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As Novas Tecnologias
na Sociedade da
Informação e do
Conhecimento
Caro (a) Aluno (a),

Nesta unidade daremos seqüência ao que já foi iniciado


anteriormente, sendo assim, o nosso “passo adiante” apresentará as
tecnologias que são consideradas mais recentes em termos de apli-
cação nos processos pedagógicos. São elas que contribuem para as
discussões da chamada era digital e evidentemente estão relaciona-
das ao computador, ao aperfeiçoamento e invenção constante de no-
vos softwares e ao trabalho de percorrer, ilimitadamente, as frontei-
ras (se é que existem) da rede mundial de computadores: a Internet.
Bom Estudo!

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Objetivos da Unidade
Ao final desta unidade, você deverá ter condições de:

Identificar as novas tecnologias, suas ferramentas e


finalidades;

Compreender como as novas tecnologias dialogam com


a sociedade e conseqüentemente com o cenário da educa-
ção no Brasil;

Conteúdos da Unidade

Novas Tecnologias;

Sociedade da Informação X Sociedade do Conhecimento.

Desenvolvimento da Unidade
Abordamos anteriormente, o rádio e a televisão nas suas
versões eletrônicas convencionais, ou seja, aparelhos únicos, que
funcionam independente de outros, móveis e em diversos tamanhos.
Com a invenção do transistor na década de 60, esses aparelhos dei-
xaram de permanecer no espaço fixo na sala de visita para se torna-
rem um grande companheiro das pessoas nas horas de trânsito, lazer,
estudo e trabalho. O que não contávamos era que todos esses meios
tradicionais de divulgação de informação, inclusive os impressos,
mergulhariam para dentro da rede mundial de computadores, e nos
apresentariam uma outra opção de seus formatos e possibilidades.

Dez anos depois do surgimento da TV, começaram no Bra-


sil, as experiências com a informática, ainda dentro das Universida-
des na área de Ciências da Computação. Mas foi a década de 80 que
foi caracterizada pelo desenvolvimento de políticas de financiamen-
to, investigação e formação:

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“experimentos-piloto em universidades brasileiras e a im-
plantação de centros de informática educativa junto aos
diversos sistemas de educação do país, o que permitiu a
criação de uma sólida base teórica nacional fundamen-
tada na realidade da escola pública brasileira. Esta fase
experimental, desenvolvida por mais de 10 anos, gerou a
cultura nacional de uso de computadores na educação,
oferecendo as condições necessárias para que a gestão
atual do Ministério da Educação promova ações de maior
envergadura nesta área.” (MORAES, Maria Cândida)

Dois artigos desenvolvem com muita propriedade e deta-


lhadamente as principais ações nesse sentido e deixo aqui a reco-
mendação de ambos que estão disponíveis na Internet, no site do
Edutec e apresentam um olhar direcionado para as escolas públicas:
http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/edprhist.htm
e
http://edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmcand1.htm

Esses e outros movimentos em diferentes segmentos edu-


cacionais abriram as portas para o que hoje, exploramos em tecno-
logia na sala de aula por meio da informática:

● vídeo-conferência;

● arquivos audiovisuais;

● e-mails: a comunicação entre alunos e professores hoje,


é intermediada muito por essa ferramenta fora e dentro do
ambiente escolar. O telefone é mais intimista, invasor pela
necessidade da comunicação ter de ser, obrigatoriamente,
simultânea. Se eu atender, tenho que interagir e respon-
der momento ao chamado. O e-mail facilita essa e outras

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relações. A mensagem é imediatamente enviada, mas o
receptor responderá quando ele puder, quiser ou precisar;

● chat (fórum de discussão): a relação estabelecida pelas


pessoas com identificações teóricas, práticas e afetivas
são reais. Somente o lugar onde elas se encontram é que
o virtual. Os chats geram a conexão “residência-escola”;

● bibliotecas virtuais;

● quadros inteligentes: são chamados assim, pois subs-


tituem o antigo quadro negro que funcionava com giz e
apagador, disponibilizando os conteúdos no formato di-
gital. Alguns quadros já funcionam como telas sensíveis
ao toque humano na sua manipulação e funcionam como
um computador.

● softwares de criação, produção, organização, edição,


gravação, arquivamento e outros. Entres esses, os que ge-
ram interação (são chamados de softwares de simulação e
autoria) já apresentam resultados mais efetivos nas práti-
cas pedagógicas pois são mais abertos no sentido de pro-
mover ao aluno o “conceituar, desenvolver e modificar”.

