Angela Sayuri Maruyama Takeda

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ANGELA SAYURI MARUYAMA TAKEDA

A TELEODONTOLOGIA COMO UM POSSÍVEL RECURSO


PARA A SAÚDE PÚBLICA.

Londrina
2021
ANGELA SAYURI MARUYAMA TAKEDA

A TELEODONTOLOGIA COMO UM POSSÍVEL RECURSO


PARA A SAÚDE PÚBLICA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Estadual de Londrina - UEL, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Odontologia.

Orientadora: Profa. Dra. Gabriela Fleury Seixas

Londrina
2021
ANGELA SAYURI MARUYAMA TAKEDA

TÍTULO DO TRABALHO:

A TELEODONTOLOGIA COMO UM POSSÍVEL RECURSO PARA A


SAÚDE PÚBLICA.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estadual
de Londrina - UEL, como requisito
para a obtenção do título de Bacharel
em Odontologia.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Gabriela Fleury Seixas


Profa. Orientadora
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Prof. Dr. Pablo Guilherme Caldarelli


Prof. Membro 2
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, 30 de abril de 2021.


AGRADECIMENTOS

Tornar-me Cirurgiã-dentista é um sonho que se iniciou desde que a


adolescência quando observava a minha mãe ajudando a cuidar de sorrisos. Este
sonho está perto de se tornar realidade e, portanto, tenho muito a agradecer à todas
as pessoas que foram essenciais nessa trajetória.

Primeiramente, agradeço a Deus por iluminar meu caminho e me abençoar


durante todo esse ciclo que se acaba.

Agradeço à toda minha família, em especial aos meus pais, por proporcionar
que este sonho fosse realizado, entendendo todas minhas ausências e dando todo
suporte possível sem medir esforços.

Agradeço ao meu namorado, por me trazer confiança e força nos momentos


de dificuldades para conseguir seguir em frente.

Agradeço a todos os colegas pelas ajudas nos momentos mais complicados


dessa formação acadêmica.

Agradeço aos professores pelos preciosos ensinamentos, em especial ao


professora Gabriela Fleury Soares, que aceitou o convite de participar da construção
deste trabalho, me orientando e auxiliando neste projeto.

Por fim, tenho grande gratidão a todos que tiveram influência direta ou indireta
na participação deste projeto.
“Toda ação humana, quer se torne
positiva ou negativa, precisa depender
de motivação”
Dalai Lama
TAKEDA, Angela Sayuri Maruyama. A Teleodontologia como um possível recurso
para saúde pública. 2021.Número de folhas 18. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Odontologia) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual
de Londrina, Londrina, 2021.

RESUMO

Nos últimos anos a tecnologia vem ganhando espaço em várias partes da nossa vida
e sua utilização impacta diretamente no nosso meio. A última década mostrou grande
avanço na aplicação da tecnologia da informação na área da saúde - e a Odontologia
não deixaria de ser impactada por tais avanços. Hoje em dia observa-se diferentes
meios eletrônicos sendo utilizados para transferência de informações em cuidados de
saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a incorporação de
ferramentas de tecnologia de informação (TI) como instrumento político e estratégico
no planejamento e na execução de ações em saúde. No Brasil, essa ferramenta vem
sendo incorporada há alguns anos a fim de diminuir a disparidade de informações no
território nacional. A disseminação do uso de TI na área da Odontologia tomou uma
proporção ainda maior após o decreto de pandemia da COVID-19 em março de 2020,
visto que a atividade clínica odontológica ficou restrita pelo alto risco de contágio
durante a execução dos procedimentos. Apesar das possibilidades sancionadas pelo
Conselho Federal de Odontologia (CFO) ainda serem limitadas, a iniciativa da
legalização de algumas atividades de odontologia remota mostra um importante ponto
de partida para a retomada dos cuidados bucais. O acompanhamento das
experiências publicadas em todo o mundo pode sugerir ao CFO uma possível inclusão
de procedimentos a serem realizados à distância, possibilitando aumentar a atuação
profissional, especialmente em locais ou momentos que dificultem a consulta
presencial.

