Mestrado Icaro Completo V1
Mestrado Icaro Completo V1
Mestrado Icaro Completo V1
São Paulo
2022
Ícaro Augusto Pachêco
São Paulo
2022
Agradecimentos
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 GEOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Geotectônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Geologia da Área de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3 Aeromagnetometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 Estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.5 Econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.6 Depósitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.7 Modelo Evolutivo-Depósito SEDEX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.1 Gravimetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2 Métodos Elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.3 Georadar (GPR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.4 Otimização de cava . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
6.1 Perfil 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
6.2 Perfil 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.3 Perfil 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
6.4 Perfil 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
6.5 Perfil 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
6.6 Perfil 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
6.7 Perfil 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
6.8 Perfil 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
6.9 Perfil 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
6.10 Perfil 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
6.11 Otimização de cava . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
7 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Lista de ilustrações
Figura 2.1 –Províncias estruturais do Brasil. São treze as províncias, com acréscimo
da Parecis, Subandina e Margem Continental Equatorial em relação à
divisão original de Almeida (1977), modificado por Hasui, (2012) . . . 21
Figura 2.2 –Compartimentação geotectônica do ciclo Brasiliano-Panafricano. Os
crátons estão representados em rosa. Com a convergência do crátons e
fechamneto dos oceanos, formaram-se os sistemas orogênicos em verde.
Na América do Sul, os oceanos que se fecharam foram o borborema,
Adamastor (representado na figura) e Goiano-Climene. (modificado de
Hasui, et. al., 2012) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 2.3 –Compartimentação tectônica da Província Mantiqueira (Setentrional,
Central e Meridional) no contexto das faixas orogênicas neoproterozoi-
cas, com destaque para a faixa Ribeira, objeto desse estudo. Legenda:
1- Coberturas Fanerozoicas; 2- Províncias Tocantins/Mantiqueira; 3-
Domínio Externo; 4- Domínio Interno; 5- Orógenos Apiaí e São Ga-
briel; 6- Coberturas Neoproterozoicas; 7- Crátons São Francisco(CSF),
Luís Alves (CLA) e Rio de La Plata (CRP) (Modificado de Heilbron,
et. al., 2004) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 2.4 –Mapa com a geologia e a área de estudo. A região de estudo está inserida
na formação Perau do grupo Setuva. (Lasmar, 2020) . . . . . . . . . . 25
Figura 2.5 –A) Unidades da geologia Regional formada pelas formações Perau, Ca-
piru e Metabasitos, as duas primeiras são separadas pela falha Lancinha
B) Detalhe da unidade local da Formação Perau, com mapeamento dos
afloramentos de barita (Fonte:Silva, et. al. 2022). . . . . . . . . . . . . 26
Figura 2.6 –Fluxograma dos resultados de magnetometria aérea obtidos.CMA cor-
responde ao Campo Magnético Anômalo corrigido, dx, dy e dz as deri-
vadas de CMA nas três direções, GHT ao Gradiente Horizontal Total,
ISA a Inclinação do Sinal Analítico e Asa a Amplitude do Sinal Analitico 29
Figura 2.7 –a) Gradiente Horizontal Total, com lineamentos 1 (NW) em destaque.
b) Amplitude do Gradiente Horizontal Total após a filtragem de cosseno
direcional e com lineamento 2 (NE) em destaque c) Inclinação do Sinal
Analítico d) ISA após o filtro de cosseno direcional e com lineamento 2
(NE) em destaque e) Dado com convolução de continuação para cima,
com lineamentos 1 (NW) em destaque. f) CCV após o filtro de cosseno
direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 2.8 –Mapa de localização da área de estudos com os minérios de interesse
localizado na região. (Fonte: SIGMINE ANM 02/2020; adaptado por
Lasmar (2020) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 2.9 –Modelo genético da mineralização de Ba-Pb-Cu-Zn na formação KF; a)
Deposição de sequência sedimentar (Folhelho preto, arenito e siltito em
um ambiente extensional; b) Rochas sedimentares e vulcanismo bimo-
dal c) Fluido hidrotermal exalativo em ambiente de fundo oceãnico, que
acarreta na deposição dos primeiros minerais (estágio 1); d) A redução
contínua da profundidade e aumento de condições oxidantes na bacia
leva a formação de barita; e) Compressão e soerguimento tectônico de-
forma o material; f) Granitos do tipo-I, S e Asão intrudido, ajudando
a remobilização do minério; g) Cobrimento de sequência sedimentar
(Fonte: Derakhshi, et. al., 2019). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 2.10 –Perfil com a morfologia e distribuição dos diferentes tipos de minério
em um depósito SEDEX. Na imagem é possível observar o zoneamento
vertical com o aumento de barita no topo e na zona distal (modificado
por Emsbo P. et. al. (2016) apud. Derakhshi M. G. et. al. (2019)). . . . 39
Figura 5.1 –A) Contextualização das unidades da geologia regional, que engloba as
Formações Perau, Capiru e Metabasitos. B) Detalhe da geologia local:
Formação Perau e disposição das linhas geofísicas. C) Posição das linhas
de aquisição de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 5.2 –A) Bloco rolado de barita envolto por quartzito. b) Aquisição de GPR
com antenas de 200 e 270 MHz. c) Aquisição de Resistividade Capaci-
tiva. d) Aquisição de Eletrorresistividade. . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 5.3 –Fluxograma usado no tratamento e processamento de dados de GPR. . 80
Figura 5.4 –Perfil bruto sem processamento para ilustrar a identificação de hipér-
bole usada na análise de velocidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 5.5 –Configuração dos materiais utilizados em campo. . . . . . . . . . . . . 83
Figura 5.6 –Fluxograma das etapas de processamento e modelagem dos dados. . . . 84
Figura 5.7 –Curvas de decaimentos IP. A) Curva com decaimento satisfatório. B)
Curva com baixo sinal/ruido. C) Curva para cargabilidade negativa. . . 85
Figura 5.8 –Remoção de dados com erro maior que 100% utilizando a opção RMS
error statistics. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Figura 6.1 –Perfil 1 de GPR: a) Antena de 200 MHz e as delimitações das radar-
fácies observadas b) Radarfácies R1, R2, R3, R4 e R5, na ordem da
esquerda para direita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Figura 6.2 –Resultado da antena de 200 MHz após migração ao longo do perfil 1. . 93
Figura 6.3 –Resultados perfil P1: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b) Modelo
de inversão para Resistividade Capacitiva c) Modelo de inversão de ER
com espaçamento mínimo entre eletrodos de 3 m. d) Modelo de inversão
para Cargabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 6.4 –Perfil 2 de GPR: a) Antena de 200 MHz e as delimitações das radar-
fácies observadas na ordem da esquerda para direita: b) Radarfácies
R1, R2, R3, R4. c) Perfil Migrado e duas áreas com aproximação para
detalhe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 6.5 –Resultados perfil P2: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b) Modelo
de inversão para Resistividade Capacitiva. . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 6.6 –a) Seção de GPR de P3 com antena de 200 MHz e delimitação de cada
radarfácie. b) Radarfácies observadas. c) Resultado após processo de
migração e recorte de duas regiões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 6.7 –Resultados do perfil P3: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b)
Modelo de inversão para RC. c) Modelo de inversão para ER. . . . . . 99
Figura 6.8 –Resultados de IP para P3: a) Cargabilidade. b) PFE. c) Fator Metal. . 99
Figura 6.9 –a) Seção de GPR ao longo do perfil 4, gerado com antena de 200 MHz e
as regiões de detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies deta-
lhadas em R1, R2, e R3. c) Seção gerada com GPR de 270 MHz e duas
regiões de detalhe. d) Resultado migrado gerado por meio de antena
de 270 MHz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 6.10 –Resultados do perfil 4: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c)
ER com espaçamento de 2,5 m; d) ER com espaçamento de 20 m e)
afloramento presente abaixo do ponto P2 e as posições das linhas 3 e 4. 102
Figura 6.11 –Resultados de IP para o perfil 4: a) Cargabilidade em mV/V; b) Per-
centual de Frequência Efetiva em % e c) Fator Metal. . . . . . . . . . . 103
Figura 6.12 –a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 5 e as regiões
de detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em
R1, R2, e R3. c) Resultado gerado após migração . . . . . . . . . . . . 104
Figura 6.13 –Resultados do perfil 6: a) GPR com antena de 200 MHz. b) RC. c) ER
com espaçamento mínimo entre eletrodos de 3 metros. d) Cargabilidade
com espaçamento de 3 metros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Figura 6.14 –a) Seção de GPR gerado com antena de 270 MHz no perfil 6 e as regiões
de detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em
R1, R2, e R3. c) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz e
delimitação das regiões detalhadas em R’1 R’2 e R’3 d) Radarfácies
detalhadas com antena de 200 MHz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Figura 6.15 –a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c) ER com espaçamento de 3
metros; d) ER com espaçamento de 5 metros e e) ER com espaçamento
de 10 metros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Figura 6.16 –Resultados de IP para o perfil 6: a) Cargabilidade; b) Percentual de
Frequência Efetiva e c) Fator Metal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Figura 6.17 –a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 7 e as regiões
R1 e R2 na ordem da esquerda para direita, delimitadas por retângulos.
b) Radarfácies detalhadas de R1 e R2. c) Perfil migrado e marcação de
contato entre duas fácies diferentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Figura 6.18 –Resultados para o perfil 7: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC;
ER com espaçamento de 3 metros; c) ER com espaçamento de 5 metros.112
Figura 6.19 –Resultados de IP para o perfil 7: a) Cargabilidade; b) PFE e c) Fator
Metal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Figura 6.20 –a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 8 e as regiões
R1 e R2 delimitadas por retângulos, na ordem da esquerda para direita.
b) Radarfácies detalhadas em R1 e R2. c) Perfil 8 de GPR migrado . . 114
Figura 6.21 –Resultados para o perfil 8: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c)
ER com espaçamento de 3 m. d) ER com espaçamento de 5 m e mesma
escala de cor para RC e ER de 3m; e) Cargabilidade; f) PFE e g)Fator
Metal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Figura 6.22 –a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 9 e as
regiões de detalhe R1, R2, R3 e R4, na ordem da esquerda para direita,
delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em R1, R2, R3
e R4. c) Perfil 9 migrado e detalhe de uma zona de contato. . . . . . . 116
Figura 6.23 –Resultados para o perfil 9: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c)
ER com 3 metros de espaçamento d) Cargabilidade com espaçamento
entre eletrods de 3 metros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Figura 6.24 –Resultados para o perfil 10: a) GPR com antena de 200 MHz, b) RC,
c) ER com espaçamento entre eletrodos de 10 metros d) Cargabilidade
com espaçamento entre eletrodos de 10 metros . . . . . . . . . . . . . . 118
Figura 6.25 –Seções de eletrorresistividade dispostas em 3D. Destaque para P1, P4,
P5, P6 e P7, com os corpos de barita interpretados como os mais pro-
missores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Figura 6.26 –Fluxograma com as etapas para gerar a otimização de cava. Os dois
primeiros modelos gerados foram o de topografia e os sólidos (barita).
Posteriormente, foram gerados modelos de blocos para cada um dos an-
teriores, e ambos combinados em um. Por fim, a proposta de otimização
de cava foi gerada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Figura 6.27 –Planta da cava 1 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superfície, inserida na topografia (direita). . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Figura 6.28 –Planta da cava 2 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superfície, inserida na topografia (direita). . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Figura 6.29 –Planta da cava 3 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superficie, inserida na topografia (direita). . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Lista de tabelas
Tabela 6.1 –Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo pro-
posto para a cava 1 (sul). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Tabela 6.2 –Valores de gasto, venda e lucro para a cava 1. . . . . . . . . . . . . . . 121
Tabela 6.3 –Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo pro-
posto para a cava 2 (meio). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Tabela 6.4 –Valores de gasto, venda e lucro para a cava 2. . . . . . . . . . . . . . . 122
Tabela 6.5 –Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo pro-
posto para a cava 3 (norte). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Tabela 6.6 –Valores de gasto, venda e lucro para a cava 1. . . . . . . . . . . . . . . 123
Lista de abreviaturas e siglas
CE Caminhamento Elétrico
Ma Milhões de anos
TE Tomografia Elétrica
Lista de símbolos
𝜌 Resistividade da rocha
𝜌𝑤 Resistividade da água
𝜕 Derivada Parcial
𝜇𝑤 Permeabilidade magnética
Φ𝑒 Fluxo elétrico
𝜕 Derivada parcial
𝜖 Permissividade elétrica
⃗
D Densidade de fluxo magnético
⃗
E Campo elétrico
⃗
B Campo de densidade de fluxo magnético
⃗
H Campo magnético
Ag Prata
Cu Cobre
Zn Zinco
18
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1.1 Introdução
A ascensão de investimentos em pesquisa aplicada a mineração deve-se a alta
demanda da sociedade moderna por recursos minerais. A matéria prima provinda desses
recursos está presente em quase tudo do dia a dia: fertilizante usado na agricultura,
flúor usado na pasta de dente, qualquer dispositivo eletrônico (celular, ar condicionado,
computador, carro, avião...), cabo de eletricidade, lâmpada elétrica, cimento e etc. Em
resumo, hoje, quase nenhum ser humano vive sem mineração.
Dentro do contexto ambiental, as mineradoras são alvo frequente de críticas. Po-
rém, muitas vezes, o grande vilão é a forma como a gestão na exploração é feita. Tanto
em grandes como pequenas empresas o aspecto ambiental nem sempre é levado em con-
sideração e diferente do que se imagina isso pode causar mais custos econômicos.
Em 2018, o Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que aproximadamente
86,3% da mineração no Brasil é provinda da mineração de pequena escala-MPE (Bra-
sil, 2018). Este dado mostra a importância destas empresas na economia do país e nas
necessidades humanas, contexto na qual situa-se essa pesquisa.
