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PROCESSO CIVIL

4°BIMESTRE 2° BIMESTRE
DAS PROVAS: Exibição de
Documento ou Coisa
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA
• Tanto as partes quanto terceiros têm o dever de colaborar com o desenvolvimento da atividade jurisdicional - de que a instrução probatória é um
dos aspectos essenciais.
Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.
• Legitimidade ativa: é da parte que pretende produzir a prova documental, mas não está na posse do documento. Ex: parte, terceiro interveniente,
assistente litisconsorcial.
• Legitimidade passiva: recai sobre aquele que supostamente estiver na posse do documento cuja exibição se requer - seja ele parte do processo em
curso, seja terceiro. Ex: parte, litisconsorte, terceiro.
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. (de ofício ou à requerimento – intimação na
pessoa do advogado, salvo se réu revel)
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das
categorias de documentos ou de coisas buscados;
II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa, ou com suas categorias;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de
documentos ou de coisas, e se acha em poder da parte contrária.
Coisa. Mota Pinto define coisa “como bens e entes que não têm personalidade jurídica, não integram o conteúdo de personalidade, possuindo um
caráter estático e que são susceptíveis de constituírem objecto da relação jurídica”. Para Sílvio Rodrigues "coisa é tudo que existe objetivamente,
com exclusão do homem“.
Documento. Trata-se de coisa com características especialíssimas, mas com utilidade apenas como representativa de outra; é constituído de um
elemento material, corpóreo, e um incorpóreo, que é justamente essa capacidade de representar um fato que está fora do documento (Amaral
Santos. Prova, v. IV, pp. 418-419).
Ação Exibitória (art. 497). ação autônoma voltada exclusivamente à exibição documento ou da coisa, ajuizada por uma parte contra a outra, muitas
vezes antes de ação em que se discutirá o fato objeto de prova, mas, também, com o intuito de apenas ver a coisa ou o documento exibidos, com o
intuito de satisfazer direito material à exibição, constante de lei ou de contrato. (na recusa não haverá presunção de veracidade do fato)
Incidental (art. 396). quando tiver por fim propiciar a produção de provas em processo já em curso. No caso, a exibição pode ser pedida por uma
das partes do processo contra a outra, bem como contra terceiros. Poderá, também, ser determinada ex officio.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a
declaração não corresponde à verdade. (ônus da prova compete ao solicitante)
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
(extrato-telefonia)
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. (contrato assinado por ambas as partes)
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398;
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja
exibido.
Medidas indutivas: tais medidas não devem ser confundidas com as coercitivas, já que ambas visam a pressionar o devedor ao cumprimento de sua
obrigação, mas se diferenciam na natureza da sanção estabelecida. A diferença está que, nas medidas coercitivas, busca-se impor ao obrigado uma
sanção enquanto castigo, ou seja, uma sanção negativa, que pode ser um mal econômico (v.g., multa), social (v.g., banimento), moral (v.g.,
advertência), jurídico (v.g., perda da capacidade) ou até mesmo físico (v.g., açoites). Nas medidas indutivas se busca oferecer ao obrigado uma
vantagem, um “prêmio”, como incentivo (coação premial) ao cumprimento da decisão judicial. Daí porque a doutrina denomina essa sanção como
premial. Busca-se, com essas medidas, provocar, incentivar, a prática do ato de forma mais atraente. Ex: redução dos honorários advocatícios
devidos pelo devedor caso o executado por título extrajudicial efetue o pagamento da dívida no prazo de três dias, dispensa o pagamento das custas
processuais remanescentes se as partes transacionarem antes da sentença, isenção das custas se o devedor cumprir o mandado monitório no prazo
de 15 dias após sua citação,

