TelePSI Fluxogramas de Crise - v4

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TELEPSI - EMERGÊNCIAS E DESASTRES

PRIMEIROS CUIDADOS PSICOLÓGICOS


ENTENDA O FUNCIONAMENTO DO LOCAL ONDE VOCÊ ESTÁ. Se houver, converse com o
coordenador da ajuda local para saber onde você pode ajudar. Procure entender o
funcionamento do local e as alternativas disponíveis de apoio/auxílio (cuidados básicos,
médicos, psicológicos, etc). Identifique como atender necessidades básicas que as pessoas
podem ter antes de começar a atender.

Qual a necessidade? Com quem falar? O que é importante saber?

Comida
PREPARE-SE

Roupas

Abrigo

Necessidades médicas

Direitos

Outra:

Outra:

APRESENTE-SE. Apresente-se e pergunte se a pessoa precisa de ajuda. Use sempre o primeiro


nome do(a) pessoa e tenha preferência pelo tratamento formal (Sr./Sra.), a não ser que se trate
CONECTE-SE

de um jovem, quando está mais indicado usar "você".

PROCURE UM LOCAL ADEQUADO. Para pessoas que desejam ajuda, tente achar um local
reservado, sempre que possível. Em locais de risco, atente para a segurança da pessoa e sua
própria segurança. Assuma postura acolhedora. Mantenha o olhar direcionado a quem fala,
evite cruzar os braços e fique atento as suas expressões faciais.
ESCUTE COM ATENÇÃO. Escute as pessoas, sem pressioná-las a falar. Cuide para não presumir
coisas sobre a pessoa ou o que ela está passando. Mantenha a curiosidade sobre as histórias de
quem você entrará em contato.

NÃO FALE DEMAIS. Especialmente no início do encontro, é muito importante deixar a pessoa
falar sem interrompê-la.

O que fazer? O que não fazer?

● Não interrompa ou apresse a história de alguém


● Mostre que você está ouvindo (e.g. balance cabeça ou
● Não toque a pessoa se você não tiver certeza de que é
diga "hmmmmm…")
ESCUTE

apropriado fazê-lo
● Respeite o direito das pessoas de decidir por si
● Forneça informações se você as tiver. Seja honesto
● Esteja atento sobre suas preferências e preconceitos e
sobre o que você não sabe. Você pode dizer: "Eu não
coloque-os de lado
sei, mas vou me informar disso para você".
● Deixe claro que mesmo que as pessoas não queiram
● Não exagere suas habilidades
ajuda agora, elas podem procurar você depois
● Não force pessoas a receberem ajuda que não querem
● Respeite a privacidade e mantenha a história da
● Não pressione as pessoas para contar-lhe histórias
pessoa em sigilo
pessoais
● Comporte-se apropriadamente considerando a idade
● Não conte histórias das pessoas aos outros
ou gênero da pessoa
● Não use termos técnicos
● Reconheça a situação: "Eu lamento pelo que houve.
● Não menospreze os esforços das pessoas e seus senso
Posso imaginar o quão triste isso é para você"
de capacidade e cuidar de si mesmas
● Permita o silêncio
● Não fale de seus próprios problemas
TELEPSI - EMERGÊNCIAS E DESASTRES
PRIMEIROS CUIDADOS PSICOLÓGICOS
O que evitar dizer Porque evitar Alternativa

"Isso aconteceu por algum Pode ser desrespeitoso com aqueles que "Eu lamento que isso tenha acontecido com
motivo." estão sofrendo. você. Como eu posso te ajudar?"

"É importante se sentir grato Frase pode ser insensível com outras "O que você está passando é, realmente,
por estar vivo." perdas significativas. muito difícil."

"Eu sei, exatamente, como Cada pessoa reage e sente de forma "Embora eu não esteja vivendo o que você
ESCUTE

você se sente." diferente. está vivendo, eu consigo ver a sua dor".

"Tenho certeza que você vai Seja realista e evite sugerir que a dor ou "Talvez leve algum tempo para isso melhorar,
superar isso tudo a extensão do sofrimento é de fácil enquanto isso, você pode ter com quem
rapidamente." resolução. contar."