As MPE’s normalmente carecem de pesquisa por falta de recursos financeiros e
desconhecimento dos métodos científicos. Ademais, a falta de planejamento e pesquisa
geram gastos e desperdícios, que acarreta em um modelo de lavra predatória. Neste sen-
tido, esse trabalho pretende auxiliar uma MPE no planejamento e sequenciamento de
lavra em um depósito baritífero do tipo SEDEX a partir da caracterização da geometria
e profundidade do minério.
Segundo o anuário mineral brasileiro da DNPM (Brasil, 1997-2020), as reservas
oficiais de barita diminuíram por volta de 507,5·106 t para 81,5·106 toneladas entre os
anos de 1997 e 2020. Essa redução na produção, dentre outros motivos, ocasionou o
fechamento de várias reservas por razões econômicas. Hoje os depósitos mais expressivos
do Brasil estão localizados na Bahia, sendo que outras reservas, como as do Paraná, são
de menor porte e apresentam dificuldades de beneficiamento.
Grande parte dos estudos metalogenéticos nesta região começaram na década de
80. O local de estudo foi considerado economicamente promissor principalmente devido a
presença de mineralizações de Barita, Chumbo e Zinco.
Atualmente, a Barita é o único minério explorado na mina onde foi realizado
o trabalho. A sua presença ocorre principalmente na forma estratiforme, lenticular ou
Capítulo 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 19
1.2 Objetivos
Objetivos Gerais
O objetivo principal desse trabalho é auxiliar o planejamento de lavra a partir
da cubagem de barita, que permitirá estimar o tempo útil das cavas e prever o lucro da
empresa. Para isso, modelos de cavas otimizadas e operacionais serão geradas com base
nas áreas de maior potencial econômico, determinadas por meio de geofísica terrestre.
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do trabalho visa tanto a barita quanto outros materiais
comuns em depósito SEDEX, como por exemplo sulfetos. Os objetivos específicos para
alcançar o principal alvo do trabalho são:
2 GEOLOGIA
2.1 Geotectônica
O contexto geotectônico do estudo está inserido na Província Mantiqueira, dentro
do cinturão orogênico da faixa do Ribeira, mais precisamente no Vale do Ribeira (Almeida,
1977).
A província Mantiqueira está localizada a leste do Cráton São Francisco e é uma
grande faixa com 3000 quilômetros de extensão ao longo do sul da Bahia até o Rio Grande
do Sul (figura 2.1). Os parágrafos a seguir fazem parte de um resumo da evolução tectônica,
baseado nos estudos de Almeida (1977), Heilbron (2004) e Hasui (2012);
Figura 2.1 – Províncias estruturais do Brasil. São treze as províncias, com acréscimo da
Parecis, Subandina e Margem Continental Equatorial em relação à divisão original de
Almeida (1977), modificado por Hasui, (2012)
• Complexo Cristalino (Oliveira, 1916) formado por rochas de fácies granulito: Com-
plexo Granulítico Serra Negra de idade arqueana (Batola et. al., 1981) e rochas
geradas no Ciclo Trasamazônico durante o Paleoproterozóico retrabalhadas no Ci-
clo Brasiliano em fácies anfibolito chamadas de Complexo Gnáissico-Migmatítico
(Siga Junior, 1995).
Figura 2.4 – Mapa com a geologia e a área de estudo. A região de estudo está inserida na
formação Perau do grupo Setuva. (Lasmar, 2020)
A figura 2.5 foi feita por Silva (2022) com base no trabalho de Andrade e Silva
(1990). A figura A corresponde as unidades regionais e a B detalha a geologia local. A re-
gião de estudo está inserida na Formação Perau do Grupo Setuva, de idade Proterozóica.
Essa formação é caracterizada por apresentar unidades quartzítica e xistosa em fácies
xisto-verde. A primeira unidade é caracterizada pela ocorrência de quartzito, mármore do-
lomítico/calcítico e xisto carbonático. Na segunda há quartzo-biotita xisto e grafita-mica
xisto, além de lentes de anfibolitos e lentes de rochas carbonáticas (Silva, et. al., 2019).
Essa formação é vulcanossedimentar e foi formada por processos hidrotermais-exalativos
em ambiente de fundo oceânico, que gerou depósito do tipo SEDEX com ocorrência de
Pb-Zn-Ag(Cu-Ba)(Daitx, 1996).
Capítulo 2. GEOLOGIA 26
Figura 2.5 – A) Unidades da geologia Regional formada pelas formações Perau, Capiru e
Metabasitos, as duas primeiras são separadas pela falha Lancinha B) Detalhe da unidade
local da Formação Perau, com mapeamento dos afloramentos de barita (Fonte:Silva, et.
al. 2022).
2.3 Aeromagnetometria
A magnetometria é um método potencial que mede a variação do campo magnético
terrestre. As principais fontes causadoras dessas variações são: 1) Campo geomagnético
do núcleo da Terra; 2) Campo magnético solar e 3) Magnetismo provindo das rochas.
Visto que o último é o único de interesse para o estudo geológico proposto, os outros dois
foram tratados como ruído, portanto subtraídos (Sordi, 2007).
O primeiro ruído tem origem relacionada ao Fe e Ni sólido do núcleo interno da
Terra, assim como a convecção e oscilação de íons livres no núcleo externo. Esses movimen-
tos geram correntes elétricas responsáveis pela produção de um campo eletromagnético.
Sendo assim, a correção é realizada pela subtração de modelos matemáticos decompos-
tos em somatório de movimentos harmônicos esféricos, que estima o valor desta parte do
campo e é chamado de International Geomagnetic Reference Field-IGRF.
Capítulo 2. GEOLOGIA 27
𝐶𝑀 𝐴 = 𝐶𝑀 − 𝐶𝑀 𝐷 − 𝐼𝐺𝑅𝐹 (2.1)
2.4 Estrutural
Não foi realizada medidas de geologia estrutural, portanto, os dados analisados
foram retirados de trabalhos como Daitx (1996), Figueira (2002) e Silva (1999) e de dado
de Gradiente Horizontal Total obtido do Campo Magnético Total (figura 2.4).
As evidências estruturais de uma tectônica extensional à época da deposição dos
Capítulo 2. GEOLOGIA 31
2.5 Econômica
O Vale do Ribeira apresenta importância econômica, dentre outros motivos, pe-
las suas jazidas polimetálicas de Pb-Cu-Zn-Ag-Au-Ba, assim como F, Terras Raras e P.
Apesar de ser conhecida por esse caráter metalogenético, a região apresentou importância
significativa principalmente pela produção de chumbo, visto que por volta de um terço
da produção brasileira era provinda do Vale (Daitx, 1996). A figura 2.8 mostra o mapa
de recursos encontrados no Vale do Ribeira, gerado pela Agência Nacional de Mineração.
Na área de estudo os principais minérios encontrados são barita, cobre, zinco e calcário.
Até a década de 70, a exploração de minério na região era focada principalmente
nos depósitos do tipo veios discordantes, em sequências carbonáticas. A descoberta de mi-
nério do tipo sulfeto maciço estratiforme na área Perau foi acompanhada com a descoberta
de novos depósitos de metais básicos como a jazida Canoas e corpos adjacentes à jazida
Perau. O final da década de 80 foi marcada por desvalorização de preços dos minérios
explorados na região devido o baixo teor das reservas. Esse fato ocasionou o fechamento
de várias empresas, dispersão de trabalhos científicos e desinteresse na área. Esse trabalho
busca revalidar e contribuir com a descrição física do depósito do tipo SEDEX no meio
cientifico.
Os depósitos são divididos em dois tipos: Panelas e Perau. As jazidas do tipo-
panela apresentam forte controle litoestrutural e é discordante às rochas encaixantes de
metadolomitos e metacalcários do subgrupo Lajeado com idade modelo (Pb/Pb) variando
de 1200 Ma-1100 Ma. A forma geométrica dos corpos de minério se apresentam em veios,
charutos, lentes, estiletes e são subverticalizados. O zoneamento mineralógico dos corpos
Capítulo 2. GEOLOGIA 33
de minério é lateral, com pirita nas bordas, esfarelita medianas e galena na porção central.
Esse depósito foi responsável por mais de 90% da produção de chumbo do Vale do Ribeira,
que se alojam principalmente em rochas carbonáticas das unidades Lageado e Perau. Os
sulfetos foram formados pela atuação de fluidos hidrotermais de temperatura na ordem de
350∘ e a provável origem está vinculada aos estágios finais de metamorfismo de contato.
Dados isotrópicos sugerem que a fonte de chumbo e galena é provinda de rochas crustais
de nível elevado, provavelmente metassedimentos. O enriquecimento de estanho e índio
em granitóides e sedimentos foram envolvidos por processos de lixiviação e remobilização
de metais (Daitx, 1996).
As jazidas do tipo-Perau , são caracterizadas por apresentarem litoestratigrafia
meso superior da unidade carbonática/pelítico-carbonática da sequência intermediária do
Complexo Perau (Silva, 1999). Essas jazidas apresentam importantes depósitos de Pb-
Zn-Ag, Cu, barita e em alguns casos formações ferríferas. Relacionado as unidades do
complexo Perau mas fora do contexto da formação, há ocorrência de chumbo constituído
por leitos e disseminações de galena e esfarelitas em rochas carbonáticas associadas a for-
mações ferríferas bandadas ou a veios/camadas de barita (Silva, 1999). A formação dessas
jazidas foram descritas como sincrônicas às rochas encaixantes, e ambas sofreram mesmas
ações deformacionais. A sua gênese está relacionada a processos sedimentares (Barbour
et. al., 1979), sedimentar exalativo (Silva et. al., 1981) ou vulcanogênico-exalativo (Fleis-
cher, 1976). Pesquisas com dados isotópicos de chumbo em galenas e estrôncios presentes
na barita indicam que o tempo de residência crustal do chumbo foi curto e que o estrôn-
cio derivou de uma fonte de crosta inferior ou manto superior com baixa razão Rb/Sr.
A composição isotópica obtida foi semelhante à da água do mar, propondo uma origem
singenética para as mineralizações do tipo-Perau (Tassinari C. et. al, 1990)
2.6 Depósitos
A pesquisa foi realizada na Mineradora Patrimônio. Hoje, o foco maior é a barita
por ser o único minério explorado, embora outros materiais possam ter valor econômico
na região, como sulfetos. Quando comparado aos demais silicatos, a barita (𝐵𝑎𝑆𝑂4 ) apre-
senta densidade alta de aproximadamente 4, 48𝑔/𝑐𝑚3 (Hanor, 2000). O seu uso no meio
industrial é relacionado principalmente a indústria petrolífera. Suas propriedades como
alta densidade, insolubilidade tanto em água quanto ácido e pouca abrasividade fazem
com que esse minério seja usado nos fluidos de perfuração. Além disso, ela regula a den-
sidade das lamas e garantem pressão hidrostática, que evita desmoronamento do poço.
Na área médica, o minério é utilizado em Raio-x devido a sua capacidade de absorvê-lo,
também é usado como proteção de radiações de monitores de vídeo, na preparação de
tintas e na redução de ruídos em compartimentos de motores. (Luz & Lins, 2000).
Capítulo 2. GEOLOGIA 34
Figura 2.8 – Mapa de localização da área de estudos com os minérios de interesse localizado
na região. (Fonte: SIGMINE ANM 02/2020; adaptado por Lasmar (2020)
Tabela 2.1 – Tabela com os principais eventos tectônicos na formação do depósito SEDEX
no Vale do Ribeira.
Idade (M.A) Época Evento Produto
<1600 -Arqueano -Retrabalhamento da crosta -Granitóide
-Paleoproterozóico -Acresção em arco de ilha -Complexo Cristalino
(Fácies granulito)
-Estruturas do transamazônico
Retrabalhado no brasilianao
em fácies anfibolito
(Complexo Gnaisse-Migmatito)
930-880 -Neoproterozóico -Tafrogênese toniana -Bacia do tipo Rifte e margem
-Fragmentação do continente passiva
Rodínia -Vulcanismo félsico-máfico:
Faixa do Congo
-Intrusões Anarogênicas:
Araçuai
-Diques Máficos (N40-50W)
-Corpos Anfiboliticos
840-800 -Neoproterozóico -Formação de oceano na -Bacia Araçuaí
formação Ribeirão (Araçuaí) -Golfo no Congo Ocidental
nas margens dos que posteriormente formou
crátons SF, Paranapanema e um oceano onde é a faixa
rio de la plata do Ribeira.
790-585 -Neoproterozóico -Fechamento da bacia -Granitóides gnaissificados
retroarco; -Granitos cálcio-alcalino
-Amalgação do Godwana a subalcalino;
Ocidental (orogênia -Raízes de arco magmático
brasiliano e Pan africana)
-Fechamento do oceano
Adamastor.
Figura 2.10 – Perfil com a morfologia e distribuição dos diferentes tipos de minério em um
depósito SEDEX. Na imagem é possível observar o zoneamento vertical com o aumento de
barita no topo e na zona distal (modificado por Emsbo P. et. al. (2016) apud. Derakhshi
M. G. et. al. (2019)).
40
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Gravimetria
Os trabalhos mais antigos relacionados à geofísica aplicada à depósito de barita
foram realizados com método de gravimetria (Uhley & Scharon, 1954; Visarion et. al.,
1974; Bhattacharya et al., 1974; Barnes et al., 1982). O método de gravimetria se justifica
pelo fato da barita apresentar densidade relativamente alta quando comparado com as
rochas hospedeiras. Uhley (1954) e Visarion (1974) encontram anomalias gravimétricas
positivas relativamente baixas, entre 0,5-1,0 mGal. Os valores encontrados por esses au-
tores, mesmo que não tão altos quando comparados com outras pesquisas foram eficientes
na exploração de barita com estimativas de tonelagem satisfatórias. Barnes (1982) encon-
trou valores de anomalias de aproximadamente 2 mGal. Esse valores mais altos deve-se
principalmente a maior dimensão lateral e em profundidade, além dos corpos de barita
serem bem superficiais.
