Trabalho Antropologiacacy
Trabalho Antropologiacacy
Trabalho Antropologiacacy
1.Objectivos..............................................................,..........................................................1
2.Introdução...............................................................,.........................................................2
2.1.Noção da cultura..........................................................................................................3
3. Características da cultura.............................................................................................6
Ii.Valores
1. Noção de Valo..................................................................................................................
III.– IDEOLOGIA
1.Noção de Ideologia..........................................................................................................
2. Componentes da Ideologia..........................................................................................
3. Mecanismos da Ideologia..........................................................................................
Conclusão................................................................................................................
Bibliografia...................................................................................................................
1
1. Objetivos
Caracteríszar a cultura
1.1.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho, o grupo usou a seguinte técnica: consultas bibliográficas
que consiste em estudo sistemático desenvolvido com base em material publicado em
livros e redes electrónicas, isto é material acessível ao público em geral.
2
.2. INRODUҪᾸO
A cultura constitui uma referência básica para o entendimento do social e do político, definindo a
matriz e o suporte da identidade, da tradição e da memória de qualquer povo e de qualquer
sociedade. Na verdade, a realidade social está estruturada em dispositivos que constituem o
campo em cujo seio se manifestam as interacções e os fenômenos, quer individuais, quer
colectivos; esta estmturação manifesta-se em diversos níveis: no nível gmpal, no nível
institucional e no nível ambiental. Estes diversos níveis interpenetram-se e coexistem. Na sua
base, situa-se a cultura que, não sendo uma realidade em si mesma, configura a realidade,
tomando-a social, através de um conjunto complexo de factores, tais como as diversas
aprendizagens respeitantes à maneira de ser social dos indivíduos e dos grupos, numa
determinada sociedade .
3
A CULTURA ENQUANTO SUPORTE DE IDENTIDADE, DE TRADIÇÃO E DE
IVIEMÓRIA
2.1 CULTURA
2.1.Noção de cultura
Cultura é um conjunto de elementos de ordem material e mental, algo que, através da sociedade,
se recebe do passado, sofrendo naturais alterações, quer por abandono de certos elementos, quer
por absorção de elementos novos.
Existe uma certa dificuldade em definir, sinteticamente, a noção de cultura, facto que se deve
provavelmente à evolução do próprio termo. Inicialmente, designava o "cultivo da terra". Por
uma certa analogia utilizou-se para designar "cultura da alma", do espírito; daí dizer-se de
alguém, que desenvolveu as suas capacidades intelectuais, que é culto. No Séc. XVIII, vários
historiadores alemães, que se debruçaram sobre a evolução e o progresso da Humanidade,
utilizaram este termo também para designar a idéia de movimento progressivo, de
4
aperfeiçoamento, não sô de um indivíduo, mas também das colectividades, e da própria
Humanidade. A palavra ganhou uma conotação de colectivo.
"A cultura ou a civilização, entendida no sentido etnográfico amplo, é esse conjunto complexo
que engloba os conhecimentos, as crenças, a arte, o direito, a moral, os costumes e todas as
outras aptidões e hábitos que o Homem adquire enquanto membro de uma sociedade".
Para Linton (1945), a cultura tinha a ver com a maneira de se viver numa determinada sociedade.
Na perspectiva de Linton, a cultura é o conjunto de comportamentos apreendidos,
compartilhados e transmitidos aos membros de uma sociedade; é, pois, uma herança social,
segundo Linton.
Outro antropólogo americano, Malinowski (1947), baseou a sua definição de cultura na função
dos factos, enquanto elementos culturais. A sua teoria é a de que a cultura é um sistema capaz de
responder às necessidades humanas. Estas são de três tipos: básicas (alimentação), derivadas
(comunicação, educação) e integradoras (religião).
5
produção, da tecnologia, etc. No entanto, em regra geral, quer os antropólogos, quer os
sociólogos não se preocupam em seguir esta distinção.
A cultura permite, pois, compreender os modos colectivos de actuar como respostas aceites
segundo os valores comuns a um grupo.
Ao nível da psicanálise, Freud apresentou uma noção de cultura que se assemelha à idéia de
Superego: a cultura humana compreende, por um lado, todo o saber e todo o poder adquiridos
pelos Homens para dominar as forças da Natureza e, por outro, todas as organizações necessárias
para fixar as relações entre eles.
