Resumo 3
Resumo 3
Resumo 3
co
s.
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P R O F . M O N A L I S A C A R V A L H O
o
ub
ro
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é
o
nã
a
dv
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I N F E R T I L I DA D E
Có
CONJUGAL
me
GINECOLOGIA Prof. Monalisa Carvalho | Infertilidade Conjugal 2
INTRODUÇÃO:
PROF. MONALISA
CARVALHO
m
INFERTILIDADE CONJUGAL
co
Estrategista, conceituamos infertilidade como a
impossibilidade em estabelecer uma gravidez clínica. O tema
corresponde a quase 4% de todas as questões, o que o coloca
muito próximo do “Top 10” da Ginecologia. O que as bancas
s.
mais costumam cobrar sobre ele?
1. Definir se o casal é infértil ou não;
2. Propedêutica do casal infértil;
3. Definir o tratamento baseado no fator responsável pela
♥
eo
infertilidade;
o
ub
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Có
@estrategiamed /estrategiamed
me
Estratégia
MED
GINECOLOGIA Infertilidade Conjugal Estratégia
MED
SUMÁRIO
m
3.0 PROPEDÊUTICA DO CASAL INFÉRTIL 10
co
3.1 EXAMES COMPLEMENTARES 10
3.1.1 PROPEDÊUTICA FEMININA 11
3.1.1.1 RESERVA OVARIANA (RO) 11
3.1.1.2 AVALIAÇÃO DA OVULAÇÃO 12
s.
3.1.1.3 FATOR UTERINO 13
3.1.1.4 FATOR TUBOPERITONEAL 14
3.1.1.5 FATOR CERVICAL 14
3.1.1.6 OUTROS EXAMES 14
♥
eo
4.0 TRATAMENTO 17
ub
CAPÍTULO
CONCEITOS EM FERTILIDADE/INFERTILIDADE
TERMO DEFINIÇÃO
m
FECUNDIDADE Capacidade de ter um filho vivo
co
Probabilidade de gravidez com nascido vivo em um ciclo menstrual sem contracepção
FECUNDABILIDADE
Em torno de 20-25%
Incapacidade em estabelecer uma gravidez clínica após 12 meses de relações sexuais regulares e
s.
desprotegidas
INFERTILIDADE
As intervenções de fertilidade podem ser iniciadas antes desse período (veremos detalhes
adiante)
♥
eo
SUBFERTILIDADE Esse termo não deve mais ser utilizado. Atualmente, corresponde à infertilidade
o
ub
ro
Casal que preenche os critérios de infertilidade e nunca teve diagnóstico de gestação clínica
INFERTILIDADE PRIMÁRIA
o
nã
anterior
a
Casal que preenche os critérios de infertilidade, mas que já teve diagnóstico de gestação clínica
dv
pi
anterior
Có
INFERTILIDADE
Obs.: como se trata de uma patologia do casal, o diagnóstico de gestação anterior vale tanto
SECUNDÁRIA
para o homem quanto para a mulher
Exemplo: casal que preenche os critérios de infertilidade, mas o homem já tem filhos
me
TEMPO PARA GRAVIDEZ Tempo para o estabelecimento de uma gravidez, em meses ou em ciclos menstruais
INFERTILIDADE INEXPLICADA
OU INFERTILIDADE SEM CAUSA Infertilidade em casais com frequência coital adequada e toda investigação normal
APARENTE (ISCA)
Termo usado para indicar o número e/ou a qualidade de oócitos, refletindo a habilidade em
RESERVA OVARIANA
reproduzir
CAPÍTULO
2.0 ETIOLOGIAS
A infertilidade pode estar relacionada à mulher (fator feminino), ao homem (fator masculino), ao casal, ou, em alguns casos, não ter
causa (ISCA). De forma geral, atribui-se 35% das causas a fatores femininos, 35% a fatores masculinos, 20% ao casal e 10% à infertilidade sem
causa aparente (ISCA). Dentro do fator feminino, ainda podemos subdividir as causas em fator ovulatório, fator tuboperitoneal, fator uterino
e fator cervical. O gráfico abaixo resume todas as porcentagens (é importante que você as guarde, pois elas já foram cobradas em provas!):
A seguir, veremos sumariamente cada um dos fatores:
m
CAUSAS DE CAUSAS DE
co
INFERTILIDADE CONJUGAL INFERTILIDADE FEMININA
10% 3% 10%
s.