"Poderia ser muito pior. Pelo "Dói muito perder o que você perdeu/passar
Risco de minimizar a dor do outro.
menos você ainda tem…" pelo que você passou".

Pode ignorar ou desvalorizar a dor que a "É natural você se sentir sobrecarregado. Você
"Você precisa ser forte."
pessoa está sentindo. não precisa passar por isso sozinho."

AJUDE COM O QUE A PESSOA PRECISA. Ajude a pessoa a suprir suas necessidades básicas.
AJUDE

A pessoa está em A pessoa está tem A pessoa possui A pessoa está A pessoa precisa de
segurança? fome ou sede? abrigo? ferida/doente? alguma informação?

SE AJUDA PSICOLÓGICA E/OU PSIQUIÁTRICA DISPONÍVEL NO LOCAL


DECIDA SE O ENCAMINHAMENTO É NECESSÁRIO OU NÃO
PEÇA AJUDA

● NÃO ENCAMINHAR→ Pessoas com respostas emocionais esperadas ao evento estressor


(e.g., preocupações quanto ao futuro, tristeza, raiva, indignação), típicas em relação à
demais.
● ENCAMINHAR → Pessoas que aparentam níveis de estresse muito elevado em relação
às demais (e.g., agitação, confusão), comunicam desesperança em relação à vida ou que
dizem querer se matar e que estão em uso de psicofármacos mas estão sem receita.
* Se houver desejo de morte, não deixe a pessoa sozinha até que ajuda esteja disponível.

ORIENTE RECURSOS QUE PODEM AJUDAR COM A SAÚDE MENTAL DE ACORDO COM O QUE A
PESSOA PRECISA. ESCOLHA UM OU DOIS VÍDEOS PARA VER COM A PESSOA.
● Oriente a prática de atividade física https://bit.ly/telepsivideo_exercicio
● Oriente sobre a importância do sono para a saúde mental https://bit.ly/telepsivideo_sono
● Oriente alimentação saudável https://bit.ly/telepsivideo_alimentacao
Oriente contato com pessoas próximas e significativas https://bit.ly/telepsivideo_apoio
ORIENTE


● Oriente quanto aos riscos de exposição excessiva às redes https://bit.ly/telepsivideo_redes
● Oriente quanto ao consumo de álcool e drogas https://bit.ly/telepsivideo_substancia

ATAQUES DE ANSIEDADE LIDANDO COM PERDAS


Ansiedade normal vs ansiedade excessiva Luto
https://bit.ly/telepsivideo_ansiedade https://bit.ly/telepsivideo_luto
Respiração diafragmática Encorajar a expressão dos afetos
https://bit.ly/telepsivideo_respiracao https://bit.ly/telepsivideo_afetos

CUIDE DE SI MESMO. Se você não está bem, busque ajuda e deixe que outras pessoas exerçam a
função de cuidadores neste momento.

Referências: TelePSI (https://telepsi.hcpa.edu.br/) e Organização Mundial


da Saúde, War Trauma Foundation e Visão Global internacional (2015).
Primeiros Cuidados Psicológicos: guia para trabalhadores de campo.
TELEPSI - EMERGÊNCIAS E DESASTRES
ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA EM CRISE
AVALIAÇÃO GERAL Sintomas comuns
Escuta Inicial Alterações no sono
AVALIAÇÃO

Queixa Principal Alterações de humor


GERAL

Investigar Sintomas Comuns Sintomas ansiosos, ataques de pânico


Investigar Histórico Psiquiátrico Preocupações somáticas
Investigar Condições de Saúde Física Álcool, drogas e outros comportamentos aditivos
Investigar Uso de Psicofármacos Traumas prévios

AVALIAÇÃO DE RISCOS Avaliar


Risco de Suicídio Comportamento de risco (e.g. álcool)
AVALIAÇÃO
DE RISCOS

Risco de Heteroagressão Comportamentos passados


Risco de Exposição Moral Eventos ativadores
Estado psiquiátrico atual
Fatores protetores