Integrando estas diversas concepções de cultura, podemos propor a definição, de Guy Rocher,
oriunda do pensamento de Tylor: "a cultura é um conjunto articulado de maneiras de pensar, de
sentir e de agir mais ou menos formalizadas que, sendo apreendidas e partilhadas por uma
pluralidade de pessoas, servem, de uma maneira simultaneamente objectiva e simbólica, para
organizar essas pessoas numa colectividade particular e distinta" (Rocher, 1989).
3.Características da cultura
Uma das características essenciais da cultura é o facto de ela ser um fenômeno social, isto é, de
as maneiras de viver (sentir, agir e pensar) serem produzidas e adquiridas socialmente. Os
elementos culturais são reconhecidos como constituintes da maneira de viver de um conjunto
social, embora sem se excluírem variações individuais. Os elementos culturais têm sempre um
contexto social. Daí que as culturas englobem as formas de vida social que possam ser isoladas
6
de outras de igual natureza; quer isto dizer que a cultura é pertença de um dado grupo. Situa-se
aqui o conceito de "área cultural"; esta é a área geográfica onde se encontram os mesmos traços
culturais; é identificada como um círculo em cujo centro se encontram os gmpos cujos traços
culturais são os mais característicos dessa área.
A noção de cultura não se aplica sô a uma sociedade global; existe também a cultura de uma
classe social, de uma região; daí a utilização do termo "subcultura" para designar uma entidade
parcial dentro de uma sociedade global ou a relação de uma cultura com outra mais vasta em que
a primeira se insere.
Uma outra característica da cultura consiste em ela agir como modelo, uma vez que as maneiras
de pensar, de sentir e de agir estão mais ou menos estandardizadas, sendo esta formalização dos
comportamentos mais- ou menos flexível. O modelo é referência imposta ao indivíduo, mas
facilita-lhe a organização da sua própria forma de vida, ou seja, na sociedade, não existem
comportamentos isolados; as normas, as atitudes, as acções e os juízos são particularmente iguais
aos dos outros. Os modelos culturais podem ser característicos de uma sociedade global ou de
uma categoria dentro dela e constimem, de qualquer modo, um conjunto explícito de condutas.
Podem ser mais ou menos formalizados; são muito formalizados num código, numa cerimônia,
num protocolo; são-no menos, e em vários graus, nas artes, em certos sectores das regras de boa
educação, etc. Cada cultura admite variações individuais e quanto menos formalizadas forem as
maneiras de agir, de pensar e de sentir, maior é a parte de interpretação e de adaptação pessoal
permitida e exigida.
Podemos aqui falar de uma cultura ideal (a cultura ideal é aquela que engloba as maneiras de
viver propostas pela sociedade) e de uma cultura modal, compreendendo diversas formas em que
as maneiras de viver, apresentadas como ideais, são realmente realizadas na maioria dos casos.
Aponta-se também como característica essencial da cultura o processo, a maneira como a cultura
é apreendida ou transmitida. A aquisição da cultura resulta de diversos processos de
aprendizagem. Estes processos são definidos pelos termos Socialização e Enculturação.
7
facilidade de análise, estes dois mecanismos fazem parte do mesmo processo pelo qual, ao longo
da vida, a pessoa humana apreende e interioriza os elementos socioculturais do seu meio, os
integra na estmtura da sua personalidade sob a influência de experiências de agentes especiais
significativos e se adapta, assim, ao ambiente social em que vai viver.
Além destes processos (que são específicos), há um outro, o da Aculturação; este termo
aproxima-se da idéia de "empréstimo cultural" referida por Herskowitz.
3.1.Funções da Cultura
Socialmente, a cultura tem como função reunir uma variedade de pessoas numa colectividade
específica, favorecendo a adaptação do homem ao seu meio ambiente e ao conjunto das
realidades com que tem de viver.
8
A cultura é um universo mental, moral e simbólico comum a uma pluralidade de pessoas em
função do qual podem comunicar entre si, reconhecer laços, interesses comuns, divergências e
opiniões, sentindo- -se cada um individualmente e todos colectivamente como membros de uma
entidade que lhes é superior, chamada gmpo, colectividade ou sociedade.
3. A função psicológica da cultura tem a ver com a sua função de formar a personalidade de
cada indivíduo. É como que um molde que lhes propõe modos de pensar, conhecimentos, idéias,
maneiras de se exprimir, formas de gostar, meios para satisfazer necessidades fisiológicas, etc.
Kardiner integra esta função no conceito-chave de personalidade de base. Assim, uma criança
que nasce e cresce numa cultura particular vai gostar de determinados pratos, comer de
determinada forma, ligar sentimentos a certas cores, casar de determinada maneira. Se a mesma
criança fosse colocada noutra cultura, apôs ter nascido, iria provavelmente gostar de outra
comida, provavelmente usar outros talheres e casar de outro modo.
