Historia Das Americas Novas Perspectivas 1
Historia Das Americas Novas Perspectivas 1
Historia Das Americas Novas Perspectivas 1
1
trata-se do resgate dos 33 mineiros que ficaram soterrados após um acidente na mina San
Jose, no deserto do Atacama, Chile. o resgate, ocorrido no dia 13 de outubro de 2010, contou
com ampla cobertura da imprensa chilena e internacional.
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Desde 1977, as mães fazem a ronda ao redor da pirâmide da Praça de Maio (Argentina) toda
quinta-feira, às 15h30. Nesse momento, é possível ver não apenas pesquisadores, mas também
vários turistas tirando fotos e interagindo com as mães.
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É o caso de placas em locais que foram centros de detenção, como o Estádio Nacional (San-
tiago-Chile); homenagens em escolas, sedes de partidos, universidades, estações de metrô; gra-
fites; monumentos; memorial em cemitérios etc.
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São vários os exemplos que podemos citar aqui, mas vamos destacar filmes mais recentes,
como Tony Manero (Chile, 2008) e O segredo de seus olhos (Argentina, 2009). A temática aparece,
ainda que em menor frequência, em telenovelas. É o caso de Montecristo (Argentina, 2006).
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Foi possível acompanhar essa situação na campanha à presidência no Brasil em 2010, em que
Dilma Rousseff ora era valorizada por sua participação na luta armada, ora acusada de “terroris-
ta” e “assaltante de banco” por setores da oposição.
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Consideramos datas convocantes aqueles momentos em que a sociedade é chamada para re-
fletir sobre o período. Normalmente são as datas dos golpes ou, no caso do Brasil, o dia 13 de
dezembro, data da edição do Ai-5, considerado o “golpe dentro do golpe”. Sobre o tema, ver
Stern (2000) e Jelin (2005).
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o editorial “Limites a Chávez” foi publicado pelo jornal em 17 de fevereiro de 2009. Segundo
a Folha de S.Paulo (17 fev. 2009), ditabrandas, entre elas a brasileira, eram as que “partiam de uma
ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política
e acesso à Justiça”.
8
Em minha tese de doutorado comparei as formas de repressão, a opção de cada país no
combate à oposição, até o estabelecimento de ações conjuntas, entre as quais se destaca o Plano
Condor. Ver Quadrat (2005).
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Não há no Brasil nenhum dia no calendário nacional oficial que sirva de data convocante para
refletir sobre o período.
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o dia 11 de setembro foi considerado o Dia da Liberação Nacional e transformado em feriado
pela ditadura. Em 1998, o feriado de 11 de setembro foi alterado para a primeira segunda-feira
do mesmo mês, doravante Dia da Unidade Nacional, uma maneira de lembrar as vítimas e tam-
bém de buscar uma reconciliação nacional. A partir de 2002, o dia deixou de ser feriado, mas a
referência permanece.
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Desde 2002, o dia 24 de março é considerado o Día Nacional de la Memoria por la Verdad y
la Justicia. Em 2006 foi transformado em feriado nacional.
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Há uma extensa bibliografia sobre os processos de transição que inicialmente e a exemplo dos
golpes começaram a ser pensados de maneira conjunta por meio de grandes modelos compara-
tivos com países da América Latina e da Europa.
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Lamentavelmente, por motivos de espaço, os livros escritos por militares, integrantes e/ou
simpatizantes dos governos ditatoriais ficaram de fora deste capítulo — assim como os trabalhos
dos brasilianistas.
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Ver Catela (2010:305-326) e Pino e Jelin (2003).
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Essa visão é muito presente para os casos do Brasil e do Chile. Entre os primeiros trabalhos
podemos citar Parker (1977), Corrêa (1977) e Bandeira (1978). Sobre o Chile, ver Selser (1975),
Kornbluh (2003), Verdugo (2003) e Bandeira (2008). Para ambos os casos, ver Ayerbe (2002).
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Particularmente dois livros fortaleceram essa visão: Agee (1976) e Langguth (1979). o pri-
meiro é de um ex-agente da CiA e causou bastante polêmica entre seus pares, muitos dos quais
o acusaram de traidor ao revelar ações secretas da “Companhia”. Agee faleceu em 2008, aos 72
anos, em Cuba.
