SEFAZ PI - DIREITO CIVIL - Estrategia - 00
SEFAZ PI - DIREITO CIVIL - Estrategia - 00
SEFAZ PI - DIREITO CIVIL - Estrategia - 00
Autor:
Paulo H M Sousa
19 de Dezembro de 2022
Paulo H M Sousa
Aula 00
Índice
1) Lei de Introdução - Da introdução ao Estudo do Direito
..............................................................................................................................................................................................3
1 – Conceito de Direito
Para viver em sociedade precisamos de regras, de normas. Sem essas normas, provavelmente
viveríamos um caos. Assim, é possível dizer, de maneira beeem simples, que o Direito é um conjunto de
regras, regras bem específicas, é verdade, as regras jurídicas. Radbruch, por exemplo, diz que o “Direito
é o conjunto das normas gerais e positivas que regulam a vida social”.
2 – Classificação do Direito
Inicialmente, o Direito pode ser entendido como Direito Positivo e Direito Natural.
Direito Natural correspondente a uma justiça superior e suprema. É o ordenamento ideal, a ideia
abstrata do direito. Geralmente está vinculada a uma noção “superiora” ou externa às pessoas. Mas há
também o direito natural divino, ou seja, as “leis de Deus”. São formas de dizer que existe uma lei sobre
as leis; uma justiça superior e suprema, que não pode ser violada nem alcançada pelos seres humanos.
Direito Positivo é um conjunto de normas estabelecidas pelo Estado, que se impõe e regula a vida
social de um dado povo em determinada época, ou seja, o “direito posto”, em contraposição ao Direito
Natural. São as leis, as Portarias, a Constituição Federal, os Códigos etc.
Direito Subjetivo é, diz Maria Helena Diniz, uma “permissão que tem o ser humano de agir conforme
o direito objetivo”. Assim, subjetivo porque está num sujeito (nas pessoas), não no objeto. São Os Meus
Direitos.
Direitos a prestações, que exigem uma contraprestação de outra pessoa. Nesses casos, uma das
partes depende da outra para conseguir obter seu objetivo.
Direitos Potestativos, que se caracterizam por atribuírem ao titular o poder de produzir efeitos
jurídicos um ato próprio de vontade, sem necessidade da atuação do outro para obter o objetivo
pretendido.
Direito Público rege as relações em que o Estado é parte, quando age em razão de seu poder
soberano e atua na tutela do bem coletivo. O Direito Público abrange o Direito Constitucional, o Direito
Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Ambiental, o Direito Penal etc.
O Direito Público traz diferença em relação ao âmbito de aplicação. Pertence ao Direito Público
Interno o Direito Constitucional, o Direito Administrativo, o Direito Financeiro, o Direito Tributário, o
Direito Processual, o Direito Previdenciário, o Direito Penal. É o “direito nacional”.
No Direito Público Externo, temos o Direito Internacional Público, o Direito de Guerra, o Direito
Espacial etc., ou seja, o “direito internacional”.
Direito Privado ao contrário, rege as relações entre particulares, nas quais prevalece, de modo
imediato, o interesse de ordem privada. O Direito Privado abrange o Direito Civil, o Direito Empresarial,
o Direito do Trabalho, o Direito do Consumidor etc.
3 – Fontes do Direito
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, a “expressão fontes do direito, tanto significa o poder de criar
normas jurídicas quanto à forma de expressão dessas normas”.
Podemos analisar as fontes de maneira bastante ampla, mas é importante focar naquilo que é realmente
importante para a prova. As fontes podem ser:
Fontes formais: a forma como o Direito se exterioriza, ou seja, o Direito propriamente dito.
Fontes materiais: a base, os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem
a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que informam o conteúdo das normas
jurídicas. Ou seja, são os fatores reais que influenciam o surgimento da norma jurídica.
Dentre as fontes formais há uma fonte por excelência, a Lei. A lei é a principal fonte do direito e o objeto
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. As demais fontes formais são secundárias, ou
acessórias, quais sejam a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
É possível também classificar as fontes formais em fontes diretas (ou imediatas) e indiretas (ou
mediatas). As primeiras são a lei e o costume, que por si só geram a regra jurídica, não necessitando de
outras fontes. As segundas são a doutrina e a jurisprudência, que tratam das fontes diretas, ou seja,
precisam daquelas.
Por fim, temos as fontes estatais e não estatais. Fontes estatais são a lei, a jurisprudência e as convenções
e tratados internacionais. Fontes não estatais são a analogia, os costumes e os princípios gerais do
direito. Mais contemporaneamente, há quem considere a equidade também fonte não estatal, apesar
de ela não constar da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB.
É uma norma comum e obrigatória, proveniente do poder competente e provida de sanção, segundo a
perspectiva mais clássica. Sendo assim, a fonte primordial do direito. Carlos Roberto Gonçalves diz que
“a lei é um ato do poder legislativo, que estabelece normas de comportamento social. Para entrar em
vigor, deve ser promulgada e publicada no Diário Oficial. É, portanto, um conjunto ordenado de regras
que se apresenta como um texto escrito”.
2 – Características da Lei
Agora, vou analisar a lei no seu sentido estrito, ou seja, a “lei emanada pelo Poder Legislativo”. O que
torna uma lei, uma Lei? Que características as normas jurídicas em sentido estrito têm?
A. Generalidade
A norma se dirige a todos os cidadãos, sem qualquer distinção, tendo efeito erga omnes (para todos).
Por exemplo, o Estatuto dos Servidores Públicos. Ele disciplina a situação jurídica dessa categoria de
pessoas, sem distinção.
B. Imperatividade
A norma impõe um dever, uma conduta aos indivíduos. A lei é uma ordem, um comando. Quando exige
uma ação, impõe; quando quer uma abstenção, proíbe. Essa característica inclui a lei entre as normas
que regulam o comportamento humano, como a norma moral, a religiosa etc. Todas são normas éticas,
providas de sanção. A imperatividade (imposição de um dever de conduta, obrigatório) distingue a
norma das leis físicas.
C. Autorizamento ==2c9479==
Traz a ideia de ser autorizante, pois autoriza e legitima o uso da coerção, o uso da força.
D. Permanência
A lei não se exaure numa só aplicação, pois deve perdurar até que seja revogada por outra lei. Algumas
normas, entretanto, são temporárias, destinadas a viger apenas durante certo período, como as que
constam das disposições transitórias e as leis orçamentárias.
E. Competência
Para a lei valer contra todos, deve emanar de autoridade competente. O legislador está encarregado de
ditar as leis, mas tem de observar os limites de sua competência. Quando suas atribuições ultrapassam
seus limites, o ato é nulo, cabendo ao Poder Judiciário recusar-lhe aplicação (art. 97 da Constituição
Federal).
D. Hierarquia
ATENÇÃO Esse é um tema desenvolvido pelo Direito Constitucional, em detalhes. Aqui, vou apenas
apresentar a classificação e tratar de um único ponto que é frequente em provas também de Direito
Civil.
esquematicamente:
Pirâmide de Kelsen
E. Competência
ATENÇÃO Novamente, esse é um tema desenvolvido pelo Direito Constitucional, em detalhes. Aqui,
vou apenas apresentar a classificação e tratar de um único ponto que é frequente em provas também de
Direito Civil.
F. Alcance
Aplicam-se a um número
indeterminado de pessoas
LEIS GERAIS
Ex.: Código Civil
G. Duração
Temporárias
QUANTO À DURAÇÃO:
Permanentes
As leis temporárias são exceção no ordenamento jurídico, pois já nascem com um tempo determinado
de vigência. Normalmente, surgem para atender a uma situação circunstancial ou de emergências.
O Direito Civil, em resumo, rege as relações entre os particulares e destaca-se no Direito Privado como
um direito comum a todas as pessoas, no sentido de disciplinar o modo de ser e de agir, em geral. O
Direito Civil é, portanto, uma espécie de Direito Privado Comum, mais ou menos como o Direito
Constitucional no Direito Público.
