Divaldo Pereira Franco O Homem Integral
Divaldo Pereira Franco O Homem Integral
Divaldo Pereira Franco O Homem Integral
Franco∙
Pelo∙Espírito:∙
Joanna∙de∙
Ângelis
O
Homem
Integral
2 – Divaldo Pereira Fr anco
O HOMEM INTEGRAL
Psicografada por:
Divaldo Pereira Fr anco
Digitalizada por:
L. Neilmoris
© 2008 – Brasil
www.luzespirita.org
3 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
O
Homem
Integral
Ditada por:
J OANNA DE ÂNGELIS
Psicografada por:
DIVALDO PEREIRA FRANCO
4 – Divaldo Pereira Fr anco
ÍNDICE
O Homem Integral – pág. 6
O Homem Integral
PRIMEIRA PARTE
FATORES DE PERTURBAÇÃO
9 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
1
Fatores de perturbação
2
A rotina
deprimente. O homem repete a ação de ontem com igual intensidade hoje; trabalha
no mesmo labor e recompõe idênticos passos; mantém as mesmas desinteressantes
conversações: retorna ao lar ou busca os repetidos espairecimentos: bar, clube,
televisão, jornal, sexo, com frenético receio da solidão, até alcançar a aposentadoria..
Nesse ínterim, realiza férias programadas, visita lugares que o desagradam,
porém reúnese a outros grupos igualmente tediosos e, quando chega ao denominado
período do gozorepouso, deixase arrastar pela inutilidade agradável, vitimado por
problemas cardíacos, que resultam das pressões largamente sustentadas ou por
neuroses que a monotonia engendra.
O homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e
iniciativas constantes, renovadoras. A sua vida é resultado de bilhões de anos de
transformações celulares, sob o comando do Espírito, que elaborou equipamentos
orgânicos e psíquicos para as respostas evolutivas que a futura perfeição lhe exige.
O trabalho constituilhe estímulo aos valores que lhe dormem latentes,
aguardando despertamento, ampliação, desdobramento.
Deixando que esse potencial permaneça inativo por indolência ou rotina, a
frustração emocional entorpece os sentimentos do ser ou levao à violência, ao
crime, como processo de libertação da masmorra que ele mesmo construiu, nela
encarcerandose.
Subitamente, qual correnteza contida que arrebenta a barragem, rompe os
limites do habitual e dá vazão aos conflitos, aos instintos agressivos, tombando em
processos alucinados de desequilíbrios e choque.
Nesse sentido, os suportes morais e espirituais contribuem para a mudança
da rotina, abrindo espaços mentais e emocionais para o idealismo do amor ao
próximo, da solidariedade, dos serviços de enobrecimento humano.
O homem se deve renovar incessantemente, alterando para melhor os
hábitos e atividades, motivandose para o aprimoramento íntimo, com consequente
movimentação das forças que fomentam o progresso pessoal e comunitário, a
benefício da sociedade em geral.
Face a esse esforço e empenho, o homem interior sobrepõese ao exterior,
social, trabalhado pelos atavismos das repressões e castrações, propondo conceitos
mais dignos de convivência humana, em consonância com as ambições espirituais
que lhe passam a comandar as disposições íntimas.
O excesso de tecnologia, que aparentemente resolveria os problemas
humanos, engendrou novos dramas e conflitos comportamentais, na rotina
degradante, que necessitam ser reexaminados para posterior correção.
O individualismo, que deu ênfase ao enganoso conceito do homem de ferro
e da mulher boneca, objeto de luxo e de inutilidade, cedeu lugar ao coletivismo
consumista, sem identidade, em que os valores obedecem a novos padrões de crítica
e de aceitação para os triunfos imediatos sob os altos preços da destruição do
indivíduo como pessoa racional e livre.
A liberdade custa um alto preço e deve ser conquistada na grande luta que
se trava no cotidiano.
Liberdade de ser e atuar, de ter respeitados os seus valores e opções de
discernir e aplicar, considerando, naturalmente, os códigos éticos e sociais, sem a
13 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
3
A ansiedade
4
Medo
5
Solidão
6
Liberdade
Não se justifica, deste modo, o medo da liberdade, como efeito dos fatores
extrínsecos, que as situações políticas, sociais e econômicas estabelecem como
forma espúria de fazer que sobrevivam as suas instituições, subjugando aqueles que
vencem. O homem que as edifica, dáse conta, um dia, que dominando povos,
grupos, classes ou pessoas também não é livre, escravo, ele próprio, daqueles que
submete aos seus caprichos, mas lhe roubam a opção de viver em liberdade.