17
Para uma análise mais sofisticada das relações Brasil e Estados Unidos nesse período, ver Fico
(2008) e Spektor (2009). Sobre o Chile, ver Aggio (2008) e Huneeus (2001).
18
Apesar de a chegada de Alfredo Stroessner ao poder ocorrer em 1954, sua posição inicial não
possui o mesmo formato que os demais golpes. Contudo, com o passar dos anos, ganhou força
o discurso anticomunista.
19
Para Fico (2004:20), esse atraso se justifica mais pelas dificuldades peculiares da história do
tempo presente e da carência de fontes do que pelo desinteresse do historiador.
20
Vamos levar em consideração os trabalhos que fizeram análises regionais. Reconhecemos
que há outras obras de referência, algumas sobre casos específicos, mas que pelo limite do texto
não foram aqui incluídas. Chamamos atenção para o fato de a grande maioria desses primeiros
trabalhos ter sido desenvolvida no exterior por pesquisadores do Cone Sul (que não dispunham
de espaços para essas análises no país por conta da óbvia dificuldade que encontraram ou porque
já estavam no exílio) ou estrangeiros (que, ao contrário dos primeiros, tinham mais acesso ao
material e liberdade de pesquisa). Além disso, apresentavam forte influência da teoria marxista.
21
Para um debate sobre o conceito de populismo, ver Jorge Ferreira (2001). Na mesma cole-
tânea, Daniel Aarão Reis Filho analisa, em “o colapso do populismo ou a propósito de uma
herança maldita”, o impacto e a aceitação dos livros citados nessa parte do presente texto, bem
como realiza uma crítica às obras. Ver também o texto de Norberto Ferreras neste livro.
22
o tema seria tratado também em outras obras de sua autoria.
23
Helio Jaguaribe — que de crítico do governo pela ausência da burguesia no aparelho de
Estado passou a nutrir simpatia pela ditadura em função dos resultados do “milagre econômi-
co” — usou a expressão “fascismo colonial” no artigo “Brasil: estabilidade social pelo fascismo
colonial?”, publicado originalmente em francês, em 1967, e em português no livro Brasil: crises e
alternativas, em 1974.
24
No prefácio à segunda edição Weffort refuta a teoria da dependência.
25
Para um balanço bibliográfico desses conceitos, ver “Apresentação” em Rollemberg e Quadrat
(2010).
Sistemas políticos com um pluralismo limitado e não responsável; sem uma ideo-
logia complexa que os norteasse, mas com mentalidades bem características; sem
mobilização política, quer extensiva ou intensiva, exceto em alguns momentos do
seu desenvolvimento, nos quais um líder ou, às vezes, um pequeno grupo, exerce o
poder dentro de limites formalmente maldefinidos, que, no entanto, são bastante
previsíveis [Linz e Stepan, 1999:57].26
26
Ambos os autores já tinham organizado uma das primeiras obras a tentar pensar os golpes de
maneira conjunta. Ver Linz e Stepan (1978). São diversos volumes e um deles é especialmente
sobre América Latina.
27
Na categoria de sultanísticos os autores incluíram, por exemplo, o Haiti de Duvalier e a Re-
pública Dominicana sob o comando de trujillo.
28
o recorte temporal analisado pelo autor vai do golpe de 1966, com o governo de onganía,
até março de 1973, momento das eleições presidenciais que permitem o retorno do peronismo.
Apesar de não haver consenso, o’Donnell incluiu ainda os casos de Brasil pós-1964, Argentina
1966-1970 e pós-1976, Chile e Uruguai pós-1973 e o caso mexicano do governo do PRi (Partido
Revolucionário institucional) no mesmo período.
29
Fernando Henrique Cardoso tem dois livros importantes para esse debate: Dependência e
desenvolvimento na América Latina (1979, escrito em parceria com Enzo Faletto em 1970) e Au-
toritarismo e democratização (1975).
