Aula Escoam Superficial

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Infiltração

Escoamento
Superficial
Escoamento superficial
Escoamento superficial

• O escoamento superficial é o segmento do ciclo hidrológico caracterizado pelo deslocamento da água na


superfície dos terrenos e nos cursos d’água que se formam nos fundos de vale;

• Origem, fundamentalmente, nas precipitações e constitui, para o engenheiro, a mais importante das fases do
ciclo hidrológico, uma vez que a maioria dos estudos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à
proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento (erosão do solo, carreamento de sedimentos,
inundação...);

• o escoamento superficial abrange tanto o excesso da precipitação com a ocorrência descrita, referido como
escoamento superficial direto ou runoff, até o escoamento da água na calha do rio, riacho ou ribeirão. Nesse
caso, o fluxo que se forma ou se soma ao curso d’água provém tanto do excesso da precipitação como da
alimentação oriunda das águas subterrâneas.
FATORES QUE INFLUENCIAM O ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Os principais fatores que exercem influência no escoamento superficial são de natureza :

• climática (relacionados à precipitação);


• fisiográficos (determinados pelo relevo da bacia) e,
• decorrentes da ação antrópica (uso do solo e obras hidráulicas no rio e seu entorno).

a) Fatores climáticos:
• Os fatores de natureza climática que influenciam o escoamento superficial decorrem, basicamente, da
intensidade e da duração da precipitação. Complementarmente, o escoamento superficial é influenciado ainda
pelas características físicas e condições de umidade do solo, que determinam a infiltração.

• Em relação a essas influências, pode-se afirmar: quanto maior a intensidade da precipitação, mais rapidamente o
solo atingirá a sua capacidade de infiltração, situação em que o excesso da chuva produzirá, então, o
escoamento superficial;

• quanto maior a duração da precipitação, maior a oportunidade de ocorrer escoamento superficial;

• a precipitação que ocorre em solo já úmido, devido a uma chuva anterior, terá maior chance de produzir
escoamento superficial.
b) Fatores fisiográficos

• Além das grandezas que caracterizam fisicamente o solo, como a capacidade de infiltração e a
permeabilidade, os fatores fisiográficos mais importantes a influenciar o escoamento superficial são a área, a
topografia e a forma da bacia hidrográfica;

• A influência da área da bacia hidrográfica é inequívoca, pois esta corresponde à superfície coletora da água
de chuva: quanto maior a extensão da bacia, maior, portanto, a quantidade de água de chuva que ela pode
captar;

• A área constitui-se em elemento básico para o estudo das demais características físicas da bacia hidrográfica,
que determinam o escoamento superficial. Ainda a respeito da influência da forma da bacia sobre o
escoamento superficial, pode-se afirmar que, para chuvas intensas, as bacias mais compactas tendem a
concentrar o escoamento no canal principal, aumentando os riscos de inundação;

• Em relação à influência das características do solo, tem-se que, para uma dada chuva, quanto maior a
capacidade de infiltração, menor o escoamento superficial gerado;

• A permeabilidade do solo, por sua vez, influi diretamente na capacidade de infiltração, isto é, quanto mais
permeável for o solo, maior a taxa de infiltração e, portanto, maior a quantidade de água que o solo poderá
absorver pela superfície, por unidade de tempo. Assim, ao aumento da permeabilidade do solo corresponde
a diminuição do volume do escoamento superficial direto
b) Fatores fisiográficos

• A respeito da influência dos fatores físicos da bacia, é interessante destacar que:

• Em uma dada seção transversal de um curso d’água, as variações das vazões instantâneas decorrentes das
chuvas intensas serão tanto maiores quanto menor for a área da bacia de contribuição a montante dessa
seção;

• Para uma mesma área da bacia de contribuição, as variações das vazões instantâneas no curso d’água serão
tanto maiores e mais dependerão das chuvas de alta intensidade:

• quanto maiores forem as declividades do terreno;

• quanto menores forem as depressões acumuladoras de água;

• quanto mais retilíneo for o traçado do curso d’água;

• quanto maior for a declividade do curso d’água;

• quanto menores forem as quantidades de água infiltrada; e

• quanto menores forem as áreas cobertas por vegetação


c) Obras hidráulicas construídas na bacia hidrográfica

• As obras hidráulicas modificam o efeito das chuvas intensas em uma bacia hidrográfica. Uma barragem, por
exemplo, acumulando a água em seu reservatório, reduz os picos de vazão e retarda a sua propagação para
jusante.

• A presença da barragem propicia, ainda, a regularização das vazões nos cursos d’água: as águas reservadas
nos períodos chuvosos podem perenizar os cursos d’água intermitentes, ou permitir a manutenção de uma
vazão aproximadamente constante a jusante, sobretudo nos períodos de estiagem.

• Já a retificação de um rio tem efeito inverso ao do retardamento produzido pela barragem: em um curso
d’água retificado, tem-se aumentada a velocidade do escoamento superficial.

