Gra Area 006 Estudo de Caso Tex Rev
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INTRODUÇÃO
A empresa Calçados Pontapé Ltda. é uma empresa familiar e tem como função uma unidade
econômica de produção, cuja função é a criação de riquezas mediante a produção de bens e
serviços, sob a direção, responsabilidade e controle do empresário que a criou, com uma
característica presente de forma acentuada e marcante, que diz respeito ao fato de, nessas
empresas, “os interesses da família proprietária influem de maneira decisiva na tomada de
decisões e na forma de dirigir a empresa”. Como garantia dessa influência, alguns membros do
grupo familiar sentem-se envolvidos, como gestores, na direção da empresa.
A empresa é constituída por dois sócios: esposa (Rafaela) e marido (Ricardo). Atua na indústria
de calçadista, exercendo atividade de venda no varejo de sapatos, sandálias, chinelos, tênis,
botas, galochas entre outros. Foi criada em 2011, na cidade de Nova Serrana MG, e conta,
hoje, com 10 vendedores, 3 operadores de caixa e 3 estoquistas. Ricardo é o responsável pelo
setor de compras e pedidos da empresa e Rafaela é quem a administra de forma efetiva.
Desde sua abertura, há dez anos, os sócios não consideram o Princípio Contábil da Entidade
e misturam despesas particulares com as contas da empresa. A empresa tem destaque no
ramo, já ganhou por inúmeras vezes o prêmio de mérito empresarial na cidade, além de ter
uma clientela fiel desde sua fundação, porém, com o início da crise sanitária causada pelo
Covid 19, as vendas caíram consideravelmente, mesmo que a empresa tenha feito ações
promocionais, pois, de uma forma geral, as pessoas pararam de consumir tantos calçados,
uam vez que não tinham onde usar e, também, devido ao desemprego em massa que assolou
a cidade de Nova Serrana. O casal começou a vivenciar brigas e constantes discussões devido
a descontrole financeiro (Rafaela acostumou com um padrão de vida alto que caiu,
imediatamente, mediante a crise enfrentada em 2020), ocasionando, até mesmo, conversas
sobre um possível divórcio. O casal tenta se reerguer no mercado com o aquecimento deste,
novamente, no mês de setembro de 2021, e tentam, ao mesmo tempo, se entender no âmbito
pessoal para que o casamento não se dissolva junto à sociedade.
Entendendo esse contexto, é importante ter em mente alguns conceitos teóricos. O Princípio da
ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos.
Em resumo, o PRINCÍPIO DA ENTIDADE nos esclarece que todo patrimônio da empresa, seja
ela familiar ou não, não deve ser confundido com o patrimônio da PESSOA FÍSICA.
Entidade é um termo que abrange várias dimensões: jurídica (que é a base do Postulado da
Entidade, o qual enuncia que a Entidade é separada de seus sócios), econômica (seria a
evolução patrimonial da Entidade), organizacional (seria o grupo de pessoas que controlam as
Disciplina Contabilidade Básica – Unifor MG
receitas e despesas da Entidade) e, ainda, social (que podem ser os benefícios que a Entidade
oferece para a sociedade).
Infelizmente, é notório que muitas empresas familiares acabam não aplicando o PRINCÍPIO DA
ENTIDADE, uma vez que misturam as finanças pessoais com as empresarias, acreditam que a
empresa é uma extensão de seus lares.
Esse comportamento abusivo por parte dos donos de empresas acaba minando terrivelmente
toda sua organização financeira e econômica, e podem, em médio e longo prazo, causar riscos
irreversíveis de falência.
Para um melhor controle, todo patrimônio da empresa não deve ser misturado ao patrimônio
dos seus sócios. Como, por exemplo, quando um sócio retira dinheiro do caixa da empresa
para efetuar algum pagamento pessoal, esse valor deve ser lançado como uma dívida que este
tem para com sua empresa, e que deverá ser reembolsado. Em contrapartida desse exemplo,
se a retirada efetuada pelo sócio foi utilizada em prol da empresa, comprovando-se o ocorrido
com um documento hábil, e o benefício foi desfrutado pela empresa, o reembolso não precisa
ser efetuado.
Assim, toda a escrituração das contas dos sócios e empresas, devem sim ser separadas,
respeitando o PRINCÍPIO DA ENTIDADE.