30
Entre os trabalhos realizados por brasileiros, Edmundo Campos Coelho (1976) é uma das
primeiras referências. os estudos sobre as Forças Armadas no Brasil se consolidaram especial-
mente na Unicamp, sob a liderança de Eliezer Rizzo, autor de várias publicações sobre o tema e,
posteriormente, no Cpdoc/FGV, que lançou a trilogia A memória militar sobre o golpe, a repressão
e a abertura, sob a coordenação de Maria Celina D’Araujo, Gláucio Ary Dillon Soares e Celso
Castro (também autor de vários livros sobre as Forças Armadas). D’Araujo e Castro lançariam
ainda o livro Geisel com a reunião de várias entrevistas com o ex-presidente. Sobre a Argentina,
podemos citar os livros de Potash (1994; são vários volumes) e os trabalhos de Carlos H. Acuña
e Catalina Smulovitz (1995) sobre as Forças Armadas e o processo de transição. No Chile, pode-
mos citar algumas das publicações de Felipe Agüero (2003, 2002, 1998).
31
A publicação original é de 1957.
32
A primeira edição é de 1962.
33
o maior teórico sobre a ideologia da segurança nacional no Brasil foi o general Golbery do
Couto e Silva (destacamos o livro Conjuntura política nacional, 1981, que aliou a ela a geopolí-
tica). Essa junção tinha como características principais a valorização do Brasil e de sua posição
geográfica no Atlântico Sul, a integração nacional e o destino do Brasil, já traçado por sua
natureza — a grandeza. outro teórico, o general Meira Mattos (1977), acrescentaria que, se não
houvesse uma liderança forte, de nada adiantariam tais características.
34
Valdés recorre aos trabalhos de Harold D. Lasswell sobre a percepção de como as Forças
Armadas estavam passando por transformações internas desde os anos 1940.
35
Uma excelente referência sobre a atuação francesa na Argélia é o filme A batalha de Argel.
Feito para servir de denúncia, o filme acabou usado em escolas militares.
36
o autor identifica logo no início de seu artigo os primeiros trabalhos brasileiros a citar tal
influência francesa. E ainda Martins Filho (mimeogr.)
37
Gaspari (2002:60) também afirma que a operação Bandeirante (oban), organizada em 1969,
era uma anomalia na estrutura militar convencional, um corpo de polícia política dentro do
Exército que se assemelhava ao dispositivo montado pelo general Massu em Argel por sua ori-
ginalidade e autonomia.
Com o retorno à democracia nos anos 1980, à exceção do Chile, onde Augusto
Pinochet deixou a presidência apenas em 1990, ganharam espaço os livros de
memória,40 muitos dos quais escritos por ou sobre vítimas diretas da violência
política com a preocupação de denunciar o que se passara nos chamados porões
da ditadura.41
Mas não eram os primeiros livros. No Brasil, por exemplo, em 1966, Márcio
Moreira Alves publicou o livro Tortura e torturados.42 São as primeiras de-
núncias de torturas feitas pela imprensa e que motivaram o governo Castelo
Branco a enviar o então chefe da Casa Militar e futuro presidente Ernesto
Geisel para apurar tais abusos. A investigação de Geisel terminou sem que
ninguém fosse punido pelas violações dos direitos humanos ocorridas no go-
verno ditatorial desde seus primeiros dias. Na Argentina, grupos de direitos
38
Vários depoimentos no instigante documentário Les escadróns de la mort, l’ecole française
(2003), de Marie-Monique Robin, confirmam essa experiência inicial.
39
Aussaresses publicou dois livros contando sua experiência e defendendo suas ações militares
(2001 e 2008).
40
A produção cinematográfica também acompanhou esse momento. Nos anos 1980 foram pro-
duzidos, por exemplo, os seguintes filmes: A história oficial (Argentina), Missing (Chile), Pra
frente, Brasil! (Brasil).
41
Nos anos 1980 houve o lançamento de muitos livros de memória. Alguns romanceados. ou-
tros chegaram às telas de cinema. Podemos citar: timerman (1982); Gabeira (1980); Koutzii
(1984); Bonasso (1984); Sirkis (1981); Paiva (1986); Celiberti e Garrido (1989). Convém ressaltar
que as mulheres escreveram pouquíssimo sobre suas experiências. Normalmente, as experiências
femininas são livros escritos por terceiros, como pesquisadores e jornalistas.
42
o livro está disponível em: <www.marciomoreiraalves.com/livro.1966.htm>.
43
Sobre as mães, ver Bousquet (1980) e Gorini (2008). os sites das duas organizações também
podem ser consultados em: <www.madresfundadoras.org.ar> e <www.madres.org>.