O Direito Civil, portanto, não é apenas Código Civil. O grosso do Direito Civil está no Código Civil, mas a
LINDB é um exemplo de Direito Civil fora do Direito Civil.
O Código Civil de 2002 – CC/2002 manteve a forma do revogado Código Civil de 1916, colocando as
matérias em ordem metódica, divididas em Parte Geral – que cuida das pessoas, dos bens e dos fatos
jurídicos – e uma Parte Especial – que ficou dividida em cinco livros, com os seguintes títulos, nesta
ordem: Direito das Obrigações, Direito de Empresa, Direito das Coisas, Direito de Família e Direito de
Sucessões –, num total de 2.046 artigos.
Apesar de a LINDB ser estudada no âmbito do Direito Civil, sua aplicação vai muito além dele. Ela
abrange os mais variados ramos do direito: tributário, civil, empresarial, penal, etc. Claro que cada
ramo tem suas peculiaridades, pelo que cuidado!
Atualmente, a LINDB é recepcionada como Lei Ordinária. Ou seja, a LINDB é uma Lei ordinária com
status constitucional. Ainda assim, Lei Ordinária!
A doutrina costuma chamá-la de norma de sobredireito, pois que disciplina princípios, aplicação,
vigência, interpretação e integração, itens relacionados a todo o direito e não somente ao Código Civil.
É uma Lei que disciplina as Leis, a “lei das leis”.
Capítulo I – Aplicação
Para uma Lei ser criada há um procedimento próprio que está definido na Constituição Federal
(Processo Legislativo) e que envolve dentre outras etapas: a) a tramitação no legislativo; b) a sanção
pelo executivo; c) a sua promulgação; e d) a publicação (diferente de promulgação).
• A PROMULGAÇÃO é o nascimento da lei em sentido amplo, é ato solene que atesta a existência da
lei
• A PUBLICAÇÃO é a exigência necessária para a posterior entrada em vigor da lei
Capítulo II – Vigência
1 – Regras
A. Início da vigência
A lei só começará a vigorar depois de sua publicação no Diário Oficial. Ao finalizar o processo de sua
produção, a norma já é considerada válida, mas ainda não vigente.
Assim, para ser aplicada, não basta que a lei seja válida, mas também que ela seja vigente. De acordo,
com o art. 1º da LINDB:
Art. 1°. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
O período de tempo entre a publicação e a vigência é o que se chama de vacância, ou vacatio legis,
e serve para que os textos legais tenham uma melhor divulgação, um alcance maior.
Mas, a lei pode indicar outro prazo de vigência, que pode ser inferior ou superior aos 45 dias citados na
LINDB. Se for constatado que a lei tem um prazo específico, dispondo em contrário à LINDB, esta é
que prevalecerá.
Por exemplo, se o texto da lei falar que esta entrará em vigor 10 dias após a sua publicação, assim
acontecerá. Veja alguns exemplos de leis que autodeclararam a sua vigência:
Caso a lei indique expressamente em seu texto, “Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicação”, não há de se falar em vacatio legis. Isso porque, se a
lei passa a vigorar na data de sua publicação, não existe vacância. De acordo
com a LC 95/1998, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da
CF/1988, essa cláusula se aplica às leis de pequena repercussão:
A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na
data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão
Em matéria de duração, o Brasil adotou o critério do prazo único, sincrônico ou simultâneo, porque a
lei entra em vigor na mesma data, em todo o país.
Quando a obrigatoriedade da lei brasileira for admitida em Estados estrangeiros, ela se inicia 3 (três)
meses depois de oficialmente publicada, de acordo com o §1º do art. 1º da LINDB:
Professor, e se a lei tiver autodeclarado prazo maior, de um ano, por exemplo, como fica no
estrangeiro?
Aí vale o período de vacância – vacatio legis – estabelecido na própria lei. Lembre que o prazo de 3 meses
para vigência no estrangeiro só se aplica ao caso de silêncio da lei.
B. Modificações
Se antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo do art. 1º da LINDB começará a correr da nova publicação, prevê o §3º desse dispositivo:
Art. 1º. §3º. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da
nova publicação.
Há uma lei já publicada, mas que ainda não está em vigor e, portanto, ainda está no período de
vacatio legis. Se essa lei for republicada para correção (devido a erros materiais, omissões ou até
mesmo falhas de ortografia), o prazo recomeçará a ser contado a partir dessa nova publicação.
A doutrina costuma colocar duas formas de republicação: a total e a parcial. Caso a publicação do texto
seja total, o novo prazo passa a contar para todos os dispositivos dessa lei. Já se a republicação for parcial
o prazo conta apenas para os dispositivos que foram alterados e republicados.
Para evitar problemas, porém, é comum que as alterações feitas no texto de leis que ainda não entraram
em vigor passem a vigorar junto com ela, por previsão expressa.
Porém, outra situação ocorre caso a vacatio legis já tenha sido superado, ou seja, já tenha
transcorrido o prazo de 45 dias, ou outro que a lei determine, estando, desta forma, a lei em sua plena
vigência. Nesse caso a correção a texto será considerada como lei nova. Isso é o que diz o §4º do art. 1º
da LINDB:
Art. 1º. §4º. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se Lei nova.
C. Fim da vigência
Art. 2°. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue.
Perceba que o art. 2° da LINDB relaciona vigência ao aspecto temporal da lei, a qual, no período (de
==2c9479==
Não importa se é 5 dias, 45 dias, um ano, ou 500 dias. A forma de contagem do tempo no Direito
brasileiro é estabelecida em lei. Por isso, você deve saber como se conta o tempo, para fins legais. A Lei
810/1949 define a contagem do tempo no ano civil da seguinte forma:
Ano - art. 1º
•Considera-se ano o período de doze meses contado do dia do início ao dia e mês
correspondentes do ano seguinte
Mês - art. 2º
•Considera-se mês o período de tempo contado do dia do início ao dia correspondente do
mês seguinte
Art. 8º §1º. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando
em vigor no dia subsequente a sua consumação integral.
Esse prazo não se interrompe, nem se suspende ou se protrai, de modo que se a data indicada pela lei
cair em feriado, sábado ou domingo, a vigência da norma se dá naquele dia, independentemente de
ser útil ou não.
O art. 3º da Lei 810/1949 dispõe que quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia
correspondente ao do início do prazo, este findará no primeiro dia subsequente.
Quando a lei é parcialmente vetada, a parte não vetada é publicada naquele momento. A parte atingida
pelo veto, porém, pode ser publicada posteriormente, se rejeitado o veto. Os dispositivos vetados só
entram em vigor no momento da sua publicação, pois o veto tem caráter suspensivo e os artigos não
publicados não se tornaram conhecidos.
2 – Princípio da continuidade
Cessa a vigência da lei com a sua revogação. Esse é chamado princípio da continuidade das leis. É
quando uma lei pode ter vigência para o futuro sem prazo determinado, durando até que seja
modificada ou revogada por outra. Não se destinando à vigência temporária, dispõe o art. 2º da LINDB:
Art. 2º Não se destinando a vigência temporária, a Lei terá vigor até que outra a modifique
ou revogue.
A noção de continuidade é uma regra. Mas eu trato da exceção, já que o próprio artigo começa com a
exceção. Duas espécies legislativas que não se submetem a tal preceito, quais sejam: leis temporárias
(são aquelas que possuem prazo de validade) e excepcionais ou circunstanciais (vigem enquanto
durar uma determinada situação), as quais caducam.
Ou seja, excepcionalmente, a lei perde vigência pela expiração de seu prazo de validade, no caso
das leis temporárias, como dispõe o art. 2º da LINDB. A regra, porém, não é essa.
As leis de vigência permanente não podem ser extintas pelo costume, jurisprudência, regulamento,
decreto, portaria e simples avisos. Dura lex, sed lex: a lei é dura, mas é a lei. Eu diria, mesmo que ruim,
velha ou confusa, é a lei.