O molde não é, no entanto, rígido; tem flexibilidade, de modo a permitir adaptações pessoais.
Essa flexibilidade do molde cultiiral tem, no entanto, limites; ao ultrapassá-los, o indivíduo passa
a ser marginal nessa sociedade, podendo, contudo, passar a outra..
II – VALORES
1.Noção de Valor
Uma cultura é constituída por um conjunto de valores que actuam numa dada sociedade; estes
manifestam-se, através dos papéis que dão origem a sanções.
Em todas as culturas existem certas normas determinantes de como viver a vida. Estas normas
não sô se expressam em mandamentos e proibições, em sistemas religiosos e filosóficos, mas
também no modo como se processa a vida diária: no convívio com os outros seres humanos e no
tratamento dos problemas que surgem diariamente.
O conceito de valor social foi criado pelos antropólogos e pelos sociólogos para descrever uma
sociedade em ordem a captar as suas principais características.
9
Segundo Kluckhohn (1951), o valor "é uma concepção explícita ou implícita do desejável,
específica ou característica de um grupo, orientando as modalidades e o sentido da sua acção".
Na actualidade, os psicólogos sociais consideram os valores como sendo o resultado de
interacções complexas entre o indivíduo e o meio que o rodeia e supõem a análise rigorosa dos
mecanismos intemos de uma sociedade bem como dos modos de conduta determinados por
aquilo que os indivíduos crêem ser aceitável, desejável, bom ou mau para eles.
O sociólogo Guy Rocher afirma ser o valor uma maneira de ser ou de agir que uma pessoa ou
uma colectividade reconhecem como ideal e que faz com que os seres ou as condutas aos quais é
atribuído sejam desejáveis. Enquanto ideal, o valor implica, portanto, a idéia de uma qualidade
de ser ou de agir superior a que se aspira. Os valores são sistemas de avaliação social resultantes
de uma interacção dinâmica entre o indivíduo e a sociedade, constimindo as normas culturais do
juízo social.
Os valores convidam ao respeito e à adesão e, por isso mesmo, inspiram os comportamentos que
são sempre julgados à luz desses mesmos valores.
3. Os valores são relativos, isto é, são sempre específicos de uma sociedade. Cada sociedade tem
os seus próprios valores, os seus próprios ideais.
4. Os valores revestem-se de uma certa carga afectiva não estando isentos de sentimentos nem
de motivações. São factores poderosos na orientação das acções das pessoas e das colectividades,
sobretudo no aspecto religioso.
10
5. Os valores, numa dada sociedade, encontram-se dispostos segundo uma ordem ou escala
hierárquica; não se encontram nunca isolados, nem simplesmente justapostos; têm entre si nexos
complexos, estando articulados de um modo coerente, constituindo, no seu conjunto, aquilo a
que se chama o sistema de valores. Na formalização da noção de valor estão presentes as
concepções do homem e da natureza, as relações interpessoais e as relações estabelecidas entre o
homem e a natureza.
Significa que os sujeitos e as colectividades, dentro do universo dos valores, optam por aqueles
valores que são mais conformes do que outros ao seu ideal de vida, à sua visão do mundo, à idéia
que fazem da natureza, do homem e do seu destino. Porém, a mesma pessoa pode fazer um
conjunto de opções de valores num dado contexto. A opção pelos valores não é, portanto, a
mesma para o mesmo indivíduo, em todas as situações, pois está intimamente ligada ao contexto
social.
III – IDEOLOGIA
1.Noção de Ideologia
No Século XVIII, a noção de ideologia designava a ciência dos fenômenos mentais; introduziu-
se progressivamente nas ciências sociais a partir da definição que Marx deu inicialmente.
Marx atribuiu dois sentidos à ideologia : o primeiro refere-se aos sistemas de representação
elaborados pela moral, pela religião e pela política, determinando a consciência que os
indivíduos têm das coisas e da sociedade; o segundo sentido engloba o aspecto de um processo
mais amplo que é o de alienação e que, por sua vez, faz intervir dois pólos distintos: por um lado,
as idéias da classe dominante que se convertem em idéias dominantes (neste sentido, a ideologia
define a representação da classe dominante, de acordo com a sua posição e os interesses que
impõe); por outro lado, é constituída pela classe dominada que sofre as idéias dominantes (não
pode ter uma visão exacta da realidade, pois as relações sociais em que está inserida produzem
uma concepção errônea da história humana).
