Enare Prova Comentada
Enare Prova Comentada
Enare Prova Comentada
Questão 1
Um paciente será submetido a uma cirurgia cardíaca eletiva. Qual antibiótico deverá ser
preferencialmente utilizado para profilaxia antimicrobiana cirúrgica?
A - Cefazolina.
B - Metronidazol.
É um imidazólico mais usado para infecções intestinais - anaeróbios.
C - Ceftriaxona.
D - Cefepima.
Cefalosporina de quarta geração - mais para GRAM negativo.
E - Ciprofloxacino.
Quinolona - mais utilizada para trato urinário.
Comentários:
Cirurgia limpa:
Cirurgia contaminada:
Cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por
microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, bem como
todas aquelas em que tenha ocorrido falha técnica grosseira, na ausência de supuração
local; presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção ou
grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se
inclui nesta categoria. Por exemplo: hemicolectomia.
Cirurgia infectada:
E a cirurgia cardíaca?
O pico de incidência é entre 15-30 anos, sendo o pico bimodal de 50-80 anos menos pronunciado.
Pelo contrário, pacientes tabagistas ao diagnóstico tem menor risco de desenvolver CEP.
Os principais fatores de risco são tabagismo (fator de risco para DC, proteção para RCU),
sedentarismo (DC), baixa ingesta de fibras (DC), grande ingesta de gorduras (DC),
hipovitaminose D (DC), deprivação de sono (RCU), episódios de GECA prévios, uso de
antibióticos e AINEs, uso de contraceptivo oral (discutível).
A suspeita deve ser feita em pacientes com diarreia por mais de 4 semanas. A
apresentação clínica, laboratorial, endoscópica não é especifica de cada doença, mas
podem sugerir cada uma.
A retocolite ulcerativa caracteriza-se por episódios remitentes e recorrentes de
inflamação limitada à mucosa do cólon, invariavelmente acometendo o cólon e com
extensão variável ascendente para o cólon, continuamente.
Questão 3
Um paciente será submetido a uma tireoidectomia total. Qual das alternativas a seguir
apresenta uma complicação que pode ocorrer em consequência desse tipo de cirurgia e
sua justificativa?
Comentários:
Hematoma: apesar de raro (1,25%) , pode ser potencialmente fatal pela compressão de
estruturas de vias aéreas. A prevenção deve ser feita com preparo pré OP adequado
(suspensão de anticoagulantes) e hemostasia meticulosa. É identificado no PO precoce,
como edema doloroso, firme, tenso, imóvel sob a incisão cirúrgica. A conduta é
evacuação imediata, idealmente em centro cirúrgico. Após assegurada via aérea,
realiza-se indução anestésica e revisão de hemostasia.
Seroma: também são aumentos de volume sob a incisão, porém mais superficiais e
móveis. Resolvem-se espontaneamente sem tratamento específico.
Paralisia de pregas vocais: podem ser por processo tireoideo (neoplasia), lesão cirúrgica.
Os principais nervos que podem ser lesados são o laríngeo superior (resultando em
fraqueza da voz, bem como fadiga e voz grave), enquanto a lesão do laríngeo recorrente
pode causar paralisia das pregas vocais (paralisias uni ou bilaterais, em adução ou
abdução) - geralmente transitórias. Lesões do nervo vago podem causar danos sérios de
mobilidade e sensibilidade laríngea.
● Unilateral: mediana (disfonia) ou paramédiana (voz soprosa);
● Bilateral: mediana (dispneia importante após extubação) e paramédiana (voz
soprosa e broncoaspiração);
● Disfagia: é uma queixa frequente, de etiologia incerta, podendo estar associada a
adesões, menor elevação laríngea, trauma cricotireoide e inflamação ou dano
nervoso peritireoideo. Há normalmente uma melhora após 6 meses;
● Síndrome de Horner: miose, ptose e anidrose por lesão do simpático,
normalmente por dissecção de planos laterais do pescoço;
● Vazamento de quilo: por lesões do ducto torácico, normalmente após dissecções
laterais do pescoço;
● Lesões traqueiais: necrose por isquemia é rara, uma vez que a vascularização se
da por diversos vasos interligados, ramos da artéria tireoidea superior. O quadro
se caracteriza por enfisema de subcutâneo, podendo ser mortal. Devem ser
tratadas com exploração e reconstrução;
● Lesões esofágicas: apesar de rara, crepitação no pescoço deve indicar imediata
avaliação faringea e esofágica para avaliar possíveis perfurações.
Questão 4
Um paciente, 20 anos, teve uma fratura exposta de tíbia grau I de Gustillo-Anderson. Qual
seria a forma mais correta de realizar o primeiro atendimento hospitalar desse paciente?
A profilaxia com vancomicina pode ser indicada se o risco de MRSA for alto, mas faltou antitetânica.
● Fratura I e II: cobertura para gram+ será suficiente com cefazolina. Vancomicina
pode ser utilizada se houver risco de MRSA;
● Fraturas III: devemos cobrir gram - e gram +. O uso de ceftriaxona é adequado, ou
cefazolina com aminoglicosídeo;
● Contaminação por solo: associar metronidazol para cobertura de clostridium;
● Contaminação por água doce: uso de pipetazo para Pseudomonas e Aeromonas;
● Contaminação por água do mar: pipetazo e doxiciclina para cobrir Vibrio.
A duração da profilaxia deve ser de até 24h após fechamento nas feridas Gustilo I e II.
Fraturas de grau III devem ser mantidas por 72h ou em até 1 dua após fechamento dos
tecidos moles.
Questão 5
Nem específicos suficientes para permitir diagnóstico na maioria dos casos, nem
sensíveis suficientes para garantir que não tenha recidiva tumoral. Mesmo assim são
adjuvantes importantes no processo de diagnóstico e seguimento pós cura de diversos
tumores.
Antígeno de câncer 125 (Ca 125): é mais associado a tumores ovarianos epidemoides,
particularmente no seguimento e avaliação de resposta patológica. Pode ser utilizado
também na investigação de massas anexiais, mas nunca como rastreamento. Outras
condições como tumores fibroides, endometirosa, cistos ovarianos funcionais, pré
menopausa, também podem aumentar o Ca125.
Antígeno de câncer 15-3 (Ca 15-3): pouco específico e de pouco uso na prática clínica,
pode estar aumentado em adenocarcinomas de sítio primário desconhecido.
Questão 6
Uma paciente de 24 anos, com IMC de 32kg/m² e sem comorbidades, procura um médico
cirurgião com o desejo de realizar cirurgia bariátrica. Refere que já procurou outros
cirurgiões que não quiseram realizar o procedimento. Qual seria a melhor conduta do
médico diante dessa situação?
A paciente não preenche critério algum, para poder operar ela precisaria estar em IMC de 40 sem
comorbidades.
B - Orientar a paciente que ela não possui critérios para indicação da cirurgia e
que deve iniciar medidas clínicas para a perda de peso.
Perfeito, por ora a indicação é de tratamento clínico de obesidade, aliás, a questão nem diz se ela
fez tratamento por 2 anos.
Na verdade essa indicação é para pacientes < 70 anos com DM2 diagnosticada há < 10 anos e com
tratamento refratário atestado por 2 endocrinologistas.
D - Orientar a paciente sobre os riscos da cirurgia e que esta deve ser indicada
somente para pacientes com IMC maior que 45kg/m².
Existem indicações para pacientes acima de 30kg/m² mas como vimos na alternativa superior essa
paciente não se encaixa nessa categoria.
E - Orientar a paciente que ela não possui critérios para indicação da cirurgia,
porém, caso a paciente insista em seu desejo, o médico deve realizar o
procedimento, respeitando a vontade dela.
Não existe isso, não se submete um paciente a um procedimento só porque ele quer, fora de
cogitação.
Comentários:
≤ 70 anos:
Pré-requisitos:
Contraindicações:
● Etilista;
● Usuário de drogas;
● Cirrose (B e C) + Hipertensão portal com varizes gastroesofágicas;
● Psicose grave;
● Depressão grave;
● Doença pulmonar em estágio avançado.
Quanto aos exames necessários devemos solicitar ECG +/- ECO, EDA, USG de abdome
superior, Rx tórax, espirometria, densitometria se > 60 anos, phmetria se sintomas DRGE
e fizer gastrectomia vertical.
Alguns procedimentos podem ser usados como ponte para cirurgia bariátrica, dentre
eles podemos citar:
Nossa paciente não preenche nenhum critério para operar, nem de IMC nem de
comorbidades.
Questão 7
A - Biópsia incisional.
A biópsia incisional deve ser reservada para casos em que a excisional é muito difícil e a
reconstrução será complicada.
B - Biópsia excisional.
Sempre a biópsia de escolha para melanoma, lembrando de margens exíguas, nada mais que o
necessário, depois do Breslow amplia.
Comentários:
Vamos relembrar como identificar lesão suspeita para melanoma seguindo o ABCDE do
melanoma:
● Assimetria;
● Bordas irregulares;
● Coloração heterogênea 3 ou mais;
● Diâmetro > 5mm;
● Evolução.
Outras características que nos devem chamar atenção em uma lesão cutânea são:
Uma vez que se suspeita de melanoma cutâneo devemos realizar um exame físico
detalhado em busca de satelitose, linfonodos suspeitos e programar biópsia. Na maioria
das vezes a biópsia será excisional com margens exíguas da lesão. Essa ressecção deve
sempre respeitar as linhas de drenagem linfática como ilustrado.
Nosso paciente possui um melanoma T3 com invasão até a derme reticular. A margem
da biópsia é livre mas isso não altera em nada a necessidade de ampliação de margens
em 2 cm.
Deve-se também estadiar a doença sistêmica com TC de tórax abdome e pelve e DHL
sérico (especialmente se breslow > 0,75mm ou alto risco), PET scan para estádio III ou
mais e RM de crânio se houver sintoma neurológico.
PAAF
Questão 8
Já tentado contato com família, paciente instável devemos proceder com a melhor conduta médica
visando a beneficência do paciente. Diverticulite perfurada + instabilidade = Hartman.
Comentários:
Exceção do quadro clínico clássico: Paciente idosa, asiática, com quadro agudo
inflamatório à direita = pode ser diverticulite em ceco! Obviamente pensar em
apendicite primeiro, mas fica o diferencial.
Ο - Sem complicações;
1B - Abscesso pericólico;
3- Peritonite purulenta;
4- Peritonite fecal.
Classificação WSES:
O - Sem complicações;
2B - Gás a distância;
Nossa paciente tem diverticulite Hinchey IV, sendo indicação clássica de cirurgia de
Hartmann, em linhas gerais.
Nem sempre precisamos fazer ostomia, isso é bem discutível na diverticulite Hinchey III
na qual devemos considerar condições locais e sistêmicas para realizar anastomose:
● Sistêmicas:
○ Estabilidade hemodinâmica;
○ Estado nutricional;
○ Doença causadora;
● Locais:
○ Vascularização;
○ Contaminação;
○ Sofrimento de alças e de cavidade.
Definitivamente nosso paciente não tem nem condições locais (contaminação fecal)
nem sistêmicas (choque séptico instável). A melhor opção para ele é a ressecção da
porção acometida e realização de ostomia.
Quanto ao quesito legal de esperar ou não a família o médico tem total autonomia em
situações de emergência, veja a seguir:
Questão 9
Um paciente com uma massa em ápice pulmonar direito apresenta dor e perda de força
em ombro e braço direitos, além de ptose palpebral, miose e anidrose ipsilateral. A
síndrome que inclui todos esses sinais e sintomas é denominada:
Composta por ptose, miose, anidrose e aparente enoftalmia, faltou incluir a perda de força nos
MSD.
C - Síndrome de Kaposi.
D - Síndrome de Pancoast.
A síndrome de Pancoast Tobias inclui a síndrome de Horner, dores na topografia de C8-T2 e
fraqueza e atrofia de MSD.
Comentários:
Precisa de um pouco de interpretação, essa alternativa diz que existe uma comunicação entre área
doadora e receptora e o pedículo, isso pode ser mantido ou não, sendo que alguns pedículos podem
ser seccionados para criar retalhos livres ou microcirúrgicos. Mas sim, em algum ponto havia essa
comunicação.
Comentários:
Retalhos são transferências teciduais COM suprimento sanguíneo próprio, são muito
úteis para defeitos mal vascularizados, estruturas nobres e locais com proeminências
ósseas.
● Cutâneo;
● Muscular.
● Miocutâneo;
● Fasciocutâneo;
● Osteomiocutaneo.
Podemos ainda classificar de acordo com o pedículo vascular que acompanha o retalho,
podendo ser randômico (como no bilobado, em Z e romboide/limberg), pode ser axial
(bem definido, podendo ter uma artéria e veia bem definidas), livre (utilizado na técnica
microcirúrgica) e perfurante (quando é irrigado por um vaso isolado de um sistema
profundo).
Vamos falar dos tipos de enxertos de pele, temos dois tipos básicos, o enxerto de pele
total e parcial. Estes tipos de enxertos em geral sofrem maior contração secundária
devido a proliferação de miofibroblastos.
● Fino – Thiersch-Ollier;
● Intermediários – Blair – Brown;
● Espessos – Padgett.
As áreas doadoras mais comuns de enxertos de pele parcial são as coxas e braços. Suas
principais indicações são em feridas de queimaduras, feridas crônicas mal-vascularizadas
e feridas agudas bem vascularizadas. Oferecem maior vantagem por ter grande oferta
de tecido, integração mais fácil, possibilidade de recoletar a mesma área e como
mencionado anteriormente menor contração primária.
As principais indicações de enxertos totais são para áreas estéticas, funcionais e leitos
bem vascularizados. Suas vantagens incluem excelente qualidade e estabilidade,
transporte anexos cutâneos e menor contração secundária.
As desvantagens que podemos citar são a disponibilidade limitada e maior risco de não
integração do enxerto.
ais e sintomas relacionados a sua localização. A maioria deles são adenocarcinoma de
pulmão.
Questão 11
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma indicação usual de intervenção por
CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica):
A - Coledocolitíase.
Se o paciente apresentar 2 preditores fortes OU 1 preditor muito forte para coledocolitíase (Muito
fortes: Coledocolitíase ao USG, Colangite e Bilirrubina > 4; Fortes: dilatação colédoco > 6mm,
bilirrubina entre 1,8 – 4; Moderados: alteração de enzimas, idade > 55 anos, pancreatite aguda) há
indicação da CPRE.
B - Colangite.
A base do tratamento da colangite é: antibiótico + suporte clínico + desobstrução da via biliar, esta
última pode ser feita com CPRE, DTPH (derivação transparietohepática) ou cirurgia, a depender da
etiologia e localização da obstrução da via biliar.
As estenoses de via biliar extra-hepática podem ser tratadas via endoscópica com prótese ou
dilatação.
E - Colelitíase.
A colelitíase é a presença de cálculos na vesícula biliar, que é tratada cirurgicamente com a
colecistectomia, quando há indicação (sintomática sempre). A CPRE está indicada na suspeita de
coledocolitíase associada.
Comentários:
● Pancreatite;
● Sangramento;
● Perfuração;
Comentários:
A questão aborda o tema da anatomia dos nervos da região inguinal no reparo cirúrgico
aberto da hérnia inguinal, que é um conhecimento fundamental para o cirurgião, uma
vez a lesão desses nervos pode implicar em dor crônica no pós-operatório.
A jejunostomia via aberta ou endoscópica impede a lesão gástrica, sendo a melhor via.
Comentários:
A perda de peso é comum entre pacientes com câncer e pode ser atribuída a muitas
causas, incluindo incapacidade de ingerir ou absorver calorias adequadas devido a um
problema no trato alimentar, perda de apetite e alterações metabólicas. O paciente com
câncer de esôfago muitas vezes apresenta-se com comprometimento do estado
nutricional por apresentar disfagia progressiva.
