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Segunda-feira, 2 de Outubro de 2017 I SÉRIE —

­ Número 154

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. Regulamento de Segurança de Barragens


de Rejeitados (RSBR)
AVISO
CAPÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma Disposições Gerais
por cada assunto, donde conste, além das indicações SECÇÃO I
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
Objecto e Âmbito
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República». Artigo 1
(Definições)
Os termos e as expressões usadas no presente Regulamento
são definidos no Glossário em anexo, que dele é parte integrante.
SUMÁRIO
Conselho de Ministros: Artigo 2
(Objecto)
Decreto n.º 50/2017:
O presente Regulamento tem por objecto estabelecer
Aprova o Regulamento de Segurança de Barragens de Rejeitados. mecanismos e critérios para o controlo da segurança de barragens
de rejeitados, regras de articulação das actividades entre as
diferentes entidades que intervem no seu controlo e requisitos
para o projecto, construção-exploração e o encerramento destas
CONSELHO DE MINISTROS infraestruturas.

Decreto n.º 50/2017 Artigo 3


de 2 de Outubro (Âmbito)
O presente Regulamento aplica-se às seguintes barragens
Havendo necessidade de regular a elaboração do projecto, de rejeitados:
construção, exploração e encerramento de barragens de rejeitados,
a) Barragens de altura igual ou superior a 5 m, medida desde
com vista a garantir a fiabilidade deste tipo de infra-estruturas, a cota mais baixa da superfície geral das fundações até
por forma a reduzir a probabilidade de ocorrências de roturas e de à cota do coroamento;
anomalias, causando riscos para as pessoas e prejuízos materiais b) Barragens com resíduos armazenados tóxicos ou radioac-
e ambientais, ouvido o Conselho Nacional de Águas, nos termos tivos.
da alínea f) do n.º 1 do artigo 204 da Constituição da República, SECÇÃO II
o Conselho de Ministros decreta:
Classificação das Barragens
Artigo 1. É aprovado o Regulamento de Segurança
Artigo 4
de Barragens de Rejeitados, em anexo, que é parte integrante
do presente Decreto. (Classificação das Barragens)
Art. 2. Compete ao Ministro que superintende o sector 1. As barragens referidas no presente Regulamento agrupam-
de Recursos Hídricos aprovar as normas técnicas referidas -se em classes de risco I, II e III, tendo em conta o seu índice
de vulnerabilidade e de danos potenciais associados.
no presente Regulamento e adoptar as medidas complementares
2. No âmbito da vulnerabilidade deve ter-se em conta
necessárias a sua implementação. as características técnicas da barragem, o seu estado de conser-
Art. 3. O presente Decreto entra em vigor 180 dias a contar vação e a implementação dos instrumentos de controlo da
da data da sua publicação. segurança, a que estão associados índices de vulnerabilidade
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 22 de Agosto parciais.
de 2017. 3. Na determinação do índice de vulnerabilidade parcial
associado às características técnicas, consideram-se os seguintes
Publique-se. descritores:
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. a) Altura da barragem;
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b) Tipo de barragem, definido pela metodologia de cons- 10. O índice do dano potencial é determinado através
trução; de uma regra de agregação das pontuações dos descritores
c) Condições de fundação; acima indicados, sendo as barragens classificadas nas seguintes
d) Volume de resíduos armazenados; categorias:
e) Período de retorno do sismo máximo de projecto; a) Baixo dano potencial;
f) Período de retorno da cheia de projecto. b) Médio dano potencial;
4. Na determinação do índice de vulnerabilidade parcial c) Alto dano potencial.
associado ao estado de conservação, consideram-se os seguintes 11. As barragens serão classificadas em termos de risco, me-
descritores: diante o cruzamento das classificações relativas à vulnerabilidade
a) Anomalias relativas às condições de percolação pelo e ao dano potencial, conforme o Anexo 2, nas seguintes classes:
corpo da barragem ou pela sua fundação; a) Classe I;
b) Assentamentos, fissuração estrutural ou desagregação b) Classe II;
química, física ou térmica do corpo da barragem ou c) Classe III.
da sua fundação;
c) Anomalias nos taludes ou perda de estabilidade global 12. A classificação de cada barragem deve ser revista
do corpo da barragem ou do corpo da barragem no máximo de cinco em cinco anos, sempre que considerado
e da sua fundação; necessário e, durante a fase de construção-exploração, sempre
d) Anomalias associadas aos órgãos de transporte que se proceder à passagem para uma nova etapa.
e de deposição dos materiais rejeitados;
SECÇÃO III
e) Anomalias associadas aos órgãos hidráulicos de se-
gurança, aos sistemas de drenagem e bombagem Organização e Competências dos Intervenientes
do reservatório e ao incumprimento das folgas
Artigo 5
estabelecidas.
5. Na determinação do índice de vulnerabilidade parcial (Entidades envolvidas)
associado à implementação dos instrumentos de controlo O controlo de segurança de barragens é exercido pelas
da segurança, consideram-se os seguintes descritores: seguintes entidades:
a) Existência de um director de construção-exploração, a) Entidade nacional competente na gestão de recursos
aprovado pela entidade nacional de segurança hídricos, na qualidade de autoridade nacional
de barragens; de segurança de barragens;
b) Existência da documentação técnica, designadamente, b) Entidade competente na gestão operacional da bacia
a informação compilada no arquivo técnico da obra hidrográfica, na qualidade de autoridade regional
e nos relatórios definidos neste Regulamento; de segurança de barragens, nas bacias que administram;
c) Execução do Plano de Observação, nomeadamente, c) Entidade nacional competente na gestão de calamidades
sistemas de monitorização instalados, operacionais d) Entidade nacional competente que garante o controlo
e em exploração, de acordo com o regulamentado,
de qualidade no domínio da engenharia civil, como
e realização das inspecções de segurança previstas
consultor oficial das entidades de segurança de bar-
neste Regulamento;
d) Execução do Plano de Construção-Exploração; ragens;
e) Execução do Plano de Segurança Ambiental; e) Dono da obra, entidade pública ou privada, responsável
f) Execução do Plano de Emergência Interno. directo perante a entidade nacional de segurança
de barragens, pela segurança e qualidade do apro-
6. O índice de vulnerabilidade é determinado através
veitamento;
de uma regra de agregação das pontuações dos descritores
f) Comissão Consultiva de Segurança de Barragens, como
acima indicados, sendo as barragens classificadas nas seguintes
fórum nacional de representantes de entidades públicas
categorias:
e privadas.
a) Baixa vulnerabilidade;
b) Média vulnerabilidade; Artigo 6
c) Alta vulnerabilidade.
(Competênciasda Entidade Nacional de Segurança de Barragens)
7. Em termos de dano potencial devem ter-se em conta
as situações de rotura da barragem e de descarga acidental. 1. Compete a entidade nacional de segurança de barragens:
8. Na determinação do índice do dano potencial parcial a) Coordenar as actividades das entidades regionais
associado à rotura da barragem consideram-se os seguintes de segurança de barragens, no âmbito do presente
descritores associados à onda de resíduos para o cenário Regulamento, chamando a si o controlo directo
de acidente mais desfavorável: de qualquer actividade, se o considerar necessário;
a) População afectada, avaliada através da estimativa b) Homologar as decisões das entidades regionais
das perdas potenciais de vidas humanas, feridos de segurança de barragens e as comunicações e docu-
e desalojados; mentos que estas lhe submetem, designadamente as
b) Impactos no meio ambiente; actas das inspecções de segurança;
c) Impactos sócio-económicos. c) Intervir em caso de incumprimento das disposições
9. Na determinação do índice do dano potencial parcial do presente Regulamento por parte do dono da obra,
associado à descarga acidental consideram-se os seguintes podendo determinar a interrupção da construção,
descritores: o condicionamento ou interrupção da exploração,
a) Tipo de resíduos; o encerramento ou mesmo a demolição da barragem,
b) Área afectada; sob proposta da respectiva entidade regional de
c) Duração da afectação; segurança de barragens ou sempre que o considere
d) Impactos no meio ambiente. adequado;
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d) Determinar a elaboração de estudos e ensaios, bem como i) Autorizar, sob o ponto de vista da segurança, na sequência
a realização de obras de correcção e de outras medidas da inspecção prévia e sob parecer da entidade nacional
para a garantia da qualidade da obra e da segurança de qualidade e controlo, o início ou a continuação
de pessoas e de bens materiais e ambientais, sob da exploração após o final de cada etapa de construção,
proposta da respectiva entidade regional de segurança e comunicar este facto à entidade nacional de segurança
de barragens ou sempre que o considere adequado; de barragens, sendo tal comunicação dispensável nas
e) Fornecer por solicitação do dono da obra, o livro técnico barragens da classe III;
da obra, devidamente paginado e selado, que o director j) Coordenar as inspecções principais e especiais definidas
de construção-exploração deve manter actualizado; no presente Regulamento, a realizar conjuntamente
f) Enviar à entidade nacional de gestão das calamidades com a entidade nacional de qualidade e controlo para
a informação necessária à elaboração dos planos as barragens de classe I, enviando à entidade nacional
de emergência externos, nas barragens da classe I;
de segurança de barragens a respectiva acta, e proceder
g) Comunicar à entidade nacional de gestão das calamidades
a outras inspecções e a verificações dos trabalhos
todas as ocorrências excepcionais que possam
quando entender necessário;
determinar intervenções do âmbito da protecção civil;
h) Comunicar ao Ministério que superintende a área k) Realizar as inspecções principais e especiais definidas
do ambiente todas as ocorrências excepcionais no presente Regulamento, nas barragens não incluídas
que possam determinar intervenções do âmbito na alínea anterior, podendo para tanto solicitar
da protecção ambiental; a colaboração da entidade nacional de qualidade
i) Coordenar com a respectiva entidade regional de segu- e controlo;
rança de barragens em colaboração com a entidade l) Propor a elaboração de estudos e ensaios, bem como
