Endocardite Bacteriana - Endocardite Infecciosa
Endocardite Bacteriana - Endocardite Infecciosa
Endocardite Bacteriana - Endocardite Infecciosa
S É R G I O B E D U S C H I F I L H O
E N D O CA R D I T E BAC T E R I A N A -
E N D O CA R D I T E I N F EC C I O SA
INFECTOLOGIA Prof. Sergio Beduschi Filho | Endocardite Bacteriana - Endocardite infecciosa 2
INTRODUÇÃO:
PROF. SÉRGIO
BEDUSCHI FILHO
Olá, Estrategista! Vamos conversar um pouco sobre
endocardite infecciosa? Esse assunto pode ser um pouco
intimidador. No entanto, usamos a engenharia reversa, que nos
ajuda a focar naquilo que realmente devemos saber para dominar
as questões de provas. Veja, abaixo, quais são os principais temas
cobrados sobre essa doença:
Diagnóstico 24%
Tratamento
15%
antimicrobiano
Profilaxia 14%
Fatores de risco 9%
Tratamento cirúrgico 7%
Complicações 5%
@profsergioinfecto @estrategiamed
Estratégia
MED
@estrategiamed t.me/estrategiamed
INFECTOLOGIA Endocardite Bacteriana - Endocardite infecciosa Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0 ENDOCARDITE INFECCIOSA – CARACTERÍSTICAS GERAIS 4
1 .1 DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA 4
1 .2 FATORES DE RISCO 5
1.2.1 ALTERAÇÕES VALVARES 5
1.2.2 CONDIÇÕES QUE ELEVAM O RISCO DE BACTEREMIA 6
2 .4 PISTAS DIAGNÓSTICAS 11
4 .2 ECOCARDIOGRAMA 18
5.0 TRATAMENTO 21
5 .1 TRATAMENTO ANTIMICROBIANO 21
5.1.1 TERAPIA ANTIMICROBIANA DIRIGIDA – VALVA NATIVA 21
5.1.2 TERAPIA ANTIMICROBIANA DIRIGIDA – PRÓTESE VALVAR 22
5.1.3 TERAPIA ANTIMICROBIANA EMPÍRICA 23
5 .2 TRATAMENTO CIRÚRGICO 23
CAPÍTULO
1 .1 DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA
Endocardite infecciosa é uma infecção que acomete a membrana interna do coração (o endocárdio).
Essa infecção ocorre quando bactérias (ou fungos) circulantes na corrente sanguínea conseguem se estabelecer na superfície
endocárdica, sendo mais comum o comprometimento das valvas cardíacas do que do endocárdio atrial ou ventricular. Por isso é uma doença
que surge mais frequentemente quando ocorre bacteremia (circulação de bactérias no sangue) transitória em um indivíduo com alterações
valvares que facilitam a aderência bacteriana em sua superfície.
1 .2 FATORES DE RISCO
Alterações valvares são os principais fatores de risco para endocardite infecciosa, pois facilitam a colonização e infecção da valva. Veja
abaixo quais são as principais:
Prótese valvar
Doenças valvares
adquiridas ou
congênitas
Principais alterações valvares
com risco para
endocardite infecciosa
Cardiomiopatia
hipertrófica
Endocardite trombótica
não bacteriana
A presença de bactérias circulantes na corrente sanguínea é uma condição necessária para a endocardite infecciosa. Veja, a seguir,
quais são as situações que aumentam o risco de bacteremia (e de endocardite).
Procedimentos
Procedimentos odontológicos
cirúrgicos são os de maior
risco
Redução da
capacidade de
Imunodepressão combater bacteremia
(ex.: aids, diabetes
mellitus)
CAPÍTULO
Endocardite de valva nativa é causada principalmente por cocos Gram-positivos, sendo mais frequentemente isolados em
hemocultura o Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo viridans. O terceiro lugar é ocupado por Enterococcus spp.
Mais raramente, a endocardite de valva nativa pode ser causada por outros patógenos, como: Staphylococcus coagulase-negativos,
outros Streptococcus spp., grupo HACEK e fungos.
Qual é a espécie que mais frequentemente causa endocardite de valva nativa? Há alguma discordância na literatura: algumas
fontes informam que é o S. aureus, enquanto outras afirmam que é o Streptococcus do grupo viridans. No entanto uma coisa é certa:
Staphylococcus aureus é o principal patógeno em endocardite aguda, e o Streptococcus do grupo viridans é o mais comum em
endocardite subaguda.
A endocardite de valva nativa pode ser classificada em aguda ou subaguda. Essa divisão reflete mais a agressividade da evolução da
infecção do que uma distribuição temporal em si.