Não há liberdade quando se mente, engana, impõe e atraiçoa.
A liberdade é uma atitude perante a vida.
Assim, portanto, só há liberdade quando se ama conscientemente.
26 – Divaldo Pereir a Fr anco
SEGUNDA PARTE
ESTRANHOS RUMOS,
SEGUROS ROTEIROS
27 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
7
Homensaparência
Muitos homens temem ser conhecidos nos seus sentimentos éticos, nos seus
esforços de saudável idealismo, tachados, esses valores, pelos pigmeus morais,
encarcerados no exclusivismo das suas paixões, como sentimentalismos, pieguices,
fraquezas de caráter.
Confundem coragem com impulsividade e força com expressões do poder,
da dominação.
Porque vivem sem liberdade, desdenham os homens livres.
Na consciência profunda está ínsita a verdadeira liberdade, que deve ser
buscada mediante o mergulho no âmago do ser e a reflexão demorada, propiciadora
do autoconhecimento. Em realidade o homem é livre e nasceu para preservar este
estado. Não tem limites a conquista da liberdade, porquanto ele pode, embora não
deva, optar por preservar ou não o corpo, através do suicídio espetacular ou
escamoteado, na recusa consciente ou não de continuar a viver.
Não se decidindo, porém, em preservar esse atributo, sustentando ou
melhorando as estruturas psicológicas, sofre os efeitos do relacionamento social
pressionador, e tomba nos meandros da turbulência dos dias que vive.
Esvaziados de objetivos elevados, os movimentos dos grupos sociais como
dos indivíduos proporcionam a anarquia, que se mascara de liberdade, destacandose
a violência de um lado e o conformismo de outro, sem um relacionamento saudável
entre as criaturas. Dissimulamse os sentimentos para se apresentarem bem,
conforme o figurino vigente, detestandose fraternalmente e vivendo a competição
frenética e desgastante para cada qual alcançar a supremacia no grupo, agradando o
ego atormentado.Apesar de acumularem haveres pregando o existencialismo
comportamental, esses vitoriosos permanecem vazios, sem ideal, sem consciência
ética, mumificados nas ambições e presos aos desejos que nunca satisfazem.
Desencadeiase um distúrbio no conjunto social, que afeta o homem, por
sua vez perturbando mais o grupo, em círculo vicioso, no qual a causa, gerando
efeitos, estes se tornam novas causas de tribulação. Reverter o sistema injusto e
desgastante, no qual se mede e valoriza o homem pelo que tem, e não pelo que é, em
razão do que pode, não do que faz, é o compromisso de todo aquele que é livre.
A desordenada preocupação por adquirir, a qualquer preço, equipamentos,
veículos, objetos da propaganda alucinada; a ansiedade para ser bemvisto e acatado
no meio social; o tormento para vestirse de acordo com a moda exigente; a
inquietação para estar bem informado sobre os temas sem profundidade de cada
momento transtornam o equilíbrio emocional da criatura, arrojandoa aos abismos
da perda da identidade, à desestruturação pessoal, à confusão de valores.
Homensaparência, tornamse quase todos. Calmos ou não, fortes ou fracos,
ricos ou pobres enxameiam num contexto confuso, sem liberdade, no entanto, em
regime político e social de liberdade, atulhados de ferramentas de trabalho como de
lazer, desmotivados e automatistas, sem rumo. Prosseguem, avançando — ou
caminhando em círculo? — desnorteados na grande horizontal das conquistas de
fora, temendo a verticalidade da interiorização realmente libertadora.
29 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
8
Fobia social
9
Ódio e suicídio
10
Mitos
TERCEIRA PARTE
A BUSCA DA REALIDADE
37 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
11
Autodescobrimento
aberta aos valores morais, internos. Ela demonstra a pouca significação de muitas
conquistas materiais, econômicas e sociais diante da inexorabilidade da morte, da
injunção das enfermidades, especialmente as de natureza irreversível, dos golpes
afetivos, por defrontarse desestruturado, sem as resistências necessárias para
suportar as vicissitudes que a todos surpreendem.