Expressa (direta), quando expressamente o declare. A revogação está no texto da lei. A revogação
expressa é a mais segura, pois evita dúvidas e obscuridades.
Tácita (indireta), em duas situações: quando seja com esta incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria, mesmo não mencionando a lei revogada.
Parcial, quando a nova lei torna sem efeito apenas uma parte da lei antiga, que no restante continua
em vigor. É a chamada derrogação.
Total, quando a nova lei suprime todo o texto da lei anterior, ou seja, é feita uma nova lei sobre o
assunto. É a chamada ab-rogação.
Art. 2º. §1°. A lei posterior revoga a anterior quando (1) expressamente o declare, quando (2) seja
com ela incompatível ou quando (3) regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
Daí se depreende que a simples criação de uma lei com o mesmo assunto de uma lei já existente
(disposições gerais ou especiais) não revoga a eficácia da lei pretérita (da lei antiga). Nesse caso, a
revogação somente irá acontecer se houver incompatibilidade entre elas ou a regulação inteira da
matéria. A existência de incompatibilidade conduz à possível revogação da lei geral pela especial, ou da
lei especial pela geral, assinala Carlos Roberto Gonçalves.
É possível que uma norma sequer tenha vigência, se revogada antes de sua entrada em vigor,
como o art. 374 do Código Civil de 2002, cuja revogação se deu pela Medida Provisória 75 de
24/10/2002. Antes de entrar em vigor, em 11/01/2003, o art. 374 foi revogado. Se fosse uma pessoa, o
art. 374 Código Civil de 2002 seria natimorto, ou seja, morreu antes mesmo de nascer.
3 – Ultratividade
A ultratividade da lei ocorre quando uma norma possui vigor sem ser vigente. Nesse caso, a norma
produz efeitos mesmo depois de terminada sua vigência. Ou seja, a ultratividade ocorre após a
revogação da lei, mas os fatos ocorreram antes de a lei ser revogada.
4 – Repristinação
A repristinação significa restaurar o valor obrigatório de uma lei que foi anteriormente revogada. O
nosso ordenamento jurídico não aceita, em regra, a repristinação, exceto se
houver disposição em contrário. Se a Lei nova “B”, que revogou uma Lei velha
“A”, for também revogada, posteriormente, por uma Lei mais nova “C”, a Lei velha
“A” não volta a valer automaticamente. Isso só irá acontecer se no texto da Lei
mais nova “C” estiver expresso que a Lei velha “A” volta a valer.
O que ocorre se uma norma for revogada por outra e, posteriormente, a segunda
é também revogada, mas sem que norma nova seja imposta? O art. 2º, §3º deixa claro que salvo
disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência.
5 – Obrigatoriedade da Lei
O Direito brasileiro não adota a perspectiva, em regra, de que é possível alegar desconhecimento da lei
para justificar determinada conduta. A lei é imperativa e deixar de segui-la não é opção. Assim, a
ignorância da lei não escusa ninguém de seu cumprimento.
Nesse sentido, o art. 3º da LINDB estabelece com clareza solar que ninguém se escusa de cumprir a
lei, alegando que não a conhece. Há exceção à regra no que tange à aplicação da lei penal, no caso do
art. 8º da Lei das Contravenções Penais (“No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei,
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”).
Art. 3°. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
1 – Conceito e classificação
Dá-se a antinomia jurídica (lacunas de conflitos) quando existem duas normas conflitantes sem que
se possa saber qual delas deverá ser utilizada no caso concreto. Assim sendo, ambas se excluem.
Portanto, para que se configure uma antinomia jurídica é necessário que se apresentem três requisitos:
normas incompatíveis; indecisão por conta da incompatibilidade e; necessidade de decisão.
As antinomias são de dois tipos: antinomia aparente e antinomia real. Nas antinomias reais, o
sujeito não pode agir em acordo com ambas as regras. Sua ação se torna insustentável do ponto de vista
do seguimento da ordem jurídica, porque, se seguir uma norma, violará, automaticamente, a outra. A
solução de uma antinomia real é dada pelo intérprete, que deve excluir uma das normas do sistema, já
que o cumprimento simultâneo de ambas as normas é impossível e não há como se aplicar os critérios
previstos na LINDB para resolução da antinomia.
Já as antinomias aparentes se resolvem de maneira sistêmica, de acordo com critérios que se veem
mais adiante.
Antinomia de 1º Grau
Antinomia de 2º Grau
•Conflito de normas válidas que envolve pelo menos dois dos critérios
2 – Critérios de resolução
Para se resolver uma antinomia aparente, recorre-se a três critérios: critério cronológico (norma
posterior vs. norma anterior), critério de especialidade (norma especial vs. norma geral) e critério
hierárquico (norma superior vs. norma inferior).
Antinomia Aparente
•Se há conflito entre norma posterior e norma anterior, prevalecerá a primeira, pelo critério
cronológico. Estamos diante de uma antinomia de 1º grau aparente
Antinomia Aparente
•Conflito entre norma especial e norma geral, prevalecerá a primeira, pelo critério
especialidade, outra situação de antinomia de 1º grau aparente
Antinomia Aparente
•Conflito entre norma superior e norma inferior, prevalecerá a primeira, pelo critério
hierárquico, também situação de antinomia de 1º grau aparente
Antinomia Aparente
•Critério da especialidade X Critério cronológico (Conflito entre uma norma especial anterior
e outra norma geral posterior, prevalecerá o critério da especialidade, prevalecendo a
primeira norma)
Antinomia Aparente
•Critério hierárquico X Critério cronológico (Conflito entre uma norma superior anterior e
outra norma inferior posterior, prevalecerá o critério hierárquico, prevalecendo a primeira
norma)
Antinomia Aparente
•Critério hierárquico X Critério da especialidade (Conflito entre uma norma geral superior e
outra norma especial inferior, não há consenso na doutrina)
Norma geral superior X Norma especial inferior Quando se tem um conflito entre uma norma geral
superior e outra norma especial inferior não é possível solucionar o conflito diante da dificuldade de se
averiguar qual a norma predominante, a antinomia será solucionada por meio dos mecanismos
destinados a suprir as lacunas da lei (arts. 4° e 5° da LINDB).
Interpretação autêntica ou legislativa é aquela dada pelo próprio legislador para explicar
ambiguidade da norma, mediante a publicação de norma interpretativa.
2. Quanto aos meios ou elementos, a interpretação pode ser feita pelos seguintes métodos:
Interpretação gramatical é também chamada de literal, porque o intérprete analisa cada termo do
texto normativo, observando-os individual e conjuntamente.
Interpretação lógica ou racional: atende ao espírito da lei. Nessa técnica o intérprete irá estudar a
norma valendo-se de raciocínio lógico.
Interpretação sistemática relaciona-se com a interpretação lógica. Por essa razão, muitos a
denominam interpretação lógico-sistemática. O intérprete analisará a norma considerando o sistema
em que se encontra inserida, observando o todo para tentar chegar ao alcance da norma no individual,
e examina a sua relação com as demais leis, pelo contexto do sistema legislativo.
No caso de interpretação, o magistrado deve atender aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum, como exige o art. 5º da LINDB.
O art. 4º da LINDB estabelece que somente quando a lei for omissa, o juiz pode decidir o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Ou seja, a integração das
normas só ocorre em caso de lacuna normativa; não havendo lacuna normativa, descabida a
integração normativa, falando-se apenas em aplicação dos métodos de interpretação.
Para a correta subsunção é necessária uma interpretação adequada por parte do juiz. Se o magistrado
não encontrar uma norma que se amolde ao fato, terá que utilizar a integração normativa (analogia,
costumes e princípios gerais de direito), prevista no art. 4° da LINDB.
Na subsunção, há situações em que basta o magistrado encaixar o fato concreto à lei (abstrata e
genérica). Todavia, podem ocorrer situações em que isso não será possível. Perceba que nem sempre a
subsunção poderá ser aplicada. Nesses casos, não havendo lei prévia tratando do tema, a situação será
sanada por meio da integração normativa.