A suplementação nutricional parenteral ou enteral pode ser uma opção apropriada para
pacientes com câncer que atendem a ambos os critérios a seguir:
Sendo assim, o paciente após a neoadjuvância tem altas chances de evoluir para o
tratamento cirúrgico, mesmo se houver resposta completa.
A gastrostomia é evitada em pacientes operáveis com câncer de esôfago devido ao risco
de lesão da artéria gastroepiplóica, tornando o estômago inutilizável como tubo gástrico
para a substituição para o esôfago. Além disso, a técnica endoscópica pode ocasionar
implantes tumorais do local do tumor para o trato da gastrostomia por transferência
mecânica.
Sendo assim, a jejunostomia se torna uma excelente opção por evitar possíveis lesões no
estômago. Pode ser feita utilizando a técnica aberta ou laparoscópica.
Questão 14
Comentários:
O seu tratamento irá se basear nos sintomas e gravidade dos sintomas, podendo ser
medicamentoso ou cirúrgico.
Pacientes com sintomas leves devem ser estimulados a realizarem mudanças no estilo e
seguimento, já pacientes com sintomas moderados e graves seguem o tratamento a
seguir:
Durante uma cirurgia de abordagem para ressecção da cabeça do pâncreas, qual das
estruturas vasculares a seguir está presente nessa região e é de suma importância para o
paciente, devendo-se, por isso, realizar o máximo de esforço para que seja preservada?
B - Artéria gastroduodenal.
A artéria gastroduodenal é ligada durante a pancreatectomia de cabeça de pâncreas em pacientes
com fluxo da artéria hepática preservada.
Comentários:
Após essa etapa, antes ainda de fazer a ressecção pancreática, prosseguimos com a
ligadura de quatro pontos das artérias pancreaticoduodenais inferior e superior. Com a
rotação da glândula então é possível visualizar a artéria mesentérica superior (conforme
a imagem a seguir – seta amarela).
Um paciente chega ao hospital com febre há 2 dias e dor na região lombar direita. Ao
realizar exames, recebe o diagnóstico de ureterolitíase obstrutiva à direita, com
hidronefrose ipsilateral, alteração significativa da função renal e infecção associada com
sinais de sepse. Qual a melhor abordagem para esse paciente?
Comentários:
O primeiro conceito que devemos ter a respeito do manejo cirúrgico do cálculo ureteral
é de que o tratamento em pacientes com urosepse deve ser o de descompressão da via
urinária , e não de litíase propriamente dita. O tratamento nestes casos envolve a
passagem de um cateter duplo J ou a de desobstrução alta com drenagem percutânea
renal. O tratamento definitivo do cálculo será postergado para um segundo momento,
após a descompressão da via urinária.
Foi dado como gabarito da questão porém nesse caso cabe recurso. A imagem de hematoma
epidural na tomografia é predominantemente uma imagem BICONVEXA.
B - Hematoma subdural/ abordagem cirúrgica.
Imagem concava-convexa, com rebaixamento, glasgow < 9 e desvio da linha média - sendo
indicativo de cirurgia.
Comentários:
Hematoma epidural:
● Fratura craniana no osso esfenóide com lesão da artéria meníngea média - ramo
da artéria maxilar;
● Sangramento entre crânio e dura máter - dessa forma respeita as linhas de sutura
cranianas, ainda devido a natureza arterial do sangramento poderemos ver que o
sangramento epidural forma uma lente biconvexa;
● Mais em jovens;
● Mais comum ocorrer intervalo lúcido.
Hematoma subdural:
E quando operar?
Questão 18
Vide comentário.
Vide comentário.
Para responder essa questão, temos que lembrar sobre a relação dos anticoagulantes e o
bloqueio anestésico.
Resumidamente:
Fonte:
https://www.saern.org.br/wp-content/uploads/2020/08/SBA-2020-Diretriz-na-anestesia-c
om-uso-de-anticoagulante-.pdf.
Questão 19
A - Limpa.
Vide comentário.
B - Contaminada.
Vide comentário.
C - Potencialmente contaminada.
Vide comentário.
D - Suja.
Vide comentário.
E - Infectada.
Vide comentário.
Comentários:
Para responder essa questão precisamos saber a classificação das cirurgias com relação
a sua contaminação. São elas:
Cirurgia limpa:
Cirurgia contaminada:
Cirurgia infectada:
É dominante.
E - Orientar que essa patologia ocorre por uma mutação do gene BRCA1 e ,
portanto, deve ser indicada também a adenomastectomia profilática pelo alto
risco de câncer de mama.
Mutação do gene APC em > 90%.
Comentários:
Em ~90% dos casos o gene mutado é o APC, porém aproximadamente 20% dos
pacientes com mutação apresentarão pesquisa genética negativa para a alteração
genética.
● Gástrica;
● Tumores periampulares (duodeno);
● Pancreática;
● Delgado;
● Colangiocarcinoma;
● Hepatoblastoma.
Ou;
ATENÇÃO: a colectomia não elimina o risco de câncer, portanto a vigilância deve ser
mantida anualmente; há risco de neoplasia na bolsa ileal ou no reto.
Questão 21
Inicialmente ocorre um shunt inicial da esquerda para a direita. O aumento do fluxo sanguíneo
pulmonar como resultado do shunt leva ao desenvolvimento de doença vascular pulmonar com
aumento da resistência vascular pulmonar. Ocorre a reversão do shunt da direita para a esquerda.
Nesta fase, o paciente normalmente torna-se cianótico e desenvolve a síndrome de Eisenmenger.
Comentários:
SÍNDROME DE EISENMENGER
3. EXAME FÍSICO
● O pulso venoso jugular geralmente é normal quando o shunt é distal à valva tricúspide.
● A pressão venosa jugular média aumenta, assim como a magnitude da onda A. Com o
desenvolvimento da regurgitação tricúspide, a onda V também aumenta.
- A policitemia sintomática pode ser tratada com flebotomia por precaução para
diminuir o hematócrito para 55 a 65%, adicionando reposição de volume com soro
fisiológico. Entretanto, policitemia compensada e assintomática não requer flebotomia,
independentemente do hematócrito. A flebotomia com o tempo leva à deficiência de
ferro, que está associada a maior risco de resultados adversos. No caso de deficiência
confirmada de ferro, suplementação de ferro deve ser cuidadosamente administrada
para repor os estoques de ferro.
- A hiperuricemia pode ser tratada com alopurinol 300 mg por via oral uma vez/dia.
- Transplante de coração e transplante de pulmão podem ser uma opção, mas reserva-se
o transplante para pacientes com sintomas muito graves e qualidade de vida inaceitável.
O prognóstico a longo prazo após o transplante é reservado.
Questão 22
Pela AHA, a classe A é para pacientes com fatores de risco para desenvolverem IC, mas sem
doença estrutural perceptível.
Pela AHA, a classe D é para pacientes com lesão estrutural cardíaca e com sintomas relacionados à
IC refratários ao tratamento convencional.
Insuficiência cardíaca:
Definição:
Abordagem ao diagnóstico:
Critérios de Framingham:
Classificações:
Classificação NYHA:
Classificação quanto à fração de ejeção (FE):
Questão 23
A estenose mitral se manifesta com sopro em ruflar mesodiastólico, reforço pré sistólico e a
presença de estalido de abertura é frequente.
B - A hipofonese de B1 é comum.
Na estenose mitral pode ocorrer a hiperfonese de B1.
Em geral, a estenose mitral pode gerar aumento do AE devido à sobrecarga de pressão e causar
rouquidão, disfagia e congestão pulmonar.
E - A hipofonese de B2 é característica.
Na estenose mitral pode ocorrer a hiperfonese de B1.
Comentários:
Estenose mitral:
A estenose mitral (EM) causa obstrução ao fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para o
ventrículo esquerdo. Como resultado, há um aumento das pressões no átrio esquerdo,
na vasculatura pulmonar e no lado direito do coração, enquanto o ventrículo esquerdo
não é afetado na EM isolada.
Manifestações clínicas:
Sintomas:
Qualquer situação que aumente o débito cardíaco, que eleve o fluxo transmitral ou
cause taquicardia (que diminui o tempo de enchimento diastólico), pode aumentar o
gradiente de pressão transmitral e precipitar sintomas como dispneia ou hemoptise.
Atividades ou condições que podem provocar sintomas incluem esforço, estresse
emocional, febre, infecção (por exemplo, pneumonia), FA e gravidez.
Exame físico:
No entanto, a congestão pulmonar está ausente em alguns pacientes com pressão atrial
esquerda cronicamente elevada, o que tem sido atribuído à hiperfunção linfática
compensatória. A doença avançada pode estar associada a sinais de insuficiência
cardíaca direita, como pressão venosa jugular elevada, edema de membros inferiores e
ascite.
● Exame do pulso: os pulsos arteriais estão preservados na maioria dos pacientes
com EM, refletindo o volume sistólico preservado. Os achados no exame venoso
jugular incluem uma onda "a" proeminente (contração atrial ou sístole) refletindo
pressão atrial direita elevada no contexto de HP e hipertrofia ventricular direita. A
onda "a" está ausente em pacientes com FA e apenas uma onda "v" proeminente
(enchimento atrial durante a sístole ventricular quando a valva tricúspide está
fechada) é vista;
● Exame cardíaco : a identificação de sons cardíacos característicos, estalido de
abertura e sopro diastólico podem ser diagnósticos de EM com o posicionamento
adequado do paciente em uma sala silenciosa;
● Sopro: ruflar mesodiastólico + reforço pré sistólico; Estalido de abertura;
Hiperfonese de B1.
Questão 24
Neste caso, devemos iniciar a hidratação do paciente. Caso a cetoacidose diabética se confirme,
está indicada reposição de 1,0 a 1,5l de SF 0,9% nas primerias 2 horas.
Diabetes tipo 1:
O diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição das células beta pancreáticas, levando à
deficiência absoluta de insulina. Isso geralmente ocorre devido à destruição autoimune
das células beta (tipo 1A). Teste para anticorpos de células de ilhotas (ICA) ou outros
autoanticorpos de ilhotas (anticorpos para ácido glutâmico descarboxilase 65 [GAD65];
insulina; as tirosina fosfatases, proteína 2 associada a insulinoma [IA-2] e IA-2 beta; e
transportador de zinco [ZnT8] ]) no soro é importante; um resultado positivo é
geralmente indicativo de diabetes autoimune ou tipo 1A.
Diagnóstico de LADA:
Diabetes tipo 2:
Além disso, a própria hiperglicemia pode prejudicar a função das células beta
pancreáticas e exacerbar a resistência à insulina, chamada de "glicotoxicidade".
Os anticorpos de insulina não devem ser medidos se o paciente recebeu terapia com
insulina por ≥2 semanas, porque isso gerará anticorpos de insulina. Se um ou mais
anticorpos estiverem presentes, e especialmente se dois ou mais forem positivos,
deve-se presumir que o paciente tem diabetes tipo 1 e deve ser tratado imediatamente
com terapia de reposição de insulina, pois esses pacientes respondem mal à dieta e ao
hipoglicemiante oral.
Fatores precipitantes:
Tratamento:
Hidratação:
Quando Glicemia < 200 mg/dL (CAD) ou < 250 mg/dL (EHH): trocar para NaCl 0,45% + SG
5% 150-250mL/h (Risco de Hipoglicemia).
Insulina:
Potássio:
Prescrição de Potássio:
Bicarbonato:
Critérios de Resolução:
Questão 25
Comentários:
Hipotireoidismo:
Características clínicas:
Identificando a causa:
A avaliação clínica de um paciente com evidência bioquímica de hipotireoidismo
primário deve ser direcionada para a confirmação da presença e identificação da causa
da deficiência hormonal. A história, por exemplo, pode revelar o tratamento anterior do
hipertireoidismo com radioiodo ou tireoidectomia, o uso de drogas que afetam a síntese
do hormônio tireoidiano ou história de deficiência ou excesso de iodo. O exame físico
pode, em alguns casos, revelar aumento da tireoide (bócio) ou uma cicatriz antiga de
tireoidectomia.
A definição de gravidade do TCE é realizado pela GCS e pode ser realizado por qualquer médico não
necessitando esperar avaliação do médico especialista!
“O objetivo principal do tratamento dos doentes com suspeita de TCE é prevenir lesão
cerebral secundária”.
Antes de qualquer conduta devemos checar o nível de consciência do paciente; O ECG deverá ser
realizado mas não nesse primeiro momento.
B - Checar a responsividade.
É o primeiro passo ao encontrarmos uma vítima deitada, pode ser realizado rapidamente, avaliando
nível de consciência do paciente podemos definir se estamos diante de uma possível parada
cardiorrespiratória ou outras causas menos graves e com isso solicitar ajuda.
Apesar de ser uma das drogas utilizadas no protocolo do ACLS, ainda não sabemos nem se estamos
diante de uma PCR ou apenas uma lipotímia ou síncope.
Comentários:
● Checar responsividade;
● Chamar por ajuda;
● Checar pulso carotídeo e respiração simultaneamente (≤10 segundos).
A parada cardiorrespiratória pode ser causada por 4 ritmos: fibrilação ventricular (FV),
taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia.
A sobrevida dos pacientes depende da integração do suporte básico de vida, do suporte
avançado de vida e dos cuidados pós-ressuscitação.
Causas reversíveis de parada cardiorrespiratória
Questão 28
A dor somática superficial é decorrente de estímulos cutâneos, a dor somática profunda de fáscia,
músculo etc. A migrânea é um exemplo de dor nociplástica ou centralizada.
Comentários:
Pessoal, questão não usual sobre o mecanismo da dor, que é definida, segundo a
Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP):
A dor é subjetiva, cada indivíduo descreve-a com base em suas experiências prévias. É
um mecanismo de proteção (dor aguda sinaliza ocorrência de lesão);
Portanto, tudo se inicia nos nociceptores (terminações nervosas livres) que percebem
diversos estímulos de intensidade nociva: térmicos, mecânicos e químicos.
A transmissão se dá através dos diferentes tipos de fibras nos neurônios aferentes
Além disso, a dor pela suas características, pode ser caracterizada em:
Questão 29
Comentários:
Pessoal, questão sobre manejo do acidente vascular (AVC), que nada mais é do que uma
emergência médica definida como o desenvolvimento rápido de sinais clínicos de
distúrbios focais (ou globais) da função encefálica, com sintomas que perduram por
período > 24 horas ou conduzem à morte, sem outra causa aparente além da origem
vascular.
É classificado em:
Na fase aguda do AVCi, são realizados exames gerais necessários para o manejo
imediato: bioquímica, função hepática, coagulograma, hemograma, eletrocardiograma,
troponina.
Portanto, temos um idoso com déficit focal, afasia, desvio de rima há 40min, com
realização de TC de crânio mostrando ausência de sangramento, logo estamos diante de
um AVCi, antes de discutirmos as causas, vamos relembrar algumas das principais
etiologias:
A dose de rt-PA (alteplase) deve ser de 0,9 mg/kg (máximo: 90 mg), EV, 10% em bolus em
1 minuto e o restante em 1 hora. Quanto mais precoce for a trombólise, maior será a
probabilidade de reperfusão com benefício clínico.
Logo, como 40min de evolução, paciente não possui contra-indicações à terapia
trombolítica, exceto a pressão arterial que deve ser controlada com anti-hipertensivo
endovenoso, como consta na letra E, exceto por erro de digitação na dose da alteplase.
Os níveis pressóricos da alternativa também podem dar margem para dúvidas, visto que
para iniciar a trombólise há necessidade de PA <185/110mmHg e recomenda-se a
manutenção dela <180/105mmHg dentro das primeiras 24h pós trombólise, contudo o
erro maior da alternativa foi a dose da alteplase, já que na prática variações de 5mmHg
não atrasariam o início da trombólise, já que tempo é neurônio.