Battacharya (1974) testou métodos geofísicos aplicados a pesquisa de Barita na
região do cinturão Thanewasna na área de Phutana, estado de Maharastra (Índia). A
região é caracterizada por apresentar mineralização controlada por falhas, zonas de ci-
salhamento, fraturas e associadas a mineralização de cobre, sendo que as lentes ocorrem
em profundidades rasas. A principio, o método gravimétrico seria uma boa opção devido
a sua alta densidade. Porém não foi efetivo devido as pequenas dimensões dos corpos
mineralizados e ao baixo teor do material na região. A densidade da barita na região é de
aproximadamente 3.3 𝑔/𝑐𝑚3 , valor baixo comparado a outros depósitos e provavelmente
esse fator contribuiu para a ineficácia do método. Para os métodos elétricos foram testa-
dos espaçamentos entre eletrodos de 2,5; 5; 10 e 20 metros, sendo que o segundo foi o que
obteve as melhores anomalias para a identificação das zonas com potencial econômico sa-
tisfatório, visto que a região com presença de barita apresentaram maiores resistividades.
Estudos mais recentes como o de Oladapo (2011) e Ysbaa (2019) testaram o método
integrado com outros. O primeiro autor, utilizou os métodos Gravimétrico e eletromag-
nético para estudar o depósito em Tunga, NE Nigeriano. O minério na região apresenta
densidade entre 3.16-4.24 𝑔/𝑐𝑚3 , ao passo que o arenito hospedeiro apresenta 2.63 𝑔/𝑐𝑚3 .
O depósito é do tipo veios e os valores de anomalia para barita variaram entre 177,507
e 181,072 mGals, ao passo que a condutividade apresentaram valores menores que 10
mS/m.
Ysbaa (2019) analisou dados gravimétricos e aeromagnéticos para estudar depósi-
tos no nordeste da Algeria (Norte da África). Os métodos foram utilizados para definir o
Capítulo 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 41
controle lito-estrutural da mineralização, tais como contato litológico, diápiros de sal, e fa-
lhas. O depósito é caracterizado pela presença Pb-Zn-Fe-Ba associado com cobre, fluorita,
prata e ouro. As mineralizações ocorrem ao longo de falhas e contatos entre formações de
sal e outras unidades. As mineralizações também ocorrem em depósitos MVT. O método
gravimétrico foi usado para identificar zonas de alta densidade (hematita e barita) e zonas
de baixa densidade (halita). Os dados magnéticos foram usados para identificar estrutu-
ras como fraturas e zona de alteração. A amplitude gravimétrica em corpos de Pb-Zn-Fe
(Cu,Ba) foi acima de 10 mGal e os métodos foram satisfatórios na descrição do depósito.
Portanto, em diversos trabalhos, o método gravimétrico se provou útil na deter-
minação de corpos de barita com dimensão satisfatória e altas concentrações em Ba. Na
área de estudo, as baritas apresentam peso específico de aproximadamente 4,25 𝑔/𝑐𝑚3 ,
logo, ao longo de corpos maiores é possível que eles fossem identificados pelo método.
Porém, o projeto desenvolvido não previa a aquisição de gravimetria e em estudos poste-
riores recomenda-se a utilização do método para verificar se há contraste suficiente entre
o minério e a rocha hospedeira da região.
⃗ =𝜌
𝜀0 ∇ · 𝐸 (4.1)
∇×𝐵 ⃗ ⃗
𝜕𝐸
− 𝜖0 = 𝐽⃗ (4.2)
𝜇0 𝜕𝑡
⃗ = 0,
∇·𝐵 (4.3)
⃗
⃗ = − 𝜕𝐵
∇×𝐸 (4.4)
𝜕𝑡
Essas equações, porém são muito gerais para serem aplicadas na geofísica e as
propriedades eletromagnéticas dos meio geológicos não aparecem nelas. Sendo assim, usa-
mos as relações constitutivas para relacionar o campo microscópico 𝐸⃗ e𝐵 ⃗ aos campos
macroscópicos de 𝐽, ⃗ e 𝐻.
⃗ 𝐷 ⃗
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 47
1) Condutividade Elétrica:
𝐽⃗ = 𝜎 𝐸
⃗ (4.5)
Conhecida como Lei de Ohm, essa equação relaciona a densidade de corrente de
condução (⃗J) ao campo elétrico (E).
⃗ A densidade de corrente é proporcional a
condutividade elétrica (𝜎). A condutividade elétrica diz respeito a facilidade que
um fluxo de corrente elétrica percorre um determinado material. Os fatores que
mais influenciam essa propriedade nas rochas são: conteúdo de água, porosidade,
concentração de sal dissolvido em água, metal maciço, conteúdo de argila e minerais
condutivos. Sendo que a movimentação de íons livres em soluções aquosas é o fator
mais comum em estudos geológicos (Olhoeft, 1981).
2) Permissividade dielétrica:
⃗ = 𝜖𝐸
𝐷 ⃗ (4.6)
3) Permeabilidade Magnética:
A terceira relação constitutiva do meio relaciona o campo magnético (𝐻)
⃗ com a
indução magnética (𝐵)
⃗ e a permeabilidade magnética do meio (𝜇). A permeabilidade
magnética é uma medida da capacidade do material em conduzir o fluxo magnético
na presença de um campo magnético
⃗ = 𝜇𝐻
𝐵 ⃗ (4.7)
Para termos práticos, essas relações podem ser substituidas nas equações 4.1 a 4.4.
A condutividade elétrica, assim como a permissividade dielétrica são propriedades
que diz respeito a atenuação propagação do sinal. Por outro lado, materiais com baixa
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 48
condutividade elétrica, como solos arenosos, podem permitir que a onda eletromagnética
penetre mais profundamente no subsolo, gerando reflexões mais nítidas de camadas ou
objetos.
Materiais que possuem alta condutividade elétrica, como água salgada, solos argi-
losos saturados ou rochas contendo minerais condutivos, podem absorver grande parte da
energia da onda eletromagnética, reduzindo sua capacidade de penetrar profundamente
no subsolo. Isso pode levar a uma perda de resolução do sinal, uma vez que as reflexões
de camadas ou objetos abaixo desses materiais podem ser atenuadas. Além disso, a alta
condutividade elétrica pode gerar ruídos nos dados, dificultando a interpretação.
Em geral, a permissividade dielétrica aumenta com a umidade do meio, pois a
água é um bom condutor elétrico e tem uma alta constante dielétrica em comparação com
outros materiais. Isso significa que, em geral, as áreas úmidas ou saturadas no subsolo
tendem a apresentar uma permissividade dielétrica mais alta do que as áreas secas.
Por outro lado, materiais com alta densidade, como rochas, tendem a ter uma per-
missividade dielétrica mais baixa. Portanto, a constante dielétrica da rocha é geralmente
menor do que a do solo.
Quando a onda EM encontra uma mudança na permissividade dielétrica, parte da
energia é refletida de volta para a superfície, e essa reflexão pode ser registrada pelo radar
como uma anomalia ou uma camada geológica. Portanto, entender como a permissividade
dielétrica é afetada pelas características do meio é fundamental para interpretar com
precisão os dados de GPR e extrair informações sobre a estrutura e as propriedades do
subsolo.
A permeabilidade magnética do meio não é considerada um parâmetro significa-
tivo, uma vez que a maioria dos materiais encontrados no subsolo têm uma permeabilidade
magnética próxima à do vácuo. Além disso, a frequência do radar geralmente usada na
prospecção geofísica (geralmente na faixa de alguns MHz a alguns GHz) é muito alta para
que a permeabilidade magnética do meio cause distorções significativas.
Portanto, as propriedades elétricas do material são as mais utilizadas nas interpre-
tações dos dados. Espera-se conseguir identificar o material de barita por ser um material
bem resistivo. O quartzito por ser mais poroso, se estiver preenchido por água, pode
atenuar o dado, porém, de forma geral é um material bem resistivo que pode ser difícil
a diferenciação apenas com o GPR. O georadar vai ser importante em diferenciar sinal
atenuado, que pode ser consequência de um material inconsolidado com um ambiente
pouco atenuado mais propicio para a exploração. Outro papel importante do método vai
ser a delimitação de radafácies subverticais, que sugeriria a presença de barita em zonas
fraturadas, além de radafácies horizontais que apontaria diferentes camadas. Esses resul-
tados juntamente com os dados de ER e RC irá indicar o possível ambiente de locação do
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 49
material.
𝜖𝑠 − 𝜖∞
𝜖* = 𝜖∞ + (4.10)
1 + (𝑖𝜔𝜏 )
onde 𝜖∞ é a permissividade dielétrica do meio em altas frequências, 𝜖𝑠 é a permissividade
dielétrica estática do meio, ou seja, a permissividade dielétrica em frequência zero, 𝜔 é
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 50
𝜖′
𝜖𝑟 = (4.11)
𝜖0
Para aplicações de GPR, 𝜖′′𝑟 tende a zero, visto que a a permissividade dielétrica
imaginária é muito menor que a real, sendo negligenciada (Davis & Annan 1977). Além
disso, a constante dielétrica da água não muda com a alteração da frequência abaixo de
GHz. Logo, a condutividade efetiva se aproxima da condutividade em corrente contínua
e 𝜎𝑒 𝑓 = 𝜎0 (Porsani, 1999).
Os próximos parâmetros importantes na interpretação dos dados são as constantes
de atenuação e propagação da onda eletromagnética desenvolvida por Stratton (1941).
Essas constantes (eq. 4.12 e 4.13) são derivadas das equações de Maxwell e da
solução da equação de ondas. A primeira fórmula é usada para estimar a profundidade
de penetração das ondas eletromagnéticas em diferentes tipos de solo. Ela depende da
frequência da onda, da condutividade elétrica do meio e da constante dielétrica relativa.
Em GPR, essa constante é importante pois afeta a profundidade de penetração das on-
das no solo e, portanto, a resolução e qualidade das imagens do subsolo obtidas pelo
equipamento
⎯ ⎡⎯ ⎤
⎸
⎸1
⎸(︃ )︂2 )︃
𝜎
⎸ (︂
𝛼= 1+ − 1⎦ (4.12)
⎸
𝜔 𝜇𝜀 ⎷
2
⎷ ⎣
𝜔𝜖
⎯ ⎡⎯ ⎤
⎸
⎸1
⎸(︃ )︂2 )︃
𝜎
⎸ (︂
𝛽= 𝜔 ⎷ 𝜇𝜀 ⎣⎷ 1 + + 1⎦ (4.13)
⎸
2 𝜔𝜖
𝜔
𝑣= (4.14)
𝛽
𝜔𝜇𝜎
√︂
𝛼=𝛽= (4.15)
2
Com a velocidade igual a:
2𝜔
√︃
𝑣= (4.16)
𝜇𝜎
Outro caso é para frequências muito altas, (𝜔𝜖 → ∞). As constantes de propagação
2
são geradas por meio da expansão de série de potências de 𝜔𝜎2 𝜖2 e o procedimento pode
ser consultado em Porsani (1999):
𝜎 𝜇
√︂
𝛼= (4.17)
2 𝜖
√
𝛽 = 𝜔 𝜇𝜖 (4.18)
𝑐
𝑣=√′ (4.19)
𝜖𝑟
sendo 𝑐 a velocidade da luz igual a √1
𝜇0 𝜖0
= 2, 997𝑥108 𝑚/𝑠 e 𝜖′𝑟 a constante dielétrica dos
materiais dada pela tabela 4.1.
O último parâmetro que vai influenciar nosso padrões de reflexão da onda ele-
tromagnética (radarfácies) é o coeficiente de reflexão e de transmissão. O resumo dos
procedimentos para chegar nesse parâmetro foi retirado de Porsani (1999), para termos
práticos e aplicados será enfatizado apenas os parâmetros utilizados para interpretação
dos dados.
As ondas eletromagnéticas propagam no meio de acordo com as propriedades já
definidas 𝜎, 𝜖𝑒𝜇. O dado adquirido apresentará resultados satisfatórios quando há mu-
dança nessas propriedades, o que causará impedância elétrica na interface das diferentes
camadas. Assim como nas aquisições sísmicas, a onda EM irá refletir e refratar quando
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 52
encontrar a interface entre materiais com propriedades elétricas distintas, esse fenômeno
irá ditar o quanto do sinal irá ser refletido, indicado pelo coeficiente de reflexão (Stratton,
1941).
A reflexão e a refração ocorrida entre as camadas será ditada pela lei de Snell
e equações de Fresnel. A lei de Snell relaciona os ângulos entre a onda EM incidente,
refletida e refratada (𝜃𝑖 , 𝜃𝑟 , 𝜃𝑡 ,), como pode ser observado na figura 4.2.
Figura 4.2 – Onda incidente (𝑘𝑖 ), refletida (𝑘𝑟 ) e transmitida (𝑘𝑡 ) e os ângulos de incidên-
cia, reflexão e trasmissão (𝜃𝑖 , 𝜃𝑟 , 𝜃𝑡 ,) formados com a passagem da frente de onda do meio
1 (𝜇1 , 𝜎1 , 𝜖1 ) para o meio 2 (𝜇2 , 𝜎2 , 𝜖2 .)
.