nacional de gestão das calamidades em todas a realização de obras de correcção e de outras medidas
as actividades de protecção civil; para a garantia da qualidade da obra e da segurança
j) Manter actualizada a base de dados das características de pessoas, de bens e ambiente, comunicando estas
gerais das barragens de rejeitados; propostas à entidade nacional de segurança de bar-
k) Acreditar consultores, a pedido do dono da obra e sob ragens;
parecer da entidade nacional de qualidade e controlo. m) Apoiar a entidade nacional de segurança de barragens
2. Compete ainda à entidade nacional de segurança de bar- em colaboração com a entidade nacional de gestão das
ragens promover a intervenção da entidade nacional de qualidade calamidades em todas as actividades de protecção civil.
e controlo em outras matérias que se mostrarem necessárias para 2. Compete ainda a entidade regional de segurança de barragens
a implementação do presente Regulamento. e com o parecer da entidade nacional de qualidade e controlo:
Artigo 7 a) Autorizar a passagem à etapa de exploração
correspondente, com base nas inspecções referidas
(Competências da Entidade Regional de Segurança de Barragens)
na alínea b) n.º 3 do artigo 28 ou, em alternativa, impor
1. Compete à entidade regional de segurança de barragens: as medidas correctivas consideradas necessárias;
a) Garantir e fiscalizar o cumprimento do presente b) Autorizar o início da fase de encerramento com base
Regulamento a nível das respectivas regiões adminis- nas inspecções referidas na alínea c) n.º 3 do artigo
trativas; 28 ou, em alternativa, impor as medidas correctivas
b) Comunicar à entidade nacional de segurança de barragens consideradas necessárias;
todos os casos de incumprimento das disposições c) Autorizar o início do novo ciclo, posterior ao encerramento
do presente Regulamento por parte do dono da obra; com base nas inspecções referidas na alínea d) n.º 3
c) Pronunciar-se sobre os projectos das barragens e proceder do artigo 28 ou, em alternativa, impor as medidas
à sua aprovação do ponto de vista da aplicação correctivas consideradas necessárias.
do presente Regulamento, e submeter a homologação
3. As decisões referidas nas alíneas a), b) e c) do número
da entidade nacional de segurança de barragens;
anterior devem ser comunicadas à entidade nacional de segurança
d) Aprovar eventuais projectos de alteração ou reparação
de barragens.
de obras, comunicando as decisões tomadas à entidade
nacional de segurança de barragens; Artigo 8
e) Aprovar a classificação e/ou reclassificação das barragens
proposta pela entidade nacional de qualidade e controlo (Competências da Entidade Nacional de Gestão das Calamidades)
e comunicá-la à entidade nacional de segurança Compete à entidade nacional de gestão das calamidades:
de barragens; a) Aprovar os planos de emergência externos de todas
f) Aprovar e fazer cumprir os planos de segurança das as barragens da classe I;
barragens, comunicando essa aprovação à entidade b) Fazer o prognóstico de factores calamitosos e a gestão
nacional de segurança de barragens, sendo tal de recursos humanos, técnicos e financeiros necessários
comunicação dispensável nas barragens da classe III; para uma intervenção rápida em caso de calamidade.
g) Enviar à entidade nacional de segurança de barragens
os elementos necessários para a elaboração dos planos Artigo 9
de emergência externos;
(Competências da Entidade Nacional de Qualidade e Controlo)
h) Aprovar a designação pelo dono da obra do director
de construção-exploração e dos seus substitutos 1. Compete à entidade nacional de qualidade e controlo:
autorizados e comunicar essa aprovação à entidade a) Propor à competente entidade regional de segurança
nacional de segurança de barragens, sendo tal de barragens, a classificação das barragens, para
comunicação dispensável nas barragens da classe III; aprovação;
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b) Proceder à revisão da classificação das barragens sempre c) Constituir o arquivo técnico da obra;
que se realizar ao seu alteamento para início de uma d) Solicitar à entidade nacional de segurança de barragens
nova etapa de exploração, a cada cinco anos, ou o livro técnico da obra, mantendo-o actualizado
quando necessário, propondo à entidade competente e ao dispor da entidade nacional de segurança
a manutenção ou alteração da classe da obra. de barragens, da respectiva entidade regional
2. Para as barragens de classe I, compete ainda: de segurança de barragens e da entidade nacional
a) Comunicar à entidade nacional e à respectiva entidade de qualidade e controlo;
regional de segurança de barragens incumprimentos e) Submeter à aprovação da entidade competente a desi-
do presente Regulamento por parte do dono da obra; gnação do director de construção-exploração;
b) Apreciar os planos de segurança nas fases de elaboração f) Comunicar às entidades competentes de segurança
dos projectos, comunicando essa apreciação à respec- de barragens e à entidade nacional de qualidade
tiva entidade regional de segurança de barragens; e controlo a data de início da construção e promover
c) Controlar a execução dos planos de segurança, a execução das obras, em conformidade com os
comunicando à entidade competente eventuais anoma- projectos aprovados e as boas práticas de construção;
lias detectadas; g) Comunicar à entidade nacional de qualidade e controlo,
d) Constituir um arquivo informático dos dados e dos em tempo útil, as operações relativas à instalação
resultados dos sistemas de observação das barragens do sistema de observação;
e manter e explorar esse arquivo de modo a possuir h) Cumprir o plano de segurança;
um conhecimento actualizado do comportamento i) Constituir um arquivo dos dados e resultados
das barragens; das campanhas de leitura da aparelhagem do sistema
e) Acompanhar o comportamento das barragens ao de observação, quando existente, enviando à entidade
longo da vida das obras, comunicando à respectiva
nacional de qualidade e controlo estes elementos, via
entidade regional de segurança de barragens eventuais
anomalias; Web, imediatamente após a sua obtenção;
f) Elaborar pareceres no final de cada uma das etapas j) Comunicar à respectiva entidade regional de segurança de
de construção-exploração, no início e no final barragens e à entidade nacional de qualidade e controlo
da fase de encerramento, e enviar estes documentos a data prevista para o final de cada uma das etapas
à respectiva entidade regional de segurança de construção-exploração, com vista à realização
de barragens; da respectiva inspecção;
g) Analisar os relatórios do comportamento das barragens, k) Submeter à aprovação da respectiva entidade regional
elaborados sob responsabilidade do dono da obra, e de segurança de barragens o projecto de encerramento
informar a respectiva entidade regional de segurança e proceder à sua execução;
de barragens dos resultados dessa análise; l) Comunicar à respectiva entidade regional de segurança
h) Efectuar as inspecções principais e especiais, ou outras de barragens e à entidade nacional de qualidade
que considere necessárias, e elaborar pareceres em e controlo, em tempo útil, as datas previstas para
caso de ocorrências excepcionais ou de circunstâncias o início e para o final da fase de encerramento, com
anómalas, comunicando os seus resultados à respectiva vista à realização das respectivas inspecções prévias;
entidade regional de segurança de barragens e regis- m) Fornecer à respectiva entidade regional de segurança
tando-os no livro técnico da obra; de barragens os elementos necessários para a elabo-
i) Apresentar no final das inspecções referidas na alínea ração do plano de emergência externo e, também,
anterior a análise do comportamento da obra, suportada os elementos necessários para a sua revisão em fase
nos elementos disponíveis, entre os quais os resultados de encerramento da barragem;
do sistema de observação; n) Comunicar à respectiva entidade regional de segurança de
j) Realizar, a solicitação da entidade regional de segurança barragens e à entidade nacional de qualidade e controlo
de barragens respectiva, estudos e ensaios, no âmbito ocorrências excepcionais e circunstâncias anómalas
do controlo da segurança das barragens; e promover o seu estudo, bem como a concretização
k) Apresentar parecer sobre propostas do dono de obra de medidas correctivas se necessárias;
de acreditação de consultores e empreiteiros e enviar o) Propor à entidade nacional de segurança de barragens
estes pareceres à entidade nacional;
a acreditação de consultores e empreiteiros, após
l) Realizar estudos a pedido do dono da obra e com o acordo
parecer da entidade nacional de qualidade e controlo;
prévio da respectiva entidade regional de segurança
de barragens, no âmbito da segurança das obras; p) Submeter as análises da qualidade da água a entidade
m) Intervir nas restantes barragens a pedido da respectiva regional de segurança de barragens, bem como ao
entidade regional de segurança de barragens. Ministério que surpretende a área de saúde pública.
2. Compete ainda ao dono da obra:
Artigo 10 a) Facilitar as actividades da entidade nacional de segurança
(Competências do Dono da Obra) de barragens, da respectiva entidade regional
1. Compete ao dono da obra: de segurança de barragens e da entidade nacional
a) Submeter os projectos e todos os estudos de apoio de qualidade e controlo;
necessários à aprovação da respectiva entidade b) Suportar as despesas originadas pelo controlo da segu-
regional de segurança de barragens; rança, pelas medidas de protecção civil no âmbito do
b) Enviar, no caso das barragens de classe I, o plano plano de emergência interno e ainda por outras medidas
de segurança à entidade nacional de qualidade e con- consideradas indispensáveis pela entidade nacional
trolo para apreciação e submetê-lo posteriormente de segurança de barragens e pela respectiva entidade
à aprovação da entidade competente; regional de segurança de barragens;
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c) Suportar os encargos resultantes da elaboração dos planos 5. A Comissão deve entrar em funções no período máximo
de emergência externos, da actividade das entidades de seis meses após a entrada em vigor do presente Regulamento.
da Administração Pública envolvidas no controlo da 6. As normas do funcionamento dacomissão são aprovados
segurança de barragens, por via das competências pelo Ministro que superintende a área de Recursos Hídricos.
atribuídas no presente Regulamento, de acordo com
as características, dimensão e a classe da barragem. SECÇÃO IV