7%
35%
20% 40%
Fator ovulatório
Fator feminino
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Fator tuboperitoneal
Fator masculino
Fator uterino
o
35% 40%
Casal
ub
Fator cervical
ISCA
ISCA
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A tabela abaixo mostra as principais patologias relacionadas à infertilidade feminina. Como muitas dessas patologias têm livro digital
específico, o objetivo deste resumo, ao abordá-las, é que você saiba como diagnosticar a patologia e o mecanismo pelo qual ela acarreta
me
infertilidade.
INFERTILIDADE FEMININA
FATOR ETIOLOGIAS
Relacionada à idade
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
OVULATÓRIO
Hipotalâmica/hipofisária/hiperprolactinemia
Falência ovariana prematura
m
Cirurgia pélvica
Endometriose
UTERINO
ANATÔMICAS
Malformações uterinas
Miomas
co RECEPTIVIDADE ENDOMETRIAL
Adenomiose
Endometriose
s.
Pólipos Hidrossalpinge
Sinéquias (síndrome de Asherman) Endometrite crônica
♥
CERVICAL
o
diversas causas e, para entender o motivo da anovulação, você deve saber conceitos relacionados ao ciclo menstrual, os quais já discutimos
Có
normalmente, como os folículos estão “envelhecidos” (lembre-se de que a mulher não produz mais folículos ao
longo da vida), há o aumento das taxas de aneuploidia, o que reduz a fecundabilidade e aumenta os índices de
abortamento espontâneo.
2. Síndrome dos ovários policísticos (SOP) - o desarranjo do desenvolvimento folicular causa oligo/anovulação;
3. Disfunções hipotalâmicas e hipofisárias e falência ovariana prematura - são causas de hipogonadismo e, portanto,
levam à anovulação.
2. Endometriose - caro aluno, a endometriose não leva à infertilidade apenas pelo fator tuboperitoneal, mas por vários
mecanismos que estão envolvidos:
A) Formação de aderências, o que ocasiona distorções anatômicas;
B) Redução de reserva ovariana devido à presença de endometriomas;
m
C) Produção de citocinas inflamatórias que têm efeitos adversos sobre os gametas;
D) Mutações genéticas que alteram a receptividade do endométrio ao embrião.
co
As anormalidades uterinas estão relacionadas tanto à infertilidade, por dificultar a implantação, quanto a abortamentos de repetição
s.
e ao mau desfecho obstétrico (ex.: ruptura prematura de membranas e parto prematuro).
♥
eo
Na propedêutica do casal infértil, qualquer anormalidade no interior da cavidade uterina deve ser corrigida!
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1. Miomas uterinos - os mecanismos que causam infertilidade são muitos: deslocamento do colo do útero (dificulta a espermomigração),
é
deformidade da cavidade e aumento da contratilidade uterina (alteram a espermomigração e a implantação) e obstrução da porção proximal
o
nã
E QUEM SÃO?
→ Todos os miomas submucosos;
→ Os miomas intramurais maiores que 5 cm.
2. Hidrossalpinge (dilatação das tubas uterinas com acúmulo de líquido) - prejudica tanto a gravidez espontânea quanto a fertilização
in vitro (FIV) devido ao efeito tuboperitoneal, o qual dificulta a migração espermática. Além disso, o líquido da hidrossalpinge prejudica a
implantação do embrião (Figura 1).
m
co
s.
Figura 1: hidrossalpinge.
♥
Caso a paciente tenha hidrossalpinge e vá submeter-se à FIV, para melhorar as taxas de sucesso, a hidrossalpinge precisa ser
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Entram aqui as patologias que podem reduzir a produção de muco cervical (ex.: malformações congênitas, procedimentos cirúrgicos)
dv
pi
Responsável por 35% dos casos de infertilidade conjugal. O grande foco das provas em relação ao fator masculino é a avaliação do
espermograma (veremos com detalhes adiante), e não as etiologias. Por isso, traremos apenas a tabela abaixo com as etiologias:
INFERTILIDADE MASCULINA
CATEGORIAS CAUSAS
m
co
CONGÊNITOS: síndrome de Klinefelter e suas variantes, criptorquidia, síndrome de
Morris, deficiência de 5-alfa-redutase
ADQUIRIDOS: varicocele, orquites (arbovírus, tuberculose, gonorreia, clamídia,
brucelose, etc.), drogas (agentes alquilantes, maconha, cocaína, antiandrogênicos,
s.