Questão 30
Uma mulher de 71 anos, com histórico de DPOC, procura atendimento médico com queixa
de falta de ar. O resultado da gasometria arterial é o seguinte: pH 7,25 | CO2 62 | BIC 35.
Nesse caso, é correto afirmar que:
Acidemia presente (pH 7,25) e bicarbonato aumentado por compensação crônica, não é o distúrbio
primário, apesar da resposta compensatória estar além da necessária.
Comentários:
Pessoal, questão batida que se repete em todas as provas sobre diagnóstico de distúrbio
ácido-básico. Assim, devemos iniciar nossa investigação determinando qual o distúrbio
primário do paciente:
● HCO3 esperado;
● Agudo: 24 + [(PCO2-40)/10] = 26,2;
● Crônico: 24 + [(PCO2-40)/3] = 31,3.
Logo, temos até mesmo um bicarbonato além do necessário, provavelmente pelo fato da
paciente ser uma DPOC retentora de CO2 cronicamente, com compensação com
aumento de BIC (lembre-se que a compensação dos quadros respiratórios é via renal,
sendo portanto mais lento), com agudização da acidose respiratória por exacerbação do
DPOC, temos portanto uma: acidose respiratória associada a uma alcalose metabólica.
Questão 31
Trata-se de uma doença distinta da esclerose múltipla com a fisiopatologia envolvendo a produção
de autoanticorpos específicos contra aquaporina-4.
Comentários:
Questão direta sobre os distúrbios relacionados à neuromielite óptica, nome mais atual
da doença de Devic ou neuromielite óptica.
Os ataques ocorrem mais frequentemente ao longo de dias, com graus variáveis de
recuperação ao longo de semanas a meses. Outros sintomas sugestivos incluem
episódios de náusea intratável, vômitos, soluços, sonolência diurna excessiva ou
narcolepsia, síndrome de encefalopatia posterior reversível (PRES), distúrbios
neuroendócrinos e (em crianças) convulsões.
Diante da suspeita, deve-se fazer investigação com RM com e sem contraste de encéfalo
e medula espinhal e pesquisa de anticorpos anti-AQP4 IgG e anti-MOG IgG. A análise do
líquor não é sempre necessária em casos típicos, porém pode ser útil para diferenciação
de esclerose múltipla, visto que nesta última condição é mais frequente o encontro de
bandas oligoclonais.
A colchicina está contraindicada em pacientes com doença renal crônica e em uso de inibidor da
glicoproteína-P, como o carvedilol.
O alopurinol pode ser iniciado durante crise aguda de gota (aumenta aderência terapêutica), porém
pode desencadear ou prolongar crises.
Comentários:
A questão mostra um paciente de 56 anos com quadro clássico de monoartrite por gota
em 1ª metatarsofalângica (podagra) e pergunta sobre o tratamento.
A gota é uma doença causada pela deposição de cristais de monourato de sódio (ácido
úrico) nas articulações, levando a uma resposta inflamatória intensa, que vai gerar o
quadro clínico típico da doença. Para a ocorrência da gota, portanto, é necessária a
presença de hiperuricemia, ou seja, aumento de ácido úrico sérico, apesar de não ser o
único fator definitivo para a ocorrência, visto que muitos pacientes com hiperuricemia
não vão desenvolver gota. A hiperuricemia é definida como um ácido úrico sérico maior
do que 7. Esse limite foi definido de acordo com a sua capacidade de solubilização em
condições de pH (~7,4) e temperatura (~37ºC) próximas ao apresentado pelo corpo
humano.
Dessa forma, a partir desses valores, há uma tendência de precipitação por atingir o
limiar de solubilidade, de forma que vai começar a formar cristais através de processos
de nucleação e aumento do tamanho, aumentando o risco de deposição em estruturas
articulares, periarticulares e de partes moles. Ao depositar nessas estruturas, o
monourato de sódio vai levar a uma resposta inflamatória que gerará dor. A
hiperuricemia pode ser causada tanto pelo aumento na produção de ácido úrico
(hiperprodutor - mecanismo MENOS comum) ou pela redução na excreção (hipoexcretor
- mecanismo MAIS comum).
Essa noção básica sobre a fisiopatologia é interessante para entender o quadro clínico da
gota. Geralmente, as crises de gota ocorrem durante à noite ou no início da manhã
(quando o paciente acorda), devido, em parte, às menores temperaturas pela redução do
metabolismo. Além disso, elas tendem a atingir articulações mais distais, onde também
há menor temperatura, o que reduz o limiar de solubilidade do ácido úrico (é só pensar
em um copo de água, que você vai adicionando açúcar e ela vai dissolvendo, até que em
um momento se precipita. Se aquecer esse copo, todo ou parte do açúcar que tinha
precipitado, vai se dissolver).
A articulação mais acometida (representa 50% das primeiras crises, além de estar
presente em 90% dos casos em algum momento da doença) é a primeira
metatarsofalângica, que, quando inflamada por crise de gota, recebe o nome de
podagra. Então, em resumo, a crise de gota clássica é representada, geralmente, por um
quadro de monoartrite de articulações distais (pés, tornozelos, joelhos, mãos, punhos e
cotovelos) com grande inflamação (dor intensa, edema, vermelhidão e calor), que se
inicia durante o período noturno ou logo ao amanhecer, com dor máxima em cerca de
24h, autolimitado, com duração de alguns dias. Entre as crises, existe um período
assintomático chamado de período intercrítico. Além disso, os cristais de ácido úrico
podem se depositar em partes moles, levando à formação de tofos, o que leva a um
quadro de gota tofácea crônica.
Como regra geral, toda monoartrite deve ser puncionada para análise do líquido sinovial.
Isso é importante para descartar artrite séptica, que é uma doença que destrói
rapidamente a articulação e deve ser tratada com prontidão. Além disso, é útil para
diagnóstico diferencial e avaliação da presença de cristais. Então, uma vez feita a
artrocentese diagnóstica, deve-se avaliar a Celularidade, a Cultura/bacterioscopia e fazer
pesquisa de Cristais (3 C’s).
O diagnóstico de gota é dado pela presença de um quadro clínico típico com achado de
cristais de ácido úrico no líquido sinovial, que, durante as crises, tem características
inflamatórias. O cristal de ácido úrico tem um formato de agulha e, quando colocado em
microscópio de luz polarizada, tem uma forte birrefringência negativa. Lembrando que,
durante uma crise de gota, o ácido úrico sérico pode estar baixo, de forma que, nesses
casos, deve-se repetir novamente após a resolução para se documentar a hiperuricemia.
Além disso, pacientes com gota devem ser avaliados quanto a presença de nefrolitíase
(por cálculos de ácido úrico) e quanto à excreção de ácido úrico na urina de 24 horas.
Com esses dados, podemos classificar o paciente como portador de gota tofácea ou não
tofácea (através da avaliação clínica), hiperprodutor e/ou hipoexcretor, com associação
ou não com nefrolitíase. Essa definição tem implicação relevante na escolha do
tratamento.
Deve-se atentar para pacientes com doença renal crônica, idosos, doença ulcerosa
péptica e alergia prévia a AINE. Em relação à colchicina, a dose varia de 0,5 mg 1-2x/dia,
sendo que a dose terapêutica é próxima da dose tóxica. Uma contraindicação ao seu uso
é a presença de insuficiência hepática ou renal de qualquer grau em pacientes
recebendo medicações inibidoras da glicoproteína-P ou então um inibidor forte da
CYP3A4 (parte do citocromo P450). Em casos refratários ou em contraindicação a todas
as medicações anteriores, pode-se tentar o uso de inibidores de IL-1, como
canaquinumabe e anakinra.
A - Rivaroxabana.
B - Edoxabana.
A edoXabana se inibe diretamente o fator Xa.
C - Enoxaparina.
D - Dabigatrana.
A dabigatrana é um inibidor direto da trombina (fator IIa), que é posterior ao fator Xa na cascata de
coagulação.
E - Apixabana.
A apiXabana se inibe diretamente o fator Xa.
Comentários:
Ex.: Dabigatrana.
Questão 34
Tem período de latência maior e só surge após 1-8 meses da infecção. Muitas vezes vem como
manifestação isolada.
Febre faz parte dos critérios menores e não é essencial para o diagnóstico.
Comentários:
A febre reumática aguda (FRA) é uma sequela tardia e não supurativa da infecção pelo
Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). A maioria dos
casos ocorre em crianças de 5 a 15 anos de idade, sendo mais comum em países em
desenvolvimento. O mecanismo patogênico não é completamente conhecido, mas
acredita-se que haja um mimetismo molecular, levando a ativação de células B e T
autorreativas pelos antígenos do estreptococo.
A FRA pode apresentar vários achados clínicos diferentes, que se iniciam dentro de 1 a 5
semanas da infecção estreptocócica (geralmente de 2 a 3 semanas). As manifestações
são divididas em maiores e menores, que são usadas para o diagnóstico (Critérios de
Jones revisados).
Existem duas formas principais de apresentação da FRA. A mais comum (70-75%) é uma
doença febril aguda com manifestações articulares e muitas vezes cardite. A forma
menos comum é um distúrbio neurológico/comportamental com Coréia de Sydenham,
na qual as manifestações articulares geralmente estão ausentes e a cardite, quando
presente, é subclínica. Existem ainda outras apresentações atípicas de FRA.
Critérios maiores:
Critérios menores:
Todos os pacientes devem ser submetidos a avaliação cardíaca, mesmo que não
apresentem evidências clínicas de cardite.
Existem duas circunstâncias em que o diagnóstico presuntivo de FRA pode ser feito
sem estrita adesão aos critérios:
● Coreia de Sydenham como única manifestação. ECOTT deve ser feito para
avaliação de cardite;
● Cardite indolente como única manifestação em pacientes que procuram
atendimento médico meses após infecção aguda por estreptococo do grupo A.
ECOTT deve ser feito para procurar evidências de cardite.
● Febre reumática com cardite e cardiopatia residual: Manter por 10 anos ou até 40
anos de idade (o que for maior). Em alguns casos, pode ser necessária profilaxia
vitalícia;
● Febre reumática com cardite, mas sem cardiopatia residual: Manter por 10 anos
ou até 21 anos de idade (o que for mais longo);
● Febre reumática sem cardite: Manter por 5 anos ou até 21 anos de idade (o que for
mais longo).
Mesmo com adesão ideal, o risco de recorrência é maior em pessoas que recebem
profilaxia oral do que aquelas que recebem penicilina G benzatina IM. Para pacientes
com alergia à penicilina, um macrolídeo, como a azitromicina, é geralmente o agente
mais apropriado.
Questão 35
A principal responsável pela maioria dos casos de prostatite bacteriana aguda é a Escherichia coli.
Comentários:
A questão mostra um paciente de meia idade com quadro de dor ao urinar e urgência
miccional, sendo estabelecido o diagnóstico de prostatite por Pseudomonas aeruginosa.
● E. coli - 58-88%;
● Proteus - 3-6%;
● Outras enterobactérias - 3-11%;
● Pseudomonas aeruginosa - 3-7%.
A - Neoplasia de pulmão.
B - Neoplasia de intestino.
Neoplasia de intestino é classificada como 2o lugar nas estimativas de maior mortalidade.
C - Neoplasia de mama.
D - Neoplasia de pele.
Neoplasia de pele, não melanoma, é a com maior incidência no país. No entanto, de longe não é
que possui maior taxa de mortalidade.
Comentários:
Bom, aqui temos uma questão que não temos muito a discorrer. É uma questão direta
que nos pede um dado estatístico de mortes por neoplasia no Brasil.
Temos que a neoplasias mais frequentes na população são as neoplasias de pele não
melanoma, como, por exemplo, os basocelulares e os espinocelulares.
AINES não são drogas modificadoras de doença. As medicações são consideradas para alívio
sintomático apenas.
A presença de VHS ou PCR positivos adicionam apenas 01 ponto aos critérios e não 05 pontos.
Comentários:
Aqui temos uma questão que visa perguntar um pouco a respeito de artrite reumatoide
(AR).
Vamos lembrar que a AR é uma doença autoimune, caracterizada por ser uma poliartrite
inflamatória que acomete pequenas e grandes articulações. Essa poliartrite predomina
em mãos e pés, é simétrica, crônica e geralmente poupa as articulações interfalangianas
distais. O quadro é mais comum em mulheres de meia idade, entre 40-50 anos e tende a
ter um curso insidioso com quadro aditivo e progressivo.
Além do diagnóstico realizado pelos critérios acima, geralmente são coletados exames
laboratoriais, Raio-x das articulações acometidas, e até mesmo o POCUS pode ser
utilizado a depender da situação (infiltrações, por exemplo).
● 1ª linha: Metotrexato;
● 2ª linha: MTX + leflunomida, sulfassalazina ou hidroxicloroquina;
● 3ª linha: imunobiológicos.
A prednisona em doses baixas pode ser utilizada para auxiliar no controle sintomático do
quadro.
Portanto, o tratamento da AR deve buscar, sempre que possível, remissão dos sintomas.
Em pacientes que não conseguem atingir remissão, baixa atividade de doença pode ser
considerada. As reavaliações de resposta devem ocorrer a cada 3 meses.
Com base nessas informações, você conseguia responder e assinalar com certeza a
alternativa D como resposta da questão.
Questão 38
A dose máxima da medicação gira em torno de 25mg 12h/12h. Em alguns pacientes, podemos
aumentar para 50mg 12h/12h.
Comentários:
Aqui temos mais uma questão bastante direta da prova do ENARE que visa a perguntar
especificamente a respeito da utilização do Carvedilol, suas indicações, contraindicações
etc.
Sendo assim, a alternativa que apresenta a melhor resposta para a nossa questão é a C.
Questão 39
Não se trata de uma taquicardia supraventricular. Além disso, em pacientes com instabilidade, não
está indicada a realização de manobras vagais.
A atropina deve ser utilizada em bradicardias e não em taquicardias. O uso da medicação levaria a
aumento da frequência cardíaca, algo não desejável no momento.
Comentários:
Aqui temos uma questão na qual nos deparamos com um paciente com uma arritmia
instável. Vemos na questão que o paciente chega com queixa de palpitações, dor
torácica, hipotensa, mal perfundida e com quadro de início recente. No
eletrocardiograma a mesma se mostra com uma taquicardia ventricular monomórfica.
· Dor torácica.
· Dispneia.
· Hipotensão/choque.
· Hipoperfusão.
Quaisquer desses sinais devem levar o médico a rapidamente pensar em um quadro
instável e propor tratamento.
Na sina de descobrirmos se o paciente tem uma taquisupra com aberrância ou uma TV, a
dica é: SEMPRE tratem como TV. Erre para mais, assim você terá menos chances de
causar dano ao seu paciente e mais chances de acertar na prova. A taquicardia
supraventricular com aberrância teria algumas características distintas da TV. Temos os
critérios de Brugada e Vereckei, por exemplo. São difíceis de lembrar na hora da prova.
Tente pensar em taquisupra com aberrância em pacientes que apresentam bloqueios
prévios e se apresentam com TV.
Dessa forma, munido dessas informações, você sabe com certeza que a melhor resposta
para essa questão é a alternativa D, que indica a realização de uma cardioversão elétrica
sincronizada frente a um quadro instável de uma TV nesse paciente.
Questão 40
Uma mulher de 78 anos procura atendimento médico de urgência com queixa de dor no
estômago e náuseas há aproximadamente 2 horas, obtendo-se o seguinte ECG da
paciente: Nesse caso, considerando as informações apresentadas, é correto afirmar que:
Não se trata de um colecistite aguda. A paciente apresenta alteração de ecg em parede inferior
compatível com IAM.
