Anamnese

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Avaliação Neuropsicológica da

inteligência, memória e
atenção.
Priscila R. Oliveira Regassi
Neuropsicóloga

Contato: priregassi@gmail.com
Inteligência, atenção e memória.
A atividade inteligente consiste na compreensão do essencial de uma situação e numa resposta reflexa
apropriada" (Judy Helm, pedagoga).

Assim, memória e atenção são funções importantíssimas para avaliarmos a inteligência, visto que, a função
inicial da atenção busca direcionar o processamento básico das percepções sensoriais do externo e
interno, encarregando-se de selecionar os estímulos sensoriais que interessam no momento, ignorando
estímulos irrelevantes, o que facilita o processamento por outras funções cognitivas. Como na memória,
por exemplo, que tem tanto o registro quanto a evocação de informações dependente da atenção. Ou
seja a memória, de modo complexo, precisa da atenção para guardar e evocar informações.

Importante estudar os processos cognitivos!


A avaliação neuropsicológica é mais que a

Anamnese do
mera aplicação de testes e seus resultados
quantitativos, são técnicas especializadas
que buscam a compreensão das relações
adulto cérebro-comportamento, elucidando
funções prejudicadas e preservadas,
buscando uma melhor qualidade de vida.
O bom diagnóstico

Processo de Avaliação Neuropsicológica


1. Dados obtidos de diferentes fontes: 1) Anamnese e coleta de informações
2. Relato de um histórico 2) Administração de Teste/ Escalas
3. Medidas de habilidades 3) Quantificação e classificação do
desempenho (medidas estatísticas)
4. Comportamentos observados
4) Redação de Laudo - Interpretação e
5. Interpretação correta dos sintomas e resultados dos testes diagnóstico
5) Devolutiva
Pesquisa sobre sintomas cognitivos e
comportamentais

Importância crucial para o correto


diagnósticos que afetam cognição
Para que uma
anamnese Histórico clínico detalhado
neuropsicológica?
Verifica-se o nível de colaboração e insight
do paciente

Fundamental para vinculação e bom


rapport com família e paciente
Para que uma anamnese
neuropsicológica?
Orienta o planejamento do exame e seleção dos testes neuropsicológicos (esferas avaliadas,
complexidade da tarefas, adaptações necessárias, previsão de tempo)

Fornece informações importantes para a interpretação dos resultados dos testes

Fornece informações importantes para o diagnóstico diferencial

Revela o impacto do transtorno na vida real

Auxilia nas decisões relacionadas a reabilitação e cuidados do paciente


Anamnese neuropsicológica
• Objetivos bem definidos e específicos;
• Não é uma conversação, não é uma sessão de terapia;
• O profissional precisa conhecer sobre doenças neurológicas e psiquiátricas;
• Precisa conhecer sobre neuropsicologia
• Boa observação.

Melhora-se com a prática.


Formulário semi-estruturado

As perguntas devem promover o relato de informações


precisas e detalhadas

Tempo de duração ideal: 1hora e 30 minutos

Anamnese Esclarecer a circunstancias que motivaram o exame (contexto

neuropsicológica
médico ou jurídico)

Promover a colaboração, bem estar e a percepção de ganho


(contexto de tensão, temores, conflitos, desconhecido)

Habilidade de manejo sobre as interações, eventos e reações


que podem ocorrer na situação de uma entrevista

Obter a compreensão cronológica, o conjunto de sintomas eo


impacto na vida diária
Explorar uma área de forma completa antes de passar
para outra

Perguntas abertas e perguntas fechadas

Anamnese
neuropsicológica
Ter uma postura empática com todos os envolvidos

Não fazer perguntas ou comentários acusatórios,


constrangedores, coercitivos, que promovam um
clima de interrogatório e defesa, brincadeiras
inadequadas
Observar nível de alerta do paciente, aparência e higiene, modulação
da voz e expressões faciais, atividade motora, linguagem, memória,
pensamento, julgamento, insight, humor e afeto

ANOTAR todas as informações importantes !!!

Anamnese Escrita rápida /e ou uso computador para não perder informações e

neuropsicológica
para não impor um ritmo lento na entrevista

Não é recomendável fazer gravações em áudio (inibição e restrição


de respostas)

Gravações e imagem: consentimento por escrito!


Anamnese neuropsicológica

• Entregar um questionários por escrito com o objetivo de garantir e complementar as


informações necessárias.

• Ter um registro por escrito por parte dos entrevistados com data e assinatura (defesa jurídica)

O questionário por escrito NÃO SUBSTITUI a entrevista presencial !!


Anamnese neuropsicológica
Cuidado com a precisão dos relatos:
- Erros de atribuição quanto a causalidade de seus sintomas;
- supervalorização ou minimização
- dificuldade para lembrar-se dos sintomas e histórico médico
- interferências do humor negativo
- estilo de resposta do paciente (prolixo ou restrito)
- Falhas de julgamento temporal
- Os sintomas não são exclusivo de uma única patologia ou transtorno
Anamnese neuropsicológica

Entrevista com um familiar ou acompanhante que conviva


com o paciente

Não colher a história com o familiar ou outro


informante aumenta muito a chance de erro
diagnóstico

Pacientes: podem estar esquecidos, relutantes ou


resistentes, anosognósicos, simulação.
Quando fazer e quando não fazer a entrevista com um familiar ou acompanhante que conviva com o paciente
junto?

