TCC Pronto-Curso Farmacia

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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE TERESINA - CET

FRANCISCO ALVES DE ARAÚJO LTDA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA – CET

CURSO DE FARMÁCIA

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A INFLUÊNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA


SAÚDE DO IDOSO NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA.

Teresina/PI

2022
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A INFLUÊNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA


SAÚDE DO IDOSO NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Tecnológica de Teresina - CET, como
requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em
Farmácia.

Orientador (a): XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

TERESINA-PI
2022
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A INFLUÊNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA


SAÚDE DO IDOSO NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Tecnológica de Teresina - CET, como
requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em
Farmácia.

Orientador (a): Prof.ª.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Aprovada em: __/___/_____

Banca Examinadora:

Orientadora
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

1º Examinador: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

2º Examinador: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Dedicamos esse trabalho acadêmico ao
nosso Deus, por nos darmos forças em
momentos em que pensamos em desistir,
dedicamos também aos nossos filhos(as)
e pais pelo exemplo de coragem e
simplicidade, que nos ensinou com muito
carinho da justiça. Não deixaria de faltar a
nossa querida orientadora, pelo os
esforços e principalmente pela paciência
que teve conosco.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas nossas vidas, e por nos permitir ultrapassar todos os


obstáculos encontrados ao longo da realização deste projeto. Aos professores, pelas
correções e ensinamentos que nos permitiram apresentarmos um melhor
desempenho no nosso processo de formação profissional ao longo do curso.
Finalmente, à minha esposa e amigos, pelo incentivo e companheirismo
imprescindíveis ao longo deste trabalho.
No Egito, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De fato é
nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de
todas as outras.

Jacques Bossuet
RESUMO
A farmácia é classificada como um estabelecimento de saúde de interesse público e
tem com dever assegurar a continuidade dos cuidados prestados ao paciente.
Sendo um estabelecimento de fácil acesso à população, é um espaço que se
caracteriza pela prestação de cuidados de saúde levando em consideração os
princípios éticos e o conhecimento técnico e científico. Este trabalho tem como
objetivo demonstrar a contribuição do farmacêutico na farmácia comunitária, voltada
mais especificamente a população idosa que tanto necessita de uma atenção
especializada devido ao uso de polifarmácia e com isso procuram promover a saúde
e boa qualidade. Tendo em vista a importância do profissional farmacêutico para a
dispensação de medicamentos e orientação aos pacientes. O presente trabalho
consiste em uma revisão de literatura para a pesquisa foram utilizados os seguintes
bancos de dados Scientific Electronic Library Online – SciELO, Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS) e sites especializados, como: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), Conselho Regional de Farmácia (CRF), Conselho Federal de Farmácia
(CFF), Ministério da Saúde (MS) Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).
Para as buscas foram realizadas utilizando as palavras-chaves: Farmácia
Comunitária. Saúde. Dispensação. Promoção. Idosa. A delimitação temporal dos
artigos der sidos publicados entre 2017-2023. O principal foco é a dispensação de
forma humanizada de medicamentos em condições que possam minimizar os riscos
do uso dos medicamentos e que permitam a avaliação dos resultados clínicos,
podendo assim, reduzir os riscos associados aos mesmos e principalmente as
pessoas idosas. Assim, a importância do farmacêutico na promoção de saúde do
idoso se dá de forma que cabe aos farmacêuticos à responsabilidade de dispensar
medicamentos com prescrição médica ou de um dentista ou veterinários, além de
poderem recomendar medicamentos de prescrição isenta, estabelecer o perfil
farmacoterapêutico do paciente, prestando orientação farmacêutica e sanando as
dúvidas quanto a relação benefício e risco, conservação e utilização destes
medicamentos, assim como as prováveis interações medicamentosas dos mesmos.
A dispensação, por sua vez, consiste no ato farmacêutico de orientar e fornecer ao
usuário de medicamentos, correlatos ou insumos farmacêuticos, podendo ser esta
remunerada ou não. As classes de medicamentos mais utilizados aos pacientes
idosos são: Os cinco medicamentos mais utilizados pelos os idosos são os Anti-
hipertensivos (54,7%), Diuréticos (33,3%), Analgésico (13,3%), Antidiabético (10,7%)
e o Anticolesterol (9,3%).

Palavras-chave: Farmácia Comunitária. Saúde. Dispensação. Promoção. Idosa.