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 53
√︃
𝑖𝜔𝜇
𝑍𝑥𝑦 = (4.22)
𝜎 + 𝑖𝜔𝜖
Para o estudo da aplicação de GPR, a amplitude do coeficiente de reflexão, escrita
para incidência normal, é igual a:
𝑍2 − 𝑍1
𝑟𝐺𝑃 𝑅 = (4.23)
𝑍2 + 𝑍1
Como 𝑍1 e 𝑍2 são impedâncias de diferente meios, 𝑟𝐺𝑃 𝑅 é reescrito como:
√ √
𝜎1 + 𝑖𝜔𝜖1 − 𝜎2 + 𝑖𝜔𝜖2
𝑟𝐺𝑃 𝑅 =√ √ (4.24)
𝜎1 + 𝑖𝜔𝜖1 + 𝜎2 + 𝑖𝜔𝜖2
Embora, o coeficiente de reflexão seja dependente da condutividade elétrica do
meio, para frequências usadas no GPR (𝜔 → ∞), a corrente de condução é ignorada pois
não há dependência entre 𝑘 2 e 𝜎 (Stratton, 1941):
√︁ √︁
𝜖′1 − 𝜖′2
𝑟𝑔𝑝𝑟 = √︁ √︁ (4.25)
𝜖′1 + 𝜖′2
A tabela 5.1 algumas relações de coeficiente de reflexão para diferentes tipos in-
terfaces propostas por Porsani (1999). A primeira interface (Solo seco/ Água) apresenta
80% de energia incidente que pode ser usada para mapear nível freático de aquifero. A
segunda mudança de meio (Ar/Solo seco) gera uma reflexão de 38% de energia incidente
e é uma reflexão indesejada na aquisição, por isso a antena deve estar bem junta ao solo.
O coeficiente gerado por Solo/Ferro é de 100% e é usado para identificar tupos metálicos,
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 54
visto que grandes hipérboles são geradas nesse tipo de interface. Por último, o coeficiente
de reflexão entre água e rocha (52%) demonstra que o método pode ser usado sobre super-
ficies de rios e lagos, porém, eles não podem ser muito condutivos para que seja evitado
atenuação do dado.
Tabela 4.2 – Tabela com coeficientes de reflexão para diferentes tipos de interfaces entre
camadas. (Fonte: Porsani 1999).
Meio 1 Meio 2 Coef. Reflexão
Solo Seco (𝜖′𝑟 = 5) Água (𝜖′𝑟 = 81) -0,80
Ar (𝜖′𝑟 = 1) Solo Seco (𝜖′𝑟 = 5) -0,38
Solo (𝜎0′ = 15𝑚𝑆/𝑚) Ferro (𝜎0′ = 109 𝑚𝑆/𝑚) -1
Água (𝜖′𝑟 = 81) Rocha (𝜖′𝑟 = 8) 0,52
4.1.3 Radarfácies
Com os principais princípios físicos do método GPR explicados fica mais fácil
diferenciar os padrões de reflexão, entender que tipo de material está associado a deter-
minado padrão e consequentemente interpretar os dados. Nesse tópico será demonstrado
os principais padrões de reflexão que pode ser encontrado nos resultados.
Paula (2019) resume os principais trabalhos que abordam esse tema. O inicio
do estudo sobre diferenciação dos padrões de reflexão de forma sistemática se deu nos
anos 70 com o estudo de estratigrafia por meio de sísmica na indústria do petróleo. Os
estudos avançaram nos anos 70 e 80 e pesquisas em laboratório e campo demonstraram
a importância em analisar e agrupar grupos com elementos de reflexão em comum tais
como padrão de reflexão, amplitude, frequência, intervalos de velocidade, geometria das
fácies. Após agrupar diferentes radarfácies, é importante relacioná-los com a porosidade
e litologia (Mitchum & Sangree 1977; Sangree, 1974; Brown & Fisher, 1980; Haeni 1988).
Os principais tipos de reflexão propostos por Sangree & Widmier (1974) estão
ilustrados na figura 4.3 e são:
• Livre de reflexões → Podendo apresentar hipérboles geradas por difração como por
exemplo um meio onde o solo é hidratado e inconsolidado e hipérboles são geradas
devido raízes de árvore ou tubulações
Figura 4.3 – Tipos básicos de configurações de reflexão ilustrado por Paula M. C. L, 2019
adaptado de Sangree & Widmier (1974)
Figura 4.5 – Variação nos valores de resistividade das rochas, solos e minerais (Fonte:
Loke, 1999).
𝐽⃗ = 𝐸
⃗ ·𝜎 (4.27)
∇𝑉
𝐽⃗ = (4.28)
𝜌
Por definição, a intensidade de corrente que atravessa um tubo com área S e
comprimento l é igual a:
∫︁
𝑖= 𝐽⃗ · 𝑛
^ · 𝑑𝑆 (4.29)
𝑆
logo,
𝑖
𝑑𝑉 = · 𝑑𝑙 (4.30)
𝜎𝑆
dV é uma pequena diferença entre dois pontos de modo que
𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = 𝑅 · 𝐼 (4.31)
𝑙 𝑙
𝑅= = 𝜌( ) (4.32)
𝜎𝑆 𝑆
Na aquisição de dados elétricos ER e IP são utilizados dois eletrodos de corrente
(A e B) para aplicar corrente no subsolo e outros dois potenciais (M e N) para medir a
diferença de potencial em um ponto, como pode ser observado na figura 4.6. A corrente
flui como se fosse na metade de uma esfera equipotencial, portanto, a área S é calculada
como 𝐴 = 2𝜋𝑟 2 . Como o objetivo do método é adquirir valores para a resistividade
aparente entre os eletrodos, então a condutividade é trocada pela resistividade e obtemos
a equação a seguir:
𝑅·𝑆
𝜌= (4.33)
𝑙
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 60
𝜌
𝑅= (4.34)
2𝜋𝑟
Consequentemente, haverá diferença de potencial (ddp) no eletrodo M e N:
𝜌 1 1
𝑉𝑀 = (𝐼 · )·( − ) (4.35)
2𝜋 𝐴𝑀 𝐵𝑀
𝜌 1 1
𝑉𝑁 = (𝐼 · )·( − ) (4.36)
2𝜋 𝐴𝑁 𝐵𝑁
Sendo a letra do eletrodo de corrente (A ou B) seguida da letra do eletrodo de potencial
(M ou N) referente a distância entre os mesmos. Logo, a equação da ddp entre os dois
eletrodos de potencial será dada por:
𝜌 1 1 1 1
Δ𝑉𝑀 𝑁 = (𝐼 · )( − − + ) (4.37)
2𝜋 𝐴𝑀 𝐵𝑀 𝐴𝑁 𝐵𝑁
A resistividade do meio será igual à:
𝑉
𝜌=𝐾·Δ (4.38)
𝐼
e o fator geométrico (K) igual à
2𝜋
𝐾= 1 1 1 1 (4.39)
𝐴𝑀
− 𝐵𝑀
− 𝐴𝑁
+ 𝐵𝑁
Figura 4.6 – Exemplo de arranjo com quarto eletrodos (Fonte: Braga, 2006).
é utilizado para a realização da técnica da SEV, visto que que cada medida é realizada
abaixo da anterior.
O intuito inicial do arranjo polo-polo seria utilizar apenas um eletrodo de corrente e
um de potencial. Porém, essa configuração não existe e uma maneira de se aproximar deste
caso é posicionando outros eletrodos de corrente e de potencial a uma grande distância
do centro. Essa distância é considerada satisfatória como 20 vezes a distância “a” entre
o par de eletrodos posicionado no centro do arranjo (figura 4.9-d). Assim como o dipolo-
dipolo, esse arranjo supre o problema de erro relacionado ao acoplamento eletromagnético,
porém exige uma grande quantidade de corrente elétrica para suprir o espaçamento. Outro
problema do arranjo são os ruídos telúricos provocados devido a grande distância entre
os eletrodos de potencial.
O arranjo polo-dipolo (figura 4.9-e) apresenta um par de eletrodos de potencial
separados por uma distância “a”. Um dos eletrodos de corrente (A) é posicionado no infi-
nito e um outro (B) é deslocado por uma distância “na”. Este arranjo apresenta resolução
lateral satisfatória, com sinal melhor que o do dipolo-dipolo. Porém, devido a sua natu-
reza assimétrica, a interpretação dos dados torna-se mais complexa. Loke (2004) sugere
repetir as medidas de maneira reversa ao arranjo para remover a natureza assimétrica dos
resultados, porém esse procedimento levaria um tempo maior que o normal.
Dahlin & Zhou (2004) comparam a resolução e eficiência dos resultados de re-
sistividade 2D utilizando oito arranjos. Os autores aferem que para regiões onde o alvo
geológico é verticalizado, como é o caso das zonas mineralizadas em veios de quartzo ou
disseminados na rocha, o melhor arranjo é Dipolo-dipolo.
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 64
Figura 4.9 – Primeira coluna: arranjos comumente usados na aquisição de dados de eletror-
resistividade e seus respectivos fatores geométricos (k), sendo que os eletrodos de corrente
são representados por A e B e os de potencial por M e N. Segunda coluna: sensibilidade
para cada arranjo. Arranjos: a) Wenner, b) Dipolo-Dipolo, c) Schlumberger, d) Polo-Polo,
e) Polo-Dipolo (Fonte: adaptado de Loke, 2004 e Dahlin & Zhou, 2004).
Figura 4.10 – Sistema de um dipolo capacitivo. A figura superior ilustra o sistema ex-
ternamente e a parte inferior da imagem detalha o sistema internamente, formado pelo
gerador de corrente alternada, a placa condutora e o isolante, sendo que o solo age como
a segunda placa (Fonte: Aquino W. F., 2022, modificado de Yamashita et. al., 2004)
O gerador aplica uma corrente alternada de frequência 16,5 kHz, que gera campo
elétrico e retensão de carga no resistor dielétrico (isolante). A corrente elétrica mantêm a
carga elétrica por indução que atravessa o meio devido a capacitância da placa condutora
e da subsuperfície. Os dipolos capacitivos receptores do acoplamento medem o potencial
elétrico de corrente (tensão). Shimas 1996 ilustra o tipo de circuito que é formado nesse
sistema resistivo-capacitivo (figura 4.11). Corrente alternada é gerada pois a frequência
da tensão da força eletromotriz (E) é alta e cargas elétricas são geradas no isolante entre
a placa condutiva e o subsolo. Consequentemente, o efeito capacitivo é gerado com uma
magnitude de corrente representada pela Lei de Kirchhoff 4.40 (Shima, et. al., 1996, apud.
Aquino 2022).
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 66
𝐸
𝐽 = 1 (4.40)
𝑅+ 𝑖𝜔𝐶
Sendo 𝐽 a magnitude de corrente da corrente alternada, 𝐸 a força eletromotriz, 𝑅 a
resistência do terreno em Ohms, 𝜔 a frequência angular em 𝑟𝑎𝑑/𝑠, 𝐶 a capacitância do
eletrodo em Farads e esses dois últimos pertencentes a parte imaginária 𝑖.
Feito as medidas, os registros das tensões são convertidos em sinal digital numa
taxa de amostragem de 0,5 segundos e por fim a resistividade elétrica é medida a partir
do fator geométrico, semelhante as equações 4.38 e 4.39 (Yamashita et. al., 2004).
O arranjo usado no método RC é análogo ao arranjo dipolo-dipolo (figura 4.9-
b). Embora, os fatores geométricos usados na ER e RC sejam bem parecidos eles se
diferenciam. A diferença se deve principalmente pelo fato de que agora as medidas não
estão restritas a pontos fixos de eletrodos. Kuras (Kuras O. Beamish D. Meldrum P. I.
(2006)) explica de forma sucinta o fator geométrico de RC dado por:
𝜋𝐿
𝐾𝐿𝐴 = 2 𝑏2 +2𝑏 𝑏+2 𝑏2 −2𝑏 𝑏−2
(4.41)
𝑙𝑛[( 𝑏2𝑏−1 )2𝑏 ( (𝑏+1) 2) ( (𝑏−1)2 ) ]
visto que 𝐿 é o comprimento dos eletrodos e 𝑋 a separação entre o transmissor e os
receptores usado em 𝑏 = 2𝑋/𝐿.
Além disso, Kuras (2006) explica que para um mesmo fator geométrico calculado
em ER e RC, para a distância do dipolo 𝑋 e comprimento do dipolo para ER (𝐿𝑑𝑐 ) serão
diferentes que o comprimento de 𝐿 para as antenas dipolares do RC (𝐿𝐿𝐴 ). Aquino (2022)
ilustra esse fato na figura 4.12. Como consequência desse fato, a diferença dos fatores
geométricos entre os dois métodos varia entre 1 e 16 %, a depender do distanciamento
entre as antenas capacitivas. Os menores valores dessa diferença ocorrerão com a maior
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 67
√︃
𝜌
𝑑 = 15, 9 (4.42)
𝑓
Figura 4.13 – Ilustração de como é feita a aquisição por meio do método RC. D é a
distância do transmissor para cada receptor. A corrente elétrica pe aplicada para cada
nível de investigação fazendo medidas de Δ𝑉 (Fonte: Aquino W. F., 2022)
tempo) ou pela resposta que o material apresenta quando submetido à diferentes frequên-
cias, sendo que a impedância elétrica diminui com o aumento da frequênia (domínio da
frequência).
O método IP é bem difundido na exploração mineral, principalmente por se tratar
de um método sensível à certos minerais metálicos em baixas concentrações. De acordo
com Summer (1976), corpos de sulfeto disseminado com concentrações de minerais metá-
licos iguais a 0,5% podem ser o suficiente para apresentar anomalia, sendo que a resposta
aumenta com a mineralização. Por outro lado, as aquisições de resistividade poderiam
esconder o sinal de interesse quando o objeto principal está relacionado a minerais disse-
minados.
Quando submetida a frequências maiores que 1000 Hz, a maior parte da corrente elé-
trica flui através da interface por meio não-faradáico, enquanto que o fluxo de corrente
via caminho faradáico aumenta com a redução da frequência (Ward, 1990).
Anderson & Keller (1964) explicam que o efeito IP em arenito rico em pirita
cresce em parte a partir do efeito de polarização de eletrodo (sobrevoltagem) e outra
a partir de polarização eletrolítica. Porém, no estudo aqui presente, apenas o primeiro
efeito interessa e a identificação do sulfeto é possível apenas quando a polarização de
sobrevoltagem exceder a eletrolítica. Esta condição é satisfeita quando houver mais que
10% de sulfeto na rocha. Portanto, os autores propõem o uso de baixa densidade de
corrente para aumentar o efeito da polarização de interesse.
