ArtigoCON 2016 02602 2
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Resumo: Existem muitos fatores que influenciam na qualidade do processo produtivo e, consequentemente na
obtenção de produtos manufaturados de acordo com as suas especificações técnicas. Um destes fatores é devido ao
sistema de gestão da metrologia industrial, que deve garantir a execução e interpretação correta dos resultados de
medição. Para isto, os instrumentos devem ser calibrados e verificados e, quando forem selecionados adequadamente,
irão reunir condições para realizar a tarefa de medição de forma coerente. Um número crescente de empresas tem
feito uso de laboratórios acreditados para realizar a calibração de seus instrumentos de medição. No entanto, para
que a empresa possa avaliar se os equipamentos atendem aos erros máximos admissíveis (EMA), é necessário que as
Capacidades de Medição e Calibração (CMC) dos laboratórios selecionados sejam apropriadas. Com o intuito de
fazer uma análise da CMC apresentada pelos laboratórios acreditados, foram estudados quatro diferentes organismos
de acreditação: UKAS do Reino Unido, A2LA dos Estados Unidos, DAkkS da Alemanha e CGCRE do Brasil. Foram
estudados os escopos de acreditação de mais de 470 laboratórios para três instrumentos convencionais da área
dimensional. O artigo apresenta o detalhamento dos diferentes resultados obtidos, e compara os valores da CMC
apresentado pelos laboratórios com os erros máximos admissíveis estabelecidos em documentos. Com relação aos
organismos de acreditação evidenciou-se que atualmente não há uma padronização na forma como as informações
são apresentadas. Em alguns casos, verificaram-se diferenças significativas entre os laboratórios acreditados por um
mesmo organismo de acreditação, seja na forma de apresentação, como nos valores atribuídos a CMC de determinado
serviço de calibração. Em outros casos, verificou-se a padronização de um mesmo valor para determinado serviço e
faixa de medição atribuído a maioria dos laboratórios acreditados pelo mesmo organismo. A partir destas
constatações, foram estudadas as diferentes formas de expressão da CMC, das quais se destacaram para os
instrumentos de medição consultados: valor absoluto e faixa de valores (limites ou equação em função da resolução
e/ou faixa de medição do equipamento). Através do estudo realizado conclui-se que atualmente não há uma
padronização, em todos os organismos de acreditação, na maneira na qual os dados sobre as CMC são apresentados,
desta maneira nota-se a necessidade que ocorra uma padronização, ao menos dos laboratórios acreditados pelo
mesmo organismo de acreditação. Assim, o artigo também apresenta uma proposta de forma de apresentação da
CMC, que possa auxiliar as empresas na seleção do laboratório que atenda as suas necessidades de calibração.
1. INTRODUÇÃO
Com o aumento do nível de exigência do mercado consumidor, a necessidade da indústria se adequar a padrões
normativos e assim assegurar a qualidade de seus produtos tem se intensificado, exigindo também um sistema de gestão
eficaz para assegurar que os instrumentos de medição e processos de medição estejam adequados ao uso pretendido. De
acordo com a norma ABNT NBR ISO 10012 (2004), a comprovação metrológica é o conjunto de operações necessárias
para assegurar que um equipamento de medição atenda aos requisitos do seu uso pretendido, que inclui calibração ou
verificação e qualquer ajuste necessário, e a mesma não é alcançada até que a adequação do equipamento é demonstrada
e documentada. As calibrações podem ser realizadas pela própria organização, ou por laboratórios terceirizados
(acreditados ou não). Os laboratórios de calibração acreditados são submetidos a avaliações periódicas e independentes
quanto ao atendimento dos requisitos de gestão e técnicos estabelecidos na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 (2005).