11
suas condições reais de existência"; esta concepção da ideologia coloca o acento essencialmente
na sua estmtura e no seu funcionamento: a ideologia constitui uma relação de representação,
funcionando sobre bases materiais. Desta posição deduz-se que uma ideologia não existe por si
mesma, à margem dos indivíduos concretos que actuam no sistema em que se encontram. O
ponto de vista de Althusser faz da ideologia um fenônemo social central.
2. A ideologia refere-se a valores; F. Dumont afirma que a ideologia poderia ser considerada
como "racionalização de uma visão do mundo" (isto é, um sistema de valores);
3. A ideologia incita uma colectividade à acção ou, pelo menos, dúige-a, fomecendo-lhe fins e
meios.
12
No universo político analisa˗se a ideologia de um modo específico; onde os sistemas de crenças
e de símbolos aparecem directamente determinados pela problemática da relação com o poder.
As ideologias políticas podem, assim, ser definidas como sistemas de idéias pelos quais os
indivíduos, os grupos e os partidos explicam e justificam os fins e os meios da sua acção.
2. Componentes da Ideologia
Para Seliger (1976), estes elementos são interdependentes. Embora a ideologia seja captada
como uma unidade, representa, na realidade, um sistema de componentes assimétricas e
flutuantes.
A dimensão fundamental que compreende os princípios que servem de guia às acções colectivas
e às decisões individuais; e a dimensão operacional que reagrupa os princípios que põem em
funcionamento os meios utilizados em ordem à obtenção de fins imediatos.
A existência destes dois níveis permite captar, como demostrou Seliger, a existência de um
conflito, não só entre a ideologia e a acção, mas também no próprio seio da estmtura ideológica.
Há um conflito entre estes dois níveis, isto é, entre aquilo que, por um lado, pode fazer- -se e
aquilo que, por outro, deve fazer-se.
3. Mecanismos da Ideologia
13
1 - A Reificação Social
2 -A Divisão Categorial
3 -A Criação de Mitos
A ideologia opera através de um certo número de mitos cuja função é servir de suporte e de
orientação às actividades e às crenças.
Barthes (1973) demonstrou como é que o mito é um instrumento da ideologia distinguindo nele
várias funções :
14
IV - IDEOLOGIA, CULTURA, IDENTIDADE, TRADIÇÃO E MEMÓRIA
A ideologia, segundo a noção apresentada, não é a totalidade da cultura, mas sim um elemento
da cultura.
Pode falar-se da ideologia de um gmpo restrito ou parcial (partido político, sindicato, exército,
determinada profissão, etc.) bem como da ideologia de uma sociedade global (nação, país, etnia).
A ideologia ocupa, uma posição privilegiada na cultura. Através dela, temos acesso directo a
uma perspectiva da colectividade, que pode, ao mesmo tempo, servir-nos de ponto de partida
para as nossas análises e fazer-nos atingir as principais fontes e agentes da mudança social.
Aponta para a unanimidade, ao passo que a cultura e os valores apelam para um consenso de
certo modo natural.
A ideologia assume, assim, no seio da cultura, uma posição mais racional e mais explícita do
que os valores, em ordem à estruturação social, numa linha de identidade, de tradição e de
memória.
15
Conclusão
A noção de cultura é uma noção polissémica, mas toda ela contextualizada no âmbito de um
dinamismo de identidade, de tradição e de memória. Por isso a definimos como um conjunto de
modalidades da experiência social, constmida sobre saberes aprendidos e organizados como
sistema de signos que possibilita aos membros de um determinado gmpo a constmção de um
modelo de significações em ordem à estmturação e definição de comportamentos adaptados
numa dada sociedade: Como diz Hall (1979), "toda a sociedade é cultura". Referimos duas
componentes essenciais da cultura: por um lado, a existência de valores enquanto normas
culturais do juízo social; por outro lado, a existência de ideologias enquanto formas
sistematizadas de representações sociais. Os valores e as normas são partes integrantes da
cultura, actuando, em conseqüência, como elementos organizativos das representações e dos
comportamentos.
Verifica-se, através da análise das diferentes características e das diferentes funções da cultura,
que esta informa todo o tecido dos sistemas sociais, mas não constitui uma realidade
independente e autônoma; a cultura é, sim, uma realidade que integra todas as formas de
expressão da vida social e colectiva, numa linha de identidade, de tradição e de memória, no
contexto das relações intersubjectivas, numa dada comunidade.
16
Bibliografia:
17