Artigo 11 Comissões de Emergência e de Inquérito


Artigo 14
(Competências da Comissão Consultiva de Segurança
de Barragens) (Criação e Objectivos)
Compete à comissão consultiva de segurança de barragens: 1. Em situações de acidente ou incidente grave, o Conselho
a) Acompanhar a aplicação do presente Regulamento; de Mnistros pode criar uma comissão de emergência ou de inquérito.
b) Emitir anualmente, pareceres de ordem geral sobre 2. As comissões de emergência e/ou de inquérito são criadas,
a situação das barragens de rejeitados do ponto de vista com o objectivo de apoiar as autoridadesdeprotecção civil
da segurança e recomendar ao Governo e à entidade e analisar de forma independente as causas e consequências
nacional de segurança de barragens a adopção de do acidente ou incidente.
medidas para salvaguarda e melhoria dessa segurança; Artigo 15
c) Promover iniciativas visando a divulgação e debate das
(Composição)
questões ligadas à engenharia de barragens.
Integram as comissões de emergência e de inquérito:
Artigo 12 a) Um representante da entidade nacional de segurança
(Composição da Comissão Consultiva de Segurança de barragens;
de Barragens) b) Um representante da respectiva entidade regional
A comissão consultiva de segurança de barragens é composta por: de segurança de barragens;
c) Um representante da entidade nacional de qualidade
a) Cinco funcionários seniores representantes das áreas
e controlo;
de saúde, ambiente, recursos minerais, águas
e agricultura; d) Um representante da entidade nacional de gestão
b) Três representantes da entidade nacional de segurança das calamidades;
de barragens; e) Um representante da Comissão Moçambicana
c) Um representante de cada entidade regional de segurança de Barragens;
de barragens; f) Um representante do dono de obra;
d) Dois representantes da entidade nacional de qualidade g) Outras entidades consideradas relevantes.
e controlo;
e) Um representante da entidade nacional de gestão CAPÍTULO II
das calamidades; Controlo de Segurança de Barragens
f) Dois especialistas em aproveitamentos hidráulicos Artigo 16
do Conselho de Reitores das Universidades;
g) Um especialista em aproveitamentos hidráulicos (Instrumentos do Controlo da Segurança)
da Comissão Moçambicana de Barragens; 1. Na fase de construção-exploração, o controlo de segurança
h) Um especialista em aproveitamentos hidráulicos baseia-se nos seguintes instrumentos:
da Ordem dos Engenheiros de Moçambique;
i) Um representante da Agência Nacional de Energia a) Base de dados das barragens;
Atómica; b) Arquivo informático dos dados e resultados dos sistemas
j) Três especialistas em aproveitamentos hidráulicos de observação das barragens;
em representação das entidades privadas gestoras c) Classificação da barragem;
de grandes barragens. d) Projecto da barragem (contemplando todas as etapas
de construção-exploração programadas);
Artigo 13 e) Registos das etapas de construção-exploração e peças
(Designação e funcionamento)
do “projecto como construído”;
f) Plano de segurança da barragem, que integra o plano
1. Os representantes das instituições mencionadas nas alíneas a) de observação, o plano de construção-exploração,
a d) do n.º 2 do artigo 12 são designados por despacho do Ministro o plano de segurança ambiental e o plano de emer-
que superintende a área de Recursos Hídricos, mediante proposta
gência interno;
das respectivas instituições.
g) Plano de emergência externo;
2. Os representantes das instituições mencionadas nas alíneas
h) Outros relatórios definidos neste Regulamento;
e) a i) do n.º 2 do artigo 12 são designados por despacho do
Ministro que superintende a área dos Recursos Hídricos, mediante i) Competência profissional do director de construção-
proposta dos órgãos competentes nos termos do respectivo -exploração;
estatuto. j) Arquivo técnico da obra;
3. Os representantes mencionados na alínea j) do n.º 2 k) Livro técnico da obra.
do artigo 12 são deginados por despacho do Ministro que 2. Na fase de encerramento da barragem, para além
superintende a área dos Recursos Hídricos, ouvidas as entidades dos instrumentos arroladaos no número anterior, o controlo
privadas gestoras de grandes barragens. de segurança inclui os seguintes instrumentos:
4. O Ministro que superintende área dos Recursos Hídricos a) Projecto de encerramento;
indica, por despacho, de entre os membros da comissão consultiva b) Registos da construção e peças do “projecto como
de segurança de barragens, o Presidente. construído”;
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c) Plano de segurança da barragem adaptado à fase 2. O Plano de segurança é parte integrante do projecto da fase
de encerramento; de construção-exploração e deve ser revisto sempre que se entre
d) Plano de emergência externo adaptado à fase de encer- numa nova etapa de construção-exploração, a cada dez anos para
ramento. as barragens das classes I e II, e a cada 20 anos para as barragens
de classe III.
Artigo 17 3. Para as barragens da classe III, o plano de segurança pode
(Base de Dados das Barragens de Rejeitados) ser elaborado de forma simplificada.
4. Em fase de projecto de encerramento o plano de segurança
1. A base de dados das barragens de rejeitados está sediada
deve ser revisto e adaptado às alterações a implementar na obra.
na entidade nacional de segurança de barragens e é um sistema
estendido a todas as barragens de rejeitados, em projecto, Artigo 20
construção-exploração e encerramento, independentemente
da sua classe, e que garante a colecta, arquivo e consulta das (Plano de Observação)
suas características gerais, de elementos de projecto, incluindo 1. São princípios básicos para a estruturação do plano
desenhos, fotografias, relatórios de comportamento e de inspec- de observação:
ções, bem como de outros documentos relevantes. a) A definição dos sistemas de observação, quando
2. São princípios básicos para a estruturação, implementação exigíveis, referindo:
e exploração da base de dados: i) As grandezas a observar;
a) Funcionamento via Web; ii) O tipo e localização da aparelhagem a instalar;
b) Descentralização da obtenção e produção de dados
iii) Os procedimentos de conservação e de manutenção
e informações;
da aparelhagem e das unidades de leitura, bem
c) Coordenação unificada do sistema;
como da calibração destas;
d) Acesso aos dados e informações gerais garantido a toda
a sociedade; iv) A frequência das leituras a efectuar durante
e) Acesso às restantes informações e documentos reservado as etapas de construção-exploração e durante
à entidade nacional de segurança de barragens, e após ocorrências excepcionais.
à respectiva entidade regional de segurança de b) A definição das inspecções, referindo:
barragens, à entidade nacional de qualidade e controlo i) O tipo e periodicidade das inspecções a realizar
e ao dono da obra respectivo. durante as etapas de construção-exploração
e durante e após ocorrências excepcionais;
Artigo 18 ii) Os principais aspectos a inspeccionar na barragem
(Arquivo Informático dos Dados dos Sistemas de Observação e nos sistemas de observação.
das Barragens de Rejeitados) c) A forma de análise do comportamento e avaliação
1. O arquivo informático dos dados da observação das barra- das condições de segurança da barragem, referindo:
gens fica sediado na entidade nacional de qualidade e controlo e i) As grandezas a observar que visam identificar
deve permitir o arquivo, consulta e tratamento dos dados e dos atempadamente e caracterizar comportamentos
anómalos associados às situações de acidente
resultados das campanhas de leitura da aparelhagem dos sistemas
e de incidente;
de observação de todas as barragens de rejeitados com sistemas
ii) Os modelos de comportamento adequados
de observação instalados.
ao acompanhamento do comportamento da obra
2. São princípios básicos para a estruturação do arquivo: e ao controlo da sua segurança.
a) Funcionamento via Web; d) A definição dos relatórios a elaborar.
b) Manutenção e exploração a cargo da entidade nacional
2. As regras para definição das grandezas que, no mínimo,
de qualidade e controlo;
devem ser objecto de observação são indicadas no Anexo 3.
c) Coordenação unificada do sistema;
3. Em fase de projecto de encerramento deve ser elaborado um
d) Software compatível entre os donos de obra e o sistema novo plano de observação adaptado às alterações a implementar
central; na obra.
e) Colecta e transmissão dos dados e dos resultados a cargo
dos donos de obra; Artigo 21
f) Acesso restrito à entidade nacional de segurança
(Plano de Construção-Exploração)
de barragens, à respectiva entidade regional de segu-
rança de barragens e ao dono de obra respectivo. São princípios básicos para a estruturação do plano
de construção-exploração:
3. O repovoamento do arquivo informático dos dados dos
sistemas de observação das barragens de rejeitados é uma a) A definição dos requisitos das várias etapas de construção-
actividade contínua e de carácter obrigatório. exploração da barragem;
b) A definição do controlo da distribuição dos rejeitados,
Artigo 19 de forma a obter-se a geometria pré-estabelecida
para o depósito e a assegurar que a segregação não
(Plano de Segurança da Barragem)
compromete a sua integridade estrutural, para cada
1. O plano de segurança é constituído por quatro documentos uma das etapas de construção-exploração;
independentes e complementares: c) A definição do controlo do ciclo de deposição
a) O plano de observação; dos rejeitados, de modo a assegurar que os assenta-
b) O plano de construção-exploração; mentos e a consolidação se processam em segurança,
c) O plano de segurança ambiental; de acordo com o previsto no projecto, para cada uma
d) O plano de emergência interno. das etapas de construção-exploração;
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d) A definição do controlo do nível de água na albufeira, c) Consideração das principais situações de acidente
de modo a assegurar a altura de água mínima e de descarga acidental estabelecidas no projecto;
de cobertura dos materiais rejeitados e as folgas d) Definição dos mapas da onda de resíduos, com
especificadas, para cada uma das etapas de construção- a sua caracterização para as situações de acidente
-exploração; consideradas, incluindo os de descarga acidental
e) A definição do controlo da bombagem, transporte e de rotura da barragem;
e descarga em segurança das águas acumuladas
e) Avaliação dos danos potenciais associados às situações
no reservatório;
f) O tratamento da água contaminada antes da sua restituição mais desfavoráveis de descarga acidental e de rotura;
às linhas de água a jusante; f) Indicação nos mapas da onda de resíduos, para cada
g) A separação entre águas contaminadas e águas não aglomerado populacional ou bem material ou ambiental
contaminadas; a preservar, dos instantes de chegada da onda, dos níveis
h) O controlo de poeiras em condições de velocidade máximos atingidos em termos de cota e altura da onda,
significativa do vento; da velocidade máxima, do caudal máximo e do tempo
i) A definição da forma de operação dos órgãos de transporte de duração da fase crítica da onda de resíduos, para as
e deposição de rejeitados, o estabelecimento de testes situações de descarga acidental e de rotura;
de funcionamento destes órgãos e dos programas para g) Delimitação da zona de interdição para a situação
a sua conservação e manutenção; de rotura;
j) A definição da forma de operação dos órgãos hidráulicos h) Caracterização das populações, bens e ambiente em risco
de segurança e dos sistemas de drenagem e de bombagem, nas zonas afectadas pela onda de resíduos, para as
o estabelecimento dos testes de funcionamento destes situações mais desfavoráveis de rotura e de descarga
órgãos e dos programas para a sua conservação acidental;
e manutenção; i) Indicação do técnico, designado pelo dono de obra,
k) A definição dos requisitos de encerramento; responsável pela activação do plano de acção em
l) A sua articulação com os restantes documentos que
situação de emergência.
integram o plano de segurança, nomeadamente,
2. Em fase de projecto de encerramento deve ser elaborado
o plano de observação, o plano de segurança ambiental
um novo plano de emergência interno adaptado às alterações
e o plano de emergência interno.
a implementar na obra.
Artigo 22
Artigo 24
(Plano de Segurança Ambiental)
(Plano de Emergência Externo)
1. O Plano de Segurança Ambiental deve ser desenvolvido em
consonância com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação 1. Os planos de emergência externos devem integrar os mapas
Ambiental em vigor, para a realização do estudo de impacto da onda de resíduos e a informação relativa às características
ambiental da barragem e o mesmo deve ser objecto de aprovação do vale a jusante da barragem, incluindo outras barragens da
pelo Ministério que tutela a área do ambiente. mesma bacia hidrográfica, aos danos potenciais associados ao
2. São princípios básicos para a estruturação do plano cenário mais desfavorável, ao sistema de alerta, ao sistema de
de segurança ambiental, a definicação da forma de: aviso e às medidas e procedimentos a tomar com vista a minorar
a) Controlo da qualidade da água superficial devolvida as consequências de um acidente.
às linhas de água a jusante e da água subterrânea, 2. São princípios básicos para a sua estruturação:
indicando os ensaios a realizar e a sua periodicidade; a) Consideração dos seguintes aspectos:
b) Controlo da contaminação mecânica por partículas i) Informação relativa às características do vale,
sólidas - designadamente da resultante da acção dos a jusante e a montante da barragem, entre a qual
ventos sobre os materiais rejeitados depositados no a relativa a outras barragens da mesma bacia
reservatório - do ar, água e solos na zona envolvente hidrográfica;
do reservatório;
ii) Inclusão dos mapas da onda de resíduos, para além
c) Controlo da toxicidade química;
da zona de interdição.
d) Controlo da toxicidade radiológica;
e) Controlo das alterações de carácter ecológico e ambiental, b) Articulação com o plano de emergência interno;
devidas à criação e exploração da barragem; c) Definição dos sistemas de aviso e alerta;
f) Verificação e minoração de eventuais incidências d) Definição das medidas e procedimentos a tomar com vista
negativas da barragem de rejeitados na saúde a minorar as consequências de um acidente;
das populações. e) Definição dos locais de refúgio das populações em caso
3. Em fase de projecto de encerramento deve ser elaborado de iminência de um acidente.
um novo plano de segurança ambiental adaptado às alterações 3. Em fase de projecto de encerramento, deve ser elaborado
a implementar na obra. um novo plano de emergência externo adaptado às alterações
a implementar na obra.
Artigo 23
Artigo 25
(Plano de Emergência Interno)
1. São princípios básicos para a estruturação do plano (Tipos de Inspecções de Segurança)
de emergência interno: São estabelecidos três tipos de inspecções de segurança:
a) Articulação com o plano de emergência externo; a) Inspecções de rotina;
b) Descrição e caracterização da barragem, dos resíduos b) Inspecções principais;
armazenados e do vale a jusante; c) Inspecções especiais.
1194 I SÉRIE — NÚMERO 154

