Educação Da Pessoa Com Deficiência Auditiva
Educação Da Pessoa Com Deficiência Auditiva
Educação Da Pessoa Com Deficiência Auditiva
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
6.1 Oralismo............................................................................................................20
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Fonte: https://www.inclutopia.com.br/
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desenvolve-se o transtorno, que está associado a dificuldades nas funções da fala,
aprendizado e comunicação de ordem superior (ASHA, 2005).
Geralmente, as causas deste transtorno são desconhecidas, pois envolvem
múltiplos fatores que complicam o diagnóstico e levam a outras dificuldades de
aprendizagem associadas às mesmas causas. As causas mais comuns incluem
complicações durante a gravidez ou após o parto, otite média crônica São José, SC e
neuromaturação do sistema auditivo (NUNES, 2015), sendo a neuromaturação um
dos exemplos das habilidades do sistema nervoso de formar novas conexões.
A otite refere-se a toda inflamação em uma das regiões do ouvido (externa,
média e interna) e pode ser o resultado de alergias ou da ação de vírus, bactérias e
fungos. Quando os sinais e sintomas comumente observados nos casos de otite se
manifestam e as medidas médias não são tomadas de imediato, pode-se gerar
prejuízos significativo no desenvolvimento da audição. Sendo assim, a lei federal nº
12.303/2010 tornou obrigatório e gratuito o exame "teste da orelhinha" para todos
os recém-nascidos, a fim de garantir a intervenção precoce, se necessário.
As crianças diagnosticadas com otite média nos primeiros anos de vida têm
maior probabilidade de desenvolver danos associados ao desenvolvimento da
audição, o que evidencia a necessidade de realizar um exame audiológico
em crianças em idade escolar e prevenir alterações nessa estrutura (audição)
essencial para o aprendizado da leitura e da escrita. Dessa forma, qualquer possível
perda auditiva periférica deve ser evitada (STAMPA, 2015).
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O teste PAC permite avaliar a funcionalidade do sistema auditivo central, como
por exemplo, as habilidades associadas ao reconhecimento, discriminação,
localização, compreensão, memória e atenção seletiva aos estímulos sonoros. Este
teste avalia as vias do sistema nervoso auditivo desde sua entrada no tronco
encefálico até sua chegada ao córtex auditivo central e as conexões inter-
hemisféricas, permitindo determinar se há disfunção ou não, qualificando a natureza
da dificuldade e controlando o comportamento e o processo terapêutico (PEREIRA,
2014). É importante mencionar, que cabe ao profissional de saúde ou educação
solicitar o encaminhamento ao otorrinolaringologista para realizar este exame
(PEREIRA, 2014).
As principais queixas das pessoas que apresentam alterações no PAC são: “
“[...] ouço, mas não entendo. Meu filho só ouve quando quer. É desatento. Fala errado.
Vai mal na escola” (PEREIRA, NAVAS e SANTOS, 2002, p. 82). Além das
manifestações comportamentais, pode-se observar certa dificuldade de compreensão
em ambientes com acústica ruim, assim como de palavras com duplo sentido,
dificuldade em conversas longas, organização de um discurso, memorização de
regras de fala presentes na linguagem expressiva e compreensão do que se lê.
Portanto, uma vez diagnosticada, a pessoa deve ser encaminhada a um
fonoaudiólogo, profissional devidamente preparado para tratar desse transtorno
realizando a reabilitação auditiva com o objetivo de trabalhar as habilidades auditivas
alteradas. No entanto, se esse transtorno estiver associado a outras dificuldades, além
dessa reabilitação, é fundamental que outros profissionais estejam envolvidos nesse
processo (PEREIRA, 2014).
2.2 Diagnóstico
Diagnosticar TPAC não é uma tarefa fácil devido a sua semelhança com outras
dificuldades de aprendizagem, sendo uma queixa comum a capacidade de ouvir
sons sem entender o que está sendo transmitido. Isso ocorre porque a audição
periférica captou o som como a audição normal, mas não processou a
informação, que é uma função da audição central. Outra alteração é a
dificuldade de ouvir e interpretar os sons em ambientes ruidosos, dificultando a
comunicação diária (PEREIRA, 2014).
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Além disso, sabe-se que as pessoas tendem a apresentar manifestações
comportamentais, como isolamento, maiores níveis de distração e agitação, devido às
frustrações escolares, interferindo assim, nas adaptações sociais. O TPAC pode
ocorrer juntamente com outras alterações tais como o Transtorno de Aprendizagem,
Transtorno Específico de Linguagem (DEL) e Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH). Importante lembrar que dependendo da habilidade auditiva
comprometida, os sintomas poderão ser diferenciados entre os indivíduos.