Nos mecanismos de integração da norma jurídica, há uma hierarquia para utilização, e a analogia
vem em primeiro lugar. Os demais serão usados se a analogia não puder ser aplicada; isso porque o
ordenamento jurídico brasileiro consagra a supremacia da lei positiva. A ordem prevista no art. 4º da
LINDB é hierárquica e taxativa!
1 – Analogia
A analogia consiste na aplicação de uma norma semelhante, se não há uma norma prevista para um caso
análogo.
1. São três os requisitos para a aplicação da analogia, de acordo com Carlos Roberto Gonçalves:
Analogia Legal (ou analogia legis) é a aplicação de uma norma já existente, destinada a conduzir
caso semelhante ao previsto.
Analogia Jurídica (ou analogia juris) será utilizado um conjunto de normas para retirar
elementos que possibilitem a sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas semelhante.
Analogia é uma das formas de integração, quando da existência de uma lacuna na Lei, em cuja solução
o magistrado irá se utilizar de uma norma semelhante – analogia legis – ou de um conjunto de normas
– analogia juris – para extrair elementos que possibilitem a sua aplicabilidade.
Já na interpretação extensiva o magistrado irá, na sua interpretação, apenas ampliar o alcance da lei.
2 – Costumes
Os costumes decorrem da prática reiterada, constante, pública e geral de determinado ato com a certeza
de ser ele obrigatório. Observe que para ser considerado costume deve preencher os elementos de uso
continuado e a certeza de sua obrigatoriedade.
Ao aplicar o costume, o juiz terá que levar em conta seu fim social e o bem comum. O magistrado só
poderá recorrer ao costume quando se esgotarem todas as potencialidades;
E quais são as condições para um costume existente ter vigência? Sua continuidade, sua uniformidade,
sua diuturnidade (longo período de tempo), sua moralidade e sua obrigatoriedade.
Secundum legem: é aquele previsto em lei. A lei em seu próprio texto utiliza expressões como:
“...segundo o costume do lugar...”, “...se, por convenção, ou costume...”, “...de acordo com o ajuste, ou o
costume do lugar...”, “de conformidade com os costumes da localidade”.
Praeter legem: quando os costumes são utilizados de forma a complementar a lei nos casos de
omissão, falta da lei.
Quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o juiz supre a deficiência da ordem
jurídica, adotando os princípios gerais de direito. Eles são regras abstratas, virtuais, que estão na
consciência e que orientam o entendimento de todo o sistema jurídico, em sua aplicação e para sua
integração.
4 – Equidade
A equidade é o uso do bom-senso, a justiça por meio da adaptação razoável da lei ao caso
concreto. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
O que irá acontecer com as relações jurídicas que haviam se formado durante a vigência da lei anterior?
Para responder à pergunta e solucionar o impasse, existem dois critérios de solução: o das disposições
transitórias e do princípio da irretroatividade das leis.
Primeiro, o CRITÉRIO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS. O legislador, prevendo que, com o advento
da nova lei, irão surgir problemas nas relações jurídicas, já coloca em seu texto disposições transitórias,
para regular os possíveis conflitos entre a lei velha e a nova.
Segundo, o CRITÉRIO DO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. No Brasil, uma lei só produz
efeitos para frente (eficácia ex nunc), ou seja, a partir de sua entrada em vigor, para o futuro. Assim
sendo, a norma não atinge fatos do passado (eficácia ex tunc).
A Constituição Federal de 1988 (art.5°, inc. XXXVI) e a LINDB adotaram, com efeito, o princípio da
irretroatividade das leis como REGRA, e o princípio da retroatividade como EXCEÇÃO. Isso desde
que, cumulativamente, exista expressa disposição normativa nesse sentido e que tais efeitos retroativos
não atinjam o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.
Coisa julgada é a decisão judicial irrecorrível, de que já não caiba recurso, é imutável, indiscutível (art.
6°, §3º, da LINDB).
Quando uma lei é criada, a princípio ela tem validade e obrigatoriedade dentro do território do Estado
(país) que a criou. É o Princípio da Territorialidade.
Mas, o princípio da territorialidade não é aplicado de modo ABSOLUTO, no Brasil, pelo que se
permite, em alguns casos, a aplicação do princípio da extraterritorialidade. Nós adotamos a chamada
Territorialidade Temperada (moderada ou mitigada).
A aplicação de lei ou atos estrangeiros em território nacional só será possível se essa lei estiver
de acordo com a ordem pública, os bons costumes e não ofenderem a soberania nacional:
A regra geral, ante o conflito de leis no espaço, é a aplicação do direito pátrio, empregando-se o direito
estrangeiro apenas excepcionalmente quando isso for expressamente determinado pela legislação
interna de um país.
A LINDB traz numerosas regras aplicáveis ao Direito Internacional Privado. Trata-se da regulamentação
do conflito de normas a partir de uma perspectiva de soberania.
O art. 7° da LINDB funda-se na lex domicilli, pela qual devem ser aplicadas as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
2 – Casamento
O art. 7°, §1º, trata das regras específicas que deverão ser aplicadas na realização do casamento no Brasil
(arts. 1.521, 1.548, inc. I, e 1.550 do Código Civil):
§1º. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
O casamento será celebrado de acordo com a lei do país do celebrante. Mas o cônsul estrangeiro só
poderá realizar matrimônio quando ambos os nubentes forem nacionais:
A invalidade do casamento será regida pela lei do domicílio comum dos nubentes ou pela lei de seu
primeiro domicílio conjugal:
§3°. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do
primeiro domicílio conjugal.
A lei do domicílio dos nubentes vai disciplinar o regime de bens, legal ou convencional – fixado por
vontade dos nubentes –, no casamento:
§4°. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
O estrangeiro naturalizado brasileiro, com a expressa anuência de seu cônjuge, pode requerer a adoção
do regime da comunhão parcial de bens, resguardados os direitos de terceiros:
§5º. O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de
seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e
dada esta adoção ao competente registro.
3 – Divórcio
O art. 7°, §6º, trata do divórcio realizado no estrangeiro. No entanto, esse dispositivo tem de ser lido
com cautela, por força da Emenda Constitucional – EC 66/2010. Veja a literalidade do dispositivo:
Ele está quase todo certo, exceto quanto ao prazo. Desde a EC 66/2010 não é necessário mais esperar o
prazo de um ano para converter a separação judicial em divórcio. Em resumo, hoje o art. 7°, §6º, da
LINDB tem de ser lido assim:
4 – Domicílio
§7°. Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e
aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
À luz da Constituição Federal e do Código Civil (art. 1.567), a direção da sociedade conjugal será
exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Ou seja,
esse artigo é bisonho, atualmente. Mas você precisa lembrar que a LINDB é da década de 1940.
O domicílio da pessoa que não tiver residência fixa será o local em que ela for encontrada. É o caso das
pessoas sem-teto ou errantes, como os ciganos, naquela perspectiva meio novelesca:
§8°. Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.
5 – Atos notariais
Além disso o art. 18 versa sobre a competência das autoridades consulares brasileiras para celebrar
atos notariais:
Cuidado com a Súmula 381 do STF. Ela afirma que “não se homologa sentença de divórcio obtida, por
procuração, em país de que os cônjuges não eram nacionais”.
Quando não houver filhos menores ou incapazes, as autoridades consulares brasileiras poderão
celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros:
Lembro, novamente, que a EC 66/2010 não mais exige prazo entre separação e divórcio e pode ser
celebrado o divórcio direto. Para isso, no entanto, é necessário que as partes estejam assistidas por
advogado:
Todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros serão considerados
válidos:
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei n.º 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
satisfaçam todos os requisitos legais.
