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DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO TRATAMENTO DA

DIABETES TIPO 2 EM PACIENTES QUE USAM INSULINA:


Uma Análise abrangente

Adrizia Andrade Silva¹

RESUMO

O presente artigo, buscou revisar a literatura existente sobre desafios e estratégias no


tratamento diabetes tipo 2 que usam insulina. Realizou-se uma revisão bibliográfica
abrangente, coletando dados de artigos e documentos oficiais de periódicos como a
Scientific Electronic Library Online (SciELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS); Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Pubmed. Nossos
resultados destacam que fatores socioeconômicos e experiências pessoais podem
influenciar a percepção de saúde, onde o conhecimento e práticas de autocuidado são
essenciais para a adesão ao tratamento. Quanto à diferença entre os sexos, notou-se que os
homens apresentaram maior continuidade no tratamento, apesar do baixo comparecimento
às consultas agendadas, possivelmente devido à dificuldade das mulheres em relatar
fragilidades na saúde. Percebeu-se que é fundamental utilizar as metodologias laboratoriais
apropriadas para iniciar o tratamento, seja medicamentoso ou não, o mais rapidamente
possível. Isso envolve práticas de autocuidado, incluindo hábitos alimentares saudáveis,
atividade física regular e outras estratégias. Essas medidas são essenciais para prevenir
complicações graves e progressão da doença.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Tipo 2. Insulina. Desafios. Estratégia.

ABSTRACT (resumo em inglês):

This article sought to review the existing literature on challenges and strategies in the
treatment of type 2 diabetes using insulin. A comprehensive bibliographic review was
carried out, collecting data from articles and official documents from journals such as the
Scientific Electronic Library Online (SciELO); Latin American and Caribbean Literature
in Health Sciences (LILACS); Virtual Health Library (VHL), Pubmed. Our results
highlight that socioeconomic factors and personal experiences can influence health
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perception, where knowledge and self-care practices are essential for adherence to
treatment. As for the difference between the sexes, it was noted that men showed greater
continuity of treatment, despite poor attendance at scheduled appointments, possibly due to
women's difficulty in reporting health weaknesses. It was noted that it is essential to use
the appropriate laboratory methodologies in order to start treatment, whether it is
medication or not, as soon as possible. This involves self-care practices, including healthy
eating habits, regular physical activity and other strategies. These measures are essential to
prevent serious complications and progression of the disease.

Keywords: Diabetes Mellitus. Type 2. Insulin. Challenges. Strategies.

