Roteiros Práticas Corrosão 2024

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS

MANUAL DE PRÁTICAS DO LABORATÓRIO DE CORROSÃO


2024.1
DISCIPLINA: TJ0021 - CORROSÃO E PROTEÇÃO

FORTALEZA

2024
Sumário
1. ESCOPO........................................................................................................................... 3
2. OBJETIVO ....................................................................................................................... 3
3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
4. PRÉ-RELATÓRIOS ......................................................................................................... 4
5. RELATÓRIOS.................................................................................................................. 4
6. PRÁTICAS DE LABORATÓRIO..................................................................................... 4
6.1. Prática 1. Pilhas de Concentração ....................................................................... 5
6.1.1. Introdução .................................................................................................. 5
6.1.2. Objetivo geral............................................................................................. 5
6.1.3. Objetivos específicos .................................................................................. 5
6.1.4. Tópicos de consulta .................................................................................... 6
6.1.5. Materiais e equipamentos ........................................................................... 6
6.1.6. Procedimento ............................................................................................. 7
6.1.7. Perguntas ................................................................................................... 7
6.2. Prática 2. Diagramas de Pourbaix ....................................................................... 8
6.2.1. Introdução .................................................................................................. 8
6.2.2. Objetivo geral............................................................................................. 9
6.2.3. Objetivo específico..................................................................................... 9
6.2.4. Tópicos de consulta .................................................................................... 9
6.2.5. Materiais e equipamentos ........................................................................... 9
6.2.6. Procedimento ........................................................................................... 10
6.2.7. Perguntas ................................................................................................. 11
6.3. Prática 3. Medição da velocidade de corrosão. .................................................. 12
6.3.1. Introdução ................................................................................................ 12
6.3.2. Objetivo geral........................................................................................... 12
6.3.3. Objetivos específicos ................................................................................ 12
6.3.4. Tópicos de consulta .................................................................................. 12
6.3.5. Materiais e equipamentos ......................................................................... 12
6.3.6. Procedimento ........................................................................................... 13
6.3.7. Perguntas ................................................................................................. 13
6.4. Prática 4. Eletrodeposição. ............................................................................... 15
6.4.1. Introdução ................................................................................................ 15
6.4.2. Objetivo geral........................................................................................... 16
6.4.3. Tópicos de consulta .................................................................................. 16
6.4.4. Materiais e equipamentos ......................................................................... 16
6.4.5. Procedimento ........................................................................................... 16
6.4.6. Perguntas ................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 18
1. ESCOPO

Este manual contém informações, roteiros e materiais necessários para a realização


das práticas de laboratório da disciplina corrosão e proteção (TJ0021), que deverão
acontecer nas dependências do laboratório de pesquisa em corrosão (LPC),
pertencente ao departamento de engenharia metalúrgica e de materiais da
Universidade Federal do Ceará.

2. OBJETIVO

Aprimorar o conhecimento dos alunos, associando os conteúdos teóricos às aulas práticas,


tendo assim uma melhor compreensão e fixação do conteúdo trabalhado, e os preparando
para possíveis situações que venham a enfrentar como futuros profissionais da área,
capacitando-os para atender de forma satisfatória na resolução de problemas que possam
causar prejuízos à indústria.

3. INTRODUÇÃO

A corrosão, é definida como a transformação do material pela sua interação


química ou eletroquímica com o meio onde se encontra, manifesta-se de diferentes formas
e em quase todos os setores da atividade humana. O impacto econômico desse fenômeno
é de grande relevância na indústria, onde as matérias-primas são convertidas em produtos
por meio de transformações químicas e/ou físicas. Dependendo das características das
matérias-primas (insumos, subprodutos), da engenharia de processos utilizados, e, a partir
de sua localização geográfica, as usinas e plantas industriais estão sujeitas à deterioração
constante das suas instalações devido aos efeitos da corrosão.