A contratação de laboratórios acreditados para a realização das calibrações apresenta vantagens para as empresas,
pelo fato de ela não necessitar de uma infraestrutura para a realização da calibração (ambiente, pessoal, padrões, entre
outros), que podem apresentar custos elevados para implantação e manutenção do sistema. Outras vantagens em utilizar
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laboratórios acreditados são: maior confiança nos resultados de medição, a garantia de que os serviços são realizados
conforme procedimentos reconhecidos, diminuição do número de auditorias de segunda parte, além de evitar possíveis
restrições técnicas em produtos de exportação (Silva, Campos, 2001). No entanto, a utilização de terceirizados exige
cuidados na escolha do laboratório para a realização do serviço, pois ele deve ter a capacidade de produzir resultados
técnicos válidos. A forma como as características metrológicas são especificadas nos escopos dos serviços de calibração
é outro quesito importante para ser levado em consideração. É relevante destacar que, seja em nível nacional ou
internacional, não existe uma padronização no formato das informações apresentadas, o que dificulta o processo de
seleção de um laboratório de calibração. O conhecimento prévio sobre a Capacidade de Medição e Calibração (CMC) e
a clareza na definição dos Erros Máximos Admissíveis (EMA) que se pretende atender são indispensáveis para a
seleção do prestador de serviços mais adequado.
Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de apresentação de escopo de serviços metrológicos, que
seria útil para as empresas selecionarem os laboratórios que atendam aos erros máximos admissíveis estabelecidos para
os seus instrumentos de medição. Esta proposta é resultado de uma análise realizada em quatro organismos
acreditadores, e da comparação na definição dos erros máximos admissíveis estabelecidos em diferentes normas, tendo
como estudo de caso os instrumentos de medição convencionais largamente utilizados no controle de especificações
geométricas.
O artigo inicia apresentando uma fundamentação teórica sobre CMC e escopos de laboratórios. Na sequencia, é
demonstrada a importância de se definir os erros máximos admissíveis, e a respectiva aplicação em um estudo de caso.
Por fim, é apresentada a proposta de apresentação do escopo, e as considerações finais.
A ABNT ISO/IEC 17011 (2005) define escopo de acreditação como sendo o conjunto de serviços específicos de
avaliação da conformidade para os quais a acreditação é desejada ou foi concedida. O nível de detalhamento do escopo
depende da modalidade de acreditação ou campo de atuação do Organismo de Avaliação da Conformidade (OAC).
Conforme a Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO (CGCRE, 2013), as seguintes informações estão
presentes no escopo dos laboratórios de calibração: grupo de serviço de calibração, especificação do serviço ou do
instrumento de medição, a faixa aplicável e a capacidade de medição e calibração.
Ainda segundo a CGCRE (2015), a Capacidade de Medição e Calibração (CMC) é caracterizada como a menor
incerteza de medição que um laboratório pode obter quando realiza calibrações ou medições dentro do escopo da sua
acreditação. Para os casos em que o laboratório utiliza mais de um método de calibração em determinada faixa de
medição, a CMC declarada no escopo de acreditação deve ser referente ao método no qual a menor incerteza é obtida.
A ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation), uma cooperação internacional de organismos de
acreditação de laboratórios e de inspeção, revisou em 2013 o documento que trata das politicas de incerteza na
calibração (ILAC-P-14), buscando assegurar uma interpretação adequada do Guia para Expressão da Incerteza de
Medição (GUM) e o uso consistente de CMC por organismos membros.