1 Introdução

O objetivo deste estudo é realizar uma análise abrangente dos desafios e estratégias
no tratamento da diabetes tipo 2 em pacientes que utilizam insulina. Pretende-se identificar
os principais problemas enfrentados pelos pacientes no manejo da doença, assim como as
estratégias mais eficazes para superar esses obstáculos. Além disso, busca-se compreender
os efeitos colaterais da insulina e investigar abordagens farmacológicas complementares
que possam melhorar o controle glicémico e a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo em Filgueira (2022) em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estimou que cerca de 36 milhões de mortes globais, correspondendo a 63%, foram
atribuídas a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), incluindo doenças do
aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas. No Brasil, em
2018, as DCNT foram responsáveis por aproximadamente 54% das mortes, com destaque
para o aumento significativo da incidência de diabetes, principalmente em países de baixa
e média renda, segundo o Ministério da Saúde (2020).
O diabetes pode ser descrito como um conjunto de condições metabólicas
caracterizadas por níveis elevados de glicose no sangue, conhecida como hiperglicemia, e
está associado a complicações e disfunções em vários órgãos do corpo, incluindo olhos,
rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Essa condição pode surgir devido a
defeitos na secreção e/ou ação da insulina, envolvendo processos patogênicos específicos,
como a destruição das células beta do pâncreas (que produzem insulina), resistência à
insulina e distúrbios na secreção deste hormônio, entre outros fatores (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
Conforme fundamentado no estudo “Impacto do cuidado farmacêutico nos
desfechos clínicos de um paciente com diabetes mellitus tipo 2 em uso de insulina: relato
de caso” de Bayer e Borba (2021) um dos tipos mais comuns de diabetes é o diabetes
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mellitus tipo 2 (DM2), que se destaca por apresentar resistência à insulina, juntamente com
uma deficiência na secreção deste hormônio. Estima-se que o DM2 seja responsável por
cerca de 90% dos casos de diabetes, nesta condição, as células do corpo tornam-se menos
sensíveis à ação da insulina, resultando em uma ineficácia na utilização da glicose
sanguínea como fonte de energia. Isso leva ao aumento dos níveis de glicose no sangue,
resultando em hiperglicemia, que é uma característica central do diabetes mellitus tipo 2
(SDB, 2020).
Para Filgueiras (2022) o diabetes tipo 2 é uma condição caracterizada pela
resistência à insulina e frequentemente associada à obesidade, ocorrendo mais comumente
em pessoas com mais de 40 anos. Nessa condição, o pâncreas continua a secretar insulina,
porém, devido à resistência das células do corpo a essa ação, a glicose não é eficientemente
absorvida, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. Com o tempo, o pâncreas
aumenta a produção de insulina na tentativa de compensar essa resistência, levando a um
acúmulo excessivo de insulina no sangue, no entanto, as células continuam a apresentar
dificuldade em absorver a glicose, o que pode levar à deterioração das células beta do
pâncreas, responsáveis pela produção de insulina (Gouveia et al., 2020).
À medida que as células betas são danificadas e a produção de insulina diminui, o
indivíduo pode eventualmente tornar-se dependente da administração de insulina exógena
e de medicamentos para melhorar a sensibilidade à insulina, visando controlar os níveis de
glicose no sangue; essas intervenções são necessárias para ajudar a regular os níveis de
glicose e prevenir complicações associadas ao diabetes tipo 2 (Gouveia et al., 2020).
Segundo a American Diabetes Association (2018) o uso de insulina é comum nos
tratamentos da diabetes tipo 2 quando as medidas não farmacológicas e os medicamentos
orais não conseguem controlar adequadamente os níveis de glicose no sangue. No entanto,
a abordagem com insulina apresenta desafios, como a aceitação ao tratamento, o controle
glicêmico e os efeitos colaterais.
A metodologia utilizada neste estudo consiste em uma revisão bibliográfica
abrangente, que envolve a análise e síntese de artigos científicos publicadas em revistas
especializadas e estudos relacionados ao tratamento da diabetes tipo 2 em pacientes que
utilizam insulina. Para o levantamento dos artigos na literatura, serão estabelecidas as
seguintes bases de dados, levando em consideração a confiabilidade dos manuscritos e
facilidade de acesso: Scientific Electronic Library Online (SciELO); Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), Pubmed. As palavras-chaves em português selecionadas mediante consulta aos
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Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Bireme serão: diabetes mellitus, diabetes


tipo 2, insulina, desafios, estratégias.

2 Desenvolvimento – Os desafios e estratégias no tratamento da Diabetes


Tipo 2
O Diabetes Mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o
mundo, especialmente devido ao aumento da expectativa de vida da população e aos
hábitos de vida prejudiciais à saúde (Almeida; Almeida 2014). Está diretamente ligado ao
envelhecimento da população, bem como a comportamentos como falta de exercício físico
e dieta inadequada, que frequentemente levam ao sobrepeso e à obesidade (Stevanim,
2015)
É preocupante ver como a diabetes está se tornando mais comum. As projeções
apontam para um aumento significativo no número de pessoas afetadas nos próximos anos,
chegando a cerca de 592 milhões até 2035. Isso significa que estamos diante de uma
epidemia difícil de controlar (IDF, 2017).

Na intervenção do diabetes tipo 2 (DM2), o objetivo principal é manter os níveis de


glicose no sangue o mais próximos possível do normal, ao mesmo tempo em que se
minimiza o risco de hipoglicemia (Strefezzi; Poian e De Oliveira, 2023) . Desde o início da
condição, os medicamentos antidiabéticos orais são geralmente introduzidos no tratamento,
à medida que a doença progride e as complicações aumentam, pode ser necessário avançar
para diferentes classes desses medicamentos. Quando ocorre uma redução significativa na
secreção natural de insulina pelo organismo, o que muitas vezes ocorre após vários anos de
progressão da doença, a terapia com insulina pode se tornar necessária para manter os
níveis adequados de glicose no sangue (SDB, 2019)
Segundo Moraes et al., (2021) o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 visa
principalmente alcançar um controle glicêmico adequado, utilizando estratégias que
incluem uma dieta com restrição calórica, exercícios físicos e o uso de medicamentos.
Quanto aos medicamentos utilizados, temos as insulinas de ação lenta, como a NPH, e as
de ação ultralenta, como a insulina Glargina e Degluteca; além das insulinas de ação rápida
e ultrarrápida, como a regular, LisPro e Glulisina.
Existem também os agentes hipoglicemiantes orais, como a metformina, as
glinidas, os secretagogos, como as sulfonilureias, e as novas terapias, como os inibidores
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do co-transportador sódio-glicose 2 (SGLT-2), os agonistas dos receptores de GLP1 e os


inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) (ALVES DA CONCEIÇÃO et al., 2017).
De acordo com Oliveira et al., (2021) em contextos socioeconômicos mais
desfavorecidos, as pessoas enfrentam uma maior vulnerabilidade à doença, e os custos das
abordagens muitas vezes desencorajam a adesão adequada. Um estudo de Oliveira et al
(2021) comparou aprovação a prática medicamentoso entre homens e mulheres,
destacando um maior reconhecimento entre os homens devido à dificuldade das mulheres
em relatar questões de saúde. A negligência no horário de administração dos
medicamentos foi a principal razão para a falta de acordo em ambos os sexos, por outro
lado, aqueles que obtiveram seus medicamentos através de farmácias do sistema público e
aqueles que não faziam uso de insulina tiveram uma melhor aceitação ao procedimento.
O estudo de Mesa (2018) observou as discrepâncias no apoio ao procedimento
entre homens e mulheres, analisando quem comparecia às consultas regularmente, quem
cancelava e quem remarcava. O autor concluiu que as mulheres apresentaram um melhor
controle dos níveis de glicose no sangue, pois eram as que mais compareciam e agendaram
novamente as consultas, apesar de ambos os sexos receberem as mesmas recomendações.
No entanto, os homens enfrentam mais dificuldades no controle da doença, sugerindo a
necessidade de investigar métodos de cuidados específicos para eles.
Conforme fundamentado nos estudos de Moraes et al., (2021) novas abordagens
terapêuticas estão começando a surgir para a intervenção do diabetes mellitus tipo 2, como
os agonistas dos receptores de GLP-1, os inibidores da DPP-4 e os inibidores da SGLT-2,
não apenas demonstram eficácia no controle da glicemia, mas também apresentam outros
benefícios adicionais, entre esses benefícios, incluem-se a perda de peso e a proteção
cadiorrenal associada a alguns desses medicamentos.
A medicamentação com insulina muitas vezes implica em restrições, desconfortos,
dores e medos, o que pode dificultar os cuidados e aumentar o risco de complicações
futuras (Strefezzi; Poian e De Oliveira, 2023). É essencial que a percepção do uso da
insulina seja abordada de forma adequada no cuidado do DM tipo 2, profissionais de saúde
que atuam como educadores em saúde precisam ser bem capacitados e dispor de
mecanismos para oferecer suporte aos pacientes que utilizam insulina como parte do
processo. (Strefezzi; Poian e De Oliveira, 2023).
Lidar com a diabetes requer um esforço contínuo e uma abordagem abrangente.
Mas ao adotar essas medidas terapêuticas como dieta e a prática de exercício físico e não
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farmacológico, pode ajudar a manter a saúde sob controle e reduzir as complicações


agudas e crônicas associadas à doença.

3 Considerações Finais

A realização deste estudo permitiu analisar os desafios e estratégias mais utilizadas


em pacientes com diabetes tipo 2 ao tratamento, além de descrever o papel dos enfermeiros
conforme relatado na literatura. Todos os objetivos do estudo foram alcançados com base
nos dados analisados, observa-se uma escassez de publicações sobre o tema.
Fatores socioeconômicos e experiências pessoais podem influenciar a percepção de
saúde, onde o conhecimento e práticas de autocuidado são essenciais para o
aproveitamento das técnicas. Quanto à diferença entre os sexos, nota-se que os homens
apresentaram maior continuidade no tratamento, apesar do baixo comparecimento às
consultas agendadas, possivelmente devido à dificuldade em relatar fragilidades na saúde.
A prática medicamentosa é amplamente adotada, especialmente entre aqueles que
obtiveram medicamentos através de farmácias públicas, que não relataram o uso de
combinações de medicamentos antidiabéticos e aqueles que não usavam insulina.
O acolhimento entre profissionais de saúde e pacientes promove uma assistência
mais eficaz e melhora a aceitação do tratamento, além de desenvolver habilidades para
criar mecanismos que aproximem o indivíduo da unidade de saúde.

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