“É verdade que o software não poderia exercer seu


poder de leveza senão mediante o peso do hardwa-
re; mas é o software que comanda, que age sobre o
mundo exterior e sobre as maquinas, as quais existem
em função do software, desenvolvendo-se de modo a
elaborar programas de complexidade cada vez mais
crescente. A segunda revolução industrial, diferente-
mente da primeira, não oferece imagens esmagado-
ras como prensas de laminadoras ou corridas de aço,
mas se apresenta como bits de um fluxo de informa-

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ção que corre pelos circuitos sob a forma de impulsos
eletrônicos. As maquinas de metal continuam a exis-
tir, mas obedientes aos bits sem peso.”
(CALVINO, 2000, p.20).

Três processos sempre foram relevantes na formação inte-


lectual e moral do ser humano: a busca de informações, a seleção e a
incorporação das mesmas para seu aperfeiçoamento nos patamares
da crítica, da ação e da especialização dos saberes. Dessa forma,
as novas tecnologias são indispensáveis, hoje, na nossa sociedade,
trazendo um aumento exponencial da informação em termos de va-
riedade, quantidade e velocidade. Diante desse fluxo intenso e ace-
lerado, nossa memória individual pode contar com um complexo
sistema de armazenamento digital proporcionado pelas novas tec-
nologias, afinal a pesquisa vive não somente da experiência, mas
também da boa administração arquivística da informação.

Nesse processo, esbarramos sempre com os termos “in-


formação” e “conhecimento”. Ambos se correlacionem, mas não
são sinônimos. É por meio da informação que se permite um apro-
fundamento dos conhecimentos existentes e a construção de novos
entendimentos da realidade, o que significa dizer que a informação
só será transformada em conhecimento, quando utilizada para des-
vendar o novo e avançar. (LUCKESI, 1993, p. 84). A informação
é composta por dados e notícias; o conhecimento, é o significado
atribuído à informação depois de processá-la, interpretá-la e com-
preendê-la. (VALENTE, 2005).

Fonte: http://www.soprando.net/ap/mcm_2007/inclusao-digital-ou-educacao-digital

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Isto deixa óbvio que sem informação não há como gerar
conhecimento e que sem este não existiria a Sociedade do Conheci-
mento. Assim posto, a informação pode ser considerada como faci-
litadora na criação do conhecimento. LEAL (2008, p. 1) nos ajuda a
refletir quando diz que:

“Na Sociedade do Conhecimento, as mudanças e as ino-


vações tecnológicas ocorrem em um ritmo tão acelerado
que, além dos fatores tradicionais de produção, como ca-
pital, terra e trabalho, é fundamental identificar e gerir
de forma inteligente o conhecimento das pessoas nas or-
ganizações. Esta nova era pressupõe uma imensa oportu-
nidade de disseminar democraticamente as informações,
utilizá-las para gerar conhecimento que leve em direção
a uma sociedade mais justa. Sendo assim, pressupõe-se
que é necessário dar continuidade nos estudos e ao mesmo
tempo repassar o aprendido para a sociedade”.

Exercícios Propostos
1) Quais são os três processos que sempre foram relevantes na for-
mação intelectual e moral do ser humano e como as novas tecno-
logias interferem nessa questão?

2) Assinale a alternativa correta:

I – As novas tecnologias mudam nossas vidas porque alte-


ram a forma como nos relacionamos, comunicamos e
aprendemos.
II - O virtual existe sem estar presente.

a) Somente a II é verdadeira;
b) Somente a I é verdadeira;
c) As duas são verdadeiras;
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d) As duas são falsas.

3) Pesquise um software de tutorial, um de simulação e um de au-


toria, com utilidade para a mediação de conteúdos na sua área de
atuação e conhecimento. Compile os dados e registre o resultado
em texto.

4) Disserte sobre as diferenças entre Sociedade da Informação e


Sociedade do Conhecimento, onde estão inseridas as novas
tecnologias.

5) Leia alguns trechos selecionados do conto “Fim do mundo do


fim” de Júlio Cortazar (Histórias de cronópios e de famas, Civili-
zação Brasileira, 1983). Como você o interpreta utilizando como
subsídio as reflexões desta unidade?