O homem possui admiráveis recursos interiores não explorados, que lhe
dormem em potencial, aguardando o desenvolvimento. A sua conquista facultalhe o
autodescobrimento, o encontro com a sua realidade legítima e, por efeito, com as
suas aspirações reais, aquelas que se convertem em suporte de resistência para a
vida, equipandoo com os bens inesgotáveis do espírito.
Necessário recorrer a alguns valores éticos morais, a coragem para decifrar
se, a confiança no êxito, o amor como manifestação elevada, a verdade que está
acima dos caprichos seitistas e grupais, que o pode acalmar sem o acomodar,
tranquilizálo sem o desmotivar para a continuação das buscas.
Conseguida a primeira meta, uma nova se lhe apresenta, e continuamente,
por considerarse o infinito da sabedoria e da Vida.
É do agrado de algumas personalidades neuróticas, fugirem de si mesmas,
ignoraremse ou não saberem dos acontecimentos, a fim de não sofrerem. Ledo
engano! A fuga aturde, a ignorância amedronta, o desconhecido produz ansiedade,
sendo, todos estes, estados de sofrimento.
O parto produz dor, e recompensa com bemestar, ensejando vida.
O autodescobrimento é também um processo de parto, impondo a coragem
para o acontecimento que libera.
Examinar as possibilidades com decisão e enfrentálas sem mecanismos
desculpistas ou de escape, constitui o passo inicial.
Édipo, na tragédia de Sófocles, deseja conhecer a própria origem. Levado
mais pela curiosidade do que pela coragem, ao ser informado que era filho do rei
Laio, a quem matara, casandose com Jocasta, sua mãe, desequilibrase e arranca os
olhos. Cegandose, foge à sua realidade, ao autodescobrimento e perdese, incapaz
de superar a dura verdade.
A verdade é o encontro com o fato que deve ser digerido, de modo a
retificar o processo, quando danoso, ou prosseguir vitalizandoo, para que se o
amplie a benefício geral.
Ignorandose, o homem se mantém inseguro. Evitando aceitar a sua origem
tomba no fracasso, na desdita.
Ademais, a origem do homem é de procedência divina. Remontar aos
pródromos da sua razão com serena decisão de descobrirse, deve serlhe um fator
de estímulo ao tentame. O reforço de coragem para levantarse, quando caía, o
ânimo de prosseguir, se surgem conspirações emocionais que o intimidam, fazem
parte de seu programa de enriquecimento interior.
O autoencontro enseja satisfações estimuladoras, saudáveis. Esse esforço
deve ser acompanhado pela inevitável confiança no êxito, porquanto é ambição
natural do ser pensante investir para ganhar, esforçarse para colher resultados bons.
Certamente, não vem prematuramente o triunfo, nem se torna necessário.
Há ocasião para semear, empreender, e momento outro para colher, ter resposta. O
39 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
que se não deve temer é o atraso dos resultados, perder o estímulo porque os frutos
não se apresentam ou ainda não trazem o agradável sabor esperado.
Repetir o tentame com a lógica dos bons efeitos, conservar o entusiasmo,
são meios eficazes para identificar as próprias possibilidades, sempre maiores
quanto mais aplicadas.
Ao lado do recurso da confiança no êxito, aprofundase o sentimento de
amor, de interesse humano, de participação no grupo social, com resultado em forma
de respeito por si mesmo, de afeição à própria pessoa como ser importante que é no
conjunto geral.
Discutese muito, na atualidade, a questão das conquistas éticas e morais,
intentandose explicar que a falta de sentimento e de amor responde pelos desatinos
que aturdem a sociedade.
Têm razão, aqueles que pensam desta forma. Todavia, parecenos que a
causa mais profunda do problema se encontra na dificuldade do discernimento em
torno dos valores humanos, O questionamento a respeito do que é essencial e do que
é secundário inverteu a ordem das aspirações, confundindo os sentimentos e
transformando a busca das sensações em realização fundamental, relegandose a
plano inferior as expressões da emoção elevada, na qual, o belo, o ético, o nobre se
expressam em forma de amor, que não embrutece nem violenta.
