Resumo Habilidades Médicas

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Resumo de Semiologia de Tórax e Abdome

INSPEÇÃO

➔ LINHAS DO TÓRAX

(Entre a vertebral e a escapular existe a linha paravertebral)

FACES → ANTERIOR, POSTERIOR E MEDIAL


→ REGIÕES
A INSPEÇÃO do tórax é dividida em:

● Estática: avaliar a forma e tipo do tórax e a presença de abaulamentos ou depressões,


cicatrizes ou lesões;

● Dinâmica: o tipo respiratório, o ritmo e a frequência da respiração, a amplitude dos


movimentos respiratórios,
a presença ou não de tiragem e a expansibilidade dos pulmões.

TIPOS DE TÓRAX →
● Chato: normal
● Tonel: estufado, aumento do diâmetro anteroposterior (pode ser normal)
● Cifótico: “corcunda”, acontece mais com o passar da idade.
● Infundibuliforme: parece um “soco” no esterno, falha genética ou embriológica na
formação do esterno, é mais raro.
● Cariniforme: osso protuso, esterno para a frente.

TONEL CIFÓTICO INFUNDIBULIFORME CARINIFORME

Exame pulmonar
INSPEÇÃO DINÂMICA

Tipos de respiração →
● COSTAL SUPERIOR (mulheres)
● TORACOABDOMINAL (homens)
● DIAFRAGMÁTICA (decúbito dorsal)

Ritmos respiratórios: (observar durante no mínimo 2 minutos)


● SEQUÊNCIA
● FORMA
● AMPLITUDE DAS INCURSÕES RESPIRATÓRIAS

Frequência respiratória:
➔ Eupneia
➔ Taquipneia
➔ Bradipneia
➔ Apneia (não ocorre a inspiração após expirar)

IDADE FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (irpm)

Recém nascidos 40 a 45

Lactentes 25 a 35

Pré-escolares 20 a 35

Escolares 18 a 35

Adultos 16 a 20

RITMOS RESPIRATÓRIOS
● DISPNEIA: caracteriza-se pela sucessão regular de movimentos respiratórios amplos e
quase sempre desconfortáveis para o paciente. Em alguns casos, o paciente não tem a
sensação subjetiva de dificuldade para respirar, mas ela pode ser reconhecida pelo
médico.
Surge na insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, bronquite, pneumonias, atelectasia,
pneumotórax, derrame pleural e anemias graves.
● PLATIPNEIA: é a dificuldade para respirar em posição ereta, que se alivia na posição
deitada; ou seja, é o contrário da dispneia de decúbito. Pode ocorrer após pneumectomia.
● ORTOPNEIA: é a dificuldade para respirar mesmo na posição deitada.
● TREPOPNEIA: é a condição na qual o paciente se sente mais confortável para respirar em
decúbito lateral. Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e no derrame pleural.
● SUSPIROSA: ritmo regular seguido de inspiração profunda.

● CHEYNE-STOKES: começa normal, aumenta como dispneia, entra em apneia, volta ao


normal (ciclo) → pode levar a uma insuficiência respiratória.

● BRIOT: pode ser por uma lesão Bulbar (tumor, aneurisma, hemorragia, etc) → amplitude
muito variável → pode entrar em apneia.

● KUSSMAUL: acidose metabólica → o pulmão tenta compensar → segura o ar após


inspirar.
INDÍCIOS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA GRAVE
1. Tiragem (de cima para baixo)
2. Retração de fúrcula
3. Batimentos das asas do nariz

PALPAÇÃO
→ Avaliar expansão torácica
Enfisema subcutâneo: ar sob a pele → crepitação perceptível
Edema: líquido sob a pele

→ Avaliar frêmito toracovocal (pedir para o paciente falar, Êx.: “33”)


Frêmito toracovocal: sensação tátil da voz (som do ar passando na árvore traqueobrônquica →
provoca vibrações na parede torácica)
Observação: A mão deve estar levemente inclinada de modo que os dedos estejam bem
encostados, buscando a maior sensibilidade.

O frêmito pode aumentar, diminuir ou ser abolido de acordo com determinadas patologias.

Exemplos:
Derrame pleural → acúmulo de líquido na cavidade pleural → o pulmão se distancia da cavidade
torácica → a transmissão da voz não acontece adequadamente → frêmito tóraco vocal diminuído.

Pneumonia → pulmão mais condensado → frêmito tóraco vocal pode ser aumentado

PERCUSSÃO
→ Entre espaços intercostais
NORMAL: Som claro pulmonar (som claro atimpânico)
Outros sons anormais:
● Macicez e submacicez (coração, fígado, neoplasias, massas): diminuição ou
desaparecimento da sonoridade pulmonar e indicam redução ou inexistência de ar no
interior dos alvéolos. As causas mais comuns de submacicez e macicez são os derrames
ou espessamentos pleurais, a condensação pulmonar (pneumonias, tuberculose, infarto
pulmonar e neoplasias).

● Timpânico (ar na pleura → pneumotórax): indica ar aprisionado no espaço pleural


(pneumotórax) ou em uma grande cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa, por
exemplo). Há que ressaltar que somente as grandes cavernas, situadas superficialmente,
podem ser reconhecidas pela percussão.

● Hipersonoridade (DPOCS, Enfisema: indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares,


sendo o enfisema pulmonar a causa mais comum.

AUSCULTA
● Ausculta indireta: feita por meio de um instrumento. (estetoscópio)
● Ausculta pulmonar:
● Paciente sentado
● Ápice do lado direito → ápice do lado esquerdo, sempre comparando os dois lados
● De cima para baixo
● Seguir os seguintes pontos abaixo

→ BILATERAL: sons pleuropulmonares


Sons normais:
- SOM TRAQUEAL:
- Som do ar passando pelas vias aéreas
- Audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se na
passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia. Diferenciam-se com
facilidade seus dois componentes, sendo o inspiratório constituído de um ruído soproso,
mais ou menos rude, após o qual há um curto intervalo silencioso que separa os dois
componentes, e o expiratório, um pouco mais forte e mais prolongado. (maior na expiração
do que na inspiração)

- RESPIRAÇÃO BRÔNQUICA (áreas de projeção dos brônquios principais):


- Corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de brônquios de maior calibre,
na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno.
- A respiração brônquica muito se assemelha ao som traqueal, dela se diferenciando apenas
por ter o componente expiratório menos intenso.
- Nas áreas que correspondem a uma condensação pulmonar, atelectasia ou nas regiões
próximas de cavernas pulmonares superficiais ouve-se respiração brônquica no lugar do
murmúrio vesicular.

- MURMÚRIO VESICULAR (maior na inspiração do que na expiração):


- Som do alvéolo se movimentando com a saída e entrada do ar
- Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção apenas das regiões
esternal superior, interescapulovertebral direita e no nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais.
Nestas áreas, ouve-se a respiração broncovesicular.
- Cumpre salientar que o murmúrio vesicular não tem intensidade homogênea em todo o
tórax – é mais forte na parte anterossuperior, nas axilas e nas regiões infraescapulares.
Além disso, sofre variações em sua intensidade na dependência da espessura da parede
torácica, sendo mais débil nas pessoas musculosas ou obesas.
- Murmúrio vesicular mais intenso ocorre quando o paciente respira amplamente e com a
boca aberta, após esforço, em crianças e em pessoas emagrecidas. Nos portadores de
afecções pulmonares unilaterais, como mecanismo vicariante, o murmúrio vesicular
torna-se mais intenso no lado não afetado.
- A diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de numerosas causas, entre as quais se
ressaltam: presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido sólido
(espessamento pleural) na cavidade pleural; enfisema pulmonar, dor torácica de qualquer
etiologia que impeça ou diminua a movimentação do tórax, obstrução das vias respiratórias
superiores (espasmo ou edema de glote, obstrução da traqueia), oclusão parcial ou total de
brônquios ou bronquíolos.
- Constitui importante alteração do murmúrio vesicular o prolongamento da fase expiratória
que, em condições normais, é mais curta e mais suave que a fase inspiratória.

- RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR:(região esternal superior interescapulovertebral


direita):
- Somam-se as características da respiração brônquica com as do murmúrio vesicular.
- Deste modo, a intensidade e a duração da inspiração e da expiração têm igual magnitude,
ambas um pouco mais fortes que no murmúrio vesicular, mas sem atingir a intensidade da
respiração brônquica.
- Em condições normais, a respiração broncovesicular é auscultada na região esternal
superior, na interescapulovertebral direita e no nível da terceira e da quarta vértebra dorsal.
- Sua presença em outras regiões indica condensação pulmonar, atelectasia por
compressão ou presença de caverna; ou seja, nas mesmas condições em que se observa
a respiração brônquica.

→ Ruídos adventícios: anormais, relacionados a uma alteração fisiopatológica

DESCONTÍNUOS
- Estertores finos/crepitantes: som agudo, tipo um véu; parecido com o som que
esfregamos o cabelo perto da orelha; alta frequência e de curta duração; final da inspiração
(som descontínuo)

- Estertores grossos: secreção em árvore brônquica mais distal; som entre os estertores
finos e roncos.

CONTÍNUOS
- Roncos: som contínuo (tanto na ins quanto na ex); som que acontece pela passagem das
vias aéreas maiores que possuem muita secreções; comum em pacientes acamados. Sons
graves, ocorrendo tanto na inspiração quanto na expiração, na qual predominam, são
fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo.

- Sibilos: chiado do gato; pacientes asmáticos; broncoconstrição; vias aéreas mais baixas;
predominante na expiração. Sons agudos, ocorrendo na inspiração e na expiração, são
múltiplos e disseminados por todo o tórax. Constrição das vias aéreas da árvore brônquica
distal.

- Estridor: obstrução da traqueia, edema na região da glote/laringe; tratar rapidamente.


Ruído basicamente inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou da traqueia.

DE ORIGEM PLEURAL

- Atrito pleural: atrito entre a pleura visceral e parietal; som contínuo (insp e ex); ranger de
couro;

SOM VOCAL

- Egofonia: ruído de cabra; condensações pulmonares.


SONS ANORMAIS DESCONTÍNUOS:

SONS ANORMAIS CONTÍNUOS:


.
OBSERVAÇÕES
Pacientes em condições normais ou com problemas respiratórios, como asma:
→ Inspiração mais longa
→ Expiração mais curta
(Isso só se altera em DPOCS mais graves como na enfisema)

Para descobrir Tuberculose:


→ Teste do escarro
→ Normalmente tem febre vespertina

Paciente “derrubado”: prostrado

Sons usados em aula:


● Som1 (paciente com crise asmática):
https://drive.google.com/file/d/1T1Sro2trWzmAbHf7EBMB0HTxD9Bxewef/view
● Som2 (mesmo paciente após medicação) → Sibilos:
https://drive.google.com/file/d/1T-_RlgSyC9L38iEGcvr2wfHhDMC60PEU/view
● Som3 (paciente com pneumonia bacteriana) → Estertor fino:
https://drive.google.com/file/d/1WZGLB619dbRPGUvbmW-0Gck8mlJkIyYW/view

SÍNDROMES BRÔNQUICAS: As síndromes brônquicas decorrem de obstrução (asma brônquica),


dilatação e/ou infecção dos brônquios (bronquites, bronquiectasias e broncopneumonias).

ASMA BRÔNQUICA → afecção inflamatória crônica caracterizada por hiper-reatividade das vias
respiratórias inferiores, com limitação do fluxo respiratório, observando-se estreitamento difuso
dos condutos respiratórios de pequeno calibre, em consequência de edema da mucosa,
constrição da musculatura lisa (broncoespasmo) e hipersecreção das células brônquicas.
Tais alterações manifestam-se clinicamente por crises de dispneia, predominantemente
expiratória, acompanhada de sensação de constrição ou aperto no tórax, dor torácica difusa,
chieira e tosse, que, no início, é seca, mas, com o progredir da crise, torna-se produtiva,
surgindo então uma expectoração mucóide, espessa, aderente, difícil de ser eliminada.

→ Inspeção: dispneia, utilização de músculos acessórios, tórax em posição de inspiração


profunda e tiragem
→ Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído
→ Percussão: normal ou hipersonoridade
→ Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos em ambos os
campos pulmonares.

Após a crise asmática há desaparecimento gradual dos sinais e sintomas, podendo persistir por
algum tempo estertores finos e sibilos esparsos pelo tórax.

BRONQUITES → A bronquite aguda geralmente é causada por vírus, micoplasma, clamídia ou


bactérias que comprometem as vias respiratórias desde a faringe, manifestando-se por sintomas
gerais (febre, cefaléia, mal-estar), desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca, seguida após
alguns dias de expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta, se houver infecção
bacteriana secundária.
Não se observa nada de anormal à inspeção, à palpação e à percussão. O principal achado,
à ausculta, são estertores grossos em ambos os pulmões. Podem-se ouvir, também, roncos e
sibilos esparsos, inconstantes.
A bronquite crônica é uma condição caracterizada basicamente por excessiva secreção de muco
na árvore brônquica, e está diretamente relacionada com a asma brônquica (bronquite asmática)
e à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
A manifestação clínica principal é tosse com expectoração mucopurulenta que persiste por
meses, alternando períodos de melhora e piora, dependendo da existência de infecções, poluição
atmosférica e tabagismo. Ao exame físico do tórax, o principal achado são estertores grossos
disseminados em ambos os hemitórax. Roncos e sibilos são frequentes.

BRONQUIECTASIAS → dilatação dos brônquios em consequência de destruição de


componentes da parede destes ductos e dos tecidos de sustentação.
As bronquiectasias podem ser congênitas, mas a maior parte dos casos se deve a sequelas de
processos infecciosos que comprometem os brônquios (coqueluche, sarampo, broncopneumonia,
tuberculose, pneumonia aspirativa, inalação de substâncias químicas, fibrose cística, discinesia
ciliar, aspergilose, artrite reumatoide).
As bronquiectasias comprometem segmentos ou lobos pulmonares, ou, mais raramente,
vários lobos em ambos os pulmões.
Além de sintomas gerais – febre, suores noturnos, emagrecimento, astenia, hipocratismo digital –,
a manifestação clínica mais comum é uma tosse produtiva, com expectoração mucopurulenta
abundante, principalmente pela manhã.
Os dados obtidos ao exame físico do tórax são variáveis, dependendo da localização e da
extensão das áreas comprometidas.
Bronquiectasias basais extensas:
→ Palpação: observa-se redução da expansibilidade.
→ Percussão: submacicez nas bases.
→ Ausculta: encontram-se estertores grossos na área correspondente às bronquiectasias.
Roncos e sibilos podem ser percebidos na mesma região.
Bronquiectasias localizadas podem se infectar simulando quadro clínico de broncopneumonia.