Comentários:
Bom, aqui temos uma questão que aborda uma paciente que inicia quadro de dor
epigástrica e náuseas há 02 horas. No ECG é mostrado uma paciente com
supradesnivelamento do segmento ST, principalmente nas derivações inferiores.
Mediante o caso, nos é perguntado qual seria a terapêutica de escolha para a paciente.
Para falarmos um pouco sobre o assunto, devemos lembrar que o infarto agudo do
miocárdio pode se apresentar de diferentes maneiras e paciente mais idosos e mulheres
podem iniciar sintomas considerados atípicos, ou seja, que fogem do habitual de pressão
torácica, irradiação para os membros etc.
É comum que tenhamos pacientes que apresentam apenas dispneia, náuseas e vômitos,
alteração do nível de consciência, dentre outros. Quando falamos dos pacientes com as
características acima, qualquer sintoma “estranho” pode ser considerado como um
equivalente anginoso e um ECG deve ser realizado.
Além disso, vale lembrar aqui, embora esteja fora do escopo da questão que
recentemente tivemos outros achados eletrocardiográficos adicionados como
equivalentes do supra de ST (o paciente deve ser tratado da mesma forma). São eles:
Sgarbossa (no BRE), padrão de deWinter, ondas T hiperagudas.
Feito o diagnóstico, nosso paciente precisa de tratamento para seu IAM. pode ser
realizada a trombólise química (tempo porta-agulha 30minutos) ou angioplastia
primária (tempo porta-balão de 90minutos). No caso da nossa paciente, como a questão
apresentava a possibilidade de reperfusão coronariana, essa era a resposta adequada
para a questão.
Você está atendendo uma criança de 6 anos com queixa de lesões de pele, com prurido
intenso, que ocorre principalmente à noite, há alguns dias. O paciente não apresentou
febre ou qualquer outro sintoma. As lesões são papulovesiculares eritematosas, localizadas
em espaços interdigitais, axilas, punhos, regiões glútea e genital. Os pais estão presentes
na consulta, e a mãe refere os mesmos sintomas, com lesões semelhantes, mas com
presença de lesões em túnel. O pai está assintomático e sem lesões.
Em casos de escabiose o tratamento deve ser prescrito para a criança e para os familiares
independentemente da presença ou não de sintomas.
Em casos de escabiose o tratamento deve ser prescrito para a criança e para os familiares
independentemente da presença ou não de sintomas.
Comentários:
A escabiose é uma doença contagiosa causada pelo Sarcoptes scabiei variedade hominis
e transmitida pelo contato direto pele a pele com pessoas infectadas, sendo descrita a
transmissão por roupas e, mais raramente, por outros fômites. As fêmeas penetram na
epiderme em um túnel e depositam seus ovos, que se tornam parasitas adultos em 2 a 4
semanas. O parasita e suas fezes desencadeiam uma reação de hipersensibilidade,
ocasionando prurido intenso.
O início da doença é insidioso, com aparecimento de lesões papulovesiculares
eritematosas e pruriginosas, com prurido principalmente noturno. Em geral, os
familiares também são contaminados. Costuma ser caracterizada pela presença de
pápulas eritematosas, vesículas, nódulos, túneis e pelo prurido intenso, sinais de
escoriações que alteram o aspecto da lesão, com impetiginização secundária
determinando o aparecimento de pústulas.
A prevalência da doença é maior nas regiões rurais e de baixa renda, nas crianças que
apresentam imunodeficiência primária, nos pacientes HIV positivo e naqueles com
síndrome de Down. Nos lactentes, o diagnóstico é dificultado pelo aspecto inflamatório e
pela extensão das lesões, que podem ser mais disseminadas, além do acometimento
peculiar das palmas e plantas. A face e o couro cabeludo também podem ser
contaminados pelo contato com o antebraço e tórax da mãe infectada.
A comprovação pode ser feita pela presença dos ovos e/ou das fezes do parasita no
exame microscópico feito do raspado das escamas das lesões e pela dermatoscopia. O
diagnóstico diferencial é feito com: dermatite atópica, dermatite de contato, exantemas
virais e acropustulose da infância nos lactentes.
Tratamento:
Orientações ambientais:
● Lavar as roupas com água quente ou expô-las ao sol e passar com ferro quente;
● Tratar os familiares, independentemente de a sintomatologia estar presente;
● Informar aos familiares sobre a possível continuação do prurido por algum tempo
após o tratamento, para evitar o uso excessivo ou prolongado das medicações
escabicidas e suas consequências.
Questão 42
Em situações de surto, a vacina tríplice viral pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade.
D - Mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez até pelo menos 1 ano
após a vacinação.
Mulheres em idade fértil devem esperar 30 dias para engravidar após receberem a vacina.
Comentários:
O PNI recomenda a vacinação de rotina na infância com duas doses, sendo a primeira
aos 12 meses com a tríplice viral e a segunda aos 15 meses de idade com a tetra viral
(inclui o componente varicela). Para crianças, adolescentes e adultos até 29 anos,
suscetíveis, são recomendadas duas doses da vacina tríplice viral, com intervalo mínimo
de 30 dias entre elas; dos 30 aos 59 anos em dose única.
Pessoas com mais de 60 anos não necessitam ser vacinadas pois são consideradas
imunes pela alta possibilidade de ter tido a doença no passado. Profissionais da saúde
devem receber duas doses, independentemente da idade. A SBP e SBIm recomendam a
vacina tetra viral (ou separadamente tríplice viral e varicela) em duas doses aos 12 e 15
meses de idade.
Em situações de surtos de sarampo, uma dose adicional da vacina pode ser aplicada a
partir dos 6 meses de idade, quando a eficácia é diminuída por interferência de
anticorpos maternos, sendo chamada de dose “zero”. Essa dose não é contabilizada no
calendário de rotina da criança.
Os eventos adversos, em geral, são leves e transitórios. Dor no local da injeção pode
ocorrer por 2 a 3 dias. Eventos sistêmicos, quando ocorrem, são mais tardios, 5 a 12 dias
após a vacinação, com febre (5-15%) acima de 39°C por 1 a 2 dias e exantema transitório
(2%).
Está contraindicada para gestantes, pessoas com anafilaxia a dose prévia da vacina e que
tenham reações alérgicas graves à gelatina, neomicina e indivíduos
imunocomprometidos. Reações alérgicas ao ingerir ovo de galinha não são
contraindicação para o uso da vacina. Mulheres em idade fértil que receberam a vacina,
devem esperar 30 dias para engravidar.
Questão 43
O paciente não deve ser liberado para casa por se tratar de suspeita de pneumonia complicada/falha
de tratamento.
Comentários:
Etiologia:
É difícil estabelecer o diagnóstico etiológico das PAC. Seu curso clínico costuma ser
muito semelhante para os diversos agentes, as técnicas diagnósticas são, em geral, de
baixa sensibilidade ou de custo elevado e de difícil acesso à maioria dos serviços.
Dependendo do número de testes diagnósticos utilizados, o diagnóstico etiológico das
PAC pode ser identificado em cerca de 24 a 85% dos casos.
Vários estudos apontam os vírus como os principais agentes de PAC em crianças até 5
anos em países desenvolvidos. Quanto mais jovem a criança, excluindo-se os primeiros 2
meses de vida, maior a chance de ocorrência de doença de etiologia viral. O vírus
sincicial respiratório (VSR) é o mais frequentemente encontrado, seguido dos vírus
influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus. Menos frequentemente, outros vírus
podem causar PAC, como varicela-zóster, corona‑vírus, enterovírus, citomegalovírus,
vírus Epstein-Barr, herpes simples, vírus da caxumba e do sarampo e hantavírus.
Mais recentemente, o metapneumovírus humano (HMPV), o bocavírus e um coronavírus
mutante – associado à síndrome respiratória aguda grave (SARS) – têm sido associados à
PAC. Os vírus podem ser responsáveis por até 90% das pneumonias no 1º ano de vida e
por 50% dos casos na idade escolar. Os agentes bacterianos, por outro lado, são os
principais responsáveis pela maior gravidade e mortalidade por PAC na infância. O
Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é o principal agente bacteriano de PAC.
Os agentes etiológicos mais comumente isolados em crianças com PAC nos países em
desenvolvimento são as bactérias pneumococo, Haemophilus influenzae e
Staphylococcus aureus. A frequência de coinfecção vírus-bactéria em pacientes com
PAC tem variado de 23 a 32%. Algumas crianças apresentam alto risco para infecção pelo
pneumococo: infectadas pelo vírus HIV, com imunodeficiências congênitas ou
adquiridas, cardiopatas, nefropatas e pneumopatas crônicas, incluindo a asma grave,
com diabete melito, com hemoglobinopatias, principalmente anemia falciforme,
asplenia congênita ou adquirida, fístula liquórica, cirrose hepática ou contactantes de
doentes crônicos.
Avaliação clínica:
O quadro clínico da PAC pode variar com a idade da criança, o estado nutricional, a
presença de doença de base e o agente etiológico, podendo ser mais grave nas crianças
mais jovens, desnutridas ou que apresentam comorbidades. Os principais sinais e
sintomas da PAC são febre, tosse, frequência respiratória elevada (taquipneia) e dispneia,
de intensidades variáveis. Sintomas gripais são comuns, bem como otite média.
Algumas crianças apresentam dor abdominal, principalmente quando há envolvimento
dos lobos pulmonares inferiores.
Diagnóstico:
Tratamento:
Apesar de a maioria das crianças com PAC poder ser tratada ambulatorialmente, deve
ser indicada a hospitalização nas seguintes situações:
● Menores de 2 meses;
● Presença de tiragem subcostal;
● Convulsões;
● Sonolência excessiva;
● Estridor em repouso;
● Desnutrição grave;
● Ausência de ingestão de líquidos;
● Sinais de hipoxemia;
● Presença de comorbidades (anemia, cardiopatias, pneumopatias);
● Problemas sociais;
● Falha na terapêutica ambulatorial;
● Complicações radiológicas (derrame pleural, pneumatocele, abscesso pulmonar).
A - Sífilis.
A sífilis possui transmissão vertical.
B - Hepatite B.
C - Gonorreia.
D - Linfogranuloma venéreo.
O linfogranuloma venéreo é transmitido exclusivamente por via sexual.
E - Cancro mole.
O cancro mole é transmitido exclusivamente por via sexual.
Comentários:
Dentre as IST’s, pode-se realizar uma divisão entre aquelas que são transmitidas de
maneira exclusivamente sexual e aquelas que são transmitidas por via sexual mas
também por outras vias.
Vejamos:
A - Febre.
A febre é o sintoma central no diagnóstico de Doença de Kawasaki, devendo estar presente por
pelo menos 5 dias.
B - Exantema.
O exantema esperado é polimorfo, não vesicular, mas não é condição essencial ao diagnóstico.
C - Conjuntivite.
A conjuntivite da doença de Kawasaki é geralmente bilateral e não purulenta, mas não é condição
essencial ao diagnóstico.
D - Mucosite.
A mucosite pode se apresentar como eritema, fissuras, hiperemia de mucosa, língua em
morango/framboesa, mas não é condição essencial ao diagnóstico.
E - Edema distal.
O edema de mãos e pés pode estar presente, mas não é condição essencial ao diagnóstico.
Comentários:
A - Não, pois o paciente deve ser revisado em duas semanas para avaliar se
houve regressão.
Linfadenomegalia supraclavicular sempre é patológico. A observação clínica está indicada em
crianças com linfonodomegalia localizada, móvel, não coalescente, indolor, sem sinais flogísticos
locais, não associada à queixa de emagrecimento e febre persistente, em localização não
considerada patológica.
Vide comentário.
D - Sim, se o linfonodo for firmemente aderido e maior que 2 cm.
Linfadenomegalia supraclavicular indica investigação mesmo sem características sugestivas de
malignidade ao exame físico.
Comentários:
Questão 47
50% possuem cardiopatia congênita, sendo as mais comuns PCA e estenose de ramos pulmonares.
Vide comentário.
Comentários:
A infecção intrauterina pelo vírus da Rubéola pode ser responsável pela ocorrência de
abortos e natimortos, como também tratar-se de uma infecção assintomática. A
Síndrome da rubéola congênita (SRC) diz respeito ao conjunto de alterações
morfofuncionais que podem se dar em decorrência da infecção intrauterina por este
vírus.
A única forma de prevenção é através da vacinação, não havendo indicação para uso de
imunoglobulinas ou antivirais. Os RN com SRC, quando internados, devem ser colocados
em isolamento de contato.
Questão 48
A IRA é uma das complicações menos comuns e não das mais comuns.
Comentários:
Epidemiologia:
Estima-se que mais de 470.000 casos de GNDA ocorram anualmente no mundo, com
uma incidência de 9,5 a 28,5 por 100.000 indivíduos,2-4 sendo que 97% desses casos
ocorrem nos países em desenvolvimento, em virtude das péssimas condições
higiênico-sanitárias das moradias e coabitação da população de baixa renda
determinando uma maior frequência de infecções bacterianas, principalmente pelos
estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (EBHGA).
Etiologia:
Quadro clínico:
Complicações:
Exames Complementares:
Tratamento:
O tratamento deve ser individualizado de acordo com o quadro clínico (presença ou não
de complicações), condição socioeconômica e cultural. Deve-se dar preferência ao
tratamento ambulatorial e, a princípio, restringir a hospitalização aos casos de oligúria
intensa, de insuficiência cardíaca ou de encefalopatia hipertensiva. O repouso deve ser
limitado pelo próprio paciente e recomendado enquanto persistirem edema e
hipertensão ou na vigência de complicações. Não se justifica repouso prolongado, pois
isso não influencia a evolução da doença.
Questão 49
Você está de férias, na praia, quando se depara com um afogamento. A vítima está
desacordada, parece ter 16 anos, aproximadamente, e está sendo retirada da água. Ela é
colocada na areia, em decúbito dorsal, e você vai prestar o atendimento inicial. Uma
ambulância já foi chamada e chegará em poucos minutos. Das alternativas a seguir, qual
deve ser a sua próxima atitude?
A - Estabilização de cervical.
Não é necessário realizar estabilização cervical pois menos de 0,5% dos casos apresentam lesão
cervical.
B - Ventilação de resgate.
D - Manobra de Heimlich.
As compressões abdominais e manobra de Heimlich são contraindicadas, pois além de ineficazes,
atrasam o atendimento e podem favorecer a aspiração de conteúdo gástrico.
E - Compressões abdominais.
Vide comentário D.
Comentários:
Não é necessário realizar estabilização cervical do paciente afogado, tendo em vista que
menos de 0,5% dos casos apresentam lesão cervical. A exceção se estabelece quando há
história de mergulho, sinais de trauma, de intoxicação alcoólica ou sinais neurológicos
focais. Se possível, deve-se limpar as vias aéreas, mas as manobras que visam retirar a
água dos pulmões, como compressões abdominais e manobra de Heimlich, não estão
indicadas. Além de ineficazes, acabam atrasando o atendimento adequado e podem
favorecer a aspiração de conteúdo gástrico. Estas manobras devem ser utilizadas
somente diante da suspeita de obstrução da via aérea por corpo estranho.
No paciente sem pulso, manobras de RCP devem ser iniciadas e mantidas durante todo
o tempo de transporte até o hospital. Evitar perdas de calor secundárias, pois a
hipotermia pode agravar o quadro. Assim que possível, oferecer oxigênio em altas
concentrações.
Toda criança que sofreu afogamento deve ser avaliada no setor de emergência e
permanecer em observação por período mínimo de 6 horas. A indicação de internação
dependerá da gravidade do episódio, mas aqueles que apresentam desconforto
respiratório, alteração de saturação de O2 ou rebaixamento do nível de consciência
devem permanecer em unidade de terapia intensiva.