Tendo em vista essa problemática, é de grande relevância desenvolver possíveis


soluções que possam minimizar esses prejuízos causados pela corrosão, buscando assim
aumentar a vida útil desses materiais em suas respectivas instalações. Estudos indicam
que as perdas decorrentes da corrosão variam entre 3,5 e 4,9% do Produto Interno Bruto
(PIB) em muitos países, após análises rigorosas, foi demonstrado que 40% dessas perdas
podem ser evitadas com aplicações de tecnologias que retardam o processo de corrosão.

Por tanto, se faz necessário à realização de práticas de laboratório, para que os


alunos de engenharia metalúrgica e de materiais possam ver na prática o que é exposto
em sala de aula, tendo assim uma melhor compreensão e fixação do conteúdo trabalhado.
4. PRÉ-RELATÓRIOS

Os pré-relatórios serão entregues de forma individual no final da prática


laboratorial, estes deverão ser escritos à mão em uma folha, pois o estudante precisa
conhecer previamente os procedimentos a serem realizados.

O pré-relatório deverá conter os seguintes tópicos:


1. Número e título da prática
2. Objetivo geral
3. Estrutura teórica
4. Desenvolvimento experimental

5. RELATÓRIOS

Os relatórios deverão ser entregues escritos à mão, um relatório por equipe; o


prazo de entrega é de uma semana subsequente à conclusão da prática, este relatório
precisara conter os seguintes itens:
• Número e título da prática.
• Objetivo geral
• Estrutura teórica
• Desenvolvimento experimental
• Análises e discussões dos resultados
• Respostas às perguntas
• Conclusões
• Referências

6. PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Prática nº 1. Pilhas de Concentração

Prática nº 2. Diagramas de Pourbaix.

Prática nº 3. Medição das taxas de corrosão.

Prática nº 4. Eletrodeposição.
6.1. Prática 1. Pilhas de Concentração

6.1.1. Introdução

No estudo da corrosão, as pilhas eletroquímicas apresentam muita importância


devido a sua variedade e influência em diversos processos corrosivos. Elas têm como
caraterística, uma diferença de potencial, em circuito aberto, entre a região anódica, onde
ocorre a oxidação, e a região catódica, onde ocorre a redução. Essa diferença de potencial
é dita como a força motriz que promove as reações observadas em ambos os eletrodos.

Pilhas de concentração são formadas quando há uma diferença de potencial entre


diferentes regiões de um mesmo material metálico. Essa diferença pode ser devido a
exposição desse material a diferentes concentrações de um mesmo eletrólito, ou também
a um eletrólito com diferentes teores de gases dissolvidos. O segundo caso caracteriza o
que se chama de pilha de aeração diferencial.

6.1.2. Objetivo geral

Demonstrar o fenômeno da formação de diferença de potencial entre materiais da mesma


composição resultando na presença de pilha de concentração.

6.1.3. Objetivos específicos


• Observar a reações químicas em diferentes regiões de uma gota sobre uma
superfície metálica, por meio de indicadores químicos.
• Estudar a influência de um agente oxidante, como o oxigênio, no fenômeno da
corrosão de um metal.
• Avaliar o efeito da diferença de concentração de um íon nos processos de
oxirredução;

6.1.4. Tópicos de consulta


• Corrosão por aeração diferencial.
• Células de concentração

6.1.5. Materiais e equipamentos

Parte A
• Placa de aço A36
• Lixa granulometria 220
• Lixadeira
• Água destilada
• 2 béqueres 250 ml
• Solução NaCl 3,5 %
• Solução de fenolftaleína
• Solução Ferricianeto de potássio
• Bastão de vidro
• Sabão
• 2 pipetas de Pasteur descartáveis
Parte B
• 2 amostras de Cobre
• Lixa granulometria 220
• Lixadeira
• Água destilada
• 2 béqueres 400 ml
• Solução CuSO4 0,5M
• Solução CuSO4 0,1M
• Ponte Salina
• Potenciostato
• 2 garrinhas metálicas
• Suporte metálico
6.1.6. Procedimento