O parágrafo segundo segue a linha do que consta no art. 733 do Código de Processo Civil quanto à
exigência da presença de advogados nas escrituras de separação e divórcio lavradas perante os
Tabelionatos de Notas. Essa é a regra que se aplica no Brasil, muito semelhante à da LINDB:
6 – Morte e sucessão
Já relativamente à sucessão por morte ou por ausência, rege o art. 10 da LINDB: deve-se obedecer à
lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens. A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder:
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
O §1º traz uma EXCEÇÃO, que diz respeito às situações em que houver bens no Brasil e havendo também
cônjuge ou filhos brasileiros. E veja que essa exceção é amparada inclusive pelo texto constitucional.
Com isso, nesse ponto, será analisada qual lei será mais favorável aos herdeiros brasileiros – se a lei
brasileira ou se a lei de onde era domiciliado o morto:
§1º. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Art. 5º, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";
Não havendo enquadramento na previsão legal do §1º, será aplicada a regra geral do caput do art. 10.
==2c9479==
A lei do domicílio do morto rege as condições de validade do testamento por ele deixado. Mas é a lei do
domicílio do herdeiro ou legatário que regula a capacidade para suceder.
Aquele que se apresenta como herdeiro, estará em alguma categoria de herdeiros (terá ou não a
qualidade de herdeiro) que será definida pela lei competente para reger a sucessão do morto (de
cujus), a transferência do seu patrimônio. Para o Brasil, essa incumbência cabe à lei do domicílio do
defunto ou desaparecido. Dispõe o art. 10 da LINDB, complementado pelo art. 1.785 do Código Civil:
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
Ou seja, o que determinará quem são os herdeiros será a lei de onde era domiciliado o defunto.
7 – Competência processual
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1°. Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis
situados no Brasil.
Estabelece o art. 17 que leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes. Trata-se de medida de proteção do ordenamento jurídico pátrio:
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no
lugar em que foi proferida;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Superior Tribunal de Justiça (Vide
art.105, inc. I, alínea “i”, da Constituição Federal).
9 – Bens e obrigações
Para qualificar e regular relações no que diz respeito aos bens e às obrigações, seguimos o princípio
da territorialidade: estando o bem situado no Brasil, aplicam-se as leis do Brasil; constituindo-se
obrigações no Brasil, aplicam-se as leis do Brasil. No entanto, estando o bem situado no exterior, ou
constituindo-se obrigações no exterior, aplicam-se as leis do exterior.
A exceção no caso dos bens quanto aos bens móveis trazidos ou destinados a transporte para outros
lugares; nessa situação aplica-se a lei do domicílio.
Em relação os bens, o art. 8º estabelece que, na sua qualificação e regulação quanto às relações a eles
concernentes, deve-se aplicar a lei do país em que estiverem situados (lex rei sitae):
Art. 8º. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do
país em que estiverem situados.
§1º. Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis
que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
Quanto ao penhor – um direito real de garantia, uma espécie de hipoteca sobre os bens móveis –, aplica-
se a norma do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada (lex domicilli):
§2°. O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a
coisa apenhada.
A LINDB ao tratar das obrigações, dispõe que aplicam-se as leis do local em que foram constituídas
(locus regit actum):
Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituírem.
A REGRA locus regit actum manda aplicar as leis do lugar em que forem celebrados
os atos. Essa regra é válida para obrigações constituídas entre presentes, ou seja,
ambas as partes comparecem pessoalmente ao ato. O princípio locus regit actum está
relacionado ao PLANO DE VALIDADE do negócio, relacionado ao ato de constituição da
obrigação, ou seja, à sua FORMA.
§1. Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será
esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos
extrínsecos do ato.
O §1º traz uma situação específica. Se o contrato foi celebrado no exterior, mas se seus EFEITOS serão
produzidos aqui no Brasil, e se depender de forma essencial (FORMA PREVISTA NAS LEIS
BRASILEIRAS) esta deverá ser observada, MAS para a determinação dos seus LIMITES E EFEITOS – lex
loci executionis. Estamos diante de uma situação em que se analisa o conteúdo da obrigação, o PLANO
DE EFICÁCIA (e não mais o plano de validade).
Por isso, QUANTO AOS REQUISITOS EXTRÍNSECOS DO ATO (FORMALIDADES) admite-se que sejam
observadas as leis do local onde houve a constituição da obrigação (locus regit actum) – relacionados
AO PLANO DE VALIDADE.
Alguns contratos, por exemplo, exigem que seja feita escritura pública
O parágrafo segundo está em conflito parcial com o art. 435 do Código Civil, pelo qual reputa-
se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto:
10 – Provas
Quanto às normas processuais, a prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de se produzir. No entanto, deixa claro o art. 13 da LINDB que não
se admitem nos tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça:
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto
ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto
e da vigência.
Quando se for aplicar lei estrangeira, deve-se ter em vista a disposição desta, sem se considerar
qualquer remissão por ela feita a outra lei (art. 16 da LINDB). Trata-se do princípio da vedação ao
reenvio, também chamado de retorno ou devolução, adotado pelo direito brasileiro:
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira,
ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra
lei.
Seguindo adiante, em relação a pessoas jurídicas de direito privado, o art. 11 da LINDB assegura que
as organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem
à lei do Estado em que se constituírem. Para que possam ter filiais, agências ou estabelecimentos
no território nacional, mister que tenham aprovados pela lei brasileira seus atos constitutivos.
§ 1°. Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem
os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2°. Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles
tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no
Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
§ 3°. Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede
dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
Por fim, a LINDB ainda traz algumas disposições sobre segurança jurídica e
eficiência na criação e na aplicação do direito público. Essas disposições foram
inseridas pela Lei 13.655/2018, que entrou em vigor na data de sua publicação, à
exceção do art. 29, que passou a viger apenas depois de 180 dias.
1 – Decisões
De modo a evitar que o julgador decida de maneira arbitrária, o art. 20 prevê que nas esferas
administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos
sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Por isso, na motivação, deve-se
demonstrar a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Essas decisões, quando decretarem a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa devem indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. O
parágrafo único do art. 21, inclusive, exige que as decisões indiquem as condições para que a
regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais.
Não se pode, por isso, impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo
expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso,
indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que,
em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
2 – Interpretação
Para além das normas de interpretação presentes no art. 5º, o art. 22 determina interpretação
“realística”. Vale dizer, para além dos “fins sociais” e das “exigências do bem comum” já reivindicadas,
em se tratando de normas sobre gestão pública, serão considerados também os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos
dos administrados.
Por isso, em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado
ou condicionado a ação do agente (§1º). Ou seja, o objetivo da norma é tornar a decisão judicial
“exequível”, do ponto de vista mais prático do termo.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e
as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo
==2c9479==
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções
de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
3 – Sanções
Nesse sentido, prevê o §3º que as sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta
na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. Ao
que parece, a intenção aqui era evitar punições diversas por um mesmo ato.
4 – Revisões
Igualmente tentando reduzir a mudança de rumos que por vezes torna o ambiente de
negócios mais complexo ao parceiro privado, o art. 23 prevê que a decisão administrativa,
controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento
de direito, deverá prever regime de transição. Esse regime de transição só será
necessário quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Assim, veda-se que, com base em mudança posterior de orientação geral, declarem-se inválidas
situações plenamente constituídas, determina do art. 24.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança
posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Tentando tornar mais palatável essa norma, o parágrafo único prevê que se consideram orientações
gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em
jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa
reiterada e de amplo conhecimento público. Essa é, talvez, uma das mais problemáticas normas trazidas
pela Lei 13.655/2018.
5 – Responsabilidade
Indo além, o art. 28 prevê que o agente público responderá pessoalmente por suas
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro (não confunda
com dolo ou culpa da responsabilidade civil!). É, em alguma medida, o tal “crime de
hermenêutica” que acabou passando desapercebido, de maneira genérica, aqui. É de se
questionar, pela abrangência da LINDB, se a norma se aplica a qualquer decisão,
incluindo as judiciais, no âmbito penal, privado, ambiental etc.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em
caso de dolo ou erro grosseiro.