Palavras-chave: Teleodontologia; Atenção à Saúde; Odontologia em Saúde Pública


TAKEDA, Angela Sayuri Maruyama. Teledentistry as a possible resource for public
health. 2021. Número de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Odontologia ) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2021.

ABSTRACT

In recent years, technology has been gaining ground in various parts of our lives and
its use directly impacts our environment. The last decade showed a great advance in
the application of information technology in the health area - and Dentistry would not
fail to be impacted by such advances. Nowadays, different electronic means are being
used to transfer information on health care. The World Health Organization (WHO)
recommends the incorporation of information technology (IT) tools as a political and
strategic instrument in the planning and execution of health actions. In Brazil, this tool
has been incorporated for some years in order to reduce the disparity of information in
the national territory. The spread of the use of IT in the area of Dentistry takes an even
greater proportion after the COVID-19 pandemic decree in March 2020, as the clinical
dental activity was restricted by the high risk of contagion during the execution of the
procedures. Although the possibilities sanctioned by the Federal Council of Dentistry
(CFO) are still limited, an initiative to legalize some remote dentistry activities shows
an important starting point for the resumption of oral care. The monitoring of
experiences published around the world may suggest to the CFO a possible inclusion
of procedures performed at a distance, making it possible to increase professional
performance, especially in places or moments that hinder face-to-face consultation.

Key-words: Teledentistry; Health care; Public Health Dentistry


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 METODOLOGIA

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Requisitos técnicos básicos


3.2 Diretrizes Nacionais /Requisitos Éticos e Legais no Brasil
3.3 Contexto atual
3.4 Cuidados na atenção básica e suas possibilidades.

4 CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO

O termo “Teleodontologia” começou a ser utilizado de forma mais enfática


recentemente, e apesar de não ser algo novo ainda não existe um consenso sobre
suas definições. Segundo FOLKE LE (2001), este termo surgiu derivado da
Telemedicina, que pode ser definido como o uso da tecnologia da informação e
comunicação para promover troca de informações e dados, além de prover serviços
da saúde em situações em que haja necessidade de transpor barreiras geográficas,
temporais, sociais e culturais. O surgimento do termo Teleodontologia ocorreu como
parte de um projeto de informatização odontológica, elaborado em uma conferência
financiada pelo Westinghouse Electronics Systems Group, em Baltimore, 1989. A
ênfase maior da discussão, nesse momento, estava em como se utilizaria a
informática na prática odontológica (CHEN et.al, 2003). Atualmente, a informática já
está incorporada em diversas etapas da prática odontológica, como a utilização de
Prontuário Eletrônico, utilização de softwares para realização de planejamentos
clínicos e simulações. O novo desafio da teleodontologia é a possibilidade de inclusão
de procedimentos realizados por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICS) como realização de teleconsultas, capacitação online de profissionais, etc.
A prática de odontologia remota vem cada vez mais tendo o seu espaço, tanto
na relação entre profissional cirurgião-dentista e seu paciente, como no
compartilhamento de informações e discussão de casos entre profissionais da mesma
área, servindo como alternativa para diminuir as fronteiras físicas e geográficas e
melhorar o acesso de especialistas a diversas áreas do nosso país (CLARK, 2000).
Sendo assim, com essa possibilidade de troca de conhecimentos, há um potencial de
diminuir as disparidades na saúde bucal entre as comunidades rurais e urbanas de
forma mais efetiva, rápida e econômica. Levando em consideração os enormes
avanços no campo da tecnologia da informação e comunicação, a teleodontologia
pode ajudar a trazer cuidados de saúde especializados para as regiões mais remotas
do mundo.
A troca e coleta de informações e conhecimentos por meio da tecnologia da
informação tornou-se mais necessária a partir de março de 2020, após a declaração
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de estado de pandemia pelo avanço da
COVID-19. As recomendações para o controle da disseminação da doença incluíram
10

distanciamento social, e paralisação de atividades não-essenciais (AAPA,2020).