• Ainda, a derivação de água de ou para a bacia (transposição), o uso da água na irrigação, o consumo em
áreas urbanas e a drenagem do terreno são outros importantes fatores a serem considerados.
Grandezas - escoamento superficial
• As principais grandezas que caracterizam o escoamento superficial em uma bacia hidrográfica são:

• a vazão do curso d’água principal;

• o coeficiente de escoamento superficial (coeficiente de runoff) da bacia;

• a precipitação efetiva (precipitação excedente);

• o tempo de concentração;

• a frequência de ocorrência dos diferentes valores de vazão e os níveis de água que se correlacionam a estas
vazões.
a) Vazão
• A vazão ou descarga superficial (Q), é a medida do volume de água que atravessa a seção transversal ao escoamento, na unidade de
tempo. Esse volume escoado na unidade de tempo, que é a principal grandeza a caracterizar o escoamento superficial, tem suas unidades
de medida normalmente expressas em m3/s, para rios, e em L/s, para pequenos cursos d’água.

• Como informações que caracterizam a bacia hidrográfica, é comum empregarem-se as magnitudes das vazões máximas, médias e mínimas
do seu curso d’água principal. E como elemento comparativo entre bacias, é costume referir-se à vazão por unidade de área da bacia,
chamada de vazão específica (q):

q = Q/A.
[l/s/km2]
b) Coeficiente de escoamento superficial
• O coeficiente de escoamento superficial, coeficiente de deflúvio superficial, ou, ainda, coeficiente de runoff (C), é
definido pela razão do volume de água escoado superficialmente por ocasião de uma chuva (Vols) pelo de água
precipitada (VolT):

C = VolS /VolT OU C=Q/P

Esse coeficiente, que pode se referir a uma chuva isolada ou corresponder a um intervalo de tempo no qual várias
chuvas ocorreram, é um conceito sempre presente em estudos voltados para a previsão da vazão de enchente
produzida por uma chuva intensa, particularmente no dimensionamento de obras de drenagem. Na prática, conhecido
o coeficiente de runoff para uma determinada chuva intensa de dada duração, pode-se determinar o escoamento
superficial de outra precipitação intensa de magnitude diferente da primeira, mas de mesma duração.
b) Coeficiente de
escoamento superficial

• https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-manuais/vigentes/715_manual_de_hidrologia_basica.pdf
c) Precipitação efetiva ou excedente
• A precipitação efetiva ou excedente, hs ou Pef, é a medida da altura da parcela da chuva caída que provoca o
escoamento superficial. É normalmente referida a um determinado intervalo de tempo da duração da chuva,
ou à duração total da chuva, em eventos complexos.

• Para eventos simples, a precipitação efetiva pode ser calculada em termos de uma altura de lâmina de água,
definida pela razão do volume escoado superficialmente (Vols), pela área da projeção horizontal da superfície
coletora, A.
Intensidade de precipitação: é a relação
entre a altura pluviométrica e a duração da

Pef = Vols/ A ou Pef = C × P precipitação expressa, geralmente em


mm.h -1 ou mm.min-1;

• Pode-se, ainda, referir-se à intensidade da chuva efetiva (ief)

ief = C × i
d) Tempo de concentração
O tempo de concentração de uma bacia hidrográfica (tc) é o intervalo de tempo, contado a partir do início da
chuva, necessário para que toda a bacia passe a contribuir com a vazão na seção exutória.

Esse tempo pode referir-se a uma seção transversal qualquer, quando, então, corresponderá ao tempo
necessário para que toda a área de drenagem a montante contribua com a vazão na seção considerada.

O tempo de concentração refere-se à soma do tempo de encharcamento da camada superficial do solo com o
tempo que a partícula da água de chuva, que cai no ponto mais remoto da área de drenagem, leva para,
escoando superficialmente, atingir a seção considerada. Na prática, quando se trata de chuvas intensas, o
tempo de encharcamento costuma ser desprezado.

Fórmula Kirpich (1940) 𝑡𝑐 = 3,989. 𝐿 0,77 . 𝑆 −0,385 Equação de Watt e Chow 𝑡𝑐 = 7,68 𝐿 𝑆 0,5 0,79
tc = tempo de concentração (min) tc = tempo de concentração (min)
L = comprimento do curso d’água principal (km) L = comprimento do curso d’água principal (km)
S = declividade do curso d’água principal S = declividade do curso d’água principal
com declividade de 3 a 10% e área máxima de 0,5 km² ;
Retrata o escoamento em superfícies e canais ;
Bons resultados para bacias de até 5840 km²
Quando L > 10km, tc pode ser subestimada
e) Frequência e período de retorno

Para um dado intervalo de tempo de observação das vazões em uma seção do curso d’água, a frequência de
uma vazão Q0 é representada pelo número de ocorrências da mesma nesse intervalo. Na análise do
escoamento provocado por chuvas intensas, a frequência representa, mais propriamente, o número de vezes
que a vazão Q0 tem sua magnitude igualada ou superada num dado intervalo de tempo considerado.

Nas aplicações práticas, a frequência da vazão Q0 F(Q0), é expressa, em geral, em termos do período de
retorno, Tr, também conhecido como tempo ou intervalo de recorrência.

O período de retorno ou intervalo de recorrência corresponde ao tempo médio, em anos, em que o evento de
magnitude Q0 igualado ou superado pelo menos uma vez. Assim:

Tr = 1/ F(Q0)
Escoamentos
Hidrograma
Hidrograma
Efeito da urbanização sobre um hidrograma.

• Fluxo de base normal é


indicado pela linha azul-escuro.
• A linha roxa indica a descarga
depois de uma tempestade,
antes da urbanização.
• Com a urbanização, o fluxo de
descarga aumenta
dramaticamente, como
mostrado pela linha azul clara.

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