CLOROFÓRMIO
CLOROFÓRMIO
CLOROFÓRMIO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO
1.2. HISTÓRICO
produzido clorofórmio com os mesmos reagentes em 1831, e a partir disso teve seu uso
principal como anestésico em cirurgias por meio de sua inalação. O primeiro a usá-lo com essa
finalidade foi o médico da Corte Inglesa, Sir James Young Simpson (1811-1870), em 1847. Ele
causou em si próprio um estado de narcose através desse composto químico.
Depois desse resultado narcótico, Simpson passou a usar o clorofórmio como anestésico
para diminuir as dores do parto e em cirurgias gerais. Isso representou um avanço para a
medicina, pois permitia que o cirurgião realizasse seu trabalho com mais tempo e reduzia o
choque do paciente.
No entanto, com o tempo, observou-se que o uso do clorofórmio como anestésico trazia
vários efeitos adversos, como o fato dele oxidar facilmente na presença de luz, produzindo o
cloreto de carbonila (fosgênio), que é um gás tóxico, o que já causou diversos acidentes fatais.
O clorofórmio pode causar necrose hepática e renal no paciente e também síncope do
clorofórmio, que é uma parada cardíaca súbita, logo no início da administração desse
anestésico.
Devido a esses fatores de alto risco para o paciente e com a descoberta de novos anestésicos
mais seguros, o uso do clorofórmio como anestésico foi abandonado. Hoje seu uso se restringe
a solvente orgânico.
O clorofórmio pode ser liberado para o ar por processos diretos (uso, produção e
armazenamento) e ser formado como subproduto na cloração da água. Fábricas de papel e
celulose, estações de tratamento de esgotos, incineração de resíduos e indústrias químicas são
também fontes antropogênicas do composto. A meia-vida no ar está entre 55 e 620 dias. Estima-
se que a liberação total de clorofórmio para o ar é de 660.000 toneladas/ano e que 90% das
emissões são de origem natural.
O clorofórmio é o trihalometano (THM) mais comum e o principal subproduto do
processo de cloração da água potável. Os THM são formados na água potável como resultado
da interação do cloro com matéria orgânica, particularmente ácidos húmicos e fúlvicos
derivados de solos e da decomposição de plantas, presentes naturalmente em águas brutas. A
taxa e grau de formação dos THM aumentam em função da concentração de cloro e ácido
húmico, temperatura, pH e concentração de íons brometo.
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1.6. APLICAÇÕES
pele, a qual tem temperatura diminuída, então os nervos sensitivos que mandam as informações
ao cérebro ficam inativos e a sensação de dor é diminuída.
Atualmente, sua principal aplicação é como solvente, analítico e industrial na extração
e purificação de alcaloides, antibióticos, vitaminas, óleos, borracha, resinas, gorduras, agentes
de polimento, graxas, entre outros.
Também é usado como matéria-prima para a produção de outros compostos, para
lavagens a seco para remoção de manchas, como condutor de calor em extintores de incêndio,
para a produção de corantes e pesticidas, agente propelente (substância capaz de efetuar a
propulsão de um corpo sólido).
Sendo um dos principais constituinte de alguns cosméticos e medicamentos e agente
fumigante (produto químico gasoso usado como desinfetante ou exterminante de pragas) na
armazenagem de cereais.
1.7. TOXICIDADE
A exposição ao clorofórmio pode dar-se por via ingestão, inalação e/ou contato dérmico.
A principal fonte de exposição é a água, que pode ter a formação do clorofórmio como
subproduto função da cloração mesmo em piscinas e até mesmo nos alimentos.
Ao ser inalado, o clorofórmio induz a depressão do sistema nervoso central, náuseas,
vômito, prostração, icterícia e coma devido à disfunção hepática. Esse composto já foi
empregado na medicina como anestésico, mas seu uso foi interrompido devido a mortes por
arritmia cardíaca e insuficiência respiratória.
Outras situações de exposição possíveis podem ser o banho, atividades de limpeza e
preparo de alimentos quando a água de torneira clorada contém concentrações elevadas de
clorofórmio.
Estudos com roedores foram realizados pela Agência a Internacional de Pesquisa em
Câncer (IARC), e o clorofórmio foi classificado como o possível cancerígeno humano (Grupo
2B), com base na presença de tumores malignos e benignos que se desenvolveram nos roedores
expostos por via oral e inalatória durante o estudo.