BRONCOPNEUMONIA → significa lesões brônquicas com comprometimento alveolar pelo


processo inflamatório, não se caracterizando áreas de condensação como nas pneumonias.
Ao exame físico do tórax, encontram-se estertores finos nas áreas correspondentes aos focos
de broncopneumonia. Se houver bronquite associada surgem os sintomas e os sinais do
comprometimento difuso dos brônquios.

SÍNDROMES PULMONARES → compreendem: consolidação, atelectasia, hiperaeração e


congestão passiva dos pulmões. Além dessas, pode ser incluída entre as síndromes
pulmonares a escavação ou caverna pulmonar.

CONSOLIDAÇÃO → as principais causas de consolidação pulmonar são as pneumonias, o


infarto pulmonar e a tuberculose. As principais manifestações clínicas são a dispneia e a tosse,
que pode ser seca ou produtiva. Quando há expectoração, é comum a presença de sangue
misturado com muco ou pus (expectoração hemoptoica). Na tuberculose, as hemoptises são
frequentes. Além da sensação de desconforto retroesternal, quando há comprometimento da
pleura, surge dor localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica. A
condensação do parênquima pulmonar caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por
células e exsudato e se expressa ao exame físico do tórax com os seguintes dados:
→ Inspeção: expansibilidade diminuída
→ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito tóraco vocal aumentado
→ Percussão: submacicez ou macicez
→ Ausculta: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia ou egofonia,
pectoriloquia e estertores finos.

ATELECTASIA → as causas são as neoplasias e corpos estranhos.


Tem como elemento principal o desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar
seja ocupado por células ou exsudato. Pode ser provocada por obstrução das vias respiratórias
ou por compressão dos pulmões (cardiomegalia, derrame pleural, neoplasias, pneumotórax,
hemotórax).
As causas mais comuns são as neoplasias e a presença de muco ou corpo estranho que ocluem
a luz de algum brônquio. Se a oclusão situa-se em um brônquio principal, ocorre atelectasia do
pulmão inteiro; se estiver em brônquios lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo
ou um segmento pulmonar.
Quanto maior a área comprometida, mais intensas serão as manifestações clínicas,
representadas por dispneia, sensação de desconforto e tosse seca.
Ao exame físico, obtêm-se os seguintes dados na área correspondente à atelectasia:

→ Inspeção: retração do hemitórax e tiragem


→ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito tóraco vocal diminuído ou abolido
→ Percussão: submacicez ou macicez
→ Ausculta: respiração broncovesicular e ressonância vocal diminuída

SÍNDROME DE HIPERAERAÇÃO → representada pelo enfisema pulmonar (doença pulmonar


obstrutiva crônica [DPOC]). A hiperaeração que se observa no enfisema pulmonar resulta de
alterações anatômicas caracterizadas pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao
bronquíolo terminal, acompanhadas de modificações estruturais das paredes alveolares que
limitam o fluxo aéreo nos alvéolos.
O enfisema pulmonar apresenta algumas variedades anatômicas, dependendo da sede e da
extensão do comprometimento dos ácinos e dos lóbulos.
A manifestação clínica mais importante é a dispneia que se agrava lentamente. No início ocorre
apenas aos grandes esforços, mas, nas fases avançadas, aparece até em repouso. Na fase final
surgem as manifestações de insuficiência respiratória; nas iniciais, ao exame físico do tórax
observam-se apenas redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada. Com a
evolução da enfermidade, várias outras alterações vão surgindo, ou seja:

→ Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados


→ Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito tóraco vocal diminuído
→ Percussão: sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a
enfermidade se agrava
→ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, fase expiratória prolongada e ressonância vocal
diminuída.

CONGESTÃO PASSIVA DOS PULMÕES → a principal causa da congestão passiva dos pulmões
é a insuficiência ventricular esquerda. Outras causas são: lesão da valva mitral,
glomerulonefrite, síndrome nefrótica e aumento da pressão intracraniana.
O líquido acumula-se no interstício, causando dispneia de esforço, dispneia de decúbito e
dispneia paroxística noturna, além de tosse seca e, às vezes, chieira. Ao exame físico do tórax,
observam-se os seguintes dados:

→ Inspeção: expansibilidade normal


→ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal normais
→ Percussão: submacicez nas bases pulmonares
→ Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões (principal achado), prolongamento do
componente expiratório quando há broncoespasmo e ressonância vocal normal.

ESCAVAÇÃO OU CAVERNA PULMONAR → consequência de eliminação de parênquima em


uma área que tenha sofrido necrobiose. Isso pode ocorrer nos abscessos, nas neoplasias e nas
micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose.
As manifestações clínicas são muito variáveis, predominando tosse seca e vômica. Para ser
detectada ao exame físico, é necessário que a caverna esteja situada próxima à periferia do
pulmão e que tenha diâmetro mínimo de mais ou menos 4 cm. Os dados obtidos ao exame físico
na área correspondente à caverna são:

→ Inspeção: expansibilidade diminuída na região afetada


→ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado
→ Percussão: sonoridade normal ou som timpânico
→ Ausculta: respiração broncovesicular ou brônquica no lugar do murmúrio vesicular,
ressonância vocal aumentada ou pectoriloquia.
SÍNDROMES PLEURAIS
PLEURITE → inflamação dos folhetos pleurais, pode ocorrer em várias condições clínicas,
destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a moléstia reumática e outras colagenoses, as
viroses e as neoplasias da pleura e pulmão.
Pode ser aguda ou crônica, com ou sem derrame (pleurite seca).
Na pleurite seca aguda, o principal sintoma é a dor localizada em um dos hemitórax, com as
características de dor pleurítica. Além de dor, podem ocorrer tosse, dispnéia, febre e outros
sintomas relacionados com a causa da pleurite. Ao exame físico do tórax, observam-se no lado
comprometido:

→ Inspeção: expansibilidade diminuída


→ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos
→ Percussão: sonoridade normal ou submacicez
→ Ausculta: atrito pleural, que é o principal dado semiológico.

Na pleurite crônica, com espessamento dos folhetos pleurais (paquipleuriz), a dor não é tão
acentuada como na pleurite aguda, podendo ter caráter surdo ou inexistir. A dispneia aos grandes
esforços é uma manifestação importante.
Ao exame físico do tórax, observam-se no lado comprometido:

→ Inspeção: retração torácica e expansibilidade diminuída


→ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos
→ Percussão: submacicez ou macicez

→ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída.

DERRAME PLEURAL → observados nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses,


insuficiência renal, síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca, pode haver dor sem as
características de dor pleurítica, tosse seca e dispneia cuja intensidade depende do volume do
líquido acumulado. No exame físico do tórax, observam-se no lado do derrame:
→ Inspeção: expansibilidade diminuída
→ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido
→ Percussão: macicez, ressonância “skódica” acima do derrame
→ Ausculta: murmúrio vesicular abolido e egofonia na parte mais alta do derrame.

PNEUMOTÓRAX → o que se acumula no espaço pleural é ar, que penetra através de lesão
traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em determinadas afecções pulmonares (tuberculose,
pneumoconiose, neoplasias) que põem em comunicação um ducto com o espaço pleural. A
instalação de um mecanismo valvular com pressão positiva provoca grande desvio do mediastino.
As principais manifestações clínicas são a dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispneia.
A intensidade da dispneia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem
acompanhar o pneumotórax. Ao exame físico do tórax, observam-se no lado comprometido:

→ Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é


grande
→ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos
→ Percussão: hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a atenção
→ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída.

