Material 06 - Poder Executivo
Material 06 - Poder Executivo
Material 06 - Poder Executivo
1.1 Função
Tem por função administrar e implementar políticas nas várias áreas de atuação do Estado de acordo
com as leis elaboradas pelo legislativo.
No Brasil, o sistema de governo adotado é o Presidencialismo (art. 76 da CF/88). Onde o Presidente da
República acumula as funções: Chefe de Estado (atuando interna e externamente), Conforme
expressa art. 84, VII, VIII, XIX, da CF/88, e Chefe de Governo (liderança política interna e
administrativa dos órgãos do Estado) Conforme expressa art. 84, I a VI; IX a XVIII; XX a XXVII, da
CF/88.
2
1.8 Poder Regulamentar – art. 84, IV, da CF/88
É umas das atribuições que permite ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para
a sua fiel execução. Esta faculdade também é atribuída aos Chefes do Poder Executivo das demais
esferas de poder político (Governadores e Prefeitos). O Regulamento é o ato normativo expedido pelo
Poder Executivo e não pode contrariar leis, nem criar direitos e obrigações. O regulamento depende da
lei e nela encontra seu fundamento de validade. Regulamento se prende ao seu texto legal e o seu
objetivo é facilitar o processo de execução da lei. É o regulamento, norma geral e abstrata, mas difere
da lei por não importar em modificação da ordem jurídica. Decreto é o meio pelo qual o Presidente da
República pratica os atos de sua competência. Todos os seus atos, inclusive os regulamentos, que
contém disposições gerais, são editados na forma de decretos. Decretos ou Regulamentos
autônomos independentes – o art. 84, VI da constituição, autorizou o Presidente da República a
dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos, bem como a extinguir funções ou
cargos públicos quando vagos.
- Crime comum no exercício do mandato – art. 86 caput, art. 102, I, b, 78 p. único e art. 83 da CF/88.
A Lei 8.038/80 traz as regras procedimentais para o processamento dos crimes comuns. Ocorre da
mesma forma como nos crimes de responsabilidade, também haverá o controle político de
admissibilidade, a ser realizado pela Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o recebimento da
denúncia ou queixa-crime pelo STF, através do voto de 2/3 de seus membros (art. 86, caput).
Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da Câmara dos Deputados, será ele
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns (CF, art. 86,
caput). Compete à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade, sendo importante dizer que não
existe foro privilegiado para ações civis públicas e ações por atos de improbidade administrativa
ajuizadas contra o Presidente da República. Segundo o STF, crimes comuns são os que englobam
todas as modalidades de infrações criminais, inclusive os delitos contra a vida, os eleitorais, e até, as
contravenções penais.
3
2. Processo de Impeachment
Impeachment é uma palavra de origem inglesa que significa "impedimento" ou "impugnação",
utilizada como um modelo de processo instaurado contra altas autoridades governamentais acusadas
de infringir os seus deveres funcionais. Dizer que ocorreu impeachment ao Presidente da República,
significa que este não poderá continuar exercendo funções. Abuso de poder, crimes normais e crimes
de responsabilidade, assim como qualquer outro atentado ou violação à Constituição são exemplos do
que pode dar base a um impeachment. O impeachment ocorre no Poder Executivo, podendo acontecer
no Brasil, por exemplo, ao Presidente da República, Governadores e Prefeitos. Quando acontece o
impeachment, significa que o mandato fica impugnado ou cassado. A Constituição não fala
sobre impeachment, mas no caso do Presidente da República, por exemplo, os crimes de
responsabilidade estão descritos no artigo 85 da Constituição da República Federativa do Brasil. São
considerados crimes de responsabilidade aqueles que atentem contra a Constituição Federal. O
procedimento do impeachment está descrito na lei 1079/50, é um processo longo e para que ocorra,
devem ser cumpridos vários passos, dentre eles a denúncia, a acusação e o julgamento. O artigo 86 da
Constituição refere às medidas tomadas caso o Presidente da República seja de fato impugnado, a
primeira das quais a suspensão de suas funções. O Poder Legislativo gere todo este processo.