Medidas mandamentais: consiste em ordem judicial cujo descumprimento pelo obrigado se constitui em crime de desobediência. Tais medidas, por
certo, são mais úteis nas obrigações de fazer ou não fazer de natureza infungível. Elas, por sua vez, preferencialmente somente devem ser adotadas
em casos extremos. Ex: inclusão em folha de pagamento das prestações de trato sucessivo, ordem para que o devedor indique onde estão seus bens
penhoráveis, para exibição de coisa ou documentos.
Medidas coercitivas: o ideal é que o próprio obrigado satisfaça sua obrigação, cumprindo fielmente o que se comprometeu a realizar, seja por ato
negocial, seja em decorrência de obrigação assumida por ato ilícito ou obrigação. Há, todavia, situações nas quais o juiz não tem como alcançar o
resultado idêntico ou equivalente àquele que deveria ter sido concretizado pelo sujeito obrigado sem a colaboração do devedor. Aqui estamos
diante das obrigações de fazer ou não fazer infungíveis, quais sejam, aquelas nas quais somente o próprio executado pode satisfazer a obrigação
(cantor). Ex: imposição de multas cominatórias ou astreintes, prisão do devedor de prestação alimentar, imposição de juros progressivos
(superiores ao limite legal), proibição de efetuar compras com uso de cartão de crédito, suspensão dos contratos, ainda que privados, de acesso aos
serviços de telefonia, Internet, televisão a cabo etc., suspensão da habilitação para dirigir veículos; bloqueio da conta-corrente bancária, com
proibição de sua movimentação.
Medidas sub-rogatórias: Medidas sub-rogatórias, assim, são as atividades desenvolvidas pelo juiz ou, à sua ordem, efetivadas por seus auxiliares ou
por terceiros, com o intuito de obter o resultado idêntico àquele que deveria ter sido concretizado pelo sujeito obrigado ou o resultado prático
equivalente. Neste caso, dispensa-se a colaboração comissiva do obrigado, que, por lógica, apenas deve se abster de criar embaraços para
efetivação da decisão judicial, sob pena de cometer ato atentatório à dignidade da justiça. Ex: expedição do mandado de busca e apreensão dos
autos, imissão de posse, fazimento ou desfazimento de obra, emissão de declaração de vontade.
Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.
(natureza jurídica de ação)
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o
depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão. (ônus da prova compete ao terceiro)
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em
outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo
da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar a efetivação da decisão.

Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: (não basta o simples risco de produzir prova contra si
mesmo)
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes
representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.(sigilo fiscal)
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte ou o terceiro
exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.
Dever das partes terceiros de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade, portanto, pode o juiz determinar a exibição de
documento ou coisa que se ache na posse das referidas pessoas, sempre que o exame desses bens for útil ou necessário para a instrução do processo.
A exibição pode ser feita como prova direta do fato litigioso ou instrumento de prova indireta ou circunstancial. O documento ou coisa a ser
exibida terá que manter algum nexo com a causa, para justificar o ônus imposto à parte ou ao terceiro possuidor. Se promovida entre partes do
processo, estando em situação em que a lei a considera obrigatória, o litigante não tem a liberdade de se recusar ao fornecimento do meio de prova,
caso resista, suportará a sanção legal de ter presumido como verdadeiro o fato que o adversário pretendia comprovar por meio da exibição. Com
isto, aquele que tinha normalmente o ônus da prova ficará dele desonerado, graças a uma presunção legal.
exibição de documento ou coisa pode ser formulada por uma das partes contra a outra, bem como determinada de ofício pelo juiz, caso este
entenda necessário.
Qualquer que seja a forma, a finalidade da exibição é constituir prova a favor de uma das partes. Pode ser prova direta, quando se trata, por
exemplo, da exibição de um contrato; ou prova indireta, quando, por exemplo, se requer a exibição de um veículo acidentado para submetê-lo à
perícia.
Tratando-se de pedido de exibição formulado por uma das partes, este é feito por petição (pode ser na inicial, na contestação ou mesmo em caráter
incidental na fase probatória), com os requisitos do art. 397, CPC/2015. Deferida a exibição, procede-se à intimação da parte contrária, que pode
adotar três atitudes distintas: fazer a exibição, permanecer inerte ou responder negando a existência do documento ou da coisa ou o dever de fazer a
exibição. Feita a exibição, o procedimento encerra-se. Permanecendo inerte ou negando a existência do documento ou da coisa ou negando o dever
de apresentá-lo, o juiz decidirá o pedido, depois de permitir ao requerente provar que as alegações do requerido não correspondem à verdade (art.
398, CPC/2015).
Julgando procedente o pedido de exibição, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia
provar (art. 400, CPC/2015). Trata-se de decisão interlocutória, que desafia agravo de instrumento (art. 1.015, VI, CPC/2015).
A novidade trazida pelo CPC/2015 fica por conta das medidas que podem ser adotadas pelo juiz para “forçar” a exibição. Nos termos do art. 400,
parágrafo único, “sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja
exibido”.

