Apostila Hidrologia As3

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Hidrologia

Escoamento Superficial

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª M.ª Luciana Vasques Correia da Silva

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Escoamento Superficial

• Introdução;
• Métodos de Estimativa do Escoamento Superficial.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Exercitar os principais métodos de dimensionamento da vazão de projeto de uma estru-
tura hidráulica.
UNIDADE Escoamento Superficial

Introdução
Escoamento superficial é a terminologia usada em hidrologia que define
o fluxo de água que ocorre na superfície do solo quando este se encontra
saturado de umidade. Um dos estudos da hidrologia ocorre a respeito do
escoamento, por meio do aproveitamento da água superficial que é acu-
mulada, e propor medidas que evitem possíveis danos provocados pelo
seu deslocamento.

Fonte: https://bit.ly/3KrWIRn

Por definição clássica, entende-se que escoamento superficial é o deslocamento das


águas na superfície da Terra, que origina enxurradas, córregos, ribeirões, rios, lagos ou
reservatórios de acumulação.

As precipitações são as principais fontes geradoras de escoamento superficial. A preci-


pitação que cai sobre uma área, pode ser interceptada pela vegetação, também pode infil-
trar no solo até sua saturação e ainda acumular-se nas depressões do solo. O excedente da
precipitação escoa pela superfície do solo, considerando que a intensidade da precipitação
supere a capacidade de infiltração do solo e as depressões tenham sido preenchidas.

Pinto et al. (1976) descrevem que a trajetória de um escoamento superficial é formada


pelo movimento das “águas livres”, sendo no início o escoamento de uma película laminar.
Quando as águas atingem os pontos mais baixos do terreno, inicia-se a formação da micro
rede de drenagem, a partir dessa micro rede, formam-se os cursos d’água, que dependem
da água superficial e da contribuição subterrânea, chamadas de “águas sujeitas”.

Portanto, a rede de drenagem de uma bacia hidrográfica é formada por um conjunto


dos cursos d’água, desde os menores córregos até o rio principal.

Figura 1 – Escoamento superficial


Fonte: Getty Images

Rede de drenagem ou rede hidrográfica: designa os sistemas naturais ou artificiais capazes


de drenar água superficial, em geral proveniente das chuvas; são compostos de canais conecta­dos
entre si, e a esse conjunto de canais conectados dá-se o nome de rede de drenagem.

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Componentes do Escoamento dos Cursos d’Água
O escoamento superficial começa algum tempo após o início da precipitação, devido
à interceptação dos vegetais e dos obstáculos, à saturação do solo e à acumulação nas
depressões do terreno. A interceptação e a acumulação tendem a reduzir no tempo e a
infiltração torna-se constante.

As precipitações chegam até o leito dos cursos d´água por alguns tipos de escoamento
(TUCCI, 2012):
• Escoamento superficial: cresce com o tempo, até atingir um valor constante durante
a precipitação, e decresce até cessar a partir do fim da precipitação;
• Escoamento subsuperficial (hipodérmico): ocorre nas camadas superiores do solo;
• Escoamento subterrâneo: contribuição que varia com o tempo e é responsável
pela alimentação do curso de água durante a estiagem;
• Precipitação direta sobre a superfície livre.

Figura 2 – Componentes do Escoamento dos Cursos de Água


Fonte: Adaptada de PINTO et al., 1976

Grandezas Características do Escoamento Superficial


As grandezas que caracterizam o escoamento superficial podem ser relacionadas à
precipitação ou às características físicas da bacia hidrográfica (CARVALHO, 2006):
• Bacia hidrográfica ou bacia de contribuição: é a área que recebe a água de chuva,
que, escoando sobre a superfície do solo, atinge a seção considerada;
• Vazão por definição: é o volume de água escoado por unidade de tempo em uma
determinada seção do curso de água. As vazões normais escoam normalmente no
curso d´água e as vazões de inundação ultrapassam o limite da capacidade normal
das seções de escoamento dos cursos d´água. A vazão específica ou contribuição
unitária expressa a relação entre a vazão de uma seção do curso d´água e a área da
bacia hidrográfica referente a essa seção;

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UNIDADE Escoamento Superficial

• Frequência de uma vazão em uma seção de um curso d´água: é o período de


retorno ou período de ocorrência durante o qual uma vazão pode ocorrer ou ser
superada apenas uma vez a cada (T) anos;
• Coeficiente de deflúvio ou coeficiente de escoamento superficial: é a relação
entre a quantidade total de água escoada pela seção e a quantidade total de água
precipitada na bacia hidrográfica;
• Tempo de concentração: é o intervalo de tempo desde o início da precipitação
para que toda a bacia passe a contribuir na seção em estudo;
• Nível de água: é a altura atingida pela água na seção de estudo em relação a uma
determinada referência em um intervalo de tempo.