A experiência do amor é essencial ao autodescobrimento, pois que, somente
através dele se rompem as couraças do ego, do primitivismo, predominante ainda em
a natureza humana. O amor se expande como força cocriadora, estimulando todas
as expressões e formas de vida. Possuidor de vitalidade, multiplicaa naquele que o
desenvolve quanto na pessoa a quem se dirige. Energia viva, pulsante, é o próprio
hálito da Vida a sustentála. A sua aquisição exige um bem direcionado esforço que
deflui de uma ação mental equilibrada.
Na incessante busca da unidade, ora pela ciência que tenta chegar à
Causalidade Universal, ou através do mergulho no insondável do ser, podemos
afirmar que os equipamentos que proporcionaram a desintegração do átomo,
complexos e sofisticados, foram conseguidos com menor esforço, em nosso ponto
de vista, do que a força interior necessária para a implosão do ego, em que busque a
plenitude.
A formidanda energia detectada no átomo, propiciadora do progresso,
serviu, no começo, para a guerra, e ainda constitui ameaça destruidora, porque
aqueles que a penetraram, não realizaram uma equivalente aquisição no sentimento,
no amor, que os levaria a pensar mais na humanidade do que em si e nos seus.
Amar tornase um hábito edificante, que leva à renúncia sem frustração, ao
respeito sem submissão humilhante, à compreensão dinâmica, por revelarse uma
experiência de alta magnitude, sempre melhor para quem o exterioriza e dele se
nutre.
Na realização do cometimento afetivo surge o desafio da verdade, que é a
meta seguinte.
Ninguém deterá a verdade, nem a terá absoluta. Não nos referimos somente
à verdade dos fatos que a ciência comprova, mas àquela que os torne verazes:
verdade como veracidade, que depende do grau de amadurecimento da pessoa e da
sua coragem para assumila.
40 – Divaldo Pereir a Fr anco
Quando se trata de uma verdade científica, ela depende, para ser aceita, da
honestidade de quem a apresenta, dos seus valores morais. Indispensável, para tanto,
a probidade de quem a revela, não sendo apenas fruto da cultura ou do intelecto,
porém, de uma alta sensibilidade para percebêla. Defrontamola em pessoas
humildes culturalmente, mas probas, escasseando em indivíduos letrados, porém
hábeis na arte de sofismar.
A verdade faculta ao homem o valor de recomeçar inúmeras vezes a
experiência equivocada até acertála.
Errase tanto por ignorância como pela rebeldia. Na ignorância, mesmo
assim, há sempre uma intuição do que é verdadeiro, face à presença íntima de Deus
no homem. A rebeldia gera a má fé, o que levou Nietzsche a afirmar com certo
azedume: “Errar é covardia!”, face à opção cômoda de quem elege o agradável do
momento, sem o esforço da coragem para lutar pelo que é certo e verdadeiro.
A aquisição da verdade amadurece o homem, que a elege e habituase à sua
força libertadora, pois que, somente há liberdade real, se esta decorre daquela que o
torna humilde e forte, aberto a novas conquistas e a níveis superiores de
entendimento.
41 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
12
Consciência ética
13
Religião e religiosidade
QUARTA PARTE
O HOMEM EM BUSCA
DO ÊXITO
48 – Divaldo Pereir a Fr anco
14
Insegurança e crises
15
Conflitos degenerativos
da sociedade
16
O primeiro lugar e
o homem indispensável
disputando, aprendendo a sua técnica e mais bem equipado do que ele, em condições
de substituílo com vantagens. A sua cegueira não lhes permite enxergar.
Quando o observam, deprimemse, revoltamse contra os limites orgânicos
inexoráveis, utilizandose de artifícios para prosseguirem.
Dãose conta que passaram a ser constrangimento no trabalho, que
pensavam pertencerlhes, lamentandose, queixando “que deram a vida e agora
colhem ingratidão”. Certamente, os homens indispensáveis doaram a vida como
fuga de si mesmos e ofereceramna a um ser sem alma, sem coração, que apenas
objetiva lucros, portanto, insensível, impessoal... Ali, os filhos substituem os pais,
expulsamnos, jovialmente, sob a alegação de que estes merecem o justo repouso, as
viagens de férias que nunca tiveram; aposentamnos. Livram a Empresa deles, de
sua dominação, não mais condizente com os tempos modernos. Eles foram bons e
úteis no começo, não mais agora, quando começam a emperrar a máquina do
progresso, a impedirem, por inadaptação óbvia, o curso do crescimento e
desenvolvimento da entidade...