O ILAC-P14 (2013) estabelece os seguintes requisitos a serem observados na elaboração do escopo de acreditação
de laboratórios de calibração:
a) A CMC deve ser expressa como uma incerteza expandida com probabilidade de abrangência de
aproximadamente 95%. A CMC deve ser sempre expressa na unidade do mensurando ou como um termo
relativo ao mensurando, por exemplo, um percentual;
b) Para determinação da CMC, os laboratórios de calibração devem dispor de evidências de que são capazes
de fornecer a seus clientes calibrações para as quais a incerteza de medição seja igual à sua CMC. Na
determinação da CMC, os laboratórios devem levar em conta o desempenho do “melhor dispositivo
existente” para o tipo de calibração em questão. O “melhor dispositivo existente” é entendido como um
dispositivo a ser calibrado ou medido que esteja disponível aos clientes do laboratório ou ao laboratório,
comercialmente ou de alguma outra forma, mesmo se o dispositivo particular que for considerado na CMC
tiver um desempenho especial ou um longo histórico de calibrações;
c) A CMC deve incluir a contribuição para a incerteza oriunda da repetibilidade e convém que inclua
contribuições oriundas da reprodutibilidade, quando disponíveis. Convém, entretanto, que a CMC não
inclua contribuições oriundas de imperfeições que existam mesmo no melhor dispositivo que seja
calibrado;
d) Para algumas calibrações o “melhor dispositivo existente” na realidade não existe e/ou as contribuições
para a incerteza oriunda do dispositivo afetam significativamente a incerteza. Neste caso, se tais
contribuições para a incerteza oriundas do dispositivo puderem ser separadas de outras contribuições, o
laboratório pode excluir estas contribuições da CMC. Neste caso, o escopo de acreditação do laboratório
deve identificar claramente que as contribuições oriundas do dispositivo não estão incluídas na CMC;
É importante que a CMC declarada nos escopos de acreditação não apresente qualquer ambiguidade em sua forma
de expressão. O documento normativo do INMETRO que trata de incerteza de medição em calibrações (NIT-DICLA-
021: 2013), recomenda que a CMC seja expressa de acordo com uma das seguintes formas:
a) Um valor individual, que é válido para toda a faixa de medição à qual se refere;
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b) Uma faixa de valores. Neste caso os procedimentos e/ou planilhas de incerteza de medição do laboratório
devem descrever a forma como é feita a interpolação para determinar os valores intermediários da CMC
nesta faixa de valores;
c) Uma função explícita do mensurando;
d) Uma matriz onde os valores da incerteza de medição dependem de valores do mensurando e de parâmetros
adicionais.
A importância de um laboratório expressar claramente a CMC para um determinado instrumento de medição reside
na posterior comparação do resultado da calibração com o Erro Máximo Admissível (EMA), que pode ser estabelecido
pelo fabricante do instrumento, em normas, ou pelo próprio usuário, buscando atender suas tarefas de medição.
A comprovação metrológica deve ser projetada e implementada para assegurar que características metrológicas dos
equipamentos de medição satisfaçam os requisitos metrológicos do processo de medição (ABNT, 2004). As
características metrológicas de um instrumento são as propriedades que podem influenciar os resultados de medição e,
portanto, devem ser adequadas para o uso pretendido. Os requisitos metrológicos para uso pretendido incluem
considerações tais como amplitude, resolução e erro máximo permitido. Ainda conforme a norma ABNT NBR ISO
10012 (2004), o erro máximo admissível pode ser estabelecido pela função metrológica ou por referência às
especificações publicadas do fabricante do equipamento de medição.
De acordo com o vocabulário internacional de metrologia – VIM (INMETRO, 2012), o Erro Máximo Admissível
(EMA) é definido como o valor extremo do erro de medição, com respeito a um valor de referência conhecido, admitido
por especificações ou regulamentos para uma dada medição. No Brasil, também são também utilizados os termos erro
máximo permissível, erro máximo tolerado ou limite de erro. Em inglês normalmente é denominado Maximum
Permissible Error e é representado pela sigla MPE.
A norma ISO 14978 (2006), reafirmada em 2015, é um documento fundamental que especifica os requisitos gerais,
termos e definições das características dos equipamentos de medição convencionais utilizados no controle de
especificações geométricas. Esta Norma busca facilitar a comunicação entre o fabricante/fornecedor e o usuário/cliente
e também é uma ferramenta para ser usada em empresas na definição e seleção das características relevantes para o
equipamento a ser utilizado em uma tarefa de medição.
O Erro Máximo Admissível é definido de acordo com a ISO 14978 (2006) como os valores extremos de um erro
admissível de um instrumento definido por especificações técnicas do fabricante, normas regulamentadoras, entre
outros. Para testes de aceitação, os valores de EMA devem ser fornecidos pelos fabricantes. Para aplicações internas
(calibração e verificação), o usuário pode definir os valores de EMA.
Todo e qualquer equipamento apresenta erros, que podem se tornar maiores com o uso. Por isso, calibrações devem
ser periodicamente realizadas. Para os laboratórios acreditados, os procedimentos de calibração devem,
prioritariamente, seguir documentos normativos ou reconhecidos na comunidade científica (ABNT, 2005).