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA → síndrome complexa de múltiplas causas, na qual há algum


tipo de alteração que impossibilita uma adequada troca de gases, ou seja, absorção de oxigênio e
eliminação de gás carbônico.
A insuficiência respiratória pode ser classificada em dois grandes grupos: insuficiência
respiratória ventilatória e insuficiência respiratória hipoxêmica ou insuficiência
alveolocapilar.

Exame físico do sistema cardiovascular


Anotações da aula
→ Veia jugular externa: normalmente não é visível
Ingurgitamento jugular (fica túrgida): pode ser um sinal de dificuldade da chegada do sangue ao
coração → em paciente deitado pode ser normal, mas se aparecer em 45º ou mais não é normal.

Jugular interna + subclávia → veia braquiocefálica direita


Veia braquiocefálica direita e veia braquiocefálica direita → drenam na veia cava

Pulsos arteriais → verificar a presença em toda a periferia, simetria, amplitude


Carotídeo
Femoral
Tibial posterior
Abdominal
Poplíteo
Subclávio
Pedioso
Radial
Braquial
Exame do coração (completar)
Durante o exame cardíaco, a posição fundamental do paciente é o decúbito dorsal; o médico deve
ficar sentado ou de pé, do seu lado direito. Outras posições (sentado, decúbito lateral e de pé com
o tórax inclinado para a frente) podem ser necessárias em determinadas ocasiões.

AULA RONALDO 20/04


INSPEÇÃO → olhar o tórax como um todo
Inspecionar:
● Fúrcula esternal
● Precórdio (região precordial) → abaulamento pode indicar cardiopatias congênitas
Pode acontecer o movimento da região precordial de acordo com os batimentos do
coração → normal

Ictus cordis → corresponde à ponta do ventrículo esquerdo que mantém contato direto com o
gradil costal, no nível do quinto espaço intercostal esquerdo e da linha hemiclavicular, na
maioria das pessoas. Sua extensão varia em torno de 1 a 3 cm de diâmetro.

A localização do ictus cordis varia de acordo com o biotipo do paciente. Nos mediolíneos, situa-se
no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 4o ou 5o espaço intercostal; nos
brevilíneos, desloca-se uns 2cm para fora e para cima, situando-se no 4o espaço intercostal; nos
longilíneos, costuma estar no 5o espaço, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular.
Nos portadores de enfisema pulmonar ou quando há obesidade, musculatura muito desenvolvida
ou grandes mamas, o ictus cordis costuma ser invisível e impalpável, mas, mesmo em pessoas
saudáveis, pode ser que o ictus cordis não seja visível. Nos pacientes idosos, o aumento de
diâmetro anteroposterior do tórax, propiciando a interposição pulmonar entre o coração e a
parede torácica, torna o ictus cordis invisível e praticamente impalpável, a não ser que haja uma
hipertrofia do ventrículo esquerdo.

É o ápice do coração → ponto de junção dos ventrículos


A palpação depende de sua espessura e de sua localização.
Alterações: aumento ou diminuição indicam o tamanho do coração
Posição → desvio do Ictus cordis:
Aumento do ventrículo esquerdo → desvio para baixo e para a esquerda
Aumento do ventrículo direito → desvio para esquerda e para cima
*O aumento dos átrios não reflete muito no desvio do ápice
→ O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como
pode ocorrer na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial,
miocardiopatias e em algumas cardiopatias congênitas.
→ Quando o paciente tem escoliose, depressão do esterno (tórax infundibuliforme), derrame
pleural ou elevação do diafragma (ascite, obesidade), o deslocamento do ictus cordis não indica
hipertrofia e/ou dilatação do ventrículo esquerdo.

De maneira simplificada pode-se dizer que as hipertrofias ventriculares impulsionam as polpas


digitais com mais vigor do que as dilatações. Contudo, cumpre lembrar que na maioria das
cardiopatias a hipertrofia e a dilatação estão combinadas.

Analisar:
● Tamanho: de 1 a 2,5 cm (aprox. duas pontas digitais)
● Aumento difuso (espalhado) → dilatação do coração
● Aumento propulsivo → hipertrofia do coração

O ictus cordis é estudado pela inspeção e palpação, investigando-se localização, extensão,


intensidade, mobilidade, ritmo e frequência.

Avalia-se:
Extensão do ictus cordis → determinar quantas polpas digitais são necessárias para
cobri-lo, calculando-se, em seguida, a quantos centímetros isso corresponde. Em condições
normais, corresponde a uma ou duas polpas digitais, ou seja, 2 a 3 cm de diâmetro. Nos casos
de hipertrofia ventricular, são necessárias três polpas ou mais. Quando há grande dilatação e/ou
hipertrofia, o ictus cordis chega a abarcar toda a palma da mão.
Ictus cordis nas hipertrofias e dilatações ventriculares. A. Em condições normais, o ictus cordis situa-se no cruzamento da
linha hemiclavicular com o 4o ou 5o espaço intercostal esquerdo. B. Na hipertrofia ventricular direita observa-se
levantamento em massa da região precordial, mais nítido nas proximidades do esterno, que não corresponde ao ictus
cordis. C. Na hipertrofia ventricular esquerda sem dilatação da câmara, o deslocamento do ictus cordis é mínimo ou não
existe, mas ele se torna mais forte. D. Na hipertrofia ventricular esquerda associada à dilatação desta cavidade o ictus
cordis está desviado para baixo e para fora, além de ser mais amplo.

Intensidade do ictus cordis → avaliada mais pela palpação do que pela inspeção. Para fazê-la
corretamente, repousa-se a palma da mão sobre a região dos batimentos.
Tente localizar o ictus cordis com o paciente em decúbito dorsal, palpando a região usando as
superfícies palmares de vários dedos. Caso não consiga, peça ao paciente para que, em decúbito
lateral esquerdo, expire completamente e mantenha-se sem respirar por alguns segundos. Em
pacientes do sexo feminino, pode ser necessário afastar a mama esquerda para cima ou para o
lado.
Técnica para a localização do ictus cordis, com o paciente em decúbito lateral esquerdo.

Mesmo em pessoas saudáveis, sua intensidade varia dentro de determinados limites, sendo mais
forte em pessoas magras ou após exercício e emoções, assim como em todas as situações que
provocam aumento da atividade cardíaca (hipertireoidismo, por exemplo).
Hipertrofia ventricular esquerda → choques de ponta mais vigorosos.
Quando a hipertrofia ventricular esquerda é consequência da insuficiência aórtica, observa-se
ictus cordis extenso e de grande intensidade.

Ritmo e a frequência do coração → mais bem analisados pela ausculta; contudo, durante a
inspeção e a palpação, o examinador consegue elementos úteis para o diagnóstico. De modo
especial, merece ser ressaltado que o ritmo de galope pode ser reconhecido com facilidade pela
palpação do precórdio.
Além do ictus cordis, podem ser encontrados no precórdio e áreas adjacentes outros movimentos
visíveis e/ou palpáveis, ou seja, retração sistólica, levantamento em massa do precórdio, choques
valvares palpáveis, pulsação epigástrica e pulsação supraesternal.