Nesse momento, a prática odontológica na rede pública ficou restrita ao atendimento
de urgências e emergências odontológicas, e o Conselho Federal de Odontologia
(CFO) pôde atualizar e regulamentar algumas atividades que pudessem ser realizadas
à distância pelo cirurgião-dentista, de maneira que o acolhimento e orientações
pudessem ser realizadas de maneira remota.
Diante disso o objetivo do estudo presente, foi analisar as possibilidades já
previstas e executadas na saúde pública hoje e sugerir novas possibilidades para
assim ampliarmos o leque de execução do cirurgião-dentista.
11

3 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura a respeito do tema


“Teleodontologia” e “Saúde pública”.
A busca pelos artigos selecionados foi realizada em base de dados nacionais
(Lilacs) e Google Acadêmico e internacionais (Pubmed). Foram utilizados os termos
“teleodontologia/teledentistry” E/AND “saúde pública/public health” como palavras-
chave.
Não houveram critérios definidos de inclusão e/ou exclusão. A seleção foi
realizada de acordo com a leitura dos resumos disponibilizados e interpretação da
autora quanto à relevância do artigo.
12

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Contexto atual

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o


estado de pandemia da COVID-19, uma doença com quadro de infecção pulmonar,
que foi reportada inicialmente na cidade de Wuhan (China) e causa sintomas de uma
síndrome respiratória aguda grave. O agente biológico causador de tal condição é um
coronavírus, tipo de vírus conhecido por outras duas epidemias do século XXI: a SARS
(2002) e a MERS (2011). A COVID-19 se difere dessas outras epidemias por sua alta
e rápida disseminação pelo fato de ter um longo período de incubação e ser letal. A
COVID-19 apresenta relação especial com a odontologia, à medida que estudos
indicam sítios da cavidade oral como possíveis focos de entrada do coronavírus nas
células do hospedeiro humano. Trabalhos realizados com outros coronavírus em
animais, demonstram que receptores de angiotensina presentes nos ductos das
glândulas salivares, podem ser o alvo primário de invasão celular do patógeno (LIU L.
et al., 2011).

Alguns estudos já demonstram que há expressão do SARS-CoV-2 na saliva


(PEDROSA et. al.,2020) evidenciando a possibilidade de diagnóstico seguro através
na análise desse fluido, (XU et al., 2020). A presença do vírus de forma abundante na
saliva torna preocupante a biossegurança durante o atendimento odontológico,
também pela proximidade do profissional com o paciente durante os procedimentos
(GAMIO, L, 2020).

Observando o alto risco de contágio nos consultórios odontológicos, protocolos


clínicos foram desenvolvidos (SILVA et. al.,2020) por agências institucionais ligadas à
saúde e odontologia, priorizando a segurança e o bem-estar de profissionais e
pacientes adultos e crianças (AAPD, 2020). As agências reguladoras de saúde
orientaram que, durante o período de pandemia, quando possível, tratamentos
eletivos devem ser evitados, priorizando procedimentos de urgência como dor,
edema, hemorragia e trauma dentoalveolar (AMORIM et al., 2020).
“Diante da paralisação dos atendimentos eletivos, cabe uma reflexão: “Qual o
13

significado do cuidado odontológico na saúde do usuário?” A Odontologia poderá


deixar de atender os pacientes com doenças crônicas (cardíacos, diabéticos,
tabagistas e etilistas)? Como fazer busca de câncer de boca no contexto do
isolamento social? Como fazer atividades do Programa de Saúde na Escola (PSE)
sem aulas presenciais? “(CARRER,2020)
Assim, as consultas de prevenção e educação em saúde bucal ficaram, durante
esse período crítico, suspensas na rede pública nacional. Essa paralização nas
atividades preventivas odontológicas poderá repercutir negativamente na condição de
saúde bucal da nossa população, e justificou a legalização pelo CFO de diversos
procedimentos a serem realizados à distância.