ABSTRACT
The pharmacy is a health and public interest establishment with the duty to ensure
the continuity of care provided to the patient. Easily accessible to the population, it is
a space that is characterized by the provision of health care of high technical-
scientific differentiation. Easily accessible to the population, it is a space that is
characterized by the provision of health care of high technical-scientific
differentiation. This academic work aims to analyze the contribution of the pharmacist
in community pharmacy, directly benefiting the elderly population that so much needs
an excellent community adherence to help those who seek a good quality health
promotion. In view of the obligation of the pharmaceutical professional for the
dispensing of medicines, guidance of patients and non-pharmacological treatment.
This work consists of a literature review, for this we used articles from books, Internet
sites and bibliographic magazines, looking for reliable sources and using key
descriptors. The main focus is the humanized dispensing of products (medicines,
cosmetics, related) in conditions that can minimize the risks of the use of medicines
and that allow the evaluation of clinical results, thus being able to reduce the risks
associated with them and especially the elderly. Thus, the role of the pharmacist in
the community pharmacy is: the patient and all actions and responsibilities when
centered on this drug user bring direct benefits to him and to the health system.
Assim, a importância do farmacêutico na promoção de saúde do idoso se dá dessa
forma: cabe aos farmacêuticos à responsabilidade de dispensar medicamentos com
prescrição médica ou de um dentista ou veterinários, além de poderem recomendar
medicamentos de prescrição isenta, establish the pharmacotherapeutic profile of the
patient, providing pharmaceutical guidance and resolving doubts about the
relationship between benefit and risk, conservation and use of these drugs, as well
as the probable drug interactions of the same. Dispensing, in turn, consists of the
pharmaceutical act of guiding and providing the user with medicines, correlates or
pharmaceutical supplies, which may be remunerated or not. The classes of drugs
most used by elderly patients are: The five drugs most used by the elderly are
Antihypertensive (54.7%), Diuretics (33.3%), Analgesic (13.3%), Antidiabetic (10.7%)
and Anticholesterol (9.3%).
Keywords: Community Pharmacy. Health. Dispensation. Promotion. Elderly person.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09
2 OBJETIVOS............................................................................................................10
2.1 Geral................................................................................................................10
2.2 Específicos.....................................................................................................10
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO......................................................................................11
3.1 A atuação do farmacêutico na farmácia comunitária.................................11
3.2 A importância do profissional farmacêutico...............................................13
3.3 Os cuidados na promoção da saúde da pessoa idosa..............................15
3.4 As doenças mais presentes na vida dos idosos........................................17
3.5 Os medicamentos mais utilizados pelos pacientes idosos.......................18
4 METODOLOGIA.....................................................................................................18

4.1 Tipo de estudo................................................................................................18


4.2 Local de Realização da Pesquisa.................................................................19
4.3 Sujeitos da Pesquisa.....................................................................................19
4.4 Instrumentos e Procedimentos para Coleta de Dados...............................19
4.5 Organização e Análise dos Dados...............................................................20
5 DISCUSSÃO DOS DADOS E RESULTADOS.......................................................20
6 CONCLUSSÃO......................................................................................................23

REFERÊNCIAS..........................................................................................................24
9

1 INTRODUÇÃO

O papel do farmacêutico no mundo é tão nobre quanto vital (Lobato, M.,


2010). O farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a
humanidade sofredora. A história da farmácia e da profissão farmacêutica é muito
antiga e ao longo do tempo passou por inúmeras transformações, crises, mudanças
e evoluções, atravessando momentos políticos, econômicos e sociais importantes
(SERAFIN; CORREIA JÚNIOR; VARGAS, 2015).

No passado as antigas “boticas” coloniais, em maior parte pequenos


estabelecimentos de propriedade familiar, o profissional farmacêutico investigava,
manipulava e avaliava novos produtos, a grande maioria de origem animal ou
vegetal. Uma das várias funções era a de confirmar que os medicamentos fossem
sem modificação, sem alterações e preparados de acordo com os métodos
adequados à sua época. Além disso, era consequente pelo aconselhamento sobre a
utilização correto dos medicamentos magistrais e pela nomeação daqueles de venda
disponível (HEPLER, 1990).

Por meio da lei 13.021/14 do Conselho Federal de Farmácia, a farmácia


passou a ser considerada um estabelecimento de saúde, que presta assistência
farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. As
farmácias têm ampla capilaridade e fácil acesso a população e por isso se tornou
uma ferramenta imprescindível no combate à pandemia.

O Código de Ética Farmacêutica Brasileiro (Conselho Federal de Farmácia,


2001) rege que o profissional deve atuar buscando a saúde do paciente, orientando-
o em todos os sentidos. A Atenção Farmacêutica consiste no mais recente caminho
a ser tomado para tal finalidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde,
conceitua-se como a prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário
das ações do farmacêutico (OMS, 1993). Sua atuação profissional inclui uma
somatória de atitudes, comportamentos, corresponsabilidades e habilidades na
prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos
eficientes e seguros, privilegiando a saúde e a qualidade de vida do paciente
(MARTINEZ, 1996).

Segundo a RDC 44/2009, a legislação atual sobre boas práticas de


dispensação de medicamentos garante ao usuário o direito de receber orientação
10

sobre a utilização do medicamento adquirido na farmácia. Quanto ao profissional


farmacêutico, é seu dever avaliar a prescrição quanto a identificação do prescritor:
nome, assinatura e registro do conselho, a ausência de rasuras, legibilidade para
identificar o paciente, o medicamento, a dose, posologia e duração do tratamento.