Frêmito cardiovascular → é a designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações


produzidas no coração ou nos vasos. É habitual compará-lo ao que se sente quando se palpa o
pescoço de um gato que ronrona; daí a denominação de frêmito catário.
Ao se encontrar um frêmito, três características precisam ser investigadas: localização,
usando-se como referência as áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se
então pela coincidência ou não com o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e
sistodiastólico; e intensidade, avaliada em cruzes (+ a + + + +).
→ Para palpar B1 e B2: exercendo pressão firme, apoie a mão direita na parede torácica. Com o
indicador esquerdo e o dedo médio, palpe o impulso ascendente carotídeo para identificar B1 e
B2 imediatamente antes e depois do impulso ascendente. Com a prática, aprenderá a palpar de
maneira satisfatória B1 e B2. Para palpar B3 e B4, aplique pressão mais leve no ápice cardíaco à
procura de quaisquer movimentos extras.

A palpação substituiu a percussão na estimativa das dimensões do coração.

Inspeção e palpação
Realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente porque os achados semióticos tornam-se
mais significativos quando analisados em conjunto.

Os seguintes parâmetros devem ser sistematicamente investigados: pesquisa de abaulamentos,


análise do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis
e/ou palpáveis, palpação de bulhas e pesquisa de frêmito cardiovascular.

ABAULAMENTO → para tornar mais fácil o reconhecimento de abaulamento, a observação da


região precordial deve ser feita em duas incidências: tangencial, com o examinador de pé do lado
direito do paciente, e frontal, o examinador ficando junto aos pés do paciente, que permanece
deitado. Abaulamento dessa região pode indicar a presença de aneurisma da aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica.

Pormenor importante é diferenciar os abaulamentos por alteração da estrutura osteomuscular dos


causados pela dilatação do ventrículo direito. O elemento que os distingue é a presença de
impulsões do precórdio, que aparecem nos casos de aumento cardíaco.

Ausculta cardíaca
→ Estetoscópio: O diafragma é melhor para captar sons relativamente agudos, como B1 e B2 e
a campânula é mais sensível aos sons graves, como B3 e B4, e ao sopro da estenose mitral.

→ PACIENTE DEITADO, SENTADO, EM DECÚBITO DORSAL OU LATERAL ESQUERDO.


→ Com a aceleração e desaceleração da coluna de sangue e das estruturas cardiovasculares,
surgem os ruídos cardíacos denominados bulhas.
→ A bulha B1 e B2 são normais.
→ A bulha B3 pode ser normal. A bulha B4 é sempre patológica.

● B1 (fisiológica): “TUM”. Fechamento das valvas tricúspide e mitral. Melhor auscultada no


foco mitral e tricúspide.

● B2: “TÁ”. Fechamento das valvas semilunares. Melhor auscultada no foco aórtico e
pulmonar.

● B3: “tum tá TÁ”. O som compara-se ao galope de cavalo. Início da diástole. Incapacidade
do ventrículo de ejetar completamente o sangue em seu interior, a coluna de sangue
ejetada do átrio pode encontrar esse “resquício de sangue”, gerando uma desaceleração
brusca e um terceiro estalido. A B3 pode ser fisiológica em casos de hipervolemia ou
hipertiroidia.

● B4: “TRUM-TÁ”. Final da diástole. A complacência pode estar diminuída causando uma
rápida desaceleração da coluna de sangue no ventrículo, gerando um terceiro estalido • O
decúbito lateral esquerdo acentua B3 e B4 de câmaras cardíacas esquerdas e sopros
mitrais, em especial o da estenose mitral.

● Para identificar a sístole e a diástole, palpe a artéria carótida primeiro e note que B1 fica
logo antes do impulso ascendente carotídeo e a B2 depois do impulso ascendente
carotídeo.
Siga com o estetoscópio sobre o 2º EIC à direita na margem do esterno (foco aórtico) e, então,
acompanhe pela margem esternal esquerda do 2º EIC a esquerda (foco pulmonar), descendo
para o 3º EIC a esquerda (foco aórtico acessório), depois ao 5º EIC (foco tricúspide), e por fim, o
foco mitral, que está também no 5º EIC, na linha hemiclavicular.

● Foco aórtico: situa-se no 2º EIC direito, justaesternal. No entanto, um dos melhores locais
para avaliar fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3º e 4º
EIC esquerdo, nas proximidades do esterno, a qual se dá o nome de foco aórtico
acessório.

● Foco pulmonar: localiza-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Neste foco onde se tem
as condições ideais para análise dos desdobramentos – fisiológicos ou patológicos da 2ª
bulha cardíaca.

● Foco aórtico acessório: para o 3º EIC a esquerda.

● Foco tricúspide: corresponde a base do apêndice xifóide, próximo ao 4º EIC esquerdo.


● Foco mitral: situa-se no 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus
cordis ou ponta do coração.

● B2 é mais hiperfonética que B1 na base, e pode também ocorrer seu


desdobramento com a respiração.
● No ápice, B1 é, em geral, mais hiperfonética que B2, exceto nos casos de
prolongamento do intervalo PR.
● A observação cuidadosa da intensidade de B1 e de B2 torna possível confirmar as
duas bulhas e, assim, identificar corretamente a sístole, o intervalo entre B1 e B2, e
a diástole, o intervalo entre B2 e B1.

Sopros:
→ O sangue flui de forma laminar dentro dos vasos, contudo, se houver algum obstáculo,
gerar-se-á um turbilhonamento que acabará por produzir um ruído diferente cuja
onomatopeia seria um “shhh”.
→ Como já vimos, as bulhas são produzidas pelo fechamento das valvas. No entanto, por
vários motivos, essas valvas não se fechem/abrem adequadamente, deixando “pequenos
orifícios” por onde o sangue irá passar. Esses orifícios farão com que o sangue seja
turbilhonado gerando o sopro cardíaco.

Classificação do sopro:
→ Intensidade do sopro: medidas em cruzes (uma a seis cruzes), pouco audível (+) a
muito audível (6+), segundo classificação de Levine.
→ Localização: em qual foco se escuta com maior facilidade e em que momento do ciclo
cardíaco ele acontece.
→ Irradiação: o som é audível em outros focos e locais (como as carótidas).
Sistólicos: seriam os sopros produzidos durante a sístole. Ou seja, entre B1 e B2.
Diastólicos: seriam os sopros produzidos durante a diástole. Ou seja, entre B2 e B1.

Exame do abdome (completar)


EXAME ABDOME 2 AULA 23/04 WILLIAN → caso clínico

Esteatorreia: gordura nas fezes

Ascite: líquido na cavidade abdominal pode ser causada por metástase ou cirrose, mas existem
algumas outras causas → provoca abdome globoso.

Hepatoesplenomegalia → aumento do tamanho do baço e do fígado.

Cirrose: fígado lesionado ao longo dos anos, ele normalmente consegue se regenerar, mas em
algumas pessoas não, então começa a inflamar e depois fibrosar(quando ele começa a
cicatrizar) → pode ser causada por consumo excessivo/crônico de álcool, hepatites (B ou
C), ou ser de causa idiopática.

Resistência da veia porta hepática: o sangue procura outros caminhos

Edema: a produção diminuída de albumina no fígado e o aumento da pressão arterial fazem com
que escape líquido dos vasos, levando a um inchaço na cavidade abdominal e nos
membros inferiores

Eritema palmar (vermelhidão na mão): hormônios como o estrógeno, se não forem eliminados
pelo fígado, podem ser vasodilatadores e causar maior circulação em regiões periféricas.

Inspeção e Ausculta (no caso clínico)


Circulação colateral tipo portal (“cabeça de medusa”): ocorre quando há obstáculo ao fluxo
venoso proveniente do tubo digestório e baço em direção ao fígado.
É o tipo de circulação colateral mais frequente, caracterizada por manter o sentido normal da
circulação, sempre centrífuga em relação ao umbigo. Geralmente melhor percebidas acima da
cicatriz umbilical, quando exuberantes em torno do umbigo confere o aspecto denominado cabeça
de medusa.
Sinal de Cruveilhier-Baumgarten: sopros contínuos venosos, ocorrendo quando houver
hipertensão portal, audível sobre a circulação colateral em região periumbilical, podendo
gerar um frêmito no local.