Vamos às alternativas:
Questão 50
Você está atendendo um paciente com quadro de púrpura palpável, dor abdominal e
artralgia. Sua suspeita inicial é de Púrpura de Henoch-Schönlein.
Comentários:
O diagnóstico é essencialmente clínico e, além da púrpura, deve contar com pelo menos
um dos seguintes:
● Artrite ou artralgia:
O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras causas de púrpura na infância, tais
como glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica (GNPE), síndrome hemolítico-urêmica
(SHU), coagulação intravascular disseminada (CIVD), infecções, vasculite por
hipersensibilidade, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e outras vasculites.
Nos pacientes diagnosticados com vasculite por IgA, é necessário realizar seguimento da
função renal. Está indicada a biópsia renal quando associada à síndrome nefrítica ou
nefrótica, elevação da creatinina, hipertensão ou oligúria, proteinúria importante,
proteinúria persistente por mais de 4 semanas e queda da função renal (taxa de filtração
glomerular < 80 mL/min/1,73 m2).
Os pais de uma adolescente relatam ao seu pediatra, na ausência da paciente, que estão
percebendo que ela tem mudado o comportamento alimentar. Viram, por diversas vezes,
que estava comendo escondida, muito rapidamente e em grandes quantidades. Referem
que ela tem vergonha quando é vista nessa situação, que demonstra tristeza após se
alimentar e que, muito frequentemente, come até se sentir desconfortável.
Das seguintes condições, qual é a mais provável, baseando-se apenas no relato dos pais?
A - Anorexia nervosa.
A anorexia nervosa geralmente ocorre com perda de peso e se manifesta com a privação do corpo
do alimento.
B - Bulimia.
A bulimia ocorre com compulsão alimentar seguida de formas inapropriadas de tentar interromper o
aumento de peso, como vômitos e/ou uso de laxantes.
A pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo come muito pouco e/ou evita comer
determinados alimentos. É possível que ela coma tão pouco que acaba perdendo uma quantidade
significativa de peso.
D - Compulsão alimentar.
O quadro clínico descrito se assemelha a clínica de compulsão alimentar, em que o paciente se
alimenta ate se sentir desconfortável, come rapidamente e sente vergonha do quadro.
E - Ortorexia.
A ortorexia manifesta-se com comportamentos extremistas em relação à alimentação exclusiva de
alimentos saudáveis.
Comentários:
O tabagismo passivo aumenta o risco da criança apresentar a otite média aguda, já o aleitamento
materno protege contra o quadro.
Apresentar um primeiro episódio de otite média aguda antes dos 6 meses corresponde a um risco
maior de apresentar uma recorrência do quadro.
E - A tuba auditiva ventila a orelha média, sua luz é virtual e, na criança, é mais
curta e mais horizontalizada, o que facilita a progressão de microrganismos da
rinofaringe para a orelha média.
A tuba auditiva da criança é mais curta e mais horizontalizada, predispondo a mais infecções na
orelha média.
Comentários:
Etiologia:
Causada por vírus respiratórios e/ou infecção bacteriana no espaço da orelha média.
Os principais vírus relacionados à otite média aguda são: vírus sincicial respiratório e
adenovírus.
No caso das otites bacterianas, os principais agentes são: Streptococcus pneumoniae, o
Haemophilus influenzae não tipável e a Moraxella catarrhalis.
Fatores de risco:
A ocorrência do primeiro episódio de OMA antes dos 6 meses é um fator de risco para a
recorrência
Os fatores de risco que predispõe a criança a apresentar o quadro de otite média aguda
são:
- Síndrome de Down
- Malformações craniofaciais
- Imunodeficiência
- Tabagismo passivo
- Frequentar creches
Manifestações clínicas:
São sintomas constantes a otalgia (criança que manipula muito a orelha), o choro
excessivo, a febre, as alterações de comportamento e do padrão do sono, a irritabilidade,
a diminuição do apetite e até a diarreia.
Tratamento:
Questão 53
Uma criança de 1 ano é levada para avaliação, por ter apresentado cianose, que ocorreu
após período de choro prolongado, sem perda de consciência e com resolução
espontânea. Após avaliação neurológica detalhada, o quadro é definido como perda de
fôlego cianótica.
Comentários:
A crise de perda de fôlego cianótica é um evento paroxístico não epiléptico que se inicia
em lactentes, geralmente entre 6-18 meses, com resolução em torno dos 5 anos de
idade.
Menos comumente pode ocorrer a forma pálida; ocorre após um estímulo desagradável,
em geral dor ou medo, sendo que o choro é mínimo ou silencioso, com evolução para
apneia, palidez, alterações posturais e perda de consciência. Esse tipo é compreendido
como uma forma de síncope reflexa.
A evolução das crises é em geral benigna e com bom prognóstico, tendendo à resolução
em idade escolar.
Após a estabilização, transicionamos para corticoides via oral (dose equivalente a 10-15
mg/m2 de hidrocortisona) e introduzimos fludrocortisona na dose de 0,1-0,2 mg/dia.
Durante o primeiro ano de vida, realizamos suplementação de sal com NaCl 1-2 g por dia.
Em situações de estresse físico, como doenças agudas febris, orientamos o paciente a
utilizar o dobro da dose de glicocorticoide.
Questão 55
Das opções a seguir, qual cita uma das causas metabólicas mais frequentes de catarata na
população pediátrica?
A - Hipercalcemia.
B - Hipoandrogenismo.
Não causa catarata infantil.
C - Hipertireoidismo.
D - Hiponatremia.
Não causa catarata infantil.
E - Hipoglicemia.
Única alternativa que contempla uma causa metabólica de catarata infantil.
Comentários:
O tratamento clínico é possível nos casos em que a catarata é parcial e não obstrui
totalmente o eixo visual, sendo realizado através de correção das ametropias com óculos,
uso de oclusão e midriáticos. Entretanto, na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico,
devendo ocorrer idealmente ao redor da sexta semana de vida, no caso de catarata
unilateral, e em torno de 6-16 semanas de vida nas cataratas bilaterais.
A fibrose cística está presente em 99% dos pacientes com diagnóstico de íleo meconial.
A - RN com icterícia.
O íleo meconial pode gerar icterícia devido à lentificação do trânsito intestinal, mas não é o
principal grupo associado.
O enema contrastado está indicado nos casos associados ou não à FC. Além de
diagnosticar microcólon, tem ação terapêutica em 30 a 75% dos pacientes. É mandatória
a infusão lenta, pois a alta pressão aumenta o risco de ruptura intestinal. Quando houver
indicação cirúrgica, a antibioticoterapia de amplo espectro deve ser associada.
Questão 57
Uma criança em idade escolar é levada para consulta de rotina. Ela fazia acompanhamento
em outra cidade e vem, hoje, para a primeira consulta com você. Ao exame físico, você
detecta um sopro cardíaco.
Uma das características dos sopros inocentes é que eles são mais facilmente audíveis nos estados
circulatórios hipercinéticos, como febre e anemia.
O sopro inocente geralmente se altera com o decúbito e são intensificados na posição supina. Os
sopros patológicos são intensos e não se caracterizam por se desaparecerem ou diminuírem com a
mudança de decúbito.
D - Presença de frêmitos.
Os sopros inocentes não se associam a frêmito ou ruídos acessórios (estalidos, cliques); O frêmito
está mais associado aos sopros patológicos.
E - Sopro localizado em área pequena e bem definida.
Os sopros inocentes localizam-se em uma área pequena e bem definida, sem irradiação. Já os
patológicos costumam estar presentes em vários focos.
Comentários:
A maioria das crianças (70 a 80%) apresentam algum tipo de sopro cardíaco inocente ao
longo da infância, sendo mais frequente entre 3 e 5 anos de idade.
Deve-se interrogar sobre a presença de sinais e sintomas que podem ser decorrentes de
doenças cardíacas, tais como:
Em caso de sinais e sintomas que sugerem sopro patológico, o paciente deve ser
encaminhado para avaliação da cardiologia infantil. Além disso, associado ao
encaminhamento já pode ser solicitado um ecocardiograma. O ecocardiograma como
todo exame complementar deve ser analisado sempre fazendo correlação com os dados
clínicos.
Questão 58
Um bebê de 6 meses é levado ao hospital por tosse, cansaço para respirar e respiração
mais “rápida”. Nega ter tido febre, mas teve, logo antes do quadro atual, coriza leve e um
pouco de obstrução nasal. Ao exame físico, o paciente apresenta taquipneia, retrações
subcostais discretas e sibilos difusos à ausculta. Com base no diagnóstico provável de
bronquiolite viral aguda (BVA), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a
seguir e assinale a alternativa com a sequência correta:
( ) A ausência de febre não é compatível com o diagnóstico de BVA.
( ) A radiografia de tórax pode ser útil nos casos graves, e os principais achados são
hiperinsuflação torácica difusa, hipertransparência, retificação do diafragma e até
broncograma aéreo com um infiltrado de padrão intersticial.
( ) Na grande maioria dos pacientes, a evolução é benigna, e o processo evolui para a cura
sem a necessidade de intervenção.
A - F – V – V – V – V.
A febre pode ou não estar presente no quadro clínico de bronquiolite viral aguda.
B - V – V – V – F – V.
A taquipneia corresponde a resposta do organismo ao acometimento do vírus nos alvéolos. As
células liberam mais mediadores, que alteram a permeabilidade endotelial, a camada epitelial e o
transporte de íons, gerando inflamação com migração celular adicional e edema. O conteúdo
luminal aumentado por secreções e detritos é responsável, em parte, pela obstrução das vias
aéreas, prejudicando a mecânica pulmonar e a troca gasosa.
C - F – F – F – F – F.
D - F – V – F – V – V.
Os principais achados na radiografia de tórax do portador de bronquiolite viral aguda são
hiperinsuflação torácica difusa, hipertransparência, retificação do diafragma e broncograma aéreo.
E - V – F – V – V – F.
A maioria dos casos clínicos tem evolução benigna e não necessitam de internação hospitalar.
Comentários:
A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção do trato respiratório inferior mais comum
nos lactentes. A etiologia é viral, e o principal agente etiológico é o vírus sincicial
respiratório. Outros agentes são a influenza, o rinovírus, o parainfluenza (tipos 1 e 3), o
adenovírus, e outros.
Comentários:
O câncer representa a principal causa de óbito por doença (ou seja, excetuando-se
causas externas) entre crianças e adolescentes (1-19 anos) no Brasil. É mais incidente em
crianças brancas, sexo masculino, menores de cinco anos e em adolescentes de 15 a 19
anos. As neoplasias malignas pediátricas tendem a apresentar menores períodos de
latência, crescimento rápido e comportamento invasivo, entretanto com melhor
resposta à quimioterapia comparado aos adultos.
Fatores de risco:
● História familiar;
● Síndromes genéticas: destaque para a Síndrome de Down e leucemias (risco vinte
vezes maior!) e síndromes de imunodeficiência/imunodesregulação;
● Doenças hereditárias - principal: neurofibromatose;
● Radiação ionizante e não ionizante; drogas citotóxicas - ciclofosfamida,
etoposídeo; exposição a dietilestilbestrol;
● Vírus de Epstein-Barr e o vírus linfotrópico da célula T (HTLV1).
Na fase mais inicial da apendicite aguda, qual é a tríade sintomática mais característica
entre as seguintes?
Inicialmente a dor ocorre em região periumbilical, a febre é moderada e não apresenta prostração
neste momento do quadro clínico.
As apendicites ocorrem em qualquer faixa etária, mas são mais frequentes a partir da
idade escolar, até a puberdade. A incidência é discretamente maior no sexo masculino.
Questão 61
Pacientes que apresentam vaginose citolítica podem ter alguns sintomas semelhantes a
outros tipos de vaginites, como prurido e corrimento esbranquiçado antes do período
menstrual; ardor; queimação; disúria e dispareunia. Essa semelhança de sintomas com
outras patologias do trato genital inferior pode atrasar o seu diagnóstico.
A proliferação de fungos do gênero Candida é causa de candidíase vulvovaginal. Seus sintomas são
semelhantes à vaginose citolítica, e o tratamento inclui uso de medicações antifúngicas.
Comentários:
Para responder essa questão, temos que estar familiarizados com as principais causas de
vulvovaginites e suas manifestações clínicas. A flora vaginal de uma mulher normal, em
idade reprodutiva, assintomática, inclui várias espécies aeróbias ou facultativas, bem
como espécies anaeróbias obrigatórias. O pH vaginal normal na idade reprodutiva varia
entre 4,0 e 4,5. Acredita-se que tal pH resulte da produção de ácido lático, ácidos graxos
e outros ácidos orgânicos por espécies de Lactobacillus.
Dentre as alternativas a seguir, qual delas apresenta os achados que seriam mais
sugestivos de câncer de mama?
Os cistos mamários apresentam-se como nódulos essencialmente benignos, de bordas lisas e bem
definidas. Podem ter pouca mobilidade, ser únicos ou múltiplos e de tamanho e consistência
variáveis. Provocam dor quando crescem repentinamente. Podem ser classificados como simples
(conteúdo líquido límpido) e complexos (apresentam vegetações ou debris em seu interior).
Comentários:
A maioria das lesões que ocorrem na mama são benignas. Uma vez percebida qualquer
alteração, é fundamental que a paciente procure o serviço médico, para diferenciar as
lesões benignas das malignas e instituir os cuidados necessários.
O nódulo de mama é uma das queixas mais comuns nos consultórios de mastologia. Na
maioria das vezes, trata-se de patologia benigna, principalmente até a terceira década de
vida, mas, após a menopausa, é importante que se diferenciem precocemente nódulos
com aspectos suspeitos. Nas mulheres, os nódulos palpáveis mais comuns são os cistos e
os fibroadenomas.
Outras causas mais raras são tumor filoides, lipomas e hamartomas. Após a identificação
do nódulo, as principais características que devem ser descritas são: consistência, limites,
regularidade, tamanho e localização. Em se tratando de nódulos palpáveis, a
ultrassonografia diagnóstica é mandatória.
O tratamento cirúrgico dos prolapsos genitais está indicado diante de falha do tratamento clínico,
ou se distopia genital importante, estadio 3 ou 4. O enunciado cita a presença de prolapso de
parede anterior grau 1, ou seja, cujo ponto de maior prolapso não ultrapassa 1 cm acima do introito
vaginal. Não há necessidade de tratamento cirúrgico imediato, podendo-se fazer uso de pessários,
por exemplo.
C - Colpossacrofixação.
Comentários:
Atenção para os fatores de risco para incontinência urinária que a paciente apresenta:
pós menopausa e 5 partos vaginais anteriores. Não apresenta perda urinária à valsalva, e
em seu estudo urodinâmico, há contrações não inibidas do músculo detrusor,
compatível com incontinência urinária de urgência.
A linha superior indica o valor de pressão intravesical; a linha central o valor da pressão
retal, equivalente à medida da pressão intra abdominal e a linha inferior a pressão no
músculo detrusor, que equivale à pressão vesical subtraída da pressão intra abdominal.
Veja que há um aumento da pressão vesical que não é decorrente de aumento da
pressão intra abdominal, correspondendo às contrações não inibidas do músculo
detrusor.
Questão 64
Uma paciente de 55 anos, com antecedente de menopausa aos 50 anos, refere que nunca
usou terapia hormonal e faz tratamento de hipertensão e diabetes. Relata que, há cerca de
um mês, apresentou sangramento vaginal em dois momentos diferentes, durando
aproximadamente 2 dias cada episódio. Apresenta citopatológico com atrofia acentuada.
Ultrassom transvaginal evidencia a presença de dois miomas intramurais de 0,7 e 1,3 cm
respectivamente; volume uterino de 35 cm³; e endométrio de 11 mm. Ovários não foram
visualizados. Diante desse caso, qual é a melhor conduta?