O parágrafo único do art. 400 supera, portanto, o entendimento constante na Súmula 372 do STJ, segundo o qual, “na ação de exibição de
documentos, não cabe aplicação de multa cominatória”. Em verdade, essa súmula já vinha sendo relativizada pelo próprio STJ que, na vigência do
CPC/1973, admitiu a fixação de astreintes na hipótese de direitos indisponíveis. Nesse sentido:
“[...] Tratando-se de pedido deduzido contra a parte adversa – não contra terceiro –, descabe multa cominatória na exibição, incidental ou
autônoma, de documento relativo a direito disponível. No curso de uma ação que tenha objeto próprio, distinto da exibição de documentos, a
consequência da recusa em exibi-los é a presunção de veracidade, por disposição expressa do art. 359 do CPC. Sendo assim, a orientação da
jurisprudência do STJ é no sentido do descabimento de astreintes na exibição incidental de documentos. No entanto, a presunção é relativa,
podendo o juiz decidir de forma diversa da pretendida pelo interessado na exibição com base em outros elementos de prova constantes dos autos.
Nesse caso, no exercício dos seus poderes instrutórios, pode o juiz até mesmo determinar a busca e apreensão do documento, se entender
necessário para a formação do seu convencimento. Já na hipótese de direitos indisponíveis, a presunção de veracidade é incabível, conforme os
arts. 319 e 320 do CPC, restando ao juiz somente a busca e apreensão. Cumpre ressalvar que, nos casos que envolvem direitos indisponíveis, por
revelar-se, na prática, ser a busca e apreensão uma medida de diminuta eficácia, tem-se admitido a cominação de astreintes para evitar o sacrifício
do direito da parte interessada. [...]” (STJ, REsp 1.333.988-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 09.04.2014).
No que diz respeito ao pedido de exibição, a primeira providência é de natureza pura e simplesmente mandamental, consistente na determinação do
juiz para que a parte exiba o documento ou coisa. Descumprido o mandamento (ordem), podem-se reputar verdadeiros os fatos que, por meio do
documento ou da coisa, a parte pretendia provar. Como nem sempre a aplicação da presunção de veracidade dos fatos é viável, o CPC/2015
confere ao juiz poder para agregar um plus à tutela mandamental. Aí é que entram as medidas a que se refere o parágrafo único.
Se a exibição é requerida contra quem não é parte no processo, o procedimento e as consequências são totalmente distintas. Nesse caso, deferida a
exibição, o terceiro é citado para responder no prazo de quinze dias (art. 401, CPC/2015).
Com a citação, a par da relação processual entre autor e réu, estabelece-se “uma relação processual paralela, com partes diferentes, tendo também
por objeto uma lide diferente, girando em torno da existência do documento ou coisa procurada e do dever de exibir”[1].
Se o terceiro faz a exibição, encerra-se o procedimento. Se o terceiro silencia, o juiz profere sentença, na qual, se julgar procedente o pedido,
ordena o depósito do documento ou coisa em cinco dias (art. 403, CPC/2015). Se o terceiro contesta, negando a obrigação de exibir ou a posse
do documento ou da coisa, procede-se à instrução do incidente (art. 402, CPC/2015) e, em seguida, profere-se a decisão.
Se o terceiro descumpre a ordem para depositar, o juiz determina a busca e apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da
remessa de peças dos autos ao Ministério Público, para promover ação penal por crime de desobediência (art. 330 do CP), se for o caso (art. 403,
parágrafo único). Frise-se que o CPC/2015 ainda permite que contra o terceiro sejam fixadas multa ou outras medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.

