Direito Administrativo - Ato Administrativo

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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO CENTRO MARANHENSE – UNICENTRO

FACULDADE DO CENTRO MARANHENSE – FCMA


CURSO: BACHAREL EM DIREITO

ATOS ADMINISTRATIVOS

Barra do Corda – MA
2021
ASSÍRIA MEDEIROS AZEVEDO

LAURA DE OLIVEIRA DA SILVA

PAULO ANTONIO AYRES LIMA JUNIOR

RAFISA VALÉRIA MEDEIROS MORAES

WILLIAM ANDRADE BEZERRA

ATOS ADMINISTRATIVOS

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de nota na disciplina de Direito
Administrativo do Curso Bacharel em Direito
da UNICENTRO/FCMA.
Professora da Disciplina: Luana Yelem
Gonçalves Alencar Moreno.

Barra do Corda – MA
2021
1. INTRODUÇÃO

Segundo José dos Santos Carvalho Filho não há uniformidade entre os autores
quanto a um conceito de Ato Administrativo. No entanto, inúmeros critérios já têm sido
adotados para definir o ato administrativo. Segundo Di Pietro (2014, p. 202) “merecem
realce os critérios subjetivos e objetivos, o primeiro levando em consideração o órgão
que pratica o ato e, o segundo, o tipo de atividade exercida”.
Ainda segundo Di Pietro (2014, p. 202) “pelo critério subjetivo, orgânico ou
formal, ato administrativo é o que ditam os órgãos administrativos; ficam excluídos os
atos provenientes dos órgãos legislativo e judicial, ainda que tenham a mesma natureza
daqueles”. Sendo assim, serão incluídos todos os Atos da Administração, por serem
emanados dos órgãos administrativos, como os atos normativos do executivo. Esse
critério tem sido criticado por faltar-lhe rigor científico: deixa fora do conceito de ato
administrativo os atos praticados pelo Legislativo e Judiciário e sujeito a idêntico
regime jurídico que os emanados dos órgãos administrativos.
Levando em consideração o critério objetivo, funcional ou material, diz-se que
ato administrativo é somente aquele praticado no exercício concreto da função
administrativa, seja ele editado pelos órgãos administrativos ou pelos órgãos judiciais e
legislativos. Tal critério parte da divisão de funções do Estado: a legislativa, a judicial e
a administrativa. Sendo este o preferido dos doutrinadores da atualidade, no entanto, ele
é insuficiente e procuram acrescentar novos elementos ao conceito. Embora haja três
Poderes, a distribuição das funções entre eles não é rígida; cada qual exerce
predominantemente uma função que lhe é própria, mas, paralelamente, desempenha
algumas atribuições dos outros Poderes.
Assim, a função administrativa cabe, precipuamente, ao Poder Executivo, mas
os outros Poderes, além de disporem de órgãos administrativos, ainda exercem, eles
próprios, função tipicamente administrativa. Juízes e Parlamentares desempenham
algumas atribuições tipicamente administrativas, que dizem respeito ao funcionamento
interno de seus órgãos e servidores. No desempenho dessas funções praticam atos
administrativos. Considerando, pois, as três funções do Estado, sabe-se que a
administrativa caracteriza-se por prover de maneira imediata e concreta às exigências
individuais ou coletivas para a satisfação dos interesses públicos preestabelecidos em
lei.
Pode-se definir ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o
represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. Veja que o ato
administrativo constitui declaração do Estado, sujeita-se a regime jurídico
administrativo e produz efeitos jurídicos imediatos. Vale lembrar que três pontos são
fundamentais para a caracterização do ato administrativo.
Em primeiro lugar, é necessário que a vontade emane de agente da
Administração Pública ou dotado de prerrogativas desta. Depois, seu conteúdo há de
propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público. Por fim, deve toda essa
categoria de atos ser regida basicamente pelo o Poder Público. Quanto à manifestação
de vontade, deve assinalar-se que, para a prática do ato administrativo, o agente deve
estar no exercício da função pública ou, ao menos, a pretexto de exercê-la. Essa
exteriorização volitiva difere da que o agente manifesta nos atos da sua vida privada em
geral.
Quando praticado o ato administrativo, a vontade individual se subsume na
vontade administrativa, ou seja, a exteriorização da vontade é considerada como
proveniente do órgão administrativo, e não do agente visto como individualidade
própria. Por isso, é considerado o ato administrativo um ato jurídico. Para tanto, José
dos Santos Carvalho Filho, conceitua o ato administrativo como sendo a “exteriorização
da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, nessa
condição, que, sob o regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com
o fim de atender ao interesse público”.