Na língua ao expressar, podem ocorrer alterações no som da fala
e dificuldades na pronúncia que afetam as estruturas gramaticais. Ao escrever e ler,
representam alternâncias de letras com sons semelhantes entre surdos e sonoros
e dificuldade de compreensão (ESTAMPA, 2015). Os problemas de fala se
caracterizam pela dificuldade ou impedimento na produção dos sons (fonemas). As
alterações mais comuns são: trocas (Exemplo: barata para balata), omissões
(exemplo: pedra para pedra) e distorções (som muito próximo, mas diferente do
padrão).
A seguir, veja quais são os principais sintomas apresentados por quem sofre
com o TPAC:
• Dificuldade de memorização em atividades diárias;
• Piora do desempenho auditivo em locais ruidosos, pois os sons do
ambiente podem fazer com que a pessoa tenha dificuldade de se
concentrar no que o interlocutor fala;
• Dificuldade na compreensão de conceitos abstratos ou de duplo
sentido, como ironias ou piadas;
• Lentidão para entender a mensagem, pois o paciente demora mais
para processar as informações passadas;
• Entendimento equivocado e errôneo da mensagem;
• Desatenção e distração;
• Fadiga atencional em aulas e palestras;
• Necessidade de o interlocutor repetir ou explicar melhor a mensagem;
• Dificuldade de transmitir recados;
• Dificuldade de localizar o som;
• Troca de letras na fala (principalmente das letras l e r) ou na escrita,
com a inversão das letras b, d, p e q;
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• Troca de sons semelhantes, como p/b, t/d, f/v, m/n, k/g, s/g.
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central outros processamentos de informação realizados no córtex, como a visão,
cognição, memória, atenção e linguagem, utilizam algumas vias auditivas. Portanto, o
conhecimento da neurociência promove a compreensão das funções corticais
superiores envolvidas no processo de aprendizagem em relação ao funcionamento
dos estímulos cerebrais (PEREIRA, 2014).
A intervenção deve começar o mais cedo possível para avaliar a plasticidade
neural e a reorganização cerebral, maximizando os resultados e minimizando as
dificuldades funcionais. No entanto, todos eles precisam ser desenvolvidos no
consultório, na sala de aula e também em casa para garantir o desenvolvimento das
habilidades aprendidas.
Na escola, devido ao ruído do ambiente, todos devem estar atentos para que o
indivíduo não perca muitas informações. A criança deve sentar-se ao lado do
professor, longe de portas e janelas. À medida que melhora, aumenta-se
gradualmente a distância. É importante articular bem as palavras, aumentar a
intensidade da voz sem gritar, pronunciar frases curtas, devagar e com entonação
vocal (ALMEIDA; ROCHA; SCHETTINI, 2011).
Os estudos de PAC progrediram junto com a medicina e a neurociência, as
descobertas adquiridas favorecem aqueles com dificuldades de linguagem
comunicação e escrita. No entanto, os estudos sobre tal precisam ser continuados a
fim de um diagnóstico precoce.
É de grande valia que o trabalho seja realizado por uma equipe multidisciplinar,
pois a pessoa com TPAC e outras comorbidades necessita de cuidados
psicopedagógicos, psicológicos, fonoaudiólogo, entre outros. O trabalho é realizado
de forma integrada com a família e a escola para alcançar o sucesso nos resultados
(PEREIRA, 2014).
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3 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ
Fonte: encurtador.com.br/cnER8
Fonte: https://www.eauriz.com.br/
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diminuição auditiva, mas como um indivíduo surdo, que terá seu desenvolvimento
linguístico e global pautado em um outro modelo.
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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dando informações auditivas bastante próximas daquelas obtidas por pessoas
ouvintes. Sendo assim, o processo de escolarização dessas pessoas pode transcorrer
naturalmente, porém com a atenção necessária para as especificidades.
Segundo Alves (2012), a audição é de extrema importância para o
desenvolvimento tanto social quanto individual dos sujeitos. Por meio da audição,
torna-se possível desenvolver a identidade através da interação com o mundo, uma
vez que as informações são coletadas pelo sistema auditivo, o qual é responsável por
reconhecer e identificar os sons do ambiente, auxiliando no desenvolvimento da
comunicação oral e da linguagem.