O conceito de idoso abrange todas as pessoas com mais de 65 anos de


idade (WHO, 2012), independentemente do sexo ou da sua condição física (INE,
2002). Pessoas idosas procuram de uma atenção mais exclusivo, uma vez que
carecem de um auxílio contínuo das doenças crônicas e, casualmente precisam ser
orientados para problemas de saúde que apareçam. Necessitam ser bem
esclarecidos em relação ao uso corretos dos medicamentos e de suas eventuais
doenças que podem surgir. A Atenção Farmacêutica na farmácia comunitária, ajuda
de maneira importante em uma manutenção ou contribuir na qualidade de vida
dessas pessoas. (BORTOLON et al., 2017).

A Atenção Farmacêutica ao paciente idosos é fundamental e importante,


essa ação, tem como prioridade, diminuir a quantidade de hospitalizações e óbitos
relacionados aos danos das enfermidades crônicas, relacionadas a automedicações,
nos riscos da polifarmácia e assessorar o prescritor na escolha de medicamento
adequado, isto é, contribuir de modo direto reduzindo as adversidades para
continuidade da terapia garantindo uma melhora de vida. (CARVALHO; SENA,
2017).

Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo estudar a influência do


farmacêutico dentro da atenção farmacêutica, e como este método pode melhorar a
qualidade de vida do paciente idoso.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

 Compreender a contribuição do farmacêutico na farmácia comunitária


no atendimento ao paciente idosa.

2.2 Objetivos Específicos

 Analisar o papel do farmacêutico na farmácia comunitária.


11

 Compreender a importância do farmacêutico para a promoção da


saúde do idoso.
 Avaliar as classes de medicamentos que são mais utilizadas nos
pacientes idosos.

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 A atuação do farmacêutico na farmácia comunitária

Conforme a norma nº 13.021 de 2014, declara que a farmácia é um setor de


contribuição de serviços direcionada a praticar assistência farmacêutica, assistência
à saúde e orientação particular e público, sendo classificada em farmácias sem
manipulação ou drogarias e farmácias com manipulação (BRASIL, 2014). Neste
pensamento, o termo farmácia comunitária relaciona-se aos estabelecimentos
farmacêuticos não hospitalares e não ambulatoriais que auxiliam a comunidade,
sendo, no Brasil, em sua maioria privadas (BARETA, 2003; CORRER;
PONTAROLO; RIBEIRO, 2013). Como resultado, o centro do farmacêutico
comunitário é o paciente e todas as atuações e responsabilidades quando centradas
nestes pacientes de medicamentos buscam vantagens continuas para ele e para o
sistema de saúde (ANGONESI; RENNÓ, 2011).

Farmácias comunitárias também referem-se aos estabelecimentos do


comércio varejista privado tendo o farmacêutico como responsável técnico,
atendendo às exigências da Lei nº 5.991/73 do Ministério da Saúde. É necessário
destacar que, neste trabalho, o termo, farmácia comunitária exclui as farmácias de
manipulação e as farmácias públicas, referindo-se tão somente às farmácias ditas
comerciais e drogarias. Nestas, o atendimento ao paciente acontece no nível de
atenção primária à saúde, com a responsabilidade técnica, legal e privativa de
farmacêutico.

De acordo com a Resolução 357 (CFF, 2001) do Conselho Federal de


Farmácia que aprova o regulamento técnico das boas práticas de farmácia, a
dispensação é ato do farmacêutico o qual fornece ao usuário o medicamento,
insumos farmacêuticos e correlatos e promove orientações sobre o seu uso. Além
disso, a Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 2001), define a dispensação
12

como sendo o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais


medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma
receita elaborada por um profissional autorizado.

Da mesma forma, o profissional farmacêutico comunitário tem um


desempenho bastante expressivo diante de sintomas autolimitados, para os quais é
requerido a selecionar e recomendar o medicamento isento de prescrição (MIP)
mais apropriado. Nesta orientação, o CFF regulamentou, em 2013, a prescrição
farmacêutica, como a atuação de orientar algo ao paciente, podendo inserir a
seleção de opção terapêutica, a proposta de serviços farmacêuticos, ou com o
acompanhamento a outros profissionais de saúde. É uma atribuição clínica do
farmacêutico, a prescrição deve ser executada com base nas necessidades do
paciente e nas melhores evidências científicas (CFF, 2013).

De acordo com o relatório do grupo consultivo da OMS (WHO, 1997) o novo


profissional farmacêutico ou o “farmacêutico sete estrelas” deve ter como papéis ser
um provedor de cuidados, ter a capacidade de tomar decisões, ser comunicador,
educador e aprendiz permanente e ter perfil de liderança e gerência. Esse
profissional deve ter consciência de sua importância na equipe de saúde, ter
responsabilidade do papel proativo e procurar o contato com os demais profissionais
envolvidos na cautela do cliente a fim de chegar o desempenho efetivo destes
papéis (WHO, 1997).