Parte A
1. Lixar a superfície da chapa de aço para remover quaisquer óxidos formados ou
impurezas presentes.
2. Limpar a superfície a ser utilizada com água e sabão (após limpeza não tocar na
superfície sem luvas).
3. Secar rapidamente a superfície limpa utilizando um secador (Não utilizar álcool).
4. Preparar 100 ml de solução NaCl 3,5%.
5. Preparar 50 ml de solução 0,1 M de ferricianeto de potássio (M.m. 329,2 g/mol)
6. Adicionar 10-15 gotas de solução fenolftaleína e 20-30 gotas de solução de
ferricianeto de potássio à solução de NaCl, misturando com um bastão de vidro para
boa homogeneização.
7. Adicionar à superfície metálica 5-10 gotas da mistura obtida.
8. Aguardar de 5 a 10 minutos e observar mudança de coloração em diferentes regiões
da gota
Parte B
1. Lixar ambas amostras de Cobre para remover quaisquer óxidos formados ou
impurezas presentes;
2. Colocar aproximadamente 150 ml das soluções de CuSO4 nos béqueres
correspondentes;
3. Fazer a ligação entre os béqueres utilizando a ponte salina;
4. Conectar as garrinhas metálicas nos conectores do potenciostato ( WE-Vermelho e
RE – Azul);
5. Fixar em cada garrinha uma amostra de cobre;
6. Imergir a amostra do conector vermelho na solução 0,5 M e a amostra do conector
azul na solução 0,1 M;
7. Averiguar a diferença de potencial estimada pelo potenciostato;

6.1.7. Perguntas
• Qual a importância da geometria da célula de aeração diferencial?
• Que outros efeitos diferenciais produzem a corrosão?
• Qual o principal fator que provocou o processo corrosivo na liga metálica em
estudo?
6.2. Prática 2. Diagramas de Pourbaix

6.2.1. Introdução

O Diagrama de Pourbaix é um gráfico que relaciona como o pH e o potencial


afetam a estabilidade das fases de um determinado metal. O gráfico abaixo apresenta o
diagrama de Pourbaix do ferro em ambiente aquoso, pressão de 1 atm e temperatura
ambiente (25 oC). O diagrama é separado em regiões que identificam quais espécies
químicas são estáveis, podendo ser divididas em 3 regiões principais:

Figura 1 - Diagrama de Poubaix do sistema Ferro-água a 1 atm em temperatura ambiente

1. Região de imunidade: região na qual a espécie química estável é o próprio metal


em sua forma metálica: me0
2. Região de corrosão: região na qual a espécie química estável é um óxido solúvel,
indicado pelo íon metálico: mex+
3. Região de passividade: região na qual a espécie química estável é um óxido
insolúvel, indicado por mexoy (s) ou mex(oh)y (s).

Além dessas regiões, o diagrama apresenta linhas que representam o equilíbrio


entre pares de espécies químicas e são divididas em verticais, horizontais e inclinadas:
• Linhas verticais: reação não-eletroquímica dependendo apenas da variação do pH,
ou seja, reação envolvendo íons H+.
• Linhas horizontais: reação eletroquímica sem participação de íons H+.

• Linhas inclinadas: reação eletroquímica envolvendo variação do ph, ou seja,


reação envolvendo íons H+.

• O Diagrama de Pourbaix é bastante versátil, podendo ser utilizado como um


auxílio para prever quais reações irá ocorrer em determinados ambientes.

6.2.2. Objetivo geral

Observar a influência do pH e do potencial na corrosão de metais utilizando como


referência o Diagrama de Pourbaix.

6.2.3. Objetivo específico

Identificar as regiões de imunidade e anódicas presentes no fenômeno da corrosão


de um material metálico.

6.2.4. Tópicos de consulta


• Fundamentos de corrosão.
• Passivação.
• Célula eletroquímica
• Potencial de corrosão.