1 ∫︁ 𝑡2
𝑀 = 𝑉𝑡 𝑑𝑡 (4.43)
𝑉𝑝 𝑡1
Figura 4.15 – Corrente emitida na forma quadrada com sistema on/off (parte superior) e
resposta da carga e descarga do meio geológico medido em volts (parte inferior), sendo 𝑉0
a voltagem total medida, 𝑉𝑝 , a voltagem referente a polarização do meio e 𝑉 a voltagem
real.
O fator metal (FM) é mais comum de ser usado no domínio da frequência, porém
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 72
1000𝑀
𝐹𝑀 = (4.44)
𝜌𝐷𝐶
onde a cargabilidade 𝑀 é dada em termos de milisegundos (Whitherly and Vyselaar,
1990)
1 1 1 𝑍𝑏 𝑍𝑑𝑐
= + → 𝑍𝑓 = (4.45)
𝑍𝑓 𝑍𝑑𝑐 𝑍𝑏 𝑍𝑏 + 𝑍𝑑𝑐
1
𝑍𝑏 = 𝑅𝑏 + (4.46)
𝐼𝜔𝐶
𝑍𝑑 𝑐 = 𝑅𝑑 𝑐 (4.47)
1
𝑅𝑑𝑐 (𝑅𝑏 + )
𝑍𝑓 = 𝐼𝜔𝐶
1 (4.48)
𝑅𝑑𝑐 + 𝑅𝑏 + 𝐼𝜔𝐶
𝑍𝑓 (𝑚𝑖𝑛) − 𝑍𝑓 (𝑚𝑎𝑥)
𝐹𝐸 = (4.49)
𝑍𝑓 (𝑚𝑎𝑥)
Na equação anterior temos duas frequências, uma menor que tende a zero e outra
maior que tende ao infinito, portanto, 𝑍𝑓 (𝑚𝑖𝑛) e 𝑍𝑓 (𝑚𝑎𝑥) é igual a 𝑍𝑑𝑐 e 𝑍𝑓 , respecti-
vamente. Portanto, se os termos das equações 4.47 e 4.48 forem substituídos na 4.49, a
razão da equação 4.50 é obtida.
𝑅𝑑𝑐
𝐹𝐸 = (4.50)
𝑅𝑏
O método IP por meio de medições de amplitude se utiliza de duas frequências.
A primeira e mais baixa (dc) apresenta maior período e consequentemente mais tempo
para a voltagem transiente aumentar. A segunda frequência é mais alta (ac) e apresenta
menor voltagem. Por fim, o PFE (Percentual Frequency Effect) ou percentual de frequência
efetiva relaciona o aumento percentual entre ambas frequências (Equação 4.51).
𝜌𝑑𝑐 − 𝜌𝑎𝑐
𝑃𝐹𝐸 = × 100 (4.51)
𝜌𝑎𝑐
Em termos práticos, o PFE é utilizado com 𝜌𝑑𝑐 no dominador, invés de 𝜌𝑎𝑐 ,
devido a sua maior correlação com a cargabilidade (𝑀 ). O fator metal por sua vez diminui
algumas ambiguidades tais como o fato de uma rocha muito metamórfica poder apresentar
valores altos para o 𝑃 𝐹 𝐸, mesmo que não haja conteúdo metálico satisfatório. Portanto,
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 74
o 𝐹 𝐸 é dividido por 𝜌𝑑𝑐 e multiplicado por 2𝜋 · 105 , logo o fator metal (𝑀 ) (Eq. 4.52)
apresenta uma boa escala e uma maior correlação com as zonas mineralizadas e sulfetadas.
𝐹𝐸
𝑀𝐹 = · 2𝜋 · 105 (4.52)
𝜌𝑑𝑐
Na aquisição IP no domínio do tempo é necessária maior precisão, logo é impor-
tante reduzir os ruídos relacionados ao efeito de polarização entre eletrodo e solo. Portanto,
eletrodos porosos são utilizados como alternativa de reduzir a variação temporal da po-
larização, pois são não-polarizáveis. Cada eletrodo poroso é constituído por um cilindro
de PVC, sendo que a base é feita de cerâmica porosa, no qual a solução de sulfato de
cobre infiltra lentamente e atinge o solo. Uma haste de cobre é conectada na parte interna
da tampa para que possa entrar em contato com a solução de 𝐶𝑢𝑆𝑂4 e um terminal
de conexão na parte externa, que é conectado a cada saída do cabo de potencial (figura
4.18).
A cava operacional é o processo no qual questões geotécnicas são avaliadas. Essa avaliação
depende do tipo de rocha e solo. Esse fator irá ter consequência na determinação da
inclinação das bancadas e ângulo final do talude. Além disso, a largura da bancada é
escolhida de acordo com o tamanho das máquinas usadas na remoção do material (Peroni,
2008).
A cava otimizada precisa ser reavaliada durante as diversas etapas de exploração,
principalmente com a mudança nos preços do minério. Além da geometria depender de
características geométricas afim de evitar deslizamento, o formato da lavra depende do
volume e teor (estéril/minério).
Sendo assim, o primeiro passo para a otimização de cava de um depósito mine-
ral é a criação do modelo geológico. Esse modelo deve constar a geometria e o tipo de
material presente. Essa etapa foi feita com auxílio da geofísica terrestre, visto que os mé-
todos utilizados foram testados em áreas controladas e foi confirmada a suas eficiência na
discriminação do minério (barita).
A próxima etapa é delimitar o modelo do sólido fechado relacionado ao minério
e o modelo topográfico. Posteriormente, esses dois modelos são convertidos em modelo
discreto de blocos. O material estéril corresponde aos blocos abaixo da topografia que
não fazem parte do minério. Os blocos auxiliam o algorítimo computacional a calcular o
volume e o preço de retirada de cada bloco e consequentemente insinuará a maneira a ser
explorada mais lucrativa.
O cálculo é feito por meio subtração do valor de arrecadação menos os custos.
Esse último parâmetro é feito por meio do valor de custo por 𝑚3 , que refere-se aos gastos
administrativos com mão de obra, material, beneficiamento e recuperação. Os blocos
estéreis apresentam valores negativos, visto que não é vendido e há um custo na sua
extração. Por fim, a cava operacional é feita por meio da altura da bancada, ângulo de
talude da bancada, largura de berma, largura da rampa e ângulo geral da cava.
O método computacional de otimização por processo automático usado foi desen-
volvido por Lerch & Grossmann (1965). O algoritimo L&G utiliza a programação dinâmica
e teoria dos grafos aplicado a otimização de processos discretos. A teoria matemática dos
grafos permite que o programa calcule a diferença entre o valor total do minério e o custo
da extração dos blocos estéreis e do minério. Essa teoria é baseada na comparação siste-
mática entre cada bloco vizinho. Essa comparação permite que o algorítimo crie diferentes
geometrias e calcule qual delas fornece o maior lucro. O maior lucro seria referente a ex-
ploração apenas dos blocos do minério, porém isso é impossível. Para retirar blocos de
minério é necessário retirar estéreis, principalmente nas bordas, além disso deve-se levar
em conta os ângulos que respeitam a estabilidade do talude (Assunção, 2017).
A teoria de grafos considera que um sistema com vários subgrafos formados por
Capítulo 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA 76
nós e ramos. O produto disso é uma cava viável que considera os parâmetros operacio-
nais citados no parágrafo anterior. O valor de lucro máximo corresponde ao fechamento
máximo de um grafo identificado pelos seus parâmetros individuais de custo e peso. Esse
fechamento máximo corresponde a cava otimizada (Assunção, 2017).
77
MHz, respectivamente. A técnica utilizada por essas antenas é a common offset.: (figura
5.2-b).
A aquisição de dados RC foi feita com o instrumento OhmMapper da empresa
Geometrics, os espaçamentos de cabos coaxiais utilizados foram de 2.5, 5 e 10 metros
(figura 5.2-c).
Por fim, as aquisições dos métodos elétricos de ER, IP-T e IP-F foram feitos com
o instrumento Syscal Pro de 10 canais da IRIS Instrument. A técnica de aquisição utili-
zada em todas as linhas é uma combinação de caminhamento elétrico e sondagem elétrica
vertical com o arranjo de eletrodos Dipolo-Dipolo. Os cabos utilizados apresentam espa-
çamento mínimo entre eletrodos de 5, 10 e 20 metros, todos construídos pelo Laboratório
de Geofísica Aplicada do IAG-USP (figura 5.2-d).
A tabela 5.1 informa quais métodos foram usados em cada perfil e os parâme-
tros utilizados, as cédulas vazias indicam que o método em questão não foi utilizado na
respectiva linha.
Figura 5.1 – A) Contextualização das unidades da geologia regional, que engloba as For-
mações Perau, Capiru e Metabasitos. B) Detalhe da geologia local: Formação Perau e
disposição das linhas geofísicas. C) Posição das linhas de aquisição de dados.
Capítulo 5. AQUISIÇÃO, PROCESSAMENTO E MODELAGEM 79
Tabela 5.1 – Métodos aplicados a cada perfil e parâmetros de aquisição: GPR e frequên-
cia da antena utilizada; RC e espaçamento dos cabos coaxiais); ER, IP-T e IP-F com
espaçamento mínimo entre eletrodos.
Perfil/Método GPR RC ER IP-T IP-F
P1 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3m 3m
P2 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m
P3 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 10m 10m 10m
P4 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 5 e 10m 5m 5m
P5 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3m 3m
P6 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3, 5 e 10 m 10 m 10m
P7 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3e5m
P8 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3e5m 5m 5m
P9 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 3m 3m
P10 200 e 270 MHz 2.5, 5 e 10 m 10 m
Figura 5.2 – A) Bloco rolado de barita envolto por quartzito. b) Aquisição de GPR com
antenas de 200 e 270 MHz. c) Aquisição de Resistividade Capacitiva. d) Aquisição de
Eletrorresistividade.
Capítulo 5. AQUISIÇÃO, PROCESSAMENTO E MODELAGEM 80
5.1.1 Ganho
A remoção do ganho de cabeçalho (Remove Header Gain) é aplicada para se obter
as amplitudes reais das anomalias. Aplica-se esta etapa quando a função ganho é usada
durante a aquisição com a finalidade em melhorar a visualização do resultado bruto em
tempo real.
O ganho temporal compensa a atenuação do dado em grandes profundidades em
um meio onde há perda de sinal significativo próximo à superfície. Sendo assim, a ampli-
tude da onda é aumentada com o tempo de propagação e profundidade. Os dois tipos do
ganho temporal é a função Automatic Gain Control (AGC) e o Energy Decay. O primeiro
equilibra a amplitude em cada traço independentemente. Como consequência desse tipo
de ganho, as altas amplitudes irão ser reduzidas e as baixas aumentadas.
O segundo tipo refere-se a um aumento exponencial do ganho em um aumento do
traço linear. Ou seja, a função ganho permite intensificar a amplitude por meio de uma
função 𝑔(𝑡) = (1 + 𝑎𝑡 )(𝑒𝑏*𝑡 ), sendo que 𝑎 refere=0se ao parâmetro linear (1/pulso) e 𝑏
exponencial (db/m).
Capítulo 5. AQUISIÇÃO, PROCESSAMENTO E MODELAGEM 81
O ganho Energy Decay é análogo ao AGC com a diferença em que um valor escalar
é fornecido e cada traço do dado será multiplicado por esse valor por esse valor.
A opção Manual gain (y) permite aplicar esses ganhos no eixo y de forma manual.
Deve-se atentar, porém, ao fato dessas ferramentas de ganho alterar a informação da
amplitude verdadeira. Logo, o ganho é usado principalmente para visualizar estruturas
como fraturas e acamamento, presentes em materiais atenuadores de sinas como argila ou
areia saturada.
No contexto do depósito estudado aqui, a barita foi depositada junto com a ro-
cha quartzítica. O quartzito pode apresentar estrutura primária de deposição (𝑆0 ) bem
definida com o material de barita formado de forma lenticular e concordante ao 𝑆0 do
quartzito. Porém, na região também ocorre barita na forma de blocos residuais e em
veios. No caso dos blocos, hipérboles seriam gerados ao passo que nos veios, apareceriam
estruturas verticalizadas.
Portanto, a migração ajuda a identificar os diferentes tipos de material presente
na área. Nesta etapa, o eixo-y é convertido de tempo de percurso da onda EM para
profundidade. Sendo assim, a análise de velocidade foi feita com o objetivo em obter uma
estimativa média da constante dielétrica/velocidade do meio geológico.
A figura 5.4 ilustra como é feita essa análise. Ao encontrar uma hipérbole definida,
usa-se a ferramenta do software para ajustar a abertura e obter uma estimativa de velo-
cidade do meio. Essa estimativa pode variar de um perfil para o outro, visto que o meio
não é homogêneo, portanto a análise da velocidade é uma média. O método GPR não foi
usado para delimitar a profundidade do minério, logo, essa a velocidade pode ser obtida
como uma média e no caso da figura abaixo foi de 0.09 m/ns, que é equivalente a uma
constante dielétrica de 11.
Figura 5.4 – Perfil bruto sem processamento para ilustrar a identificação de hipérbole
usada na análise de velocidade.
Após feita a análise de velocidade, a migração foi executada com o método Kir-
chhoff. Após realizada esta etapa, a hipérbole de referência mudou a sua forma para
planar. Portanto, as interpretações dos dados serão feitas com base em cada etapa do tra-
tamento e processamento, visto que por exemplo, informações como amplitude da onda
pode ser invalidada com o processo de ganho e a presença de hipérboles, importante na
descrição de possível material disposto em forma de blocos de rochas, pode prejudicar a
identificação dessas feições.
foi usado o programa de interpolação Oasis Montaj. Por fim os dados foram normalizados
para uma mesma escala para facilitar a interpretação.