O atual modelo brasileiro de prática farmacêutica tem cerca de 70 anos e é


centrado apenas na dispensação de medicamentos. Em um estudo conduzido por
Schommer et al. (2002) nos Estados Unidos foi observado que nesse modelo cerca
de 56% do tempo do farmacêutico é destinado à dispensação de medicamentos
(CORRER E OTUKI, 2013; SCHOMMER, 2002). Em pronunciamento da Federação
Nacional dos Farmacêuticos na Câmara Federal, Rech (1996) afirmou que:

Para RECH (1996), o medicamento não pode ser tido como uma mercadoria
qualquer, à disposição dos consumidores e sujeito às leis do mercado. Ele
é, antes de tudo, um instrumento do conjunto de ações e medidas utilizadas
para a promoção e recuperação da saúde.

No estudo conduzido por Naves e Silver (2005) foi constatado que o tempo
normal empregado na dispensação de medicamentos é por volta de 54 segundos
por cliente e que apenas 18,7% deles tinham conhecimento apropriado sobre como
deveriam usar o medicamento que estava sendo dispensado.
13

A omissão de orientação faz com que se cria obstáculo à prevenção de


enfermidades e de suas complicações, como também ao uso racional de
medicamentos, chegar em um aumento de custo a saúde pública e em possíveis
agravos desnecessários (CORRER E OTUKI, 2013; VINHOLES, 2009; NAVES e
SILVER, 2005).

Portanto, o objetivo da assistência farmacêutica é oferecer aos pacientes


informações necessárias sobre a doença, uso correto, seguro e racional dos
medicamentos e propostas terapêuticas que integradas com outras práticas de
atenção à saúde contribuem decisivamente para melhoria da qualidade desta
atenção (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO,
2010).

3.2 A importância do profissional farmacêutico

Até o século XIX os farmacêuticos, então denominados boticários,


realizavam todo o processo de produção dos medicamentos artesanalmente, além
de acompanhar o tratamento farmacológico de seus pacientes, sendo profissionais
reconhecidos pela sociedade. No entanto, em meados do século XX, as funções
antigamente exercidas exclusivamente pelos farmacêuticos, como a pesquisa e a
produção, passaram a ser realizadas pela indústria, restando ao farmacêutico as
preparações extemporâneas e a dispensação de medicamentos (GOUVEIA, 1999;
HOLLAND; NIMMO, 1999).

Com a redução da atividade artesanal da manipulação, à medida que os


médicos e o consumidor deram preferência ao produto industrializado, a farmácia
passou a ser considerada como posto de venda de medicamentos e como um ato
puramente comercial, desvinculado de seu papel de assistência à saúde
(VALLADÃO, 1986). Os farmacêuticos passaram a ser vistos como “vendedores de
alto custo”, guardiões econômicos, encarregados de controlar os custos de
medicamentos, mas frustrados, por não desempenharem ações em saúde e, com
isso, profissionais com pouca valorização profissional e científica (CICCIA;
PERETTA, 2000).
14

A expansão da indústria farmacêutica e a diversificação do campo de


atuação profissional, levaram o farmacêutico a se distanciar da área de
medicamentos. Este afastamento pode ser considerado como um processo de
“desprofissionalização”, no qual o conhecimento intrínseco relativo aos
medicamentos é desvalorizado e a confiança pública, outrora conquistada pelos
boticários, é perdida (SANTOS, 1993; HOLLAND; NIMMO, 1999).

Os farmacêuticos não conseguiam inserção nas grandes indústrias e não


tinham o que fazer nas drogarias, pois a comercialização dessas especialidades
exigia menos conhecimento técnico (ANGONESI; SEVALHO, 2010). Além disso, em
1930, com a alegação de que não existiam farmacêuticos suficientes para atender
às necessidades do crescente número de farmácias no país, “a legislação passa a
proporcionar a possibilidade” de seu funcionamento “sem a presença de
farmacêuticos diplomados” (GIOVANNI, 1980).

A Lei nº 5.991 reforçou o caráter comercial que vinha sendo atribuído ao


setor pelo fato de denominar as atividades farmacêuticas por “comércio
farmacêutico”, autorizar que a venda de medicamentos fosse exercida por qualquer
pessoa, deferir a venda de artigos não relacionados à saúde nas farmácias, tais
como produtos de limpeza, e permitir o fornecimento de medicamentos por hotéis e
similares sem a supervisão do farmacêutico.

No Brasil, houve uma deslocamento de profissionais para campos como as


análises clínicas, bromatológicas e toxicológicas, que não têm ligação com o cenário
ao medicamento. A indústria ajudou para esse momento na medida em que passou
a oferecer aos médicos, aos donos de farmácia e aos clientes informações sobre as
propriedades e indicações de uso dos produtos, na forma de bulas. Assim, o
entendimento do profissional farmacêutico em conexão aos medicamentos é trocado
pelas bulas, não havendo mais a necessidade do profissional para esclarecer os
fatores comprometidos com a manutenção e a retomada da saúde (SANTOS, 1993).