O art. 404, CPC/2015, elenca, de forma exemplificativa, as hipóteses em que o terceiro pode se escusar de exibir o documento ou a coisa. Será
legítima a recusa ou a defesa fundada na alegação de que o documento ou coisa são concernentes a negócios da própria vida da família; se a sua
apresentação ou publicidade puder violar dever de honra ou desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o
terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão,
devam guardar segredo; se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; ou, por
fim, se houver disposição legal que justifique a recusa da exibição (exemplo: art. 206 da Lei nº 9.279/1996[2]). Ressalve-se que as escusas não são
absolutas. Assim, deve o juiz levar em conta “os motivos apresentados pelo requerido em confronto com a importância da prova no contexto do
litígio e com a própria natureza e objeto da discussão travada nesse processo; em alguns casos, assim, ainda se reconhecida a relevância da
justificativa, poderá ser o alcance da escusa relativizado”.
DAS PROVAS: Da Arguição de
INTRODUÇÃO: Falsidade
• Falsa é toda prova que não retrata a realidade. Assim, o documento é falso quando o fato nele representado não corresponde à realidade.
• Falsidade ideológica: a não correspondência à realidade pode derivar de um defeito na própria representação do fato. O documento traz uma
representação que não é verdadeira.
• Falsidade material: o defeito está no próprio fato representativo, no próprio documento, que foi adulterado. Ex: rasurou-se e modificou-se a data
em que se certificava a presença de uma pessoa em dado lugar.
INTRODUÇÃO:
• A arguição de falsidade está ligada à falsidade material. O incidente de arguição de falsidade documental presta-se a averiguar a existência de
deturpações, rasuras, adulterações, deteriorações materiais no documento.
• Resultado: apenas a declaração de que o documento é falso ou não. Não se presta para a desconstituição consequências jurídico-materiais de
manifestações de vontade que tenham veiculado ou se amparado em falsidade ideológica. Para tanto há necessidade de ação anulatória autônoma.
A decisão quanto a falsidade ou não é interna ao processo. É resolvida como simples questão interna ao processo, meramente instrumental à
decisão final.
• É admissível em qualquer fase processual, inclusive em grau de recurso. É cabível assim também no processo de execução e no de embargos de
executado, nas fases de liquidação, de cumprimento de sentença e de impugnação ao cumprimento, bem como no processo instaurado apenas com
pedido de tutela provisória antecedente.

Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do
documento aos autos.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão
principal, nos termos do inciso II do art. 19.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial.
Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e
sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.
De acordo com a opinião da doutrina, apenas a falsidade material pode ser objeto da arguição de falsidade. Aliás, para obter a declaração da
falsidade material, pode a parte se valer da ação declaratória autônoma (art. 19, II, CPC/2015) ou do procedimento previsto nos arts.
DAS PROVAS: Da Inspeção
INSPEÇÃO JUDICIAL
Judicial
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer
sobre fato que interesse à decisão da causa.
Conceito. Inspeção judicial é o meio de prova pelo qual o juiz se desloca da sede do juízo para examinar pessoas ou coisas, para recolher dados
probatórios circunstanciais que possam interessar ao deslinde da ação. É a “inspeção occular do juiz sobre o objecto da contenda (logar ou coisa
sobre que versa a demanda) com o auxílio somente do pessoal do foro, escrivão, official de justiça, partes ou seus procuradores” (Fraga.
Instituições, t. II, § 103, CDLV, p. 568).
Conceito: Somente se faz a inspeção nos casos expressos no CPC 483, valendo ressaltar que a inspeção terá lugar quando não se puder trazer a
prova para o processo pelas vias probatórias ordinárias, quer dizer, a inspeção deve ser a extrema ratio da prova.
Exemplos: a) tomar depoimento do interditando que se encontra impossibilitado de comparecer a juízo; b) verificar o lugar exato da divisa do
imóvel e suas peculiaridades, para decidir-se a respeito de frutos pendentes. Se a prova puder ser trazida para os autos por qualquer outro meio
não se fará, em princípio, a inspeção judicial (Comoglio. Prove 2, pp. 624/626).