Até alguns anos atrás, era comum observar nas normas ISO referente a instrumentos de medição convencionais a
especificação dos erros máximos admissíveis. Entretanto, seguindo a orientação da ISO 14978 (2006), as revisões atuais
não apresentam os limites para os erros máximos admissíveis, apenas quais características devem ter este valor
informado pelos fabricantes. Países como Alemanha, Reino Unido e Japão não concordaram com esta prática, e tem
mantido especificado em normas especificas os erros máximos admissíveis, como está apresentado no capítulo seguinte
deste artigo.
Na análise dos certificados de calibração, são comparados os resultados de medição com os erros máximos
admissíveis para as diferentes características metrológicas que qualificam o instrumento de medição. Neste sentido, as
CMCs declaradas pelos laboratórios devem ser significativamente inferiores aos respectivos EMAs, sob risco de
inviabilizar a calibração realizada. Ou seja, os métodos de calibração aplicados pelos laboratórios devem ser
apropriados, permitindo aderência aos limites de erros especificados em documentos normativos ou fabricantes.
A ISO 14978 (2006) especifica os requisitos gerais para instrumentos de medição convencionais, entre eles
micrometros relógios comparadores, paquímetros, desempenos, medidores de altura, blocos-padrão, apresentando
definições e generalidades sobre características metrológicas e recomendações na definição dos erros máximos
admissíveis. A partir desta norma, a ISO normatiza os instrumentos de medição convencionais, quanto ao design e as
características metrológicas sem, contudo, estabelecer limites para os erros máximos admissíveis. Neste artigo, são
tratados os equipamentos: paquímetro, micrômetro e relógio comparador, por serem representativos no contexto da ISO
14978 (2006). As normas internacionais que tratam destes instrumentos são: ISO 13385-1(2011), ISO 3611(2010), ISO
463 (2006), respectivamente.
O estudo de caso aborda inicialmente um levantamento quanto a apresentação das Capacidades de Medição e
Calibração apresentadas nos escopos de acreditação, sequenciado por levantamento dos erros máximos admissíveis
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estabelecidos por tipo de equipamento. Após a comparação dos resultados obtidos nestes levantamentos, é proposta uma
forma de apresentação de escopo de acreditação, que permitia ao usuário ter subsídios para uma seleção apropriada do
prestador de serviço de calibração.
Em auditorias de certificação, o sistema metrológico é responsável por gerar grande parte das não conformidades.
Isso ocorre devido ao desconhecimento da importância do sistema metrológico para os processos (Silva, Campos,
2001). Beges et al. (2009) observa que as CMCs são fatores importantes na declaração da performance metrológica e
que os países, em geral, apresentam diferentes valores de CMC, o que reflete tanto a competência técnica de medição
existente, como também as necessidades nacionais para calibrações rastreáveis. Em termos de laboratórios acreditados,
também é possível identificar uma variabilidade significativas entre as CMCs declaradas. Foram avaliados os
organismos de acreditação dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Brasil. Os dados foram coletados das bases
de dados disponibilizadas pela A2LA (2015), UKAS (2015), DAkkS (2015) e CGCRE (2015), respectivamente.
No levantamento das CMCs nos quatro organismos de acreditação, foi observada uma variação significativa nos
valores apresentados, seja entre os organismos como também dentro de uma mesma entidade. A Tab. 1 apresenta os
valores mínimo e máximo observados para os comprimentos de 150 mm e 600 mm em um paquímetro.
Nos escopos de acreditação dos laboratórios do UKAS, os valores de CMC apresentados pelos laboratórios para
determinado comprimento são os mesmos, isso porque todos os laboratórios utilizam a mesma equação para expressar a
CMC, e essa depende somente do comprimento avaliado. Para os laboratórios da DAkkS, as variações dos valores
ocorreram somente para comprimentos maiores de 300 mm, isso porque as equações usadas por alguns laboratórios
para calcular a CMC utilizavam uma equação diferente dos demais.
Nos laboratórios acreditados pela CGCRE e pela A2LA, é possível detectar uma variabilidade significativa entre os
valores declarados nos escopos de acreditação.
Enquanto o UKAS e a DAkkS apresentam um formato padrão para apresentação dos escopos de acreditação de
paquímetro, a CGCRE e a A2LA permitem uma diversidade de formatos, como pode ser observado na Tab. 2.