Figura 5.7 – Curvas de decaimentos IP. A) Curva com decaimento satisfatório. B) Curva
com baixo sinal/ruido. C) Curva para cargabilidade negativa.
Capítulo 5. AQUISIÇÃO, PROCESSAMENTO E MODELAGEM 86
5.2.2 Inversão
5.2.2.1 Teoria
A inversão é um método matemático que busca criar um modelo da terra com res-
postas físicas similares com os valores medidos em campo. Parâmetros físicos são estimados
a partir dos dados observados e um modelo de subsuperfície é gerado, que proporciona
uma melhor interpretação e criação de modelos geológicos mais confiáveis. O programa
RES2DINV é utilizado para correlacionar as resposta do modelo com os valores de re-
sistividade em diversos pontos, separados por células, esse processo é feito por meio da
diferenças finitas ou elementos finitos. (Loke, 2004).
Os métodos de otimização é executado de forma que a diferença entre o modelo de
resposta e o dado observado seja o menor possível. Um exemplo comum é o método dos
mínimos quadrados (Loke, 1999), no qual um modelo inicial é modificado até que a soma
do quadrado dos erros da diferença entre o modelo de resposta e os dados observados
seja o menor possível. Esse erro é reduzido com a equação Gauss-Newton, que determina
a mudança nos parâmetros do modelo. Sendo assim, o método dos mínimos quadrados
desmoothness constrained apresenta modificação Marquardt-Levenberg (Lines & Treitel,
1984) na equação Gauss-Newton, e é definida como:
(𝐽 𝑇 𝐽 + 𝜆𝐹 )Δ𝑞𝑘 = 𝐽 𝑇 𝑔 − 𝜆𝐹 𝑞𝑘 (5.1)
onde 𝐹 = 𝛼𝑥 𝐹𝑥 𝐹𝑥 𝑇 + 𝛼𝑦 𝐹𝑦 𝐹𝑦 𝑇 + 𝛼𝑧 𝐹𝑧 𝐹𝑧 𝑇
• 𝑔=Vetor de discrepância.
(eq. 5.2). Logo, a inversão permite a criação de uma seção de resistividade e cargabilidades
mais verdadeiras.
Figura 5.8 – Remoção de dados com erro maior que 100% utilizando a opção RMS error
statistics.
para contrastes de até 500 para 1 e a ultima para dados com contrastes maiores que 500
para 1.
• Vertical to horizontal flatness filter ratio: Essa opção pode ser utilizada
com o intuito de verticalizar ou horizontalizar as anomalias. Os maiores valores para
razão entre o filtro de achatamento vertical horizontal produzem feições mais verticais,
para modelos mais horizontais é utilizado valores baixos como 0,5. Quando o objetivo
de estudo é localizar as zonas mineralizadas, que apresentam feições mais verticais, é
utilizado valor igual a 2.
• Reduce effect of side blocks: Os blocos que estão posicionados nas laterais
e na base do modelo de diferenças finitas e elementos finitos apresentam grande efeito no
processo da inversão. Portanto, a opção Reduce effects of side blocks modifica tais blocos
para mesmo tamanho dos centrais. Para dados muito ruidosos essa opção pode acarretar
em valores incomuns de resistividade alta ou baixa nas extremidades da seção.
• Model refinement: Normalmente o modelo de blocos é gerado com tamanho
de célula igual ao espaçamento entre os eletrodos. Porém, em alguns casos como os de
locais com grande variação de resistividade próxima a superfície, o mais recomendado é
utilizar o tamanho de célula igual a metade do espaçamento.
Capítulo 5. AQUISIÇÃO, PROCESSAMENTO E MODELAGEM 89
𝑡𝑜𝑛
𝑓 (𝑏) = 𝑔 · 𝑟 · (𝑝 − 𝑐𝑟 ) − (𝑐𝑙 + 𝑐𝑝 + 𝐺𝐴) (5.3)
𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜
onde 𝑔 é o teor do minério, que no caso é 100%; 𝑟 a recuperação do metal dada pela
diferença entre flotação e lixiviação; 𝑝 o preço de venda do minério beneficiado; 𝐶𝑟 o custo
de refino; 𝐶𝑙 custo de lavra como perfuração e desmonte; 𝐶𝑝 custo do processamento como
moinho e britagem; por fim G&A custos gerais com funcionário e contas para manter a
mineradora ativa.
Os parâmetros e seus respectivos valores estão representados na tabela 5.2. Esses
dados foram confirmados com o proprietário da mineradora Patrimônio afim de confirmar
se houve alteração. O único parâmetro que houve alteração foi o valor de venda do minério,
com aumento de 20%.
Por fim, os parâmetros operacionais da cava foi delimitada por Martins (2023),
representado na tabela 5.3. Esses parâmetros foram definidos por meio de estudos geo-
técnicos e estruturais do material. Os valores foram inferidos de maneira que viabilize o
acesso do topo a base do minério sem que ocorra deslizamento de material e colapso da
cava.
Tabela 5.3 – Parâmetros operacionais da cava proposta para a mineradora Patrimônio
(adaptado de Martins 2023)
Parâmetros Valores
Altura da bancada 3m
Ângulo de talude da bancada 81∘
Largura de berma 2m
Largura da rampa 5m
Radio de giro 9m
Gradiente da rampa 10%
Ângulo geral da cava 50∘
91
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Perfil 1
O resultado da antena de 200 MHz ao longo do perfil 1 obteve investigações de
até aproximadamente 5 metros de profundidade (6.1-a), ao passo que para antena de 270
MHz, a investigação atingiu 3 metros. Como esta segunda antena não forneceu detalhe
suficiente para auxiliar na interpretação, apenas o resultado da primeira foi inserido.
Foram delimitadas 5 radarfácies marcadas no resultado da antena de 200 MHz
(6.1-b). Os locais de cada radarfácie estão indicados na figura 6.1 como retângulo e na
ordem crescente da esquerda para direita. A primeira (R1) corresponde a uma estrati-
grafia inclinada, porém quase horizontal e bem superficial, correspondente ao solo bem
compacto. A radarfácie R2 é caracterizada por um padrão caótico, amplitude média e
hipérboles fechadas, que foram planificadas após o processo de migração (figura 6.2), essa
radarfácie pode corresponder ao solo com presença de fragmentos de rochas centimétricos.
Em R3 é possível observar descontinuidade vertical que separa um material caótico com
padrão plano de um material com feição vertical. A R4, corresponde a locais com ampli-
tude baixa e fronteiras com lineações inclinadas, que pode ser zonas de falhas ou contato
com um material bem inconsolidado. Por fim, R5 corresponde a um padrão caótico com
hipérbole fechadas e amplitude alta.
A migração reduziu o número de hipérboles e ajudou a notar continuidade nas
camadas e da delimitar as zonas de descotinuidades marcadas por R3. Na figura 6.2 é
possível observar a seção e uma aproximação em duas regiões: R’1 e R’2. Na primeira
região nota-se a descontinuidade vertical e o contato entre dois materiais observados
antes em R3. Em R’2 há uma região verticalmente descontinua separando dois materiais
parecidos: padrão caótico e amplitude forte. Por fim, o tempo de percurso da onda foi
convertida em profundidade.
A figura 6.3-a demonstra o perfil de GPR e 6.3-b o de resistividade capacitiva.
Foram destacadas nesses dois perfis as regiões chamadas de P3, P5 e P6. Em P3, a
amplitude do sinal de GPR foi baixa e coincidiu com um trecho vertical e de baixa
resistividade (<1000 ohm.m), P5 e P6 delimita a borda de um extenso material com alta
resistividade (>15000 ohm.m), o dado de GPR nessa região apresentou padrão caótico com
certa heterogeneidade, sendo na parte oeste houve indicios de várias hipérboles, amplitude
média e descontinuidades marcadas por atenuação do sinal, a parte oeste coincide com a
radarfácie R3, onde a amplitude é alta.
A figura 6.3-c representa o resultado para ER com espaçamento mínimo entre
eletrodos de 3 metros, o resultado se mostrou bem parecido com de RC. A profundidade
atingida foi de aproximadamente 10 metros, onde é possível observar três pequenos corpos
de anomalias caracteristica da barita em P1, P2 e P4, sendo que o quarto corpo entre P5
e P6 apresenta a maior dimensão de aproximadamente 48 metros.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 93
Figura 6.1 – Perfil 1 de GPR: a) Antena de 200 MHz e as delimitações das radarfácies
observadas b) Radarfácies R1, R2, R3, R4 e R5, na ordem da esquerda para direita
Figura 6.2 – Resultado da antena de 200 MHz após migração ao longo do perfil 1.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 94
A região P2, 6.3-d ,marcada por atenuação do dado de Georadar e baixa resis-
tividade, apresentou cargabilidade anômala maior que 16,6 mV/V, porém menores que
21 mV/V, além de ter uma dimensão pequena. Devido a posição dessa anomalia, dimen-
são e magnitude não muita alta, acredita-se que a mesma possa ser uma zona fraturada
preenchida por água, essa saturação e presença de argilominerais dissolvidos, assim como
pequenas quantidades de pirita podem gerar anomalias desta natureza.
Figura 6.3 – Resultados perfil P1: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b) Modelo de
inversão para Resistividade Capacitiva c) Modelo de inversão de ER com espaçamento
mínimo entre eletrodos de 3 m. d) Modelo de inversão para Cargabilidade.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 95
6.2 Perfil 2
O resultado com antena de 270 MHz não forneceu informação adicional, por isso
foi incluída apenas o de 200 MHz (figura 6.4-a). A primeira radarfácie é semelhante a R1
do perfil 1 e representa uma camada de solo ou saprolito plana (6.4-b). A R2 corresponde
ao sinal com amplitude baixa, em R3 há hipérboles em meio a amplitudes médias tipico de
blocos de rochas em um solo pouco consolidado ou material verticalizado. Em R4 é possível
observar uma zona de contato nítida entre um material com sinal de baixa amplitude e
um outro com alta amplitude. Além disso, em R4 é possível observar reflexões da onda ao
entrar em contato com o segundo material, mais consolidado e resistivo, esse material se
dispõe de forma verticalizada porém com continuidade lateral, demonstrando uma certa
heterogeneidade.
A figura 6.4-c ilustra o resultado migrado, com as delimitações dos sinais caóticos
e de baixa amplitude, com a redução de concentração de hipérboles. Por meio do resul-
tado migrado é observado estruturas que são mais difíceis de serem observadas no dado
sem migração. No primeiro recorte da seção, há reflexões tipicas de estruturas como par
conjugado em fraturas. Por outro lado, na segunda feição observada, o corpo verticalizado
é de certa forma esticado lateralmente e é mais dificil de ser observado o caráter vertical,
embora a continuação lateral seja mais evidente.
A comparação entre os resultados de GPR e RC está demonstrada na figura 6.5.
A aquisição desta linha foi feita sobre pequenos corpos de barita aflorantes. Com o perfil
de GPR foi possível observar variação lateral (6.5-a). Essa variação é marcada por uma
região caótica com algumas hipérboles e amplitude de sinal forte e outra por áreas onde
há atenuação do sinal como em P1, onde provavelmente há material saturado.
Na figura 6.5-b é possível observar que a área caótica do resultado de GPR coincide
com um material mais resistivo. Os pontos P2 e P3 apresentam resistividade maior que
18000 ohm.m, tipico de barita e no perfil de GPR esses corpos resistivos se apresentaram
como hipérboles fechadas, com amplitude forte e com reflexões no topo desses materiais.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 96
Figura 6.4 – Perfil 2 de GPR: a) Antena de 200 MHz e as delimitações das radarfácies
observadas na ordem da esquerda para direita: b) Radarfácies R1, R2, R3, R4. c) Perfil
Migrado e duas áreas com aproximação para detalhe.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 97
Figura 6.5 – Resultados perfil P2: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b) Modelo de
inversão para Resistividade Capacitiva.
6.3 Perfil 3
No perfil 3, para a antena de 200 MHz poucas radarfácies foram observadas (figura
6.6-a). A radarfácie encontrada é plana e com amplitude média (figura 6.6-b). Além disso
foi possível observar duas hipérboles uma em cima e outra embaixo da camada. A figura
6.6-c ilustra a seção migrada e recortada no trecho que é observado as camadas plano
paralelas. Nesse perfil não foi observado alguma região caótica tipica das observadas em
outros perfis que apresentaram valores de resistividade característica da barita.
A figura 6.7-b corroborou a observação de aparentemente não haver barita rasa
ao longo desta linha e a figura 6.7-c em profundidade. No ponto P1 é possível observar
uma área com atenuação de sinal de Georadar e resistivdade baixa (<500 ohm.m) em
ume estrutura vertical. Em P2 há hipérboles que sugere a presença de blocos e radarfácie
plano paralelo com resistividade aproximadamente 1500 ohm.m, interpretado como um
solo ou saprolito bem compacto.
O perfil 3 foi feito abaixo do perfil 4 e com espaçamento mínimo entre eletrodos
de 10 metros. Na figura 6.10 é possível observar um afloramento composto basicamente
por saprólito e solo disposto abaixo da linha 4, a base desse afloramento corresponde
a superfície onde foi realizada a aquisição do perfil 3. Os resultados de IP apresentaram
valores máximos de 14,4 mV/V para cargabilidade (6.8-a), 1,20 para PFE (6.8-b) e valores
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 98
acima a 4,20 para FM (6.8-c), sendo esse último o único considerado alto. Entre 70 e 80
metros do perfil de ER e IP foram observadas estruturas de greta de contração, o que
sugere que o baixo valor de resistividade nesse trecho e o alto FM seja devido a presença
de material saturado, assim como dissociação de argilominerais causado pela percolação
de água.
Figura 6.6 – a) Seção de GPR de P3 com antena de 200 MHz e delimitação de cada
radarfácie. b) Radarfácies observadas. c) Resultado após processo de migração e recorte
de duas regiões.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 99
Figura 6.7 – Resultados do perfil P3: a) Perfil GPR com antena de 200 MHz. b) Modelo
de inversão para RC. c) Modelo de inversão para ER.