Essas grandezas envolvidas no escoamento superficial são mensuradas na estação


fluviométrica, que possui a capacidade de medir e monitorar diversos parâmetros em
relação a rios, lagos, poços de uma bacia hidrográfica.

Figura 3 – Estação Fluviométrica


Fonte: Reprodução

Fatores Intervenientes do Escoamento Superficial


Carvalho (2006) relata que existem os fatores que determinam a quantidade de água
precipitada e os fatores que determinam a circulação da água na seção em estudo.

No primeiro grupo, são citadas a quantidade de vapor de água presente na atmosfera


e as condições meteorológicas e topográficas que podem interferir na movimentação
das massas de ar. Do segundo grupo, fazem parte a conformação da bacia hidrográfica
e as condições da superfície do solo, tais como o tipo de vegetação, a capacidade de
infiltração, e ainda as obras de controle e utilização da água a montante da seção.

Tucci (2012) relata a relação entre as maiores variações das vazões instantâneas no
curso d´água e as chuvas de alta intensidade, em uma mesma área da bacia hidrográfi-
ca. Essas maiores variações das vazões instantâneas também são associadas às maiores

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declividades do terreno, à maior declividade do curso d´água, às menores depressões
retentoras de água, às menores quantidades de água infiltrada, às menores áreas com
recobrimento vegetal e ao quão retilíneo é o traçado do curso d´água.

Exemplo de Monitoramento do Nível dos Rios.


Disponível em: https://youtu.be/b6vw5doEVfA

Métodos de Estimativa
do Escoamento Superficial
Os métodos para aferir o escoamento superficial podem ser divididos em grupos
(PINTO et al., 1976).

Método do Nível de Água


Esse método é considerado mais preciso, mas requer vários postos fluviométricos.
A determinação da quantidade de escoamento superficial de uma seção ocorre pela
medição do nível de água utilizando as réguas linimétricas ou por meio dos linígrafos,
que são equipamentos do posto fluviométrico.

Os dados das alturas do nível da água são utilizados para estimar a vazão em uma
determinada seção do curso d’água por meio de uma curva-chave, isto é, a cada altura
do nível de água corresponde uma vazão.

Figura 4 – Régua Linimétrica


Fonte: Reprodução

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UNIDADE Escoamento Superficial

Figura 5 – Curva-Chave do Curso d’água

Modelo Chuva-vazão Calibrados


O método apresenta uma boa precisão baseada na hidrógrafa (hidrograma ou fluvio-
grama). Hidrograma é a representação da resposta da bacia hidrográfica em relação a
uma dada precipitação, por meio de um gráfico que relaciona a vazão no tempo. Repre-
senta a curva de vazão registrada em uma seção de um curso de água derivada de uma
precipitação ocorrida em uma bacia hidrográfica.

Figura 6 – Exemplo de Níveis do Escoamento Superficial


Fonte: Adaptado de PINTO et al., 1976

A Figura 6 representa o comportamento do nível de água de um curso d´água e do


lençol subterrâneo. No início da precipitação, o nível de água do lençol contribuinte está
na posição MNO. Depois da infiltração, em que a deficiência de umidade do solo foi a
reposta, o nível de água do lençol freático cresce na posição PS. No mesmo instante,
devido­ao escoamento superficial, o nível de água na seção em estudo passa de N para R.

Hidrograma
Um hidrograma típico gerado por uma chuva intensa apresenta uma curva com
um pico único ou pode apresentar picos múltiplos se ocorrerem variações abruptas na
intensidade da chuva, uma sequência de chuvas intensas ou um recuo anormal do esco-
amento subterrâneo.
Porém, quando ocorrem enchentes maiores, o nível do curso de água eleva-se mais
do que o nível do lençol, então ocorre a inversão do movimento temporariamente.
A simulação do escoamento superficial no gráfico é necessária para separá-lo do esco-
amento do lençol de água e, assim, obter a precipitação efetiva que gerou o escoamento.
Na área urbana, a representação gráfica do escoamento é superficial, o tempo de
concentração é menor e a vazão de pico é maior do que em área rural.