Evolução rápida
Aguda
Micro-organismos
virulentos
(Staphylococcus aureus)
Endocardite infecciosa
de valva nativa
Evolução lenta
e progressiva
Subaguda
Streptococcus spp.
e Enterococcus
Outra maneira de categorizar a endocardite de valva nativa refere-se ao lado do coração que é acometido. Veja a imagem abaixo para
relembrar a anatomia do coração:
As valvas do lado esquerdo (mitral e atrial) são as mais acometidas. Endocardite de câmara direita é associada ao uso de drogas
injetáveis ou a cateteres venosos profundos e envolve principalmente a valva tricúspide.
Como regra geral, podemos respeitar a seguinte orientação: infecções que surgem em até dois meses após o procedimento de troca
valvar são classificadas como precoces, pois são relacionadas com o ato cirúrgico em si. Já as que ocorrem doze meses após a troca valvar
são consideradas tardias. E as que acontecem entre dois e doze meses após a cirurgia? Aqui estamos em uma zona de penumbra. Infecções
diagnosticadas nesse período de transição e causadas por Staphylococcus coagulase-negativos (exemplo: Staphylococcus epidermidis) são,
em sua maioria, manifestações tardias de uma infecção precoce. Isso pode ser explicado pelo fato de que Staphylococcus coagulase-negativos
são micro-organismos que frequentemente causam infecções relacionadas a cirurgias, mas são pouco virulentos, resultando, assim, infecções
que aparecem mais tardiamente.
Figura 4 – Classificação da endocardite de prótese valvar. “Zona de transição” não é um termo oficial na literatura médica; foi aqui utilizado para ilustrar esse período
controverso dessa categorização.
Veja na tabela abaixo como algumas fontes importantes da literatura médica categorizam a endocardite de valva protética quanto ao
tempo após a cirurgia de troca valvar:
Evolução rápida
Aguda
Micro-organismos
virulentos
(Staphylococcus aureus)
Valva nativa
Semelhante à
Tardia endocardite de
valva nativa
2 .4 PISTAS DIAGNÓSTICAS
Algumas condições específicas podem nos orientar quanto ao provável agente etiológico. Essas pistas diagnósticas são exploradas
pelas bancas organizadoras de provas de Residência Médica.
Todas as condições acima são importantes, mas você deve esforçar-se ao máximo para decorar duas associações: uso de drogas
injetáveis com Staphylococcus aureus e neoplasia de cólon com Streptococcus gallolyticus.
Endocardite de
câmara direita
Uso de drogas
injetáveis
Staphylococcus aureus
Dica: lembre-se de que, ao injetar a droga por via intravenosa, o Staphylococcus aureus vai DIRETO para
a câmara DIREITA
Associado à
bacteremia/endocardite
em pacientes com
neoplasia de cólon
Streptococcus
gallolyticus
(S. bovis do tipo I)
Recomenda-se a realização
de colonoscopia em
pacientes com endocardite
por essa bactéria
CAPÍTULO
A seguir, compare as principais diferenças entre o quadro clínico de endocardite aguda e subaguda.
Endocardite infecciosa é uma doença sistêmica, podendo causar alterações em diversos órgãos e sistemas. A embolização arterial de
fragmentos de vegetação valvar é uma das grandes responsáveis por lesões de órgãos-alvo.
Outro mecanismo fisiopatológico que deve ser lembrado é a deposição de complexos imunes circulantes. Esses complexos depositam-
se em órgãos-alvo, causando alterações específicas.
Sopro
Embolização para o sistema nervoso central (risco de abscesso, aneurisma micótico ou sangramento)
Neurológicas
Meningite (asséptica ou purulenta)
Esplenomegalia
Esplênicas
Infarto ou abscesso esplênico
Figura 5 – Tomografia computadorizada de crânio com imagem sugestiva de abscesso cerebral (note o realce anelar pelo contraste indicado pela seta amarela). Fonte:
Shutterstock.
Figura 6 – À esquerda: representação gráfica de vários abscessos pulmonares, resultantes da disseminação de êmbolos sépticos. À direita: tomografia computadorizada
de tórax demonstrando abscesso pulmonar (Fonte: acervo pessoal do autor). Note a presença de nível hidroaéreo no interior dos abscessos.
Figura 7 – Imagem de tomografia computadorizada demonstrando infarto esplênico em paciente com endocardite infecciosa. Fonte: acervo pessoal do autor.
Figura 8 – Hemorragia subungueal em paciente com endocardite infecciosa. Figura 9 – Lesões embólicas periféricas típicas de endocardite infecciosa. Fonte:
Fonte: Shutterstock. Shutterstock.
Figura 10 – O nódulo de Osler consiste em um pequeno nódulo eritematoso e Figura 11 – Manchas de Janeway são máculas violáceas ou hemorrágicas, não
doloroso, podendo ter um centro opaco. Localiza-se distalmente nos membros, dolorosas, que também são encontradas em mãos e pés, mais frequentemente
mas principalmente em polpas digitais. em regiões tenares ou hipotenares.