6.4 Perfil 4
A figura 6.9-a ilustra a seção do resultado gerado a partir de aquisição com antena
de 200 MHz e as delimitações das radarfácies observadas. Nessa seção é observado três
padrões R1, R2 e R3 (figura 6.9-b). A primeira apresenta forma sigmoidal, a segunda é
uma feição inclinada e a terceira representa reflexões paralelas levemente inclinadas em
meio a uma região com padrão caótico.
Com a antena de 270 MHz foi possível adquirir resultados com mais detalhes 6.9-c.
A primeira aproximação observada na figura indica a área R1 e R2, nessa imagem é nítido
que a feição sigmoidal é continua e logo abaixo há uma hipérboles que indica uma feição
verticalizada, a reflexão inclinada em R2 sugere que tenha sido causado por esse corpo
vertical. A segunda região de corte refere-se a R3, com esta antena é possível observar com
mais nitidez descontinuidades dentro da região caótica. Por fim, a figura 6.9-d representa
o resultado da antena de 200 MHz migrado.
A figura 6.10 corresponde a comparação entre os resultados com b) representado
pelo resultado de RC, c) corresponde ao resultado de ER com espaçamento mínimo entre
eletrodos de 5 metros, d) a ER com espaçamento de 20 metros e e) ao afloramento presente
abaixo do ponto P2.
O resultado de GPR neste perfil é marcado por alta densidade de radarfácies
caóticas fácies com sinal atenuado. Ao comparar com o dado de RC, nem todo local caótico
correspondeu a uma região promissora para exploração de barita, porém as regiões com
resistividade caraterística ao material apresentaram de maneira geral padrão caótico. Na
figura 6.10-c foi interpretado duas feições de barita, uma em P2 e outra principal em P4.
Próximo a 40 metros de distância foi identificado o topo de um material condutivo (<600
ohm.m).
O perfil de ER com espaçamento de 20 metros foi feito para análise da parte
condutiva. O topo deste material se encontra a 20 metros de profundidade e se estende
até 40 metros (figura 6.10-d). A figura 6.10-e registra o afloramento logo abaixo do ponto
P2. Os dados da linha 4 foram adquiridos logo acima da linha 3, como observado no tópico
anterior, em P3 não foi encontrado material de barita o que corroborar o fato deste se
alocar apenas em profundidades rasas. Além disso, no perfil 3 foi observado estruturas
de greta de contração, o que sugere percolação de água; portanto, a baixa resistividade
observada na figura 6.10-d foi interpretada como uma região saturada em água.
Os dados de IP foram adquiridos com espaçamento de 5 metros. O resultado
de cargabilidade não apresentou valores maiores que 20 mV/v e anomalia foi observada
na posição P2 (figura 6.11-a). Nesse mesmo ponto, a porcentagem de frequência efetiva
máxima foi de até 1,20% (figura 6.11-b) e o Fator Metal foi de 2,40 FM (figura 6.11-c).
Como foi identificado pirita milimétrica em quantidades não muito altas em uma mistura
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 101
Figura 6.9 – a) Seção de GPR ao longo do perfil 4, gerado com antena de 200 MHz e
as regiões de detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em R1, R2,
e R3. c) Seção gerada com GPR de 270 MHz e duas regiões de detalhe. d) Resultado
migrado gerado por meio de antena de 270 MHz.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 102
Figura 6.10 – Resultados do perfil 4: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c) ER com
espaçamento de 2,5 m; d) ER com espaçamento de 20 m e) afloramento presente abaixo
do ponto P2 e as posições das linhas 3 e 4.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 103
6.5 Perfil 5
A figura 6.12-a ilustra a seção para antena de 200 MHz. Nesse resultado é possível
observar delimitações de diferentes materiais, foram destacados três regiões R1, R2 e R3.
Essas áreas foram aproximadas em 6.12-b. Em R1 há radarfácie caótica com hipérboles
suaves e amplitude acentuada. R2 também apresenta padrão caótico com lineamento
inclinado e conjunto de hipérboles empilhadas que caracteriza uma feição vertical. R3 é
bem similar a R2, porém há lineamentos mais planares. Por fim, a seção foi migrada e em
6.12-c observa-se as regiões descritas mais planares e continuas, sendo possível observar
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 104
Figura 6.12 – a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 5 e as regiões
de detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em R1, R2, e R3. c)
Resultado gerado após migração
A figura 6.12 representa uma comparação entre os métodos utilizados neste trecho.
O perfil de GPR (6.12-a) não migrado foi alinhado com os métodos elétricos. Em 6.12-
b observa-se o perfil de RC, com profundidade de investigação de aproximadamente 4
metros, o resultado apresenta resistividade anômala (>18000 ohm.m) entre P1 e P2. No
perfil de GPR, essa região é caracterizada por padrão caótico, com uma série de reflexões,
e hipérboles nas bordas.
O perfil de ER (figura 6.12-c), foi feito com espaçamento mínimo entre eletrodos
de 3 metros, que permitiu profundidade de investigação de aproximadamente 10 metros.
Com esse método foi possível observar em profundidade a parte do perfil de RC onde há
resistividade maior que 18000 ohm.m. Esse corpo resistivo apresenta topo em aproxima-
damente 2 metros de profundidade, entre 48 e 69 metros de distância x. A profundidade
desse material atinge a profundidade máxima do perfil e por isso não foi possível observar
a sua espessura total.
Ao lado esquerdo de P1 nota-se uma material condutivo com resistividade menor
que 800 ohm.m. No perfil de cargabilidade (6.12-d) houve anomalia de 22.8 mV/V que
intercepta a região condutiva. Sugere-se que esse material seja representado por uma re-
gião saturada em água e sedimento fino, que pode ter gerado polarização de membrana
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 105
ou presença de sulfetos. Esse ponto poderia corresponder a uma camada rica em minera-
lizações polimetálicas, para ajudar esse tipo de interpretação seria necessária a utilização
de espaçamento entre eletrodos maior para atingir maiores profundidades e observar se
esse corpo apresenta continuidade lateral.
Figura 6.13 – Resultados do perfil 6: a) GPR com antena de 200 MHz. b) RC. c) ER com
espaçamento mínimo entre eletrodos de 3 metros. d) Cargabilidade com espaçamento de
3 metros.
6.6 Perfil 6
Os resultados gerados a partir da antena de 270 MHz ficaram com mais detalhe em
baixas profundidades (figura 6.14-a). A região R1 apresentou contato inclinado entre uma
região caótica com amplitude média e uma outra com baixa amplitude. R2 é marcado por
feição plano paralela levemente concâva e R3 por feição sigmoidal (figura 6.14-b).
O resultado gerado com antena de 200 MHz ficou ruidoso porém é possível observar
com mais detalhe feições mais profundas que as da seção anterior (figura 6.14-c). As feições
R’1, R’2 e R’3 aparecem bem mais nítidas nessa seção (figura 6.14). R’1 é representado
por descontinuidade vertical que corta uma região caótica com camadas concavas. R’2 é
destacada por um material alocado verticalmente. R’3 demarca uma região com contato
horizontal, com o inferior caracterizado por um padrão vertical e logo ao lado um outro
com feições inclinadas em forma de sigmoides.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 106
Figura 6.14 – a) Seção de GPR gerado com antena de 270 MHz no perfil 6 e as regiões de
detalhe delimitadas por retângulos. b) Radarfácies detalhadas em R1, R2, e R3. c) Seção
de GPR gerado com antena de 200 MHz e delimitação das regiões detalhadas em R’1 R’2
e R’3 d) Radarfácies detalhadas com antena de 200 MHz
Para o perfil 6 foram realizadas comparações entre os perfis de GPR com antena
de 200 MHz (Figura 6.15-a), resistividade capacitiva (Figura 6.15-b), eletrorresistividade
com espaçamento de eletrodo igual a 3 metros (Figura 6.15-c), 5 metros (Figura 6.15-d)
e 10 metros (figura6.15-e).
O dado de GPR permitiu, novamente, delimitar a região com mais presença de
sedimentos inconsolidado e a região rochosa, assim como a variação lateral da região
(figura 6.15-a).
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 107
Figura 6.15 – a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c) ER com espaçamento de 3
metros; d) ER com espaçamento de 5 metros e e) ER com espaçamento de 10 metros.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 109
6.7 Perfil 7
A seção do perfil 7 é marcado por uma região de baixa e média magnitude em até
aproximadamente 70 metros de distância e outra por alta magnitude de reflexões caóticas
no final do perfil (figura 6.17-a). Na figura 6.17-b é possível observar um detalhamento da
região R1 e R2. A primeira está próximo ao inicio do aparecimento da região caótica e há
reflexões características de borda de corpo resistivo e consolidado, além disso é possível
observar lineamento paralelo levemente inclinado, que ocorre até aproximadamente 3,5
metros. Em R2 há uma continuação lateral do padrão de R1 com lineamentos paralelos
levemente inclinados, algumas hipérboles imersas na região caótica e contato bem definido.
A seção 6.17-c corresponde ao resultado final após migração. A região de recorte
mostra a delimitação de uma região caótica com continuidade lateral. Entre 80 e 90 metros
abaixo de 4 metros de profundidade há um padrão menos caótico e plano-paralelo.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 110
Figura 6.17 – a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 7 e as regiões
R1 e R2 na ordem da esquerda para direita, delimitadas por retângulos. b) Radarfá-
cies detalhadas de R1 e R2. c) Perfil migrado e marcação de contato entre duas fácies
diferentes.
Foram feitas comparações entre os dados de GPR com antena 200 MHz (Figura
6.18-a), RC (Figura 6.18-b), ER com espaçamento minimo entre eletrodos igual a 3 metros
(Figura 6.18-c) e 5 metros (Figura 6.18-d).
Em P1 foi calculado um zona resistiva ( 15000 ohm.m) e de P2 até o final do perfil
uma mais resitiva (>18000 ohm.m) que assim como nos outros perfis foi interpretada
como o local mais provável em encontrar material contendo barita com pureza satisfatória.
No resultado de resistividade capacitiva foi possível observar apenas uma pequena parte
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 111
Figura 6.18 – Resultados para o perfil 7: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; ER
com espaçamento de 3 metros; c) ER com espaçamento de 5 metros.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 113
6.8 Perfil 8
O resultado para o perfil 8 apresenta algumas regiões levemente caóticas e predo-
minantemente plano paralelas ou levemente inclinadas (figura 6.20-a). Esse padrão pode
ser observado nas radarfácies R1 e R2. Na primeira é observado um lineamento inclinado
com pequenas hipérboles espaçadas de forma caótica em meio a um meio de amplitude
média. A R2, por sua vez, apresenta padrão com amplitude mais alta, levemente caó-
tica e com lineação curva. Por fim, o resultado migrado demonstra que de fato há uma
continuidade lateral nas reflexões e poucas variações bruscas.
As comparações entre os resultados foram feitas com GPR de antena 200 MHz
(figura 6.21-a), RC (figura 6.21-b), ER com espaçamentos: 3 m (figura 6.21-c) e 5 m
(figura 6.21-d); cargabilidade (figura 6.21-e), PFE (figura 6.21-f) e FM (figura 6.21-g).
Com o GPR foi possível observar que não há uma região tipica de locais pro-
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 114
missores a exploração de barita, encontrada em outros perfis, como por exemplo áreas
extremamente caótica com hipérboles e padrões de reflexão em bordas de corpos rocho-
sos. As fácies R1 e R2 seria o mais próximo disto, porém ambas correspondem a uma
pequena área não muito expressiva. O resultado com RC confirmou a não presença do
topo de alguma corpo de barita. Como ambos os métodos são rasos, foi usado ER com
espaçamento de 5m com o intuito em confirmar a não presença de barita em profundidade.
Esses resultados confirmaram que de fato é difícil encontrar barita com expressões econô-
micas em profundidades altas e que os métodos GPR e RC usados conjuntamente, são
confiáveis em determinar as linhas que compensam fazer aquisições de ER para detalhe
em profundidade.
Os dados de IP foram utilizados para analisar a possibilidade de ocorrência de uma
camada rica em sulfetos. O ponto P1 é marcado por uma cargabilidade intermediária de
16,6 mV/V (figura 6.21), PFE abaixo de 1,10% e FM menor que 1,20. Novamente, esse
padrão apareceum, o que sugere uma área com presença de pirita em baixa concentração
e não uma camada de anfibólio rico em sulfetos de Cu-Pb-Zn.
Figura 6.20 – a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 8 e as regiões
R1 e R2 delimitadas por retângulos, na ordem da esquerda para direita. b) Radarfácies
detalhadas em R1 e R2. c) Perfil 8 de GPR migrado
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 115
Figura 6.21 – Resultados para o perfil 8: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c) ER
com espaçamento de 3 m. d) ER com espaçamento de 5 m e mesma escala de cor para
RC e ER de 3m; e) Cargabilidade; f) PFE e g)Fator Metal
6.9 Perfil 9
A seção de GPR gerado por meio de antena 200 MHz para o perfil 9 mostra brusca
variação nos padrões de reflexão e quatro regiões a serem descritas (figura 6.22-a).
O padrão R1, é plano-paralela próximo a superficie, semelhante ao encontrado
em outros perfis. Em R2 há um lineamento levemente caótico e plano-paralelo. R3 é
caracterizado por reflexões geradas por um contato vertical abrupto. A região R4 está
inserida no material do contato de R3 e é observado padrão fortemente caótico, locais
com lineamentos plano-paralelos e hipérboles imersas nesses lineamentos (figura 6.22-b).
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 116
Figura 6.22 – a) Seção de GPR gerado com antena de 200 MHz no perfil 9 e as regiões de
detalhe R1, R2, R3 e R4, na ordem da esquerda para direita, delimitadas por retângulos.
b) Radarfácies detalhadas em R1, R2, R3 e R4. c) Perfil 9 migrado e detalhe de uma zona
de contato.