3.2 Requisitos técnicos básicos

Essa proposta de atividades à distância que auxiliem o exercício da odontologia


é sustentada pelo uso da internet, sendo essa a base capaz de transportar grandes
quantidades de dados. A ampla utilização dessa ferramenta fez com que Levy (1996)
afirmasse que a importância da internet nas formas de produção cultural é comparável
com a invento da escrita. Mudanças na última década na velocidade e método de
transferência de dados levaram os profissionais da área da saúde e especialistas em
tecnologia da informação a reavaliar a teleodontologia como uma ferramenta de saúde
altamente valiosa. Um estudo conduzido por Nainar et al.(2002) mostrou que a maioria
dos consultórios odontológicos pediátricos em Connecticut estavam conectados à
internet, e com isso a possibilidade de trocas de informações entre os
profissionais. Corrêa et al.(2003) avaliou um curso prático baseado na Web sobre
princípios de cirurgia oral e concluiu que os cursos de aprendizagem à distância
baseados na Web com módulos práticos devem ser considerados como um tipo
especial de modalidade educacional com resultados satisfatórios (ensino híbrido).
Assim, a implantação da Internet e conexões de banda larga de alta velocidade
continuam sendo os pilares da teleodontologia moderna e possibilitam a utilização
dessa valiosa ferramenta auxiliar.
O uso da rede de dados para a realização das atividades da Teleodontologia
poderá ser acessado através de diversos dispositivos, como computadores, tablets ou
14

aparelhos celulares. A ampla disseminação de dispositivos com acesso à internet


permite que o sistema público de saúde possa organizar e apresentar a
teleodontologia como método auxiliar tanto para a realização de atividades
educacionais para os profissionais, quanto para atividades complementares entre os
profissionais e pacientes (Reddy, 2011).

3.3 Diretrizes Nacionais /Requisitos Éticos e Legais no Brasil

Nesse novo contexto mundial, pós o decreto de pandemia da COVID-19 causada


por um vírus sendo assim altamente contagiosa, tiveram que ser estabelecidas novos
meios de se executar a odontologia e o Brasil nesse meio estabeleceu normas afim
de flexibilizar a odontologia a distância.
Diante disso então, foram estabelecidas a utilização das telecomunicações a favor
da saúde, o Conselho Federal de Odontologia aprovou algumas orientações sobre as
possibilidades da Teleodontologia, pela Resolução 226/2020, em junho de 2020,
transcrita a seguir:

“Art. 1º. Fica expressamente vedado o exercício da Odontologia a distância, mediado


por tecnologias, para fins de consulta, diagnóstico, prescrição e elaboração de plano
de tratamento odontológico.

Art. 2º. Será admitido o telemonitoramento realizado por Cirurgião-Dentista, que


consiste no acompanhamento à distância dos pacientes que estejam em tratamento,
no intervalo entre consultas, devendo ser registrada no prontuário toda e qualquer
atuação realizada nestes termos.

Art. 3º. Admite-se também, enquanto durar o estado de calamidade pública declarado
pelo Governo Federal, a teleorientação realizada por Cirurgião-Dentista com o objetivo
único e exclusivo de identificar, através da realização de questionário pré-clínico, o
melhor momento para a realização do atendimento presencial.
15

Art. 4º. É vedada às operadoras de planos de saúde odontológicos e demais pessoas


jurídicas, a veiculação de publicidade e propaganda utilizando o termo
``TELEODONTOLOGIA.

Parágrafo único: Não será permitida a realização da teleorientação e do


telemonitoramento por centrais de atendimento ou qualquer outro meio que centralize
o recebimento de demandas e as distribua automaticamente.

Art. 5o. A Telessaúde na Odontologia, como estratégia de e-saúde (Saúde Digital) no


âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), deverá observar os princípios e diretrizes
disciplinados nesta Resolução, bem como às disposições legais que a regem.

Art. 6o. A responsabilidade profissional do atendimento cabe ao cirurgião-dentista


assistente do paciente. Os demais envolvidos responderão solidariamente na
proporção em que contribuírem por eventual dano ao mesmo.

Art. 7o. A não observância dos termos desta Resolução é considerada infração ética
de manifesta gravidade para fins de processo ético.

