Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Escola de Educação Física Grupo de Pesquisas em Atividades Aquáticas E Terrestres

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA


GRUPO DE PESQUISAS EM ATIVIDADES AQUÁTICAS E TERRESTRES

COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVAÇÃO MUSCULAR ENTRE OS


EXERCÍCIOS PUXADA PELA FRENTE NO EQUIPAMENTO DE
MUSCULAÇÃO E EM BARRA FIXA EM DUAS INTENSIDADES DISTINTAS

Matheus Giacobbo Guedes

Porto Alegre, dezembro de 2010


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
GRUPO DE PESQUISAS EM ATIVIDADES AQUÁTICAS E TERRESTRES

Matheus Giacobbo Guedes

COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVAÇÃO MUSCULAR ENTRE OS


EXERCÍCIOS PUXADA PELA FRENTE NO EQUIPAMENTO DE
MUSCULAÇÃO E EM BARRA FIXA EM DUAS INTENSIDADES DISTINTAS

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC II

Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel

Porto Alegre, dezembro de 2010


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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, gostaria de agradecer aos meus pais, Jorge Luiz Moita
Guedes e Rosana Giacobbo Guedes, por terem me dado todas as
oportunidades de crescimento humano e profissional, além de todo o amor e
carinho ao longo da vida. Às minhas irmãs, Roberta Giacobbo Guedes e
Michéle Giacobbo Guedes, por estarem sempre presentes e ajudarem de todas
as formas quando necessário. Amo todos vocês!
Um agradecimento mais que especial à minha noiva, Juliani Gonçalves
Martins, por todo o amor, companheirismo e dedicação dados ao longo da
nossa relação. Por ter me dado a graça de ser pai, momento único e
inesquecível em minha vida, e pela paciência nos momentos de ausência neste
último semestre. Vocês são tudo na minha vida!
Ao professor Dr. Luiz Fernando Martins Kruel, pela orientação e todas as
oportunidades de crescimento e conhecimento ao longo dos anos de
graduação. Ao professor Ms. Rodrigo Ferrari da Silva pela co-orientação e
ajuda na elaboração e desenvolvimento do trabalho.
Ao professor Dr. Ronei Silveira Pinto, que além de avaliador, teve papel
fundamental no desenvolvimento deste trabalho e na minha formação
acadêmica, além de todo conhecimento proporcionado ao longo de mais de um
ano acompanhando sua disciplina na graduação.
Agradeço aos sujeitos voluntários que tornaram possível a realização do
projeto e aos colegas e amigos Eurico, Régis e Cleiton que proporcionaram o
desenvolvimento do mesmo. Também à professora Ms. Stephanie Santana
Pinto pela ajuda essencial neste trabalho.
Por fim, a todos integrantes do GPAT, colegas e familiares que foram
importantes na minha formação, obrigado.
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RESUMO

COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVAÇÃO MUSCULAR ENTRE OS


EXERCÍCIOS PUXADA PELA FRENTE NO EQUIPAMENTO E EM BARRA
FIXA EM DUAS INTENSIDADES DISTINTAS

Autor: Matheus Giacobbo Guedes


Orientador: professor Dr. Luiz Fernando Martins Kruel

A correta prescrição e acompanhamento do treinamento de força (TF) passa


pela apropriada análise e definição de inúmeras variáveis que são
determinantes para que os resultados sejam satisfatórios. Entre elas, a seleção
dos exercícios durante os diferentes ciclos de treinamento se mostra de
essencial importância, pois a partir dela é possível determinar a especificidade
de cada exercício, a sobrecarga (a partir da exigência muscular) e a
variabilidade de estímulos (também a partir da exigência muscular). Assim,
existe a necessidade de que seja claramente definida a participação muscular
e o nível de ativação dos músculos nos diferentes exercícios do TF. A partir
disso, é possível ordenar ou comparar os exercícios de acordo com a sua
exigência muscular, facilitando o processo de seleção dos exercícios no
programa de treinamento. Segundo revisão bibliográfica feita no projeto,
inexistem comparações ou comprovações científicas de diferenças entre a
execução do exercício puxada frontal realizado em barra fixa e em aparelho de
força, sendo este exercício bastante utilizado em rotinas de treinamento e
testes de esforço físico. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a
participação muscular através da eletromiografia (EMG) de superfície, dos
principais músculos superficiais ativados nos exercícios de puxada em barra
fixa e no equipamento de musculação (latíssimo do dorso, bíceps braquial,
braquiorradial, peitoral maior esternocostal) nas intensidades de 5 e 10
repetições máximas (RMs). Participaram do estudo 6 homens voluntários,
saudáveis e que conseguissem realizar no mínimo 10 flexões em barra fixa
com o seu peso corporal. Eles foram avaliados quanto à ativação do sinal EMG
nos dois exercícios e intensidades propostos. Os sinais EMG foram
normalizados segundo sua ativação (em valores RMS) obtidas em contrações
5

isométricas voluntárias máximas de flexão do cotovelo e adução de ombro, e a


carga de cada exercício foi relativa à 5RMs e 10RMs. Para a comparação do
nível de ativação muscular nos diferentes exercícios e intensidades foi utilizado
o teste ANOVA de dois fatores (exercício X intensidade) com medidas
repetidas. Os resultados apresentaram aumento significativo (p < 0,05) da
atividade EMG apenas para o músculo peitoral maior esternocostal quando
realizado em barra fixa. A partir disso, pode-se sugerir, para uma ativação mais
efetiva dos adutores de ombro, a execução da puxada frontal em barra fixa,
uma vez que a ativação do latíssimo do dorso se mantém de forma similar em
comparação à máquina e a ativação do peitoral maior esternocostal é mais
elevada neste movimento.

Palavras-chave: eletromiografia de superfície, ativação muscular, exercícios


de força.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Autor: Matheus Giacobbo Guedes
Orientador: professor Dr. Luiz Fernando Martins Kruel
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7
1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA ........................................................................ 7
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................. 10
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................. 10
1.2.2 Objetivos específicos...................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 11
2.1 TREINAMENTO DE FORÇA .......................................................................... 11
2.2 ELETROMIOGRAFIA E EXERCÍCIOS DE FORÇA............................................... 13
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................. 18
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................... 18
3.1.1 Critérios de seleção ........................................................................ 19
3.2 VARIÁVEIS ............................................................................................... 19
3.2.1 Variáveis independentes ................................................................ 19
3.2.2 Variável dependente....................................................................... 19
3.2.3 Variáveis de caracterização da amostra ......................................... 19
3.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ................................................. 20
3.3.1 Caracterização e CIVM .................................................................. 20
3.3.2 Testes de 5RMs e 10RMs .............................................................. 20
3.3.3 Coleta do sinal eletromiográfico (EMG 1 e 2) ................................. 21
3.4 PROTOCOLOS .......................................................................................... 21
3.4.1 Contração isométrica voluntária máxima (CIVM) ........................... 21
3.4.2 Testes de 5RMs e 10RMs .............................................................. 22
3.4.3 Coleta do sinal eletromiográfico (EMG) .......................................... 22
3.4.4 Desenho experimental.................................................................... 24
3.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO ....................................................................... 25
4 RESULTADOS ......................................................................................... 26
4.1 LATÍSSIMO DO DORSO ............................................................................... 26
4.2 PEITORAL MAIOR ESTERNOCOSTAL ............................................................ 27
4.3 BÍCEPS BRAQUIAL..................................................................................... 27
4.4 BRAQUIORRADIAL ..................................................................................... 27
5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ............................................................... 29
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 32
7 ANEXOS ................................................................................................... 38
7