Assim, chega o momento da realidade para o homem que ocupa o primeiro
lugar, o indispensável. É convidado a solicitar a aposentadoria, quando não é
jubilado sem maior consideração.
Surpreso, dizse em condições de prosseguir. Afirma que ainda é jovem;
quer trabalhar; dispõe de saúde... O silêncio constrangedor adverteo que não há
mais outra alternativa. Ele foi usado como peça de engrenagem empresarial que,
desgastada, deve ser substituída de imediato a benefício geral. Oportunamente, a
benefício da organização, ele tomara a mesma atitude em relação a outros
funcionários, que foram afastados.
A amargura dominao, o ressentimento enfureceo e a frustração,
longamente adiada, assoma e o conduz à depressão. As interrogações sucedemse.
“E agora? Que fazer da vida, do tempo?”
Como não cultivou outros valores, outros interesses, arrojase ao fosso da
autodestruição, egoisticamente, esquecido dos familiares e amigos, afinal, aos quais
nunca deu maior importância nem valorização. Afastase mais do convívio social e,
não raro, suicidase, direta ou indiretamente.
A empresa não lhe sente a falta, prossegue em funcionamento.
Somente quem realizou uma boa estrutura de personalidade, enfrenta com
razoável tranqüilidade o choque de tal natureza, para o qual se preparou, antevendo
o futuro e programandose para enfrentálo, transferindose de uma ação para outra,
de uma empresa para um ideal, de uma máquina para um grupamento humano
respirável, emotivo, pensante.
Ninguém é indispensável em lugar nenhum. O primeiro de agora será
dispensável amanhã, assim como o último de hoje, possivelmente, estará no
comando no futuro. A morte, a cada momento, demonstrao.
A polivalência das aspirações é reflexo de normalidade, de equilíbrio
comportamental, de harmonia da personalidade, convidando o homem a buscar
sempre e mais.
A desincumbência do dever refletelhe o valor moral e a nobreza da sua
consciência. Segurar as rédeas da dominação em suas mãos fortes, denota
insegurança íntima, crise de conduta. O homem tem o dever de abraçar ideais de
57 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
QUINTA PARTE
DOENÇAS CONTEMPORÂNEAS
59 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
17
O conceito de saúde
18
Os comportamentos neuróticos
19
Doenças físicas e mentais
20
A tragédia do cotidiano
porquanto, sem o mito da salvação pela fé, toda essa potencialidade seria canalizada
na direção da agressividade destruidora.
A agressividade salvacionista a que dá lugar, embora os prejuízos éticos e
sociais que engendra, acalma os conteúdos psicológicos desviando os sujeitos dos
crimes que poderiam cometer.
O mito da violência, por sua vez, nascido nos porões do submundo da
miséria sócioeconômicomoral e graças à eclosão das drogas em uso abusivo,
engendra o símbolo da força, do poder, do estrelismo, no campeonato da aventura e
da bravata, exibindo as heranças atávicas da animalidade primitiva ainda
predominante no homem.
Tomase pela força o que deveria ser dado pela fraternidade, através do
equilíbrio da justiça social e dos deveres humanos, em solidário empenho pela
promoção dos indivíduos, dignos de todos os direitos à vida que apenas alguns
desfrutam.
A tragédia do cotidiano se apresenta nas mil faces da violência que se
mescla ao comportamento geral, muitas vezes disfarçandose até em formas de
submissão rebelde e humildadehumilhante, que descarregam suas frustrações
adquiridas ao lado dos mais fortes, no dorso desprotegido dos mais fracos.
Os conteúdos psicológicos, mantenedores do equilíbrio, fragmentamse ao
choque do cotidiano agitado e desestruturam o homem que se asselvaja, ou foge para
a furna sombria da alienação, considerandose incapaz de enfrentar a convivência
difícil do grupo social, igualmente superficial, interesseiro, despreparado para a
conjuntura vigente.
Graças a isso, os indivíduos fracassam ou enfermam, atritam ou debandam
enquanto os crédulos ressuscitam os mitos das velhas crendices de males feitos, de
perseguições da inveja, do ciúme e do despeito, ou arregimentam argumentos
destituídos de lógica para explicarem as ocorrências malsucedidas, danosas...
Certamente, sucedem tais perseguições; buscase o malfazer; campeiam as
paixões inferiores que são pertinentes ao homem, ainda em estágio infantil da sua
evolução, sem que seja mau.