“ Como os escribas continuarão, os poucos leitores que


no mundo havia vão mudar de profissões e adotar tam-
bém a de escriba. Cada vez mais os paises serão com-
postos por escribas e por fábricas de papel e de tinta, os
escribas de dia e as máquinas de noite para imprimir o
trabalho dos escribas. Primeiro, as bibliotecas transbor-
darão para fora das casas, então, as prefeituras resolvem
sacrificar as áreas de recreação infantil para ampliar as
bibliotecas. Depois sucubem os teatros, as maternidades,
os matadouros, as cantinas, os hospitais. Os pobres apro-
veitam os livros como tijolos, grudam-nos com elementos
e constroem paredes de livros e moram em casebres de
livros. Então acontece que os livros transbordam das ci-
dades e entram nos campos, vão esmagando os trigais e os
campos de girassóis, o Ministério da Viação mal consegue
que os caminhos fiquem desimpedidos entre duas paredes
altíssimas de livros. Às vezes uma parede cede e há espan-
tosas catástrofes automobilísticas. Os escribas trabalham

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sem trégua porque a humanidade respeita as vocações e
os impressos já chegam à beira do mar. O Presidente da
República telefona para os Presidentes das Repúblicas
e propõe inteligentemente jogar no mar o excedente de
livros, o que se faz ao mesmo tempo em todas as costas
do mundo [...] Isso permite aos escribas aumentarem sua
produção, porque volta a haver espaço na terra para ar-
mazenar livros. Não pensam que o mar tem fundo, e que
no fundo do mar começam a amontoar-se os impressos,
primeiro em forma de pasta aglutinante, depois em forma
de pasta consolidante e, finalmente como um chão resis-
tente embora viscoso, que sobe diariamente alguns metros
e acabará por chegar à superfície. Então muitas águas
invadem muitas terras, produz-se uma nova distribuição
de continentes e oceanos [...]. Afinal, todos os navios pa-
ram em diferentes pontos dos mares, encalhados na pas-
ta, e os escribas do mundo inteiro escrevem milhares de
impressos explicando o fenômeno, cheios de uma grande
alegria. Os presidentes e os capitães resolvem transformar
os navios em ilhas e cassinos, o publico vai a pé, por cima
dos mares de papelão para as ilhas [...] Novos impressos
se amontoam à beira dos antigos mares, mas é impossível
metê-los na pasta e assim crescem muralhas de impressos
e nascem montanhas à beira dos antigos mares. Os escri-
bas percebem que as fábricas de papel e de tinta vão falir
e escrevem com letra cada vez menor, aproveitando até os
cantos mais imperceptíveis de cada papel. Quando a tinta
acaba, escrevem a lápis, etc.; ao acabar o papel, escrevem
em tábuas, ladrilhos, etc.
[...] Os escribas trabalham devagar, mas são em tal quan-
tidade que os impressos já estabelecem uma nítida sepa-
ração entre as terras e os leitos dos antigos mares. Na

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terra vive precariamente a raça dos escribas, condenada a
extinguir-se, e no mar estão [...] os transatlânticos onde se
refugiaram os presidentes das repúblicas, e onde celebram
grandes festas e se trocam mensagens de ilha a ilha [...].

Referências Bibliográficas
BELLONI, M. L. O que é mídia-educação. Campinas: Autores
Associados, 2001.

CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio. São


Paulo: companhia das letras, 2000.

CEBRIÀN, Juan Luis. A rede, como nossas vidas serão transfor-


madas pelos novos meios de comunicação. Trad. Lauro Machado
Coelho. São Paulo, Summus, 1999.

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Editora e Projetos S/C Ltda. (sem data).

CRUMLISH, Christian. O Dicionário da Internet. Rio de Janeiro:


Campus, 1997.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento


na era da informática. Rio de Janeiro, ed.34, 1993.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo:


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ção: reflexões sobre a prática. Maceió: EDUFAL, 2002.

VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do co-


nhecimento. São Paulo: UNICAMP/NIED, 1999.

_____________________. Pesquisa, comunicação e aprendi-


zagem com o computador. O papel do computador no processo

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ensino-aprendizagem. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini
e MORAN, José Manuel. Integração da tecnologia na educação: o
salto para o futuro. Brasília: Ministério da Educação, 2005.

Documentos Eletrônicos
LEAL, Manoel Flávio. Sociedade do conhecimento: impactos
para o futuro. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/batebyte/edic.
shtml>.Acesso em: 12/03/ 2008.
MORAES, Maria Cândida. Informática Educativa no Brasil:
Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas. Disponível
em:<http://edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmcand1.htm>. Acesso
em: 21/12/2009.

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