1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa e problema


A busca crescente pelo treinamento de força (TF) tem estimulado os
pesquisadores a estudar os benefícios e as formas de controle e prescrição
dos treinamentos para a obtenção dos efeitos desejados (BAECHLE e
GROVES, 2000). Os benefícios adquiridos com a prática regular dos exercícios
de força (EF), tais como aumentos na força e resistência muscular, aumento de
massa magra e melhoria do estado funcional, tem atraído indivíduos e
motivado pesquisas com diversas faixas etárias (FLECK e KRAEMER, 2006).
Dessa forma, a correta prescrição e acompanhamento do treinamento passa
pela apropriada análise e definição de algumas variáveis que são
determinantes para que os resultados sejam satisfatórios (FLECK e
KRAEMER, 2006).
Kraemer (1983) propõe cinco principais variáveis, denominadas
variáveis agudas, cuja manipulação possibilita a organização adequada das
sessões de treino e é indispensável para o efetivo controle da evolução dos
ciclos de treino. São elas: seleção dos exercícios, ordem dos exercícios,
intensidade (sobrecarga), número de séries, número de repetições e períodos
de recuperação entre as séries e exercícios.
Dessa forma, a seleção dos exercícios durante os diferentes ciclos de
treinamento se mostra de essencial importância, pois a partir dela é possível
determinar a especificidade de cada exercício (mono ou multiarticulares), a
sobrecarga (a partir da exigência muscular) e a variabilidade de estímulos
(também a partir da exigência muscular). Assim, existe a necessidade de que
seja claramente definida a participação muscular e o nível de ativação dos
músculos nos diferentes exercícios de treinamento de força. A partir disso será
possível ordenar ou comparar os exercícios de acordo com a sua exigência
muscular, facilitando o processo de seleção dos exercícios no programa de
treinamento.
Uma das ferramentas que tem sido bastante utilizada para avaliar a
participação muscular em diferentes exercícios de força é a eletromiografia
(EMG). A EMG é uma técnica experimental que aborda o desenvolvimento, a
gravação e a análise de sinais mioelétricos, representando a atividade elétrica
8

do músculo (BASMAJIAN e DELUCA, 1985; CORREIA e MIL-HOMENS, 2004).


A forma mais freqüente de uso desta técnica em estudos que avaliam a
participação muscular em exercícios de força é a EMG de superfície, na qual
são utilizados eletrodos posicionados nos músculos. A utilização da EMG de
superfície tem maior incidência nas pesquisas em virtude de ser de fácil
execução, não ser uma técnica invasiva e permitir a aquisição do potencial
elétrico de músculos específicos (DE LUCA, 1997; CORREIA e MIL-HOMENS,
2004).
São vários os trabalhos encontrados analisando a participação muscular
em diferentes exercícios de força (EBBEN et al., 2009; DA SILVA et al., 2008;
NORWOOD et al., 2007; SANTANA et al., 2007; COGLEY et al., 2005;
LEHMAN et al., 2005; STERNLICHT et al., 2005; WELSCH et al., 2005,
ESCAMILLA et al., 2001). As variações de exercícios multiarticulares são alvo
de diversos estudos, sendo analisada a influência de diferentes variações na
participação sinérgica muscular. Barnett e Kippers (1995) encontraram uma
maior participação do peitoral maior (esternocostal) no exercício supino
realizado na horizontal quando comparado à posição declinada do banco. Além
disso, o peitoral maior (clavicular) apresentou maior ativação quando o
exercício foi realizado inclinado em relação às posições horizontal e declinada.
Outro exercício bastante utilizado nos treinamentos de força e que tem
sido explorado em alguns estudos é a puxada frontal ou dorsal (SIGNORELI et
al., 2002; LEHMAN et al., 2004; HANDA et al., 2005; CARPENTER et al.,
2007). Este exercício envolve as articulações do ombro e cotovelo, sendo seus
motores primários o latíssimo do dorso, peitoral maior (porção esternocostal,
redondo maior, bíceps braquial, braquial e braquiorradial (LIMA e PINTO,
2006). O treinamento do latíssimo do dorso é considerado a parte mais
importante em vários programas de treinamento de força sendo também seus
exercícios defendidos por promover equilíbrio muscular para região do peito e
dos ombros (LEHMAN et al., 2004). Signoreli et al. (2002) investigaram a
influência de diferentes pegadas na barra durante a puxada no latíssimo do
dorso, e encontraram uma maior participação dessa musculatura quando o
exercício foi realizado com pegada supinada aberta em comparação às
pegadas supinada fechada e, pronada aberta e fechada. Em outro estudo,
Carpenter et al. (2007) não encontraram diferenças de ativação no bíceps
9

braquial e no latíssimo do dorso durante a puxada por trás e pela frente da


cabeça, tendo apenas o músculo trapézio apresentado maior participação na
puxada por trás com velocidade de execução controlada.
Apesar de alguns estudos terem voltado sua atenção às variações de
pegada e execução do exercício de puxada, não foi abordada a possibilidade
do mesmo ser realizado com barra fixa ao invés do aparelho. A puxada na
barra fixa pode ser utilizada como um teste confiável (KOLLATH et al., 1991;
SILVA e GOMES, 1999) e válido (SILVA et al., 1999) para mensurar a força
muscular relativa de membros superiores, podendo também ser utilizada como
atividade física para o desenvolvimento de força muscular nos programas de
aptidão física para colegiais (COTTEN, 1990; PATE et al., 1993; SALLIS et al.,
1993) e desportistas (FORD et al., 1983; GRANT et al., 1996; LEGG et al.,
1997). De execução fácil e de custo econômico baixo, a puxada na barra é
também utilizada por militares e em diversas provas de capacidade física
realizadas em concursos para a avaliação da força muscular relativa de
membros superiores (SILVA et al., 2003; MARTINS et al., 2004).
Tendo em vista a vasta utilização tanto em treinamentos como em
formas de avaliação do exercício puxada em barra fixa e a inexistência de
comparações ou comprovações científicas de diferenças entre esta execução e
utilizando o equipamento, o presente estudo pretende responder o seguinte
questionamento:

Existe diferença na ativação dos grupos musculares trabalhados no exercício


de puxada em barra fixa e no aparelho de musculação nas intensidades de
5RMs e 10RMs?
10

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral


Avaliar e comparar a participação muscular através da EMG de
superfície, dos principais músculos superficiais ativados nos exercícios de
puxada em barra fixa e no equipamento de musculação (latíssimo do dorso,
bíceps braquial, braquiorradial, peitoral maior esternocostal) nas intensidades
de 5 e 10 repetições máximas.