6 – Compensações
Também de constitucionalidade altamente questionável é o art. 27. Segundo esse dispositivo, a decisão
do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial poderá impor compensação
por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da
conduta dos envolvidos.
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá
impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do
processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu
cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
7 – Compromisso
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação
do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa
poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública,
e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados,
observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as
sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
Sua celebração deve ser realizada após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização
de consulta pública, desde que presentes razões de relevante interesse geral, observada a legislação
aplicável. O compromisso, porém, só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
8 – Segurança jurídica
Por fim, de maneira programática, o art. 30 exige que as autoridades públicas atuem para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas. Estendendo o raciocínio das Súmulas Vinculantes do STF,
esses instrumentos terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam,
até ulterior revisão.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação
das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a
consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em
relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
QUESTÕES COMENTADAS
FCC
1. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região - Analista Judiciário) De acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, quando a lei for omissa, o Juiz decidirá o caso
Comentários
A LINDB, é taxativa ao delimitar as ações do Juiz em caso de omissão da lei, vejamos a seguir:
Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Gabarito: B
2. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária) De acordo com a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei nova
a) só revoga a anterior se regular inteiramente a matéria.
b) começa a viger, salvo disposição em contrário, na data de sua publicação.
c) possui, em regra, efeitos repristinatórios.
d) sempre revoga a anterior, se tiverem o mesmo objeto.
e) tem efeitos prospectivos limitados pela proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à
coisa julgada.
Comentários
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois não houve afastamento. O dispositivo mencionado traz fundamento
para que os atos inexistentes ou nulos, mas que seguiram a "orientação geral" que na época não foi
contestada, tornem-se válidos, levando em consideração a passagem do tempo e a estabilidade das
relações. Vejamos:
A alternativa B está correta, pois quando a Lei Federal no 13.655/2018, ao inserir na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei no 4.657/1942) modificou significativamente o cenário das
nulidades na administração Pública, como que para que seja decretada a invalidação de ato, deverá
indicar-se de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar
a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá
indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a
regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas
que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas
da decisão.
A alternativa D está incorreta, pois não houve afastamento da responsabilidade estatal. Na verdade, a
responsabilidade é subjetiva e regressiva. Veja:
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
A alternativa E está incorreta, pois não houve alteração significativa na teoria da autotutela. Além disso,
ao analisar o dispositivo mencionado, verifica-se a possibilidade de compensação por recebimento de
benefícios indevidos ou prejuízos na esfera patrimonial de terceiros.
Comentários
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro uma Lei Federal que não seja
temporária, salvo disposição contrária, começa a vigorar em todo o território brasileiro em quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Art. 1Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Art. 2°, § 1° - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.
Gabarito: D
Comentários ==2c9479==
A alternativa A está incorreta, pois a lei nova revoga a anterior em 3 situações, não somente no caso de
regular inteiramente a matéria tratada na lei anterior.
Veja a LINDB:
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
A alternativa B está incorreta, em razão de afirmar que a lei mais antiga continuará em vigor.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
A alternativa D está correta, já que a lei nova pode revogar a anterior no que lhe for contrária, nos
termos da LINDB:
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
a) for domiciliada.
b) tiver nascido.
c) se encontrar, ainda que a título transitório.
d) tiver morrido.
e) tiver registrado o seu assento de nascimento, mesmo que nascida em outro país.
Comentários
A banca objetivou avaliar nosso conhecimento acerca do caput do Art. 7º da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, vejamos:
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Gabarito: A
7. (FCC - 2022 - TRT - 14ª Região - Analista Judiciário) Nos termos do Decreto-lei nº
4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), para eliminar irregularidade,
incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de
consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os
interessados, observada a legislação aplicável. Referido compromisso
e) não será possível para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no caso de
expedição de licença.
Comentários
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento
e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
8. (FCC - 2022 - TRT - 5ª Região - Analista Judiciário) Suponha que o órgão jurídico de
determinado ente público tenha proferido parecer opinando pela legalidade de aditivo
contratual, celebrado em função do reconhecimento de obrigação legal do contratante público
em reestabelecer a equação econômico financeira original do contrato. Com base em tal aditivo,
que previa um determinado fluxo de pagamentos futuros, o particular contraiu financiamento
bancário para executar suas obrigações contratuais. Ocorre que o órgão jurídico da entidade
alterou seu entendimento geral quanto à aplicação das hipóteses legais que determinam o
reequilíbrio, o que levou a entidade a anunciar a intenção de anular todos os aditivos fundados
na orientação jurídica superada. O contratado, por seu turno, invocou em seu benefício os
preceitos da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB). Tal invocação mostra-se
a) parcialmente cabível, pois, embora não autorize a manutenção de atos ou contratos fundados em
orientação jurídica superada, referido diploma determina a adoção de medidas de modulação.
b) descabida, eis que o referido diploma veio justamente alargar a margem de interpretação
administrativa in abstrato, esta que não deve levar em conta os efeitos concretos em relação ao
administrado.
c) impertinente, dado que referido diploma aplica-se às relações envolvendo a Administração pública
exclusivamente no que concerne à responsabilização dos agentes em caso de erro grosseiro.
d) cabível, na medida em que o referido diploma veio a limitar a autotutela da Administração apenas a
situações que envolvam dolo, vedando a revisão de atos em que o referido elemento subjetivo não
esteja presente.
e) pertinente, em tese, eis que referida Lei veda a revisão da validade de ato ou contrato que envolvam
situações plenamente constituídas com base em mudança posterior de orientação geral.
Comentários
A alternativa A está incorretá, pois á LINDB náo determiná medidás de moduláçáo. Vejá que á LINDB
esclárece que quánto á válidáde do contráto processo ou normá ádministrátivá cujá produçáo já se
houver completádo levárá em contá ás orientáçoes geráis dá epocá, sendo vedádo que, com báse em
mudánçá posterior de orientáçáo gerál.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
9. (FCC - 2022 - SEFAZ-AP - Fiscal da Receita Estadual) De acordo com a Lei de introdução às
Normas do Direito Brasileiro, o agente público
a) não responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas, nem mesmo em caso de dolo
ou de culpa grave.
b) responderá pessoalmente por suas decisões, em caso de dolo ou erro grosseiro, mas não responderá,
em nenhuma hipótese, por meras opiniões técnicas.
c) responderá pessoalmente por suas decisões apenas em caso de dolo, podendo responder por suas
opiniões técnicas somente em caso de erro grosseiro.
d) responderá pessoalmente por suas decisões e opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
e) responderá pessoalmente por opiniões técnicas em caso de dolo, mas não responderá, em nenhuma
hipótese, por suas decisões.
Comentários
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
a) não responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas, nem mesmo em caso de dolo
ou de culpa grave.
b) responderá pessoalmente por suas decisões, em caso de dolo ou erro grosseiro, mas não responderá,
em nenhuma hipótese, por meras opiniões técnicas.
c) responderá pessoalmente por suas decisões apenas em caso de dolo, podendo responder por suas
opiniões técnicas somente em caso de erro grosseiro.
d) responderá pessoalmente por suas decisões e opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
e) responderá pessoalmente por opiniões técnicas em caso de dolo, mas não responderá, em nenhuma
hipótese, por suas decisões.
Comentários
De acordo com a Lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro, o agente público responderá
pessoalmente por suas decisões e opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro:
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
Gabarito: D
11. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região - Técnico Judiciário) A Lei nº 13.655/2018 introduziu
disposições na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/1942)
que visam promover maior segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do direito
público, dentre as quais:
Comentários
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar
de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão.
12. (FCC - 2021 - SEFAZ-SC – Analista da Receita Estadual) A vigência e os conflitos entre as
leis, no tempo, são disciplinados pela chamada Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(Decreto-Lei nº 4.657/1942). De acordo com esse diploma, a lei nova que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes
Comentários
A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes não modifica nem revoga
a anterior, nos termos do §2º, do art. 2º, da LINDB:
Art. 2º. § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Gabarito: B
13. (FCC - ALESE - Analista Legislativo - Apoio Jurídico- 2018) Manoel é juiz federal e contribui
para sistema de previdência em valores muito superiores aos que recolhem trabalhadores
submetidos ao regime da CLT, a fim de ver garantida aposentadoria com proventos integrais.