DEFEITOS NA
ESPERMATOGÊNESE cetoconazol, espironolactona, etc.), radiação ionizante, toxinas ambientais, trauma,
torção testicular
DOENÇAS SISTÊMICAS: insuficiência renal crônica, cirrose hepática, câncer,
♥
DEFEITOS DE TRANSPORTE
é
Desordens ejaculatórias
DO ESPERMATOZOIDE
o
precoce)
a
dv
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Có
INFERTILIDADE IDIOPÁTICA -
me
CAPÍTULO
m
APÓS 12 MESES DE ATIVIDADE SEXUAL FREQUENTE
Mulheres < 35 anos sem fatores de risco para infertilidade
E DESPROTEGIDA
avançada
ro
suspeita
Homens com histórico de cirurgia na virilha ou testicular,
a
dv
Apesar de haver divergências entre a literatura, proporemos uma rotina básica de investigação para o
casal. Fique atento aos exames básicos e os que são considerados padrão-ouro, pois esses são detalhes muito
cobrados!
Lembre-se de que a infertilidade é do casal, logo, homem e mulher sempre necessitam de investigação!
> 35 anos
m
História familiar de menopausa precoce
co
Presença de ovário único
ISCA
eo
o
ub
Geralmente, nas provas, como todas as pacientes terão algum desses fatores, você sempre terá que escolher um teste para
pi
Có
avaliar RO.
me
TESTE DESCRIÇÃO
m
- Não sofre variações entre fases do ciclo menstrual;
< 1,0 ng/mL = reserva ovariana diminuída.
co
- Consiste na soma de todos os folículos visualizados em ambos os
ovários ao exame de ultrassonografia transvaginal realizado entre
·Contagem de folículos antrais (CFA) o segundo e o quinto dia do ciclo menstrual (fase folicular inicial);
- Folículo antral: entre 2 - 10 mm;
s.
< 5 folículos = reserva ovariana diminuída.
Teste de Clomifeno o segundo e o quinto dia do ciclo menstrual (fase folicular inicial);
o
Inibina B
marcadores, além de muitos resultados falso-positivos;
a
As pacientes que referem à presença de ciclos menstruais regulares, fluxo normal e sintomas pré-menstruais (sensibilidade mamária,
cólica, inchaço) não necessitam de avaliação da ovulação, pois essas características sugerem que são ovulatórias. Nas mulheres que não
descrevem os ciclos dessa forma, os testes devem ser realizados.
A tabela abaixo mostra os principais testes para avaliação da ovulação e suas características:
AVALIAÇÃO DA OVULAÇÃO
TESTE DESCRIÇÃO
m
CURVA DE TEMPERATURA BASAL
- Curva de padrão bifásico diagnostica ovulação, mas a ausência
desse padrão não diagnostica um ciclo anovulatório.
BIÓPSIA DE ENDOMÉTRIO
co
- Realizar biópsia de endométrio entre 21º - 23° dia do ciclo;
- Endométrio secretor nessa fase indica que a paciente ovulou;
- Não é mais indicado para avaliação de ovulação.
s.
- Padrão-ouro para o diagnóstico de ovulação;
ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL SERIADA
- Método indireto, operador dependente e de maior custo.
♥
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Todas as pacientes devem ter avaliação tubária na rotina O objetivo principal do exame é avaliar a permeabilidade
básica de infertilidade, pois metade das pacientes com fator tubário tubária (Figura 3). Esse teste tem o nome de Prova de Cotte.
não têm achados na anamnese suspeitos para essas patologias. As Quando as tubas uterinas (ou trompas de Falópio) estão
principais técnicas utilizadas para a avaliação tubária são: pérvias, o contraste reflui para a cavidade abdominal. Fique
1. Histerossalpingografia: exame inicial para investigação. atento, pois a prova de Cotte é comum nas provas!
m
Prova de Cotte POSITIVA -> trompas pérvias.
