Músculo Estriado Esquelético
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Esquelético
Músculo Estriado Esquelético – Conceitos Básicos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Músculo Estriado Esquelético –
Conceitos Básicos
Objetivos
• Diferenciar músculo estriado esquelético, cardíaco e liso;
• Descrever as características do músculo estriado esquelético;
• Detalhar a função do tecido conjuntivo que sustenta o músculo esquelético;
• Descrever a fibra muscular do nível macroscópico ao nível microscópico;
• Descrever o processo de contração muscular no músculo estriado esquelético.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Músculo Estriado Esquelético – Conceitos Básicos
Contextualização
Consiste na inserção do conteúdo em um contexto referente ao cotidiano do aluno
ou da prática profissional futura, demonstrando e ressaltando a importância do estudo
da unidade para a sua formação pessoal e profissional. A contextualização pode ser
apresentada por meio de uma narrativa descritiva, uma situação-problema, um exemplo
de aplicação, vídeos, reportagens, cases, entre outros.
Além de necessário para os movimentos corporais realizados no dia a dia das pessoas e
do desempenho esportivo, hoje, sabe-se que a manutenção do músculo estriado esqueléti-
co é essencial para a manutenção da saúde. É um tecido com intensa atividade metabólica,
cuja deterioração do funcionamento tem repercussão negativa na saúde humana.
Esta Unidade traz valiosa contribuição para o aprofundamento dos conceitos rela-
tivos à estrutura molecular do músculo estriado esquelético e da contração muscular.
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Tecido Muscular
As células musculares formam tecidos cuja principal característica é a contração. Isso
torna possível a locomoção de seres humanos e animais no meio ambiente, o desloca-
mento de materiais através do lúmen de estruturas tubulares corporais (como ocorre no
intestino) e proporcionam a funcionalidade de órgãos (como no coração).
O músculo pode ser classificado quanto ao seu aspecto estrutural e sua localiza-
ção. Sob microscopia óptica, células musculares estriadas apresentam em sua es-
trutura histológica estriações transversais formadas por uma sequência intermitente
de bandas claras e escuras. Por sua vez, células musculares lisas não apresentam
essa característica.
Tipos de Músculos
A seguir, temos uma Figura esquemática que demonstra as principais diferenças en-
tre células musculares esqueléticas, musculares cardíacas e musculares lisas.
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Figura 2 – Classificação do tecido muscular e as características de células musculares esqueléticas, cardíacas e lisas
Fonte: Kierszenbaum; Tres, 2016
Isso ocorre devido à característica das células musculares serem excitáveis. Ao re-
ceberem estímulos das células nervosas, as fibras musculares contraem. E, além de
contraírem, o músculo pode também ser estendido além de sua condição natural de
repouso. O músculo esquelético possui uma série de componentes elásticos que dão a
característica de tendência ao retorno do comprimento de repouso após uma contração
ou extensão (APPLEGATE, 2012).
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Sustentação e Proteção das Fibras
Musculares pelo Tecido Conjuntivo
Devido à natureza contrátil, o músculo esquelético é um tecido que sofre grandes forças
mecânicas. O tecido conjuntivo serve como suporte e proteção para as fibras musculares,
rota de passagem para vasos sanguíneos e nervos, além de participar da organização do
músculo estriado esquelético como um todo. A maneira pela qual o tecido conjuntivo se
encontra em relação às fibras musculares indicará a nomenclatura que irá receber.
O epimísio é uma bainha de tecido conjuntivo relativamente densa que tem como
função o envolvimento do músculo como um todo. Enquanto o epimísio recobre cada
músculo individualmente, a fáscia, constituída
também por tecido conjuntivo, envolve e se-
para os músculos exteriormente ao epimísio.
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Suprimento Sanguíneo
e Nervoso do Músculo
Devido à sua capacidade contrátil, o músculo estriado possui uma rica rede de vascu-
larização e inervação. O estímulo necessário para a contração muscular é resultado de
uma sinalização nervosa.
Essa energia química é obtida por meio de nutrientes e oxigênio que chegam via
Sistema Circulatório. Ademais, a circulação sanguínea tem a função de retirar resíduos
metabólitos tóxicos produzidos pelas fibras musculares.
A Fibra Muscular
As células musculares se caracterizam como longas células cilíndricas que dispõem de
estrições transversais. Podem também ser chamadas de fibras musculares. Isso porque o
comprimento da célula é muito superior ao de sua circunferência. Seu diâmetro pode va-
riar entre 10 a 100 μm e chegar até vários centímetros de comprimento. Organizam-se
paralelamente umas às outras facilitando, assim, a contração do músculo com um todo.