Artigo 26 d) Inspecção no final da fase de encerramento da barragem;


e) Inspecções após situações excepcionais como descargas
(Inspecções de Rotina)
acidentais, grandes cheias ou sismos.
As inspecções de rotina são realizadas por equipas do dono 4. De todas inspecções previstas no número anterior, é lavrada
da obra, com periodicidade definida no Anexo 3, devendo apoiar- uma acta, assinada pelos intervenientes e constitui parte integrante
-se em fichas de inspecção, previamente estabelecidas. do livro técnico da obra, após homologação pela entidade nacional
de segurança de barragens.
Artigo 27
(Inspecções Principais)
Artigo 29
1. As inspecções principais são efectuadas pela entidade (Relatórios)
nacional de qualidade e controlo para as barragens da classe I, São estabelecidos os seguintes tipos de relatórios:
sob coordenação da respectiva entidade regional de segurança de a) Relatórios de construção, a elaborar no final de cada
barragens e perante o dono de obra. uma das etapas de construção, sob responsabilidade
2. Para as restantes barragens as inspecções são feitas pela do director de construção-exploração e a aprovar
respectiva entidade regional de segurança de barragens, que pela respectiva entidade regional de segurança
pode solicitar a colaboração da entidade nacional de qualidade de barragens, mediante parecer da entidade nacional
e controlo. de qualidade e controlo para as barragens da classe I
3. São objectivos deste tipo de inspecções: e II, com:
a) A detecção de eventuais manifestações de comportamento i) A descrição detalhada dos processos construtivos;
anómalo, de que se salientam: ii) A referência a todas as situações ocorridas durante
a construção com eventual incidência no
i) Danos significativos no corpo da barragem ou em
comportamento e segurança da obra;
estruturas anexas;
iii) Os desenhos das obras como construídas.
ii) Abatimentos ou assentamentos importantes não
previstos; b) Relatórios de comportamento, a elaborar para cada uma
iii) Ressurgências ou caudais drenados não controlados; das etapas de exploração, sob responsabilidade do
director de construção-exploração, com periodicidade
iv) Deterioração nas estruturas com formação de fendas
dependente da classe da barragem, de acordo com
ou escorregamentos;
o disposto no Anexo 3, e a aprovar pela entidade
v) Movimentos significativos das encostas da albufeira; competente, mediante parecer da entidade nacional de
vi) Leituras anormais na aparelhagem de observação. qualidade e controlo para as barragens da classe I, com:
b) A verificação das condições de fiabilidade da aparelhagem i) A análise dos resultados da observação e sua
de observação e das unidades de leitura; comparação com os apresentados nos relatórios
c) A verificação das condições de manutenção e opera- de referência;
cionalidade dos órgãos de deposição de sedimentos ii) Os resultados das inspecções de rotina e principais
e dos órgãos hidráulicos de segurança e evacuação efectuadas desde o último relatório;
de caudais. iii) Os aspectos que divirjam de alguma forma do pre-
4. A periodicidade das inspecções principais depende da classe visto no projecto ou do comportamento esperado.
da barragem, conforme definida no Anexo 3. c) Relatórios de referência, a elaborar para cada uma das
5. Após cada inspecção principal é lavrada uma acta, assinada etapas de exploração, sob responsabilidade do dono
pelos intervenientes que é parte integrante do livro técnico da obra, com eventual apoio da entidade nacional
da obra, após homologação. de qualidade e controlo e/ou de consultores espe-
cializados, com periodicidade dependente da classe
Artigo 28 da barragem, de acordo com o disposto no Anexo 3,
(Inspecções Especiais) e a aprovar pela respectiva entidade regional de se-
gurança de barragens, mediante parecer da entidade
1. As inspecções especiais são efectuadas pela entidade nacional de qualidade e controlo para as barragens
nacional de qualidade e controlo para as barragens da classe I, da classe I e II, com:
sob coordenação da respectiva entidade regional de segurança de
i) Os resultados dos relatórios de comportamento
barragens e perante o dono da obra.
elaborados desde o início da respectiva etapa
2. Para as restantes barragens as inspecções são feitas pela de exploração ou desde o último relatório de
entidade competente, que pode solicitar a colaboração da entidade referência;
nacional de qualidade e controlo. ii) A análise dos resultados da observação da obra
3. Constituem inspecções especiais: e das inspecções mais recentemente efectuadas;
a) Inspecções durante as etapas de construção, entre iii) Indicações sobre o comportamento futuro esperado,
as quais as relativas à observação da superfície geral que sirvam de referência para a análise do com-
das fundações imediatamente antes do início da exe- portamento da obra.
cução dos aterros correspondentes; d) Relatório do final da fase de encerramento (prévio
b) Inspecção no final de cada uma das etapas de construção, ao início do novo ciclo, posterior ao encerramento),
previamente ao início da correspondente etapa de a elaborar sob responsabilidade do director de
exploração, realizada perante o director de construção- construção-exploração e a aprovar pela respectiva
-exploração para comprovar que esta foi construída entidade regional de segurança de barragens, mediante
conforme o projecto e o caderno de encargos parecer da entidade nacional de qualidade e controlo
aprovados; para as barragens da classe I e II, com:
c) Inspecção prévia à fase de encerramento da barragem, i) A descrição detalhada do processo de reabilitação/
após a aprovação do projecto de encerramento; desmantelamento;
2 DE OUTUBRO DE 2017 1195

