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PSICODIAGNÓSTICO

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ENTREVISTA DE ANAMNESE

Importância da entrevista de anamnese


Coletar informações sobre o avaliando para formular hipóteses diagnósticas e escolher instrumentos e técnicas de avaliação.
Subsidia todo o processo de psicodiagnóstico.
Entrevista sobre a história de vida da pessoa.
O psicólogo tem uma posição mais ativa nos questionamentos.
Definição da entrevista
Do grego anamnesis:"aná" (lembrança) + "mnesis" (recordar).
Buscar uma possível conexão entre os aspectos da vida do avaliando e o problema apresentado.
Características da entrevista
SEMIESTRUTURADA: Roteiro prévio com aspectos essenciais; Adaptações ao informante e à queixa.
FLEXÍVEL: Adição de perguntas relevantes; Exclusão de perguntas irrelevantes ou respondidas.
RAPPORT: Refere-se à construção de uma relação de confiança entre o profissional de saúde (como um médico, psicólogo,
enfermeiro) e o paciente.
ESCUTA ATIVA: Demonstrar interesse pelo relato; escutar com atenção as narrativas; deixar o informante confortável; garantir
que a conversa flua naturalmente.
PARTICIPAÇÃO DO INFORMANTE: Essencial para o bom andamento da avaliação; resposta às dúvidas.
Habilidades do psicólogo: Perguntar; escutar; prestar atenção; anotar.
Considerações durante a entrevista: registrar as respostas com exatidão; usar as palavras do informante; evitar interferências da
interpretação do psicólogo
Durante a entrevista: adaptar a entrevista aos objetivos e à área de atuação; distinguir o fundamental do que pode ser omitido.
Anamnese no contexto da saúde: é ferramenta fundamental para a avaliação do paciente em diferentes áreas da saúde. A coleta de
informações de forma abrangente e criteriosa permite um diagnóstico preciso e a escolha do tratamento mais adequado.
Estrutura da anamnese: A estrutura da entrevista de anamnese não é a mesma para todos os grupos etários, adaptando-se conforme
a idade do avaliando.
Aspectos comuns: familiar, relações familiares, ambiente doméstico, rede de apoio, e questões referentes à queixa principal.
Genograma: Recomenda-se o uso de genogramas para ilustrar a posição do avaliando no sistema familiar, fornecendo uma visão
gráfica da estrutura familiar.
Documentos complementares: Documentos como exames médicos, registros escolares, contatos com profissionais anteriores, e
registros digitais podem complementar a anamnese, oferecendo uma visão mais abrangente do avaliando.
O genograma familiar é uma ferramenta poderosa para a compreensão das dinâmicas familiares e sua influência no desenvolvimento
individual.
Composição familiar: nomes, idades, sexo, estado civil, profissão, laços consanguíneos, adotivos, figuras paternas/maternas
substitutos.
Dinâmica familiar: tipo de relacionamento (coeso, conflituoso, distante), comunicação, interação, papéis e funções de cada
membro.
Histórico familiar: doenças físicas e mentais, eventos importantes (nascimentos, mortes, casamentos, divórcios), traumas, perdas.
Padrões de relacionamento: repetição de comportamentos, triangulações, alianças, segredos, mitos familiares.
Intervenção no psicodiagnóstico com o genograma familiar
1. Preparação Informar o Paciente: Explicar o objetivo e o processo de construção do genograma, esclarecendo como ele pode
ajudar na compreensão das dinâmicas familiares e seu impacto no indivíduo.
Recolher Materiais Necessários: Preparar lápis, borracha, papel em formato grande (ou software específico para genogramas, se
disponível).
2. Coleta de Dados Iniciais- Dados Básicos: Começar coletando informações básicas sobre os membros da família, incluindo
nomes, idades, e relação com o paciente.
Estrutura Familiar: Identificar a estrutura da família, incluindo gerações, irmãos, casamentos, divórcios, etc.
3. Construção do Genograma - Símbolos: Usar símbolos padronizados para representar homens, mulheres, casamentos,
separações, falecimentos, entre outros.
Relações: Desenhar linhas que conectam os membros da família para indicar diferentes tipos de relacionamentos (por exemplo,
linhas sólidas para relações fortes, pontilhadas para relações frágeis ou tensas).
4. Exploração Profunda - Padrões de Relacionamento: Perguntar sobre a qualidade dos relacionamentos entre os membros da
família, explorando aspectos como proximidade emocional, conflitos, alianças, etc.
Histórico de Saúde: Inquirir sobre históricos de saúde física e mental, identificando padrões ou condições recorrentes na família.
Eventos Significativos: Registrar eventos significativos e traumáticos, como mortes, doenças graves, mudanças geográficas, etc.
5. Análise e Discussão - Reflexão Conjunta: Revisar o genograma com o paciente, discutindo observações e permitindo que o
paciente compartilhe insights e percepções.
Identificação de Temas: Identificar temas recorrentes ou problemas específicos que podem ser relevantes para a situação atual do
paciente.
6. Integração no Psicodiagnóstico - Conexão com Queixas Atuais: Integrar as informações obtidas através do genograma à
compreensão das queixas atuais do paciente, observando como as dinâmicas familiares podem influenciar seus comportamentos e
emoções.
Planejamento Terapêutico: Utilizar os insights do genograma para planejar intervenções terapêuticas que considerem tanto o
indivíduo quanto seu contexto familiar.
Fontes completares de informação:
Importância dos Documentos: com menor nível socioeducacional, podem ter dificuldades em relatar com precisão a história de
tratamentos pregressos.
Análise de Exames e Tratamentos
Registros Escolares (cadernos, provas, parecer da professora)
Produções Espontâneas (Desenhos, textos, pinturas e outras produções artísticas)
Registros Digitais (Fotos e vídeos)
Observação em Ambiente Natural (em casa ou na escola)
Consultas a Outros Profissionais (conforme a necessidade)
Consentimento para Uso de Informações.