A comparação entre os resultados do perfil 9 foi feita com o GPR de 200 MHz
migrado, RC, ER/Cargabilidade com espaçamento mínimo entre eletrodos de 3 metros
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 117
(figura 6.23).
Ao observar a figura 6.23-a é possível observar uma região nitidamente caótica
entre P1 e P2. Em 80 metros há um contato abrupto vertical e com reflexões inclinadas
tipica de borda entre diferentes materiais, esse padrão foi determinante para prosseguir a
investigação nesse ponto.
O perfil de RC atingiu profundidade máxima de 3 metros e é marcado por uma
área com resistividade anômala em P2, que está inserida em um material com resistividade
intermediária (>5000 ohm.m) de 50 metros até o final (figura 6.23-b).
O perfil de ER foi adquirido para detalhar a espessura do material anômalo en-
contrado nos resultados anteriores. Uma feição anômala um pouco mais profunda foi
encontrada em P1, essa região apresenta inúmeras reflexões e é marcada pela borda uma
região caótica. A fácies caótica ficou restrita no material com resistividade maior que
10000 ohm.m (figura 6.23-c). Por fim, o resultado de IP indicou três estruturas verticais
com cargabilidade maior que 17,7 mV/V. Essas feições apresentam centro com resistivi-
dade aproximada de 20.1 mV/V, estão alocados em rochas com alta resistividade e indica
que são corpos pequenos e inexpressivos para exploração (figura 6.23-c)
Figura 6.23 – Resultados para o perfil 9: a) GPR com antena de 200 MHz; b) RC; c)
ER com 3 metros de espaçamento d) Cargabilidade com espaçamento entre eletrods de 3
metros.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 118
6.10 Perfil 10
O perfil 10 foi realizado em uma área que não se espera encontrar material rochoso.
A área de aquisição desse perfil é paralelo ao trend estrutural da barita e por isso já se
previa que não seria encontrado variação brusca de material geológico. Além disso, já era
de conhecimento que nessa linha o nivel freático era raso, aproximadamente 4 metros de
profundidade, e de dominio poroso.
O resultado de GPR com antena de 200 MHz, demonstra exatamente o que
esperava-se: reflexões plano-paralelas, porém essas reflexões não são continuas ao longo de
todo o perfil, há locais de atenuação do sinal. A aquisição desse perfil foi feita em local de
mata de galeria com a presença de muitas árvores e por isso é possível observar pequenas
hipérboles próximas a superfície característica das raízes das árvores. Por fim, também é
possível delimitar o contato entre o solo e o nível freático (6.24-a).
Com o resultado de RC foi corroborado o observado no dado de GPR e assim
mapear o topo do possível nivel freático (6.24-b). Os dados de ER e IP-T foram adquiridos
com espaçamento mínimo ente eletrodos de 20 metros. Não foi observado resistividades
altas tipicas de barita e a cargabilidade alta sugere novamente uma camada saturada em
água e argilominerais dissociados (6.24-c e 6.24-d).
Figura 6.24 – Resultados para o perfil 10: a) GPR com antena de 200 MHz, b) RC, c) ER
com espaçamento entre eletrodos de 10 metros d) Cargabilidade com espaçamento entre
eletrodos de 10 metros
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 119
Figura 6.25 – Seções de eletrorresistividade dispostas em 3D. Destaque para P1, P4, P5,
P6 e P7, com os corpos de barita interpretados como os mais promissores.
Figura 6.26 – Fluxograma com as etapas para gerar a otimização de cava. Os dois primeiros
modelos gerados foram o de topografia e os sólidos (barita). Posteriormente, foram gerados
modelos de blocos para cada um dos anteriores, e ambos combinados em um. Por fim, a
proposta de otimização de cava foi gerada.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 121
As cavas operacionais foram desenhadas e geradas com base nas superfícies criada
durante a etapa de otimização observada na figura 6.26. Por fim, relatório com os dados de
volume peso e lucros foram feitos por meio de cubagem. O resultado das cavas operacionais
e a cubagem foram os seguintes:
-Cava 1 (Sul):
A figura 6.27 indica a vista em planta da cava 1 e o pé, crista e estrada que fazem
parte de uma cava operacional.
Figura 6.27 – Planta da cava 1 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superfície, inserida na topografia (direita).
A tabela 6.1 indica os valores que o programa calculou para o volume e peso de
material retirado, de acordo com o modelo de blocos. A tabela 6.2 representa o relatório
gerado pelo programa. Esse relatório contêm REM igual 1,12, ou seja, para cada 1 tonelada
de minério extraído, 1,12 T de estéril é retirado; o lucro estimado para essa cava é dada
pela diferença entre a venda e o gasto, aproximadamente 197.386,00 US$.
Tabela 6.1 – Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo proposto
para a cava 1 (sul).
Material Densidade (𝑇 /𝑚3 ) Volume (𝑚3 ) Peso (T)
Estéril 2.7 6811.19 18390.22
Minério 4.2 3907.99 16413.54
Total 3.25 10719.18 34803.76
-Cava 2 (Meio):
A cava 2, entre a cava mais ao norte e a mais ao sul está representada na figura
6.28.
Figura 6.28 – Planta da cava 2 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superfície, inserida na topografia (direita).
Tabela 6.3 – Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo proposto
para a cava 2 (meio).
Material Densidade (𝑇 /𝑚3 ) Volume (𝑚3 ) Peso (T)
Estéril 2.7 11824.53 31926.22
Minério 4.2 6357.37 26700.96729
Total 3.22 18181.90 58627.19055
O fator REM desta cava é de 1.19 e o lucro total é de 254782,03 US$ (tabela 6.6)
-Cava 3 (norte):
A cava 3 está mais posicionada a norte. A figura 6.29 ilustra o desenho em planta
da cava a esquerda e o modelo da superfície da cava inserida na topografia.
Capítulo 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 123
Figura 6.29 – Planta da cava 3 com o pé, crista e estrada (esquerda) e a sua respectiva
superficie, inserida na topografia (direita).
A tabela 6.5 mostra que o volume total de estéril e minério previsto é de 9180,92
𝑚 e 22615,71 𝑚3 , respectivamente.
3
Tabela 6.5 – Volume e peso de minério e material estéril estimado no modelo proposto
para a cava 3 (norte).
Material Densidade (𝑇 /𝑚3 ) Volume (𝑚3 ) Peso (T)
Estéril 2.7 9180.92 24788.47
Minério 4.2 22615.71 94985.99
Total 3.79 31796.63 119774.46
O fator REM desta cava é de 0,26 e o lucro total é de 3836293,639 US$ (6.6)
7 CONCLUSÃO
Foi possível gerar todos os modelos interpretativos propostos pelos objetivos gerais:
três modelos de cavas otimizados e operacionais, criados com base nas interpretações
geofísicas para corpos de barita.
O método de georadar mostrou que nos locais onde haviam afloramentos rochosos
em lajedo, padrçao de reflexão foi caótico, as vezes com descotinuidades verticais e com
amplitude de moderada a alta.
O resultados de alta RC coincidiram com os padrões caóticos/verticais do GPR.
Esses valores, maiores que 15000 ohm.m , foram interpretados como barita. Os valores de
resistividades associados com quartzito, que apresentaram média de 5000 ohm.m, á priori,
não foram diferenciados da barita, pelo menos com os processamentos básicos executados
para dados de GPR.
Os resultados de ER permitiram visualizar maiores profundidades e consequen-
temente, possibilitaram detalhar as feições de barita em profundidade. Nos perfis 3, 8 e
10 foram caracterizados resistividade de no máximo 5000 ohm.m e reflexões atenuadas,
por ora plano paralelas, amplitude fraca a média e raramente padrão vertical (perfil 8).
Conclui-se que nesses perfis não foram identificados material de barita. Os perfis P2 e
P9 foram caracterizados por apresentarem corpos pequenos de barita, Em P2 há padrão
de reflexão verticalizado e o formato e o formato da parte resistiva (>15000 ohm.m) é
verticalizado, interpretado como veio de aproximadamente 2,5 metros d espessura. Em
P9 o padrão de GPR é caótico com corpos resistivos interpretados como barita de largura
próxima a 7,5 metros e espessura de 4 metros. Esses dois perfis não foram usados na
modelagem final pois além de serem pequenos, não foi realizada aquisições paralelamente
a esses perfis, o que impossibilita visualização 3D da continuidade dos materiais. Os perfis
1, 4, 5, 6 e 7 foram considerados os com maiores materiais de barita. P1 apresentou padrão
de reflexão caótico, com hipérboles e descontinuidades verticais. Os materiais resistivos
apareceram dispostos ao longo de quase todo o perfil tanto em ER quanto em RC. Nos
outros quatro perfis houveram padrões semelhante. Os perfis com espaçamento minimo
entre eletrodos de 10 metros (P6 e P4) não obtiveram boa resolução para descrever a
barita mas foram usados para analisar materiais mais profundos.
Em P1 a anomalia de alta cargabilidade (>16 mV/V) foi encontrada próximo a
uma região condutiva de até 5000 ohm.m no ponto P4, em um local de discontinuidade
vertical, entre dois valores altos maiores que 15000 ohm.m. No perfil 3 cargabilidade
intermediária (até 14 mV/V), PFE intermediário (até 1,2%) e alto FM (acima de 4.2)
foi identificado em uma região de baixa resistividade (até 700 ohm.m). P4, por sua vez,
Capítulo 7. CONCLUSÃO 125
houve alta cargabilidade (acima de 16 mV/v), PFE intermediário e baixo FM (até 2,4)
em uma resistividade intermediária (até 3000 ohm.m). Nesse último perfil foi visualizado
em um afloramento em corte de cava abaixo da linha material inconsolidado com presença
de pirita. Essa observação corrobora o fato que alta cargabilidade pode ser gerado por
pequenas quantidades de sulfetos, sendo essa propriedade por si só não suficiente para
indicar presença de grandes quantidade de sulfetos. Em P4 obsevou-se cargabilidade alta
de até 22 mV/V em uma região de descontinuidade vertical com baixa resistividade, de
até 700 ohm.m. Em P6 foi observado alta cargabilidade (>16 mV/V), alto PFE (> 1,60
%) e alto FM (> 4) em uma feição plana de baixa resistividade (até 700 ohm.m). Em P7
e P8 o padrão de IP foi semelhante ao P4, alta cargabilidade, PFE intermediário e FM
baixo em resistividade baixa de até 2000 ohm.m. Em P9 foi encontrado pequenos corpos
de alta cargabilidade, que chega até 20 mV/V em uma resistividade intermediária e P10
alta cargabilidade (>20 mV/V) em uma área condutiva de até 700 ohm.m.
Conclui-se que nesse caso o IP no domínio do tempo sozinho não é diagnostico
para identificação de minério sulfetado relevante para exploração mineral devido a ambi-
guidade na interpretação. Os perfis com valores altos para IP-T e IP-F, observados em
material condutivo como é o caso do perfil 6 e perfil 4, embora esse último tenha sido
adquirido apenas no domínio do tempo, foi interpretado como provável anomalia provinda
de efeito de membrana e foi mapeada como filito. Com os dados de IP não foi possível
identificar áreas com quantidades expressivas de sulfetos. Recomenda-se usar os métodos
em afloramentos conhecidos que haja presença de sulfetos. A limitação para esse cenário
se deve ao fato da literatura aferir que esses materiais estão posicionados em profundi-
dades maiores que 20 metros, recomendado furos de poços. Como houve maiores indícios
desses valores de IP alto serem provindos de filito, recomenda-se estudos mais detalhados
antes de recorrer ao furos.
Com os dados de ER conclui-se que os maiores corpos de barita são mais prováveis
de estarem controlados estruturalmente por camadas lenticulares plano paralelas, invés
de veios. Além disso, o método foi utilizado para auxiliar na modelagem de tais corpos
mineralizados. Essa última modelagem foi usada para aferir os melhores locais a serem
investigados por meio de cavas. Três cavas foram geradas pelo método de otimização
de cava Lerchs & Grossmann. Por meio dessas modelagens as cavas otmizadas foram
geradas e foi aferido valores de lucro total de 197.386 US$, 254.782 US$ e 3.836.293 US$
para as cavas 1 (sul), 2 (meio) e 3 (norte, respectivamente. A quantidade de material
retirado mensalmente pela mineradora não foi informada, o que impossibilita o cálculo
de vida útil das cavas. Cabe ao proprietário recorrer a pesquisa para avaliar a versidade
desses modelos, principalmente para a cava 3, onde foi obtido valores altos. Para o maior
detalhamento e refinamento dos modelos recomenda-se aquisições de linhas retilineas e
mais próximas uma das outras. Essa recomendação deve-se ao fato de que o corpo da
cava 3 foi feita com base em linhas distantes em 160 metros, que pode ter gerado um
Capítulo 7. CONCLUSÃO 126
modelo incerto; a cava 2 e 1 foi feita com base em linhas distantes em aproximadamente
80 metros. Quanto mais linhas e quanto mais próximas mais rebuscados serão os modelos.
Por fim, recomenda-se tanto para esse trabalho quanto para os outros trabalhos feitos na
região um acompanhamento para comparar o a quantidade de material proposto pelo
modelo teórico com o quanto de material foi de fato retirado dessas cavas. Essa proposta
poderia inferir dados estatísticos como por exemplo o erro do método e o quanto de barita
é retirado com base no modelo de resistividade maiores que 15000 ohm.m, interpretados
para identificar barita.
Por fim, a direção do lineamento regional encontrado com a aeromagnetometria
para a falha Lancinha foi de aproximadamente N50E, ao passo que o modelo mineralizado
com base na geofisica variou de N50E a N60E, fato esse que corrobora a efetividade do mo-
delo. Conclui-se, que o método de ER é aconselhado para o planejamento/sequenciamento
de lavra e pode ser usada na engenharia de minas para elaborar estratégias de exploração
com o viés de economizar gastos na exploração e aumentar o lucro.
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