6.2.5. Materiais e equipamentos


• Peça metálica aço carbono;
• pHmetro;
• Placa agitadora
• Béquer de 250ml;
• 2 Béqueres de 50ml;
• Solução de NaCl com concentração de 1000 ppm;
• Solução de HCl com concentração 1 M;
• Solução de NaOH com concentração 0,5 M;
• Eletrodo de referência Ag/AgCl sat. KCl;
• Eletrodo de Platina;
• Solução Ferricianeto de Potássio;
• Lixa d’água de granulometria 220;
• 4 Garras metálicas;
• 2 Pipetas descartáveis;
• Potenciostato.
• Barra magnética para agitação

6.2.6. Procedimento
1. Colocar aproximadamente 200 ml de solução NaCl 1000 ppm em um béquer;
2. Posicionar o béquer sobre a placa de agitação;
3. Posicionar a barra magnética na solução;
4. Acionar a agitação a 300 rpm;
5. Ajustar pH da solução para 10 pela adição de gotas de solução NaOH. (Manter
medição de pH durante todo o procedimento);
6. Lixar amostra de aço carbono com lixa granulometria 220, lavá-la e então secar
rapidamente;
7. Encaixar as garras metálicas nos contatos do potenciostato e posicioná-las no
suporte.
8. Enxaguar os eletrodos e peça de aço carbono com água destilada;
9. Posicionar o eletrodo de Ag/AgCl na entrada azul (REF), o eletrodo de platina na
entrada preta (CE) e a peça metálica na entrada vermelha (WE);
10. Imergir os 3 eletrodos na solução;
11. Utilizando o potenciostato, aplicar diferença de potencial de -0,8 V;
12. Esperar alguns minutos e observar eventual mudança nos eletrodos ou na solução e
valor de corrente mostrado no potenciostato;
13. Ajustar pH da solução para 4,0 utilizando algumas gotas de HCl 1M;
14. Esperar alguns minutos e observar eventual mudança nos eletrodos ou na solução e
valor de corrente mostrado no potenciostato;
15. Adicionar 2 gotas de indicador Ferricianeto de potássio;
16. Utilizando o potenciostato, aplicar diferença de potencial de 0 V;
17. Esperar alguns minutos e observar eventual mudança nos eletrodos ou na solução e
valor de corrente mostrado no potenciostato;
18. Utilizando o potenciostato, aplicar diferença de potencial de 0,8 V;
19. Esperar alguns minutos e observar eventual mudança nos eletrodos ou na solução e
valor de corrente mostrado no potenciostato.

Figura 2 - Diagrama de Poubaix do sistema Ferro-água a 1 atm em temperatura ambiente

6.2.7. Perguntas

• Baseando-se pelo Diagrama de Pourbaix do Ferro apresentado anteriormente,


descreva os fenômenos observados em cada uma das condições percorridas no
procedimento.

• No procedimento realizado foi observado que, embora as condições de potencial e


pH se encontrarem na região de passivação no respectivo diagrama de Pourbaix,
ainda foi possível observar processos de oxidação da liga ferrosa utilizada.
Justifique.
6.3. Prática 3. Medição da velocidade de corrosão.

6.3.1. Introdução

Metais e ligas não respondem igualmente a todas as influências dos inúmeros


fatores envolvidos na corrosão. Portanto, se faz necessário estabelecer procedimentos
padrão laboratoriais universais para testes de corrosão. Um dos métodos para determinar
o fator de resistência química, chamado de teste de imersão total, representa um método
moderado que dá resultados razoavelmente consistentes. Também existem métodos
eletroquímicos que utilizam as leis de Faraday para obtenção da resistência a corrosão
dos metais.

6.3.2. Objetivo geral

Medir as taxas de corrosão numa peça metálica.

6.3.3. Objetivos específicos


• Estudar os métodos gravimétricos e eletroquímicos de medição de corrosão.
• Estabelecer a diferença entre ambos os métodos e sua aplicação.

