Desafios Actuais de Mocambique
Desafios Actuais de Mocambique
Desafios Actuais de Mocambique
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Neste ponto, de forma clara e eficiente nos importa trazer e descrever o papel da mulher e as
relações de género e a educação...............................................................................................13
Conclusão..................................................................................................................................19
Bibliografia...............................................................................................................................21
3
Introdução
Os desafios actuais de Moçambique, constitui o tema deste trabalho; este trabalho é fruto de
orientação, ou seja, proposta da docente da cadeira de História política IV como forma de
enriquecimento epistémico. Iremos apresentar alguns conceitos relacionados com o trabalho
como no caso de diversidade, género, sociedade civil como uma forma de ponte epistémica
para podermos se mergulhar no tema sem complicações.
Este trabalho tem como objectivo principal apresentar de forma clara e eficiente os desafios
actuais de Moçambique na era contemporânea, era esta que é caracterizada pelo
desenvolvimento tecnológico, globalização. O trabalho tem como objectivos específicos que
se resumem nos seguintes: descrever a contribuição das ONG’s e da sociedade civil na área
social e cultural; explicar a situação da educação e a questão de género em Moçambique; e
por fim explicar o papel da mulher e as relações de género e a educação.
A estrutura total do trabalho num único tema contempla subtítulos consoante a sua
organização e inclui uma conclusão ao menos parcial, mediante a sua abordagem e inclui
igualmente uma bibliografia final das fontes consultadas.
Dessa forma, uma cultura pode ter símbolos materiais, por exemplo, museus, obras de arte,
construções e praças. Eles também podem ser imateriais, como festas, danças, lendas, música,
culinária.
A cultura é a identidade de um grupo e o que faz com que ele seja único no mundo. Como
o planeta tem muitos povos com seus costumes e tradições, podemos dizer que
convivemos com a diversidade cultural. A cultura se identifica com o modo de vida de
uma população determinada, vale dizer, com todo o conjunto de regras e comportamentos
pelos quais as instituições adquirem um significado para os agentes sociais e através dos
quais se encarnam em condutas mais ou menos codificadas (MARGARET MEAD apud
Japiassú & Marcondes, 2001).
Num sentido mais filosófico, a cultura pode ser considerada como um feixe de representações,
de símbolos, de imaginário, de atitudes e referências susceptível de irrigar, de modo bastante
desigual, mas globalmente, o corpo social.
Para Childe (1956, p.23) cultura é uma herança social que corresponderia a um compartilhar
de tradições, instituições, modos de vida entre outros elementos. E ainda “cultura é uma soma
de todas as ideias actividades e materiais que caracterizam a natureza de um determinado
grupo humano” (GRANATO & RANGEL, 2009),
Assim sendo, Cultura é o conjunto dos traços distintivos espirituais, materiais, intelectuais e
afectivos que caracterizam uma sociedade e um grupo social, englobando, além das artes e
das letras, os modos de vida, os direitos fundamentais do ser humano, os sistemas de valores,
as tradições e as crenças.
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De acorde com Tylor apud Kahn (1975), “cultura é aquele todo complexo que inclui
conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e
aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (p.2).
Por outro lado, Linton (1965), entende a cultura de qualquer sociedade como fruto da “soma
total de ideias, reacções emocionais condicionadas a padrões de comportamento habitual que
seus membros adquiriram por meio da instrução ou imitação e de que todos em maior ou
menor grau participam ” (p.316).
Com o surgimento das nações e assim dos estados nação e das suas estruturações, seus
criadores desenvolveram desde o final do século XIII e durante o século XIX mecanismos de
unificação dos habitantes de determinado território em torno de uma identidade comum, fosse
pela língua, fosse pela referência histórica ou de origem dos seus antepassados.
Como nada disso estava consolidado nacionalmente, era necessário instituir essas unidades
tanto no âmbito territorial quanto linguístico e étnico, difundindo-os através das escolas.
Depois de um tem tempo, a língua inglesa adopta o termo culture, em separado do termo
folclore, este para tratar dos costumes das pessoas, em um tom levemente pejorativo,
enquanto que a língua alemã tratará de alta e baixa cultura, contrapondo os estudos mais
eruditos às questões quotidianas da população em geral.