1.2.2 Objetivos específicos


• Avaliar e comparar o nível de ativação muscular dos músculos
latíssimo do dorso, bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior
esternocostal entre os exercícios puxada em barra fixa e em aparelho para
uma intensidade de 10 repetições máximas (10RMs) ;
• Avaliar e comparar o nível de ativação muscular dos músculos
latíssimo do dorso, bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior
esternocostal entre os exercícios puxada em barra fixa e em aparelho para
uma intensidade de 5 repetições máximas (5RMs);
• Comparar o nível de ativação muscular dos músculos latíssimo do
dorso, bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior esternocostal no
exercício puxada em barra fixa entre as intensidades de 5RMs e 10RMs;
• Comparar o nível de ativação muscular dos músculos latíssimo do
dorso, bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior esternocostal no
exercício puxada no aparelho de musculação entre as intensidades de 5RMs e
10RMs;
11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Treinamento de força


Segundo Badillo e Ayestarán (2001), a força, no âmbito esportivo,
poderia ser definida como a tensão máxima manifestada pelo músculo ou
conjunto de grupos musculares a uma determinada velocidade. O treinamento
de força visa o aprimoramento de suas diferentes manifestações: força
máxima, força rápida (potência) e força resistente. A força máxima representa
a maior força disponível que o sistema neuromuscular pode mobilizar através
de uma contração voluntária máxima (WEINECK, 1999). A força rápida ou
potência está associada à aplicação funcional da força e da velocidade
(WILMORE e COSTILL, 2001), compreendendo a capacidade do sistema
neuromuscular de movimentar uma determinada carga com uma velocidade
máxima (WEINECK, 1999). A força resistente ou resistência de força é
entendida como a capacidade do músculo de trabalhar repetidamente com
cargas moderadas por um período longo de tempo (BAECHLE e GROVES,
2000).
Diversos benefícios e adaptações crônicas provocadas pelo TF têm sido
demonstrados na literatura (DESCHENES e KRAEMER, 2002). Incrementos na
força e resistência muscular, aumentos de massa magra, diminuição da
gordura corporal, melhoria do desempenho físico em atividades esportivas e da
vida diária, tem atraído indivíduos e motivado pesquisas com diversas faixas
etárias (BRENTANO et al., 2008; FAIGENBAUM et al., 2001; RHEA et al.,
2002). Para promover tais adaptações, várias modalidades de TF (ex.:
dinâmico, isométrico, isocinético) podem ser utilizadas, bem como a utilização
de diferentes sistemas de treinamento (combinação de séries, repetições e
cargas).
As adaptações de força podem ocorrer por dois fatores:
neuromusculares e morfológicos. Segundo Fleck e Kraemer (2006), os rápidos
incrementos iniciais da força devido ao treinamento parecem ser mediados por
fatores neurais. Tais fatores estão relacionados aos seguintes processos:
aumento da função neural do músculo (taxa de disparo e recrutamento),
aumento da sincronização das unidades motoras, redução da ativação de
12

antagonistas, coordenação de todas as unidades motoras e dos músculos


envolvidos no movimento e inibição dos mecanismos musculares protetores
(ex.: órgãos tendinosos de Golgi). Os fatores morfológicos têm sido observados
pelo tamanho muscular aumentado dos indivíduos treinados em força e tem
sido atribuído à hipertrofia das fibras musculares existentes. Esse aumento na
área de secção transversa das fibras musculares é atribuído à elevação do
número de filamentos de actina e miosina, e a uma adição de sarcômeros
dentro das fibras musculares existentes, sendo as fibras do tipo II mais
responsivas a hipertrofia.
Häkkinen e Häkkinen (1995), utilizando homens e mulheres de meia
idade e idosos treinados por 12 semanas com intensidades entre 30% e 80%
da força máxima, demonstraram as possíveis adaptações neurais e
morfológicas decorrentes do TF. Os indivíduos obtiveram aumentos
significativos na força muscular (torque) em média de 76%, além de terem sido
observados aumentos significativos em todos os grupos no sinal EMG dos
músculos treinados, principalmente nas primeiras quatro a oito semanas. Foi
observado ainda, aumento significativo na área de secção transversa do
quadríceps femoral, bem como na força máxima relativa à área muscular em
todos os grupos após 12 semanas, sugerindo que adaptações neurais e
morfológicas foram responsáveis pelo aumento na força muscular.
Para assegurar a correta prescrição e conseqüentemente atingir os
objetivos propostos, o planejamento do programa de TF deve manipular
diferentes variáveis que combinadas provoquem os benefícios pretendidos.
Segundo Kraemer e Ratamess (2004), as variáveis agudas do TF a serem
controladas são: a ação muscular utilizada (tipos de contrações), a carga
utilizada (intensidade do treinamento), o volume do treino (número de
repetições e séries), a seleção dos exercícios, a seqüência dos exercícios, o
tempo de intervalo entre as séries, a velocidade das repetições e a freqüência
de treinamento. Ainda, segundo Tan (1999), após escolhido o exercício, as
demais variáveis podem ser agrupadas em dois grandes grupos: as
relacionadas à intensidade (a carga utilizada, o tipo de contração, a velocidade
das contrações, o tempo de intervalo entre as séries, a ordem dos exercícios e
o número de sessões por dia) e as relacionadas ao volume (o número de
repetições por séries, o número de séries e a freqüência semanal de
13

treinamento). A combinação e manipulação destas variáveis ao longo do


período de treinamento definirão a periodização de treinamento.

2.2 Eletromiografia e exercícios de força


A EMG consiste na coleta, processamento e posterior quantificação da
atividade elétrica desenvolvida num músculo a partir da estimulação voluntária
ou involuntária de um conjunto de unidades motoras específicas
(SODERBERG E KNUTSON, 2000).
A entrada de uma fibra muscular em ação é sempre precedida de uma
corrente eletroquímica que percorre sua membrana. Na propagação da
despolarização da membrana provocada pelo potencial de ação que gerará a
contração muscular, cria-se uma diferença de potencial entre zonas ativas e
inativas no sarcolema. Essa diferença de potencial produz, devido às
propriedades condutoras dos meios biológicos, uma corrente que se difunde e
que pode ser detectada e registrada através dos eletrodos. O potencial
recolhido pela EMG de superfície não é o verdadeiro PA muscular e sim um
fenômeno elétrico consecutivo à sua passagem (CORREIA e MIL-HOMENS,
2004).
A EMG tem sido utilizada como um recurso relacionado a intervenções
clínicas (funções e disfunções musculares), bem como no controle das
adaptações decorrentes do treino físico, sobretudo de força muscular pelo
aumento da amplitude do sinal pós treinamento (HÄKKINEN et al., 2001). O
uso da EMG como ferramenta para avaliar a participação muscular em
diferentes exercícios de força tem motivado diversos estudos nas últimas
décadas, devido sua importância no planejamento de treinamentos mais
eficientes (EBBEN et al., 2009; DA SILVA et al., 2008; NORWOOD et al., 2007;
SANTANA et al., 2007; COGLEY et al., 2005; LEHMAN et al., 2005;
STERNLICHT et al., 2005; WELSCH et al., 2005, ESCAMILLA et al., 2001).
Nesta perspectiva, são avaliadas alterações na participação dos grupos
musculares com variações no mesmo exercício de força utilizados
(CARPENTER et al., 2007; CLEMONS e AARON, 1997; MCCAW e FRIDAY,
1994; SIGNORILE et al., 1995) ou a participação de uma mesma musculatura
14

em diferentes exercícios (EBBEN e JENSEN, 2002; SIGNORILE et al., 1994;