Prova de Cotte NEGATIVA (uni ou bilateralmente) ->
co
obstrução tubária.
Sua avaliação deve ser feita por meio do teste pós-coito ou teste de Sims-Huhner. Consiste em obter uma amostra do muco cervical
Có
pré-ovulatório após a relação sexual (até 6-8 horas após) e analisar a presença de espermatozoides móveis no microscópio. Por ser um teste
subjetivo, inconveniente para a paciente e não alterar a conduta clínica, não é indicado na propedêutica básica do casal infértil.
me
1. TSH e prolactina: sempre devem ser solicitados, já que são causas importantes de oligo/anovulação.
2. Dosagem de androgênios e 17-OH-progesterona: devem ser solicitados nas pacientes com suspeita de síndrome dos ovários policísticos
(SOP).
O principal exame da avaliação masculina é o espermograma. Fique atento aos valores considerados normais pela OMS, pois são
cobrados em prova!
A amostra de sêmen deve ser coletada após dois a sete dias de abstinência sexual. Diante de um resultado de espermograma
anormal, recomenda-se a repetição do exame com intervalo de 12 semanas. Os parâmetros de normalidade do exame foram definidos pela
Organização Mundial de Saúde (última atualização em 2010) e estão descritos na tabela abaixo:
PARÂMETRO VALOR
m
VOLUME ≥1,5 mL
co
pH 7,2 - 8
VITALIDADE ≥ 58%
Có
Obs.: Os espermatozoides são classificados quanto à motilidade em A, B, C e D (é importante que você saiba o significado, pois muitas
me
Agora que você já viu os principais exames, resumiremos a propedêutica do casal infértil:
COMO INVESTIGAR?
BÁSICO PADRÃO-OURO
PROGESTERONA NO
OVULAÇÃO USTV SERIADA
m
21º DIA DO CICLO
FEMININO
co
FATOR UTERINO USTV HISTEROSCOPIA
MASCULINO ESPERMOGRAMA -
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Legenda: FSH- hormônio folículo estimulante/ AMH- hormônio antimulleriano/ USTV- ultrassonografia transvaginal/ TSH- hormônio tireoestimulante.
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nã
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Có
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CAPÍTULO
4.0 TRATAMENTO
O tratamento do casal infértil envolve medidas gerais para aumentar a fertilidade e medidas voltadas para a causa da infertilidade.
O casal deve ajustar a frequência sexual e ter atividade sexual a cada 1 ou 2 dias próximo à época esperada para a ovulação. Medidas
como perder peso, cessar tabagismo e reduzir a exposição às toxinas são importantes. Além disso, a parceira deve evitar dieta rigorosa,
estresse excessivo e exercícios físicos extenuantes, ademais deve abster-se de álcool e reduzir o consumo de cafeína.
m
4.2 OPÇÕES TERAPÊUTICAS
co
Aqui, sumarizaremos as principais opções terapêuticas disponíveis para, quando formos falar do tratamento de cada um dos fatores
causais, você já saiba como funcionam os procedimentos. s.
4.2.1 INDUÇÃO DE OVULAÇÃO
Como o próprio nome sugere, são utilizados fármacos ou procedimentos para restabelecer a ovulação. Neste tópico, você deve saber
como agem os principais fármacos indutores de ovulação:
♥
eo
o
1. Citrato de clomifeno (CC): é o fármaco mais utilizado no mundo para a indução de ovulação. Liga-se aos receptores de
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estrogênio do sistema reprodutivo e causa sua depleção por mecanismo de down-regulation, resultando em queda das
ro
concentrações estrogênicas e, consequentemente, em aumento da secreção pulsátil de GnRH, bem como em liberação
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de gonadotrofinas hipofisárias.
o
2. Inibidores de aromatase: ao inibir a enzima aromatase (enzima que transforma androgênios em estrogênios), esses
nã
fármacos reduzem a concentração de estrogênios que, por mecanismo de retrocontrole, aumentam a secreção de FSH.
a
3. Gonadotrofinas: as gonadotrofinas estimulam a ovulação por ação ovariana direta. São utilizadas em casos de pacientes que falham
dv
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As cirurgias de reconstrução tubária não são primeira linha de tratamento em casos de obstrução tubária bilateral de pacientes
mais velhas (> 35 anos), de doença grave (hidrossalpinge extensa e aderências densas) e de obstrução proximal. Nesses casos, a
fertilização in vitro (FIV) promove melhores respostas.