Com relação aos valores apresentados na Tab. 2 para a A2LA e CGCRE, trata-se de exemplos, sendo que diferentes
coeficientes são utilizados nos formatos apresentados, o que gerou a variação apresentada na Tab. 1. No caso do UKAS
e DAkkS, são as expressões praticamente exclusivas que foram utilizadas nos escopos de acreditação de paquímetro
para as CMCs declaradas.
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Na avaliação dos escopos de acreditação para micrômetros externos, como apresentado na Tab. 3, é possível
observar que por vezes a CMC é expressa em forma de equação, onde não apenas o comprimento é uma variável da
equação, mas também a resolução do instrumento é levada em consideração. É possível também evidenciar a CMC
expressa por valores fixados para determinadas faixas de medição.
Tabela 3. Forma de expressão dos valores da CMC apresentados para micrômetro externo.
Devido à variabilidade de formatos (e variações nos coeficientes das equações) atribuída a CMC, é possível
identificar uma dispersão significativa nos valores de CMC declarados nos laboratórios acreditados pela A2LA e
CGCRE. A Tab. 4 apresenta as CMCs declaradas nos escopos de acreditação dos laboratórios, considerando as faixas
de medição de 0 a 25 mm e de 275 a 300 mm.
No UKAS praticamente são utilizadas equações para a expressão da CMC de micrômetros externos, com poucas
alterações numéricas entre os diferentes OAC, resultando assim em valores de CMC homogêneos entre os OAC
acreditados por este organismo.
Na DAkkS, a CMC para micrômetros externos é expressa em função do comprimento, e nelas a dimensão de
comprimento também é a única variável presente. Devido aos coeficientes aplicados, a DAkkS apresenta valores mais
discrepantes em relação o UKAS.
As Tab. 5 e 6 apresentam os valores de CMC para a faixa de medição de 10 mm e as formas de expressão para
relógio comparador dos quatro organismos de acreditação estudados. Assim, como os demais instrumentos já
discutidos, as formas de expressão da CMC e seus valores diferem entre os laboratórios acreditados.
Organismo de Acreditação
Faixa de medição
A2LA CGCRE UKAS DAkkS
(mm)
Resolução (mm) 0,001 0,01 - - 0,001 0,01
0 a 10 Menor valor (µm) 0,4 0,4 0,4 1,0 1,1 2,1
Maior valor (µm) 15,0 15,0 8,0 3,0 5,1 5,1
Nos laboratórios acreditados pelo UKAS, diferente do observado no paquímetro e micrômetro externo, são
adotados valores individuais como forma de expressão da CMC de relógio comparador.
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Para os laboratórios acreditados pela A2LA permanece a diversificação na forma de apresentação da CMC, quando
são encontrados tanto o uso de valores individuais e como equações, onde as variáveis são a faixa de medição e a
resolução ou somente uma delas. Os valores obtidos também mostram grande variabilidade entre os escopos de
laboratórios analisados, principalmente na A2LA e CGCRE.
Nos laboratórios da CGCRE, a CMC de relógio comparador é expressa em valores individuais. Na Tab. 6 é
possível perceber que há valores acompanhados de um símbolo de asterisco (*), o que significa que no valor da CMC
não estão inclusas todas as contribuições oriundas do instrumento.
Para os escopos de laboratórios da DAkkS é possível observar que a expressão da CMC para relógios comparadores
é feita da mesma forma que para micrômetros externos e paquímetros, ou seja, com adoção de equações em função do
comprimento. Alguns laboratórios especificam diferentes CMCs em função da resolução do instrumento de medição.
Tabela 6. Forma de expressão dos valores da CMC apresentados para relógio comparador.
Nos três instrumentos de medição avaliados, foram observadas diferenças entre os escopos de acreditação dos
laboratórios. O UKAS e a DAkkS apresentaram maior uniformidade nos valores e formatos apresentados. É importante
destacar que estes organismos estão situados em países em que os documentos normativos são devidamente
controlados. Além das normas ISO já estarem atualizadas em suas versões nacionais (normas BS e DIN
respectivamente), eles oferecem documentos orientativos para realização das calibrações. Citam-se os documentos da
série DAkkS-DKD-R 4-3 (2010), que estabelecem as diretrizes de calibração para os instrumentos de medição
convencionais utilizados no controle geométrico de produtos. No Brasil, o documento orientativos DOQ-CGCRE004
(2010) é genérico e necessita de revisão, não contribuindo para uma prática comum dos laboratórios acreditados.