Desta forma, a perda do papel tradicional dos farmacêuticos fez com que
estes se afastassem do contato direto com o paciente (ANGONESI; SEVALHO,
2010). Portanto, esta crise de identidade exigiu mudanças na atitude profissional,
que está evoluindo em direção à recuperação de um papel respeitável do
15

farmacêutico na sociedade, com maior responsabilidade frente ao paciente


(VALENTINI; MADALOZZO, 2005).

Na década de 90, foi utilizado na literatura o termo Pharmaceutical care,


em que a profissão farmacêutica direciona suas intervenções para a melhoria da
qualidade de vida do paciente, buscando a provisão responsável do tratamento
farmacológico, visando alcançar resultados satisfatórios na saúde (HEPLER;
STRAND, 1990).

Sendo assim, no Brasil, o termo Pharmaceutical care foi traduzido como


Atenção Farmacêutica, e seu conceito foi formulado na proposta do Consenso
Brasileiro de Atenção Farmacêutica, em 2002:

Um padrão de costumes farmacêutica, avançadas no contexto da


Assistência Farmacêutica, entende atitudes, valores éticos, condutas, talentos,
comprometimentos e coobrigação no precaver de doenças, progresso e restauração
da saúde, de forma adaptado à equipe de saúde. É o convívio direto do farmacêutico
com o paciente, olhando uma farmacoterapia racional e a conquista de resultados
definitivos e mensuráveis, direcionada para a melhoria da qualidade de vida. Este
convívio também deve contornar as concepções dos seus indivíduos, respeitadas as
suas individualidades bio-psico-sociais, sob a visão da plenitude das ações de saúde
(IVAMA et al., 2002).

Neste cenário, o profissional farmacêutico atual age no cuidado contínuo


ao paciente, vai proporcionar o hábito racional de medicamentos e de outras
avanços em saúde, resultando sua ação ao iniciar as necessidades dos pacientes,
família, cuidadores e comunidade (CFF, 2013).

Em 2013, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou duas resoluções


que contribuem para a retomada do farmacêutico como profissional de saúde. A
resolução nº 585 regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico, visando
proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso
racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar
resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente (CFF, 2013).

3.3 Os cuidados na promoção da saúde da pessoa idosa


16

Conforme definido pela Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1994) e pelo


Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), no Brasil, é considerada idosa a pessoa com 60
anos ou mais. Estima-se que até 2025 o crescimento da população idosa em 16
vezes versus 5 vezes o da população total, nos classifique como a sexta população
de idosos do mundo (IBGE, 2013). Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua demonstram que a população brasileira manteve a tendência de
envelhecimento dos últimos anos com aumento de 4,8 milhões de idosos desde
2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017 (IBGE, 2018). Além disso, a
população idosa brasileira, que em 2004 era de 9,7%, representava em 2015 14,3%
da população total do país (IBGE, 2016).

Hoje, a população idosa passa por uma falta de integração e centralização


do cuidado que tem como consequência o atendimento por diversas especialidades
médicas e uso de múltiplos medicamentos. Trata-se, possivelmente, da população
mais medicalizada da sociedade, representando cerca de 50% dos usuários de
medicamentos no Brasil, com uso de 2 a 5 medicamentos por dia, o que requer
maior cuidado e assistência perante o uso racional de medicamentos (ROZENFELD,
2003; LYRA JÚNIOR, 2006).

Grande parte das queixas que levam o idoso à busca do sistema de saúde,
como quedas, tremores, incontinências e confusão mental, se devem a reações
adversas e interações medicamentosas. Esses eventos são muitas vezes
confundidos com sintomas de novas doenças, o que leva a prescrição de novos
medicamentos ou busca por novos diagnósticos e aumento da cascata iatrogênica,
quando o ideal seria suspender ou reduzir a dose de determinado medicamento
(RAMOS; CENDOROGLO, 2011).

Na avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso, há existência de


um número muito grande de idosos que não costuma utilizar os medicamentos de
maneira correta. A justificativa para o tal, se dá por causa das múltiplas patologias e
o uso simultâneo de vários medicamentos. (MORSCH et al., 2015). A exposição a
múltiplos fármacos, o uso de mais medicamentos do que está clinicamente indicado,
a necessidade clínica indicada está com o consumo de cinco ou mais medicamentos
é reconhecida como polifarmácia. Trata-se de uma situação de etiologia multifatorial,
17

maior em indivíduos com doenças crônicas e manifestações clínicas decorrentes do


envelhecimento (SALES et al., 2017).

Convém aos profissionais farmacêuticos à obrigação de conceder


medicamentos com prescrição médica ou de um dentista ou veterinários, além de ter
direito de recomendar medicamentos de prescrição isenta, estabelecer o perfil
farmacoterapêutico do paciente, proporcionando indicação Farmacêutica e
explicando as dúvidas quanto a relação as vantagens e desvantagens, proteção e
usufruir destes medicamentos, desde modo como as prováveis interações
medicamentosas dos mesmos. A dispensação, por sua vez, equivale no ato
farmacêutico de indicar e fornecer ao usuário de medicamentos, correspondentes ou
insumos farmacêuticos, chance de ser remunerado ou não (BRASIL, 2014).