Nos demais casos e nas pacientes que não querem ou não podem realizar FIV (devido ao custo, por exemplo), essas cirurgias
estão indicadas.
Para a prova, a maioria das questões de fator tubário tem como resposta a FIV.
Caro aluno, você não deve saber todos os detalhes das técnicas a seguir, apenas no que elas consistem e em que situações elas estão
indicadas.
1. COITO PROGRAMADO (CP): consiste na indução de ovulação combinada com um cronograma de relações sexuais no período fértil.
Para isso, a paciente deve ter permeabilidade tubária e o parceiro deve ter espermograma normal.
m
SOP (primeira opção juntamente às mudanças de estilo de vida)
co
2. INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA (IIU): uma amostra de
sêmen é colocada na porção superior do útero (Figura 4). Para a
realização dessa técnica, são necessárias tubas uterinas pérvias e,
no mínimo, 5 milhões de espermatozoides do tipo A.
s.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DO COITO PROGRAMADO
♥
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Fator cervical
o
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ISCA
ro
Endometriose leve
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Distúrbios ejaculatórios
a
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3. FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV): na FIV, os oócitos e os A forma convencional é deixar os espermatozoides em contato
espermatozoides são manipulados fora do aparelho genital com o óvulo em uma incubadora para que a fertilização
feminino. Seguem as etapas do processo: ocorra de forma espontânea. Já na injeção intracitoplasmática
A) Estimulação ovariana; de espermatozoides (ICSI), cada ovócito é injetado em um
B) Coleta dos oócitos; espermatozoide. Esta última é indicada, principalmente,
C) Coleta do sêmen (por masturbação ou por punção/biópsia em casos nos quais a infertilidade também envolve o fator
testicular) e capacitação dos espermatozoides (seleção masculino.
daqueles com maior capacidade de fertilização); E) Transferência do embrião.
D) Inseminação: esse processo pode ser realizado de duas formas.
CAPÍTULO
Para o tratamento do fator ovulatório, precisamos, inicialmente, saber qual é a causa da anovulação (ex.: SOP, amenorreia funcional,
hiperprolactinemia, etc.) para, posteriormente, decidir o melhor tratamento. Para isso, podemos dividir as pacientes em 4 grupos:
m
Hipogonadismo hipogonadotrófico Correção do fator causal
GRUPO 1 FSH baixo Indução de ovulação com
co
Amenorreia funcional e hipopituitarismo gonadotrofinas
Primeira linha: mudanças de estilo de
vida
s.
Segunda linha: indução de ovulação (1°
GRUPO 2 Normogonadotrófico
clomifeno/ 2° clomifeno + metformina/
Principal: SOP FSH normal
3° gonadotrofinas)
Terceira linha: técnicas de reprodução
♥
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assistida
o
Hipogonadismo hipergonadotrófico
ub
Correção da causa de
GRUPO 4 Hiperprolactinemia hiperprolactinemia + uso de agentes
a
dv
antidopaminérgicos
pi
Có
Como vimos acima, nos casos de obstrução tubária bilateral (proximal ou distal), doença tubária severa
(hidrossalpinge bilateral, aderências densas, oclusão tubária proximal e distal) e pacientes mais velhas (> 35 anos), a
primeira linha de tratamento é a FIV.
Não se esqueça de que, na presença de hidrossalpinge, mesmo que a paciente vá se submeter à FIV, é necessário
salpingectomia para melhora dos resultados desse procedimento!
Quando a obstrução é proximal unilateral, caso a paciente não engravide com ajustes de frequência sexual e de coito programado (CP),
pode ser feito apenas tratamento clínico com indução de ovulação e inseminação intrauterina (IIU), sem necessitar de tratamento cirúrgico.
Nos casos de obstrução unilateral distal nas pacientes que não engravidaram com ajustes de atividade sexual e de CP e em pacientes
que tenham as indicações de FIV acima, mas não querem ou não podem realizar a FIV, a opção é a cirurgia corretiva laparoscópica.