2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Na linha doutrinária, há divergência quanto à indicação dos elementos do ato


administrativo. No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, alguns autores
empregam a palavra “elementos”, enquanto outros preferem a expressão “requisitos de
validade”. Majoritariamente, tem se adotado o termo “elementos”, todavia, José dos
Santos Carvalho Filho, defende que entre os cinco clássicos pressupostos de validade do
ato administrativo, alguns se qualificam com “elementos” (em relação a forma), ao
passo que outros têm a natureza efetiva de “requisitos de validade” (em menção a
competência).
Sem levar em consideração essa divergência, o que se pretende fixar é que tais
elementos constituem os “pressupostos necessários para a validade dos atos
administrativos”. O que se pretende dizer é que, se por ventura vier a ser praticado um
ato no âmbito da administração, sem observância de qualquer desses pressupostos, será
passível de anulação. Pois, se entende, como regra, que estará contaminado de vício de
legalidade, fato que o tornará anulável.
Posto isto, passaremos a denotar os “elementos do ato administrativo”, os quais,
configuram aspectos indispensáveis para à aceitabilidade e legitimidade da formalidade
no campo administrativo, seja, em qualquer âmbito dos Três Poderes. Segue-se:
Competência, Forma, Finalidade, Motivo e Objeto.

2.1. Competência
Pode-se definir competência como o conjunto de atribuições das pessoas
jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo. A competência nada mais é do
que o poder-dever atribuído normativamente a órgão ou agente público para o
desempenho de funções administrativas. Ela é um elemento irrenunciável, pois os
órgãos e agentes públicos são apenas gestores do interesse público. Excepcionalmente,
pode haver a avocação, que é quando um ente toma para si a competência de agente
inferior, como também delegação e sua natureza é ordem pública. Já a delegação se dar
quando um órgão de mesma ou hierarquia inferior toma para si as atribuições de algum
órgão, mas que não chega a ter a mesma titularidade.
As características da possibilidade de delegação e avocação, já se encontram
amplamente aceitas pela doutrina, constam hoje em norma expressa na legislação
brasileira. A Lei nº 9.784/99 determina, no artigo 11, que “a competência é
irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.

2.2. Forma
Tratando-se da forma, é o meio pelo qual o ato se apresenta. A existência de
forma prescrita é uma regra na constituição de atos administrativos, tendo como função
assegurar a segurança jurídica e a observância dos princípios administrativos expressos.
Embora venha a ser editado de forma equivocada, se alcançar a finalidade para o qual
foi criado, poderá ser validado. A forma é sempre passível de controle judiciário.
Defeito na forma ensejará a convalidação, a menos que expressamente a lei estabeleça
modo diverso.

2.3. Finalidade
A finalidade é o fim relacionado ao interesse público que a Administração
pretende alcançar. Tal elemento é previsto em lei (passível de controle pelo Judiciário).
Se não houver observância aos objetivos da finalidade, restará configurado vício
insanável, devendo haver anulação do ato, sem a possibilidade de ser convalidado.
Conforme a alínea “e” do parágrafo único do art. 2º da Lei nº 4.717/65 ocorre o
desvio de finalidade quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto,
explícita ou implicitamente, na regra de competência.

2.4. Motivo
Motivo é causa necessária à edição do ato administrativo, é o acontecimento
fático ou jurídico que exige ou faculta a ação administrativa. Em outras palavras, é o
elemento do ato, ou seja, um pressuposto fático que fundamenta à sua edição.
É importante diferenciar o motivo da motivação. O primeiro, constitui-se no
propósito pelo qual o ato nasce, o fato necessário para que aquele se concretize. Já na
motivação, se expõe o motivo, traz à tona sua fundamentação. Baseado nisso, surgiu a
“teoria dos motivos determinantes” que sustenta, em síntese, que a validade dos atos
administrativos deve estar ligada aos motivos apontados como seu fundamento. O que
corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a
administração a efetivar a prática do ato.

2.5. Objeto
O objeto é o efeito jurídico imediato que na órbita administrativa, o sujeito
pretende alcançar através de sua ação. É aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato
decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica, é a própria medida que
produz a alteração na ordem jurídica. Através dele, a administração manifesta a sua
vontade ou decide sobre situações preexistentes.

3. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO


Ao estudar os Atributos do Ato Administrativo verificamos quatro:
1. Presunção de Legitimidade, presume-se que aquele Agente Público editou o
ato em conformidade com a Lei, que ele conhece a Lei e o Ato é legal. Além
da Presunção de Legitimidade temos a Presunção de Veracidade, ou seja,
presume-se que os motivos que estão sendo alegados pelo Agente Público para
editar aquele ato, são verdadeiros.
2. Temos um segundo Atributo do Ato Administrativo que é a Imperatividade, ou
seja, quando a Administração edita um Ato Administrativo, esse Ato vai
produzir efeitos independentemente da vontade do destinatário.
3. Atributo da Autoexecutoriedade, é o que permite a Administração executar as
suas próprias decisões, independentemente de autorização do Poder Judiciário.
4. Atributo da Tipicidade, é aquele Atributo que diz que quando o Agente Público
vai praticar um determinado Ato já existem modelos previamente estabelecidos
que ele tem que observar.

4. VÍCIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Quando falamos de defeitos ou vícios com relação ao sujeito ou autoridade,


queremos saber aonde estão os vícios na autoridade quanto ao sujeito, o sujeito poderá
ser incompetente, a autoridade poderá ser incompetente ou a autoridade poderá ser
incapaz, notamos que temos dois grandes vícios quanta a autoridade, quanto ao sujeito,
primeiro chama-se incompetência da autoridade e o segundo incapacidade da
autoridade.
Quando falamos em defeito relativo a sujeito quanto a competência temos que
analisar primeiro a parte sobre a incompetência pelo excesso de poder, quando a
autoridade praticou um Ato Administrativo fora da sua competência, extrapolou a sua
competência ou até mesmo desviou as suas competências dentro daquilo que é previsto
em Lei, o chamado abuso de poder.
Quando falamos de abuso de poder temos três modalidades, o excesso de
poder, o desvio de poder e a omissão, o abuso de poder não é praticado somente na
ação, nas condutas comissivas, ele também pode ser feito nas condutas omissivas, tinha
o dever legal de agir e continuou inerte.
1. Excesso, quando ele agiu fora ou além da sua competência, o vício está no
elemento competência.
2. Desvio de poder é atribuição dele, ele fez algo por ser autoridade pública
competente e ele poderia ter praticado aquele ato, entretanto ele fez com
finalidade diversa do interesse Público, fez por vingança, por interesses
próprios.

5. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Quando é que um Ato Administrativo deixa de existir? Quais são as formas


que eu tenho pra fazer com que esse Ato perca a sua existência? Os Atos
Administrativos podem ser extintos da seguinte forma:
1. Caducidade ocorre toda vez que um Ato é desfeito por conta da existência do
surgimento de uma Lei, Lei posterior desfaz a existência de um Ato
Administrativo;
2. Contraposição não é Lei é um Ato posterior, ocorre quando um Ato
Administrativo posterior desfaz os efeitos do anterior, não é um ato que
extingue o anterior;
3. Anulação sempre vai ser utilizada quando o Ato Administrativo for ilegal,
algum Ato Administrativo é ilegal desde o nascedouro e por conta dessa
ilegalidade, precisa-se extinguir o Ato, tem que produzir um Ato
Administrativo de extinção;
4. Revogação é sobre um Ato Administrativo que é legal, mas se torna
inconveniente, inoportuno, se continuar existindo vai trazer mais problemas
que benefício;
5. Cassação o Ato era legal, porém, com o tempo ele se tornou ilegal, se dá pela
culpa do beneficiário, ele descumpriu as condições dadas e a cassação é uma
sanção dada a ele por descumprir essas condições.

6. CONCLUSÃO
Portanto, concluímos que os atos administrativos são de grande importância
para o desenvolvimento da Administração Pública dentro de seus parâmetros, nas
circunstâncias e no contexto prestativo do serviço público. Não só apenas do lado
prático, mas, também do lado teórico, que assegura a eles a possibilidade de expressar a
vontade e o poder da Administração. No que tange ao serviço público prestado à
sociedade, os atos administrativos têm papel relevante, pois traz garantia e segurança
aos direitos da coletividade, declara situações fático-jurídicas e faz jus entre as partes,
contribuindo para o bom funcionamento do Estado, e qualificando o atendimento ao
interesse público.

REFERÊNCIAS

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 34. ed. São
Paulo: Atlas, 2020.

CIBELLE, Milena. Extinção do ato administrativo. JusBrasil, 2013. Disponível em:


<https://milenacibelle.jusbrasil.com.br/artigos/111661908/extincao-do-ato-
administrativo/amp>. Acesso em: 14 de março de 2021.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2020.

Escola Brasileira de Direito. Conheça os possíveis vícios do ato administrativo.


JusBrasil, 2017. Disponível em:
<https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/458933167/conheca-os-possiveis-vicios-do-ato-
administrativo/amp>. Acesso em:14 de março de 2021.

LUCCIOLA, Mariana Egidio. Quais são os atributos do ato administrativo?


JusBrasil, 2010. Disponível em: <https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1993861/quais-
sao-os-atributos-do-ato-administrativo-mariana-egidio-lucciola/amp>. Acesso em: 14 de
março de 2021.

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