WRIGHT et al., 1999).
Vários pesquisadores estudaram os efeitos de variações do exercício de
agachamento em diversas publicações (MALDONADO et al., 2008; YOUDAS
et al., 2007; EBBEN e JENSEN, 2002; BOYDEN et al., 2000; CATERISANO et
al., 2000; SIGNORILE et al., 1994 e 1995). A natureza multiarticular e a grande
capacidade de transferência funcional para atividades diárias têm incentivado a
análise deste exercício. Caterisano et al. (2002) avaliaram a ativação de 4
músculos (vasto medial, vasto lateral, bíceps femural e glúteo máximo) durante
três amplitudes de agachamento (parcial, paralela ao solo e profundo). Os
testes indicam diferenças significativas (p<0,05) na contribuição relativa do
glúteo máximo durante a fase concêntrica entre as amplitudes parcial (16,9%),
paralela ao solo (28,0%) e profundo (35,4%). Não houve diferença significativa
na participação relativa do bíceps femural, vasto medial e vasto lateral nas
diferentes amplitudes de execução do exercício. Esses resultados sugerem que
o glúteo máximo, mais do que o bíceps femural, vasto lateral e vasto medial se
torna mais ativo quanto maior é a profundidade do agachamento.
Boyden et al. (2000), avaliaram a influência da posição dos pés durante
a execução do agachamento nos músculos da coxa (vasto lateral, vasto medial
e reto femural). Foram testadas 4 posições dos pés: com 10° de rotação
interna, posição neutra, 10° de rotação externa e 20° de rotação externa. Os
testes foram realizados com cargas correspondentes a 65% e 75% de 1RM. Os
resultados indicam que as rotações dos pés nestas posições não influenciam a
média e o pico de atividade EMG durante a atividade. Assim, a prática de
adotar a rotação das pernas para priorizar o trabalho de determinada
musculatura da coxa não é suportada.
Em outra perspectiva, Signorile et al. (1994) compararam a ativação
muscular do vasto medial e do vasto lateral entre o exercício de agachamento
e de extensão de joelhos. As comparações entre os exercícios foram
realizadas durante a execução de 10 repetições máximas separadas por 15
minutos entre elas. Não foram encontradas diferenças significativas no valor
RMS da EMG para o vasto lateral e o vasto medial durante os exercícios. O
agachamento promoveu maior atividade elétrica do que a extensão de joelhos
em ambos os músculos (p<0,05). Segundo os autores, este resultado
15

questiona o papel da extensão de joelhos como exercício complementar ao


agachamento.
Diversos estudos analisaram diferenças de ativação muscular no
exercício supino, um exercício multiarticular utilizado em grande parte dos
treinamentos de força para membros superiores (NORWOOD et al., 2007;
SANTANA et al., 2007; COGLEY et al., 2005; LEHMAN et al., 2005; WELSCH
et al., 2005; CLEMONS e AARON, 1997; GLASS e ARMSTRONG, 1997;
BARNETT et al., 1995). Barnett et al. (1995), investigaram os efeitos da
variação de inclinação do banco de supino (horizontal, inclinado, declinado e
vertical) na atividade muscular de cinco músculos que agem sobre o ombro
(peitoral maior esternocostal, peitoral maior clavicular, deltóide anterior, cabeça
longa do tríceps e latíssimo do dorso). O peitoral maior esternocostal foi mais
ativo durante a posição horizontal comparada à posição declinada. Também, o
peitoral maior clavicular foi menos ativo durante a execução inclinada e não foi
mais ativo durante o inclinado comparado ao horizontal. O deltóide anterior não
apresentou diferenças de acordo com o aumento da inclinação. A cabeça longa
do tríceps foi mais ativa durante o declinado e horizontal em comparação às
outras duas posições. O latíssimo do dorso exibiu baixa atividade em todas as
condições (todos com p<0,05).
Welsch et al. (2005) analisaram a participação do peitoral maior e do
deltóide anterior na execução do supino utilizando barra e halteres, e também
no exercício crucifixo. Os autores não encontraram diferença nos padrões de
ativação da musculatura utilizada entre os exercícios, tendo apenas o exercício
crucifixo apresentado menor tempo de ativação durante a execução (p<0,05).
Outro exercício multiarticular para membros superiores bastante utilizado
nos programas de treinamento, que tem muita importância em testes de força
para membros superiores, e que não recebe tanta atenção da literatura é a
puxada (SIGNORELI et al., 2002; LEHMAN et al., 2004; HANDA et al., 2005;
CARPENTER et al., 2007). Carpenter et al. (2007), compararam a atividade
eletromiográfica entre dois tipos do exercício puxada: puxada por trás da
cabeça e puxada pela frente da cabeça. Foram examinadas as atividades dos
músculos bíceps braquial, tríceps, latíssimos do dorso, trapézio e peitoral em
três condições: cadenciado a 80% de 1RM (CT80), sem cadência a 80% de
1RM (SCT80) e sem cadência a 70% de 1RM (SCT70). Os resultados sugerem
16

diferença significativa apenas para o músculo trapézio na condição CT80,


realizando a puxada por trás. Para todos os outros músculos, em qualquer
condição, cadência ou intensidade, não foi encontrada diferença significativa.
Conclui-se, assim, que a puxada por trás se mostrou com leve superioridade na
ativação elétrica para quase todos os músculos, porém apenas o trapézio
apresentou diferença significativa (p<0,05) em uma das condições.
Em outro estudo, Lehman et al. (2004) determinaram o nível de ativação
muscular, expressa como percentual da contração de normalização, do
latíssimo do dorso, bíceps braquial e trapézio transverso durante quatro
exercícios: puxada com pegada aberta, puxada com pegada supinada, remada
com adução das escápulas e remada sem adução das escápulas. Os
resultados mostraram que a atividade do latíssimo do dorso foi maior durante a
remada com adução da escápula do que na puxada com pegada aberta ou
supinada. O nível de adução da escápula não influenciou a atividade do
latíssimo do dorso. O nível de ativação do bíceps braquial foi o mesmo durante
todos os exercícios. A adução das escápulas também não influenciou o nível
de ativação do trapézio transverso. No entanto, a execução da remada sem
adução das escápulas resultou em aumento da atividade muscular quando
comparada com a puxada supinada. Dessa forma, as variações nos exercícios
cujo latíssimo do dorso é o principal músculo ativado são capazes de produzir
pequenas alterações na atividade da musculatura secundária durante sua
realização.
Signorile et al. (2002), investigaram os efeitos de diferentes posições
das mãos (pegadas) na atividade EMG de 5 músculos responsáveis por
movimentos do ombro durante o exercício de puxada. Foi utilizada a pegada
fechada, a supinada, a aberta frontal e a aberta posterior, e avaliados os
músculos: latíssimo do dorso, peitoral maior, deltóide posterior, redondo maior
e cabeça longa do tríceps. Durante a fase concêntrica do movimento o valor
normalizado do latíssimo do dorso foi maior na pegada frontal aberta em
comparação às demais. Para a cabeça longa do tríceps, a pegada aberta
anterior apresentou maior atividade EMG entre todas, e a pegada aberta
posterior apresentou maior atividade EMG do que a supinada e a fechada. O
deltóide posterior e o peitoral maior apresentaram respostas similares, sendo a
atividade EMG significativamente menor na pegada aberta posterior. Durante a
17

fase excêntrica, o latíssimo do dorso obteve maior ativação na pegada aberta


anterior, enquanto a pegada aberta posterior apresentou maior nível de
ativação do que a pegada fechada. O nível de ativação da cabeça longa do
tríceps mostrou maior atividade na pegada aberta anterior do que a supinada e
a fechada. E, para o deltóide posterior, a pegada fechada obteve maior nível de
ativação comparada às duas pegadas abertas. Esses resultados indicam que
as alterações na posição das mãos afetam a atividade dos músculos
envolvidos no exercício de puxada, no entanto nenhuma das posições foi
realizada em barra fixa. Além disso, a realização do exercício de puxada com
pegada aberta frontal produz maior atividade EMG do latíssimo dorsal do que
qualquer outra posição durante as duas fases do movimento.
18

