Debate 2 - Uberização

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

e a a ut o no m ia do

ube riz aç ão : ent r


r d a d os dir eit os
ba lh ad or e a p e
tra s
traba lh i st a

Bruna Ignácio
O que é?
A economia do compartilhamento >> define uma relação de trabalho
contemporânea em que se “vende” um serviço para alguém de forma
independente, sem intermediação de empresas, em geral via internet.

O fenômeno consolidou empresas que agora fazem a intermediação


da demanda de trabalhadores cada vez mais informais.
Por um lado: fomenta o surgimento de novos empregos
Por outro lado: ocorre um processo de precarização da mão de
obra, já que os trabalhadores passam a não ter mais vínculos
empregatícios.
o que é uberização?
uberização e trabalho informal
texto i
Nem só de grupos, influenciadores e jogos vivem os aplicativos. Com a queda do número
de vagas formais no mercado de trabalho, as pessoas vêm buscando novas fontes de
renda e trabalhar para aplicativos de serviços é uma delas. Se, por um lado, as novas
plataformas propiciam um espaço para que as pessoas possam obter rendimentos, por
outro, geram também questões inerentes ao século XXI, sobre transformação das relações
de trabalho, qualidade de vida e saúde. No novo modelo, o trabalhador tem mais
autonomia sobre seu processo produtivo e horários de trabalho. Para isso, no entanto,
muitos abrem mão de direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
como o décimo terceiro salário e as férias e, em muitos casos, abdicam até mesmo dos
finais de semana. O fenômeno já é conhecido como “uberização do trabalho” e está
sendo estudado por áreas que vão do direito às ciências sociais.
(Mariana Ceci. “Autônomos usam aplicativos para driblar crise financeira no RN”. http://tribunadonorte.com.br, 19.05.2019. Adaptado.)
texto iI
Uma massa de 5,5 milhões de profissionais brasileiros já trabalha para ou com aplicativos,
segundo a Associação Brasileira Online to Offline, que representa as empresas do setor. Se
esses trabalhadores fossem considerados empregados formais, grupos como Uber, iFood ou
Rappi seriam os maiores do país em número de funcionários. O Diretor da associação, Marcos
Carvalho, contesta, no entanto, a tese defendida por muitos atualmente de que haja vínculo
trabalhista entre esses profissionais e as empresas. Segundo ele, “o profissional tem total
autonomia e flexibilidade para definir sua jornada de trabalho de acordo com o que for
conveniente, sem ter que prestar nenhuma satisfação com relação ao horário ou à forma como
ele vai realizar entregas, por exemplo. São pessoas que possivelmente estariam com grandes
dificuldades de ter uma fonte de renda. Isso mostra o impacto de inclusão social desses
trabalhos num momento de tanta fragilidade econômica como o que estamos tendo no país.”

Guilherme Balza. “Brasil já tem mais de 5 milhões trabalhando para aplicativos”. https://cbn.globoradio.globo.com, 05.06.2019. Adaptado.
texto iII
As empresas responsáveis pelos aplicativos afirmam que apenas fazem a “ponte” entre as
partes, as quais trabalham de forma autônoma e com liberdade de acordo com sua
disposição e necessidades — um argumento frequente em tempos de “uberização” do
trabalho. Mas, para especialistas, não é bem assim. “Este modelo de trabalho se apoia no
discurso do empreendedorismo, na ideia de você não ter patrão e poder fazer o seu
próprio horário”, afirma Selma Venco, socióloga do Trabalho e professora da Unicamp.
Segundo ela, este “discurso neoliberal camufla a real situação, que é a de precarização
não apenas nas relações de trabalho, mas também nas condições de vida. Há uma
superexploração do trabalhador, pois ele terá que trabalhar uma jornada de 14 ou 15 horas
para ter um ganho mínimo, ou seja, irá além dos limites físicos para poder sobreviver. E sem
nenhuma proteção, nenhum direito associado a isso.”

Gil Alessi. “Jornada maior que 24 horas e um salário menor que o mínimo, a vida dos ciclistas de aplicativo em SP”. https://brasil.elpais.com, 13.08.2019. Adaptado.

Você também pode gostar