2.1 Procedimento
É chamado bifásico, composto por uma fase preambular, denominada juízo de admissibilidade do
processo, na Câmara dos Deputados (Tribunal de Pronúncia – art. 80 da Lei n. 1.079/50), e por uma
fase final, em que ocorrerão o processo propriamente dito e o julgamento, no Senado Federal (Tribunal
de Julgamento). A acusação poderá ser formalizada por qualquer cidadão em pleno gozo de seus
direitos políticos. Esta por sua vez, será sujeitada ao controle do Plenário da Casa, que irá verificar “se
a acusação é consistente, se ela tem base em alegações e fundamentos plausíveis, ou se a notícia do
fato reprovável tem razoável procedência, não sendo a acusação simplesmente fruto de desavenças
políticas”, conforme observou o Min. Carlos Velloso, do STF. Após a autorização da Câmara dos
Deputados, o Senado Federal, deverá instaurar o processo sob a presidência do Presidente do STF.
2.2 Sanções
Conforme prevê artigo 52, parágrafo único, da Constituição Federal, os condenados pela prática de
crime de responsabilidade perderão o cargo e ficarão inabilitados por oito anos para o exercício de
função pública. As sanções são aplicadas cumulativamente, OU não, de acordo com Regimento Interno
da casa julgadora e entendimento do condutor do julgamento (Presidente do STF) poderá ocorrer o
fatiamento do julgamento, assim as sanções não serão aplicadas cumulativamente.
4
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
Questões
1) O Senado Federal, Casa revisora, após aprovar o Projeto de Lei nº XX, o enviou ao Presidente
da República. Ato contínuo à devida análise dos Ministérios que atuavam nas temáticas
envolvidas, o Chefe do Poder Executivo concordou com uma parte do Projeto e entendeu que
a outra contrariava o interesse público, devendo ser vetada. Nesse caso, o Presidente da
República deve:
a) Promulgar a parte incontroversa do projeto, que não foi vetada, antes mesmo da manifestação ou da
rejeição do veto pelo Poder Legislativo.
b) aguardar o desenvolver do processo legislativo, com a manifestação do Poder Legislativo a respeito
da rejeição, ou não, do veto, de modo que este Poder promova a promulgação do projeto.
c) promulgar a parte incontroversa do projeto, que não foi vetada, sendo que a rejeição do veto, pelo
Poder Legislativo, dará origem a diploma normativo diverso.
d) aguardar o desenvolver do processo legislativo, com a manifestação do Poder Legislativo a respeito
da rejeição, ou não, do veto, e promulgar, juntas, a parte incontroversa do projeto e a que teve o veto
derrubado.
e) aguardar a manifestação do Poder Legislativo a respeito da manutenção, ou não, do veto, caso os
respectivos preceitos estejam relacionados, por arrastamento, à parte incontroversa, o que exigirá a
promulgação em ato único.
5
1) Caso ocorra a vacância dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, como
será procedida, nos termos da Constituição Federal, a nova eleição?
a) Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, por sufrágio universal e secreto, dispensada a realização
de segundo turno, na forma da lei.
b) Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
c) Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição, pelo Senado
Federal, cem dias depois de aberta a última vaga.
d) Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição, pela Câmara dos
Deputados, cem dias depois de aberta a última vaga.
e) A hipótese de vacância dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República não está
contemplada pela Constituição Federal.
Gabarito Comentado:
Questão 1
Letra A – Tese 595 STF - É constitucional a promulgação, pelo Chefe do Poder Executivo, de parte
incontroversa de projeto da lei que não foi vetada, antes da manifestação do Poder Legislativo pela
manutenção ou pela rejeição do veto, inexistindo vício de inconstitucionalidade dessa parte inicialmente
publicada pela ausência de promulgação da derrubada dos vetos.
No caso de veto parcial, a lei nova é publicada e promulgada com o texto da parte sancionada e
apenas a indicação das partes que foram vetadas.
DICA: O VETO E A SANÇÃO PODEM SER PARCIAIS. NÃO EXISTE VETO TÁCITO, ELE DEVE SER
EXPRESSO. A SANÇÃO PODE SER TÁCITA.
Questão 02
Letra B - Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga. (Eleição Direta)
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. (Eleição
Indireta)
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Referência bibliográfica
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de
1988. Contém as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF: Senado, 2024.
BULOS, Uadi Lamêgo. Curso de Direito Constitucional. 16º. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25º. Ed. São Paulo: Saraiva.2020.