3.4 As doenças mais presentes na vida dos idosos

Dentre as doenças mais frequentemente relacionadas a causas de


mortalidade entre os idosos destacam-se as doenças cardiovasculares (31,8%),
câncer (21,6%), acidente vascular encefálico (7,9%), diabetes (3%) e doença de
Alzheimer (3,2%) (CHRIST; DIWAN, 2008). Outros autores descrevem ainda o papel
da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e as pneumonias como principais
causas de morte entre os idosos (SAHYOUN et al, 2001). Tais condições estão
frequentemente ligadas às escolhas de estilo de vida que incluem o tabagismo,
consumo de álcool, dieta inadequada, sedentarismo, além da predisposição
genética, chamando a atenção para a necessidade de ações de promoção de saúde
e de manutenção da capacidade funcional, visando redução de agravos (VERAS,
2011).

Uma síndrome pode levar ao surgimento de outra, resultando em “efeito


dominó” e piora importante da condição de saúde do idoso. Uma das causas mais
comuns da admissão de idosos em serviços de saúde, por exemplo, são as quedas
associadas diretamente à instabilidade postural, muitas vezes motivadas pelas
reações adversas a medicamentos (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
18

As síndromes geriátricas evidenciam a importância da avaliação clínica dos


idosos de maneira abrangente, possibilitando reconhecer todos os seus problemas e
suas inter-relações. Por isso, as avaliações devem ser multidimensionais e incluir a
orientação e o acompanhamento do farmacêutico de forma direta nessas situações,
visando uma melhor qualidade de assistência à saúde perante as possíveis
iatrogenias no paciente idoso (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).

3.5 As classes de medicamentos mais utilizados pelos pacientes idosos

De acordo com Takemoto et al., (2008), a população idosa é a que mais


utiliza medicamentos. Os fármacos melhoram a saúde e o bem-estar das pessoas,
aliviando os sintomas de desconforto, tratam as doenças crônicas e curam os
processos infecciosos que atingem essa população. O uso de medicamentos por
idosos apresenta como resultado um equilíbrio muito delicado entre risco e
benefício. Assim, os mesmos medicamentos que podem prolongar a vida do idoso,
podem prejudicar sua qualidade de vida.
A polifarmácia, também conhecida como polifarmacoterapia, é definida como
o uso de vários medicamentos, simultaneamente. E pode ser classificada em
polifarmácia menor, que é a utilização de dois a quatro medicamentos, e
polifarmácia maior, que ocorre quando a utilização é de cinco ou mais
medicamentos (SOUZA et al., 2018). A ação de vários medicamentos, pode resultar
em alterações indesejáveis, causando reações adversas no organismo (SANTANA,
et al., 2019).

A interação medicamentosa é uma situação clínica em que um fármaco tem


a capacidade de modificar a ação de outro fármaco que foi administrado
simultaneamente ou sucessivamente. A chance de um indivíduo apresentar uma
interação medicamentosa tende a aumentar com o número de medicamentos
prescritos, sendo assim as interações medicamentosas são respostas da
polifarmácia quando um paciente faz uso de vários medicamentos sem as
orientações e prescrições de um profissional da área de saúde (VELOSO et al.,
2019).
19

Segundo o estudo de Maitan, A. e et al (2020) ao analisar foi possível


observar que dentre as classes de medicamentos as mais utilizadas por pacientes
idosos pertencem que as classes dos anti-hipertensivos (54,7%), diuréticos (33,3%),
analgésico (13,3%), antidiabético (10,7%) e o anticolesterol (9,3%).

4 MEDOTOLOGIA

4.1 Tipo de Estudo

Esse trabalho consiste em uma revisão de literatura bibliográfica com


documentação de pesquisa exploratória.

Após proceder a revisão de literatura em torno do tema, procedeu-se a


uma revisão integrativa envolvendo os autores selecionados em seus achados sobre
a farmácia comunitária de idosos.

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de acordo com Ercole,


Melo e Alcoforado (2014), esse tipo de estudo é um método bastante utilizado nas
construções de trabalho de conclusão de curso, e possui uma finalidade de agrupar
e síntese as principais pesquisas referente a um determinado tema, através da
pergunta norteadora, seleção e análise.

4.2 Local de Realização da Pesquisa

O local desse modelo de pesquisa são as bases de aspectos usados


decorrente virtuais, Scientific Electronic Library Online – SciELO, Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS) e sites especializados, como: Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), Conselho Regional de Farmácia (CRF), Conselho Federal de
Farmácia (CFF), Ministério da Saúde (MS) Organização Pan-americana de Saúde
(OPAS).

4.3 Instrumentos e Procedimentos para Coleta de Dados

Esse trabalho conta com os seguintes instrumentos para coleta dos dados,
sendo eles, os Descritores em Ciência da Saúde (DECS), utilizando-o conforme as
20

seguintes palavras chaves: Farmácia Comunitária. Saúde. Dispensação. Promoção.