Também pode ser observado que as várias normas NBR estão disponíveis em versões obsoletas da ISO, o que acontece
com a norma brasileira para paquímetros e micrômetros. Em contrapartida, o Reino Unido e a Alemanha apresentam
normas complementares a ISO para os instrumentos de medição estudados.
4.2. Caracterização dos Erros Máximos Admissíveis para instrumentos de medição convencionais
As versões atualizadas das normas ISO para os instrumentos de medição convencionais têm sido revisadas com
base na norma ISO 14978 (2006), nas quais estão sendo definidas e estabelecidas as características construtivas e
metrológicas, sem estabelecer os erros máximos admissíveis. Em edições anteriores era comum que os EMA
estivessem inseridos na mesma norma e seus valores estivessem associados aos comprimentos medidos e/ou a resolução
dos instrumentos de medição.
A norma ISO que trata das características construtivas e metrológicas para determinado instrumento de medição
usualmente apresenta um modelo para especificação das características metrológicas, para as quais os fabricantes ou
usuários deveriam estabelecer os erros máximos admissíveis. A Fig. 1 apresenta um modelo de especificação das
características metrológicas para o paquímetro, na qual são apresentadas as características metrológicas para as quais
devem ser definidos os erros máximos admissíveis. As siglas MPEE, MPER, MPES, MPEL MPEJ e MPEK representam
os erros máximos admissíveis para as diferentes características metrológicas para o paquímetro, definidas na ISO
13385-1 (2011).
Vários países têm-se adequado as normas ISO, mas não concordaram com a flexibilidade proposta pela ISO 14978
(2006), onde fabricantes e usuários poderiam estabelecer os erros máximos admissíveis para os equipamentos de
medição utilizados no controle geométrico de produtos. A norma DIN 878 foi totalmente revisada em 2006, onde
somente permaneceram estabelecidos os erros máximos admissíveis para o relógio comparador centesimal, operando
assim em complementação a norma ISO 463 (2006). A Alemanha foi contra a decisão de excluir os erros máximos
admissíveis das normas ISO e por isso a edição DIN 878 (2006) foi publicada para garantir que a indústria alemã
continuasse a ter acesso a um valor limite para as características metrológicas. Outros países também têm mantido ou
revisado suas normas nacionais para manter a padronização dos erros máximos admissíveis para os instrumentos de
medição convencionais, como é caso do Japão (normas JIS), e Reino Unido (normas BS).
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No Brasil, em relação aos instrumentos foco deste artigo, apenas a norma do Relógio Comparador foi atualizada
recentemente, mais precisamente em 2013, e esta não define valores para os EMAs. As normas brasileiras referentes a
paquímetro e micrômetro ainda estão referenciadas a edições anteriores da ISO.
De acordo com a ISO 13385-1 (2011), são definidas seis características metrológicas para o paquímetro: erro de
medição externa com contato parcial (E), repetibilidade do erro de medição externa com contato parcial (R), erro devido
a mudança de escala (S), erro de medição externa com contato linear (L), erro de medição externa em contato total das
faces (J) e erro devido bordas das orelhas em pequenos orifícios (K).
A Alemanha e o Reino-Unido apresentam as normas complementares DIN 862 (2015) e BS 887 (2008), nas quais
são definidos os erros máximos admissíveis. No caso da BS 887 (2008), são estabelecidos os valores de EMA apenas
para paquímetros com resolução de 0,02 mm.
O Japão segue a norma JIS B 7507 (1993), reafirmada em 2012, para o paquímetro, a qual não foi atualizada de
acordo com a ISO 13385-1 (2011).
O Brasil segue com ABNT NBR 216 (2000), baseada na ISO/DIS 13385 (1996), a qual coloca como características
metrológicas o erro de indicação e o erro de contato linear próximo ao ponto zero da escala do paquímetro.
A Tab. 7 resume os erros máximos admissíveis apresentados em diferentes normas, para comprimentos até 300
mm.
Tabela 7. EMAs para paquímetro apresentados em documentos normativos.