Fórmula: HCCl3.
Peso molecular: 119,39 g/mol.
Reagentes:
• 60,0g de hipoclorito de cálcio;
• 30,0g de óxido de cálcio;
• 10,0g de etanol a 95°GL.
Substâncias complementares:
• Hidróxido de cálcio, solução diluída;
• Cloreto de cálcio anidro.
Técnica:
Num gral, colocar 30,0 g de óxido de cálcio e adicionar, triturando, quantidade
suficiente de água para formar hidróxido de cálcio. A mistura resultante deverá apresentar
consistência pastosa.
Adicionar 60 g de hipoclorito de cálcio e 100 ml de água, agitando continuamente.
Transferir a mistura para um balão amplo de destilação, conectado a um refrigerante de
Liebig. Adicionar 10,0 g de etanol a 95°GL, e aquecer em banho-maria até 40°C.
Retirar a fonte de calor. Quando a reação já tiver arrefecido, voltar a aquecer, até
obtenção de um volume aproximado de 60 ml do destilado.
Transferir o destilado para um balão de destilação e redestilar, colhendo o produto que
passa entre 57-62°C.
Tratar o produto com solução diluída de hidróxido de sódio, dessecando-o, a seguir,
pelo cloreto de cálcio anidro.
Reação:
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Constantes físicas:
Líquido oleoso, incolor, não inflamável, volátil, sabor adocicado, odor característico;
PE = 61-62°C; 𝑑420 = 1,484; pouco solúvel em água, solúvel em álcool etílico, benzeno e éter
etílico.
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Linhas (kg/sem) 1 2 3 4 5 6 7 8
Componentes
CaO 1899,79 - - - - - - -
H2O - 610,65 - - 6331,72 6331,72 12,58 3
Ca(OH)2 - - 2510,44 - - 2510,44 - 2
Ca(ClO)2 - - - 3798,52 - 3798,52 - 1298,77 1
C2H6O - - - - - - 155,15 -
CaCl2 - - - - - - - 746,73
HCCl3 - - - - - - - 800,53
(HCOO-)2Ca2+ - - - - - - - 435,49
H3C-COOH - - - - - - - 202,37
NaOH - - - - - - - -
H3C-COO-Na+ - - - - - - - -
CaCl2 . 2H2O - - - - - - - -
Total 1899,79 610,65 2510,44 3798,52 6331,72 12640,68 167,73 12808,41 8
Linhas (kg/sem) 11 12 13 14 15 16 17 18
Componentes
CaO - - - - - - - -
H2O 2872,08 123,24 1213,13 1397,34 1200,85 196,51 - -
Ca(OH)2 - - - - - - - -
Ca(ClO)2 - - - - - - - -
C2H6O - - - - - - - -
CaCl2 - - - - - - 606,05 -
HCCl3 - 800,53 - 799,99 - 799,99 - 799,99
(HCOO-)2Ca2+ - - - - - - - -
H3C-COOH - 202,78 - - - - - -
NaOH - - 134,79 - - - - -
H3C-COO-Na+ - - - 277,14 277,12 - - -
CaCl2 . 2H2O - - - - - - - 802,56
Total 2872,08 1126,55 1347,92 2474,48 1477,97 996,51 606,05 1602,56
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O cliente final exige que o produto esteja dentro do escopo técnico que confere a ele
bem como atendendo aos requisitos de qualidade esperados (COUTINHO, 2020). Logo, as
análises químicas são aplicadas para controle de qualidade do produto obtido a fim de verificar
se estão sendo atendidas às exigências especificadas pelo cliente/consumidor (PEREIRA,
2015).
O produto obtido no presente projeto trata-se de um dos subprodutos oriundos da
cloração do metano, logo sua quantificação é de extrema importância, uma vez que não é um
produto único obtido nesse processo.
Como se trata de uma planta para produção de gases, o método que pode ser empregado
é a cromatografia gasosa, trata-se de um método mais complexo, porém bem mais preciso e
assertivo para certificação da qualidade final dos produtos obtidos.
A etapa de análise química para fins de qualidade no produto final também define uma
série de problemas que podem ser evitados, como reclamações, devoluções de lote, exposição
da marca no mercado, etc.
Abaixo serão listadas possíveis destinos para o resíduo em questão, por ordem de
relevância, no qual envolve o entendimento se o mesmo é viável e rentável.