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Figura 7 – Hidrograma de Bacias Urbana e Rural
Fonte: Adaptado de TUCCI, 2008

Observando a Figura 8, que representa o comportamento da vazão em uma seção de


um curso de água, constata-se que, após o início da precipitação, decorrido certo inter-
valo de tempo (t0), o nível da água começa a elevar-se. A vazão cresce desde o ponto A
até o ponto B (valor máximo). A duração da precipitação é menor ou igual ao intervalo
de tempo (t0) e (tB). Quando a precipitação termina, o escoamento superficial continua
durante certo tempo, e a curva de vazão vai decrescendo no trecho BC, chamada de
curva de depleção. A separação do escoamento superficial pode ser feita pelo método
gráfico, a partir do ponto A (vazão crescente). Prolonga-se a reta até o cruzamento com
a vertical do ponto B (vazão máxima). O ponto C fica em função do tempo de concen-
tração (tc) e, abaixo da linha ABC, está representado o escoamento do lençol de água.

Existem alguns fatores que podem intervir no hidrograma, tais como o relevo, o tipo
de cobertura, as condições iniciais de umidade do solo, as modificações artificiais (bar-
ramentos) e as características da precipitação.

Parte da precipitação que infiltra

Precipitação efetiva

Precipitação

B
Vazão

Escoamento superficial direto

C
A
D

Escoamento básico
t0 tA E tB tC Tempo

Figura 8 – Hidrograma Tipo


Fonte: Adaptado de CARVALHO, 2006

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UNIDADE Escoamento Superficial

O cálculo do volume escoado superficialmente utilizando o hidrograma é feito por


planimetria da área hachurada ABCA, que, uma vez verificada, e sabendo-se o valor
total precipitado, possibilita determinar o coeficiente de escoamento superficial (C):

VolTesc
C=
VolTprec

Em que:
• C → Coeficiente de escoamento superficial;
• VolTesc → Volume total escoado (área do hidrograma);
• VolTprec → Volume total precipitado (área do hietograma x área da bacia hidrográfica).
O volume total escoado (VolTesc) corresponde à área do gráfico do hidrograma da forma
(ABCA). Para o cálculo do valor, utiliza-se qualquer processo de aproximação como a
integração numérica.
Na determinação da precipitação efetiva (Pe), isto é, da precipitação que gera escoa-
mento superficial, utiliza-se a seguinte equação:

VolTesc
Pe =
ABH
Em que:
• Pe → Precipitação efetiva (metros);
• VolTesc → Volume total escoado (m3);
• ABH → Área total da bacia hidrográfica (m2).

Hidrograma Unitário
O Hidrograma Unitário é um dos métodos mais práticos disponíveis para determinar
a relação entre a precipitação e o hidrograma resultante.
Carvalho (2006) define hidrograma unitário como o hidrograma resultante de um
escoamento superficial unitário (1 mm, 1cm, 1 polegada) gerado por uma precipitação
efetiva uniforme distribuída sobre a bacia hidrográfica, com intensidade constante de
uma dada duração.
O hidrograma unitário permite calcular a resposta da bacia hidrográfica a eventos de
chuva diferentes, sendo que a resposta é a soma das respostas individuais.
Collischonn (2011) apresenta as três hipóteses básicas para determinar o comporta-
mento da bacia hidrográfica em relação a diferentes precipitações:
• Precipitações excedentes ou efetivas de mesmas durações produzem escoamentos
superficiais diretos com tempos iguais, isto é, chuvas com as mesmas durações
produzem hidrogramas com as mesmas bases (Figura 9);
• Duas precipitações excedentes ou efetivas de mesma duração, mas com volumes
escoados diferentes, formam hidrogramas em que as ordenadas (eixo y) são propor-
cionais aos correspondentes volumes escoados, isto é, precipitações com as mes-
mas durações, mas com alturas diferentes produzem hidrogramas com ordenadas
proporcionais aos volumes escoados (Figura 10);

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• Precipitações excedentes anteriores não influenciam a distribuição no tempo do
escoamento superficial direto de uma dada precipitação, isto é, não se considera o
efeito de memória da bacia hidrográfica (Figura 11).