44
Num contraponto à atuação das mães e sobre a criação dos Cels, ver Vicente (2006). Dispo-
nível em: <www.cels.org.ar>.
45
Ver, por exemplo, Katz (1975).
46
A primeira edição foi publicada na Espanha em 1974.
47
outros exemplos, como Katz, foram citados em notas anteriores.
48
A maior parte dos livros diz respeito à resistência feminina à ditadura, sua experiência na luta
armada e ante a tortura. Podemos citar: Artigas, Largo e Palestra (1994); Rojas et al. (2002); Actis
(2006); Carvalho (1999). As referências sobre as Mães da Praça de Maio estão na nota 43.
49
São eles: Power (2008) e Cordeiro (2009).
50
Embora Rojas aponte a presença feminina diretamente na tortura.
51
Ver Ahumada et al. (1989).
52
No Brasil o livro foi publicado em 2001. o episódio da Caravana da Morte acabou constituin-
do um dos principais processos contra as violações de direitos humanos no Chile, gerando inclu-
sive a condenação de Augusto Pinochet (que recorreu alegando que sofria uma doença mental
incurável) e do general Sérgio Arellano Stark. No entanto, foi a primeira vez que o ex-ditador
foi interrogado (ainda que em sua casa) por um juiz chileno por atos cometidos na ditadura.
53
Vários países que passaram por situação de extrema violência têm publicações semelhantes,
como Paraguai e Uruguai. Ver, por exemplo, Serpaj (1989).
54
Na Argentina, após a queda da ditadura, ainda que com críticas de algumas organizações de
direitos humanos, acompanhamos o “juicio a las Juntas”. É o início de um processo hoje conhe-
cido como justiça de transição. Ver Araujo (2010a:29-33), Brito et al. (2002) e Fernández (2008).
55
Contudo, a documentação do acervo da Conadep ainda não se encontra totalmente aberta
para pesquisadores. o mesmo vale para o caso chileno.
56
A partir da chegada de Néstor Kirchner à presidência da República, em 2003, o tema ganhou
destaque na agenda do governo.
57
Ver Arquidiocese de São Paulo (1987). No caso brasileiro houve ainda a “resposta” militar com
Giordani (1986).
58
A história mais detalhada do Projeto Brasil: Nunca Mais pode ser encontrada em Weschler (1990).
59
o acervo do Projeto Brasil: Nunca Mais está no Arquivo Edgard Leuenroth, Unicamp. A do-
cumentação é completamente aberta ao público, única exigência de dom Evaristo Arns ao doar o
material. No Rio de Janeiro, há uma cópia dos 12 volumes na sede do Grupo tortura Nunca Mais.
60
Uma das primeiras referências com os nomes dos mortos e desaparecidos é o Dossiê dos mortos
e desaparecidos políticos a partir de 1964 (1995). outra referência é: Comissão de Familiares de
Mortos e Desaparecidos Políticos/ieve (2009).
61
Devemos ressaltar que nem essa comissão nem a de Anistia, também instituída no âmbito da
Secretaria Nacional de Direitos Humanos, são Comissões da Verdade. A criação de uma Co-
missão Nacional da Verdade está indicada no Programa Nacional de Direitos Humanos 3. Dis-
ponível em: <www.direitoshumanos.gov.br/pndh>. outro ponto a ser destacado são as demais
publicações da Secretaria sobre o tema Direito à Memória e à Verdade (2010, 2009a, 2009b).
No dia 10 de dezembro de 2010, a secretaria lançou, junto com o MEC, o CD-RoM Direito à
memória e à verdade para ser distribuído nas escolas.
62
ironicamente, a edição contou com o apoio da Fundação Ford.
63
A Comissão de Anistia, instituída desde o governo Fernando Henrique Cardoso, tem sofrido
duras críticas da sociedade. Afinal, como aponta Araujo (2010b), a política reparatória prevê
indenizações mais de caráter trabalhista (grifo da autora) do que político.
64
No livro Dos filhos deste solo, Miranda e tibúrcio (1999:19) falam em “herança maldita” (pa-
lavras dos autores) da ditadura: a tortura, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais,
especialmente contra setores excluídos da sociedade, e a militarização da polícia. No entanto,
discordamos dessa visão de herança da ditadura. Algumas dessas ações apontadas pelos autores
já faziam parte da polícia brasileira em períodos democráticos e alguns desses policiais, como
Sérgio Fleury, foram chamados para agir no combate à oposição justamente por essa experiên-
cia. A diferença é que com a ditadura essas ações viraram uma política de Estado — agora não
mais restritas às classes pobres, mas atingindo também as médias.