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 População e amostra


A população foi constituída de indivíduos não atletas do sexo masculino
com idade entre 18 e 30 anos praticantes de musculação a pelo menos 6
meses. A divulgação para a seleção da amostra ocorreu por meio de cartazes
e anúncios colocados em academias de grande circulação da cidade de Porto
Alegre e na Escola de Educação Física da UFRGS. Aos indivíduos que
estivessem aptos e apresentassem interesse em participar do estudo foi feito
contato telefônico pelo autor para esclarecimentos sobre os procedimentos e
análises que foram realizadas, bem como a marcação dos dias dos testes.
A amostra foi composta por 6 homens voluntários, saudáveis
(questionário de QPAF (Nahas, 2003, ANEXO 2)) e que conseguiam realizar no
mínimo 10 flexões em barra fixa com o seu peso corporal. O cálculo do “n”
amostral foi realizado tendo como base os estudos de Signorille et al. (2002),
Lehman et al. (2004) e Carpenter et al. (2007), que utilizaram exercícios e
comparações semelhantes ao deste estudo. Foi adotado um nível de
significância de 0,05, um poder de 90% para ambos os estudos enquanto que
um coeficiente de correlação de 0,8 para as variáveis de atividade
eletromiográfica muscular, sendo obtido um “n” de 16 indivíduos que realizarão
os dois exercícios nas duas intensidades propostas. Até o presente momento,
6 indivíduos terminaram todas as sessões propostas no estudo; a discussão
feita ao longo do trabalho está baseada na hipótese de que os indivíduos
subseqüentes apresentarão resposta similar aos exercícios e intensidades.
Dessa forma, a discussão é feita acreditando-se que os resultados tendam às
respostas apresentadas até agora.
Os sujeitos foram informados sobre os procedimentos metodológicos
dessa investigação, sendo-lhes posteriormente entregue um documento
individual em que é manifestado o interesse em fazer parte da amostra,
devendo este ser assinado (Anexo 1). O projeto passou por aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFRGS (projeto número19328).
19

3.1.1 Critérios de seleção


Serão excluídos do estudo os indivíduos: que apresentem histórico de
problemas osteomioarticulares e/ou cardiorrespiratórios (questionário de QPAF
(Nahas, 2003, ANEXO 2)); que não participam de um programa de treinamento
de força a pelo menos seis meses; e que não consigam realizar no mínimo 10
flexões em barra fixa com o seu peso corporal.

3.2 Variáveis

3.2.1 Variáveis independentes


- Os exercícios de força puxada na barra fixa e no aparelho de
musculação;
- As intensidades de 5RMs e 10RMs;

3.2.2 Variável dependente


- Amplitude do sinal eletromiográfico dos músculos latíssimo do dorso,
bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior esternocostal no exercício de
força puxada em barra fixa nas intensidades de 5RMs e 10RMs;
- Amplitude do sinal eletromiográfico dos músculos latíssimo do dorso,
bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior esternocostal no exercício de
força puxada no equipamento de musculação nas intensidades de 5RMs e
10RMs;

3.2.3 Variáveis de caracterização da amostra


Idade, estatura e massa corporal.
20

3.3 Procedimentos para coleta de dados

3.3.1 Caracterização e CIVM


Na primeira sessão foram esclarecidas todas as etapas do estudo e, em
concordância com o sujeito em continuar na pesquisa, foi realizada a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – Anexo 1).
A primeira etapa da coleta de dados foi a mensuração das características
antropométricas do sujeito (estatura e massa corporal). Na seqüência foi
realizada a aquisição do sinal EMG para estabelecer o nível de ativação
muscular de cada músculo (latíssimo do dorso, bíceps braquial, braquiorradial
e peitoral maior esternocostal) na Contração Isométrica Voluntária Máxima
(CIVM). As CIVM´s para aquisição do sinal de referência do latíssimo do dorso
e peitoral maior esternocostal foram realizadas para a adução do ombro,
estando o indivíduo em pé com o ombro direito abduzido a 90º. Para o bíceps
braquial e o braquiorradial, as CIVM´s foram realizadas para a flexão do
cotovelo estando sujeito em pé com o cotovelo direito fletido a 90º.

3.3.2 Testes de 5RMs e 10RMs


Os testes de 5RMs e 10RMs em cada um dos exercícios utilizados
foram realizados em sessões com no mínimo 24 horas de intervalo. Em cada
sessão foram realizados os testes em uma das intensidades nos dois
exercícios, sorteadas aleatoriamente (por exemplo, o indivíduo sorteou a
sequência de 10RMs, em seguida sorteou a ordem barra fixa e aparelho). Uma
segunda sessão de reteste foi realizada para confirmar as cargas, e no caso de
não ter sido atingido um valor estável, uma terceira sessão foi marcada. Os
valores relativos à 5RMs e 10RMs foram definidos por tentativa e erro a partir
das cargas de treino dos indivíduos, com um máximo de 6 tentativas, intervalos
de 10 minutos entre cada uma, e, com ritmo de execução controlado de 1,5
segundos para cada fase (concêntrica/excêntrica). Essa velocidade foi
escolhida por manter uma ativação muscular constante durante toda amplitude
de movimento e também para manter a técnica correta (SAKAMOTO E
SINCLAIR, 2006).
21

3.3.3 Coleta do sinal eletromiográfico (EMG 1 e 2)


Após estabelecidas as cargas relativas a 5RMs e 10RMs obtidas na
sessão de testes, foram coletados o sinal EMG dos músculos (latíssimo do
dorso, bíceps braquial, braquiorradial e peitoral maior esternocostal) nos
exercícios de puxada em barra fixa e no equipamento, em duas sessões com
intervalo mínimo de 24 horas entre as mesmas. Para evitar o efeito de
interferência da fadiga na aquisição do sinal, o intervalo entre as duas séries
avaliadas em cada sessão foram de, no mínimo, 10 minutos, sendo a ordem de
coleta dos exercícios também sorteada (BEHM e ST-PIERRE, 1997).

3.4 Protocolos

3.4.1 Contração isométrica voluntária máxima (CIVM)


Para a aquisição dos valores para a normalização dos dados, foram
realizadas 3 CIVMs para flexão de cotovelo a 90º com a radioulnar neutra e 3
CIVMs para a adução do ombro a 90º, sendo o sinal de maior magnitude
posteriormente utilizado. A ativação dos músculos durante os exercícios foi
expressa como um percentual referente à CIVM de cada um.
Cada CIVM foi realizada durante um período de cinco segundos (De
LUCA, 1997). Ao longo destes, além do sinal EMG, foi obtida a curva de força
com a utilização de uma célula de carga acoplada às placas externas do
equipamento. Deste período de 5 segundos, foi calculado o valor RMS
somente do período de 1 segundos em que a força se manteve constante
(KALMAR e CAFARELLI, 2006).
O exercício de puxada no equipamento foi realizado em aparelho da
marca World com resolução de 5 kg. Para ajustar o peso das 5RMs e 10RMs
no exercício de puxada em barra fixa, caso o indivíduo realizasse mais de
10RMs com seu peso corporal, foram utilizadas caneleiras de 1kg a 10kg
colocadas nas pernas do indivíduos.
22

3.4.2 Testes de 5RMs e 10RMs


O teste de 10 RMs iniciou com os sujeitos fazendo um aquecimento
articular. Após, o sujeito se posicionou no equipamento específico de cada
exercício de força e a carga estabelecida para cada um deles foi ajustada.
A carga foi determinada no máximo em 6 tentativas por sessão, para
evitar a influência da fadiga nos resultados. O intervalo entre cada tentativa foi
de, no mínimo, 10 minutos. Caso não alcançada a carga máxima relativa às
repetições, um novo dia de coleta foi estabelecido. A carga obtida nos testes de
5RMs e 10RMs de cada sujeito em cada exercício, foi utilizada para posterior
aquisição e relativização do sinal EMG nessas intensidades.
Os exercícios iniciaram sempre pela fase concêntrica, estando os
indivíduos com os ombros abduzidos, os cotovelos estendidos e segurando a
barra com a radioulnar em pronação. O final da fase concêntrica foi
determinada pela posição da barra em relação ao indivíduo, ou seja, quando a
barra estivesse na linha do queixo do indivíduo, o mesmo foi orientado a iniciar
a fase excêntrica. O ritmo de execução de 1,5 segundos para cada fase
(concêntrica e excêntrica) foi controlado com um metrônomo digital da marca
Dolphin.