Pela área da saúde e, tradicionalmente, pela área educacional, o indivíduo com
surdez pode ser considerado parcialmente surdo (com deficiência auditiva – DA). Veja
as descrições em cada caso:
Surdez leve – Pessoas com perda auditiva de até quarenta decibéis. Essa
perda impede a percepção de todos os fonemas das palavras igualmente. Além
disso, vozes fracas ou distantes não serão ouvidas. Essa pessoa é geralmente
considerada desatenta e muitas vezes exige que o que foi dito seja repetido. Essa
perda auditiva não impede a aquisição normal da linguagem oral, mas pode levar a
problemas articulatórios na leitura e/ou escrita. (SEESP/MÊS, 2006).
Surdez moderada – Pessoas com perda auditiva entre quarenta e
setenta decibéis. Esses limites estão no nível da percepção da fala, que exige
que uma voz de certa intensidade seja percebida adequadamente. Atraso na fala e
distúrbios da articulação são comuns, às vezes com problemas de
linguagem significativos. Esta pessoa tem maior dificuldade em ouvir
discriminação em ambientes ruidosos. Normalmente identifica palavras-chave e tem
dificuldade em entender certos termos relacionais e/ou formas
gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente relacionada às
suas habilidades de percepção visual (SEESP/MÊS, 2006).
Surdez severa - Pessoa com perda auditiva entre 70 e 90 decibéis. Esse tipo
de perda permite que ele identifique alguns sons familiares e ele só poderá ouvir a
voz alta, podendo viver até os quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a família
estiver bem orientada pela saúde e educação, a criança pode
adquirir a linguagem oral. A compreensão verbal depende em grande parte da sua
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capacidade de usar a percepção visual e observar o contexto das situações
(SEESP/MÊS, 2006).
Surdez profunda - uma pessoa com perda auditiva maior que noventa
decibéis. Tal é a gravidade dessa perda que o priva das informações
auditivas necessárias para a percepção e identificação da voz humana e o impede de
adquirir a linguagem oral. A disfunção auditiva está relacionada tanto a dificuldades
de comunicação quanto de sinalização - surdez da estrutura acústica e identificação
simbólica da fala (SEESP/MÊS, 2006).
Fonte: i.pinimg.com
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4 ESTRUTURA E INCLUSÃO ESCOLAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
AUDITIVA
Fonte: cronicasdasurdez.com
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5 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS
A inclusão é cada vez mais mencionada pela sociedade, embora ainda exista
muita desigualdade social em áreas como a saúde, programas de lazer ou educação
(RODRIGUES, 2006). Segundo Rodrigues (2006, p.301) “o conceito de inclusão está
relacionado antes de mais nada com não ser excluído – isto é, com a capacidade de
pertencer ou de se relacionar com uma comunidade”. Quando fala-se de inclusão em
uma comunidade, espera-se que está aconteça em uma comunidade do bem,
próspera, com intenções positivas que seja politicamente correta para uma pessoa se
integrar.
Sendo assim, o papel do professor diante dos alunos deve ser de compromisso
com a aprendizagem, deixando de lado todas as diferenças que existem entre seus
alunos, pois, tais distinção podem se tornar motivos de exclusão ou desigualdade
(FREITAS, 2006).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em 2019,
existem 17,3 milhões de pessoas acima de 2 anos com algum grau de deficiência. Já
quando o recorte da pesquisa considerou a população com mais de 5 anos
com deficiência auditiva (aqueles que têm grande dificuldade de ouvir ou não
conseguir ouvir de modo algum), descobriu-se que 22,4% sabe usar a Língua
Brasileira de Sinais (LOBATO, 2021).
Dados de 2019, publicados pela Empresa Brasil de Comunicação/Brasil (EBC),
alertam para os números que envolvem a deficiência auditiva no Brasil e no
mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os quais são:
• No Brasil, há mais de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva;
• Entre os brasileiros, 2,3 milhões têm deficiência auditiva severa;
• A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres;
• 57% dos surdos têm 60 anos ou mais;
• Apenas 9% da pessoa com deficiência auditiva nasceram com essa
condição;
• Entre os participantes da pesquisa, 87% não utilizam aparelhos
auditivos;
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• Até o ano de 2050, estima-se que mais de 900 milhões de pessoas no
mundo poderão desenvolver surdez.
Assim, nota-se que a surdez tem sido vista pela maioria da sociedade como
uma deficiência de maior atenção clínica. A autora observa que esse cenário só
mudou nas últimas décadas devido aos avanços da ciência e visões mais
progressistas, além de projetos políticos e pedagógicos que levaram a novas
trajetórias na história da inclusão de alunos surdos.
Ao decorrer da jornada educacional dos surdos, três correntes metodológicas
ou filosóficas se destacaram: oralidade, comunicação total e bilinguismo
(NASCIMENTO, 2018).