Baixo Moderado Alto

Pensamentos de morte ocasionais, sem Ideação suicida presente com maior Ideação suicida com planejamento
ideias suicidas intensas e persistentes, e intensidade e frequência, porém sem consistente e meios letais disponíveis;
sem planejamento. Comportamento planejamento consistente e/ou acesso a tentativa de suicídio recente. Rede de apoio
autolesivo crônico. meios letais. Bom suporte psicossocial com psicossocial frágil e ausente. Participantes
possibilidade de monitoramento. altamente impulsivos.
SUICÍDIO

Podem ser incluídos todos aqueles indivíduos


que não pensam na própria morte, em Qualquer pensamento suicida mais Tntativa ou plano definido de suicídio, que
suicídio ou em algum ato autolesivo, não são estruturado e frequente, história de tentativas têm meios para fazê-lo, que apresentem alta
impulsivos e não apresentam sofrimento de suicídio ou comportamento de risco. intencionalidade (desejo expresso, medidas
emocional importante. Possuem Indivíduos com ideias persistentes de suicídio, de preparo – como carta de despedida ou
pensamentos de morte ou de suicídio, mas mas sem um plano estruturado, com bom providências), com história de tentativa prévia
referem os mesmos como passageiros e suporte e apoio social, sem uso de (principalmente se esta teve alto potencial
geradores de desconforto, vistos como substâncias e sem história de comportamento letal), que apresentem desespero, angústia
absurdos, revelados como impossíveis e impulsivo. importante, tormento psíquico inconsolável,
fantasiosos. Podem descrever as ideias vagas desesperança, sem ver saída para seu
produzidas por processos de sofrimento ou problema ou sob influências de delírios ou
dor, mas nunca realmente planejadas. alucinações ou má adesão ao tratamento.

Baixo Moderado Alto

Sem fatores de risco e sem circunstâncias Presença de algum fator de risco maior Impulsos agressivos autuados, tendência à
HETEROAGRESSÃO

atuais de conflito normalmente para comportamento heteroagressivo impulsividade, ameaça verbal ou


relacionadas ao comportamento somado a pelo menos uma provável comportamento agressivo com alta
heteroagressivo. relação potencialmente conflituosa. intencionalidade, histórico de violência ou
agressividade, insight ausente.
O indivíduo demonstra tendência à
A despeito de alguma possível alteração do impulsividade ou refere dificuldades de conter Presença de conflito atual e com fatores de
tom de voz e de raiva expressa na sessão, o o impulso, mas o comportamento se relaciona risco maiores, com história de
(a) participante é capaz de conter impulsos mais a uma descarga verbal menor, com heteroagressividade, presença de um
agressivos, pensa sobre seus atos e protela potencial ofensivo baixo. Sem histórico de transtorno mental maior descompensado ou
comportamentos em momentos de conflito. É agressão física e ausência de um transtorno uso nocivo de substâncias. Não têm uma rede
possível tranquilizá-lo durante a sessão, e psiquiátrico maior descompensado. de apoio continente e não respondem bem ao
ele(a) é flexível quando exposto(a) a outro Participantes que têm uma rede de apoio manejo do profissional. Podem acionar-se
ponto de vista. Demonstra capacidade forte e respondem bem ao manejo do durante a sessão, ameaçar o próprio
empática e apresenta repertórios de resposta profissional. profissional ou irritarem-se com o confronto e
alternativos a atos agressivos. até mesmo com tentativas de tranquilização.