3.4.3 Coleta do sinal eletromiográfico (EMG)


O sinal EMG de cada músculo em cada exercício de força foi coletado
com uma sobrecarga equivalente a 5RMs e 10RMs, avaliada conforme
descrição anterior. O intervalo de coleta do sinal EMG entre os exercícios foi
de, no mínimo, 10 minutos, sendo a ordem dos exercícios previamente
sorteada.

3.4.3.1 Aquisição do sinal


O sinal EMG foi coletado no primeiro dia durante o teste de CIVM e nos
dois útimos dias, quando o sujeito realizarou os exercícios de força de
membros superiores selecionados com as cargas relativas aos testes de 5 e
10RMs.
23

Para a aquisição dos dados eletromiográficos foram utilizados dois


eletromiógrafos Miotool 400, da marca MIOTEC - Equipamentos Biomédicos. O
equipamento é composto por um sistema de 4 canais, 2000 Hz por canal.
Serão utilizados eletrodos de superfície, com 15 mm de raio, pré-amplificados
com configuração bipolar da marca Tyco Healthcare, Mini Medi-Trace 100,
Kendall Medtrace.
Antes da colocação dos eletrodos foi realizada a depilação da pele e
abrasão com algodão umedecido e álcool, com o intuito de diminuir a
impedância da pele. O nível de resistência entre os eletrodos foi medido e
controlado antes de cada sessão com um multímetro digital, devendo ser
mantido abaixo de 3000 Ohms (NARICI et al., 1989).
A distância inter-eletrodos foi de 30 mm do centro do eletrodo que é
fixada pelo pré-amplificador. O eletrodo terra foi posicionado na clavícula,
protuberância óssea próxima ao local de aquisição do sinal. Além disso, a fim
de certificar o mesmo posicionamento dos eletrodos ao longo dos dias de
coleta, a pele foi marcada com caneta dermográfica e foi feito um “mapa”
(FERRI et al., 2003; NARICI et al., 1989) com lâminas transparentes utilizando
manchas e sinais da pele dos indivíduos (HÄKKINEN & KOMI, 1983).
A colocação (posicionamento) dos eletrodos foi feita de acordo com as
orientações propostas por Leis e Trapani (2000) como segue:
- Latíssimo do dorso: na linha da fossa axilar, lateralmente ao ângulo inferior da
escápula;
- Peitoral maior: na linha da fossa axilar, sobre o volume do músculo;
- Bíceps braquial: anteriormente, no ventre do músculo;
- Braquiorradial: 2 a 3cm lateralmente ao tendão do bíceps (o braquiorradial é o
primeiro músculo localizado lateralmente ao tendão do bíceps braquial).

3.4.3.2 Tratamento do sinal EMG


O sinal captado pelo eletromiógrafo foi gravado em um microcomputador
no software Miograph, para posterior análise no software SAD32.
Primeiramente, foram retirados os ganhos do sinal nos arquivos brutos, e então
realizada a filtragem digital do sinal utilizando-se filtros do tipo Passa-banda
24

Butterworth, de 5ª ordem, com freqüência de corte entre 20 e 500 Hz e remove


picos automáticos.
Após os procedimentos de filtragem descritos acima, as curvas do sinal
correspondente às contrações voluntárias máximas (tempo de 5 s), foram
recortadas durante o platô da curva de força, durante um período de um
segundo, para a obtenção do valor RMS. O maior valor RMS obtido nas CIVMs
realizadas foi utilizado para normalizar os dados obtidos nos diferentes
exercícios durante a realização dos mesmos com a carga relativa aos testes de
5 e 10RMs.
Em relação ao tratamento do sinal EMG obtido nos exercícios
dinâmicos, foram calculados o valor RMS das repetições centrais (2ª a 9ª) do
protocolo de 10RMs, e o valor RMS das repetições centrais (2ª a 4ª) do
protocolo de 5RMs, e o valor médio destas repetições foram utilizados. Para o
recorte do sinal EMG referente a cada uma das repetições acima referidas, foi
utilizado um sensor de deslocamento para definir o início e final de cada
repetição analisada.
Com objetivo de quantificação dos exercícios de acordo com o nível de
ativação muscular dos músculos analisados, esses valores foram expressos
em percentual do valor RMS do sinal EMG obtido na CIVM (% CIVM)
(KALMAR e CAFARELLI, 2006).

3.4.4 Desenho experimental


O estudo foi realizado em no mínimo 6 sessões com cada indivíduo, das
quais uma era para caracterização e testes isométricos, três ou quatro sessões
para determinação das cargas de 5RMs e 10RMs e duas para coletas do sinal
EMG. Abaixo é apresentado um desenho esquemático do protocolo do
trabalho.
25

Figura 1. Desenho experimental do estudo. Sessões correspondentes à


caracterização e contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM), testes de
5RMs e 10RMs, e coleta do sinal eletromiográfico nos dois exercícios e nas
duas intensidades (EMG 1 e EMG 2).

Durante a realização do estudo os sujeitos evitaram atividades


extenuantes por até 48 horas antes de cada avaliação. A ordem de execução
dos exercícios e as intensidades foram sorteadas aleatoriamente entre os
indivíduos. A pesquisa foi realizada na sala de musculação da EsEF – UFRGS.

3.5 Tratamento estatístico


Para apresentação dos dados, será utilizada estatística descritiva com
os valores expressos em média e desvio padrão (Média + DP). Foi realizado o
teste de Shapiro-Wilk para determinação da normalidade dos dados. Para a
comparação do nível de ativação muscular nos diferentes exercícios e
intensidades foi utilizado o teste ANOVA de dois fatores (exercício X
intensidade) com medidas repetidas. O nível de significância utilizado foi de α <
0,05 e todos os testes foram realizados no software SPSS (versão 13.0).
26

4 Resultados

Os resultados dos músculos avaliados nos diferentes exercícios serão


apresentados separados um a um. Todas as variáveis analisadas
apresentaram distribuição normal (ANEXO C). Os dados de caracterização da
amostra estão apresentados na tabela 1:

Tabela 1. Caracterização da amostra (valores em média + desvio-padrão) com


idade, estatura (EST), massa corporal (MC), carga para cinco e dez repetições
máximas (5RMs e 10RMs) nos dois exercícios de puxada (barra fixa e
máquina).
Média + Desvio padrão (n=6)
Idade (anos) 23,0 + 2,9
Estatura (cm) 169,8 + 7,8
Massa corporal (kg) 75,1 + 4,1
5RMs barra fixa (kg) 89,1 + 10,5
5RMs máquina (kg) 84,0 + 10,2
10RMs barra fixa (kg) 80,6 + 7,5
10RMs máquina (kg) 69,5 + 10,2

4.1 Latíssimo do dorso


Os resultados da análise de variância não apresentaram diferenças
significativas (p < 0,05) em nenhum dos parâmetros avaliados para este
músculo. Na tabela 2 são apresentados os valores normalizados (como % da
CIVM) da ativação do latíssimo do dorso nos diferentes exercícios e
intensidades.