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6.1 Oralismo
O oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada
pela estimulação auditiva. Essa estimulação possibilitaria a aprendizagem da
língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se na comunidade
ouvinte e desenvolver uma personalidade como a de um ouvinte. Ou seja, o
objetivo do oralismo é fazer uma reabilitação da criança surda em direção à
normalidade (GOLDFELD, 2002, p. 34).
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No século XX, estudos foram mostrando que os sinais utilizados pelos surdos
são na verdade uma língua. Contrapondo-se ao oralismo puro que imperava nas
escolas para surdos, foram então surgindo novas filosofias como comunicação total e
bilinguismo.
6.3 Bilinguismo
Educação Bilíngue é vista não apenas como uma necessidade para os alunos
surdos, mas sim como um direito, tendo sempre como base o pressuposto de
que as Línguas de Sinais são patrimônios da humanidade e que expressam
as culturas das comunidades surdas (STUMPF, 2009, p.247).
22
7 ATUAIS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL
Fonte: encurtador.com.br/dHLN7
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos
cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível
médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino,
públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1º Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento,
o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia
e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de
professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
23
§ 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais
cursos de educação superior e na educação profissional [...]
SALA DE RECURSOS
Fonte: encurtador.com.br/ctvY0
24
A Lei de Diretrizes e Bases 9.394 de 1996 dispõe sobre o atendimento
educacional especializado:
Art. 4º, III atendimento educacional especializado gratuito aos educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
preferencialmente na rede regular de ensino.
Fávero (2011) nos diz que o atendimento educacional especializado vem sendo
visto e executado de duas maneiras, bastante distintas: a primeira baseia-se na
organização de escolas separadas, chamadas de especiais ou especializadas,
voltadas apenas para pessoas com deficiência, que às vezes substituem totalmente a
escola comum. A segunda maneira de executar o ensino especializado é a que vem
sendo bastante propagada pelos que defendem a inclusão escolar, ou seja, a
frequência a um mesmo ambiente por alunos com ou sem deficiência, dentre outras
características.
Evidenciamos que o Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde
todos os alunos independentemente de suas limitações ou diferenças dividiriam o
mesmo espaço e também as mesmas experiências de aprendizagem, sendo o AEE
realizado como apoio educacional, garantindo assim, o direito de todos o acesso à
educação, lembrando ainda que o processo inclusivo é favorável não apenas para os
alunos com deficiência, mas para a formação humana do aluno (FÁVERO, 2011).
Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, a Resolução CNE/CEB nº
4/2009, no art. 1º, estabelece que os sistemas de ensino devem matricular os alunos
público alvo da educação especial nas classes comuns do ensino regular e no
atendimento educacional especializado, ofertado em salas de recursos
multifuncionais ou centros de atendimento educacional especializado da rede pública
ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos
(RIBEIRO et al., 2011).
A resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009 dispõem que o AEE é realizado,
prioritariamente, na Sala de Recursos Multifuncionais da própria escola ou em outra
escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, podendo ser realizado,
também, em centro de atendimento educacional especializado público ou privado sem
fins lucrativos, conveniado com a Secretaria de Educação (MEC, 2009). Ainda aborda
em seu texto as seguintes normativas:
Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos
professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de
AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a
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participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da
saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento.
Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve
institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua organização:
I – Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos
específicos;
II – Matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria
escola ou de outra escola;
III – cronograma de atendimento aos alunos;
IV – Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas
dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem
desenvolvidas;
V – Professores para o exercício da docência do AEE;
VI – Outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio,
principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção;
VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e
equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.
Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos
público alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas
quais se fizerem necessários.
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devem ser de todos que direta ou indiretamente atuam com este aluno. Os recursos
e materiais, principalmente os visuais, devem estar presentes neste ambiente
(RIBEIRO et al., 2011).
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
[...] de alguma forma, o professor que teve acesso, durante sua formação
acadêmica, a informações teóricas sobre essas noções, acaba por atualizá-
las ou mobilizá-las, em sala de aula [...]. No entanto, em sua atuação efetiva,
o professor necessita mobilizar outros conhecimentos como aqueles
previstos pelo livro didático que esteja sendo utilizado na escola. O resultado
é que, em sua prática, o professor produz adaptações, e a noção teórica
(como a de texto), tal como formulada inicialmente pela Linguística, é
transformada ou (re) construída, juntamente com outros saberes ou
conteúdos, para atender às necessidades da situação de sala de aula. Assim,
o professor constrói, em sua prática, conceitos, que já não são mais
exatamente aqueles previstos pela teoria linguística e/ou por obras de
divulgação, mas são objetos próprios da situação de ensino (RAFAEL, 2001,
p. 158).