Desconsideradas eventuais regras de transição que venham a ser instituídas, e levando-se em
conta que Manoel ainda não atingiu o tempo necessário para a aposentação, caso aprovada
reforma legislativa que extinga o direito à aposentadoria com proventos integrais, Manoel
a) poderá requerer indenização contra a União, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
garante que lei nova não pode gerar enriquecimento sem causa ao atingir expectativa de direito.
b) poderá alegar a existência de direito adquirido a receber aposentadoria com proventos integrais, o
qual passou a existir no dia em que tomou posse na Magistratura.
c) não poderá alegar a existência de direito adquirido a receber aposentadoria com proventos integrais,
pois não possui direito adquirido, o qual somente existiria se tivesse trabalhado pelo tempo
necessário à aposentação.
d) poderá requerer indenização contra a União, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
garante que a lei nova não pode gerar enriquecimento sem causa ao atingir direito adquirido.
e) poderá requerer o pagamento proporcional da aposentadoria com proventos integrais, pois a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro confere à expectativa de direito a mesma proteção dada
ao direito adquirido.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Não é possível, isso pois a LINDB protege apenas o direito adquirido, e
não a expectativa de direito.
A alternativa B está incorreta. Não poderá neste caso, o direito adquirido só surge ao preencher todos
os requisitos e não na posse como magistrado.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Exatamente o que trata o art. 6º, § 2º da LINDB,
trazendo que:
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
A alternativa D está incorreta. No caso em questão não se trata de direito adquirido, apenas mera
expectativa de direito.
A alternativa E está incorreta. Neste caso a LINDB não confere proteção, isso, pois são institutos
diferentes que tratam de matérias distintas.
Comentários
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. As correções a texto de lei já em vigor fazem com
que estas passem a ser considerada lei nova, pois disciplinam um novo conteúdo, conforme se pode ver
através do art. 1º, §4º da LINDB que diz:
A alternativa C está incorreta. A promulgação, ou seja, o ato que ordena a publicação, é o marco em que
começara a contar o prazo de vacatio legis de 45 dias, como trata o art. 1° da LINDB, trazendo que:
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Esse sistema é chamado de obrigatoriedade simultânea da lei (ou vigência sincrônica) que regula como
se dá a obrigatoriedade das leis no país.
A alternativa D está incorreta. A lei nova, quando trata das disposições gerais ou de temas específicos
da lei anterior não revogará em modificará a lei anterior, se tratando de sua aplicabilidade, poderá
inclusive complementar as anteriores, traz o art. 2°, § 2° da LINDB que:
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
A alternativa E está incorreta. A lei editada posteriormente a uma outra pode revogar a antiga em três
hipóteses: expressamente, quando em seu texto expressamente mencionar a revogação; em razão de
incompatibilidade, ou seja, quando incompatíveis, prevalece o texto da nova norma e; quando a lei nova
regular totalmente o texto da lei antiga, hipótese em que mais uma vez, prevalece o texto da lei nova.
Eis o que dita o §1º, do art. 2º, da LIDB:
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois, na edição dos atos normativos, é permitido a órgão ou Poder
Público realizar prévia consulta pública para manifestação dos interessados, sendo autorizado, no
entanto, a realização posterior de audiências públicas para discussão de seus efeitos. Nesse sentido,
dispõe o art. 29 da LINDB:
A alternativa B está incorreta, já que o agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, conforme o art. 28:
A alternativa C está incorreta, dado que decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora
ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos, conforme o art. 27:
A alternativa D está correta, porque nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá
com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da
decisão, conforme o art. 20:
A alternativa E está incorreta, tendo em vista que a decisão administrativa, controladora ou judicial
que determinar nova interpretação ou orientação sobre norma que anteriormente era indeterminada,
impondo novas determinações, deverá prevê um prazo para a transição, de modo que as pessoas
tenham conhecimento da mudança, trazendo mais segurança aos atingidos. Neste sentido, dispõe o art.
23:
16. (FCC / SEFAZ-SC – 2018) Diante do advento de uma nova lei que não apresente qualquer
disposição a respeito do início de sua vigência,
a) haverá período de vacatio legis pelo prazo de noventa dias depois de oficialmente publicada.
b) não haverá período de vacatio legis, passando a lei a ter eficácia imediata.
c) a lei será nula, uma vez que a disposição a respeito da vacatio legis é requisito de validade da lei.
d) haverá período de vacatio legis pelo prazo de quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
e) haverá período de vacatio legis pelo prazo de um ano depois de oficialmente publicada.
Comentários
A alternativa D está correta, pois a vacatio legis, ou vacância da lei, é o período compreendido entre a
publicação da lei e sua entrada em vigor. Esse período é necessário para que a lei se torne conhecida
pela população. Geralmente, na própria lei vem descrito o prazo que ela entrará em vigor, dependendo
de sua complexidade. Pode ela, inclusive, entrar em vigor imediatamente. Contudo, não é obrigatório
prever um determinado prazo, podendo a lei ser silente. Assim, caso a lei não determine um prazo, este
será de quárentá e cinco diás ápós á suá publicáção oficiál. Nesse sentido, determiná o árt. 1º: “Sálvo
disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicádá”.
17. (FCC / DPE-AM – 2018) Fátima Aparecida, brasileira, viaja a Las Vegas, a passeio. Vai a um
cassino, no qual perde no jogo valor em dólares equivalente a R$ 20.000,00. Volta ao Brasil sem
pagar a dívida e é acionada judicialmente. Considerada a legalidade da cobrança no país
estrangeiro, aplica-se a lei
a) brasileira, por ser a devedora aqui domiciliada, analisando-se somente o conceito de obrigação
natural da dívida de jogo para ser ou não eficaz para a cobrança.
b) brasileira, pela inexistência de previsão de cabimento de leis estrangeiras às obrigações, ainda que
constituídas fora do país.
c) norte-americana, por se tratar de atividade legal naquele país, examinando-se no Brasil somente os
aspectos formais da constituição da obrigação, para ser eficaz a cobrança judicial em nosso país.
d) norte-americana, no tocante ao direito material, uma vez que a obrigação foi constituída nos Estados
Unidos, examinando-se sua compatibilidade ou não com a lei brasileira no exame dos conceitos de
ordem pública, soberania e bons costumes.
e) brasileira, porque aplicar-se a lei estrangeira para obrigações contraídas por cidadã brasileira
infringiria a soberania nacional e os bons costumes.
Comentários
A alternativa A está incorreta, porquanto se aplica a lei estrangeira neste caso, dado que a obrigação
foi constituída em outro país, conforme o art. 9º da LINDB:
A alternativa C está incorreta, pois, apesar de aplicar-se a lei norte-americana ao caso, para que a lei
seja efetivada no Brasil, deve-se analisar se não ofende a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes.
A alternativa D está correta, porque se aplica a lei estrangeira, já que a obrigação foi constituída fora
do Brasil, conforme os art. 9º e 17 supracitados.
A alternativa E está incorreta, dado que a aplicação da lei estrangeira, neste caso, não ofenderia a
soberania nacional, conforme entende o STJ.
18. (FCC/TRT - 6ª REGIÃO – 2018) Ao dizer que, salvo disposição em contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro está referindo-se à
a) anterioridade legal.
b) resilição.
c) retroação da lei.
d) repristinação.
e) sub-rogação.
Comentários
A alternativa A está incorreta, porque tal princípio refere-se ao direito penal, determinando que não
há crime anterior à lei, nem pena que não seja prevista antes da aplicação, como está previsto no art. 5º,
inc. XXXIX, da Constituição Federal.
A alternativa B está incorreta, já que a resilição diz respeito ao desfazimento do contrato, por vontade
de ambas as partes ou unilateralmente, naquilo que estabelece o art. 472 do Código Civil.