PERCUSSÃO: VÍDEO DO YOUTUBE PASSADO PELO PROF Exame físico do abdômen -


percussão

Hepatimetria→ hepatimetria (codificar o tamanho do fígado em comparação com as falanges ou


a medida entre dois dedos normalmente 10 cm)
Percutir região torácica (som claro pulmonar) e descer nos espaços intercostais até que o som
fique submaciço → limite superior do fígado; quando o som fica timpânico delimita-se,
aproximadamente, o limite inferior do fígado.

Ascite → macicez móvel (característica da ascite) na percussão (muda de acordo com a


posição/decúbito do paciente, pela movimentação do líquido)
Técnica da pesquisa de submacicez móvel para diagnóstico da ascite: durante a percussão do
abdome, observa-se a presença de submacicez na parte mais baixa do abdome, se o
paciente estiver em pé ou nos lados, se deitado. Em seguida, pede-se para o paciente
deitar de lado, observando-se à percussão que o local de submacicez mudou para o lado
que fica abaixo, refletindo a mudança de posição do líquido. É o achado mais seguro no
exame físico para confirmar a presença de ascite média, entre 500 a 1500 ml.

Piparote → se for ascite, o líquido se movimenta e encostará na sua mão do outro lado

PALPAÇÃO DO FÍGADO: Palpação do fígado

Deve-se pedir sempre para o paciente inspirar

PALPAÇÃO DO BAÇO: Palpação do baço


→ o baço é muito difícil de ser palpado em condições normais, com alterações a palpação é mais
perceptível;
Aspecto amarelado: aumento da bilirrubina
O nosso corpo transforma amônia em: ureia e ácido úrico, sendo eliminados na urina(grande
parte), fezes(em menor quantidade) e pele por meio do suor (pouquíssima quantidade);

ENCEFALOPATIA HEPÁTICA → se o fígado é lesionado e não transforma amônia, pode levar a


um excesso de amônia e alterações no sistema nervoso → confusão e alterações na
memória → recomenda-se uma dieta mais restritiva em proteínas

PALPAÇÃO DO ABDOME: VÍDEO PASSADO PELO PROF


SINAIS DE IRRITAÇÃO PERITONEAL SINAL DE BLUMBERG, MURPHY, ROVSING, PSOAS,
OBTURADOR
(Sinal de Blumberg: 1min a 2 min, Sinal de Murphy: 3 min a 3min 40 seg, Sinal de Rovsing: 4min 50 a 5min
10 seg)

Sinal de Blumberg: descompressão brusca da fossa ilíaca direita. Se for positivo (apresentar
dor), sugere apendicite ou até peritonite (inflamação do peritônio)

Sinal de Rovsing: também utilizado no diagnóstico de apendicite; “punho fechado girando” →


pressão progressiva, lenta e contínua da fossa ilíaca esquerda até a fossa ilíaca direita.
(caminho contrário do intestino)
Sinal de Murphy: compressão do hipocôndrio direito → parada da inspiração. Usado para avaliar
a colecistite (inflamação da vesícula biliar).

Sempre deve-se escrever se os sinais deram positivo ou negativo no prontuário.

EXAME DO ABDOME: ESTUDO PARA A AULA DO RONALDO (04/05)

PONTOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS DO ABDOME → os pontos de referência anatômicos


usuais são as rebordas costais, o ângulo de Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas
ilíacas anteriores, o ligamento inguinal ou de Poupart e a sínfise pubiana.

Na parede abdominal, destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido celular subcutâneo,


processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e músculos retoabdominais.

● O limite superior da cavidade abdominal corresponde a uma linha circular que passa
pela junção xifoesternal e pela apófise espinhosa da 7ª vértebra dorsal. Em
decorrência da forma em abóbada do diafragma, a projeção externa do limite superior da
cavidade abdominal se faz na parede torácica.
● O limite inferior, ou seja, o limite entre a cavidade abdominal e a pélvis, corresponde
externamente a uma linha circular que passa pela apófise espinhosa da 4ª vértebra
lombar, cristas ilíacas, espinhas ilíacas anteriores, ligamentos inguinais (ligamentos
de Poupart) e sínfise púbica. Estes limites aplicam-se a qualquer das divisões clínicas do
abdome.
O abdome pode ser dividido de vários modos; entretanto, as divisões em quatro quadrantes ou
em nove regiões são as mais utilizadas.
● Além dessas regiões, fazem parte da linguagem médica algumas denominações mais
abrangentes, incluindo: andar superior e andar inferior do abdome, que incluem as regiões
situadas acima e abaixo, respectivamente, da linha horizontal que passa pela cicatriz
umbilical; baixo ventre, que corresponde ao hipogástrio e suas imediações; hemiabdome
esquerdo e hemiabdome direito, que são cada uma das metades do abdome quando se
imagina uma linha vertical passando pelo umbigo; na parte posterior, encontram-se as
regiões lombares.

● Todavia, além dessa divisão, há outra que utiliza como referência dois planos que
atravessam os pontos médios claviculares (ponto médio da clavícula – linhas
hemiclaviculares) de cada lado e dois planos transversos, sendo que um deles é
denominado plano subcostal (uma linha horizontal abaixo da 10o costela) e o outro de
plano intertubercular (uma linha que liga os tubérculos ilíacos – o topo do osso da bacia).

● Isso permite a divisão em três andares com três regiões cada, sendo elas: abdômen
superior (hipocôndrio direito, epigástrio e hipocôndrio esquerdo), abdômen médio
(flanco direito, mesogástrio e flanco esquerdo) e abdômen inferior (fossa ilíaca
esquerda, hipogástrio, fossa ilíaca direita).
INSPEÇÃO:
Além das lesões elementares da pele e da circulação venosa colateral superficial, deve-se
investigar a coloração da pele, a presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição dos
pêlos, bem como a eventual existência de soluções de continuidade da parede, representadas
pela diástase dos músculos retos anteriores do abdome e pelas hérnias.

À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados:


→ Forma e volume do abdome
→ Cicatriz umbilical
→ Abaulamentos ou retrações localizadas
→ Veias superficiais
→ Cicatrizes da parede abdominal
→ Movimentos

Forma e volume do abdome


A forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de nutrição
do paciente. Em decorrência de alterações intra-abdominais ou da própria parede abdominal, os
seguintes tipos de abdome podem ser encontrados: atípico ou normal, globoso ou
protuberante, em ventre de batráquio, pendular ou ptótico, de avental e escavado
(escafoide ou côncavo).

ATÍPICO OU NORMAL: compreende grandes variações de acordo com cada indivíduo. Suas
principais características morfológicas são a simetria e ser levemente abaulado.
PLANO: abdome “liso”

GLOBOSO OU PROTUBERANTE: este tipo de abdome apresenta-se globalmente aumentado,


com predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ser observado na
gravidez avançada, ascite, distensão gasosa, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal,
grandes tumores policísticos do ovário e hepatoesplenomegalia volumosa.