Pessoa Idosa. Utilizará alguns procedimentos para o critério de inclusão e exclusão.
Para a inclusão serão utilizados artigos, encontrados no período de 2017 a 2023,
ressaltando a busca de documentos disponíveis on-line e completos na íntegra,
dissertações, monografias e com conteúdo na língua portuguesa.

Enquanto critério de exclusão, será descartado a possibilidade de utilizar


sites da internet, capítulos de livros e quaisquer outros documentos, que não tratem
diretamente da temática específica da farmácia comunitária do idoso, já que na
seleção de artigos, viu-se que a farmácia comunitária é tematizada em diversas
acepções e para esse trabalho, só foi circunscrito a idosos, artigos de língua
estrangeira encontrados em bases de dados, sem serem as citadas serão
desclassificados.

4.5 Organização e Análise dos Dados

A estrutura dos dados de investigação foi feita através do guia a seguir


para ajudar a organizar as etapas do nosso trabalho acadêmico. Ele é um resumo
das orientações presentes no livro “Metodologia científica” (2006), escrito pelos
pesquisadores Amado Cervo, Pedro Bervian e Roberto da Silva. 1° etapa - defina o
fio condutor do seu tcc; 2° etapa – faça o levantamento das publicações em fontes
confiáveis; 3° etapa – faça fichamentos das publicações selecionadas; 4° etapa –
organize suas referências bibliográficas; 5° etapa - relacione os autores ao escrever
a revisão bibliográfica.

5 DISCUSSÃO DE DADOS E RESULTADO

Dos 8 estudos analisados, quanto às características gerais, a publicação


mais antiga foi de 1 artigo de 2005; 2008; 2017; 2019; 2020, 2021 e 2022. A tabela
1, seguinte, contempla os artigos selecionados e descreve suas características.

Tabela 1 – Principais características dos artigos analisados – 2023

TIPO E
Nº TÍTULO AUTORES PERIÓDICO/ANO LOCAL DE OBJETIVOS
ESTUDO
21

Evidenciar a
A Importância da importância que
Atenção Revista Ibero- a um
Farmacêutica em CASTRO, L. F. Americana de Revisão profissional
I Farmacêutico
Drogaria de; ANDRADE, Humanidades, Integrativa
faz ao orientar
Comunitária: L. G. D. Ciências e Educação. (Brasil) a população a
Voltada aos (2021) cerca de um
Idosos. medicamento,
quanto ao seu
uso correto,
interações e
como deve ser
guardado.

O farmacêutico Revista Cientifica da Analisar a


II na Lago DF, Escola Estadual Uma revisão atuação do
dispensação de Argolo AFLT. Saúde Pública Goiás da literatura. farmacêutico no
serviço de
medicamentos. “Cândido Santiago”. (Brasil)
dispensação de
medicamentos
em farmácias
públicas ou
comunitárias.

Estimular a
atuação
Obstáculos da Revista Brasileira Revisão profissional,
Oliveira,
atenção de Ciências Integrativa principalmente de
Andrezza acadêmicos
III farmacêutica no Farmacêuticas. (Brasil) e egressos
Beatriz et al.
Brasil. (2005) profissionais, o
que pode
representar um
primeiro passo
ao sucesso da
Atenção
Farmacêutica.

Discutir a
A evolução da Pereira, Revista Brasileira Revisão Atenção
IV Atenção Leonardo de Ciências Integrativa Farmacêutica
Farmacêutica e a Régis Leira e Farmacêuticas (Brasil) nos países em
que esta se
perspectiva para Freitas, (2008) encontra
o Brasil. Osvaldo de. mais evoluída.

Avaliar a
Atenção influência do
farmacêutica: farmacêutico
uma reflexão VIANA, Maria; Brazilian Journal of dentro da
V Atenção
sobre o papel do LUCENA, Development,
Farmacêutica, e
farmacêutico na Maylla. como este
saúde do idoso método pode
melhorar a
qualidade de vida
do paciente
idoso.
22

Evidenciar a
O farmacêutico importância do
VI clínico na SARMENTO, Revista profissional
farmácia Diogo Parreira Eletrônica Gestão farmacêutico
atuante em
comunitária. et al. e Saúde
farmácia
comunitária na
vida do paciente.
Avaliação e SILVA, Bruna
desenvolvimento de Souza Monografia Descritiva
das boas práticas Carneiro de (Brasil)
VII de dispensação Almeida da.
de
medicamentos
dos oficiais de
farmácia na
farmácia
ambulatorial de
um hospital
municipal no Rio
de Janeiro.

Medicamentos Verificar a
Utilizados por frequência de
Idosos MAITAN, Encontro iniciação Revisão uso de
Frequentadores Alessandra cientifica da ajes, bibliográfica medicamentos
VIII em uma
de um Centro de Braga et al. (2020)
população de
Convivência do idosos
Interior de Mato frequentadores
Grosso. de um centro de
referências

Fonte: Autoria propria (2023).