A alternativa C está incorreta, dado que, no ordenamento brasileiro, em regra, a lei não retroage.
Retroação é a eficácia da lei posterior a fatos ocorridos antes de sua vigência.
A alternativa E está incorreta, pois a sub-rogação é a substituição de uma pessoa ou coisa em uma
obrigação.
LISTA DE QUESTÕES
FCC
1. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região - Analista Judiciário) De acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, quando a lei for omissa, o Juiz decidirá o caso
2. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária) De acordo com a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei nova
a) só revoga a anterior se regular inteiramente a matéria.
b) começa a viger, salvo disposição em contrário, na data de sua publicação.
c) possui, em regra, efeitos repristinatórios.
d) sempre revoga a anterior, se tiverem o mesmo objeto.
e) tem efeitos prospectivos limitados pela proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à
coisa julgada.
consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os
interessados, observada a legislação aplicável. Referido compromisso
8. (FCC - 2022 - TRT - 5ª Região - Analista Judiciário) Suponha que o órgão jurídico de
determinado ente público tenha proferido parecer opinando pela legalidade de aditivo
contratual, celebrado em função do reconhecimento de obrigação legal do contratante público
em reestabelecer a equação econômico financeira original do contrato. Com base em tal aditivo,
que previa um determinado fluxo de pagamentos futuros, o particular contraiu financiamento
bancário para executar suas obrigações contratuais. Ocorre que o órgão jurídico da entidade
alterou seu entendimento geral quanto à aplicação das hipóteses legais que determinam o
reequilíbrio, o que levou a entidade a anunciar a intenção de anular todos os aditivos fundados
na orientação jurídica superada. O contratado, por seu turno, invocou em seu benefício os
preceitos da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB). Tal invocação mostra-se
a) parcialmente cabível, pois, embora não autorize a manutenção de atos ou contratos fundados em
orientação jurídica superada, referido diploma determina a adoção de medidas de modulação.
b) descabida, eis que o referido diploma veio justamente alargar a margem de interpretação
administrativa in abstrato, esta que não deve levar em conta os efeitos concretos em relação ao
administrado.
c) impertinente, dado que referido diploma aplica-se às relações envolvendo a Administração pública
exclusivamente no que concerne à responsabilização dos agentes em caso de erro grosseiro.
d) cabível, na medida em que o referido diploma veio a limitar a autotutela da Administração apenas a
situações que envolvam dolo, vedando a revisão de atos em que o referido elemento subjetivo não
esteja presente.
e) pertinente, em tese, eis que referida Lei veda a revisão da validade de ato ou contrato que envolvam
situações plenamente constituídas com base em mudança posterior de orientação geral.
9. (FCC - 2022 - SEFAZ-AP - Fiscal da Receita Estadual) De acordo com a Lei de introdução às
Normas do Direito Brasileiro, o agente público
a) não responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas, nem mesmo em caso de dolo
ou de culpa grave.
b) responderá pessoalmente por suas decisões, em caso de dolo ou erro grosseiro, mas não responderá,
em nenhuma hipótese, por meras opiniões técnicas.
c) responderá pessoalmente por suas decisões apenas em caso de dolo, podendo responder por suas
opiniões técnicas somente em caso de erro grosseiro.
d) responderá pessoalmente por suas decisões e opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
e) responderá pessoalmente por opiniões técnicas em caso de dolo, mas não responderá, em nenhuma
hipótese, por suas decisões.
a) não responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas, nem mesmo em caso de dolo
ou de culpa grave.
b) responderá pessoalmente por suas decisões, em caso de dolo ou erro grosseiro, mas não responderá,
em nenhuma hipótese, por meras opiniões técnicas.
c) responderá pessoalmente por suas decisões apenas em caso de dolo, podendo responder por suas
opiniões técnicas somente em caso de erro grosseiro.
d) responderá pessoalmente por suas decisões e opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
e) responderá pessoalmente por opiniões técnicas em caso de dolo, mas não responderá, em nenhuma
==2c9479==
11. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região - Técnico Judiciário) A Lei nº 13.655/2018 introduziu
disposições na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/1942)
que visam promover maior segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do direito
público, dentre as quais:
12. (FCC - 2021 - SEFAZ-SC – Analista da Receita Estadual) A vigência e os conflitos entre as
leis, no tempo, são disciplinados pela chamada Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(Decreto-Lei nº 4.657/1942). De acordo com esse diploma, a lei nova que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes
13. (FCC - ALESE - Analista Legislativo - Apoio Jurídico- 2018) Manoel é juiz federal e contribui
para sistema de previdência em valores muito superiores aos que recolhem trabalhadores
submetidos ao regime da CLT, a fim de ver garantida aposentadoria com proventos integrais.
Desconsideradas eventuais regras de transição que venham a ser instituídas, e levando-se em
conta que Manoel ainda não atingiu o tempo necessário para a aposentação, caso aprovada
reforma legislativa que extinga o direito à aposentadoria com proventos integrais, Manoel
a) poderá requerer indenização contra a União, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
garante que lei nova não pode gerar enriquecimento sem causa ao atingir expectativa de direito.
b) poderá alegar a existência de direito adquirido a receber aposentadoria com proventos integrais, o
qual passou a existir no dia em que tomou posse na Magistratura.
c) não poderá alegar a existência de direito adquirido a receber aposentadoria com proventos integrais,
pois não possui direito adquirido, o qual somente existiria se tivesse trabalhado pelo tempo
necessário à aposentação.
d) poderá requerer indenização contra a União, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
garante que a lei nova não pode gerar enriquecimento sem causa ao atingir direito adquirido.
e) poderá requerer o pagamento proporcional da aposentadoria com proventos integrais, pois a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro confere à expectativa de direito a mesma proteção dada
ao direito adquirido.
a) haverá período de vacatio legis pelo prazo de noventa dias depois de oficialmente publicada.
b) não haverá período de vacatio legis, passando a lei a ter eficácia imediata.
c) a lei será nula, uma vez que a disposição a respeito da vacatio legis é requisito de validade da lei.
d) haverá período de vacatio legis pelo prazo de quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
e) haverá período de vacatio legis pelo prazo de um ano depois de oficialmente publicada.
17. (FCC / DPE-AM – 2018) Fátima Aparecida, brasileira, viaja a Las Vegas, a passeio. Vai a um
cassino, no qual perde no jogo valor em dólares equivalente a R$ 20.000,00. Volta ao Brasil sem
pagar a dívida e é acionada judicialmente. Considerada a legalidade da cobrança no país
estrangeiro, aplica-se a lei
a) brasileira, por ser a devedora aqui domiciliada, analisando-se somente o conceito de obrigação
natural da dívida de jogo para ser ou não eficaz para a cobrança.
b) brasileira, pela inexistência de previsão de cabimento de leis estrangeiras às obrigações, ainda que
constituídas fora do país.
c) norte-americana, por se tratar de atividade legal naquele país, examinando-se no Brasil somente os
aspectos formais da constituição da obrigação, para ser eficaz a cobrança judicial em nosso país.
d) norte-americana, no tocante ao direito material, uma vez que a obrigação foi constituída nos Estados
Unidos, examinando-se sua compatibilidade ou não com a lei brasileira no exame dos conceitos de
ordem pública, soberania e bons costumes.
e) brasileira, porque aplicar-se a lei estrangeira para obrigações contraídas por cidadã brasileira
infringiria a soberania nacional e os bons costumes.
18. (FCC/TRT - 6ª REGIÃO – 2018) Ao dizer que, salvo disposição em contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro está referindo-se à
a) anterioridade legal.
b) resilição.
c) retroação da lei.
d) repristinação.
e) sub-rogação.
GABARITO
1. B
2. E
3. B
4. D
5. D
6. A
7. A
8. E
9. D
10. D
11. A
12. B
13. C
14. B
15. D
16. D
17. D
18. D