Baixo Moderados Alto

Sem fatores de risco ou, quando presentes, Presença de algum fator de risco maior Exposição moral marcada, expressa por
associados a comportamento adaptativo e para exposição moral, com percepção de condutas, comportamentos ou
EXPOSIÇÃO

respostas adequadas algum grau de prejuízo leve na imagem ou verbalizações marcadamente


integridade social ou financeira do inapropriadas, insight ausente.
indivíduo.
O indivíduo é capaz de regular seu Presença de sintomas exuberantes de
comportamento de acordo com as normas e O indivíduo demonstra algum grau de comportamento de exposição. Juízo crítico
convenções sociais. Seu comportamento não prejuízo com seu comportamento de prejudicado, com presença de sintomas
traz repercussões negativas importantes e exposição, mas aceita ajuda do profissional e maníacos ou psicóticos. O indivíduo não é
pode ser modificado pela intervenção na é capaz de modificá-lo. O juízo crítico está capaz de perceber ou de modificar seu
sessão. predominantemente mantido, sendo que a comportamento, não consegue aproveitar a
integridade social, moral ou sexual não está consulta e orientações.
particularmente prejudicada.
TELEPSI - EMERGÊNCIAS E DESASTRES
ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA EM CRISE
ENFRENTANDO A SITUAÇÃO Reassegurar enfrentamento e empregar
Pessoa com sofrimento esperado para a situação de estratégias preventivas tais como:
desastre, sem necessidades ou com todas as atividade física, sono, contato social,
necessidades básicas atendidas, sem demandas do alimentação, redução de fatores de risco
ponto de vista de saúde mental, sem riscos https://bit.ly/telepsivideo_exercicio
https://bit.ly/telepsivideo_sono
https://bit.ly/telepsivideo_alimentacao
https://bit.ly/telepsivideo_substancia
PREOCUPAÇÕES ELEVADAS
Pessoa com sofrimento intenso, frequente e
persistente. Ainda com necessidades básicas não
atendidas. Sem riscos ou com riscos leves para a
saúde mental

Sem receita para remédios Atualizar prescrições


Ansiedade generalizada Assista com a pessoa o vídeo:
https://bit.ly/telepsivideo_ansiedade
Ataques de pânico Assista com a pessoa o vídeo:
https://bit.ly/telepsivideo_respiracao
Considere uso de benzodiazepínicos
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

apenas em casos extremos ou refratários


a outras medidas.
Sintomas de TEA/TEPT Assista com a pessoa o vídeo:
https://bit.ly/telepsivideo_estresse
Evide uso de benzodiazepínicos que
podem piorar sintomas de TEA/TEPT
Luto e desesperança Assista com a pessoa o vídeo:
https://bit.ly/telepsivideo_luto
Piora de transtornos mentais Considerar aumento de dose das
medicações em uso
Abstinência álcool/drogas Considerar benzodiazepínicos

SOFRIMENTO CRÔNICO OU RISCO MODERADO EXEMPLO PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA


Transtorno mental leve a moderado, riscos
1. Reconhecer sinais de alerta para crise suicida
moderados.
- Pensamentos sobre me sentir inútil
- Briga com minha esposa
Considere contato com profissional 2. Identificação de estratégias de enfrentamento
assistente. Encaminhamento com - Ajudar os outros
prioridade para atendimento. Se risco de - Escutar minha playlist preferida
suicídio: plano de segurança. 3. Pessoas/lugares que podem ajudar na distração
- Ligar para minha filha
- Ir no centro espírita
SOFRIMENTO AGUDO OU RISCOS ELEVADOS 4. Pessoas que eu posso pedir ajuda
Transtorno mental grave, sintomas psicóticos, - Minha esposa Maria Telefone XXXXXXX
agressividade, riscos de suicídio, heteroagressão ou - MInha irmã Juliana Telefone XXXXXXX
exposição moral. 5. Profissionais/serviços em caso de crise
- CVV 188
- Meu clínico geral Dr. Pedro XXXXXXX
Encaminhamento com urgência para 6. Torne o ambiente seguro
emergência psiquiátrica ou hospitalização. - Analgésicos aos cuidados da minha esposa
Se risco de suicídio: plano de segurança - Não comprar bebidas para levar para casa

CUIDE DE SI MESMO. Se você não está bem, busque ajuda e deixe que outras pessoas exerçam a
função de cuidadores neste momento.

Referências: TelePSI (https://telepsi.hcpa.edu.br/) e Organização Mundial


da Saúde, War Trauma Foundation e Visão Global internacional (2015).
Primeiros Cuidados Psicológicos: guia para trabalhadores de campo.

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