Mais tarde, a antropologia assumiria o lugar da ciência voltada para os estudos da cultura, ou
das diferentes culturas, ainda mais considerando os ditos novos continentes, colonizados pelos
povos europeus, que ao lá chegarem se depararam com culturas diferentes das suas e se
interessaram em desvendá-las.
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Dá para perceber que a diversidade cultural é complicada de quantificar, mas uma boa
indicação é pensar numa contagem do número de línguas faladas em uma região ou no mundo
como um todo. Através desta medida, há sinais de que podemos estar a atravessar um período
de declínio precipitado na diversidade cultural do mundo.
A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o ser humano. Há vários
tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a
organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo
de aceitação da sociedade. Pessoas que por algumas razões decidem pautar suas vidas por
normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias idiossincrasias (Mistura De
Culturas). Por outras palavras, o todo vigente impõe-se às necessidades individuais
(KLIKSBERG; TOMASSINI; 2000).
O denominado “status quo” deflagra natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num
processo dialéctico, a adequação significativa do ser ao meio. A cultura insere o indivíduo
num meio social.
A sociedade como um todo – histórica, política, social e culturalmente – foi marcada por
paradigmas que tinham como meta de concepção um olhar holístico em direcção ao passado
ou em direcção ao futuro. Com o advento dos modernos, a partir do Iluminismo, a direcção, o
olhar para o futuro configuraram as orientações paradigmáticas. Estas, por sua vez,
respaldavam-se na ideia de progresso (capitalismo, na percepção do indivíduo; socialismo, na
percepção da colectividade), no progresso linear e em direcção ao futuro: cheio de promessas
e realizações para os indivíduos ou para as colectividades.
Santos (2002, p.49), nessa mesma direcção, tece crítica à capitalização da cultura. Com esse
pensamento, as experiencias dos outros na arena económica que os demais trazem para nós,
nos permitem desenvolver a nossa própria economia.
Paradigma político – religioso: Soma-se a percepção da inexistência de um único
modelo de organização mobilizável, mesmo na base, porque o mundo se caracteriza
pela diversidade de populações e situações entrelaçadas em sistemas de crenças e
práticas variadas no tempo e no espaço. Com este modelo traz transformações nas
nossas crenças religiosas.
no ponto de vista do mandato, as eleições servem para seleccionar boas políticas ou políticos que
sustentam determinadas políticas, portanto, os partidos ou os candidatos fazem propostas políticas
durante a campanha e explicam como essas propostas poderiam afectar o bem-estar dos cidadãos,
os quais escolhem as propostas que gostariam de vê-las implementadas, bem como das pessoas
É esta lógica que leva o campo político a ser descrito como sendo “o lugar em que se geram,
na concorrência entre os agentes que nele se acham envolvidos, produtos políticos, problemas,
programas, análises, comentários, conceitos, acontecimentos, entre os quais os cidadãos
comuns, reduzidos ao estatuto de «consumidores», devem escolher, com probabilidades de
mal-entendido tanto maiores quanto mais afastados estão do lugar de produção.
desempenho durante o seu mandato. Seguindo esta linha de pensamento os incumbentes, bem
como os eleitores são racionais, (André Madjimbire)1.
Portanto, uma vez que os eleitores são racionais “ cada um deles concebe as eleições
estritamente como meios de selecção de governo que mais o beneficiará” (Cfr. DE BRITO,
2013, p.13).
Este postulado é problemático dado que embora existam esses problemas, verifica-se que o
mesmo partido que governou o país no período pós-independência é o mesmo que governa
1
André Madjimbire , entrevista realizada na Sede Provincial da RENAMO de Nampula no dia 08 de Março de
2021.
2
Agostinho Abacar Trinta, entrevista realizada na Sede Provincial da FRELIMO de Nampula no dia 04 de
Março de 2021.
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Observando as actividades realizadas pelos ONG’s fica-se com a impressão que fazem um
pouco de tudo por todos os lados. Envolveram-se logo após o fim da guerra massivamente na
reabilitação de infra-estruturas sociais, no reagrupamento e fixação das populações e na
distribuição de alimentos e instrumentos agrícolas. Mais tarde passaram a implementar
projectos de desenvolvimento em várias áreas, tais como micro-créditos, alfabetização,
formação formal e informal e gestão de recursos naturais.