6.3.4. Tópicos de consulta


• Métodos de medição da velocidade de corrosão.
• Ensaio de imersão total.
6.3.5. Materiais e equipamentos
• Solução HCl 10%.
• Solução NaCl 3%.
• 2 Cupons de aço carbono
• 2 béqueres 400 ml;
• Paquímetro;
• Balança Analítica;
• Luvas de plástico e de borracha;
• Solução de Clark para limpeza;
• Pasta rosa abrasiva para limpeza;
• Abraçadeiras de Nylon.
• Lixa d’água de granulometria 220

6.3.6. Procedimento

1. Utilizando a lixa granulometria 220, lixe todas as faces de ambos cupons metálicos
para garantir uma superfície livre de óxidos pré-existentes.
2. Utilizando luvas, lave os cupons com pasta rosa de limpeza para desengordurar a
superfície. (Após limpeza não deve-se encostar nos cupons sem luvas)
3. Meça as três dimensões de cada cupom e anote-as devidamente identificadas.
(Altura x Largura x Espessura)
4. Pese cada cupom cuidadosamente em balança analítica. Tome esses valores como
Peso inicial de cada cupom.
5. Prepare cordões com abraçadeiras de nylon com comprimento suficiente para
pendurar os cupons nos béqueres. Os cupons devem ficar totalmente imersos em
altura mediana nas soluções.
6. Coloque as soluções nos béqueres correspondentes.
7. Aguarde 24 horas.
8. Observe as características do ataque em cada uma das soluções.
9. Retire os cupons das soluções com cuidado.
10. Lave os cupons em água corrente esfregando-os para retirar todo o óxido não
aderente da superfície.
11. Coloque os cupons em solução de Clark por 30 segundos para retirar o óxido
aderente.
12. Lave-os em água corrente e seque rapidamente com álcool.
13. Pese novamente cada cupom em balança analítica. Tome esses valores como Peso
Após 1 ciclo de Limpeza.
14. Repita as etapas 11-13. Verifique o Peso final dos Cupons.

6.3.7. Perguntas

1. Complete a Tabela abaixo

MÉTODO GRAVIMÉTRICO HCL NaCl

Peso inicial do cupom (g)


Peso do cupom após 1 ciclo de limpeza (g)

Peso final do cupom (g)

Área de Cupom (cm2)

Tempo em horas

Taxa de Corrosão

Tabela 1- Dados a serem preenchidos

2. Calcule a taxa de corrosão pelo método de diferença de peso, utilizando as


seguintes equações:

T.C. (mm/yr) = 87600*W/(D*A*T) (Eq.1)


Onde:
T.C.: Taxa de corrosão, em milímetros por ano.
W: perda de peso em g.
D: densidade metálica (7,87g/cm 3)
A: Área de eletrodos de ferro (cm2)
T: Tempo total de exposição em horas

3. De acordo com as caracterisitcas de oxidaçao (Coloraçao da soluçao, Estado de


superficie das amostras, Presença de óxidos Insoluveis, etc. Os Valores de Taxa
de Corrosão estimados foram de acordo com o esperado? Justifique.
6.4. Prática 4. Eletrodeposição.

6.4.1. Introdução

A eletrodeposição é um método bastante conhecido para a produção de


revestimentos metálicos pela ação de uma corrente elétrica sobre um material condutor
imerso em uma solução contendo um sal do metal a ser depositado. Para entendermos o
funcionamento da eletrodeposição, precisamos diferenciar pilha de eletrólise. As pilhas e
a eletrólise são os dois objetos de estudo da Eletroquímica. O processo da eletrólise e o
funcionamento das pilhas possuem alguns aspectos semelhantes e outros totalmente
contrários. Consideremos estes aspectos:

• Uma pilha é um dispositivo que consegue transformar energia química em energia


elétrica por meio de uma reação de oxirredução.

• Já na eletrólise ocorre o contrário, a energia elétrica é transformada em energia


química, pois uma corrente elétrica contínua faz com que os cátions recebam elétrons e
os ânions doem elétrons, sendo que dessa forma os íons ficam com carga elétrica igual a
zero e com energia química acumulada.