Resumo: A inspeção judicial é meio de prova que permite ao juiz obter, diretamente, suas impressões sobre coisas ou pessoas, ou mesmo sobre o
local onde os fatos aconteceram. De acordo com orientação preponderante na jurisprudência, a realização de inspeção judicial é medida a ser
tomada excepcionalmente, somente quando os demais meios de prova não puderem propiciar o mesmo resultado.(Medina)
Natureza jurídica. É prova direta destinada a fazer com que o juiz tome imediato conhecimento sobre características de uma coisa, lugar ou pessoa,
que sejam relevantes para a decisão da causa. É também prova constituenda, da mesma natureza das provas orais (confissão, depoimento pessoal,
testemunho etc.), diferentemente das provas pré-constituídas, que se formam fora e antes do processo e que neles ingressam por um ato de exibição
ou de produção.

Inspeção judicial e exibição de documento ou coisa (CPC 396). Os dois institutos são diferentes porque existe diversidade de pressupostos para sua
realização e de sanções pelo desatendimento da medida pela parte. A inspeção judicial é espécie de prova constituenda (forma-se dentro e no curso
do processo), ao passo que a exibição é espécie de prova pré-constituída (formada antes e fora do processo). A inspeção pode dar lugar a eventual e
possível medida de exibição.
Objeto da inspeção judicial. Podem ser objeto da inspeção judicial coisas (móveis ou imóveis), lugares ou pessoas. A inspeção judicial realiza-se de
modo a que o juiz possa, com sua impressão visual (ictu oculi) e sensorial lato sensu, transportar para os autos o que constatar na pessoa, lugar ou
coisa inspecionados que seja importante para a decisão da causa.
Predefinição do thema probandum . Como o juiz tem que definir os fatos sobre os quais recairá a prova (CPC 357), a inspeção há de ser feita,
necessariamente, sobre coisa, pessoa ou lugar que sejam pertinentes a esses fatos probandos. Ao juiz cumpre definir, previamente, qual será o
objeto da inspeção judicial. Não se admite inspeção judicial genérica, isto é, sem que se defina, previamente, qual o limite e o alcance da inspeção.
A inspeção judicial genérica ofende diretamente a garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa (CF 5.o LV), bem como configura
abuso de poder.
Inspeção judicial e prova pericial. A prova de que estamos tratando é a inspeção judicial, verificação que o juiz faz pessoalmente sobre pessoa,
lugar ou coisa para decidir a causa. Não se confunde com a prova pericial stricto sensu, cuja finalidade é obter a opinião de especialista sobre fato
relevante da causa, com o fim de auxiliar o juiz na solução do litígio.

Perito já nomeado. A norma possibilita ao juiz que, na prova de inspeção judicial, possa ser auxiliado por perito. Havendo perito já nomeado e
responsável por outro meio de prova, que é a prova pericial, é ele quem deverá auxiliar o juiz na inspeção judicial. Da mesma forma, os eventuais
assistentes técnicos indicados pelas partes poderão também acompanhar a inspeção judicial.
Perito ainda não nomeado. Assistente técnico. Mesmo que se possa entender ser o juiz o protagonista dessa prova de inspeção judicial, sendo o
perito mero auxiliar, como o experto pode influir no espírito do juiz para a realização da inspeção judicial, esse trabalho pode e deve ser
acompanhado pela atividade dos auxiliares das partes (assistentes técnicos), em virtude do contraditório. Assim, quando ainda não houver perito
nomeado e o juiz tiver necessidade de ser auxiliado por experto na inspeção judicial, deve nomear perito e, em atendimento à garantia
constitucional do contraditório e da ampla defesa, as partes devem ser intimadas para que, querendo, possam indicar assistente técnico que as
auxilie nessa prova. Caso não se dê essa oportunidade às partes terá havido cerceamento de defesa.

Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que
deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse
para a causa.

Rol taxativo. As situações que ensejam o deslocamento do juiz, constantes deste artigo, são as únicas nas quais é admitida a inspeção.
Direito de assistir à inspeção. As partes têm o direito de acompanhar a inspeção, em função do princípio do contraditório e da ampla defesa.
Desta forma, não ficam adstritas ao que o juiz e os peritos afirmarão a respeito e poderão fundamentar suas alegações, caso discordem do que
constar do auto circunstanciado.
HIPÓTESES:
INSPEÇÃO JUDICIAL
A) Melhor observação dos fatos. Fica a critério do juiz a consideração sobre realizar a inspeção ou utilizar um outro meio de prova. O juiz deve
estar consciente de que os outros meios de prova não irão suprir a sua verificação pessoal, a sua experiência dos fatos da vida, a fim de decidir pela
inspeção.
B) Impossibilidade de apresentação da coisa em juízo. Este critério é de ordem lógica: se houver dificuldade de apresentação da coisa em juízo,
será melhor que o juiz se desloque até ela.
C) Reconstituição dos fatos. É útil para que o juiz possa visualizar a sequência lógica dos fatos analisados e extrair conclusões que a mera descrição
dos fatos não permitiria tão facilmente.
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
Formalidade do auto de inspeção judicial. O auto será circunstanciado, com anotação de tudo o que de relevante ocorreu na inspeção judicial.
Deverá ser assinado por todos os que participaram do ato: juiz, escrivão, perito, assistentes técnicos, advogados, pessoa inspecionada etc.
Ocorrendo algum incidente durante a inspeção, isso deverá constar do auto e, se for o caso, o juiz poderá decidir as questões suscitadas na própria
inspeção judicial, fazendo constar do auto a impugnação e sua decisão

Com previsão legal no Código de Processo Civil (CPC), a inspeção judicial pode ser realizada em qualquer fase do processo, de ofício ou a pedido
de uma das partes. O intuito é inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão processual.
Dessa forma, o juiz ou a juíza da causa pode se aproximar da realidade dos fatos e obter esclarecimentos das partes ou de seus representantes
legais, além de fazer observações que considere relevantes. A inspeção serve como meio de prova e, a depender do caso, pode dispensar a
necessidade de perícias.

A questão está sendo trabalhada no âmbito do Projeto Demandas Complexas, como forma de viabilizar e de promover segurança a magistrados e
magistradas no julgamento e na execução de processos complexos. Durante o webinário, o CNJ deve apresentar casos reais, a partir dos quais
serão debatidos os desafios e os benefícios da utilização das inspeções judiciais. Não é preciso fazer inscrição para participar.
É meio de prova que se concretiza com o ato de percepção pessoal do juiz, com um ou alguns dos seus sentidos, das propriedades e circunstâncias
relativas a pessoa ou coisa (móveis, imóveis e semoventes). O objetivo da inspeção é esclarecer o magistrado sobre fato que interesse à decisão da
causa. A inspeção deve ter por objeto necessário e exclusivo a elucidação de ponto de fato controvertido. O seu objeto deve ser precisamente
definido, não podendo ser genérico e indeterminado, sob pena de ofensa ao contraditório, além de configurar-se abuso de poder. A inspeção
judicial pode ser determinada de ofício ou a requerimento da parte

A princípio, o conceito de inspeção judicial é:


“Inspeção judicial é a verificação pessoal de pessoas ou coisas, feitas pelo próprio juiz. É uma prova real, tendo em comum com a perícia a
circunstância de ser um exame a incidir sobre essas fontes passivas de prova; mas esse exame não passa de mera observação para melhor
esclarecer-se, sem os conhecimentos técnicos do perito. Se o juiz exigir sentir que o caso pode exigir tais conhecimentos técnicos, ser-lhe-á lícito
levar consigo um perito que o auxilie a captar e melhor entender os sinais que as fontes de prova venham fornecer.”

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