De acordo com a ISO 3611 (2010), para o micrômetro são definidas três características metrológicas principais:
Erro de indicação com toda a face de contato, repetibilidade do erro de indicação com toda a face e o erro de indicação
com contato parcial, no qual está inserido o erro de paralelismo e de planeza do micrometro.
A Alemanha e o Reino-Unido mantiveram as normas DIN 863 (1999) e a BS 870 (2008), respectivamente, nas
quais estão definidos os erros máximos admissíveis.
O Japão segue a norma JIS B 7502 (1994) para o micrometro, a qual não foi atualizada de acordo com a ISO 3611
(2010), mas foi reafirmada em 2010 mantendo suas características originais. Esta norma define valores de EMA.
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O Brasil mantem a norma NBR NM ISO 3611 (1997), que está baseada na ISO 3611 (1978), a qual coloca como
características metrológicas o erro de indicação, o erro de paralelismo e o erro de planeza do instrumento, apresentando
também os erros máximos admissíveis.
A Tab. 8 resume os erros máximos admissíveis apresentados em diferentes normas, para comprimentos até 300
mm.
Tabela 8. EMAs para micrômetro externo apresentados em documentos normativos.
De acordo com a ISO 463 (2006), são consideradas as seguintes características metrológicas para o relógio
comparador: histerese do erro de indicação, repetibilidade do erro de indicação, erro de indicação em qualquer 1/10 de
volta, erro de indicação em qualquer 1/2 de volta, erro de indicação em uma volta e erro de indicação na faixa de
medição.
A Alemanha e o Reino-Unido atualizaram as normas DIN 878 (2006) e a BS 907 (2008), respectivamente, com a
definição de valores para o EMA para relógios comparadores centesimais. O Japão segue a norma JIS B 7503 (2011)
para o micrometro, buscando adequação com ISO 3611 (2010), e foi reafirmada em 2015. Vale ressaltar que a JIS B
7503 (2011) define valores de EMA para relógios comparadores centesimais e milesimais.
O Brasil atualizou a ABNT NBR ISO 463 (2013), e não foram estabelecidas normas adicionais para definição dos
erros máximos admissíveis. Assim, está definição fica a critério do fabricante e ou do usuário.
A Tab. 9 resume os erros máximos admissíveis apresentados em diferentes normas, para as faixas de medição de 3
e 10 mm.
Em relação aos documentos normativos emitidos analisados acima, verifica-se uma convergência para os erros
máximos admissíveis. Desse modo, é esperado que fabricantes de instrumentos de medição apresentem limites erros
compatíveis aos valores estabelecidos em normas.
Pode ser observado que as características metrológicas destacadas nas normas ISO se mantem praticamente as
mesmas declaradas nos documentos complementares, quando se trata do relógio comparador. Para os casos de
paquímetro e de micrômetro, a ênfase das normas complementares é para o erro de indicação. Diferente do especificado
na norma ISO 3611 (2010), as normas complementares também apresentam erros máximos admissíveis para o erro de
paralelismo, quando a norma ISO 3611 (2010) havia incluído este efeito no erro de indicação de contato parcial.
Considerando uma variabilidade pequena nas especificações apresentadas para os instrumentos de medição, e tendo
em conta que as normas ISO apresentam orientações para realização das calibrações, propondo inclusive padrões de
referência, é possível buscar uma melhor padronização na apresentação dos escopos de acreditação e CMC.
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O Erro Máximo Admissível é uma base para limitar o erro dos equipamentos de medição, tanto para os fabricantes,
quanto para o usuário. Assim, a CMC declarada nos escopos de acreditação devem ser coerentes com os EMAs, sob
pena de reprovar equipamentos ainda aptos ao uso. Por outros lados, as próprias normas ISO recomendam os métodos
convencionais de calibração, onde já estão razoavelmente limitadas as incertezas oriundas dos padrões utilizados. As
condições ambientais são controladas, e com isso a CMC é fica em função do comprimento avaliado e da resolução do
instrumento de medição. Como observado na definição das características metrológicas para os instrumentos estudados,
pode ocorrer a existência de mais de um parâmetro a ser avaliado. Outro aspecto a ser considerado é a inclusão da
norma de referência utilizada para realizar a calibração do instrumento de medição, como citado nos escopos do UKAS
e DAkkS. Outra alternativa é a informação do padrão utilizado na calibração, como citado nas observações de vários
escopos da A2LA.
