Aviveiro, 8santos e JR
Aviveiro, 8santos e JR
Aviveiro, 8santos e JR
1. Introdução
O presente trabalho relata a aplicação de práticas experimentais realizadas nas aulas
de ciências, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID),
em uma escola de ensino fundamental da rede pública do município de Cametá-PA. O
objetivo do programa, além de promover o contato entre discentes universitários e o
âmbito escolar, é também levar para as escolas de educação básica metodologias voltadas
para a realização de aulas práticas, tendo como foco principal a experimentação,
fortalecendo a relação entre teoria e prática e facilitando a compreensão do aluno acerca
dos conteúdos trabalhados. Nesse sentido, o PIBID faz uma articulação entre a educação
superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas de ensino estaduais e
municipais. Ressalta-se que esse programa é financiado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (CAPES).
Em vista disso, por meio do programa, a bolsista buscou levar para dentro da
escola, junto com a professora de ciências, um novo olhar para as várias metodologias de
ensino. Portanto, o intuito deste trabalho é mostrar a partir do relato de experiência da
discente, enquanto bolsista atuante na escola, a importância da inserção de atividades
práticas em consonância com a teoria aplicada nas aulas de ciências, por meio da
experimentação, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, tanto para alunos e
professores da instituição de ensino, quanto para a bolsista, discente do curso de Ciências
Naturais da Universidade Federal do Pará (UFPA). Mostrando, dessa forma, a eficácia do
uso de diferentes métodos para o melhor aproveitamento das aulas, levando em
consideração a realidade da escola e do docente da turma.
2. Fundamentação teórica
O projeto PIBID na disciplina de ciências tem como uma de suas finalidades,
atrelar a teoria à prática por meio de experimentações, para que uma possa complementar a
outra, como destaca Severino (2002, p 46): “A teoria, separada da prática, seria puramente
contemplativa e, como tal, ineficaz sobre o real; a prática, desprovida da significação
teórica, seria pura operação mecânica, atividade cega”. Isto se torna verdadeiro quando se
concebe uma formação que converge para o desenvolvimento profissional prático-
reflexivo.
Segundo Serafim (2001), as atividades experimentais têm papel fundamental no
processo de aprendizagem do aluno, uma vez que essa prática tem como intuito a busca da
compreensão de forma mais fácil e lúdica do conteúdo ministrado, além de instigar e
motivar o aluno a encontrar a ciência no seu cotidiano.
É preciso ressaltar também, que esse primeiro contato dos futuros docentes com a
realidade escolar, se dá como um estágio para o seu posterior local de trabalho, onde a sua
identidade profissional começará a se formar. Sendo assim, como destaca Januário (2008),
pode-se considerar que o futuro professor, ao estagiar passa a ter uma nova visão sobre a
educação, levantando-se a procurar novos meios de intervir sobre o ambiente escolar, sala
de aula e sociedade.
O contato direto dos alunos com o objeto de estudo torna o aprendizado de fato
muito mais fácil de se compreender, uma vez que poderão ver de perto o resultado do que
aprenderam na teoria, isso acaba desempenhando um papel fundamental no
desenvolvimento dos alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
pessoal dentro da sua perspectiva social e cultural. E por fim terminam não
contribuindo para uma aprendizagem significativa, mas sim, para uma mera
transmissão de conteúdo (BARBOSA, 2009).
3. Relato da experiência
O presente trabalho refere-se a um relato de experiência didática realizada em uma
escola localizada na cidade de Cametá-Pará, e teve a duração de três meses. A escola
atende alunos regularmente matriculados nos anos iniciais e anos finais do ensino
fundamental, além da Educação para Jovens e Adultos (EJA) e educação para crianças
especiais.
As práticas desenvolvidas tiveram como objetivo levar para o aluno e professor da
turma, novos métodos de aprender e ensinar, em especial com o uso de experimentos,
enquanto metodologia de ensino de ciências, além de proporcionar para o futuro docente a
experiência prévia da realidade vivenciada em sala de aula. Além disso, mostrar também
aos alunos que é possível compreender na prática aquilo que eles já haviam estudado na
teoria, fazendo uso de materiais alternativos, de baixo custo e fácil acesso.
Primeiramente houve a disponibilidade da instituição concedente a bolsista, que
cedeu o espaço e a turma para que pudesse ocorrer o projeto. A presente escola, recebeu os
bolsistas do PIBID por quase cinco anos, dando a oportunidade aos mesmos de
desenvolverem inúmeros trabalhos, em conjunto com os alunos e o corpo escolar, trabalhos
estes voltados para a área da ciência.
O relato se trata de um trabalho que foi aplicado na turma do 9º ano “A” do ensino
fundamental, supervisionado pela professora de ciências da turma. As aulas do terceiro
bimestre do ano letivo tiveram início no mês de agosto, porém, o projeto foi iniciado
somente no dia 14 do mês de setembro.
No primeiro dia de aula, a bolsista foi apresentada à escola e à turma. Em seguida a
professora regente deu continuidade ao assunto para a terceira avaliação. O conteúdo
abordado nessa aula foi sobre separação de misturas homogêneas e heterogêneas. Para a
melhor compreensão dos alunos, na semana seguinte, a bolsista colocou em prática seu
projeto de experimentação para aprofundar um pouco mais sobre o assunto abordado
dentro da sala de aula.
Para a realização do experimento, a princípio foi necessária uma pesquisa prévia
sobre o assunto “misturas”, para se chegar a metodologia adequada ao conteúdo,
possibilitando sua aplicação dentro da sala de aula. Aplicou-se também uma atividade para
avaliar o conhecimento dos alunos acerca do assunto proposto. Feito isto, foi iniciada uma
atividade prática através da realização de experimentos, finalizando com a aplicação de um
questionário sobre misturas e tipos de misturas, para se analisar os resultados obtidos antes
e depois da atividade prática.