ii) A referência a todas as situações ocorridas durante Artigo 32


a fase de encerramento com eventual incidência (Director de Segurança da Fase posterior ao Encerramento)
no comportamento e segurança da obra para o
arranjo final com que ficará na fase posterior ao O Director de segurança da fase posterior ao encerramento
encerramento. é proposto à respectiva entidade regional de segurança de
barragens pelo dono da obra na fase posterior ao encerramento,
e) Relatórios de segurança ambiental, a elaborar sob
devendo a respectiva entidade regional de segurança de barragens
responsabilidade do director de construção-exploração, elaborar parecer sobre a sua aceitação ou não para aprovação
com periodicidade indicada no Anexo 3, dependente da entidade nacional.
da classe de risco da barragem, a aprovar pela entidade
competente, mediante parecer da entidade nacional Artigo 33
de qualidade e controlo, para as barragens da classe
(Arquivo Técnico da Obra)
I e II, em que se analisa a situação ambiental e a sua
evolução, envolvendo, designadamente: 1. O arquivo técnico da obra em fase de construção-exploração
deve incluir:
i) O cumprimento do Plano de Segurança Ambiental;
a) A classificação da barragem;
ii) A qualidade da água superficial restituída a jusante
b) Os projectos, incluindo os respectivos desenhos,
e da água subterrânea;
os estudos hidrológicos e das cheias de projecto
iii) O controlo da contaminação mecânica por e verificação, os estudos sismológicos, geológicos
partículas sólidas, designadamente da resultante e geotécnicos, os estudos de verificação da segurança
da acção dos ventos sobre os materiais rejeitados; estrutural, hidráulica, operacional e ambiental e o plano
iv) O controlo da eventual toxicidade química e de segurança da barragem;
radioactiva e das alterações de carácter ecológico c) As alterações eventualmente introduzidas no projecto
e ambiental; durante as etapas de construção;
v) O controlo da eventual incidência do reservatório d) Os registos das etapas de construção, designadamente
na saúde das populações. o tratamento da fundação, a ligação entre aterros
de idades diferentes e os ensaios de caracterização
Artigo 30 e controlo;
(Periodicidades das Inspecções de Segurança e dos Relatórios)
e) Os registos das etapas de exploração, designadamente,
a evolução dos níveis dos depósitos de rejeitados
1. A periodicidade de cada tipo de inspecção de segurança no reservatório, dos níveis de água no reservatório
e dos relatórios é definida no Anexo 4. e dos caudais afluentes e restituídos a jusante após
2. Em fase de projecto de encerramento devem ser revistas as tratamento.
periodicidades das inspecções de segurança e dos relatórios, em
2. Nas barragens de classe III a entidade competente pode
função das alterações a implementar na obra.
aceitar, a pedido do dono da obra, a constituição de um arquivo
Artigo 31 técnico simplificado.
3. Na fase de encerramento, o arquivo técnico da obra deve
(Director de Construção-Exploração) incluir o projecto de encerramento, as alterações e os registos
1. O director de construção-exploração deve ser proposto de construção.
pelo dono da obra à respectiva entidade regional de segurança
de barragens. Artigo 34
2. O Director de construção-exploração é o responsável técnico (Livro Técnico da Obra)
pelas várias etapas de construção-exploração e pelo encerramento 1. O livro técnico da obra é um livro devidamente paginado
da obra e o mesmo deve ter experiência de pelo menos 5 (cinco) e selado, destinado ao registo pelo director de construção-
anos em barragens de rejeitados da classe I e II, e de pelo menos exploração das actas de inspecção, após homologação, e das
2 (dois) anos, para as barragens da classe III. ocorrências de significado para a segurança, verificadas durante
3. O director de construção-exploração deve estar acreditado as várias etapas de construção-exploração e de encerramento.
pelo Ministério que superintende a área dos recursos hídricos. 2. O livro técnico da obra deve ser posto à disposição da
4. A entidade nacional pode rejeitar o técnico proposto para entidade nacional de segurança de barragens, da respectiva
director de construção-exploração pelo dono de obra, se se entidade regional de segurança de barragens, da entidade nacional
verificar uma das seguintes situações: de qualidade e controlo, dos autores do projecto da barragem e do
a) Ter o técnico estado envolvido numa construção ou projecto de encerramento e de eventuais consultores acreditados,
em alterações significativas não autorizadas de uma durante as visitas à obra, devendo as diferentes entidades exarar
barragem; nele as suas recomendações e comentários.
b) Ter o técnico sido considerado responsável por não ter
sido atempadamente avisada a respectiva entidade CAPÍTULO III
regional de segurança de barragens de situações Requisitos de Segurança no Projecto e nas Diferentes
anómalas e de risco para populações e/ou para o Fases de Vida da Obra
património natural ou construído; Artigo 35
c) Ter o técnico sido considerado responsável pela ausência
ou atraso na tomada de medidas correctivas já (Projecto)
identificadas e necessárias à segurança da obra; 1. O projecto deve ser desenvolvido de modo a garantir
d) Ter o técnico envolvido num incumprimento grave a segurança ao longo da vida da obra, nos aspectos geotécnicos,
do plano de construção-exploração. estruturais, hidráulicos, operacionais e ambientais.
1196 I SÉRIE — NÚMERO 154

