O Sábio Aratu de Sabiaguaba

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Texto: Francélio Figueredo

Ilustrações: Carlus Campos

O sábio Aratu
de Sabiaguaba

Fortaleza - Ceará -2009


Copyright © 2009 Francélio Figueredo
Ilustrador: Carlus Campos

Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-Governador
Francisco José Pinheiro
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Coordenadora de Cooperação com os Municípios
Márcia Oliveira Cavalcante Campos
Orientadora da Célula de Programas e Projetos Estaduais
Lucidalva Pereira Bacelar

Organização e Coordenação Editorial Conselho Editorial


Kelsen Bravos da Silva Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Leniza Romero Frota Quinderé
Preparação de Originais
Marta Maria Braide Lima
Lidiane Maria Gomes Moura
Isabel Sofia Mascarenhas de Abreu Ponte
Projeto, Diagramação e Coordenação Gráfica Sammya Santos Araújo
Daniel Diaz Eduardo Duarte
Revisão Catalogação e Normalização
Marta Maria Braide Lima Maria do Carmo Andrade
Marcus Túlio Dias Monteiro Albaniza Teixeira Alves

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C387s
Ceará. Secretaria da Educação.
O Sábio Aratu de Sabiaguaba / Secretaria da Educação; Francélio Figueredo; ilustrações
Carlus Campos. – Fortaleza: SEDUC, 2009.
24p.; il. - (Coleção PAIC Prosa Poesia)
ISBN 978-85-62362-57-6
1. Literatura infanto-juvenil. I. Figueredo, Francélio. II. Campos, Carlus. III. Título. IV. Série.
CDD 028.5
CDU 087.5 Ao Leon, o sábio sorriso de minha vida.
Em um belo dia, passeando pelas margens do
mangue de Sabiaguaba, encontrei um aratu bem
diferente dos demais. Em vez de fugir, ele de mim
se aproximou e esta história me contou:

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Em um tempo que não se conta com todos
os dedos das mãos, havia um Grande Rio, forte e
de águas claras. Ele se esparramava por todos os
cantos do mundo.

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O Grande Rio possuía muitos braços
de água, chamados afluentes, que podiam
chegar aos lugares mais distantes da Terra.

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Porém, o Grande Rio tinha um
grande sonho. Ele sonhava que
com seu dedo de água poderia
tocar o Oceano e com o Infinito
Mar se encontrar.

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Um dia, o Grande Rio tomou uma corajosa
decisão. Com todas suas forças esticou seu braço de
água clara e disse:
— Oh, Infinito Mar, vem comigo se encontrar!
E o Infinito Mar veio ao seu encontro lhe abraçar.
Deste abraço das águas claras do Grande Rio com
a Maré Salgada do Infinito Mar, nasceu o Menino
Mangue. Nasceu um novo lugar.

Nas terras de Sabiaguaba, onde os sabiás vão se


alimentar, o Menino Mangue cresceu cheio de vida. Sua
natureza era a mais bonita. Tinha muitos tipos de planta,
bicho e aves por lá.

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Na lama do Menino Mangue, as raízes das plantas
viviam voltadas para o ar, pois assim podiam melhor
respirar. E o Caranguejo, seu grande amigo, fazia suas
tocas onde pudesse cavar.
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Nas águas do Menino Mangue, moravam
Manjubas e Sardinhas, Bagres e Saúnas,
Guaiamuns e Tainhas, muitos peixes e Ostras para
a todos iluminar.
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No céu do Menino Mangue, pássaros de todas
as cores e tamanhos dançavam e brincavam no ar.
Garças, Socós e Bem-te-vis faziam seus ninhos em
todo lugar.
Mas o Menino Mangue foi um dia ao Grande Rio
perguntar:
— Grande Rio, só uma coisa não entendo: por que
o bicho homem insiste em me maltratar?
Por que atira lixo em mim e caça meus
caranguejos que ainda nem sabem andar?

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E o Grande Rio respondeu:
— Menino Mangue, não se aflija, pois a
burrice do bicho homem não lhe deixa ver que
é você que lhe dá alimento e sem você nenhum
de nós existiria.

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Foi quando entendi o que o Menino Mangue
entendeu. Que o homem faz parte da natureza.
Que todos dependemos uns dos outros, por isso o
caminho do rio devemos amar.
E quem não sabe o caminho do rio para
com o mar se encontrar, pode ir até a praia do
Mangue, e pedir ao Sábio Aratu de Sabiaguaba
para esta história recontar.

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Francélio Figueredo
Nasci, em 1978, numa pequena cidade
cearense chamada Tabuleiro do Norte
e minha primeira brincadeira foi
inventar histórias. Depois fui colocando
no papel cada uma. As brincadeiras
viraram contos e poemas e hoje também
faço letras para canções. Tenho publicado
o livro de poesias “Inversos Felizes”,
e os livros infantis: “A Borboleta e o
Jacaré”,”Amor Menino”, “Deixe que a
Vida Nasça” e “Valente, o boi bumbá”.

Carlus Campos
Nasci em Russas, Ceará em 1963. Ainda
criança comecei a desenhar influenciado
pelos seriados da TV. O desenho, aliás,
sempre foi e é minha principal forma de
manifestação artística. Em 1987, comecei a
trabalhar profissionalmente como ilustrador
e caricaturista no jornal O Povo. Nos anos
90, fiz curta incursão pela publicidade e
retornei logo a seguir ao jornalismo onde
desenvolvo até hoje, dizem, uma apaixonante
arte gráfica. Peças publicitárias, livros
infantis e artes plásticas também são projetos
desenvolvidos por mim atualmente com
ênfase na experimentação.

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