A diversidade das actividades do conjunto das ONGs estende-se para dentro de cada
organização; dificilmente se encontra uma ONG que se dedica exclusivamente a uma ou outra
actividade. Todas combinam várias actividades, às vezes dentro do mesmo ramo, outras vezes
trata-se de actividades de diferentes sectores, argumentando para tal que uma especialização
avançada não corresponde à realidade da vida e às necessidades das comunidades de base nas
zonas rurais.
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No entanto, se em parte a diversidade das actividades é uma opção das ONGs nacionais,
ela é também o resultado da necessidade de obter fundos para a realização de qualquer
projecto. E os fundos vêm das agências internacionais e ONGs estrangeiras. Estas têm as
suas próprias agendas e prioridades, frequentemente induzidas por assuntos e questões
que «vendem» nos seus países de origem. Pois, os doadores dependem, por sua vez, do
seu público que deve ser convencido da necessidade de continuar a disponibilizar,
directamente ou através dos impostos, somas importantes para a ajuda ao
desenvolvimento (idem).
Em resumo, para além dos benefícios resultantes das das ONGs (melhoria de qualidade
ambiental e urbana e aumento dos rendimentos das famílias), os efeitos urbanos da acção
destas ONGs podem ser perspectivados a três níveis, nomeadamente como: (i) reforço da
organização das comunidades para desenvolver iniciativas de gestão e melhoramento das
condições de vida urbana através de processos participativos (auto-construção de
equipamento social e comunitário, organização de sistemas de recolha de lixo, reabilitação e
manutenção de estradas, caminhos e drenagens, criação de espaços verdes, etc.); (ii) forma de
elevar o potencial mobilizador dos instrumentos disponíveis na luta contra a pobreza (o micro
crédito pode funcionar como catalisador de uma dinâmica de gestão e liderança dos grupos
beneficiários que progressivamente se pode alargar a toda a comunidade) e (iii) instrumentos,
simultaneamente, de oportunidade e risco que possam transformar emergentes dinâmicas de
sobrevivência em processos sustentáveis e duráveis, a baixo custo.
3
Saif al-islam alqadhafi. the role of civil society in the democratisation of global governance institutions.
13
Todavia, em seu sentido moderno, a expressão é atribuída ao filósofo alemão Georg Wilhelm
Friedrich Hegel, que utilizou-a em Elementos da Filosofia do Direito. Nesta obra, a sociedade
civil (burgerliche Gesellschaft em alemão) era um estágio no relacionamento dialéctico entre
os opostos percebidos por Hegel, a macro-comunidade do estado e a micro-comunidade da
família. Num sentido amplo, o termo foi dividido, como os seguidores de Hegel, entre a
esquerda e a direita. Na esquerda, tornou-se a fundação da sociedade burguesa de Karl Marx;
na direita, tornou-se uma descrição para todos os aspectos não estatais da sociedade,
expandindo-se da rigidez económica do marxismo para a cultura, sociedade e política.
A actuação da sociedade civil acontece de forma organizada e traz novos agentes e novas
agendas, ou seja, representa diferentes parcelas da população através de grupos e
reivindicações distintas. A sociedade civil organizada, desde as organizações de bairro ou de
trabalhadores, até os grupos internacionais, como a Anistia Internacional ou o Greenpeace,
interagem com o Estado. No bojo de atores que interagem interna e externamente na esfera
estatal, as ONGs figuram como as representantes mais actuante da chamada sociedade civil
(PINTO, 2006).
Segundo Avritzer, (2010, p. 12) dão uma definição de género um pouco mais completa,
afirmando que “O termo género é usado para descrever inferências e significações atribuídas
aos indivíduos a partir do conhecimento da sua categoria sexual de pertença. Trata-se, neste
caso, da construção de categorias sociais decorrentes das diferenças anatómicas e
fisiológicas.”
com os comportamentos que homens e mulheres adoptam no seu dia-a-dia, pois é a junção
destes factores que resultam nas expectativas que a sociedade tem para cada género e que
são socialmente aceites.
A conquista feminina pela igualdade tem sido lenta mas gradual e alguns/algumas
autores/autoras já consideram que a igualdade entre géneros está praticamente conseguida. A
busca incessante do direito à igualdade entre géneros tem revelado muitas conquistas e
bastantes vitórias; contudo será importante referir que ainda há muito para ser feito.