ABDOME EM VENTRE DE BATRÁQUIO: é aquele em que, estando o paciente em decúbito


dorsal, observa-se franco predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ser
observado na ascite em fase de regressão e é consequência da pressão exercida pelo líquido
sobre as paredes laterais do abdome. → Comum em grávidas e crianças

PENDULAR OU PTÓTICO: empregam-se essas denominações quando, estando o paciente de


pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma
protrusão. Sua causa mais comum é a flacidez do abdome no período puerperal. Ocorre, também,
em pessoas emaciadas cuja parede abdominal tenha perdido sua firmeza.
ABDOME EM AVENTAL: é encontrado em pessoas com obesidade de grau elevado, sendo
consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. Neste tipo, a parede
abdominal pende “como um avental” sobre as coxas do paciente, tornando-se mais evidente
quando o paciente está de pé.

ESCAVADO OU CÔNCAVO: sua característica morfológica está contida em sua denominação, ou


seja, percebe-se nitidamente que a parede abdominal está retraída. É próprio das pessoas muito
emagrecidas, geralmente portadoras de doenças consuntivas, principalmente neoplasias
malignas do sistema digestivo.

ABDOME DISTENDIDO: com circulação colateral - O abdômen distendido consiste em um


inchaço na região abdominal ou um aumento no volume do abdômen provocado pela presença de
alguma substância em seu interior, como gás, líquido ou sólido.
Sinal de Cullen: aparecimento de equimose na região periumbilical.
Sinal de Grey-Turner: aparecimento de equimose na região dos flancos. Associado a pancreatite.

Presença de abaulamentos: podem indicar a presença de massas abdominais no abdome


superior (pâncreas, fígado, estômago ou cólon transverso) ou no abdome inferior (bexigomas,
gravidez, massas ovarianas ou de cólon).

● O abdome na gravidez é descrito como abaulamento piriforme.


● Para diferenciar se uma massa ou tumor está localizado na parede abdominal ou na
cavidade abdominal, solicita ao paciente para realizar contrações musculares.
● Se a massa ficar melhor distinguida, significa que está na parede. Caso contrário, está
localizada na cavidade abdominal, em algum órgão interno.

Presença de depressões (retrações):


→ Retração generalizada: abdome escafóide ou escavado (má-nutrição, marasmo, caquexia,
peritonite difusa- rigidez muscular).
→ Retração localizada: bridas pós-cirúrgicas.
• Cicatrizes: Localização, formato, tamanho, cicatriz umbilical.
Cicatriz umbilical → normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O encontro da
protrusão da cicatriz umbilical, que indica geralmente a existência de uma hérnia ou o acúmulo de
líquido nesta região, tem valor prático. Na gravidez também observa-se aplanamento ou mesmo
protrusão da cicatriz umbilical. Infecções do umbigo (onfalites), frequentes em crianças, podem
acompanhar-se de secreção serosa ou seropurulenta.

INSPEÇÃO DINÂMICA → MOVIMENTOS


Três tipos de movimentos podem ser encontrados no abdome: movimentos respiratórios,
pulsações e movimentos peristálticos visíveis.

→ Em condições normais, sobretudo nos indivíduos do sexo masculino, observam-se


movimentos respiratórios no andar superior do abdome, caracterizando a respiração
toracoabdominal. Esses movimentos costumam desaparecer nos processos inflamatórios do
peritônio que se acompanham de rigidez da parede abdominal. Nas afecções dolorosas do andar
superior do abdome também se inverte a forma da respiração, a qual passa a ser puramente
torácica, como no sexo feminino, em condições normais.

PULSAÇÕES → podem ser observadas (e palpadas) no abdome de pessoas magras e quase


sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. Quando há hipertrofia do ventrículo direito,
podem surgir pulsações na região epigástrica. Os aneurismas da aorta abdominal provocam
pulsações na área correspondente à dilatação.

PERISTALTISMO: MOVIMENTOS VISÍVEIS → são também designados “ondas peristálticas”, e


seu encontro constitui um importante dado semiológico. Contudo, cumpre ressaltar que, em
pessoas magras, às vezes, são vistas ondas peristálticas na ausência de qualquer
anormalidade (movimentos rotatórios). Faz-se a diferenciação entre peristaltismo normal e
ondas peristálticas anormais correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente,
como, por exemplo, nas síndromes de estenose pilórica e de oclusão intestinal.
Ondas peristálticas podem ocorrer espontaneamente ou após alguma manobra provocativa. A
mais simples consiste em aplicar alguns piparotes na área suspeita.
Movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo; por
isso, ao encontrá-los o examinador deve analisar as duas características semiológicas que
orientam o raciocínio diagnóstico: a localização e a direção das ondas peristálticas.
Assim, quando há obstrução pilórica, evidenciam-se ondas peristálticas que se localizam na
região epigástrica e em suas proximidades que se dirigem de cima para baixo e da esquerda para
a direita. Nas obstruções do intestino delgado, as ondas peristálticas se localizam na região
umbilical e imediações, não tem direção constante e, além disso, podem ser observadas mais de
uma onda ao mesmo tempo.
Na obstrução do intestino grosso as “ondas peristálticas” são mais bem observadas no cólon
transverso nos casos em que a sede da obstrução se localiza no ângulo esplênico ou abaixo dele.
Neste caso, deslocam-se da direita para a esquerda.

PALPAÇÃO → como norma básica, efetua-se a palpação do abdome com o paciente em


decúbito dorsal, usando-se a técnica da palpação com a mão espalmada.
Em determinadas condições o paciente deve assumir outras posições, assim como o examinador
poderá utilizar técnicas palpatórias diferentes.
A palpação abdominal tem por objetivo:
● Avaliar o estado da parede abdominal
● Explorar a sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, relatada ou não
pelo paciente durante a anamnese
● Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar alterações de
sua consistência.
A palpação sistemática do abdome compreende quatro etapas que devem ser cumpridas, uma
após a outra: palpação superficial, palpação profunda, palpação do fígado, palpação do baço e de
outros órgãos, além de manobras especiais.

Palpação superficial → compreende o estudo da parede abdominal e das vísceras que podem
alcançar a parede.

À palpação superficial do abdome, propriamente dita, investigam-se a sensibilidade, a


resistência da parede, a continuidade da parede abdominal, as pulsações e o reflexo
cutâneo-abdominal.
Sensibilidade: a localização e a irradiação da dor são as características semiológicas
fundamentais para o raciocínio clínico, havendo estreita relação entre o local da dor e a víscera ali
projetada. Daí a importância de se conhecerem os chamados “pontos dolorosos”.

Pontos dolorosos → há algumas áreas na parede abdominal cuja compressão, ao despertar


sensação dolorosa, costuma indicar comprometimento do órgão ali projetado. Os principais
pontos dolorosos são: pontos gástricos, ponto cístico ou biliar, ponto apendicular, ponto esplênico
e pontos ureterais.

Resistência da parede abdominal: em condições normais, a resistência da parede abdominal é


a de um músculo descontraído. Quando se encontra a musculatura contraída, a primeira

Continuidade da parede abdominal: deve-se avaliar a continuidade da parede abdominal


deslocando-se a mão que palpa por toda a parede e, ao encontrar uma área de menor
resistência, tenta-se insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local. Desse modo, é possível
reconhecer diástases e hérnias.
DIÁSTASE → a diástase dos músculos retos consiste na separação desses músculos, quer
abaixo ou acima da cicatriz umbilical, sendo possível insinuar-se um ou mais dedos entre eles.
HÉRNIAS → alterações da parede abdominal caracterizadas basicamente por haver, em alguma
parte, uma solução de continuidade por onde penetram uma ou mais estruturas intra-abdominais.