Tabela 2. Valores em média e desvio-padrão (DP) da ativação muscular do latíssimo do dorso


expresso como percentual da contração isométrica voluntária máxima (CIVM), nos exercícios
realizados em barra fixa e na máquina nas intensidades de 10RMs e 5RMs.
Média + DP Sig.Intensidade Sig. Exercício Sig. Intensidade*Exercício
10RMs barra fixa 144,53 + 36,63 0,601 0,689 0,439
5RMs barra fixa 143,41 + 58,19
10RMs máquina 142,30 + 19,78
5RMs máquina 157,49 + 38,70
27

4.2 Peitoral maior esternocostal


Os resultados apresentados na tabela 3 mostram diferença significativa (p
= 0,032) quando comparadas os dois modos de execução dos exercícios para
este músculo, tendo a execução na barra fixa apresentado ativação muscular
superior à realização na máquina.

Tabela 3. Valores em média e desvio-padrão (DP) da ativação muscular do peitoral maior


esternocostal expresso como percentual da contração isométrica voluntária máxima (CIVM), nos
exercícios realizados em barra fixa e na máquina nas intensidades de 10RMs e 5RMs.
Média + DP Sig.Intensidade Sig. Exercício Sig. Intensidade*Exercício
10RMs barra fixa 88,34 + 31,12 0,108 0,032* 0,853
5RMs barra fixa 104,51 + 40,36
10RMs máquina 74,32 + 26,62
5RMs máquina 88,03 + 26,69
*diferença significativa (p<0,05)

4.3 Bíceps braquial


Segundo a análise dos dados apresentados na tabela 4, este músculo
apresentou ativação significativamente aumentada (p = 0,048) quando
executado em intensidade mais elevada.

Tabela 4. Valores em média e desvio-padrão (DP) da ativação muscular do bíceps braquial


expresso como percentual da contração isométrica voluntária máxima (CIVM), nos exercícios
realizados em barra fixa e na máquina nas intensidades de 10RMs e 5RMs.
Média + DP Sig.Intensidade Sig. Exercício Sig. Intensidade*Exercício
10RMs barra fixa 61,30 + 20,58 0,048* 0,118 0,514
5RMs barra fixa 79,14 + 35,22
10RMs máquina 54,30 + 15,93
5RMs máquina 68,72 + 23,20
*diferença significativa (p<0,05)

4.4 Braquiorradial
Similar ao bíceps braquial, a atividade muscular do braquiorradial
apresentou significativo aumento (p = 0,013) quando o exercício foi realizado
em maior intensidade, conforme a tabela 5.
28

Tabela 5. Valores em média e desvio-padrão (DP) da ativação muscular do braquiorradial


expresso como percentual da contração isométrica voluntária máxima (CIVM), nos exercícios
realizados em barra fixa e na máquina nas intensidades de 10RMs e 5RMs.
Média + DP Sig.Intensidade Sig. Exercício Sig. Intensidade*Exercício
10RMs barra fixa 82,40 + 17,41 0,013* 0,227 0,285
5RMs barra fixa 106,03 + 37,71
10RMs máquina 64,99 + 20,49
5RMs máquina 103,09 + 26,32
*diferença significativa (p<0,05)
29

5 Discussão

Os principais resultados do estudo até o momento, demonstram que a


musculatura principal responsável pela execução do movimento apresenta um
padão de ativação diferente em relação às execuções dos exercícios. O
movimento articular principal do exercício é a adução do ombro, tendo como
motores primários o peitoral maior esternocostal e o latíssimo do dorso. A
intensidade de ativação muscular do latíssimo do dorso não parece ser afetada
pela forma com que é realizado o movimento. A maior instabilidade provocada
pelo exercício em barra fixa, pelo corpo estar em suspensão, parece não
provocar aumento significativo de atividade elétrica deste músculo nestas
intensidades. Por outro lado, o peitoral maior esternocostal, segundo os
achados do estudo, apresenta ativação muscular superior quando a execução
é feita em barra fixa, podendo este ser mais afetado pelo desequilíbrio
provocado por esta execução. Tentando padronizar a execução de todos os
indivíduos, a execução do exercício em barra fixa foi realizada com as pernas
estendidas, no entanto, a oscilação do tronco observada durante esta
execução é maior do que a observada durante a puxada no aparelho, situação
em que o indivíduo encontra-se sentado com as pernas fixas. Pode ser
especulada uma possível resposta à provável maior atividade dos músculos
eretores da espinha nesta forma livre de execução, no entanto, falta suporte
em alguma evidência avaliada.
As respostas de aumento de atividade muscular relativas às intensidades
dos exercícios apresentadas pelos músculos bíceps braquial e braquiorradial já
poderiam ser esperadas. Pela EMG ser um método de avaliação relacionado
aos potenciais de ação das fibras musculares, a resposta de aumento da
atividade EMG com o aumento da intensidade de exercício é natural. Quanto
maior a atividade elétrica muscular, ou seja, maior número de potenciais de
ação (taxa de disparo e número de unidades motoras sincronizadas) ocorrida
durante a contração e mais unidades motoras ativadas, maior densidade do
sinal EMG (De Lucca et al., 2006). Essa explicação suporta o aumento da
atividade muscular apresentada em intensidades mais altas nos músculos
flexores do cotovelo avaliados.
30

Por outro lado, o mesmo padrão não foi observado quando os adutores
do ombro foram testados, mostrando assim um comportamento diferente das
articulações envolvidas nos exercícios. Os músculos latíssimo do dorso e
peitoral maior esternocostal, não apresentaram aumentos significativos na
atividade EMG com o aumento da intensidade do exercício (de 10RMs para
5RMs). Carpenter et al. (2007) também não encontraram aumento de atividade
EMG destes músculos em diferentes intensidades executando a puxada pela
frente. Foram comparadas três situações que interferiram no número máximo
de repetições, alterando, assim, a intensidade do exercício: a primeira variação,
a 80% de 1RM, foi realizada com velocidade controlada (1,5 segundos para
cada fase) e teve como tendência central (moda) uma intensidade de 9RMs; a
segunda e terceira variações, utilizando 80% de 1RM e 70% de 1RM, sem
velocidade controlada, apresentaram moda de 12RMs. Segundo os autores, a
abordagem avaliando a atividade EMG durante todas as repetições da série,
aumentando o sinal EMG pelo aumento da fadiga pode ter interferido no não
aparecimento destas diferenças. Em outro estudo que apresenta diferenças na
ativação do latíssimo do dorso entre variações do exercício de puxada
(SIGNORILLE et al., 2002) foram recortadas e analisadas apenas as 3
primeiras repetições de cada protocolo de 10RMs, para evitar a interferência da
fadiga. Com esse procedimento, é possível que a atividade EMG analisada não
tenha sido condizente com a intensidade do exercício.
31

6 Conclusão e aplicação prática

Em conclusão, os principais resultados do estudo sugerem que, em


homens jovens treinados em força, não houve diferenças significativas na
ativação muscular do latíssimo do dorso, bíceps braquial e braquiorradial entre
as execuções em barra fixa e no aparelho de musculação. Além disso, o
músculo peitoral maior esternocostal, apresenta nível de ativação
significativamente mais elevado quando o exercício é realizado em barra fixa.
Como aplicação dos achados encontrados até o presente momento,
pode-se sugerir, para uma ativação mais efetiva dos adutores de ombro, a
execução da puxada frontal em barra fixa, uma vez que a ativação do latíssimo
do dorso se mantém de forma similar em comparação à máquina e a ativação
do peitoral maior esternocostal é mais elevada neste movimento. Esta forma de
execução, mostra-se de padrão similar para os músculos flexores do cotovelo
avaliados, sendo então, mais vantajosa a execução em barra fixa pelo aumento
do estímulo para o peitoral maior esternocostal.
Para serem feitas conclusões mais efetivas sobre a participação destes
músculos, o trabalho segue sendo executado até atingir o “n” amostral
calculado.
32