Cada célula apresenta vários núcleos dispostos na periferia, sendo o núcleo situado logo a
seguir da membrana celular.
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Figura 4 – Figura ilustrativa demonstrando a localização
do núcleo em fibras musculares (ponta de seta)
Fonte: Junqueira; Carneiro, 2008
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A linha M é uma importante estrutura responsável pelo posicionamento de miofila-
mentos espessos na estrutura do sarcômero.
A região formada apenas por filamentos delgados é designada de banda I (banda
clara). Observe que essa estrutura é localizada nas extremidades do sarcômero, entre a
linha Z e a banda A.
Sumariamente, a disposição de estruturas histológicas no sarcômero se dá por uma
banda A central e duas meias-bandas I em suas extremidades. Os filamentos delgados se
ancoram nas linhas Z, atravessam a banda I e estendem-se parcialmente até a banda A,
local em que podem interagir com filamentos espessos.
Cada miofilamento espesso é circundado por 6 filamentos delgados dispostos em um
padrão de distribuição espacial hexagonal.
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A nebulina auxilia na ligação dos miofilamentos delgados à linha Z. Além disso, a ne-
bulina age como estabilizador do comprimento do filamento delgado. Atividade sinérgica
na fixação dos filamentos de actina à linha Z é promovido pela α- actinina.
Miofilamentos
Já descrevemos sucintamente que filamentos delgados são constituídos por actina e fila-
mentos espessos por miosina do tipo II. Uma análise mais profunda da estrutura molecular
desses componentes é necessária para compreender o processo de contração muscular.
Filamentos Delgados
Os filamentos delgados possuem cerca de 1 μm de comprimento, 7 nm de diâmetro
e são formados, principalmente, por moléculas de actina, embora também estejam
associadas à tropomiosina e troponina. Os filamentos delgados estão fixados nas
linhas Z e se estendem para o centro do sarcômero, onde podem interagir com molé-
culas de miosina.
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Monômeros de actina globular (actina-G) se ligam uns aos outros (polimerizando) em
um padrão de alinhamento em fila indiana, estabelecendo a actina-F. O filamento de
actina (actina-F) possui configuração em dupla fita espiralada.
Miofilamentos espessos
Os filamentos espessos são formados por miosina II e apresentam de 2 a 3 nm de di-
âmetro e 15 nm de comprimento. Essas moléculas possuem atividade ATPase e utilizam
a energia proveniente da quebra de ATP para gerar movimento.
Estruturalmente, a miosina é formada por seis cadeias polipeptídicas, das quais duas
são cadeias pesadas, duas são cadeias leves e duas são cadeias leves regulatórias.
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De maneira simplificada, a miosina II pode ser entendida como uma molécula cons-
tituída por uma cabeça globular e uma cauda/haste, sendo o ATP hidrolisado na cabeça
da cadeia pesada da miosina (fragmentos S1).
Contração muscular
As principais funções da contração muscular estão ligadas à geração de movimento,
à manutenção da postura corporal e à estabilidade de articulações, além de contribuir
com a produção de calor.
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Os movimentos corporais requerem a ação integrada de articulações, dos ossos e dos mús-
culos. Desde movimentos robustos (caminhar, correr e agachar) até movimentos mais sutis
(expressões faciais e movimento dos olhos) são resultados da contração muscular. Mesmo
que não se verifique alteração visível no ângulo articular, como se dá na manutenção da
postura corporal, a contração muscular é imprescindível. Diversos músculos atravessam
articulações, sendo a estabilidade dessas regiões amplamente dependente dos músculos
presentes nesses locais. A manutenção da temperatura corporal é uma condição extre-
mamente importante para que as reações metabólicas corporais aconteçam e as contra-
ções musculares podem contribuir com até 85% do calor produzido pelo corpo humano
(APPLEGATE, 2012).
O reflexo patelar talvez seja uma das mais populares formas de reflexo involuntário
dos músculos de membros inferiores. O estímulo do tendão patelar faz com que a pessoa
submetida à técnica não tenha controle consciente do movimento de extensão da perna.
Mesmo quando músculos não são expostos a uma certa resistência, e permanecem
em repouso, possuem ainda uma contração basal, um pequeno estado de rigidez, que é
denominado contração tônica.
Nesse estado, parte das unidades motoras são estimuladas a contrair, ao passo que o
restante permanece relaxada. Esse modo de comportamento do músculo é fundamen-
tal, por exemplo, para a manutenção da estabilidade de articulações e postura corporal
em condições de repouso. Os músculos sempre apresentam um nível mínimo de tônus
que é perdido somente em condições extremas, como na paralisia cerebral. A perda
completa de tônus é uma importante condição para o favorecimento da atrofia muscular.