2. No projecto devem ser referidos e justificados os critérios, m) Dimensionamento do reservatório e taludes confinantes,
modelos e métodos utilizados no dimensionamento das obras incluindo:
e dos equipamentos. i) Estabelecimento do nível máximo dos materiais
3. O projecto deve incluir, designadamente: rejeitados no reservatório para cada uma
a) Descrição geral das obras e equipamentos, com das etapas de construção-exploração e da corres-
justificação das soluções técnicas adoptadas; pondente praia;
b) Estudo climatológico e hidrológico; ii) Estabelecimento dos ritmos de deposição dos
c) Estudo geológico da região e estudo geológico materiais rejeitados e, no caso das barragens
e geotécnico da área do reservatório e do local com construção faseada, verificação da
de implantação das obras; compatibilidade entre o assentamento e
d) Estudo sismológico; consolidação dos materiais rejeitados em cada
e) Estudo das características dos materiais rejeitados etapa de construção-exploração e a passagem em
(a depositar no reservatório e, quando aplicável, a segurança à etapa seguinte;
utilizar na construção da barragem) e previsão do iii) Estabelecimento do nível máximo operacional, do
seu comportamento, designadamente nos aspectos nível mínimo Operacional e do nível de máxima
hidráulico, mecânico e químico; de cheia;
f) Estudo dos tipos, das características e das origens iv) Tempo de esvaziamento do volume de água
dos materiais de construção a utilizar (materiais acumulado no reservatório acima do nível
não rejeitados) e previsão do seu comportamento, máximo operacional, em situação de cheia
designadamente nos aspectos hidráulico, mecânico operacional;
e químico; v) Folgas: i. folga total, ii. folga ambiental, iii.
g) Definição e justificação da metodologia de construção folga operacional e iv. folga de praia, para as
da barragem (numa única etapa ou em várias etapas: barragens de construção faseada para montante
construção faseada para jusante, construção faseada e de construção faseada centrada, conforme
centrada ou, quando devidamente justificado, o anexo 6.
construção faseada para montante); a solução de vi) Eventuais sistemas de impermeabilização e dre-
construção faseada para montante, por encerrar nagem;
riscos significativamente superiores aos das restantes
vii) Eventuais sistemas de estabilização e protecção
soluções, só deve ser selecionada em circunstâncias
dos taludes confinantes com o reservatório.
particulares, devidamente justificadas e aprovadas;
h) Definição e justificação do tempo de vida da barragem n) Dimensionamento dos órgãos de transporte e deposição
e de cada uma das suas etapas de construção- dos materiais rejeitados;
-exploração; o) Dimensionamento dos órgãos de bombagem, transporte
i) Definição e justificação das obras nas várias etapas e descarga das águas acumuladas no reservatório;
de construção-exploração, designadamente, órgãos p) Dimensionamento de eventuais infra-estruturas de trata-
de transporte e deposição dos materiais rejeitados, mento dos materiais rejeitados e de tratamento das
corpo da barragem e fundação, soluções de imper- águas contaminadas antes da sua restituição às linhas
meabilização e drenagem, órgãos hidráulicos de de água;
segurança e de emergência, sistemas de bombagem q) Dimensionamento dos sistemas de desvio do curso
e evacuação de água acumulada no reservatório, de água durante as várias etapas de construção-
sistemas de tratamento dos materiais rejeitados e de exploração;
águas contaminadas, obras de desvio do rio e obras r) Dimensionamento dos órgãos hidráulicos de segurança
acessórias; e de emergência;
j) Definição das acções estáticas e dinâmicas, das suas s) Dimensionamento de eventuais sistemas de retenção,
possíveis variações ao longo da vida da barragem de desvio e condução para jusante de caudais afluentes
e das suas combinações mais desfavoráveis para a montante do reservatório, não contaminados;
condições normais de exploração e para ocorrências t) Dimensionamento do sistema de caudal ecológico;
excepcionais; u) Estudos de rotura da barragem, incluindo mapas
k) Identificação das situações de acidente e de incidente, de caracterização da onda de resíduos e de identificação
e de descarga acidental para os quais devem ser e quantificação das consequências;
avaliadas as condições de segurança e de utilização v) Medidas para mitigação dos impactos ambientais
das obras;
negativos devidos à criação do reservatório, com
l) Dimensionamento do corpo da barragem e da sua
referência para:
fundação, incluindo:
i) Incidência na qualidade do ar;
i) Estudos e cálculos de verificação de segurança de
ii) Incidência na qualidade dos terrenos;
todos os modos de rotura plausíveis, tais como,
assentamentos excessivos, erosão interna, erosão iii) Incidência na qualidade e na quantidade da água
externa (designadamente por galgamento), superficial e subterrânea;
liquefacção e perda de estabilidade global em iv) Incidência na fauna e na flora na zona envolvente
situação estática e em situação sísmica; do reservatório e no vale a jusante;
ii) Sistemas de impermeabilização; v) Incidência na saúde das populações.
iii) Sistemas de filtros e drenos; w) Plano de segurança, elaborado de acordo com a classe
iv) Sistemas de drenagem superficial; da barragem, a ser aprovado pela respectiva entidade
v) Sistemas de protecção dos paramentos e do coroa- regional de segurança de barragens após parecer da
mento. entidade nacional de qualidade e controlo, que incluirá:
2 DE OUTUBRO DE 2017 1197

i) Plano de Observação; 5. Relativamente à exploração, o dono da obra deve:


ii) Plano de Construção-Exploração; a) Garantir o cumprimento rigoroso do plano de segurança
iii) Plano de Segurança Ambiental; aprovado;
iv) Plano de Emergência Interno. b) Informar a entidade competente sempre que anteveja
x) Dimensionamento dos sistemas de iluminação, equipa- condições de exploração de carácter transitório
mentos eléctricos, mecânicos e de telecomunicações; diferentes das definidas no plano de construção-
y) Concepção e arranjo geral da solução de encerramento. exploração da barragem;
c) Propor à entidade competente a revisão do plano
4. O projecto deve ser organizado de forma clara e incluir de segurança antes da revisão regulamentar obrigatória,
as peças seguintes: caso situações excepcionais não transitórias o justi-
a) Memória descritiva e justificativa, incluindo anexos fiquem;
de cálculo das diferentes obras e especialidades d) Utilizar a informação acumulada sobre o comportamento
e anexos contendo os estudos de base, designadamente, da barragem com vista a melhorar o controlo da
estudo climatológico e hidrológico, estudo sismológico, segurança subsequente e permitir uma mais funda-
estudo geológico e geotécnico; mentada avaliação e prognóstico do comportamento
b) Peças desenhadas, incluindo desenhos de implantação, da barragem.
de definição e de pormenorização;
c) Medições; Artigo 37
d) Plano de segurança, incluindo, o plano de observação, (Encerramento)
de construção-exploração, de segurança ambiental
e de Emergência Interno; 1. A desactivação da exploração mineira implica a cessação
e) Plano de execução das obras, incluindo todas as etapas da exploração das suas barragens de rejeitados que devem ser
de construção-exploração; transformadas em obras estáveis a longo prazo.
f) Cláusulas técnicas, designadamente, dos materiais, 2. O encerramento de uma barragem deve ser executado
da construção e dos equipamentos. segundo o respectivo projecto, a submeter previamente pelo dono
da obra à respectiva entidade regional de segurança de barragens,
5. Quaisquer alterações ao projecto obrigam à revisão de todas com uma antecedência mínima de dois anos relativamente
as peças de projecto, designadamente as referidas no número ao final da última etapa de exploração, que o aprova sob parecer
anterior. da entidade nacional de qualidade e controlo.
3. O projecto de encerramento deve incluir:
Artigo 36
a) Justificação das opções tomadas para o encerramento
(Construção-Exploração) da barragem e de eventuais alterações às soluções
1. A barragem pode ser construída numa única etapa ou em de encerramento preconizadas no projecto inicial da
várias etapas. barragem de rejeitados;
b) Descrição do processo de retirada de operação
2. A construção em etapas pode ser: da barragem, da eventual demolição e reconstrução
i) Faseada para jusante; de estruturas;
ii) Faseada centrada; c) Proposta de soluções para eliminar ou mitigar as eventuais
iii) Faseada para montante. consequências negativas, designadamente no meio
3. A construção em várias etapas traduz-se por ciclos ambiente e na saúde das populações, do encerramento
de construção alternados por ciclos de exploração. da barragem e das estruturas que permanecerão em fase
4. Relativamente à construção deve ser observado o seguinte: posterior ao encerramento;
d) Estudos e projectos geotécnicos, estruturais, hidráulicos,
a) A construção só pode ser iniciada pelo dono de obra, após
operacionais e ambientais das consequências do
licença emitida pela respectiva entidade regional de
encerramento e do arranjo geral das obras na fase
segurança de barragens e após a aprovação do director
posterior ao encerramento;
de construção-exploração;
e) Reformulação do Plano de Segurança para a fase
b) A construção deve ser executada em conformidade com
de encerramento e para o arranjo geral das obras que
o projecto aprovado, fazendo uso dos materiais e
permanecerão em fase posterior ao encerramento,
métodos construtivos previstos, devendo o projectista
designadamente, do plano de observação, de exploração,
acompanhar a execução da obra, prestando a necessária
de segurança ambiental e de emergênciaiInterno;
assistência técnica à mesma;
f) O controlo da segurança das estruturas que permanecerão
c) Alterações significativas do projecto que se revelem
tendo em consideração as novas condições
necessárias durante a construção devem ser sujeitas a
de utilização.
aprovação da respectiva entidade regional de segurança
de barragens; CAPÍTULO IV
d) O dono da obra deve encarregar da construção um
empreiteiro acreditado legalmente qualificado, atribuir Incumprimentos, Penalizações, Cauções e Encargos
a fiscalização a corpos técnicos responsáveis e propor à do Dono da Obra
respectiva entidade regional de segurança de barragens ARTIGO 38
o director de construção-exploração, bem como os seus
(Níveis de incumprimento)
substitutos autorizados em caso de impedimento, que
aprova as suas designações; No contexto do presente regulamento são considerados
e) O dono da obra deve solicitar à respectiva entidade os níveis de incumprimento seguintes:
regional de segurança de barragens a inspecção do final a) Situações de incumprimento de nível 1:
de cada uma das etapas de construção, após o envio i) O desrespeito pela periodicidade da realização
dos correspondentes relatórios de construção, definidos das campanhas de observação ou dos programas
no artigo 26 do presente Regulamento. de manutenção da aparelhagem de observação;
1198 I SÉRIE — NÚMERO 154