Figura 12 – Manchas de Roth são um fenômeno imunológico da endocardite infecciosa. A área de palidez central surge devido ao acúmulo de leucócitos e/ou plaquetas
com fibrina.
Questões com casos clínicos de endocardite fornecem pistas para o diagnóstico. É esperado que ao
menos dois dos sinais abaixo estejam presentes em uma questão sobre esse tema.
Febre
É um dos principais sintomas de endocardite infecciosa. É muito improvável que alguma questão
contemple um caso de endocardite sem incluir a febre. O que saber: pode ser prolongada, especialmente
em casos subagudos; frequentemente é acompanhada de calafrios.
Fator predisponente
Desconfie de endocardite sempre que a questão fornecer dados sobre um paciente com febre e fator de risco
predisponente para endocardite (lesão valvar ou uso de drogas injetáveis). Procure outros dados que possam confirmar
essa hipótese.
Hemoculturas positivas sem foco infeccioso definido
Pense em endocardite infecciosa quando houver mais de uma amostra de hemocultura positiva, especialmente
se o micro-organismo identificado for Staphylococcus spp., Streptococcus spp. ou Enterococcus spp. A ausência de foco
infeccioso definido fortalece a hipótese de endocardite.
Vegetação
Ecocardiograma com vegetação valvar ou exame físico demonstrando novo sopro são pistas importantíssimas para o
diagnóstico de endocardite infecciosa.
Embolização sistêmica
Sinais de embolização sistêmica para pele, sistema nervoso central, baço, rins ou pulmões são utilizados pelas bancas
organizadoras de provas para sugerir o diagnóstico de endocardite.
CAPÍTULO
4 .1 HEMOCULTURA
4 .2 ECOCARDIOGRAMA
Todos os pacientes com suspeita de endocardite devem ser submetidos ao exame de ecocardiograma.
Figura 13 – Imagem de ecocardiograma demonstrando vegetação em valva mitral. Fonte: acervo pessoal do autor.
Os critérios modificados de Duke podem ser divididos em critérios maiores e menores. Segundo esses
critérios, podemos definir como diagnóstico definitivo de endocardite infecciosa um paciente que possua dois
critérios maiores, um critério maior e três menores ou cinco critérios menores.
Esse é um dos temas mais quentes sobre endocardite infecciosa! Preste muita atenção à figura abaixo!
CAPÍTULO
5.0 TRATAMENTO
5 .1 TRATAMENTO ANTIMICROBIANO
O tratamento antimicrobiano é habitualmente iniciado de forma empírica, pois a identificação do agente etiológico costuma levar
alguns dias para estar disponível. Após a identificação, a terapia deve ser ajustada conforme o micro-organismo identificado.
Estude a tabela abaixo para conhecer o tratamento das principais bactérias causadoras de endocardite infecciosa.
Duração
Micro-organismo Antimicrobianos Observação
(semanas)
Penicilina G ou
4
ceftriaxona Regime de 2 semanas com
gentamicina é recomendado
Penicilina G ou
Sensível à penicilina apenas para casos de
ceftriaxona
2 endocardite sem complicações e
+ sem disfunção renal
gentamicina
Streptococcus
Penicilina G ou 4 (penicilina ou
(grupo viridans Sensibilidade ceftriaxona ceftriaxona)
ou gallolyticus) intermediária à Dose elevada de penicilina
+ +
penicilina
gentamicina 2 (gentamicina)
Resistente à Penicilina G ou
penicilina (ou ceftriaxona
Abiotrophia, 4a6 Dose elevada de penicilina
+
Granulicatella ou
Gemella spp.) gentamicina
Doxiciclina +
Coxiella burnetii 18 a 24
hidroxicloroquina
Doxiciclina 4 (doxiciclina)
Bartonella spp. + + Tratamentos pouco cobrados em
gentamicina 2 (gentamicina) provas
Tabela 5 - Terapia dirigida para endocardite de valva nativa.
O tratamento de endocardite de prótese valvar é mais difícil uma droga com boa ação contra biofilme. Para isso, recomenda-se a
do que o de prótese nativa, pois a erradicação do biofilme de prescrição de oxacilina (em caso de sensibilidade a esse antibiótico)
materiais exógenos implantados é mais difícil. O principal esquema ou vancomicina (quando há resistência à oxacilina). O tratamento
terapêutico que você precisa conhecer para endocardite de deve durar de 6 a 8 semanas. Além desses antibióticos, é indicado
prótese valvar é aquele direcionado para Staphylococcus spp. ainda o uso de gentamicina durante as 2 primeiras semanas de
Quando tratamos endocardite de prótese valvar causada por tratamento, para reduzir o risco de resistência bacteriana.