Serpa (2001) alude a Tomé e Rambla para salientar que existem papéis sociais representados
por homens e por mulheres que se comportam de acordo com determinadas regras sociais. As
desigualdades continuam a existir em diversas situações, não apenas no que se refere a
questões profissionais como também a questões domésticas. Ainda referem que:
Ao fim de muitas lutas pela igualdade, alguns autores, como Héritier (1996) defendem que
apesar de as desigualdades estarem a diminuir não significa de todo que desapareçam. Trata-
se de um facto, as mulheres cada vez mais assumem responsabilidades e tarefas masculinas,
mas na opinião da referida autora “há sempre mais longe, mais à frente, um «domínio
reservado masculino», no clube muito selecto da política, da religião, das responsabilidades
empresariais, etc”
15
Na perspectiva da autora (1996), estas desigualdades são difíceis de combater devido ao facto
de estarem inculcadas na nossa sociedade, sendo transmitidas logo à nascença e apresentarem-
se como valores transmitidos de forma explícita, que não sendo correctos correspondem ao
que é socialmente aceitável.
Héritier (2002) salienta que o cérebro das mulheres apresenta as mesmas características do
cérebro dos homens. Ocupa o mesmo lugar, apresenta as mesmas formas, as mesmas
circunvoluções e desempenha as mesmas funções. Porém, aponta a estatura física feminina
como responsável pelo peso inferior do cérebro das mulheres. Esta justificação torna-se
infrutífera, na medida em que as mulheres revelam as mesmas capacidades intelectuais
masculinas.
De acordo com o mesmo autor, refere que todas estas tentativas feitas para inferiorizar as
mulheres caem por terra quando se verifica que as performances são as mesmas. Apesar de
todas as tentativas para o impedir, as mulheres conquistaram uma posição bastante positiva na
sociedade, sendo esse facto verificável através do aumento do emprego, níveis de formação e
instrução.
Em Moçambique, as mulheres ocupam cada vez mais lugares onde se tomam decisões
importantes, nomeadamente cargos políticos. Desta forma, as mulheres desempenham
funções que ao longo dos anos têm feito com que as taxas de emprego tenham vindo a
aumentar.
Apesar de todas as evidentes conquistas feitas pelas mulheres, Beleza (2010) considera que as
relações sociais de género são “desiguais” em detrimento do género feminino. A incessante
procura de direitos de igualdade entre homens e mulheres, apesar de lenta tem surtido os seus
efeitos. Moçambique não é excepção e a tentativa de integrar as mulheres em contextos
maioritariamente representados por homens fez com se comprovasse que as mulheres têm
capacidades, facto este que se verifica a nível dos vários postos importantes do nosso
governo.
O “pós-colonial” não sinaliza uma sucessão cronológica do tipo antes e depois, uma vez que
muitos dos problemas do colonialismo como dependência económica, subdesenvolvimento e
desigualdades sociais não foram resolvidos no pós-colonialismo, essas relações apenas
assumiram uma nova configuração.
Como bem adverte Mia Couto (2008) as ex-colónias já tiveram várias nomenclaturas
“terceiro Mundo, países subdesenvolvidos, nações da periferia, hoje, países ricos e pobres
são chamados de parceiros”, o problema para este autor é que não se resolve nas palavras o
que não esta resolvido na substância.
“Os modos de classificação e identificação social que estruturam uma sociedade determinam
também a forma pela qual sua reprodução social é organizada, determinando de que forma as
concepções e as relações sociais são construídas” (STOLCKE, 2006, p.26).
“Antes, a mulher moçambicana não tinha voz, a mulher não podia estudar mais que o homem,
diziam que a mulher não pode conduzir o carro, a mulher não pode trabalhar nas secretarias.
Então, a Frelimo começou a luta armada, dizia que na nossa luta não há homem, não há mulher,
mas sim todos somos militantes” (CORRÊA & HOMEM, 1977, p.415).
Nas últimas décadas o governo tem investido massivamente num sistema de educação básica
gratuita, mas na prática ainda é preciso pagar pelo fardamento e material escolar, nesse
contexto as famílias pobres continuam tendo dificuldade para educar as crianças.
considerada uma prioridade. Como a divisão tradicional do trabalho coloca as mulheres em casa a
cuidar das tarefas reprodutivas, não se achava necessário, ou até significativo, pagar a educação de
uma rapariga” (PAULO & TUOMINEN, 2009, p. 43).