ii) O desrespeito pela implementação do plano Artigo 40


de segurança ambiental;
(Prazo para o Cumprimento das Penalizações)
iii) O desrespeito pela periodicidade da realização
Em caso de incumprimento, de acordo com o previsto no artigo
das inspecções principais e da elaboração
39 do presente Regulamento, independentemente do nível de
dos relatórios de comportamento e dos relatórios
incumprimento e da classe de risco da barragem, é estabelecido
de referência.
um período de 1 (um) ano para o pagamento da respectiva
b) Situações de incumprimento de nível 2: penalização, contado a partir da data da recepção da notificação.
i) A não prestação de informações à respectiva
entidade regional de segurança de barragens Artigo 41
sobre ocorrências eventualmente gravosas para a Cauções
segurança das obras, para a saúde das populações, 1. Antes de iniciar a construção da barragem, o dono de obra
para a fauna ou flora na zona envolvente do deve pagar à entidade nacional de segurança de barragens
reservatório ou no vale a jusante; uma caução no valor de 50% do custo estimado para as obras
ii) O desrespeito pelos programas de manutenção dos de encerramento.
órgãos hidráulicos de segurança e de emergência 2. Dentro de sessenta dias após a conclusão das obras
ou dos órgãos de bombagem e controlo do nível de encerramento da barragem, a entidade nacional de segurança
de água no reservatório; de barragens deve devolver ao dono de obra a caução referida
iii) A negligência relativamente a uma situação no número anterior.
previsível de incidente; 3. Caso se verificaque o abandono da barragem, o dono
iv) A não execução das obras de reabilitação da obra perde o direito à reclamação do valor da caução referida
determinadas pela respectiva entidade regional no n.º 1.
de segurança de barragens. 4. O valor referido no número anterior reverte-se para
c) Situações de incumprimento de nível 3: a entidade regional de segurança de barragem onde se encontra
localizada a infraestrutura.
i) A operação do reservatório de forma não prevista
no plano de contrução-exploração, designa- Artigo 42
damente se causadora de danos na área envolvente
(Encargos do dono da obra)
do reservatório ou no vale a jusante;
ii) A negligência face a uma situação previsível Compete ao dono da obra suportar os encargos resultantes
de acidente; do controlo da segurança de barragens, por via das competências
atribuídas no presente Regulamento, de acordo com o indicado
iii) Outras situações graves de incumprimento do plano
no Anexo 5.
de construção-exploração.
CAPÍTULO V
Artigo 39
Disposições Transitórias
(Graus de penalização)
Artigo 43
1. Aos diversos níveis de incumprimento correspondem
diversos graus de penalização, dependentes da classe da barragem, (Actividades desenvolvidas pela Entidade Nacional de Qualidade
conforme o seguinte: e Controlo)
a) Classe I, para níveis de incumprimento 1, 2 e 3 são 1. Durante um período de cinco anos após a entrada em vigor
penalizados nos valores correspondentes a 250, do presente regulamento, as actividades atribuídas à entidade
500 e 1500 salários mínimos de construção civil nacional de qualidade e controlo, podem ser desenvolvidas em
respectivamente; conjunto com a entidade nacional de segurança de barragens,
b) Classe II, para níveis de incumprimento 1, 2 e 3 são contratando, sempre que adequado, serviços que complementem
penalizados nos valores correspondentes a 100, as capacidades instaladas em cada uma das entidades.
200 e 500 salários mínimos de construção civil 2. O período referido no número anterior pode ser prorrogado
respectivamente; por acordo entre as duas entidades.
c) Classe III, para níveis de incumprimento 1, 2 e 3
são penalizados nos valores correspondentes a 50, Artigo 44
100 e 250 salários mínimos de construção civil Classificação das barragens
respectivamente.
1. A entidade nacional de qualidade e controlo deve proceder no
2. As penalizações são aplicadas pela entidade nacional prazo de 2 (dois) anos após a aprovação do presente regulamento
de segurança de barragens sob proposta da entidade regional à classificação de todas as barragens de rejeitados.
de segurança de barragens, revertendo as coimas conforme 2. Esta classificação basea-se na base de dados das barragens
a seguir se indica: de rejeitados e no levantamento das medidas de adaptação
a) 40% para o Orçamento do Estado; a implementar nas barragens existentes.
b) 60 % para a respectiva entidade regional de segurança
de barragens. Artigo 45
3. No caso de barragens cujo dono da obra seja uma entidade (Barragens em fase de projecto)
regional de segurança de barragens, as penalizações são aplicadas O presente regulamente aplica-se a partir da sua entrada
pela entidade nacional de segurança de barragens. em vigor às barragens que se encontrem em fase de projecto.
2 DE OUTUBRO DE 2017 1199

Artigo 46 Acidente – Ocorrência excepcional cuja evolução


não controlada é susceptível de originar a libertação para jusante
(Barragens em fase de primeira etapa de construção)
dos resíduos e da água armazenados no reservatório, com ou sem
O dono da obra em fase de primeira etapa de construção rotura da barragem;
aquando da aprovação do presente Regulamento apresentarão à Altura da barragem – Diferença entre a cota do coroamento
respectiva entidade regional de segurança de barragens, no prazo e a cota mais baixa da superfície geral da fundação do corpo
de 6 (seis) meses, uma proposta de adaptação imediata da obra às
da barragem.
exigências deste Regulamento, a qual deve ser objecto de parecer
da entidade nacional de qualidade e controlo em conjunto com B
a entidade nacional de segurança de barragens.
Barragem de rejeitados – Conjunto formado pela estrutura
Artigo 47 de retenção e sua fundação, órgãos de transporte e deposição
(Barragens em fase de construção-exploração e em fase de encer- dos sedimentos, órgãos hidráulicos de segurança, sistemas de
ramento) drenagem e de bombagem, resíduos e água armazenados no
1. As barragens em fase de construção-exploração e encerra- reservatório criado, terreno envolvente e zona vizinha a jusante.
mento poderão requerer a implementação pelo dono da obra C
de estudos, projectos e obras de beneficiação e correcção, para
adaptação às exigências do presente Regulamento. Calamidade – Ocorrência excepcional que provoca vítimas,
2. Para apresentação à respectiva entidade regional de segu- danos socioeconómicos e ambientais que ultrapassam a capa-
rança de barragens dos estudos relativos às medidas de adaptação cidade da comunidade atingida para lhes fazer face;
às exigências do presente Regulamento, é estabelecido um prazo Cenário de acidente ou de incidente – Situação plausível
de 2 (dois) anos para as barragens de classe I e de 3 (três) anos que pode originar um acidente ou um incidente;
para as restantes barragens, relativamente à data da comunicação Cheia operacional – Cheia de dimensionamento do tempo
ao dono da obra da classe atribuída à barragem. de recuperação do reservatório.
3. Para execução das medidas de adaptação às exigências Comportamento anómalo – Comportamento da barragem,
do presente Regulamento, é estabelecido um prazo de 2 (dois) com repercussão na segurança, na utilização ou na durabilidade,
anos para as barragens de classe I e de 3 (três) anos para as que não se enquadra no previsto no projecto ou em previsões
restantes barragens, relativamente à data da comunicação ao dono efectuadas a partir do comportamento normal anteriormente
da obra da aprovação das medidas pela entidade competente, sob observado;
parecer da entidade nacional de qualidade e controlo. Conservação – Conjunto de medidas especiais, definidas
4. Na sequência da implementação das medidas de adaptação, de acordo com o comportamento observado, destinadas a manter
é necessário: ou repor as condições de utilização ou durabilidade das estruturas
a) Realizar inspecções especiais, pela entidade nacional e dos equipamentos;
de qualidade e controlo, sob coordenação da entidade Construção-exploração – Fase da vida da obra em que se
competente; executa o projecto, habitualmente composto por uma sucessão
b) Apresentar um relatório de referência, elaborado pelo de etapas de construção, em que são materializadas a barragem
dono da obra, com o eventual apoio da entidade inicial e os subsequentes alteamentos, estando associado a cada
nacional de qualidade e controlo ou de consultores uma destas etapas um período de exploração em que vão sendo
especializados aprovados segundo as disposições depositados no respectivo reservatório os materiais rejeitados,
do presente Regulamento. em consonância com a produção mineira;
5. Passados os prazos legais estabelecidos nos n.ºs 2 e 3
Controlo da segurança – Conjunto de medidas de prevenção,
do presente artigo e na falta de cumprimento das adaptações
detecção ou correcção, a tomar nas várias fases da vida da obra,
exigidas, a respectiva entidade regional de segurança de barragens
deve tomar as medidas legais adequadas, entre as quais a contemplando aspectos estruturais, hidráulicos, operacionais
imposição da suspensão da exploração. e ambientais, com vista a assegurar a sua fiabilidade;
6. A entidade regional de segurança de barragens deve aprovar Critérios de dimensionamento – Princípios relativos
a reclassificação da barragem, sob proposta da entidade nacional à segurança, utilização, durabilidade e economia que orientam
de qualidade e controlo. o dimensionamento da obra.

Artigo 48 D
(Normas de projecto, de construção-exploração e de encerra- Danos potenciais associados – Consequências de uma rotura
mento) da barragem ou de uma descarga acidental, independentemente da
sua probabilidade de ocorrência, os quais podem ser graduadas
1. Como complementos ao presente Regulamento serão
de acordo com as perdas potenciais de vidas humanas, impactes
estabelecidas normas de projecto, de construção-exploração
socioeconómicos e/ou ambientais;
e de encerramento das barragens de rejeitados.
Descarga acidental – Evacuação para jusante dos resíduos
2. Até à aprovação das normas referidas no número anterior,
e da água armazenados no reservatório, de modo não programado
serão adoptadas regulamentação ou normas afins definidas pela
nem controlado, mas sem rotura da barragem e originando apenas
entidade nacional.
danos ambientais;
ANEXO 1 Director de construção-exploração – O responsável técnico
por parte do dono de obra pela fase de construção-exploração
Glossário e pelo encerramento, nomeadamente nos aspectos de controlo
A da segurança;
Abandono – Descontinuação da construção-exploração Director de segurança da fase posterior ao encerramento –
da barragem por interrupção prematura e não programada O responsável técnico por parte do dono de obra pelos aspectos de
da exploração mineira; controlo da segurança durante a fase posterior ao encerramento;
1200 I SÉRIE — NÚMERO 154

Dono da obra – Entidade pública ou privada a quem cabe Nível mínimo de operação (NmO) – Nível mínimo de água
garantir a segurança da barragem. no reservatório, numa dada fase de construção-exploração.