Paciente
+ Paciente
Familiar
Recomendável entrevista Obrigatória a entrevista Familiar
complementar com o complementar com o
familiar através de familiar através de Apenas quando não for
questionário por escrito ou questionário por escrito ou possível a entrevista também
presencialmente presencialmente com o paciente
ROTEIRO - Anamnese Neuropsicológica
I. Histórico do Encaminhamento: encaminhador e breve explicação do motivo do
encaminhamento
II. Histórico social: background social, familiar, acadêmico, ocupacional
III. Histórico da doença atual: histórico dos sintomas e queixas, da repercussão nas atividades
do cotidiano ( a depender da queixa e da idade do paciente retomar histórico de
desenvolvimento e escolar).
IV. Histórico médico pregresso: outras doenças previas e atuais, histórico de tratamentos e
cirurgias
V. Medicação Atuais: nomes da medicações e suas indicações
VI. Histórico familiar: doenças da familiares
VII. Hábitos de vida: rotinas típicas do paciente
I. Histórico do Encaminhamento: encaminhador e breve
explicação do motivo do encaminhamento
• Motivo do encaminhamento;
• Se feito por outro profissional, quando o encaminhamento foi feito, o que o profissional que observou
relatou;
• Atento a motivações jurídicas.

II. Histórico social: background social, familiar, acadêmico, ocupacional


• naturalidade e procedência (cultural, socioeconômico)
• idade, estado civil e descendentes (rede de apoio)
• escolaridade (alta ou baixa) IMPORTANTE: Avaliar a reserva Cognitiva do Paciente

• perfil cognitivo prévio


• profissão e ocupações (habilidades previas, históricos de problemas, riscos atuais)
• dificuldades previas do paciente (problemas prévios)
III. Histórico da doença atual:
• Investigar e compreender a cronologia dos aparecimento dos sintomas: desde o primeiro sintoma
percebido até os sintomas atuais
• Tipo de progressão: lento e gradual, rápido e progressivo, queda e manutenção
• Funcionalidade previa e atual: pagar contas, preparar refeições, lembrar de compromissos, fazer
compras, tomar medicações, andar e dirigir, higiene pessoal, estar sozinho com segurança
• Queixas subjetivas (percepção de alerta) x Anosognosia (não percepção das dificuldades);
• Tipos de Sintomas: amnésicos, linguagem, disexecutivo, visoperceptuais e visoespaciais,
comportamentais

III. Histórico da doença atual:
(continuação)

• Tipos de Memória: memória de curto prazo ou memória operacional (frontal e parietal), memória
episódica ou memória de longo prazo para eventos (hipocampo), memória para nomes e palavras (lobo
temporal e frontal), etc
• Sintomas Disexecutivos: atenção, memória operacional, raciocínio e julgamento, flexibilidade mental,
resolução de problemas, desinibição
• Alterações Sensoriomotoras: dificuldades de marcha, quedas, dificuldades de escrita, tremor, rigidez
motora, movimentos repetitivos, parestesias ou paralesias de membros, incontinência urinaria ou fecal
III. Histórico da doença atual:
(continuação)

• Alterações Comportamentais (frontal e sistema límbico): controle do comportamento, reações afetivas,


apatia, desinteresse, irritabilidade, empatia, inadequações sociais, exacerbação das características de
personalidade, desinibição e impulsividade, alucinações visuais (pessoas ou animais)
• Alterações de Humor: depressão, ansiedade
• Hábitos alimentares: hiperfagia, preferencias alimentares, diminuição do apetite
• Hábitos de Sono: presença de distúrbios do sono (apnéia obstrutiva do sono e roncos - hipóxia, sonhos
vividos e solilóquios- alterações de sono REM)
IV. Histórico médico pregresso:
• Conhecer histórico de doenças neurológicas: crise epiléptica isolada ou epilepsia, TCE grave ou leve,
AVC ou AIT, tumores cerebrais, meningites ou encefalites, neurocirurgia, HIV e Sífilis, quimioterapias
• Conhecer o histórico de doenças metabólicas: hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, alterações
de tireoide, deficiência de B12
• Doenças cardíacas: cirurgias cardíacas, coronariopatia, fibrilação atrial, arritmias cardíacas
• Conhecer histórico de transtornos do humor e transtornos psiquiátricos: depressão, ansiedade, TOC, T.
Bipolar, transtornos psicóticos, transtorno de personalidade
V. Medicação Atuais:
• As vezes os pacientes negam as doenças, mas relatam fazer uso de medicações
• Certas medicações podem causar “sintomas”
• Verificar automedicação para depressão e ansiedade
• Verificar abuso de benzodiazepínicos e opiáceos
• Antibióticos, benzodiazepínicos, anti-histamínicos e anticolinérgicos podem causar confusão mental,
insônia ou sonolência excessiva (idosos)
• Verificar a relação de medicação x agitação e confusão mental
VI. Hábitos de vida
• Tabagismo prévio ou atual: risco para doença cerebrovascular
• Etilismo: uso de álcool excessivo pode causar Síndrome de Wernicke- Korsakoff, uso moderado e
crônico causa disfunções frontais, alterações leves de memória são potencializadas com o uso de álcool
• Outras Drogas: pesquisar histórico de uso
• Atividade física previa e atual: atividade física previne o declínio cognitivo, padrão de sedentarismo
• Rotina típica: solicitar ao paciente que descreva um dia típico (do acordar ao dormir), atividades de
laser e sociais
• Proposta: construção de um roteiro de anamnese
Obrigada!

CONTATO: @PSI.PRISCILAREGASSI
PRIREGASSI@GMAIL.COM

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