EXAME DO ESTADO PSÍQUICO

DEFINIÇÃO EXAME DE ESTADO MENTAL DO PACIENTE


Observação clínica das possíveis alterações psíquicas do paciente; Observação clínica não alterações psíquicas do paciente;
Disfunção do funcionamento psíquico do paciente; Descrição do estado psíquico do paciente; Comunicação entre profissionais;
EXAME ESTADO MENTAL (EEM): Conceito e definição: É um instrumento crucial para a avaliação precisa e sistemática da
saúde mental. Através dele, profissionais como psicólogos e psiquiatras podem descrever, identificar, reconhecer e nomear
adequadamente os sintomas presentes em seus pacientes. Facilitando a comunicação entre os profissionais.
O exame do estado mental como uma prática formal remonta ao final do século XIX. O médico alemão Emil Kraepelin é
frequentemente creditado como um dos pioneiros na formalização do exame do estado mental como uma ferramenta diagnóstica.
O EEM se baseia em entrevistas abertas ou semiestruturadas, permitindo uma conversa fluida e natural com o paciente. Através da
escuta ativa e da observação atenta, o profissional coleta informações valiosas sobre diversos aspectos da saúde mental do indivíduo.
EEM-EXAME ESTADO MENTAL: Uma ferramenta abrangente para avaliar o estado mental do paciente.
MEEM-MINI EXAME ESTADO MENTAL: Uma ferramenta mais curta e focada, utilizada para avaliar a função cognitiva.

PRINCIPAIS FUNÇÕES MENTAIS AVALIADAS: Atenção; Sensopercepção; Orientação; Consciência; Pensamento;