Na visão destes dois pensadores, é dada pouca atenção ao papel crucial do Estado e da Igreja
no controle social da mulher e em como as múltiplas normas morais, religiosas e sociais
interagem dialecticamente com as desigualdades sociais.
“A frequência escolar tem correlação directa com a religião do chefe familiar, dentre os
católicos 63% das crianças frequentam a escola, enquanto nas famílias muçulmanas esta
percentagem cai para 48%. No contexto rural, a maioria das raparigas sua educação é
interrompida caso seus pais identificarem um bom marido para elas; parte do problema esta
relacionado com a percepção de que a educação é perda de tempo e gasto de recursos
financeiros, principalmente em relação às meninas” (Ibdem, 16).
18
Nestas comunidades fortemente muçulmanas, muitos pais preferem mandar os seus filhos
para Madraça, escola muçulmana, que além de dar uma formação religiosa também orienta os
estudantes sobre o Islão e a posição de homens e mulheres na sociedade, ensinando desde a
puberdade noções de sexualidade ligadas ao género que reforçam a superioridade dos homens
e as obrigações das mulheres para com os maridos.
Conclusão
A discussão sobre diversidade cultural ocupa lugar de destaque na ordem política
internacional. A ideia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade,
diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes,
também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou
ainda, na tolerância mútua.
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O primeiro postulado segundo o qual as eleições servem para seleccionar boas políticas ou
políticos que sustentam determinadas políticas, é problemático em Moçambique, primeiro
porque neste, está subjacente a ideia de que os eleitores recebem os manifestos eleitorais dos
diversos candidatos ou partidos políticos, analisam-nos e finalmente escolhem o candidato ou
partido político que apresenta o melhor manifesto, este que posteriormente seria transformado
num programa de governação.
Observando as actividades realizadas pelos ONGs e a sociedade civil na área social e cultural
verifica-se com a impressão que fazem um pouco de tudo por todos os lados. Envolveram-se
logo após o fim da guerra massivamente na reabilitação de infra-estruturas sociais, no
reagrupamento e fixação das populações e na distribuição de alimentos e instrumentos
agrícolas. Mais tarde passaram a implementar projectos de desenvolvimento em várias áreas,
tais como micro-créditos, alfabetização, formação formal e informal e gestão de recursos
naturais.
A conquista feminina pela igualdade tem sido lenta mas gradual e alguns/algumas
autores/autoras já consideram que a igualdade entre géneros está praticamente conseguida. A
busca incessante do direito à igualdade entre géneros tem revelado muitas conquistas e
bastantes vitórias; contudo será importante referir que ainda há muito para ser feito.
Ao fim de muitas lutas pela igualdade, alguns autores, como Héritier (1996) defendem que
apesar de as desigualdades estarem a diminuir não significa de todo que desapareçam. Trata-
se de um facto, as mulheres cada vez mais assumem responsabilidades e tarefas masculinas,
20
mas na opinião da referida autora “há sempre mais longe, mais à frente, um «domínio
reservado masculino», no clube muito selecto da política, da religião, das responsabilidades
empresariais, etc”
Bibliografia
Armino, K. P. (1997). Guia de Reabilitação Pós-Guerra- o processo de Moçambique e a
contribuição das ONG. Bilbao, Hegoa.
Chiziane, P. (2007). .Niketche. (5ª ed.). 2o v., 2a tiragem., Editora Ática. SP.
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De Brito, Luís. Breve Reflexão Sobre Autarquias, Eleições e Democracia. Maputo, IESE,
2013.
Japiassú, H. & Marcondes, D. (2001). Dicionário Básico de Filosofia. (3ª ed.). Editor: Revista
e ampliada, Rio de Janeiro.
Pinto, C. R. J. (2006). As ONGs e suas Política: Presença de Novos Atores. Rio de Janeiro.
Serpa, S. (2011). Papéis de género no 1.º ciclo do ensino básico: promover a igualdade de
oportunidades”. Angra do Heroísmo. Dissertação de Mestrado apresentada à
Universidade dos Açores.