A sua aparente maldade resulta dos instintos agressivos ainda não
superados, que lhe predominam em a natureza animal, em detrimento da sua
natureza espiritual.
Em toda e qualquer tragédia do cotidiano, ressaltam os componentes
psicológicos encarregados da desestruturação do homem, nesse processo de
individuação para adquirir uma consciência equilibrada, capaz de proporcionarlhe
paz, saúde, realização interior, gerando, no grupo social, o equilíbrio entre os
contrários e a satisfação real da convivência não competitiva, no entanto
cooperativa.
68 – Divaldo Pereir a Fr anco
21
O homem moderno
Acumula coisas e valores que não pode usar e teme perder, ampliando o
campo do querer, mais pelo receio de possuir de forma insuficiente, sem darse
conta da necessidade de viver bem consigo mesmo, com a família e os amigos,
participando das maravilhosas concessões da vida que lhe estão ao alcance.
A mensagem de Jesus é uma oportuna advertência para essa busca insana,
quando Ele recomenda que “não se ande, pois, ansioso pelo dia de amanhã, porque o
dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado; ao dia bastam os seus próprios males.
Comedirse, agir com sensatez e tranqüilidade, confiar nos próprios valores
e nas possibilidades latentes são regras que vão ficando esquecidas, a prejuízo da
harmonia pessoal dos indivíduos.
Os interesses competitivos postos em jogo, a aflição por vencer os outros, o
sobreporse às demais pessoas desarticularam as propostas da vitória do homem
sobre si mesmo, da sua realização interior, da sua harmonia diante dos problemas
que enfrenta. As linhas do comportamento alteradas, induzindo ao exterior, devem
agora ser revisadas, sugerindo a conduta para o conhecimento dos valores reais, a
redescoberta do sentido ético da existência, a busca da sua imortalidade.
Quando o homem moderno passar a considerar a própria imortalidade em
face da experiência fugaz do soma, empreenderá a viagem plenificadora de trabalhar
pelos projetos duradouros em detrimento das ilusões temporárias, observando o
futuro e vivendoo desde já, empenhado no programa da sua conscientização
espiritual. Nele se insculpirá , então, o modelo da realização em um ser integral,
destituído do medo da vida e da morte, da sombra e da luz, do transitório e do
permanente, da aparência e da realidade.
70 – Divaldo Pereir a Fr anco
SEXTA PARTE
MATURIDADE PSICOLÓGICA
71 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
22
Mecanismos de evasão
como seus heróis ou seus superiores, porquanto, tudo que elas empreendem se
apresenta coroado de êxito.
Não se dá conta da luta que travam, das renúncias e sacrifícios que se
impõem. Esta parte, não lhe interessa, ficando propositadamente ignorada.
Como efeito crescelhe a área dos conflitos da personalidade, com
predominância da autocompaixão, num esforço egoísta de receber carinho e
assistência, sem a consciência da necessidade de retribuição.
Não lhe amadurecendo os sentimentos da solidariedade e do dever, crêse
merecedor de tudo, em detrimento do esforço de ser útil ao próximo e à comunidade,
esquecendose das falsas necessidades para tornarse elemento de produção em
favor do bem geral.
Instável emocionalmente, ama como fuga, buscando apoio, e transfere para
a pessoa querida as responsabilidades e preocupações que lhe são pertinentes,
tornando o vínculo afetivo insuportável para o eleito.
Outras vezes, a imaturidade psicológica reage pela forma de violência, de
agressividade, decorrentes dos caprichos infantis que a vida, no relacionamento
social, não pode atender.
Uma peculiar insensibilidade emocional domina o indivíduo, que se
desloca, por evasão psicológica, do ambiente e das pessoas com quem convive,
poupandose a aflições e somente considerando os próprios problemas, que o
comovem, ante a frieza que exterioriza quando em relação aos sofrimentos do
próximo.
O homem nasceu para a autorealização, e faz parte do grupo social no qual
se encontra, a fim de promovêlo crescendo com ele. Os problemas devem
constituirlhe meio de desenvolvimento, em razão de seremlhe estímulosdesafios,
sem os quais o tédio se lhe instalaria nos painéis da atividade, desmotivandoo para
a luta.