O experimento consistia na utilização de materiais alternativos e de fácil acesso,
como por exemplo: sal, vinagre, detergente, álcool, óleo e água; onde os mesmos foram
selecionados e misturados entre si, para que os alunos, posteriormente, pudessem analisar
quais os tipos de misturas foram formadas. Depois de analisadas as misturas, os alunos,
individualmente, com o apoio da bolsista, responderam a uma atividade de duas questões.
No dia seguinte, houve uma reunião a respeito de uma aula de extensão que seria
realizada pelos alunos da escola. Durante a reunião foram selecionados os experimentos e
os alunos do 9º ano que seriam responsáveis pela exposição. Estes alunos, orientados pela
bolsista, apresentaram os experimentos em uma escola de ensino fundamental situada na
vila de Pacajá, zona rural do município de Cametá, tendo como público alvo alunos
matriculados nos anos finais do ensino fundamental, 6º, 7º, 8º e 9º ano.
O assunto abordado foi sobre Genética, mais precisamente a extração do DNA,
tanto do DNA animal, quanto do DNA vegetal, fazendo uso de materiais alternativos, de
modo que o experimento ficasse de fácil compreensão. Os materiais utilizados para a aula
foram: álcool, detergente, sal de cozinha, corante alimentício e recipientes. O DNA que foi
usado para a realização da prática foi extraído da mucosa bucal de voluntários durante a
apresentação e de alguns vegetais, como tomate e cebola.
Esse experimento teve como metodologia, uma breve abordagem sobre o que é o
DNA e qual é sua função, seguida da apresentação da lista de materiais necessários para a
4. Resultados
A inserção da experimentação no ensino de Ciências, relacionando teoria e prática,
realizado com os alunos do 9º Ano “A”, durante o terceiro bimestre de 2017, contribuiu de
forma eficiente, incentivadora e prazerosa, no que diz respeito ao aprendizado dos alunos.
Assim sendo, pode-se observar não somente os resultados obtidos, mas também os meios
que levaram até os resultados. Pois, com a realização das aulas práticas, notou-se que
houve um melhor rendimento da turma nas aulas de ciências, haja vista que os alunos
começaram a participar de uma forma muito significativa e a compreensão do conteúdo foi
muito mais facilitada com as atividades práticas.
Pode-se notar os resultados positivos obtidos a partir da atividade avaliativa
aplicada em sala, após a realização da prática experimental, onde foi possível perceber uma
melhor compreensão do conteúdo através do número de respostas corretas observadas
durante a resolução da atividade avaliativa, bem como no decorrer socialização realizada
dentro da sala de aula.
Foi evidente a diferença de resultados entre a primeira lista de exercícios repassada
antes da atividade prática e a segunda lista que foi entregue aos alunos depois do
experimento. É possível afirmar que a diferença de percentual de acertos entre as duas
atividades é significativa, esta diferença pode ser melhor observada nos gráficos abaixo.
5. Discussão
Baseado nos resultados obtidos, pode-se notar como o uso de práticas
experimentais é de fundamental importância, não apenas para que o aluno chegue ao
resultado desejado, mas para que também possa compreender o processo pelo qual passou
até chegar à resposta. Sendo assim, “o professor deve suscitar nos estudantes o espírito
crítico, a curiosidade, a não aceitação do conhecimento simplesmente transferido”
(FREIRE 2005, p. 67).
De acordo com Wilmo et al (2008), é importante ressaltar que a partir da busca por
resultados, com a ajuda da prática, o aluno aprende a ter sua própria metodologia de estudo
e investigação dos assuntos a serem abordados durante sua vida escolar, por isso é
necessário fazer uso da reflexão e criticidade aos resultados da experimentação para que
possa se chegar a meios e resultados significativos.
6. Considerações finais
A experiência de participar e conhecer a realidade do âmbito escolar, por meio do
incentivo e apoio do programa PIBID, é de suma importância para o desenvolvimento da
futura docente, o contato com os alunos e com as ferramentas de trabalho proporcionam à
discente a oportunidade de, desde já, começar a desenvolver sua metodologia de ensino.
Dessa forma, dizer que a inserção tanto da bolsista na escola, quanto das práticas
experimentais para o ensino-aprendizagem, tem uma importância significativa para avanço
na educação.
A partir do que foi exposto, pode-se afirmar que a realização de experimentos, em
Ciências, representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça uma articulação entre
teoria e prática, tornando-os mais aptos a encontrarem soluções para possíveis questões
problemas que venham a surgir durante sua vida escolar. Além de levar aos professores
atuantes uma nova dinâmica para dentro da sala de aula, um jeito novo de ensinar e
aprender.
Nesse contexto, é preciso que exista investimento na formação e qualificação de
professores, que haja condições e disponibilidade para que o docente possa integrar as
práticas experimentais aos conteúdos abordados em sala de aula. Em vista disso, é
imprescindível a conscientização de que a experimentação tem de fato grande relevância,
enquanto ferramenta de ensino utilizada nas aulas de ciências. Logo, sua utilização durante
as aulas traz inúmeros benefícios proporcionando uma educação de qualidade, capaz de
formar sujeitos críticos e atuantes na sociedade.
7. Referências bibliográficas
BARBOSA, A. R. JESUS, J. A. A Utilização De Materiais Alternativos Em
Experimentos Práticos De Química E Sua Relação Com O Cotidiano. 2009.
Disponível em: http://www.annq.org/congresso2009/trabalhos/pdf/T77.pdf. Acesso em
fev. 2019.