6 a 8 semanas
6 a 8 semanas
2 semanas
E as outras bactérias? O tratamento de endocardite em prótese valvar causada por outros micro-organismos deve ser realizado
com os mesmos antibióticos utilizados em prótese nativa. Muda apenas o tempo de tratamento: indica-se a duração de 6 semanas.
Terapia empírica para endocardite de valva nativa ou protética tardia deve incluir cobertura para Staphylococcus spp., Streptococcus
spp. e Enterococcus spp. Já a endocardite de valva protética precoce deve ser tratada empiricamente com cobertura para Staphylococcus spp.
resistentes à meticilina, Enterococcus spp. e bacilos Gram-negativos. Não há uma padronização clara na literatura médica sobre esquemas
terapêuticos empíricos, mas veja a seguir dois exemplos possíveis:
5 .2 TRATAMENTO CIRÚRGICO
O tratamento cirúrgico é necessário em duas situações: quando há falha do tratamento clínico (antimicrobiano) ou quando há lesão
valvar ou cardíaca secundária à infecção.
CAPÍTULO
Para entender as indicações de profilaxia, você deve conhecer quais são as condições de alto risco para endocardite, assim como quais
são os procedimentos de risco elevado. Os dois principais órgãos que orientam sobre essa conduta são a American Heart Association (AHA) e
a European Society of Cardiology (ESC). As orientações de cada uma dessas instituições são parecidas, mas não são exatamente iguais.
As condições abaixo são consideradas fatores de alto risco para endocardite tanto pela AHA quanto pela ESC:
AHA
ESC E AHA
Transplante
cardíaco
que Cardiopatia
desenvolve congênita
valvopatia Cardiopatia cianótica
Prótese valvar Endocardite congênita + reparo
prévia cianótica com prótese
(<6 meses ou
com shunt ou
insuf. valvar)
Figura 14 – Fatores de alto risco para endocardite infecciosa, segundo AHA e ESC.
O maior risco para bacteremia e endocardite ocorre após Tanto AHA quanto ESC concordam com essa definição a
procedimentos dentários que envolvem manipulação de gengivas, respeito de procedimentos dentários. Só há uma discordância
manipulação periapical dos dentes ou perfuração das mucosas. entre as duas instituições: enquanto a ESC só orienta a profilaxia
Note que não é qualquer procedimento dentário que é considerado para procedimentos dentários, a AHA também considera como
como de alto risco. É necessário que seja um procedimento que alto risco os procedimentos em trato respiratório ou em tecidos
resulta em alguma lesão tecidual. infectados (pele, partes moles ou ossos).
AHA
ESC E AHA
Procedimentos
em trato
respiratório
ou em tecidos
infectados
(pele, partes
moles Procedimentos dentários que envolvem manipulação de
ou ossos). gengivas, manipulação periapical dos dentes ou perfuração
das mucosas.
Figura 16 – Procedimentos de alto risco para endocardite infecciosa, segundo AHA e ESC. Não há recomendação formal de antibioticoprofilaxia para procedimentos não
citados nesta figura.
Sempre que se deparar com uma questão sobre esse tema, faça as duas perguntas abaixo. Se ambas as respostas forem afirmativas,
deverá ser realizada a antibioticoprofilaxia.
1ª linha
Amoxicilina
Clindamicina
https://estr.at/FJwZ
CAPÍTULO
2. TAUBERT KA et al. American Heart Association Committee on Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease of the Council on
Cardiovascular Disease in the Young, Council on Clinical Cardiology, Council on Cardiovascular Surgery and Anesthesia, and Stroke Council.
Infective Endocarditis in Adults: Diagnosis, Antimicrobial Therapy, and Management of Complications: A Scientific Statement for Healthcare
Professionals From the American Heart Association. Circulation. 2015 Oct 13;132(15):1435-86.
3. FOWLER VG Jr et al. Infective endocarditis. Nat Rev Dis Primers. 2016 Sep 1;2:16059.
4. WING E, SCHIFFMAN F. Cecil Essentials of Medicine. 10ª ed. Filadélfia: Elsevier, 2021.
5. LOSCALZO J et al. Harrison’s Manual of Medicine. 20ª ed. Nova Iorque: McGraw Hill, 2020.
6. BAYER AS et al. Native-Valve Infective Endocarditis. N Engl J Med. 2020 Aug 6;383(6):567-576.
7. PRENDERGAST B et al. Antibiotic Prophylaxis of Infective Endocarditis. Curr Infect Dis Rep. 2017 Feb;19(2):9.
8. YAO JD. A Guide to Utilization of the Microbiology Laboratory for Diagnosis of Infectious Diseases: 2018 Update by the Infectious Diseases
Society of America and the American Society for Microbiology. Clin Infect Dis. 2018 Aug 31;67(6):e1-e94.
CAPÍTULO