Antes de propor algum tipo de tratamento, seja ele clínico ou cirúrgico, devemos prosseguir na
elucidação diagnóstica, sendo fundamental a exclusão de lesões pré-malignas.
D - Histeroscopia diagnóstica.
A histeroscopia diagnóstica é o método padrão-ouro para análise anatomopatológica do
espessamento endometrial de paciente após a menopausa com sangramento vaginal. Essa é a
melhor conduta neste momento para nossa paciente.
E - Miomectomia.
Encontramos a descrição de dois miomas intramurais no exame de ultrassonografia da nossa
paciente, medindo apenas 0,7 e 1,3 cm. É pouco provável que o sangramento vaginal seja
decorrente de tais miomas. No entanto, o mais importante é prosseguir na investigação do achado
ecográfico de espessamento endometrial, com vistas a excluir lesões precursoras de câncer de
endométrio.
Comentários:
Esta avaliação pode ser feita de maneira indireta através de aspirado endometrial,
curetagem cirúrgica ou cureta de Pipelle mas, o método padrão-ouro é a realização de
histeroscopia com biópsia por visualização direta de áreas potencialmente afetadas. Tal
investigação se dá para exclusão de possível lesão precursora de ou mesmo de câncer de
endométrio.
Vale destacar que o histórico familiar é outro fator de risco para câncer de endométrio. O
câncer de endométrio é a manifestação extracolônica mais comum em câncer colorretal
não poliposo hereditário - também conhecido como síndrome de Lynch. Essa síndrome
autossômica dominante resulta primariamente de mutações de linhagens germinativas
nos genes de reparo de erros de pareamento MLH1 e MSH2. As portadoras da mutação
têm risco de 40 a 60% de desenvolver câncer de endométrio.
● Estadio 0: Ca in situ;
● Estadio I: confinado ao corpo do útero;
○ Ia: invade até 50% do miométrio;
○ Ib: invade mais de 50% de miométrio;
● Estadio II: invade colo (estroma) mas não ultrapassa o útero;
● Estadio III: invasão local e/ou regional;
○ IIIa: invade serosa e/ou anexo (extensão direta ou metástase);
○ IIIb: invade vagina;
○ IIIc1: metástase para linfonodo pélvico;
○ IIIc2: metástase para linfonodo para aórtico.
A - Tumor de Brenner.
O tumor de Brenner é incomum e possui origem nas células epiteliais ovarianas, com caráter
benigno.
B - Tumor de Krukenberg.
O tumor de Krukenberg corresponde à lesão metastática ovariana proveniente do adenocarcinoma
de células em anel de sinete rico em mucina.
D - Tumor seroso.
O tumor seroso, assim como o tumor de Brenner, possui origem nas células epiteliais ovarianas mas,
diferentemente daquele, é de caráter maligno.
E - Disgerminoma.
O disgerminoma é o tumor mais comum de células germinativas malignas.
Comentários:
Os tumores de ovário podem ser classificados de acordo com sua origem embrionária:
Os TCGs que exibem diferenciação para tecidos somáticos das linhagens endodérmicas,
mesodérmicas e / ou ectodérmicas são conhecidos como teratomas. Finalmente, as
células precursoras do TCG podem se diferenciar para se assemelhar a estruturas
extraembrionárias, como o saco vitelino (tumor do seio endodérmico) ou placenta
(coriocarcinoma). Como é um grupo heterogêneo de tumores, é difícil generalizar o seu
comportamento. Os principais marcadores biológicos dos TCG são a alfa-fetoproteína
(AFP), a fração beta da gonadotrofina coriônica (BHCG) e a desidrogenase lática (DHL).
Dentre os tumores ovarianos, 1% tem origem estromal. Mais da metade deles é visto em
pacientes acima dos 50 anos, mas podem acometer mulheres jovens. O sintoma mais
comum aqui é o sangramento vaginal, exatamente pela produção hormonal desses
tumores. Nas pacientes mais jovens pode ocorrer desenvolvimento puberal precoce,
com mamas e menstruação.
Mais raramente esses tumores produzem hormônios masculinos, ou seja, são virilizantes.
Os principais tipos malignos são os tumores de célula granulosa (os mais comuns), os
mistos de granulosa-teca e os tumores de células Sertoli-Leydig. Os tecomas e os
fibromas são tumores benignos.
O Tumor de Krukenberg, por sua vez, corresponde à lesão metastática ovariana
proveniente do adenocarcinoma de células em anel de sinete rico em mucina. É
responsável por 1% a 2% das neoplasias ovarianas.
Questão 66
C - Amenorreia e galactorreia.
A prolactina estimula o desenvolvimento da glândula mamária e a indução e manutenção da
lactação. Níveis elevados de prolactina, como vimos, interferem na pulsatilidade do GnRH,
causando amenorreia e/ou irregularidade menstrual.
D - Irregularidade menstrual e disforia pré-menstrual.
A principal causa da disforia pré-menstrual tem relação com a variação hormonal deste período. Não
possui relação com os níveis de prolactina.
E - Dispareunia e dismenorreia.
A dismenorreia está associada, principalmente, ao aumento da produção de prostaglandinas. Entre
as principais causas de dispareunia, temos endometriose, infecções sexualmente transmissíveis
(como a clamídia e a gonorreia), doença inflamatória pélvica, vaginismo, lesões por herpes genital,
malformações uterinas, entre outras.
Comentários:
● Ginecomastia;
● Galactorreia;
● Irregularidades menstruais / amenorreia → níveis elevados de prolactina
interferem na pulsatilidade do GnRH;
● Infertilidade;
● Disfunção sexual;
● Acne e hirsutismo;
● Dispareunia;
● Redução massa óssea / osteoporose;
● Sintomas de compressão tumoral, a depender da etiologia.
1. Fisiológica: gestação;
3. Patológicas:
A - Síndrome de Rokitansky.
B - Síndrome de Morris.
A síndrome de Morris é uma forma de pseudo-hermafroditismo masculino, que se caracteriza por
fenótipo feminino com genótipo masculino (46 XY), definida por gene recessivo ligado ao X, que
determina a resistência periférica a androgênios. Em quadros de insensibilidade total, a paciente
terá pelos pubianos e axilares escassos ou ausentes, desenvolvimento de mamas, vagina curta,
ausência de colo, útero e tubas, e presença de testículos, que devem ser removidos
cirurgicamente.
C - Síndrome de Kallmann.
D - Síndrome de Asherman.
A Síndrome de Asherman é uma causa de amenorreia secundária relacionada à formação de
sinéquias uterinas após procedimentos, principalmente curetagem.
E - Hímen imperfurado.
O hímen imperfurado é causa anatômica de amenorreia primária uma vez que há impedimento
para a exteriorização de fluxo menstrual.
Comentários:
A - Deve ser realizado teste rápido de HIV na admissão e, caso o resultado seja
positivo, iniciar infusão de AZT.
Paciente com HIV positivo e carga viral desconhecida ou positiva, deve receber AZT no trabalho de
parto até o clampeamento do cordão ou na cesárea por no mínimo 3 horas antes do parto. A
paciente que entra em trabalho de parto e este se encontra avançado, pode ter paro vaginal
conduzido, pois neste caso não haverá tanto benefício mais em prosseguir com cesárea.
B - Deve ser realizado teste rápido de HIV na admissão e, caso o resultado seja
positivo, será uma indicação absoluta de cesárea.
A paciente em fase ativa de trabalho de parto, com dilatação avançada, não tem mais tanto
benefício de ser submetida à parto cesárea. O que ela deve receber é o AZT para redução do risco
de transmissão vertical.
C - Deve ser realizado teste rápido de HIV na admissão e, caso o resultado seja
positivo, a amniotomia precoce será indicada.
O parto empelicado é preferível nas pacientes portadoras do HIV, portanto não se deve fazer
amniotomia precoce
D - Deve ser realizado teste rápido de HIV na admissão e, caso o resultado seja
positivo, o parto instrumentalizado e a episiotomia estão indicados para
acelerar o nascimento.
Devemos evitar a instrumentalização do parto, bem como a episiotomia nas pacientes portadores do
HIV.
E - Deve ser realizado teste rápido de HIV na admissão e, caso o resultado seja
negativo, exclui-se completamente a possibilidade de essa paciente possuir o
vírus do HIV.
Não podemos excluir completamente a possibilidade de a paciente possuir o vírus HIV: todo teste
apresenta alguma taxa de falso negativo, além de haver a possibilidade de estarmos diante da
janela imunológica, ou seja, de infecção recente.
Comentários:
A abordagem laboratorial do HIV tem por objetivo avaliar a condição geral de saúde da
gestante e identificar o status da infecção HIV, sua situação imunológica e virológica
inicial, dosando a carga viral (CV), principal determinante da transmissão vertical, e o
CD4. Casos de diagnóstico na própria gestação ou em que a carga viral é detectável,
devem ainda coletar genotipagem para melhor abordagem terapêutica. Entretanto, esta
não deve atrasar o início do tratamento.
Paciente com tratamento adequado, devem manter seu esquema terapêutico; caso a
paciente receba o diagnóstico da infecção durante a gestação, iniciamos
preferencialmente pelo esquema a seguir:
● Tenofovir;
● Lamivudina;
● Dolutegravir.
Durante o pré-natal, a carga viral (CV) será repetida a cada 4 semanas até sua
negativação, devendo ser feita uma coleta por volta de 34 semanas de idade gestacional
para programar via de parto e necessidade de AZT intraparto.
Basta ter carga viral detectável (ou desconhecida) para haver indicação de administração
de zidovudina intraparto, independente de qual será a via. A zidovudina (AZT) por via
endovenosa 2 mg/kg deve ser feita no início do trabalho de parto e, depois, mantida a 1
mg/kg de hora em hora, em infusão contínua, até o clampeamento do cordão - o ideal é
que seja feito por pelo menos três horas antes do nascimento.
Nas pacientes que serão submetidas à cesárea eletiva, o Ministério da Saúde propõe que
se houver trabalho de parto antes da realização da cesárea, avaliar dilatação cervical. Em
caso de dilatação menor que 4 cm, manter indicação de cesárea e iniciar imediatamente
o AZT endovenoso por pelo menos três horas.
São outros cuidados que se deve tomar durante o parto vaginal, em qualquer paciente
portadora do HIV:
Sim, o sulfato de magnésio deve ser administrado quando se faz esse diagnóstico.
Comentários:
A síndrome HELLP pode levar à hemorragia em SNC, fígado, ferida operatória, DPP,
podendo levar até a um quadro de CIVD, bastante catastrófico.
Gestantes que não consomem carne e derivados animais podem apresentar deficiência
de:
A - Magnésio.
B - Ácido fólico.
A deficiência de ácido fólico deve ser ponderada em pacientes que fazem uso de
sulfadiazina/pirimetamina, em gestações múltiplas e nas pacientes que fazem uso de drogas
anticonvulsivantes.
C - Vitamina B12.
As pacientes com baixa ingesta de carne e derivados, bem como as pacientes com doenças
disabsortivas como doenças inflamatórias intestinais e as pacientes submetidas à cirurgia bariátrica
têm maior risco de deficiência de vitamina B 12.
D - Vitamina D.
E - Zinco.
Não há correlação entre deficiência de zinco e baixa ingesta de carne e derivados.
Comentários:
Na quase totalidade das vezes, o diagnóstico da anemia ferropriva será baseado nos
achados do hemograma, que é exame mínimo obrigatório a ser realizado em todas as
gestações. A avaliação dos índices hematimétricos, em especial do volume corpuscular
médio (VCM), é de grande utilidade no diagnóstico sindrômico das anemias. A anemia
por deficiência de ferro, via de regra, manifesta-se com microcitose (VCM <80 fL) e
hipocromia (HCM <26 pg). Entretanto, nas fases iniciais a normocitose e normocromia
podem estar presentes. O uso da ferritina, justificado quando a etiologia da anemia não
é clara, sendo que níveis abaixo de 30 mcg/L são compatíveis com baixa reserva de ferro,
enquanto que nos quadros de anemia ferropriva seus valores se encontram abaixo de 12
mcg/L. A redução da saturação de transferrina para valores abaixo de 15% e ferro sérico
abaixo de 60 mg/mL também são compatíveis com o diagnóstico de anemia ferropriva.
Caso não se atinja nível de pelo menos 10,0 g/dL de hemoglobina após pelo menos duas
semanas da administração da dose terapêutica, é essencial rever a investigação
etiológica e a adesão ao tratamento. Se confirmada anemia ferropriva, a opção pelo uso
do ferro endovenoso deve ser avaliada.
As anemias megaloblásticas podem ser tanto por deficiência de ácido fólico quanto de
vitamina B12, sendo marcadas por VCM maior que 100 fL e pela presença de neutrófilos
hipersegmentados. A deficiência de ácido fólico é a causa mais comum de anemia
macrocítica na gravidez. A deficiência de vitamina B12 acaba sendo mais importante no
grupo de mulheres com história de gastrectomia, incluindo cirurgia bariátrica, nas com
doença de Crohn e usuárias crônicas de inibidores de bomba de prótons, bem como em
pacientes vegetarianas/veganas.
Questão 71
Gestante, 23 semanas, refere que não fez nenhum dos exames solicitados na rotina de
primeiro trimestre. Nega doenças prévias; o peso pré-gestacional era 80 kg e, atualmente,
está com 90 kg, sendo que a altura é de 1,60 m. Considerando a disponibilidade técnica
adequada, a melhor conduta para o diagnóstico de diabetes gestacional é solicitar:
Não se deve realizar exame de hemoglobina glicada na gravidez - o aumento do turn-over celular
reduz o tempo de meia vida das hemácias e não há valor de referência para hb glicada na
gravidez.
B - Teste oral de tolerância à glicose com 100g em jejum e duas horas após
sobrecarga.
O teste de tolerância oral à glicose é feito com 75 g de glicose.
O teste de tolerância oral na gestação é diferente de fora dela - fazemos 0, 1 e 2 horas após ingestão
de 75 g de glicose.
Comentários:
O rastreio de diabetes na gestação é universal nas pacientes que não possuem este
diagnóstico previamente.
Glicemia de jejum:
Nas pacientes que já têm alguma resistência à ação da insulina, o lactogênio placentário
eleva esta resistência, a qual diagnosticamos com o rastreio universal na gestação.
Cabe ressaltar que, diante de glicemia de jejum normal, devemos realizar o rastreio com
TTOG entre 24 e 28 semanas. Caso a glicemia de jejum seja alterada, não devemos
realizar mais nenhum exame - o diagnóstico está firmado e a paciente deve ser
acompanhada como diabetes mellitus gestacional.
Diante do diagnóstico de DMG, o tratamento inicial deve ser não farmacológico: dieta
com menor quantidade de carboidratos e alimentos com mais fibra e atividade física.
Nesse contexto, se faz o perfil glicêmico simples (jejum e pós-refeições). Caso não haja
bom controle dessa maneira, introduzimos insulina e aumentamos o perfil glicêmico
para completo (jejum, pré e pós-refeição).
No pós parto, as pacientes com DMG não devem ficar nem controle glicêmico, nem com
dieta para diabetes ou insulina. Fazemos novo TTOG 0h e 2h ao final do puerpério para
rastreio de DM2.
Questão 72
Gestante, 23 semanas, refere que não fez nenhum dos exames solicitados na rotina de
primeiro trimestre. Nega doenças prévias; o peso pré-gestacional era 80 kg e, atualmente,
está com 90 kg, sendo que a altura é de 1,60 m. Considerando a disponibilidade técnica
adequada, a melhor conduta para o diagnóstico de diabetes gestacional é solicitar:
Paciente com cicatriz uterina não deve ser submetida a preparo de colo farmacológico.
C - Indicar cesárea.
Pacientes Robson 5, com cesárea única anterior, podem ser submetidas a preparo de colo com
dilatação mecânica.