E O
Encerramento – Desactivação da exploração mineira Ocorrência excepcional – Facto não previsível ou apenas
e desmantelamento de estruturas e infra-estruturas não desejadas previsível para um período de retorno muito superior ao da vida
afectas à produção mineira (edifícios, tubagens, etc.) ou da obra, em regra de desenvolvimento rápido;
esgotamento da capacidade de armazenamento do reservatório, Onda de resíduos – Onda resultante de uma rotura,
compreendendo a transformação da barragem numa estrutura incorporando água e materiais rejeitados, que pode provocar
estável a longo prazo (fase posterior ao encerramento); perdas de vidas humanas, de bens materiais e ambientais.
Estado de conservação – Aptidão da estrutura para, num
determinado momento, satisfazer os requisitos de segurança, P
utilização e durabilidade;
Exploração – Utilização do reservatório criado em cada uma Perda potencial de vidas (PPV) – estimativa das fatalidades
das etapas de construção, de acordo com os objectivos do projecto. resultantes da rotura da barragem, que é função da população em
perigo e do tempo de aviso à população.
F Planeamento de emergência – Conjunto de medidas
integrando a avaliação dos danos potenciais associados e os
Fase crítica da onda de resíduos – Período de tempo durante
procedimentos a adoptar pelos diferentes intervenientes, com vista
o qual qualquer dos parâmetros indicados no mapa da onda de
resíduos excede o valor crítico para a segurança do aglomerado a minimizar o impacte da onda de resíduos resultante da rotura da
populacional ou dos bens ou ambiente a preservar; barragem ou o impacte de descargas acidentais no meio ambiente
Fiabilidade – Capacidade da barragem ou das suas e que é suportado pelos planos de emergência interno e externo;
componentes satisfazerem integralmente, durante a sua vida útil, Plano de emergência externo – Documento relativo
os requisitos de segurança, utilização e durabilidade especificados a emergências de protecção civil, para além da zona de interdição,
no projecto; da responsabilidade da entidade territorialmente competente
Folga ambiental – Distância medida na vertical entre a cota do sistema de protecção civil;
da soleira do descarregador de emergência e o nível máximo Plano de emergência interno – Documento relativo
de operação (NMO); à protecção de pessoas e de bens materiais e ambientais,
Folga da praia de rejeitados – Distância medida na vertical nas margens do reservatório e no vale a jusante na zona
entre o NMC e a cota máxima da praia de rejeitados em contacto de interdição, da responsabilidade do dono de obra;
com o paramento de montante da barragem, definida para as Plano de construção-exploração – Documento que define
barragens de construção faseada para montante e de construção as normas relativas às fases de construção-exploração (em todas
faseada centrada. as suas etapas associadas à evolução da produção mineira), nas
Folga operacional – Distância medida na vertical entre suas vertentes geotécnicas, estrutural, hidráulica, operacional
a cota máxima da praia de rejeitados e a cota do coroamento e ambiental, bem como no que se refere à sua conservação
da barragem; e manutenção, e os requisitos da fase de encerramento;
Folga total – Distância medida na vertical entre o nível Plano de observação – Documento em que se baseia
máximo de operação (NMO) e a cota do coroamento.
o controlo da segurança estrutural;
I Plano de segurança – Conjunto do plano de observação, plano
de construção-exploração, plano de emergência interno e plano
Incidente – Anomalia susceptível de afectar a utilização de segurança ambiental;
da obra e que implica a tomada de medidas de conservação. Plano de segurança ambiental – Documento em que se baseia
M o controlo da segurança ambiental;
Período de retorno – Intervalo de tempo médio entre
Manutenção – Conjunto de medidas de rotina destinado excedências de um determinado valor de um evento;
a garantir as condições de utilização e durabilidade da obra e dos Projecto – Conjunto de peças escritas e desenhadas que
equipamentos, e aplicado independentemente do comportamento incluem a definição, a justificação e o dimensionamento da obra,
observado; bem como as condições da sua execução e exploração.
Mapa da onda de resíduos – Mapa decorrente da situação
de rotura da barragem mais desfavorável, em que se indicam, R
para cada aglomerado populacional ou bem material ou ambiental
a preservar, os instantes de chegada da onda de resíduos, os níveis Risco – Medida da probabilidade e da severidade de um efeito
máximos que serão atingidos, a velocidade máxima e o tempo adverso relativamente à vida, saúde, e bens materiais e ambientais,
de duração da fase crítica; estimado pelo impacte combinado dos possíveis modos de rotura,
Modelo – Representação da obra, projectada ou construída, com as respectivas probabilidades de ocorrência e consequências
que permite simular a realidade, para efeitos de avaliação associadas;
das condições de segurança e utilização. Rotura – Perda de integridade da barragem, total ou parcial,
com libertação para jusante de resíduos e água armazenados no
N reservatório.
Nível máximo de operação (NMO) – Nível máximo de água S
no reservatório, numa dada fase de construção-exploração, em
situação de operação normal. Sistema de alerta – Conjunto organizado de recursos humanos
Nível de máxima cheia (NMC) – Nível máximo de água e meios técnicos que tem por função informar os serviços
no reservatório, numa dada fase de construção-exploração, em e agentes de protecção civil face à iminência, ocorrência
situação de ocorrência da cheia de projecto; ou evolução de uma situação de emergência;
2 DE OUTUBRO DE 2017 1201

Sistema de aviso – Conjunto organizado de recursos humanos Vulnerabilidade – Conjunto de factores que determinam
e meios técnicos que tem por função informar a população da área qualitativamente quer a probabilidade de que um evento adverso
eventualmente afectada da iminência, ocorrência ou evolução de tenha consequências desfavoráveis quer a sua frequência.
uma situação de emergência;
Sistema de observação – Conjunto de dispositivos e apare- Z
lhagem instalada na barragem cujos dados permitem a análise
do seu comportamento; Zona de interdição – Zona do vale, imediatamente
Situação de emergência – Situação limitada no tempo que a jusante da barragem, na qual se considera não haver tempo
resulta da iminência ou ocorrência de um acidente e que necessita suficiente para uma adequada intervenção dos serviços e agentes
para a sua superação ou minimização do empenhamento urgente de protecção civil em caso de acidente, delimitada pela secção
de meios apropriados. a que corresponde um tempo de chegada da onda de meia hora.
T
ANEXO 2
Tempo de recuperação – Período máximo para o esvaziamento
por bombagem do reservatório até ao NMO, após a ocorrência Classificação das Barragens
da cheia operacional; Tabela 1 – Classificação em termos de classe de risco
Vida da barragem – Período desde a primeira etapa de cons-
trução até ao final da fase de encerramento. Dano potencial
V Vulnerabilidade Alto Médio Baixo
Vida útil da barragem – Número de anos de vida da obra Alta Classe I Classe I Classe II
considerados no dimensionamento estrutural na fase de projecto Média Classe I Classe II Classe III
para a globalidade das etapas de construção-exploração associadas
à evolução da produção mineira; Baixa Classe II Classe II Classe III

ANEXO 3
Grandezas a Observar em Barragens de Rejeitados
Tabela 1 – Grandezas a observar em barragens de rejeitados
Pressões intersticiais
Altura da Deslocamentos Nível da
Tensões Caudais na água Precipitação
barragem água na Sismologia
totais infiltrados Piezómetros atmosférica
(m) Superficiais Internos Piezómetros albufeira
sem fluxo
h ≤ 15 X(a) — — X X — X X —
Caudal total
15 < h ≤ 30 X (X); X X (X); X X —
X(b)(c) Caudais X(b)(c)
parciais
30 < h ≤ 60 X X (X); X X X X X (X);
X(b)(c) Caudais X(b)(c)
parciais
h > 60 X X X X X X X X X
Caudais
parciais

(X) Dispositivo opcional


(a) Nivelamento
(b) Em barragens de construção faseada para montante
(c) Em barragens de construção faseada central

ANEXO 4
Periodicidade das Inspecções de Segurança e dos Relatórios
Tabela 1 – Periodicidade das inspecções de segurança e dos relatórios
Relatórios
Inspecções Inspecções Relatórios de Relatórios
Classe de
de rotina principais segurança ambiental de referência
comportamento
Classe I Quinzenal Semestrais Semestrais Semestrais Bienais
Classe II Mensal Anuais Anuais Anuais Quinquenais
Classe III Trimestral Trienais Trienais Trienais -
1202 I SÉRIE — NÚMERO 154

ANEXO 5
Encargos do Dono de Obra Com o Controlo de Segurança
Tabela 1 – Encargos do dono da obra com o controlo da segurança
(salários mínimos de construção civil)
Classe da barragem
I II III
Devidos à entidade regional de segurança de barragens (encargo
300 200 100
fixo anuala)
Classificação ou reclassificação das obrasb 150 100 -
Devidos Elaboração de pareceres c
150 100 -
à entidade Participação em visitas de inspecção d
200 100 -
nacional Análise dos relatórios de construção,
de qualidade comportamento, encerramento e segurança 200 100 -
e controlo ambiental elaborados pelos donos de obrae
Elaboração de relatórios de referênciaf 500 250 -
a – Relativo às funções de coordenação e fiscalização regionais
b – Relativo à manutenção da base de dados e resultados da aparelhagem de observação (apenas para as
barragens com sistemas de observação) e ao acompanhamento permanente do comportamento das obras
c – Contra a apresentação do parecer
d – Contra apresentação do relatório da visita
e – Contra a entrega de nota relativa à análise
f – Contra apresentação do relatório

ANEXO 6
Representação Esquemática das Folgas de Uma Barragem de Rejeitados

Preço — 56,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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