A partir dos estudos selecionados iniciando no contexto dos artigos que


tratam da Importância do Farmacêutico na farmácia comunitária, Sarmento et al
(2011) constatou por meio de uma revisão de literatura que o profissional
farmacêutico é de fundamental importância para a vida dos pacientes, sendo o
responsável pelo manejo, dispensação e orientação medicamentosa.

Outro ponto importante evidenciado pelo estudo dos autores Lago e Argolo
(2019), é a deficiente de formação profissional dos farmacêuticos em farmácia
clínica, pois realizam os serviços de dispensação, muitas vezes, limitando-se apenas
a entrega do medicamento.
Conforme o estudo analisado da SILVA, Bruna de Souza Carneiro de
Almeida da. As interações medicamentosas podem ser de natureza farmacêutica,
23

farmacocinética ou farmacodinâmica. As interações farmacêuticas são eventos


físico-químicos que resultam na perda de atividade de um ou de ambos os fármacos
(GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002).

As interações farmacocinéticas envolvem os efeitos de um medicamento


sobre a absorção, distribuição ou eliminação (metabolismo ou excreção) de outro
medicamento. Estas interações frequentemente provocam mudanças importantes
nas concentrações plasmáticas, área sob a curva, início de ação e meia-vida do
fármaco, consequentemente alterando a resposta clínica (KASTRUP, 2004; TATRO,
1996). Conforme MAITAN, et al. Descreve uma amostra de 75 idosos, no qual 68
(90,7%) eram do gênero feminino, e 7 (9,3%) do gênero masculino. A média de
idade dos idosos foi de 69 anos (60 anos a 85 anos). Os três fármacos mais
utilizados são os Anti-hipertensivos (54,7%), Diuréticos (33,3%) e o Analgésico
(13,3%).

O artigo dos mesmos tem como objetivo verificar a utilização dos


medicamentos em idosos frequentadores de um centro de convivência. Foi
identificado que os anti-hipertensivos são utilizados por 54,7% dos idosos,
corroborando com Massa et al (2016), no qual foi analisado que ouve um
crescimento significativo do uso de anti-hipertensivo de 2000 a 2010.
Já no estudo analisado de A população da terceira idade (idosos) apresenta
elevado número de doenças e, consequentemente, são direcionados a um
consumo maior de fármacos quando sendo comparados a outras classes
etárias, mantendo o potencial de crescimento para o surgimento de interações
medicamentosas, visto que este potencial se aumenta com o avanço
significativo da idade, com a quantidade de fármacos em utilização e com a
quantidade de profissionais da saúde que é responsável pelo cuidado do
mesmo. Uma pesquisa realizada por Baldoni (2019) apontou que, entre 1.608
idosos, 1.392 haviam usado no mínimo um medicamento no percurso de três meses,
ou seja, mais de 86% do público estudado.

6 CONCLUSÃO

A importância do farmacêutico na farmácia comunitária para a pessoa


idosa se dá da seguinte maneira: a pessoa idosa quando necessita de saúde,
24

primeira coisa que irá fazer é procurar uma farmácia, logo possivelmente irá usar em
média de 3 (três) a 4 (quatro) medicamentos, com o uso abusivo desses
medicamentos é necessário que haja um farmacêutico profissional habilitado para
indicar a melhor forma possível dos usos dos mesmos para que tenha um
tratamento, cura e adesão com qualidade e eficaz.

As evidências apresentadas neste estudo demonstram a ação do


farmacêutico clinico na farmácia comunitária, demonstrando que cabe a este
profissional o manejo, dispensação e orientação quanto ao uso de medicamentos.
Em todos os artigos que apresentados nesta revisão integrativa demonstram a
importância deste profissional no que condiz a saúde, a segurança, o bem estar e a
qualidade de vida dos pacientes.

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farmacêuticos sobre seu trabalho nas farmácias comunitárias em uma região do
estado do Rio de Janeiro. Ciência & Saúde Coletiva. 2010, v. 15, suppl 3.
Acessado 23 Novembro 2022, pp. 3541-3550. Disponível em:
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BRASIL. Resolução CFF Nº 586, De 29 De Agosto De 2013. Aprova a “Regula a


prescrição farmacêutica e dá outras providências”. Constante do anexo desta
Resolução. Orgão emissor: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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BRASIL. Presidência da República Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.


Lei 8 de agosto de 2014; 193º da Independência e 126º da República. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. 2022.

BRASIL. Resolução – RDC Nº 44/2009. Aprova a “Sobre Boas Práticas


Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da
25

comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias


e drogarias e dá outras providências” constante do anexo desta Resolução. Orgão
emissor: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:
http://portal.crfsp.org.br/legislacao-/113-juridico/legislacao/1696-resolucao-rdc-no-44-
de-17-de-agosto-de-2009-.

BRASIL. Resolução - RDC Nº 80, De 11 De Maio De 2006. Aprova o “Classificação


e critérios de avaliação para os itens do roteiro de inspeção para o fracionamento de
medicamentos em farmácias e drogarias” constante do anexo desta Resolução.
Órgão emissor: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível
em:
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