Desse modo, são parte integrante da estruturação mental e emocional,
responsáveis pelos esforços do próximo e do grupo em conjunto, para a
sobrevivência de todos. O solitário é prejuízo e dano na economia social,
perturbando a coletividade.
Fatores que precedem ao berço, presentes na historiografia do homem,
decorrentes das suas existências anteriores, situamno, no curso dos renascimentos,
em lares e junto aos pais de quem necessita, a fim de superar as dívidas, desenvolver
os recursos que lhe são inerentes e lhe estão adormecidos, dando campo à
fraternidade que deve viger em todos os seus atos.
Assim, cumprelhe libertarse da infância psicológica, mediante as terapias
competentes, que o desalgemam dos condicionamentos perniciosos, ao mesmo
tempo trabalhandolhe a vontade, para assumir as responsabilidades que fazem parte
de cada período do desenvolvimento físico e intelectual da vida.
Partindo de decisões mais simples, o exercício de ações responsáveis, nas
quais o insucesso faz parte dos empreendimentos, o homem deve evitar os
mecanismos de evasão, assim como as justificativas sem sentido, tais: não tenho
culpa, não estou acostumado, nada comigo dá certo, aí ocultando a sua realidade de
aprendiz, para evitar as outras tentativas que certamente se farão coroar de êxitos.
73 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
23
O problema do espaço
24
A reconquista da identidade
25
Ter e ser
26
Observador, observação
e observado
27
O devir psicológico
SÉTIMA PARTE
PLENIFICAÇÃO INTERIOR
87 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
28
Problemas sexuais
29
Relacionamentos perturbadores
30
Manutenção de propósitos
31
Leis cármicas e felicidade
OITAVA PARTE
O HOMEM PERANTE
A CONSCIÊNCIA
97 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
32
Nascimento da consciência
33
Os sofrimentos humanos
34
Recursos para a liberação
dos sofrimentos
35
Meditação e ação
audição de uma página musical, de um enlevo, nos quais apenas frui, sem
questionamento, sem raciocinar. Fruir é banharse por fora e penetrarse por dentro,
simplesmente, desfrutando.
Passado um regular período de alguns anos, por exemplo, a avaliação
patenteará os resultados.
Quais as conquistas obtidas? De que se libertou? Quantas aquisições de
instrumentação para o equilíbrio? Estas questões se revestem de magna significação,
por atestarem o progresso emocional logrado, dispondo a mais amplos
experimentos.
A meditação, portanto, não deve ser um dever imposto, porém, um prazer
conquistado.
Sem a claridade interior para enfrentar os desafios pessoais, o indivíduo
transfereos de uma para outra circunstância, somando frustrações que se convertem
em traumas inconscientes a perturbarem a inteireza da personalidade.
A meditação, no caso em pauta, abre lugar à ação, sendo, ela mesma, uma
ação da vontade, a caminho da movimentação de recursos úteis para quem a utiliza
e, por extensão, para as demais pessoas.
O homem, que se autodescobre, fazse indulgente e as suas se tornam ações
de benevolência, beneficência, amor. O seu espaço íntimo se expande e alcança o
próximo, que alberga na área do seu interesse, modificando para melhor a
convivência e a estrutura psicológica do seu grupo social.
A ação consolida as disposições comportamentais do indivíduo, ora
impregnado pelo idealismo de crescimento emocional, sem perturbações, e social,
sem conflitos de relacionamento.
Em razão da sua identidade transparente, passa a compreender os dilemas e
dificuldades dos outros, cooperando a benefício geral e fazendose mola
propulsionadora do progresso comum.
A ação é o coroamento das disposições íntimas, a materialização do
pensamento nas expressões da forma. Aquela que resulta da meditação é proba, e
tem como objetivos imediatos a transformação do ambiente e do homem, ensejando
lhes recursos que facultam a evolução e a paz.
Assim, o ato de meditar deve ser sucedido pela experiência do viveragir,
porquanto será inútil a mais excelente terapia teórica ao paciente que se recusa, ou
não se resolve aplicála na sua enfermidade.
Tal procedimento, a ação bem vivenciada, faz que o homem se sinta
satisfeito consigo mesmo, o que lhe faculta espontânea alegria de viver,
conhecendose e amadurecendo psicologicamente para a existência.