65
Há uma versão estendida encontrada apenas em sebos: Informe Rettig (1991). E uma nova
versão reduzida, corrigida e atualizada do informe que é facilmente encontrada: Nunca más en
Chile (1999). o informe também está disponível em: <www.ddhh.gov.cl/ddhh_rettig.html>.
66
Disponível em: <www.derechos.org/nizkor/chile/doc/mesa.html>.
67
Disponível em: <www.comisionvalech.gov.cl>.
68
Um balanço dessas comissões pode ser encontrado em Cuevas, Rojas e Baeza (2003).
69
Algumas investigam as ações tanto das esquerdas quanto das direitas. Ver Comisión de Entrega de
la Comisión de la Verdad y Reconciliación (2008). Disponível também em: <www.cverdad.org.pe>.
ou ainda não eram necessariamente sobre um governo ditatorial, como o caso da África do Sul, que
criou uma Comissão da Verdade e Reconciliação para investigar as violações dos direitos humanos
durante o regime de segregação racial, o apartheid. Ver Grossman (2000:7-24).
70
Além do que já citamos no decorrer do texto, podemos mencionar Calveiro (1998). o livro de
Calveiro, originado de sua tese de doutorado, mescla sua experiência de ex-presa política com o
trabalho acadêmico.
71
Para uma crítica a Sarlo, ver oberti (2008).
72
Sobre o tema dos arquivos, ver Catela e Jelin (2002).
73
As referências podem ser encontradas no portal do Centro de Referência das Lutas Políticas
no Brasil (1964-1985): <www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?tpl=home>.
74
Centro de Documentación y Archivo para la Defensa de los Derechos Humanos: <www.
pj.gov.py/cdya>. Ver também o livro de Boccia, Gonzáles e Palau (1994).
75
Disponível em: <www.comisionporlamemoria.org/>.
76
Há um projeto conjunto intitulado Patrimonio Documental sobre los Derechos Humanos,
integrado por arquivos de várias instituições, como Memória Abierta, Cels, Asamblea Perma-
nente pelos Derechos Humanos, entre outras, que pode ser consultado em: <www.derhuman.
jus.gov.ar/temp/patrimonio/intro.htm>. Em janeiro de 2010, Cristina Kirchner ordenou a en-
trega e a desclassificação dos documentos, salvo sobre a Guerra das Malvinas (1982).
77
Há um projeto bastante interessante chamado Memoria Chilena, que disponibiliza digitalmente
documentos de vários períodos da história do país. Ver: <www.memoriachilena.cl/index.asp>.
78
Disponível em: <www.dibam.cl/archivo_nacional/>.
79
Disponível em: <www.codepu.cl>.
80
Sobre a Fasic, ver Garcés e Nicholls (2005).
81
Disponível em: <www.museodelamemoria.cl/>.
82
Entre esses trabalhos, ver Artigas (2006); Franco (2008); Jensen (2007); Quadrat (2011); Rol-
lemberg (1999); Sznajder e Roniger (2009); Yankelevich e Jensen (2007).
83
Ver notas 14, 41, 43 e 48 deste capítulo.
84
Ver Calloni (1992); Dinges (2004; já traduzido para o português); Mariano (2003); McSherry
(2009); Quadrat (2005). tanto para Dinges quanto para McSherry, o Brasil tem papel secundá-
rio e pouco aparece em ambos os trabalhos.
85
Alguns já citados no decorrer do texto.
86
Um exemplo é a coleção Memorias de la represión, publicada pela editora Siglo XXi. A coleção
reúne os resultados do projeto Memoria de la represión en el Cono Sur y Perú, coordenado por
Elizabeth Jelin e Carlos ivan Degregori, dentro do Panel Regional de América Latina do Social
Science Research Council, com financiamento das fundações Ford, Rockefeller e Hewlett. Ao
longo de três anos, jovens pesquisadores do Cone Sul, Peru e Estados Unidos discutiram e pes-
quisaram a construção da memória da violência política. A coleção congrega avanços teóricos e
um amplo leque de temas, como jovens, igreja, datas, monumentos, arquivos, Forças Armadas
etc. Alguns dos livros foram citados no decorrer deste capítulo.