Sempre que possível o produto deve ser recuperado e quando não for, em último caso, será
necessário descartar como resíduo do produto em áreas de aterros oficialmente aprovados pelos
órgãos ambientais locais, é necessário recolher o produto e remover o solo contaminado,
colocando-o em tonéis ou containers para o seu reaproveitamento ou tratamento, que será
determinado a partir da viabilidade do reuso, ou mesma a partir da toxicidade do resíduo.
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Apesar de em seu manuseio normalmente não ser considerado um produto toxico, mas
ele é considerado moderadamente toxico se for ingerido ou entrar em contato com a pele, e
quando entra em decomposição por aquecimento emite gases tóxicos, podendo se transformar
em hidróxido de cloro na presença de ácido sulfúrico, fosfórico ou em contato com a água em
altas temperaturas. Além do cloreto de cálcio possuir alto nível de contaminação em contato
com os corpos hídricos, alterando a fauna e flora.
Dessa forma, vê-se que o descarte inapropriado causaria danos ao meio ambiente, e se
faz necessário o descarte adequado, para tanto a deposição do cloreto de cálcio deverá ser feita
em áreas de aterros oficialmente aprovados pelos órgãos ambientais locais, que pode e deve ser
reciclado, assim como as suas embalagens que estão contaminadas.
Resíduo do processo de filtração (corrente 17), possui duas principais alternativas para
sua destinação:
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Além disso, Formiato de Sódio tem ainda aplicação ambiental, podendo ser utilizado
para neutralizar o Anidrido Sulforoso (SO2), também conhecido como Dióxido de Enxofre, dos
gases de chaminés.
A emissão do dióxido de enxofre na atmosfera está diretamente ligada à chuva ácida,
que afeta o meio ambiente de diversas formas: atrapalha a reprodução e crescimento das plantas;
afeta o pH da água dos rios, prejudicando, assim, o crescimento populacional dos peixes; além
de corroer materiais, afetando monumentos e edificações, nos centros urbanos. Pode ainda ter
efeitos à saúde humana, agindo no sistema respiratório e nos olhos, causando irritação e
sintomas como tosse, náuseas, irritação nos olhos e, em altas concentrações, queimaduras,
problemas cardíacos e respiratórios.
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hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) que é enviado para o próximo tanque para que ocorra a pré-
oxidação, nesse parte do processo também é adicionado o clorito de cálcio (Ca(ClO)2) e etanol
(C2H6O). Em seguida, o produto que contém água, hidróxido de cálcio e hipoclorito de cálcio
são enviados ao reator, e o C2H6O oriundo do tanque 2 é adicionado também ao reator.
Após a eliminação intermolecular, o produto composto por hipoclorito de cálcio, cloreto
de cálcio, metanoato de cálcio, ácido etanoico e o clorofórmio, passam pelo trocador de calor
casco e tubo, e são conduzidos para a primeira destilação, são descartados alguns resíduos
provenientes do processo, e segue a água, o clorofórmio e o ácido etanoico para o próximo
trocador de calor casco e tubo. Os produtos provenientes são direcionados a segunda coluna de
destilação, nessa etapa o resíduo descartado é a água e os produtos são adicionados ao
misturador, onde ocorre a neutralização, que utiliza NaOH para formação do etanoato de sódio.
Na próxima etapa do processo que acontece no segundo misturador, entra o etanoato de
sódio, clorofórmio e a água para o decantador, para que os sólidos sedimentem no fundo e o
efluente livre possa ser encaminhado a etapa seguinte, que neste caso será o clorofórmio, sendo
assim, o etanoato de sódio é descartado com parte da água. O clorofórmio como ainda contém
parte da água que não foi eliminada totalmente no processo anterior é conduzida a secagem e
para ajudar nessa eliminação é adicionado o CaCl2 para absorver a umidade e purificar o
clorofórmio.
Para a última etapa do processo, o produto resultante da secagem, o clorofórmio, é
direcionado ao filtro lama, para separar o cloreto de sódio possibilitando o seu descarte. E então
é extraído o produto final do processo, o clorofórmio.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NETO, J. O., et al. Metodologia para tratamento de clorofórmio comercial para uso em
separações cromatográficas. 2010. Disponível em:
<https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/874418/1/pub145.pdf>. Acesso em:
12 de fevereiro de 2021.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Ácido Fórmico; Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/Acido-formico.htm>. Acesso em 09 de março de
2021.