Linguagem; Inteligência; Afetividade e Conduta.
ATENÇÃO: É um processo psíquico que permite concentrar a atividade mental sobre um fato determinado.
A capacidade de concentração; quanto tempo é mantida a atenção (persistência/fatigabilidade).
Em quantos objetos é capaz de estar focada simultaneamente (distribuição);
Quanto tempo demora para começar a efetiva atenção (excitabilidade).
HIPER (Aumento)VIGILÂNCIA: Ocorre no exagero, na facilidade com que a atenção é atraída pelos acontecimentos externos.
HIPO (diminuição) VIGILÂNCIA: É o enfraquecimento significativo da atenção, onde é difícil obter a atenção do paciente.
HIPERTENACIDADE: A atenção se adere em demasia a algum estímulo ou tópico; concentração no estímulo. (Ex: concentração
duradoura em ambientes com barulho).
HIPOTENACIDADE: A atenção se afasta com rapidez do estímulo ou tópico.
SENSOPERCEPÇÃO: Sensação + percepção- É a capacidade de captar as sensações, através dos receptores sensoriais, e
transformá-las em imagens ou sensações no sistema nervoso central.
Sensação: Refere-se à detecção de estímulos pelos órgãos sensoriais, como os olhos, ouvidos, pele, nariz e língua. Por exemplo:
quando vemos uma cor, ouvimos um som ou sentimos uma textura, estamos experimentando uma sensação.
Sensação: Refere-se à detecção de estímulos pelos órgãos sensoriais, como os olhos, ouvidos, pele, nariz e língua. Por exemplo:
quando vemos uma cor, ouvimos um som ou sentimos uma textura, estamos experimentando uma sensação.
ALTERAÇÕES PSÍQUICAS
ILUSÕES: É a percepção deformada da realidade de um objeto real e presente, uma interpretação errônea do que existe. Podem
ser: óticas, táteis e auditivas.
ALUCINAÇÃO: É uma falsa percepção, que consiste no que se poderia dizer uma “percepção sem objetos”.
Aceita por quem faz a experiência como uma imagem de uma percepção normal, dadas as suas características de corporeidade,
vivacidade, nitidez sensorial, objetividade e projeção no espaço externo.
TIPOS DE ALUCINAÇÕES
Visuais- Ex: ver pessoas ou objetos que não estão lá; sombras;
Auditivas- Ex: ouvir vozes, ouvir música, ouvir barulhos.
Táteis: Ex: sentir insetos na pele, sentir toques, sentir choques.
Olfativas: Ex: sentir cheiro de fumaça, sentir cheiro de comida, sentir cheiro de flores.
Gustativas- Ex: sentir gosto de metal, sentir gosto de sangue, sentir gosto de comida podre.
ORIENTAÇÃO: Capacidade de situar em relação a si e ao ambiente.
Autopsíquica: paciente reconhece dados de identificação pessoal e sabe quem é;
Alopsíquica: paciente reconhece os dados fora do eu; no ambiente.
Temporalidade: dia, mês, ano em que está; em que parte do dia se localiza (manhã/tarde/noite).
Espacial: a espécie de lugar em que se encontra, para que serve, a cidade onde está; como chegou ao consultório.
PENSAMENTO: O pensamento traduz em atividade mental: elaborar conceitos ou sentimentos; Geração de ideias; Resolução de
problemas; Tomada de decisões.
CURSO: Velocidade que o pensamento é expressado, Ex: acelerado ou retardado.
FORMA: A maneira como conteúdo do pensamento é expresso. Ex: Fuga de ideias; Bloqueios, etc....
CONTEÚDO: As perturbações no conteúdo do pensamento estão associados a determinadas alterações. Ex: obsessões,
hipocondrias, fobias e especialmente delírios.
Delírio: Alteração no juízo da realidade com curso lento e pode ser crônico. (Ex: fobias, grandeza, discurso desorganizado, detalhes,
ciúmes, etc.)
Deliruim: Rebaixamento do nível de consciência aguda no inicio e flutuante no percurso. (Ex: pacientes internados em tratamento
de saúde)
Delírio Tremens: O delírio tremens (DT), também conhecido apenas pela sigla DTs, é um quadro clínico grave e específico que
surge como complicação da abstinência abrupta de álcool em pessoas com dependência crônica.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
Disartria: Definição: Dificuldade de articular palavras. Características: Problema na musculatura envolvida na fala, resultando
em uma articulação de palavras que pode ser difícil de entender.
Disfasia: Definição: Dificuldade ou perda da capacidade de compreender o significado das palavras. Características: Problema na
compreensão ou na produção da linguagem, afetando a capacidade de entender e utilizar palavras de forma adequada.
Disfonia: Definição: Alteração acústica da voz (intensidade, tom, duração). Características: A voz pode ser diminuída, estridente
ou rouca (rouquidão), afetando a qualidade e a clareza vocal. P
DISLALIA: distúrbio que acomete a fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. A pessoa portadora de dislalia,
troca as palavras por outras similares na pronuncia, fala erroneamente as palavras, omitindo ou trocando as letras.
ECOLALIA: “uma repetição em eco da fala” – uma repetição de sílabas, palavras ou frases já ouvidas
DESORGANIZAÇÃO DA FALA: Fala sem fins inicio-meio-finalidade.
AFETIVIDADE: A afetividade é um conjunto complexo de fenômenos que nos permite sentir, experimentar e expressar as
diversas nuances das emoções humanas.
DISTIMIA: Alteração do humor, tanto no sentido da exaltação como na inibição. Distimia depressiva ou Distimia hiper tímica
(expansiva ou eufórica).
DISFORIA: Tonalidade do humor amargo, “mau humor” (irritabilidade, desgosto e agressividade).
HIPOTIMIA: Tristeza patológica e alegria intensa.
ANSIEDADE: Relacionado a sensação subjetiva de que algo vai acontecer, sendo este algo uma situação ou sensação ruim.
ANGÚSTIA: Quando as manifestações psíquicas da ansiedade se acompanham de sintomas físicos sudorese, hiper ou
hipossalivadores, taquicardia, hipo ou hipertensão arterial, dores angustiantes.
APATIA: Indiferença afetiva.
FOBIAS: medo patológico com objeto específico.
AMBIVALÊNCIA AFETIVA: Sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto.
INTEGRAÇÃO DOS DADOS EM PSICODIAGNÓSTICO
Construir uma visão holística do indivíduo; Aprofundar a compreensão dos comportamentos; Aumentar a confiabilidade do
diagnóstico; Contribuir para a tomada de decisões mais eficazes;
Significa estudo aprofundado realizado com o objetivo de conhecer determinado fenômeno ou realidade; por meio de um conjunto
de procedimentos teóricos, técnicos e metodológicos
Segundo os autores, como fonte de dados, deve-se incluir, no mínimo: entrevistas presenciais, um ou mais testes – padronizados,
confirmação dos dados de informantes (que tenham contato direto com o paciente), outros registros relevantes (p. ex., profissionais
da saúde que tiveram contato com o paciente).
a) Identificação;
b) Descrição da demanda;
C)Levantamento da história clínica
c) Procedimento;
d) Análise;
e) Conclusão;
f) Referências.