Q Q Q
P1 P2 P3
d d d

D t D t D t

Figura 9 – Hidrogramas Unitários com mesma duração (D)


Fonte: Adaptado de COLLISCHONN, 2011

1 mm de precipitação efetiva em
toda a bacia com duração D
2 mm de precipitação efetiva em
toda a bacia com uma duração D

P P
Gera uma resposta na seção de saída Gera uma resposta na saída da
da bacia, o hidrograma unitário Q
bacia onde cada valor de vazão é
Q o dobro do hidrograma unitário

t t

Figura 10 – Proporcionalidade do Hidrograma Unitário


Fonte: Adaptado de COLLISCHONN, 2011

Figura 11 – Proporcionalidade do Hidrograma Unitário


Fonte: Adaptado de COLLISCHONN, 2011

Portanto, baseado nas hipóteses descritas anteriormente, em que se consideram as


chuvas de intensidade constante e a distribuição uniforme na bacia hidrográfica, tem-se
a equação a seguir:

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UNIDADE Escoamento Superficial

Q
QHU =
Pe

Em que:
• QHU → Vazão do hidrograma unitário;
• Q → Vazão;
• Pe → Precipitação efetiva.

Os dados fornecidos pelo hidrograma unitário são utilizados para definir hidrograma
de projeto, que determina a capacidade das obras de estruturas hidráulicas como gale-
rias de águas pluviais, bueiros rodoferroviários, vertedores, estruturas de proteção contra
­enchentes etc.

Hidrograma Unitário Sintético


As séries históricas de dados de uma bacia hidrográfica são de suma importância
para determinar o comportamento dos escoamentos durante uma precipitação, mas
em muitos casos esses dados são falhos ou inexistem. Para esta condição, utiliza-se o
hidrograma unitário sintético.

Os hidrogramas são formados por suas características de tempo de base, tempo de


pico e vazão de pico. Por meio da regionalização dessas características, e baseado nas
características físicas da bacia sem dados, determina-se o hidrograma unitário sintético
(TUCCI, 2012).

Existem alguns métodos para determinar o hidrograma sintético, sendo um deles o


hidrograma unitário sintético da Natural Resources Conservation Service, o método da
SCS (Soil Conservation Service).

Daee (1979) adaptou as condições do método para o Estado de São Paulo, sendo
utilizado para bacias hidrográficas urbanas.

Tucci (2012) apresenta algumas definições importantes para a determinação do hi-


drograma sintético:
• Retardo (t1): tempo entre os centros de massa da precipitação excedente e do cor-
respondente hidrograma de escoamento superficial;
• Pico (tp): tempo entre o centro de massa da precipitação excedente e o pico do
hidrograma de escoamento superficial. Sendo o tempo de pico aproximadamente
60% do tempo de concentração;
• Subida (Tp): tempo de início da precipitação excedente ao pico do hidrograma de
escoamento superficial. Considerado como a soma do tempo de pico (tp) com 50%
do valor da duração da precipitação (D);
• Base (tb): duração do escoamento superficial direto. Determinado pela soma do
tempo de pico (tp) e 67% a mais do tempo de subida (Tp);
• Concentração (tc): tempo de concentração já definido anteriormente;
• Recessão (tr): tempo transcorrido do pico ao fim do escoamento superficial do
hidrograma.

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Portanto, para se determinar as variáveis envolvidas no cálculo da vazão de pico (qp),
tem-se:
t p 0, 6 × tc
=

D
Tp= t p +
2
tb =Tp + 1, 67 × Tp

A vazão de pico do hidrograma unitário sintético de forma triangular é calculada


pela equação:
0, 208 × A
qp =
Tp

Em que:
• qp → vazão de pico do hidrograma unitário (m³/s);
• A → área (km2);
• Tp → tempo de subida (h).

Figura 12 – Proporcionalidade do Hidrograma Unitário


Fonte: Adaptado de COLLISCHONN, 2011

Orientações para Elaboração do Relatório de Instalação de Estações Hidrométricas.


Disponível em: https://bit.ly/3FbbIjt

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UNIDADE Escoamento Superficial

Modelo Chuva-vazão não Calibrados


Esse modelo com precisão moderada estima a vazão do escoamento produzido pelas
precipitações em determinada área.
Existem alguns métodos baseados em equações para determinar essa vazão, que
serão apresentados a seguir (TUCCI,2012):

Método Racional
Esse método é muito utilizado, mas sua aplicação é limitada a pequenas bacias (áreas
de estudo) com no máximo 2 km2. O método é aplicado para áreas com muitos dados
de chuva e poucos dados de vazão.

O método estima as máximas vazões em relação a uma determinada precipitação,


em que o tempo de duração (D) da chuva é considerado como o tempo de concentração
da bacia (tc).

Para as áreas urbanas que estão em constantes transformações, a análise do compor-


tamento das vazões é de suma importância.