Parágrafo único: Compete ao Conselho Regional a fiscalização e a adoção de

Medidas administrativas e/ou judiciais para o cumprimento do disposto nesta


Resolução.” (Guia de esclarecimento, Resolução 226/2020).

A partir da publicação desta resolução, podemos observar que as principais


possibilidades da Teleodontologia no Brasil, atualmente, são: o atendimento de
pacientes que já deram início ao tratamento e estão impossibilitados de voltar ao
consultório, por qualquer motivo; pacientes que tenham alguma dúvida sobre o
quando retomar a ida ao consultório; e também sobre a odontologia já praticada por
meio dos canais de remotos no Sistema Único de Saúde (SUS), que consiste no
atendimento propriamente dito com o Cirurgião-Dentista e a possibilidade da troca
de informações e opiniões com outros profissionais a distância. A nova normativa
16

regulamenta a realização de telemonitoramento no intervalo entre consultas dos


pacientes já iniciados o tratamento, sendo obrigatório o registro em prontuário.

Dessa forma, também estão vedados o exercício da Odontologia a distância,


mediado por tecnologias, para fins de consulta, diagnóstico, prescrição e elaboração
de plano de tratamento odontológico, previsto no artigo 1º da normativa, para os
atendimentos na rede pública, porém permitida a teleorientação dos pacientes, se
realizadas pelo próprio Cirurgião-Dentista. Assim sendo só é permitido o
telemonitoramento e a teleorientação.

3.4 Cuidados na atenção básica e suas possibilidades.

Os protocolos de atendimento odontológico têm que ser pensados criando


quatro momentos distintos: triagem do paciente, períodos pré-operatório, operatório e
pós-operatório (AMORIM et al., 2020). Millones-Gómez (2020) argumenta que o uso
TICs pode auxiliar e otimizar o tempo clínico, sendo possível o uso dessas ferramentas
para o preenchimento da ficha clínica e controle pós operatório, por exemplo.
No processo de cuidado é fundamental levar em consideração a interação com o
paciente. Para que a utilização das TICs seja aceita pelos pacientes, é muito
importante informar às pessoas de forma clara e objetiva sobre toda a situação de
risco de contaminação durante a pandemia, e a importância de responder
adequadamente às perguntas. Além disso, os profissionais devem possuir um termo
de consentimento sobre o risco a que se auto expõe e expõe o próximo durante os
atendimentos odontológicos em período de risco biológico (RÖSING et al., 2020).
Além disso essa ferramenta de TICs permite ampliar as formas de capacitação e
qualificação dos trabalhadores através de oferta de cursos, aperfeiçoamento, fazendo
assim uma educação permanente em saúde dos profissionais da rede de serviços,
fortalecendo a integração ensino-serviço e ampliando as oportunidades de aplicar
metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem. (Caldarelli et.al 2016).
“Assim, a pandemia da COVID-19 surge no contexto da odontologia como uma
oportunidade para que não apenas desafios sejam enfrentados, mas também para
que os serviços, dos profissionais e os próprios indivíduos, usuários ou não do sistema
público de saúde, repensem suas práticas e atitudes” (DITTERICH et. al,2021).
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4 CONCLUSÃO

A crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, somada à crise


política no Brasil, durante os anos de 2020 e 2021, sugere um atraso significativo no
diagnóstico precoce de lesões bucais. O acúmulo de necessidades odontológicas
previsto, pela paralisação das atividades odontológicas eletivas no âmbito público,
possivelmente irá causar um impacto financeiro e social importante, além da piora da
condição bucal do brasileiro. A utilização da Teleodontologia especialmente durante o
período da pandemia, pode auxiliar na redução de barreiras geográficas em países
com dimensões territoriais extensas, como por exemplo o Brasil, e possibilitar o
acolhimento e minimização de agravos bucais. A teleorientação e o telemonitoramento
são exemplos que já permitem uma retomada parcial dos cuidados em saúde bucal
no SUS, no entanto é necessário que se revise a portaria a fim de incluir os
procedimentos como consulta e prescrição, para assim aumentar as possibilidades
profissionais.
18

REFERÊNCIAS

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