PULSAÇÕES → podem ser visíveis e palpáveis, ou apenas palpáveis, e representam a


transmissão à parede de fenômenos vasculares intra-abdominais. Dados semióticos essenciais
são a localização e as características táteis das pulsações.

Palpação profunda → por meio da palpação profunda investigam-se os órgãos contidos na


cavidade abdominal e eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações”. → FÍGADO E BAÇO
PRINCIPALMENTE
Merece ser ressaltado, mais uma vez, que em condições normais não se consegue distinguir o
estômago, o duodeno, o intestino delgado, as vias biliares e os cólons ascendente e descendente,
ao passo que o ceco, o transverso e o sigmóide são facilmente palpáveis. Alterações estruturais
tornam aqueles órgãos reconhecíveis à palpação, seja por aumento de seu volume ou por
alteração de sua consistência.
O encontro de órgãos, massas palpáveis ou “tumorações” obriga o examinador a analisar as
seguintes características:
→ Localização
→ Forma
→ Volume
→ Sensibilidade
→ Consistência
→ Mobilidade
→ Pulsatilidade
● Órgãos não-palpáveis incluem corpo e antro gástrico, duodeno, vesícula biliar, baço, alças
jejunais, cólon ascendente, cólon descendente, bexiga, útero, trompa, ovários.
● Órgãos palpáveis incluem a borda inferior do fígado, piloro, ceco, cólon transverso, cólon
sigmóide, polo inferior Rim D (mulher), coluna vertebral.

TÉCNICAS DE PLAPAÇÃO DO FÍGADO → em estado normal o fígado não é palpável


1. TRADICIONAL: mão esquerda na região lombar e mão direita vai ser usada para palpar a
borda do fígado (PROCURAR NOME)
2. EM GARRA:

TÉCNICA DE PALPAÇÃO DO BAÇO: mão esquerda na lombar e mão direita abaixo da costela,
pedir pra respirar e tentar palpar.
Posição de Schuster: paciente em decúbito lateral com a perna esquerda sobre a direita

SINAL DE GIORDANO (posterior) → punho percussão lombar na região renal para estimular dor
→ se tiver inflamado o paciente sentirá muita dor (deve ser feito onde está a setinha na imagem a
baixo)

Palpação da aorta abdominal → um pouco acima e a esquerda do umbigo

PERCUSSÃO → na percussão do abdome, a posição fundamental do paciente é o decúbito


dorsal. Pode-se observar os seguintes tipos de sons no abdome: timpanismo,
hipertimpanismo, submacicez e macicez.
SOM TIMPÂNICO: indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é
percebido em quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do
estômago (espaço de Traube). Baço é timpânico → muito ar entre a parede e o baço (espaço de
Traube) → hipocôndrio esquerdo. Do estômago até o umbigo o som normalmente é timpânico.

SOM SUBMACIÇO: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma
alça intestinal origina o som submaciço.

SOM MACIÇO: a ausência de ar origina o som maciço, como se observa nas áreas de projeção
do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo líquido originam som maciço.

A percussão do abdome tem por objetivo a determinação do limite superior do fígado e da área de
macicez hepática, a pesquisa de ascite e a avaliação da sonoridade do abdome.

AUSCULTA → a ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da


movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na avaliação clínica
de um paciente com suspeita de íleo paralítico ou de oclusão intestinal.

Usa-se o estetoscópio clínico com o receptor de tambor ou de diafragma. Em condições normais,


ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 s ruídos de timbre agudo, de localização variável e de
aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação dos líquidos e gases contidos no trato
gastrointestinal. Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se
mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. O
contrário ocorre no íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo
intestinal.

Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome sopros sistólicos ou
sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria renal ou
aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa.
Lesões dermatológicas
(Aula 30/04, prof William)
Máculas: lesões planas, lisas (não elevadas) → causa vascular, hemorrágica ou pigmentar

Máculas vasculares → lúpus eritematoso sistêmico, beber muito, ficar envergonhado, dilatação
de micro vasos → teleangiectasias (exemplo: cirrose, pelo aumento do volume de sangue
na circulação colateral)
Telangiectasias → podem ser normais ou patológicas
Máculas hemorrágicas → comuns em dengue hemorrágica
Para diferenciar, apertar para ver se para a circulação → petéquia vai continuar vermelha

Máculas pigmentares
Hipocrômicas e acrômicas → mais claras → perda da melanina → comum no vitiligo
Hipercrômicas → a mancha é mais pigmentada do que a pele normal (comum em manchas de
sol, estéticas, melasma em mulheres grávidas etc)
Formações sólidas: lesão sólida, elevada e bem delimitada → pápula, nódulo, tumor,
verrucosidade e vegetação.
Descrever muito bem no prontuário: classificação, tamanho, cor, localização, etc.
Pápulas: alergias, doenças de infância, picadas de inseto
Nódulos e tumores: podem ser benignos ou malignos

Nódulos: ver se é bem circunscrito, fibroelástico, móvel → sinais de benignidade


Irregular, não fibroelástico e aderido → sinais de não benignidade

Vegetações → lesões nodulares de característica vegetativa, como várias lesões nodulares


juntas → inflamação no tecido conjuntivo

A vesícula em comparação com a pápula é mais brilhante → da pra notar que tem líquido
Vesícula → líquido dentro, mole
Bolha → igual a vesícula mas maior de 1 cm
Pústula → vesícula com pus (ex.: picada de inseto, aranha)
Abscesso → igual a pústula mas maior de 1 cm e mais subcutâneo, mais profundo (ex.:
furúnculo, pelo encravado)
Exantema pustuloso → várias pústulas com exantema associado (mancha associada com
pústulas)

Hematoma → mais elevado que uma equimose (não tem tanta diferença)
Lesão urticada → urticária → lembra um exantema (mácula, mancha), mas é elevado (pode
estar associado a um processo alérgico)
Edema → tecido muito brilhoso e edemaciado→ comum na elefantíase
Sinal do cacifo para edema: pressão digital sobre a pele, se a depressão se desfizer após a
descompressão, é edema
Infiltração → da um aspecto de pele enrugada → pode ser uma complicação de edema
Placa → lesões elevadas (ex.:psoríase)

Queratose → mais branca e espessa→ produção exacerbada do tecido conjuntivo


Esclerose → proliferação do tecido conjuntivo confere aspecto duro e brilhoso
Atrofia → comum em doenças neurológicas degenerativas e em pacientes imobilizados por
muito tempo.
Liquenificação → desidratação da pele que ocorre em regiões de dobra, aspecto sólido, grosso e
enrugado (comum no cotovelo) → não é muito comum→ pode ser causada por fungos

Exulceração → lesão ulcerada, mas rasa, sem borda elevada, normalmente retorna ao normal
Úlcera → processo necrótico com perda de tecido → borda elevada
Crostas → muito comum na psoríase, pode causar mal cheiro
Fístula → comunicação entre dois tecidos → exemplo: ligação entre reto e útero faz com que
saiam fezes pela vagina, ligação entre o esôfago e a pele, ligação da bexiga urinária com o
intestino, etc. O corpo pode fazer uma fístula entre rim e pele para drenar um abscesso, por
exemplo. Pode acontecer em queimaduras

Fissura → apenas rachadura, um arranhão.


Cicatriz → formação de tecido cicatricial → em excesso pode causar um queloide
Escama → lembra a liquefação e a infiltração, tem muita descamação da pele (como se fosse um
pó branco, pele morta sai) → pele enrugada

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