Prioridades do programa de adolescentes e Jovem 2017 – 2020

O foco é promover e proteger os direitos dos adolescentes, particularmente das raparigas, para
que possam adoptar comportamentos saudáveis que promovam o bem-estar. A programação
estratégica da mudança do comportamento e social deverá transcender todas as áreas sectoriais,
principalmente a saúde, nutrição, água, saneamento e higiene, educação e protecção, usando
plataformas e meios de comunicação de base comunitária (Elaine, 201, p. 66).

A UNICEF irá aproveitar os sucessos do passado para aumentar a participação incentivando


mudanças de comportamento positivas entre adolescentes e jovens, bem como alavancando
parcerias nacionais e locais destinadas a criar sinergias para a mudança.

Tal envolverá uma coordenação multissectorial em torno de políticas e estratégias relevantes para
adolescentes; o aproveitamento dos recursos internos e dos parceiros; a promoção da capacitação
institucional em matéria de comunicação para o desenvolvimento; e a promoção do empenho e da
participação dos adolescentes (Elaine, 201, p. 68).
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3.13. Os principais desafios da vida sexual e reprodutiva dos adolescentes

O primeiro desafio é a autonomia e a negociação. Adolescentes devem ser fortalecidos em sua


autonomia para que possam escolher quando, como e com quem ter relações sexuais. Por isso, o
diálogo é capaz de garantir que os meninos não sejam pressionados a ter actividade sexual
quando não desejam e que as meninas não sejam pressionadas a atender aos desejos de seus
parceiros, quando essa não for a sua vontade (Elaine, 201, p. 69).

Outro desafio importante é o uso do preservativo. Quando presente desde a primeira relação
sexual, ele tende a se manter mais facilmente do que em pessoas que não possuem o hábito de
utilizá-lo. O terceiro desafio é o reconhecimento das práticas homoafetivas, que existem e que
são muitas vezes permeadas por violências (Elaine, 201, p. 76).

Essas são maneiras particulares de vivenciar a sexualidade, que deve ser reconhecida e acolhida
sem discriminação ou constrangimento. Finalmente chegamos no desafio das famílias e dos
profissionais, que muitas vezes tratam o tema como um tabu e negam aos adolescentes as
informações adequadas para o seu futuro

3.14. Os serviços de saúde sexual e reprodutivas disponíveis para os adolescentes e


jovem

Os métodos contraceptivos, como pílulas, anticoncepcionais injectáveis, implantes e dispositivos


intra-uterinos têm efeitos negativos na saúde dos adolescentes. Os métodos contraceptivos têm
suas indicações e contra-indicações, por isso devem ser prescritos individualmente por um
profissional de saúde, após uma consulta individualizada (Elaine, 201, p. 81).

Em todos os casos está recomendado o uso do preservativo, que além de ação contraceptiva
possui uma ação de prevenção das ISTs. Infelizmente, temos visto dificuldade de os serviços
acolherem adequadamente os adolescentes. Alguns profissionais dificultam o acesso destes por
terem dificuldade em lidar com o tema, especialmente quando os adolescentes não estão
acompanhados por um responsável (Elaine, 201, p. 86).

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4. Conclusão

Conclui-se que há diferenças importantes regionais entre a saúde sexual e reprodutiva de


adolescentes. O processo de discussão acerca da sexualidade de jovens e adolescente é amplo e
delicado, cercado de tabu, restringindo-se muito mais, apenas as questões reprodutivas e de
combate a natalidade, do que ao exercício, autoconhecimento e empoderamento, do respeito, e do
sexo. Discutir sexualidade é discutir a vida e processo saúde, doença, é considerar todo o
arcabouço histórico e social que o adolescente traz.

Para abrir o debate sobre educação sexual de adolescentes, é necessária uma consolidação de
instrumentos de didácticos; rodas de conversas abertas, criação de espaços na própria escola para
que os estudantes possam se expressarem e tirarem suas dúvidas, desmistificações de estereótipos
e preconceitos sobre o tema.

Sendo assim, é necessário buscar melhores estratégias de discutir esse assunto nas escolas, com
as famílias, visando a prevenção de doenças e agravos e promoção de saúde entre a população
escolar com abordagens educacionais emancipatórias que fortaleçam a cidadania dos
adolescentes através da conscientização de seus direitos sexuais e reprodutivos.

Nesse sentido, o Programa Saúde na Escola é uma estratégia que integra acções de educação e de
saúde com a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de
educação básica por meio de acções de prevenção, promoção e atenção à saúde.

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5. Referencias Bibliográfica

Cabral, C. S. (2011). Gravidez na adolescência e identidade masculina: Revista Brasileira de


Estudos de População, Campinas.

Catharino, T. R. (2002). Considerações médico-psicológicas e educacionais sobre histórias de


meninas que engravidaram entre 10 e 14 anos. Universidade de São Paulo, Brasil.

Cavasin, S. (2004). Gravidez entre adolescentes de 10 a 14 anos e vulnerabilidade social: estudo


exploratório em cinco capitais brasileiras. Rio de Janeiro: ECOS.

Corrêa, M. B. (2003). Direitos sexuais e reprodutivos: saúde reprodutiva no Brasil. Campinas.

Elaine R. (2018). Vulnerabilidades no uso de métodos contraceptivos entre adolescentes e

jovens: intersecções entre políticas públicas e atenção à saúde. São Paulo. Campinas.

Erickson, E. H. (1987). Infância e Sociedade. (2ª Edição): Zahar editores. Rio de Janeiro.

Glenda P. (2019). Conhecimento de adolescentes de uma escola pública sobre os métodos


contraceptivos. Rio de Janeiro: ECOS.

Gomes, C. G. (2011). Conversas, em família, sobre sexualidade e gravidez na adolescência:


percepção das jovens gestantes.

Ventura, M. A. (2011). Direitos reprodutivos no Brasil. São Paulo. Campinas.

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