• Concreto – sinal: a criança deve ler o sinal que refere coisas concretas,
diretamente relacionadas com a criança. Exemplo: Existe um sinal (gesto) para
árvore, então a professora apresenta o sinal para a criança.
• Desenho – sinal: a criança deve ler o sinal associado com o desenho
que pode representar o objeto em si ou a forma da ação representada por meio do
sinal. Exemplo: o professor apresenta o sinal árvore e o associa à figura de uma
árvore.
• Desenho – palavra escrita: a criança lê a palavra representada por
meio do desenho, relacionada com o objeto em si ou a forma da ação representada
por meio do desenho na palavra. Exemplo: apresentar a forma escrita da palavra
“árvore”, associando-a à figura da árvore.
• Alfabeto manual – sinal: a criança estabelece a relação entre o sinal
de árvore e a palavra no português, soletrada por meio do alfabeto manual.
Exemplo: o professor soletra a palavra usando o alfabeto manual.
• Alfabeto manual – palavra escrita: a criança associa a palavra escrita
com o alfabeto manual. Exemplo: representar a palavra “árvore” por meio do
alfabeto manual.
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importa numa relação de aprendizagem são as crenças, os objetivos e as intenções
que circulam por todos os participantes do processo” (COELHO, 2012, p. 133).
Nesse sentido, o professor deve se identificar como agente no processo de
ensino-aprendizagem dos alunos e apresentar objetivos e intenções que promovam a
efetividade desse processo para todos os alunos, inclusive os surdos. Assim, quando
essas questões são abordadas na educação, as expectativas dos professores podem
se concentrar na possibilidade ou 'educabilidade' dos alunos surdos, refletindo sua
posição de ensinar EPL a eles influenciados. Essa posição se reflete nas relações que
os professores estabelecem consigo mesmos, com o ensino de LPE para alunos
surdos e com alunos surdos. A atuação docente desses professores pode ser
organizada de forma a favorecer a eficácia do processo de ensino-aprendizagem das
pessoas surdas.
Fonte: https://www.territoriodeficiente.com/
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foi editada em 06 de julho de 2015, mas entrou em vigor no dia 03 de janeiro de 2016,
após cumprir um período de vacância (período destinado à assimilação do conteúdo
da nova lei) de 180 dias, passando a beneficiar mais de 45 milhões de brasileiros que
possuem algum tipo de deficiência, de acordo com os dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) (ALMEIDA, 2020).
A principal inovação da LBI foi a mudança no conceito jurídico de “deficiência”,
que deixou de ser considerada como uma condição estática e biológica da pessoa,
passando a ser tratada como o resultado da interação das barreiras impostas pelo
meio com as limitações de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo,
conforme disposto no artigo 2º, in verbis:
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articulação intersetorial na implementação de políticas públicas (Dutra; Griboski;
Alves; Brabosa, 2008).
O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e
pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem
juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação
inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que
avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias
históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90, artigo 55, reforça
os dispositivos legais supracitados, ao determinar que "os pais ou responsáveis têm
a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também,
nessa década, documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos
(1990) e a Declaração de Salamanca (1994), passam a influenciar a formulação das
políticas públicas da educação inclusiva.
O Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o
grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma
escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer
objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às
necessidades 9 educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à
oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino
regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional
especializado.
Para a construção de uma escola inclusiva, primeiramente é importante que o
município tenha elaborado e em funcionamento o Plano Municipal de Educação, pois
sem planejamento é praticamente impossível estabelecer prioridades e necessidades
reais do município e das escolas. O Plano Municipal de Educação deve ser um
instrumento construído coletivamente, a partir da ampla consulta à população em
geral e à comunidade acadêmica, em particular. Deve ser avaliado continuamente,
reajustado e divulgado, à medida que avanços ocorram no alcance das leis (ARANHA,
2004). O Plano Municipal de Educação deve ter por base o Plano Nacional e Estadual
de Educação Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,
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tradutor/intérprete de Libras e guiaintérprete, bem como de monitor ou cuidador dos
alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção,
entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar (MEC/SEESP, 2007).
Para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas públicas a
formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional
inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas,
visando à acessibilidade arquitetônica, aos atendimentos de saúde, à promoção de
ações de assistência social, trabalho e justiça (MEC/SEESP, 2007).
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços,
aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da
aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender as necessidades
educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser assegurada mediante a
eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, na edificação – incluindo
instalações, equipamentos e mobiliários – e nos transportes escolares, bem como as
barreiras nas comunicações e informações (MEC/SEESP, 2007).
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12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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