A equação estima a vazão máxima de escoamento de uma determinada área sujeita a


uma intensidade máxima de precipitação, com um determinado tempo de concentração.

Q 0, 278 × C × i × A
=
Em que:
• Q → vazão (m³/s);
• C → Coeficiente de escoamento superficial;
• i → intensidade da precipitação (mm/h);
• A → área da bacia hidrográfica (km2).
O coeficiente de escoamento superficial (C) ou coeficiente de runoff, que foi citado
anteriormente nesta unidade, pode ser determinado por dados tabelados que relacionam
tipo de solo, declividade e cobertura vegetal da bacia em estudo.
Tucci (2021) apresenta os valores do coeficiente de escoamento superficial tabelados
em função do tipo de recobrimento da superfície da bacia e do tipo de solo, bem como
uma versão adotada pela Prefeitura de São Paulo:

Quadro 1 – Valores do Coeficiente C


C
Superfície
Intervalo Valor esperado
Pavimento
• Asfalto 0,70 – 0,95 0,83
• Concreto 0,80 – 0,95 0,88
• Calçadas 0,75 – 0,85 0,85
• Telhado 0,75 – 0,85 0,95
Cobertura: grama solo arenoso

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C
Superfície
Intervalo Valor esperado
• Plano (2%) 0,05 – 0,10 0,08
• Médio (2 a 7%) 0,10 – 0,15 0,13
• Alta (7%) 0,15 – 0,20 0,18
Grama, solo pesado
• Plano (2%) 0,13 – 0,17 0,15
• Médio (2 a 7 %) 0,18 – 0,22 0,20
• Declividade alta (7%) 0,25 – 0,35 0,30
Fonte: Adaptada de TUCCI, 2012

Quadro 2 – Valores do Coeficiente C para áreas rurais


Tipo de Área C’
Topografia
Terreno plano, declividade de 0,2-0,6 m/km 0,30
Terreno, declividade de 3-4 m/km 0,20
Morros, declividade de 30-50 m/km 0,10
Solo
Argila impermeável 0,10
Permeabilidade média 0,20
Arenoso 0,40
Cobertura
Áreas cultivadas 0,10
Árvores 0,20
Fonte: Adaptada de TUCCI, 2012

Quadro 3 – Valores do Coeficiente C adotados pela Prefeitura de São Paulo


Zonas C
Edificação muito densa: partes centrais, densamente construídas de uma
0,70 – 0,95
cidade com ruas e calçadas pavimentadas.
Edificação não muito densa: partes adjacentes ao centro, de menos densi-
0,60 – 0,70
dade de habitações, mas com ruas e calçadas pavimentadas.
Edificações com poucas superfícies livres: partes residenciais com constru-
0,50 – 0,60
ções cerradas, ruas pavimentadas.
Edificações com muitas superfícies livres: partes residenciais com ruas
0,25 – 0,50
macadamizadas ou pavimentadas.
Subúrbios com alguma edificação: partes de arrabaldes e subúrbios com
0,10 – 0,25
pequena densidade de construção.
Matas, parques e campos de espertes: partes rurais, áreas verdes, superfí-
0,05 – 0,20
cies arborizadas, parques ajardinados, campos de esporte sem pavimentação
Fonte: Adaptada de TUCCI, 2012

Informações sobre hidrometria. Disponível em: https://bit.ly/3D8OAl0

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UNIDADE Escoamento Superficial

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Associação Brasileira de Recursos Hídricos
https://bit.ly/3F45eCT

Livros
Hidrologia – Engenharia e Meio Ambiente
PIMENTEL, L. Hidrologia – Engenharia e Meio Ambiente. Grupo GEN, 2015.
9788595155510. (e-book)

Vídeos
Método Racional
https://youtu.be/RdkoJr0lP4s

Leitura
Influência da Precipitação no Escoamento Superficial em uma Microbacia Hidrográfica
do Distrito Federal
https://bit.ly/3n8slpP

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Referências
CARVALHO, D. F. de; SILVA, L. D. B. Notas de aula. Disciplina de Hidrologia.
UFRRJ, 2006.

COLLISCHONN, W.; TASSI, R. Introduzindo Hidrologia – versão 8. [S.I.]: IPH


UFRGS, 2011.

DAEE. Boletim Técnico do Departamento de Águas e Energia Elétrica. São


Paulo-SP, 1979.

PINTO, N. S. et al. Hidrologia Básica. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1976.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia Ciência e Aplicação. 4 ed. São Paulo: Editora ABRH, 2012.

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