Caracterizam a conduta de um homem que medita e age, uma mente
bondosa e um coração afável. Vencendo as suas más inclinações adquire sabedoria
para a bondade, evitando as paixões consumidoras. Assim, fazse pacífico e
produtivo, não se aborrecendo, nem brigando, antes harmonizando tudo e todos ao
seu redor.
Essa transformação processase lentamente, e ele se dá conta só após
vencidas as etapas da incerteza e do treinamento.
A ação gentil coroalhe o esforço, nunca lhe permitindo a presença da
amargura, do ódio, do ressentimento e dos seus sequazes...
105 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
Uma das diferenças entre quem medita e aquele que o não faz, é a atitude
mental mediante a qual cada um enfrenta os problemas. O primeiro age com
paciência ante a dificuldade e o segundo reage com desesperação.
Assim, o importante e essencial é dominar a mente, adquirindo o hábito de
ser bom.
106 – Divaldo Per eir a Franco
NONA PARTE
O FUTURO DO HOMEM
107 – O HOMEM INTEGRAL (pelo Espírito J oanna de Ângelis)
36
A morte e seu problema
37
A controvertida comunicação
dos Espíritos
clara, não deixando outra alternativa exceto a sua realidade transcendental, de seres
independentes e desencarnados.
Neste capítulo se enquadram diversas psicopatias, cujas gêneses resultam
de influências espirituais mediante as quais se abre o campo das obsessões,
igualmente conhecidas desde priscas eras com outras denominações. Esta influência
detetéria dos mortos sobre os vivos tem o seu reverso na que se opera graças à
interferência dos anjos, dos serafins, dos santos, dos guias espirituais e familiares de
inegáveis benefícios para a criatura humana, inclusive, na área da preservação e
recuperação da saúde.
Cunhouse, como efeito imediato, o brocardo que assevera que “os mortos
conduzem os vivos”, tal a ingerência que têm aqueles no comportamento destes.
Eliminandose, porém, o exagero, o intercâmbio psíquico e físico se dá com
mais frequência entre eles do que supõem os desinformados. E isto constitui bela
página do Livro da Vida, facultando ao ser pensante a compreensão e certeza da sua
eternidade, bem como ensejando atender as excelentes possibilidades de crescimento
desalienante e a perspectiva de plenitude, fora das conturbações e dos desajustes que
ocorrem no processo de seu amadurecimento psicológico e de seu
autodescobrimento.
A transitoriedade assume a sua preponderância apenas enquanto vige a
existência corporal de grande significação para estruturar a sobrevivência feliz,
delineando as atividades futuras a ressurgirem como culpacastigo, tranquilidade
prêmio, que governam e estatuem os destinos humanos.
A consciência, não se aniquilando através da morte, aprimorase mediante
experiências extrafísicas, que lhe dilatam o campo de aquisição de recursos capazes
de elucidar os enigmas da genialidade e da demência, da lucidez e da idiotia
congênitos.
Este interrelacionamento entre o homem e os Espíritos desenvolvelhe os
sentidos extrafísicos, proporcionandolhe um desdobramento paranormal, no qual a
mediunidade lhe propicia uma vivência real nas duas esferas vibratórias onde a vida
se apresenta.
Portador dessa percepção, embora habitualmente embotada, agigantaselhe
a área de sensibilidade psíquica ao educála, como se lhe entorpece e turbam outros
campos mentais, se a desconsidera ou se não dá conta da sua existência.
O complexo homem é de natureza transcendental, corporificandose na
forma física e dissociandose através da morte, sem surgir de um para outro
momento ao acaso ou desintegrarse sob o capricho de uma fatalidade nefasta,
destruidora.
A Psicologia profunda vai às raízes deste ser resgatandoo do lodo da terra
e erguendoo da lama do sepulcro, para concederlhe a dignidade que merece no
concerto universal, como parte integrante do mesmo.
A única forma de demonstrar e confirmar a imortalidade da alma é
mediante a sua comunicabilidade, o que oferece consolações e esperanças
inimagináveis, por outro lado facultando ao ser humano lutar com estoicismo graças
à meta que o aguarda à frente, enquanto a consumpção, além de desnaturar a vida,
retiralhe todo o sentido, o significado, em razão da sua brevidade, isto sem nos
referirmos aos desenlaces precoces, aos natimortos...
112 – Divaldo Per eir a Franco
38
O modelo organizador biológico
39
A reencarnação
– Fim –
118 – Divaldo Per eir a Franco
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