Diversas fontes (Contexto cultural, social, familiar) ___INTEGRAÇÃO DOS DADOS___Compreensão psicodiagnóstica

DESCRIÇÃO DA DEMANDA
História da pessoa até aquele momento;
Entender que fatores levaram a família ou a própria pessoa a procurar ajuda.
Fundamentação (livros; artigos; resoluções, entre outras)
Explicitar a problemática apresentada, além das razões e expectativas que produziram o pedido do laudo
Demanda será um retrato bastante simplificado da situação pela qual o paciente está passando no momento.
O psicólogo deve concebê-la como um ponto de partida, e não como uma limitação para sua investigação.

LEVANTAMENTO DA HISTÓRIA CLÍNICA


Se está tentando reconstruir a emergência dos sintomas e dos comportamentos, situados em uma determinada época, e sua evolução
até o momento do psicodiagnóstico.
Roteiros construídos para as entrevistas;
Crianças geralmente são trazidas pelas mães;
Pai, avós, profissionais de saúde e educação;
Supervisionar casos clínicos;
Fatos relevantes nas primeiras entrevistas;

FONTES SUBSIDIÁRIAS
São muitos importantes para reconstruir a história do paciente, pois fornece uma visão completa do caso. (Cunha, 2003)
álbuns do bebê gravações em vídeo;  fotografias, desenhos, cadernos escolares, entrevistas ou contatos telefônicos; pessoas que
atenderam a criança, laudos de avaliações anteriores Observação comportamental da criança em sua casa ou em outras situações.

PROCEDIMENTOS
recursos técnico-científicos utilizados no processo de avaliação psicológica.
citar as pessoas ouvidas no processo de trabalho desenvolvido,
As informações objetivas, o número de encontros tempo de duração do processo realizado.
ANÁLISE
Nessa parte do documento, a(o) psicóloga(o) deve fazer uma exposição DESCRITIVA, METÓDICA, OBJETIVA E COERENTE
com os dados colhidos e situações relacionadas à demanda em sua complexidade considerando a natureza dinâmica, não definitiva
e não-cristalizada do seu objeto de estudo.
Análise em subseções:
cognitiva,
Neuropsicológica
Motora
social
comportamento.
CONCLUSÃO
demanda inicial trazida pelo paciente;
fundamentadas em teorias e técnicas consolidadas e não apenas na observação e experiência do profissional; sugestões e projetos
de intervenção que contemplem a complexidade das variáveis envolvidas no caso.

IMPORTÂNCIA DO LAUDO NO PROCESSO DE PSICODIAGNÓSTICO


Comunicação
Documentação:
Tomada de decisão clínica
Esclarecimento e orientação
Integração de informações
Prestação de contas
Cooperação interdisciplinar
Proteção legal

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