87
Ver Jelin e Kaufman (2006).
88
Ver Catela (2001).
89
Da mesma maneira que os primeiros trabalhos sobre a repressão foram influenciados por
pesquisas relacionadas a Shoa — como os livros de Pollak (1999) e Primo Levi —, a questão tem
recebido influência direta da historiografia sobre as ditaduras europeias. Podemos citar: Gella-
tely (2002); Kershaw (2004); Laborie (2003 e 2001), entre outros. Um balanço dessas questões
pode ser encontrado em Rollemberg e Quadrat (2010) e também em Lvovich (2007).
90
A realização de um mapeamento dos centros transitórios e permanentes de detenção é um
dos principais trabalhos do grupo Memória Abierta, Argentina. Disponível em: <www.memo-
riaabierta.org.ar>.
91
Caso do Doi-Codi do Rio de Janeiro, localizado na tijuca, ou da calle Londres, centro de
Santiago, Chile, perto da igreja de São Francisco e em frente a um hotel. trata-se de um dos
locais da Dina. Atualmente, na calçada, é possível ler nomes de pessoas que desapareceram nesse
centro de tortura.
92
Caso da oficina orletti, Buenos Aires, Argentina, por onde passaram prisioneiros e agentes
estrangeiros. Esse local foi de extrema importância para o Plano Condor.
93
É o caso da Mansión Seré, Argentina, retratado no filme Crônica de uma fuga (2006).
94
A definição de consenso vem sendo alterada ao longo dos anos. Para essa trajetória, ver o
artigo “o fascismo italiano: entre consentimento e consenso” de Didier Musiedlak. Estou tra-
balhando com a seguinte definição, de Reis Filho (2010): “o conceito de consenso […] designa
a formação de um acordo de aceitação do regime existente pela sociedade, explícito ou implícito,
compreendendo o apoio ativo, a simpatia acolhedora, a neutralidade benévola, a indiferença
ou, no limite, a sensação de absoluta impotência. São matizes bem diferenciados e, segundo as
circunstâncias, podem evoluir em direções distintas, mas concorrem todos, em dado momento,
para a sustentação de um regime político, ou para o enfraquecimento de uma eventual luta con-
tra o mesmo. A repressão, e a ação da polícia política em particular, podem induzir ao, ou forta-
lecer o, consenso, mas nunca devem ser compreendidas como decisivas para a sua formação”.
boa parte da sociedade civil, a julgar pelas declarações da maioria das organizações
políticas e sociais que podiam fazer ouvir sua voz, não só não questionou a imagem
construída pela ditadura para justificar sua ação repressiva, mas, em ocasiões, a
apoiou decididamente.
95
Ver Huneeus (2003).
96
Ainda que não apresente consenso, para uma análise da teoria dos dois demônios ver Vezzetti
(2002).
97
Não podemos esquecer que muitos dos organismos de direitos humanos foram formados por
laços familiares.
98
É o caso da polêmica gerada a partir de uma reportagem publicada na revista La Intempérie,
entre outubro e novembro de 2004, em que Hectór Jouvé, ex-militante, falava abertamente
sobre o justiçamento de dois jovens pela esquerda. Em dezembro de 2004, uma carta de oscar
de Barco, intelectual respeitado, fazia uma dura crítica à luta armada. A polêmica gerada pela
carta foi analisada por Araujo (2010b). Disponível em: <www.encontro2010.historiaoral.org.br/
resources/anais/2/1270665827_arquivo_textocompletolutaarmada.pdf>.
99
Um excelente estudo sobre a trajetória argentina é o artigo de Jelin (2008).
100
As violações dos direitos humanos ocorridas no pré-golpe levaram à justiça Maria Estela Pe-
rón, mas em 2008 as ações não foram consideradas de lesa-humanidade pela justiça da Espanha,
onde ela vive, e por isso foram consideradas prescritas e a extradição recusada.
101
Juan Guzman tapia (2005) é integrante da Corte de Apelações chilena que, a partir de 1998,
começa a instruir vários processos contra Pinochet.
102
Sobre os processos nacionais e internacionais, ver Quadrat (2009b).
Referências