• Na pilha ocorre um processo espontâneo, pois se ligam dois eletrodos por meio de
fios condutores de eletricidade e internamente tem a ponte salina que propícia o contato
iônico. Assim, o eletrodo que for formado pelo metal mais reativo, isto é, que tem uma
maior tendência para se oxidar, irá perder elétrons que serão transferidos para o outro
eletrodo.

• No caso da eletrólise, o processo é não espontâneo, pois é preciso se aplicar uma


corrente elétrica por meio de um sistema líquido contendo íons a fim de iniciar as reações
de oxirredução. Usa-se uma fonte de corrente contínua, que geralmente é a própria pilha.

Resumidamente, temos:
6.4.2. Objetivo geral

Realizar eletrodeposição em uma peça metálica.

6.4.3. Tópicos de consulta


• Pilha eletrolítica
• Pilha eletroquímica
• Eletrólise

6.4.4. Materiais e equipamentos


• Fonte de energia
• Lixa de água granulometria 220
• Agitador mecânico
• Água destilada
• Béquer de 250 ml
• Par de garras tipo jacaré
• Bastão de cobre
• Chave
• Sulfato de cobre

6.4.5. Procedimento

1. Preparar 150 ml de solução 0,5M de CuSO4.


2. Lixar o bastão de cobre e a chave utilizando uma lixa d’água no 220 para remover
quaisquer óxidos formados ou impurezas presentes.

3. Lavar o bastão de cobre e a chave com água e sabão (após limpeza, não manusear
os objetos sem luvas).

4. Fixar uma garra tipo jacaré em cada extremidade dos cabos da fonte de energia (se
conectar na fonte), e prender o bastão de cobre e a chave.

5. Imergir o bastão de cobre e a chave na solução CuSO4 sem que eles se toquem.

6. Aguardar cerca de 2 minutos e observar se houve mudança de coloração no bastão


de cobre e na chave.

7. Conectar os cabos na fonte de energia o do bastão de cobre no polo positivo e o da


chave no polo negativo. Depois ligar a fonte fixando um potencial de 3V.

8. Aguardar cerca de 5 minutos e observar se houve mudança de coloração no bastão


de cobre e na chave.

6.4.6. Perguntas

1. Qual a importância da etapa de preparação superficial na eletrodeposição?

2. Explique o papel da utilização da fonte de energia, bem como a reação que cada
polo induz no sistema. Escreva as semirreações que ocorrem em cada eletrodo.
REFERÊNCIAS
ZEHBOUR PANOSSIAN – Corrosão e Proteção contra Corrosão em Equipamentos e
Estruturas Metálicas, IPT, 1a edição, 1993.

VICENTE GENTIL - Corrosão, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 3a edição,


1996.

LALGUDI V. RAMANATHAN – Corrosão e seu Controle Hemus Editora, 1a edição;

ENORI GEMELLI – Corrosão de Materiais Metálicos e sua Caracterização, Livros


Técnicos e Científicos Editora S.A.,1a edição, 2001.

CORROSION AND PROTECTION OF METALS. The Institution of metallurgists. London


Iliffe books Ltd. 1965.

FONTANA M. – GREENE N. Corrosion Engineering. International Student Edition. Third


Edition. Mc Graw Hill. Book Company. 1986.

JONES, Denny A. Principles and Prevention of corrosion. Second Edition. Prentice Hall.

UHLIG H. Corrosion and corrosion control. Wiley and Sons. New York. 1970. Págs. 13-
28.

NORMAS ASTM, NACE e API.

METALS HANDBOOK. 9ª Edición. Volumen 13. Corrosion (ASM Handbook). Hardcover.


1987

STP 516. Localized corrosión – cause of metal failure. American Society for Testing and
Materials. Editor M. Henthorne. 1972. 329 p.

LAQUE. Marine Corrosion. Causes and Prevention. Corrosion Monograph. New York.
Wiley. 1975. 332 p.

PIRON D. L. The electrochemistry of corrosion. Houston. NACE. 1999

Você também pode gostar