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Conscritos do Exército Brasileiro. Dissertação de mestrado.
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muscular relativa de membros superiores. Revista Brasileira de
Fisiologia do Exercício. v.2, n.1: 29-38. 2003.
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Interpretation of Kinesiologic Electromyographic Data. Physical
Therapy. v.80, n.5. 2000.
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D. Electromyographical analysis and comparison of selected abdominal
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Conditioning Research. 19(1): 157-62. 2005.
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Conditioning Research. 13(3): 289-304. 1999.
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the pectoralis major and anterior deltoid muscles during three upper-
body lifts. Journal of Strength and Conditioning Research. 19(2):
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58. WILMORE, J. H., COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do
Exercício. São Paulo: Manole, 2ªed. 2001.
59. WRIGHT, G. A., DELONG, T. H., GEHLSEN, G. Electromyographic
activity of the hamstrings during performance of the leg curl, stiff-leg
deadlift, and back squat movements. Journal of Strength and
Conditioning Research. 13(2): 168–174. 1999.
38

8 Anexos

Anexo 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROJETO DE PESQUISA

Termo de consentimento livre e esclarecido

Eu, ______________________________________________________ ,
entendo que participarei como sujeito do estudo intitulado “Comparação do
nível de ativação muscular entre os exercícios puxada pela frente no
equipamento e em barra fixa em duas intensidades distintas”, desenvolvido
pelo graduando Matheus Giacobbo Guedes, sob orientação do professor Dr.
Luiz Fernando Martins Kruel, tendo o mesmo sido aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UFRGS (projeto número 19328).
Neste estudo, participarei de três etapas de coletas, durante 1 a 2
semanas consecutivas, perfazendo um total 4 sessões, sendo que cada sessão
irá durar aproximadamente uma hora. Entendo que os testes que realizarei
serão parte integrante deste estudo e terão a finalidade de determinar o nível
de ativação de músculos durante dois exercícios.
Por meio deste, autorizo Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel, o
graduando Matheus Giacobbo Guedes, bolsistas ou profissionais selecionados
a realizar os seguintes procedimentos:
o avaliação de diferentes medidas corporais (peso, estatura, dobras cutâneas
e perímetros), nas quais estarei utilizando vestimenta adequada e sugerida
pelos pesquisadores
o durante as diversas sessões, serei submetido a protocolos utilizando dois
exercícios, puxada em barra fixa e puxada em equipamento, sendo que
todos serão realizados de forma máxima.

Durante as sucessivas sessões, entendo que:


39

o para a realização dos exercícios, serão previamente relatados todos


aspectos quanto a sua correta realização e os cuidados que devo ter;
o durante a realização dos exercícios, estão envolvidos os seguintes riscos e
desconfortos: dor e cansaço muscular temporário, bem como, moderada
elevação de minha freqüência cardíaca e pressão sanguínea;
o não haverá compensação financeira por minha participação neste estudo;
o caso eu venha a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou não no termo de
consentimento e resultante de minha participação, terei direito à assistência
necessária;
o a qualquer momento do estudo terei a liberdade de não realizar algum tipo
de avaliação, ou até mesmo deixar de participar do mesmo, sem que isso me
onere de qualquer forma;
o o graduando Matheus Giacobbo Guedes e o professor Luiz Fernando
Martins Kruel, bolsistas ou profissionais selecionados para realizar os
procedimentos irão responder a qualquer dúvida que eu tenha em qualquer
momento, relativo a qualquer procedimento;
o os dados pessoais fornecidos à pesquisa serão confidenciais e disponíveis
apenas sob minha solicitação escrita. No momento da publicação não haverá
exposição de minha identidade;
o poderei fazer contato com o orientador do estudo, professor Luiz Fernando
Martins Kruel (51.3316.5820) e com o graduando Matheus Giacobbo Guedes
(51.9377.1969 ou 51.3209.0627) ou com qualquer bolsista ou assistente, para
quaisquer problemas referentes a minha participação no estudo. Além destes,
poderei, a qualquer momento, entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da UFRGS (51.3308.3629) para qualquer esclarecimento
necessário;
o estará disponível no local de coletas uma linha telefônica para assistência
médica de emergência (51.3331.0212).

Porto Alegre, ______ de ____________________ de 2010

Nome legível: ___________________________________

Assinatura: _____________________________________
40

Anexo 2

Questionário de Prontidão para Atividade Física - Q-PAF


(Adaptado do Ministério da Saúde/Canadá – PAR-Q, por Nahas, 2003)

Praticar atividades físicas não oferece riscos para a maioria das


pessoas. Mas, se você tem dúvidas, responda às questões abaixo para saber
se existe algum motivo para consultar seu médico antes de tornar-se mais
ativo(a) fisicamente.
Se você tem entre 15 e 60 anos, o Q-PAF indicará se você deve
procurar um médico. Se você tem mais de 60 anos ou nunca praticou
atividades físicas mais intensas, consulte seu médico antes de iniciar os
exercícios.

1. Algum médico já disse que você possui algum problema


de coração e que só deveria fazer atividades físicas com
orientação médica? [ ] Sim [ ] Não
2. Você sente dores no peito quando pratica atividades
físicas? [ ] Sim [ ] Não
3. No último mês, você sentiu dores no peito sem que
estivesse fazendo atividades físicas? [ ] Sim [ ] Não
4. Você perdeu o equilíbrio, sentiu tonturas ou alguma vez
perdeu os sentidos (desmaiou)? [ ] Sim [ ] Não
5. Você tem algum problema nas articulações ou nos ossos
que poderia piorar se você praticasse atividades físicas? [ ] Sim [ ] Não
6. Você toma algum remédio para pressão alta ou problema
cardíaco? [ ] Sim [ ] Não
7. Existe qualquer razão pela qual você deveria evitar
atividades físicas? [ ] Sim [ ] Não

Se você respondeu SIM a uma ou mais questões, consulte seu médico


antes de tornar-se mais ativo(a) fisicamente.

Se você respondeu NÃO a todas as questões, você pode considerar-se


razoavelmente apto para praticar atividades físicas, iniciando com moderação e
aumentando gradualmente o que você fizer – assim é mais seguro e mais fácil.

Não inicie agora um programa de atividades físicas se”


Você não se sente bem devido a uma doença temporária, como um
resfriado ou febre. Espere até sentir-se melhor.
Você está (ou acha que está) grávida – fale com o seu médico antes
iniciar atividades físicas mais intensas.

IMPORTANTE: caso sua saúde se altere e você passe a responder algum SIM
em qualquer das questões acima, consulte um profissional de saúde.
41

Anexo 3

Testes de Normalidade
(Shapiro-Wilk)
Variáveis Sig.
Barra_10rm_Lat 0,725
Maq_10rm_Lat 0,750
Barra_5rm_Lat 0,533
Maq_5rm_Lat 0,486
Barra_10rm_Pei 0,866
Maq_10rm_Pei 0,964
Barra_5rm_Pei 0,360
Maq_5rm_Pei 0,545
Barra_10rm_Bi 0,511
Maq_10rm_Bi 0,750
Barra_5rm_Bi 0,877
Maq_5rm_Bi 0,757
Barra_10rm_Bra 0,560
Maq_10rm_Bra 0,093
Barra_5rm_Bra 0,450
Maq_5rm_Bra 0,575

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