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Nesse padrão de contração, a maneira com que o músculo desloca a carga é im-
portante. A contração isotônica pode ser dividida em contração concêntrica e con-
tração excêntrica.
Esse é um tipo de contração menos comum nas atividades do dia a dia e de Esportes
e que, para ocorrer, necessita de equipamentos específicos. É utilizado com frequência
na reabilitação.
Movimento
Movimento
Sem
movimentação
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Estímulo para o Início da Contração
A contração muscular envolve uma sequência de eventos que tem início às custas de
uma sinalização nervosa. Os neurônios que estabelecem a comunicação especializada
com fibras musculares são chamados de neurônios motores. Esse tipo celular age justa-
mente no sentido de coordenar e direcionar os sinais para a contração.
Corpos de neurônios motores têm origem em regiões do córtex motor e tronco cerebral
com fibras de axônios que se projetam em direção à medula espinhal e daí para os músculos.
Para entender como a contração muscular se inicia é preciso, antes, recordar como
se dá o processo de despolarização em uma célula nervosa.
Isso causa uma diferença de potencial de membrana de +35mV, que faz com que a
despolarização percorra todo o neurônio. Vale ressaltar que os estímulos nervosos são
saltatórios, devido à presença de bainha de mielina e os nódulos de Ranvier. Isso au-
menta a velocidade de condução da informação pela
fibra nervosa.
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São inervadas por neurônios motores alfa que têm baixa velocidade e frequência de
impulsos. Essas características fazem com que o fenótipo de fibra muscular encontrado
nesse tipo de unidade motora seja do tipo oxidativa.
Unidades motoras maiores, por outro lado, possuem alta capacidade de produção de
força e velocidade de encurtamento; porém possuem menor resistência à fadiga. São
inervados por axônios de neurônios com alta taxa de disparo de impulsos. Esse tipo de
unidade motora inerva fibras glicolíticas.
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Tabela 1 – designando os diferentes tipos de unidades motoras e suas características
Agora que já sabemos que um único neurônio motor alfa pode inervar diversas fibras
musculares, examinaremos os eventos mais restritos ao ponto de interação do axônio
nervoso e da fibra muscular.
O local em que o terminal do axônio entra em contato com a fibra muscular é cha-
mado de junção neuromuscular (mioneural).
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Contração Muscular
Além de reconhecer o respectivo neurotransmissor, os receptores de acetilcolina
regulam também a atividade de canais de íons. O controle desses canais gera um po-
tencial excitatório que possibilita a propagação da despolarização pela membrana da
célula muscular.
A miosina pode, então, interagir com a actina e criar um deslocamento do tipo “re-
mada”. O golpe de força criado pela cabeça da miosina faz os filamentos delgados des-
lizarem sobre os filamentos espessos. Subsequente a isso, a cabeça de miosina retorna
à sua posição original.
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Figura 15 – Interação de componentes do miofilamento espesso e delgado
Fonte: Mcardle et al., 2017
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O ATP se faz necessário tanto para o movimento da cabeça da miosina quanto para
desligar a interação actina-miosina. A contração muscular irá se conservar enquanto
houver estimulação nervosa e ATP suficiente.
Entra em jogo, então, um processo de transporte ativo de Ca+ que retira esses íons
do sarcoplasma e os faz retornar ao retículo sarcoplasmático.
Um aspecto essencial para se ter em mente é que quando uma fibra muscular contrai, ela
se contrai por inteiro, encurtando todos os seus sarcômeros simultaneamente. Fica eviden-
te que isso não se aplica ao músculo como um todo. Caso contrário, nossos movimentos
seriam todos estereotipados. No tocante à unidade muscular, é necessário que exista um
grau de correspondência entre a contração executada e a resistência a ser vencida.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A força muscular: aspectos fisiológicos e aplicações práticas
BOSCO, C. A força muscular: aspectos fisiológicos e aplicações práticas. São Paulo:
Phorte, 2007.
Vídeos
Contração do Músculo Esquelético (Em Português)
EDUCAÇÃO ILIMITADA BRASIL. Contração do Músculo Esquelético (Em Portu-
guês). 2016. (4m 22s).
https://youtu.be/n_0isNy7bQA
Leitura
Mecanismos celulares e moleculares que controlam o desenvolvimento e o crescimento muscular
SILVA, M. D. P.; CARVALHO, R. F.. Mecanismos celulares e moleculares que controlam
o desenvolvimento e o crescimento muscular. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 36, supl. p.
21-31, jul.
https://bit.ly/2V7FMJa
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Referências
APPLEGATE, E. Anatomia e fisiologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2012.
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