Teoria Geral Do Direito Civil - Caso Pratico

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Saquilissa Armando

Resolução do caso prático da venda do equipamento fotográfico pelo João, menor de idade
e com demência grave.

Licenciatura em Direito

UNISCED
Maxixe
2023

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Saquilissa Armando

Resolução do caso prático da venda do equipamento fotográfico pelo João, menor de idade
e com demência grave.

Trabalho da cadeira de Teoria geral do Direito


Civil, a ser entregue ao Tutor da cadeira, para
fins de avaliação

Tutor:

UNISCED
Maxixe
2023

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Índice
I.Introdução......................................................................................................................................3

1.1.Problematização.........................................................................................................................3

1.2.Hipótese:....................................................................................................................................3

1.3.Metodologias.............................................................................................................................3

II. Factos gerais do caso prático em estudo.....................................................................................3

2.1.Resolução das questões sobre o caso prático:............................................................................4

III. Conclusão..................................................................................................................................6

IV. Bibliografia................................................................................................................................7

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I.Introdução
O presente trabalho surge na cadeira de Teoria geral do Direito Civil e aborta o caso prático de
aquisição e venda de equipamento para um estúdio fotográfico pelo Ricardo, um menos de idade
segundo o Código Civil em vigor no ano de 2007 em Moçambique.

1.1.Problematização.
 Será que o Ricardo (menor de idade) poderia realizar o negócio da venda do equipamento
do material fotográfico que ele é dono para o João de forma válida, mesmo sabendo que
ele padece de uma demência grave?

1.2.Hipótese:
 Tendo em conta que o Ricardo de 18 anos, apesar de ser dono do material, não poderia
realizar o negócio de forma válida uma vez que padecia de uma demência grave, já que
podia fazer o negócio de forma inconsciente.

1.3.Metodologias
Para melhor estudar este caso prático, recorreu-se a consultas bibliográficas e dos artigos
patentes no Código Civil Moçambicano, bibliografias patentes na última página do presente
trabalho.

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II. Factos gerais do caso prático em estudo.
 Fevereiro de 2007: Ricardo (Comprador);
 Junho de 2007: Acção proposta de interdição da venda do equipamento; e
 Abril de 2008: João (Novo comprador do equipamento do João).

2.1.Resolução das questões sobre o caso prático:


1. Se Ricardo poderia realizar o negócio de forma válida?

Resposta: Não, o Ricardo não podia realizar o negócio, por ainda estar na menoridade, de acordo
com o arts.130º CC (efeito de menoridade) que cessa aos vinte e um anos, mesmo sabendo que o
menor tem capacidade de gozo genérico (art.67º CC), mas no entanto sofre algumas limitações.

2. A decisão do tribunal em interdita-lo é legal?

Resposta: Sim, a decisão tomada pelo tribunal em interdita-lo é legal, uma vez que a decisão de
interdição resulta sempre de uma decisão judicial, art. 138º/2 CC. São fundamento da interdição
as situações de anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira, quando pela sua gravidade tornem
o interditando incapaz de reger a sua pessoa e bens (art. 138º CC), e o Ricardo sofria de uma
demência grave.

3. Quais os mecanismos legais para atacar o negócio firmado pelo Ricardo?

Resposta: Os mecanismos legais para atacar o negócio firmado pelo Ricardo são:

 A existência de instituto da representação, neste caso do Ricardo pode ser o poder


parental e a tutela (art. 124º CC).

É claro que só é suprível a incapacidade dos menores, na média em que haja uma mera
Incapacidade de Exercício, e o Ricardo sofria de demência grave.

O poder parental

O conteúdo está regulado no art. 309 e seguintes da Lei da família. Este direito respeita a
diversos planos (pessoal e patrimonial). No plano pessoal deve zelar pela segurança dos filhos;
dirigir a educação dos filhos, no plano patrimonial, abrange o poder geral de representação dos
filhos, o dever de Administração geral dos bens dos filhos, o dever de sustentar os filhos.

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Tutela

É o meio subsidiário ou sucedâneo de suprir a incapacidade do menor nos casos em que o poder
paternal não pode em absoluto ser exercido. Portanto, é o meio normal de suprimento do poder
parental. Deve ser instaurado sempre que se verifique algumas das situações previstas no art. 337
e seguintes da Lei da Família.

Estão nela integradas o tutor, produtor, o conselho de família e como órgão de controlo e
vigilância, o Tribunal de menores.

4. O tutor indicado pelo Tribunal, poderia ou não invalidar o negócio de aquisição do


equipamento?

Resposta: O tutor indicado pelo tribunal poderia sim, invalidar o negócio de aquisição do
equipamento (artigo 336 da LF), se o tutor for o conselheiro de família.

5. Se a solução seria a mesma se Ricardo fosse maior e tivesse feito a aquisição do


equipamento em Setembro de 2007, por um preço excepcionalmente favorável?

Resposta: A solução seria a mesma se o Ricardo tivesse feito a aquisição do equipamento em


Setembro de 2007, por um preço excepcionalmente favorável, pois ainda seria menor de 21 anos
permitidos por lei (arts.130º CC), e como sofria de demência grave (art. 138º CC).

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III. Conclusão
Feito o trabalho, concluiu-se que para a concretização de um negócio jurídico é necessário
primeiro conhecer a lei, em caso de não conhecimento da lei, os envolvidos devem procurar um
tutor que ajudará a resolução dos problemas enfrentados durante o negócio para não serem
penalizados pela lei.

Sendo assim a hipótese levantada é válida segundo os artgs.130º CC (menoridade) e art. 138º CC
(fundamentos de interdição).

Portanto, a família deve sempre estar informada sobre as acções feitas pelos menores de idade de
modo a melhor acompanharem as suas acções. O Ricardo padecendo de uma perturbação mental
grave, e sendo menor de vinte e um anos, devia ter logo um tutor legal para concretizar o
negócio.

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IV. Bibliografia
Módulo de Teoria geral do Direito Civil

MENDES, João de Castro (1978 – 1979) - Teoria Geral do Direito Civil, AAFDL, Lisboa
PINTO, Carlos; Alberto da Mota (2005) - Teoria Geral do Direito Civil, 4ª Ed., Coimbra Editora.

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