A regra básica aqui é: tudo que provoca abaulamento no endométrio deve ser corrigido nas pacientes inférteis! Sendo assim, pólipos
endometriais, miomas submucosos, sinéquias uterinas e septos devem ser corrigidos se relacionados à falha de concepção e à perda
gestacional recorrente.
m
5.4 FATOR CERVICAL
co
A primeira linha de tratamento para pacientes com fator cervical é a Inseminação Intrauterina (IIU). Caso o casal não tenha sucesso com
a IIU, o próximo passo é a realização de FIV.
s.
♥
eo
o
CAPÍTULO
ub
Os casos em que o fator masculino é a razão da infertilidade podem ser divididos em três principais grupos:
o
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Agora que já discutimos os principais tratamentos para infertilidade, resumiremos o tratamento de cada um dos fatores:
TRATAMENTO
Ovulatório
Desordens sexuais 1º: Ajuste de frequência
sexual + CP
m
ovulação com ovulação (preferível)
gonadotrofinas
3º: FIV
co
Hipogonadismo
hipogonadotrófico
Tuboperitoneal
Indução com
gonadotrofinas
s.
Obstrução tubária Endometriose
bilateral e/ou >35
anos e/ou doença
grave
Apenas fator Múltiplos fatores + Defeitos de
tuboperitoneal idade avançada espermatogênese
FIV
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Uterino
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o
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Cervical
me
2º: IIU
CAPÍTULO
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GRUPO DESCRIÇÃO
co
Idade máxima para as
candidatas à gestação por 50 anos e exceções serão aceitas se fundamentadas pelo médico responsável
técnicas de RA
s.
Preservação social (congelar
os gametas para reprodução Permitida
futura)
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Seleção de sexo Não permitida, exceto se para evitar doenças no próprio descendente
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transferidos
independentemente da idade;
Nas situações de doação de oócitos, considera-se a idade da doadora no momento de
a
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sua coleta.
Có
RA em casais homoafetivos,
Permitida
transgêneros e pessoas solteiras
Gestação compartilhada em
Permitida
união homoafetiva feminina
Doação de gametas entre Permitida ( parentesco de até quarto grau de um dos receptores,desde que não
parentes incorra em consanguinidade)
Criopreservação de gametas ou
Permitido
embriões
Descarte de gametas ou
Após 3 anos, com autorização judicial
m
embriões
co
Permitida, sem caráter lucrativo
Cessão temporária de útero
Cedente deve ter pelo menos um filho vivo e parentesco consanguíneo de até quarto
(“barriga de aluguel”)
grau com algum dos parceiros
s.
Reprodução assistida “post-
Permitida, desde que haja permissão prévia do falecido(a)
mortem”
♥
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Có
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Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site
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s. https://estr.at/3dayQC9
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CAPÍTULO
m
cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2168. Acesso em: 17 jun. 2020.
5. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Manual de Orientação Reprodução Humana. [s.l.]:
co
FEBRASGO, 2011.
6. KUOGUNG, WENDY, HORNSTEIN, MARK. Evaluation of female infertility. Uptodate.com. Disponível em: <https://www.uptodate. com/
contents/evaluation-of-female-infertility?search=INFERTILIDADE&topicRef=3279&source=related_link>. Acesso em: 18 jun. 2020.
s.
7. KUOHUNG, WENDY, HORNSTEIN, MARK. Causes of female infertility. Uptodate.com. Disponível em: <https://www.uptodate.com/
contents/causes-of-female-infertility?source=related_link>. Acesso em: 18 jun. 2020.
8. KUOHUNG, WENDY, HORNSTEIN, MARK. Treatments for female infertility. Uptodate.com. Disponível em: <https://www.upto-
date. com/contents/treatments-for-female-infertility?search=INFERTILIDADE&source=search_result&selectedTitle=5~150&usage_ type=de-
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eo
tents/reproductive-surgery-for-female-infertility?sectionName=TREATMENT%20OF%20DISTAL%20TUBAL%20OCCLUSION&search=INFERTI-
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é
11.. WHO. WHO laboratory manual for the examination and processing of human sêmen. Geneva: [fifth ed.], 2018.
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CAPÍTULO
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