Comentários:
Em geral, a conduta é:
Essa dose pode ser repetida por algumas vezes e, antes de administrar cada dose de
misoprostol, avaliam-se novamente as condições cervicais: se o escore de Bishop for > 6
pontos, pode-se então iniciar a infusão de ocitocina IV. Outro método de maturação
cervical é o método de Krause, em que se realiza uma maturação cervical (mecânica)
com balão intracervical, podendo ser utilizada sonda de Foley para tal. Este é o método
de escolha em pacientes com 1 cesárea anterior que terão parto vaginal induzido.
Questão 73
A bromocriptina não deve ser utilizada para inibição da lactação apesar de ser utilizada em pacientes
com hiperprolactinemia em outras circunstâncias.
Geralmente associamos a inibição da lactação com a infecção pelo HIV, porém há outras
condições que merecem atenção:
Condições maternas: Tuberculose ativa bacilífera, saída de pus pelos ductos, hanseníase
contagiosa não tratada, brucelose no início do tratamento, leptospirose em fase aguda,
doença de Chagas na fase aguda, Varicela ativa, HIV, HTLV, herpes ativo em mamilo.
Questão 74
Comentários:
● Amoxicilina;
● Amoxicilina + clavulanato;
● Ampicilina;
● Cefuroxima;
● Cefalexina;
● Nitrofurantoína.
Por outro lado, por apresentarem efeitos adversos e serem classificados como categoria
D, dependendo da idade gestacional, não utilizamos os seguintes antibióticos como
primeira escolha na gestação:
A pielonefrite, por sua vez, se caracteriza por calafrios, dor lombar, anorexia, náuseas,
vômitos e febre. A punho percussão lombar positiva ajuda a caracterizar o diagnóstico.
Os exames laboratoriais podem conter piúria significativa, hematúria frequente,
urocultura positiva, leucocitose com desvio à esquerda, anemia e proteína C reativa
aumentada.
a) Hemograma;
Nestes casos, a administração do antibiótico por via endovenosa deve ser imediata. A
preferência atual é pelo uso de ceftriaxone, devendo ser alterado caso não haja melhora
em 48 horas ou guiada por antibiograma. Casos favoráveis podem completar a
antibioticoterapia em regime ambulatorial após alguns dias de internação (a cefuroxima
via oral é uma alternativa à ceftriaxone). A cefuroxima é uma alternativa terapêutica
nesses casos.
Por fim, lembrar de que a partir de um único episódio de pielonefrite na gravidez está
indicada a profilaxia antibiótica até o parto, podendo ser feita com cefalexina ou
nitrofurantoína. São outras indicações para profilaxia:
Paciente com uma cesárea anterior pode ter parto induzido, mas não pode ser submetida a preparo
de colo farmacológico.
A amniotomia pode ser uma alternativa para indução, mas devemos ter cautela com seu uso em
pacientes com apresentação alta e móvel pelo alto risco de prolapso de cordão. Desse modo, ou
precisamos preparar colo e utilizamos método mecânico devido à cesárea anterior ou vamos partir
para uma indução com ocitocina inicialmente.
Em geral, a conduta é:
Essa dose pode ser repetida por algumas vezes e, antes de administrar cada dose de
misoprostol, avaliam-se novamente as condições cervicais: se o escore de Bishop for > 6
pontos, pode-se então iniciar a infusão de ocitocina IV. Outro método de maturação
cervical é o método de Krause, em que se realiza uma maturação cervical (mecânica)
com balão intracervical, podendo ser utilizada sonda de Foley para tal. Este é o método
de escolha em pacientes com 1 cesárea anterior que terão parto vaginal induzido.
Questão 76
A - Orientar que ela deve evitar uma nova gravidez por ser hipertensa.
Não existe a contraindicação de gestação somente pela hipertensão sem outros comemorativos. A
gestação somente deve ser conduzida como de alto risco e sob maior vigilância.
C - Orientar que ela deve iniciar heparina de baixo peso molecular no primeiro
trimestre a fim de reduzir o risco de trombose.
O risco que devemos nos preocupar, a princípio, é do pré-eclâmpsia, não o de trombose, neste caso.
Comentários:
De acordo com a análise dos fatores de risco, recomenda-se o uso de AAS e cálcio para
profilaxia de pré-eclâmpsia, especialmente buscando evitar as formas graves e precoces
da doença. O Ministério da Saúde recomenda que, diante de um fator de alto risco ou da
combinação de dois fatores de risco moderados, deve-se iniciar a prevenção:
● Ácido acetilsalicílico (AAS) 100 mg/dia, à noite - antes da 16ª semana de gestação
até 36 semanas;
● Cálcio, até o parto (suplementação mínima de 1 g/dia).
Muitas vezes as bancas cobram questão misturando essas medicações com a heparina;
porém a heparina está indicada em pacientes com alto risco tromboembólico, como
aquelas com diagnóstico de Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide prévia ou
tromboembolismo venoso prévio.
Questão 77
Mulher de 24 anos refere atraso menstrual há 8 semanas e, nos últimos dias, vem
apresentando sangramento intermitente. Ao exame ginecológico, apresenta pequena
quantidade de sangue coletada em região de fundo de saco vaginal, ausência de
sangramento ativo e colo uterino fechado. Dosagem de beta-Hcg evidenciou 40000 UI. O
ultrassom demonstrou múltiplas vesículas, e o laudo veio como gestação molar completa.
Nesse caso, é necessário:
Evitamos o uso de misoprostol, além do que o método de escolha nestes casos é o esvaziamento
uterino com aspiração e não a curetagem.
Comentários:
5. Hipertireoidismo;
Antes de prosseguirmos com o esvaziamento uterino, deve ser feita avaliação clínica e
laboratorial. A avaliação clínica consiste de anamnese, exame físico completo e exame
ginecológico. A investigação laboratorial inclui: hemograma; tipagem sanguínea e fator
Rh; detecção quantitativa do β-hCG plasmático; avaliação da função tireoidiana (TSH e T4
livre), sorologia para sífilis e anti-HIV. A maioria dos especialistas recomenda uma
radiografia de tórax pré-esvaziamento uterino, principalmente quando diante de altura
uterina acima de 16cm.
Questão 78
Paciente de 26 anos agenda consulta com ginecologista devido à dor pélvica com duração
de aproximadamente 30 dias. Relata que não tem parceiro fixo e, nos últimos meses,
apresentou relação desprotegida. Ao exame especular, apresenta secreção purulenta
proveniente do colo do útero e, no toque vaginal, dor à mobilização do colo do útero e
anexos. O ultrassom ginecológico não mostrou anormalidades. Para essa paciente, qual
esquema antibiótico é o mais recomendado?
A - Ceftriaxona e amoxicilina.
A amoxicilina possui espectro de ação principalmente contra gram positivos, não sendo suficiente
para tratamento da infecção polimicrobiana da doença inflamatória pélvica.
B - Cefalexina e ciprofloxacino.
A cefalexina é indicada para o tratamento das seguintes infecções quando causadas por cepas
sensíveis dos seguintes microrganismos: Sinusites bacterianas causadas por estreptococos, S.
pneumoniae e Staphylococcus aureus (somente os sensíveis à meticilina). Infecções do trato
respiratório causadas por S. pneumoniae e S. pyogenes. Otite média devida a S. pneumoniae, H.
influenzae, estafilococos, estreptococos e M.catarrhalis. Infecções da pele e tecidos moles
causadas por estafilococos e/ou estreptococos. Infecções ósseas causadas por estafilococos e/ou
P. mirabilis. Infecções do trato geniturinário incluindo prostatite aguda, causadas por E. coli, P.
mirabilis e Klebsiella pneumoniae. Infecções dentárias causadas por estafilococos e/ou
estreptococos.
C - Doxiciclina e azitromicina.
O tratamento ambulatorial para doença inflamatória pélvica pode ser feito com ceftriaxona +
azitromicina, ou apenas doxiciclina isoladamente.
D - Ceftriaxona e azitromicina.
O tratamento ambulatorial preconizado para doença inflamatória pélvica aguda é feito por
Ceftriaxone 1g EV dose única + Azitromicina 1g VO dose única + 1g/sem por 2 semanas.
E - Clindamicina e metronidazol.
Oferece cobertura adequada para anaeróbios, não sendo suficiente para a infecção polimicrobiana
como doença inflamatória pélvica.
Comentários:
A DIP acaba sendo uma doença bastante comum em mulheres jovens com atividade
sexual desprotegida. Está associada a sequelas importantes em longo prazo, como
infertilidade por fator tubário, gravidez ectópica e dor pélvica crônica.
● Adolescência;
● Comportamento sexual (múltiplos parceiros e sexo desprotegido);
● História passada ou atual de IST.
Uso de dispositivos intrauterinos (DIUs) pode representar um risco três a cinco vezes
maior para o desenvolvimento de uma DIP, se a paciente for portadora de cervicite na
época de inserção, sendo esse risco mais relevante nos primeiros 30 dias após inserção
apenas.
1a linha Ambulatorial:
1a linha Hospitalar:
● Abscesso tubo-ovariano;
● Gestação;
● Ausência de resposta clínica 72h após início do tratamento via oral;
● Intolerância aos antibióticos via oral ou dificuldade para seguimento ambulatorial;
● Estado geral grave, vômitos e febre;
● Dificuldade em exclusão de emergência cirúrgica (ex.: apendicite, gravidez
ectópica).
A paciente para qual foi proposto tratamento ambulatorial deverá retornar entre 48-72h
do início do tratamento, pois nesse período é esperado que tenha havido melhora clínica.
Se houver piora do quadro, considere realizar outros exames de imagem, como
ressonância nuclear magnética ou tomografia computadorizada axial, para diagnósticos
diferenciais ou complicações de DIP.
As pacientes que usam DIU não precisam remover o dispositivo. Caso exista indicação, a
remoção deve ser realizada somente após as duas primeiras doses do esquema
terapêutico. Nesses casos, as pacientes devem ser orientadas sobre métodos alternativos
de barreira, como diafragma, preservativo masculino e feminino. As duchas vaginais não
estão recomendadas.
As parcerias sexuais dos últimos dois meses, sintomáticas ou não, devem ser tratadas
empiricamente contra N. gonohrroeae e C. trachomatis.
Todas as mulheres que têm DIP aguda devem ser rastreadas para N. gonorrhoeae e C.
trachomatis e testadas para HIV, sífilis e hepatites virais.
A bexiga hiperativa é uma das causas de perda urinária na mulher e está relacionada à
hiperatividade do músculo detrusor. Sobre esse assunto, é correto afirmar que:
O tratamento cirúrgico com sling transobturatório está indicado para incontinência urinária de
esforço.
Comentários:
A - V – V – V – F.
B - V – F – V – F.
Vide comentário.
C - V – V – F – F.
A sequência correta é V-F-V-F, o gabarito é a alternativa B.
D - F – F – F – V.
E - F – F – V – F.
A sequência correta é V-F-V-F, o gabarito é a alternativa B.
Comentários:
● Fluxo homogêneo;
● pH > 4,5;
● Teste de aminas positivo;
● Presença de mais de 20% de clue-cells no exame microscópico a fresco da
secreção vaginal.
Entretanto, a citologia corada pelo método de Gram, segundo os critérios de Nugent, é
considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de vaginose bacteriana, considerando-se
positivo um escore ≥ 7.
O PH vaginal, nesse caso, será menor que 4,5 - Falso: O pH vaginal na vaginose
bacteriana é alcalino.
José, 55 anos, retorna à UBS para mostrar exames solicitados pelo seu médico da família
após queixar-se de cansaço há alguns meses. Dentre os resultados, tem-se: ferro sérico 45
mcg/dl (VR 60-150 mcg/dl), ferritina 170 ng/ml (VR 10-150 ng/ml) TBIC 200 mcg/dl (VR 250-
360 mcg/dl) e saturação de transferrina 28% (VR 30-40%). Dessa forma, o diagnóstico mais
provável é:
A - Talassemia.
B - Hemocromatose.
Na hemocromatose a saturação de transferrina está elevada.
C - Anemia ferropriva.
E - Anemia megaloblástica.
A anemia megaloblástica não cursa com alterações significativas na cinética do ferro, e uma das
suas principais características é o VCM aumentado, que não foi citado na questão.
Comentários:
Retomando, o enunciado nos fornece que: o ferro sérico está diminuído, a ferritina está
elevada, a TIBC está diminuída, e a saturação de transferrina está diminuída. Desse
modo, analisando-se os valores apresentados, e comparando-os com a tabela, podemos
tirar algumas conclusões.
Questão 82
Dona Marli queixa-se de edema de membros inferiores após iniciar uso de medicamento
para controlar sua pressão arterial e procura atendimento para realizar a troca do remédio,
pois sente-se muito incomodada. O fármaco em questão deve ser:
A - Hidrocloratiazida.
A hidrocloratiazida, um diurético tiazídico, não tem o edema como um de seus efeitos típicos. Um
efeito comum é a depleção de sódio com espoliação de água em excesso, além de outros efeitos,
como a hipocalemia e a hipomagnesemia.
B - Losartana.
A Losartana, um anti-hipertensivo da classe dos antagonistas do receptor de angiotensina, não tem
o edema como efeito típico. O comum é a retenção de potássio no sangue (hipercalemia). Com
menos frequência, pode aparecer também a urticária.
C - Enalapril.
O enalapril pertence à classe dos inibidores da enzima conversora da angiotensina e tem como efeito
colateral clássico a tosse seca. Além disso, pode também causar angioedema e hipercalemia.
D - Anlodipino.
Efeito colateral típico! Conforme mencionado anteriormente.
E - Atenolol.
O atenolol é um medicamento da classe dos beta-bloqueadores e não tem edema como seu efeito
colateral típico. Causa com certa frequência, broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução
atrioventricular e vasoconstrição periférica. Também são perceptíveis sintomas como insônia,
pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual.
Comentários:
Anlodipino: Edema de membros inferiores é o efeito colateral mais comum que vemos
na prática clínica por causa desse fármaco.
Definição
Mecanismo
● Relacionadas com a ação farmacológica: vasodilatação arteriolar que
subsequentemente leva ao aumento da pressão hidrostática na circulação
pré-capilar e ao movimento do fluido da vasculatura capilar para o espaço
intersticial. Além disso, a vasoconstrição postural prejudicada pode contribuir
(efeito gravitacional).
No esquema acima, vemos várias causas de transudato. Nessa questão temos transudato
causado por vasodilatação e efeito da gravidade. Existem outros tipos como obstrução
do fluxo venoso ou por diminuição da pressão osmótica que não fazem parte do escopo
da questão.
Dona Elisa, 50 anos, portadora de transtorno bipolar, retornou para consulta na UBS com
exames laboratoriais relacionados à tireoide alterados após iniciar uso de medicamento.
Nesse caso, o médico da família deve então reavaliar o uso de:
A - Carbonato de lítio.
Além de supressão da tireoide, ainda temos tremor de extremidades, nefrotoxicidade como efeitos
colaterais típicos.
B - Carbamazepina.
Raramente causa alterações tireoideanas. Tontura, nistagmo, taquicardia são os seus maiores
efeitos colaterais.
C - Divalproato de sódio.
Distúrbios visuais, trombocitopenia são efeitos que podem ocorrer com relativa frequência, mas
tireotoxicidade não ocorre de forma típica.
D - Fumarato de quetiapina.
Não possui esse efeito colateral de forma típica. É considerado um efeito colateral típico: boca seca,
tontura e ganho de peso.
E - Haloperidol.
Arritmias pode ocorrer. Distúrbios do sistema nervoso: distúrbios extrapiramidais; hipercinesia
(movimentação excessiva e atípica do corpo e membros) são eventos colaterais comuns. A
alteração tireodeana não é frequente com esse fármaco.