Na elaboração do escopo de acreditação, os seguintes campos deveriam ser considerados: descrição do serviço, a
faixa de medição, menor resolução aplicável, característica metrológica, CMC e observações, quando pertinente. Um
exemplo de preenchimento com estes campos está apresentado na tab. 10.
A indicação da menor resolução no escopo da acreditação permite ao usuário associar a respectiva CMC. Caso o
instrumento apresentar uma resolução superior, fica entendido que a CMC também será maior. Os formatos assumidos
pela CMC podem seguir uma das formas recomendadas pelo ILAC (2013).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após os estudos realizados sobre os escopos de acreditação dos laboratórios dos quatro organismos de Acreditação
e dos EMA para os três instrumentos de medição, é possível chegar a algumas conclusões. Primeiramente, apesar ser
necessário estabelecer uma relação entre CMC e EMA e ser importante para os clientes dos laboratórios de calibração,
pois com tal comparação seria possível verificar se os serviços de determinado laboratório atendem as necessidades do
cliente, parece que ainda há muito a se fazer no que se refere a facilitar tal comparação para o cliente.
Dentre os fatores que dificultam a interação entre valores de CMC e EMA, há tantas contribuições dos escopos de
acreditação quanto dos documentos normativos para calibração de instrumentos. Da parte dos escopos de acreditação
dos laboratórios se destacam a falta de padronização nas formas de expressão da CMC entre os laboratórios, a falta de
homogeneidade nos valores, falta de informações sobre a resolução do instrumento usado para obter o valor da CMC e
fontes de incerteza contempladas em sua composição. Já nos documentos normativos, o que se observou para os
instrumentos estudados, é que as normas ISO estão abolindo valores numéricos de EMA destes documentos. Isso já foi
criticado e normas complementares estão sendo elaboradas, podendo ser uma referência para fabricantes e usuários
estabelecerem seus limites de erro. É fato que uma variabilidade ainda continuará acontecendo, é isto exige que, com a
falta de uma padronização, mais informações sejam disponibilizadas nos escopos de acreditação.
7. REFERÊNCIAS
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8. RESPONSABILIDADE AUTORAL
Abstract: There are many factors that influence the quality of the production process and consequently in obtaining
manufactured products according to their technical specifications. One of these factors is due to the industrial
metrology management system, which should ensure the implementation and correct interpretation of measurement
results. For this, the instruments must be calibrated and checked and when they are selected properly, will meet the
conditions to carry out the measurement task consistently. A growing number of companies have made use of
accredited laboratories to calibrate their measuring instruments. However, for the company to assess whether the
equipment meets the maximum permissible errors (MPE), it is necessary for the Calibration and Measurement
Capabilities (CMC) of the selected laboratories are appropriate. In order to make an analysis of the CMC presented
by accredited laboratories, they were studied four different accreditation bodies: UKAS from United Kingdom, A2LA
from Unitate States, DAkkS from Germany and CGCRE from Brazil. The accreditation scopes have been studied in
more than 470 laboratories for three conventional instruments from dimensional area. The article provides a detailing
of the different results, and compares the CMC values presented by the laboratories with the maximum permissible
errors set out in documents. With regard to accreditation bodies, it was evident that currently there is no
standardization in the way information is presented. In some cases, there were significant differences between the
laboratories accredited by the same accreditation body is in the form of presentation, as the values assigned to CMC
determined calibration service. In other cases, it was found the standardization of a same value for a given service and
measurement range assigned most accredited laboratories for the same organism. From these findings, the different
forms of CMC expression were studied, of which stood out for the measuring instruments consulted: absolute value
and range of values (limits or equation depending on the resolution and/ or equipment measuring range). Through the
conducted study concluded that currently there is no standardization in all accreditation bodies, in the way in which
data on the CMC are presented, in this way it is noted the need to occur standardization, at least the accredited
laboratories from the same accreditation body. As soon, the article also proposes a form of presentation of CMC,
which can help companies in laboratory selection that meets your calibration needs.