Comentários:
O tratamento, historicamente, inicia com o lítio e ele continua como tratamento, com
evidências mais favoráveis até o momento, na fase de manutenção.
O carbonato de lítio funciona como um estabilizador do humor e ele tem uma influência
no eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireóide que podem ter consequências que exigem
atenção porque pode desencadear a inibição da função da tireoide com prevalência do
hipotireoidismo sintomático e hipotireoidismo subclínico nos pacientes.
Questão 84
Dr. Antonio atende na UBS uma paciente de 34 anos com queixa de poliartralgias a qual
traz resultado de exames que demonstram anemia, linfopatia e fator antinuclear positivo
em títulos altos. Ao fim da consulta, o médico prescreve hidroxicloroquina para ela. Devido
a essa prescrição, Dr. Antonio deve encaminhá-la para avaliação do:
A - Cardiologista.
Existem vários riscos envolvidos inclusive o aumento de intervalo QT, mas na lista de
contraindicações absolutas - incluindo todos os pacientes que se encontrem nesse caso - são
citadas somente alergias graves, idade menor que 6 anos e maculopatias pré-existentes. Os
demais casos dependem de outras avaliações mais detalhadas de forma individualizada.
B - Nefrologista.
Somente em casos especiais com comorbidades ou riscos associados.
C - Hepatologista.
D - Oftalmologista.
Resposta clássica.
E - Hematologista.
Somente casos selecionados.
Comentários:
NA REUMATOLOGIA:
Encaminha-se o paciente ao oftalmologista para avaliar a retina, em especial a mácula.
Pede-se um fundo de olho basal para ver se tem alguma lesão prévia.
Nessa consulta futura é feito OCT (Tomografia de coerência óptica) e, dessa vez, não é
feito fundo de olho basal.
Com doses baixas de até 5 mg/kg/dia, o risco de maculopatia é muito baixo antes de 5
anos, por isso o rastreio só começa com 5 anos de uso.
Questão 85
Jovem de 22 anos apresenta quadro de dores no corpo, febre alta e astenia há 3 dias e seu
exame confirma o diagnóstico de dengue. O médico da UBS, mantendo uma boa
comunicação com o paciente, deve orientá-lo sobre sinais de alerta para dengue
hemorrágica. Assinale a alternativa que contempla tais sinais:
Comentários:
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma
clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. A transmissão se faz pela
picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem.
Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois
de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão mecânica também é possível, quando o
repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro
suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas
secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.
*sangramento de mucosas.
Questão 86
Homem de 44 anos chega para consulta acompanhado da esposa, a qual reclama que ele
ronca muito à noite. Ao final da avaliação, o médico explica que o diagnóstico provável é de
apneia obstrutiva do sono. A orientação do profissional deve ser de que tal condição é fator
de risco para:
A - Sinusopatia.
Os fatores de risco para sinusopatia são alterações anatômicas como desvio de septo, hipertrofia
adenoideana, ou contato com irritantes químicos.
C - Pneumonia.
Doença de causa infecciosa, que não se correlaciona com os dados descritos no enunciado.
D - Asma brônquica.
Os fatores de risco para asma brônquica são histórico familiar, concomitância de outros processos
alérgicos, tabagismo e obesidade.
Comentários:
A questão que exige que o aluno saiba as principais causas de HAS secundária.
Vamos revisar algumas das principais características que podem nos alertar:
Questão 87
Os pais levam Miguel de 8 anos para consulta, pois a diretora da escola disse que ele é
desatento e tem dificuldade em aprender. A conduta inicial do médico da Atenção
Primária nessa situação deve ser:
Encaminhar com diagnóstico solidificado que demande atenção especializada ou após todas as
medidas da APS terem cessado.
B - Avaliar os ambientes familiar e escolar da criança..
O primeiro passo é entender o contexto em que o paciente está inserido.
E - Solicitar eletroencefalograma..
Uma etapa diagnóstica avançada.
Comentários:
Mais que abordar déficits de atenção, essa questão traz os princípios da APS…
# Ver o Miguel da questão além das queixas dos pais/escola. Saber que ele se insere em
um meio social/cultura/economia ok? >>> integralidade.
Comentários:
Questão sobre câncer de pele, que costuma ser um assunto muito cobrado na
dermatologia, mas que também pode surgir na Atenção Primária.
Pode ser dividido em: Carcinoma Basocelular (mais comum), Carcinoma Espinocelular e
Melanoma.
De acordo com Bolognia (2015), a exposição solar intermitente, recreacional, bem como a
localização anatômica possuem importância etiológica no desenvolvimento do CBC.
Este é restrito à pele, contendo unidades pilossebáceas. O fato de CBC comumente se
desenvolverem na face sugere que o sítio anatômico, como, por exemplo, áreas
específicas da pele, contenham elevado número de células-alvo progenitoras. De forma
análoga a outras malignidades, o CBC aparentemente tem capacidade para crescimento
infinito, e a regressão espontânea não é um aspecto provável.
O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula
vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Questão 89
1. Endemia.
2. Epidemia.
3. Pandemia.
4. Surto epidêmico.
5. Incidência.
6. Prevalência.
A - 5 – 3 – 1 – 6 – 2 – 4.
Vide comentário.
B - 5 – 2 – 1 – 3 – 6 – 4.
A segunda sentença refere-se à pandemia e não a uma epidemia.
C - 6 – 4 – 2 – 1 – 5 – 3.
A primeira sentença refere-se à incidência (novos casos) e não a prevalência (total de casos).
D - 6 – 2 – 4 – 1 – 3 – 5.
A primeira sentença refere-se à incidência (novos casos) e não a prevalência (total de casos).
E - 3 – 1 – 4 – 5 – 2 – 6.
A primeira sentença refere-se à incidência (novos casos) e não a pandemia.
Comentários:
O estudo não possui uma intervenção proposital do pesquisador, por isso não é experimental. A
intenção é acompanhar a população, e observar a incidência, registrando os novos casos ao longo
de um ano. O acompanhamento é prospectivo e não retrospectivo, pois o estudo se inicia antes da
data da última observação do paciente.
Comentários:
Coorte: há dois grupos, um exposto e outro não exposto aos fatores de risco de interesse,
todos sem a doença. Esses grupos serão acompanhados ao longo do tempo para
verificar se há incidência mais significativa em um grupo do que no outro. Eles podem
ser prospectivos: a análise começa depois que definida a população e se inicia o
acompanhamento durante o tempo; ou retrospectivo: obtém-se dados do investigado a
partir de prontuários e registros prévios de doença e exposição. Em ambos os casos,
serão comparadas as incidências de determinada doença em expostos e não expostos.
Caso Controle: são incluídos dois grupos semelhantes a partir de uma população em
risco. A diferença entre os grupos é a presença ou ausência de doença. Os pesquisadores
“olham para o passado”, para medir a frequência de exposição a um possível fator de
risco nos dois grupos. Esse tipo de estudo pode ser utilizado quando o fenômeno de
interesse é raro ou de longa duração (crônico). Em geral, o tamanho amostral tende a ser
menor e, consequentemente, exige menos tempo e apresenta baixo custo.
Questão 91
M.J.F., 42 anos, procura UBS com queixa de febre mialgia, cefaleia e dor retrorbital há 2
dias. Relata que, na sua rua, ocorreram vários casos semelhantes nessa semana. Após
diagnosticar o caso de dengue e propor tratamento, cabe aos profissionais da UBS:
Comentários:
A notificação compulsória deve ser realizada por médicos, outros profissionais de saúde
ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao
paciente. Seu uso permite um diagnóstico epidemiológico dinâmico da ocorrência de
um evento na população e serve de subsídio para a definição de estratégias de controle
e prevenção em saúde. Toda notificação deve ocorrer de em situação suspeita ou
confirmada, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
M.F.J., 49 anos, procura atendimento por queixa de dispneia progressiva e nega tabagismo.
Trabalha em vidraçaria desde os 30 anos de idade. O exame de imagem do tórax apresenta
infiltrado micronodular bilateral com predomínio nas zonas pulmonares superiores,
poupando os seios costofrênicos. Qual é o diagnóstico mais provável para esse caso?
A - DPOC.
Paciente nega tabagismo, exposição à lenha, além de ter imagem de tórax incompatível, e não se
informar resultado de espirometria sugestivo, nem clínica com tosse.
B - Asbestose.
A paciente não trabalha com amianto, nem apresenta exame de imagem compatível.
C - Silicose.
A ocupação do paciente em vidraçaria, bem como seu exame de imagem com padrão de infiltrado
micronodular predominante em lobos superiores são característicos.
D - Asma.
Não se refere história de atopia, nem resposta a broncodilatador que pudesse sugerir um quadro
clínico de asma.
Comentários:
Questão 93
Não houve relato de trabalho com soldagem de aço, pigmentos de tinta, bronzeadores ou
galvanoplastia. Caso houvesse contato com cromo, poderiam ocorrer sintomas como queimaduras
de pele, lesão de córnea, efeitos corrosivos no trato gastrointestinal e irritação no trato respiratório.
B - Chumbo.
Necessitaria de contato com fabricação de cerâmicas, materiais de vidro, baterias de automóveis,
encanamentos mineração, indústria petrolífera. Alguns dos sintomas característicos seriam dor
abdominal, além de “linhas de chumbo” na borda gengival e nas placas epifisárias de ossos longos,
anemia, disfunção renal.
C - Benzeno.
É comum em indústrias petroquímicas e siderúrgicas, queima de combustíveis e evaporação de
gasolina. As principais alterações clínicas seriam neurotóxicos como cefaleia, vertigem, perda de
consciência, além de irritação das membranas mucosas do trato respiratório, arritmias e irritação de
olhos e pele.
D - Solventes orgânicos.
Não há menção sobre contato com solventes orgânicos. Além disso, o benzeno, da alternativa
anterior, pode ser considerado um tipo de solvente orgânico.
E - Mercúrio.
O histórico de contato com lâmpadas fluorescentes e a sintomatologia são compatíveis com a
intoxicação por mercúrio.
Comentários:
A intoxicação por mercúrio pode atingir diversos sistemas, e causar sintomas até mesmo
fatais. A principal via de exposição é a inalação de vapores de mercúrio pelo tecido
pulmonar. Esses vapores penetram facilmente a barreira hematoencefálica, e podem
causar efeitos como:
Marcos, 22 anos, HIV positivo, participou de um estudo sobre testes rápidos para HIV e seu
resultado foi o único negativo entre as 50 pessoas soropositivas do estudo, com um total
de 100 participantes. Nesse caso, qual foi a sensibilidade do teste?
A - 96%.
B - 99%.
A sensibilidade do teste é de 98%.
C - 49%.
A sensibilidade do teste é de 98%.
D - 98%.
Vide comentário.
E - 50%.
A sensibilidade do teste é de 98%.
Comentários:
Vale ponderar que os testes diagnósticos podem ter 4 interpretações, duas em que o
teste está correto e duas em que está incorreto, conforme quadro a seguir:
Marcos, única pessoa que vive com HIV com teste negativo entre os 50;
Questão 95
A - Não maleficência.
B - Justiça.
Justiça tem sentido de equidade, o enunciado também não lida com isso.
C - Beneficência..
O texto não se refere a esse princípio.
D - Tolerância.
O texto não descreve nada relacionado e nem é um dos quatro principais princípios bioéticos.
E - Autonomia.
É um direito do paciente!
Comentários:
Princípios bioéticos:
Justificativa:
Questão 96
Paciente, sexo feminino, casada, 53 anos e obesa, procura atendimento médico em UBS
pela primeira vez e relata nunca ter realizado exames de rotina. Sobre o caso, qual conduta
NÃO deve ser tomada?
A - Solicitar TC de abdome.
Não é exame de rotina. Se paciente sem sintomas que justifica, é iatrogenia (oposto da
quaternária) -> homens 65-75 anos, tabagistas.
Comentários:
● Primária: Nesse caso a paciente ainda não está doente, por isso focamos em
prevenir que isso ocorra, através da proteção específica (como a vacinação) e a
promoção à saúde (como alimentação balanceada e atividade física). Na questão
encontramos um exemplo com atualização vacinal;
● Secundária: Nesse tipo foca-se no diagnóstico precoce e, consequentemente, no
tratamento precoce. Na questão encontramos três exemplos: a mamografia, a
citologia e os exames laboratoriais;
● Terciária: Nesse grupo a paciente já perdeu a oportunidade de um diagnóstico
precoce, reabilitando a mesma de forma motora; social ou psicológica. É o que
ocorre nos centros especializados em reabilitação;
● Quartenária: Nesse último grupo evita-se a iatrogenia, através da não prescrição
de medicamentos sem indicação ou solicitando de exames não necessários. Na
questão na alterna “a” vemos um exame em que a paciente não tem indicação.
Questão 97
A - Saturnismo / SINAN.
Não temos sintomas de intoxicação por cromo e o sistema não é de nascidos vivos.
E - Saturnismo / SISVAN.
Cuidado! SISVAN não é de vigilância e sim de nutrição.
Comentários:
Quando falamos sobre saturnismo, lidamos com a intoxicação por chumbo, que por
depender de altas concentrações, na maioria dos casos é encontrado por risco
ocupacional, principalmente em mineradores e siderúrgicos.
Os sintomas vão desde cefaleia e dor abdominal em casos mais agudos até alterações
neurológicas (como mudanças na marcha e desenvolvimento neuropsicomotor atrasado
para a idade).
Questão 98
Gestante, 27 anos, com parto prematuro de 34 semanas gestacionais. Após alta para casa,
evolui com infecção uterina, sepse e tem óbito confirmado 60 dias após o parto. Diante do
exposto, qual é o tipo de morte?
Morte materna é aquela que ocorre por causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre num
período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez.
E - Morte pós-materna.
Conceito equivocado.
Comentários:
Morte materna tardia é a morte por causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre
num período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez (CID096).
Importante salientar que os códigos 096 e 097 (Morte Materna Tardia e Morte por
Sequela de Causa Obstétrica Direta) não são utilizadas para o cálculo, mas todas as
outras classificadas no capítulo XV da CID-10 devem ser usadas.
Método de cálculo:
A taxa de mortalidade materna pode ser utilizada para analisar variações geográficas e
temporais da mortalidade materna, para subsidiar processos de planejamento, gestão e
avaliação de políticas e ações de saúde direcionadas à atenção pré-natal, ao parto e ao
puerpério, para contribuir na avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento
socioeconômico e para realizar comparações internacionais adota-se a definição
tradicional de morte materna (ocorridas até 42 dias após o parto). O conceito de
mortalidade materna tardia é útil para propósitos analíticos nacionais.
Questão 99
Paciente, 50 anos, procura atendimento em UBS próxima a sua residência com queixa de
mal-estar e é acolhido pela equipe de enfermagem, sendo aferida pressão arterial de
160x100mmHg. Nesse caso, o médico da unidade deve:
Realizar atendimento e medicar sem a criação de vínculo. APS se baseia no criação de vínculos.
Princípio da longitudinalidade!
Comentários:
Urgência hipertensiva: Nesse caso o paciente apresenta uma PA igual ou superior a 180 x
110 sem lesões renais, oftalmológicas, cardiovasculares ou outros órgãos. Essa situação
poderá se resolver na própria UBS com uso de anti-hipertensivos orais.
Emergência hipertensiva: Nessa situação temos provável lesão de órgão alvo e, por esse
motivo, o paciente deve ser encaminhado ao hospital de referência.
Questão 100
É um acidente de trabalho.
Comentários:
Definição de acidente de trabalho: Art. 2º Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
● 1ª via ao INSS;
● 2ª via ao segurado ou dependente;
● 3ª via ao sindicato de classe do trabalhador;
● 4ª via à empresa.
Em último lugar: