Pneumonia

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PNEUMONIA

Prof. Matheus Guelssi


INTRODUÇÃO
É uma doença do trato respiratório inferior, caracterizada pela
inflamação do parênquima pulmonar.
Acomete bronquíolos, alvéolos e interstício pulmonar.
No Brasil a principal causa de hospitalização em pediatria é a PAC.
Esta é responsável por elevada morbimortalidade no país e no
mundo.
FATORES DE RISC O
Desnutrição, baixa idade, comorbidades, baixo peso ao nascer, episódios
prévios de sibilos e pneumonias, ausência de aleitamento materno,
vacinação incompleta e infecções virais respiratórias.
ETIOLOGIA
Os vírus são responsáveis pela maioria das PAC, em torno de 90% até um
ano de idade e 50% em escolares.
Destaca-se o Vírus Sincicial Respiratório, como o de maior
incidência.
Os quadros bacterianos são responsáveis por infecções mais graves,
com maior comprometimento do estado geral.
Desses o Estreptococo pneumoniae é o agente mais frequente.
SINAIS E SINTOMAS
Tosse, febre, respiração rápida (taquipneia), presença de retrações
do tórax (tiragens subcostais), estertores finos (crepitações), dor
torácica, hipoxemia.
A sibilância ocorre com maior frequência nas crianças com infecções
virais.
Na criança com sinais de infecção respiratória aguda como febre e
tosse, a frequência respiratória (FR) deverá sempre ser avaliada.
Na ausência de sibilância, as crianças com taquipneia podem ser
diagnosticadas com PAC.
SINAIS E SINTOMAS - ESFORÇ O RE SP IRATÓRIO
SINAIS E SINTOMAS - ESFORÇ O RE SP IRATÓRIO
CLASSIFICAÇÃO
As PAC também podem ser classificadas de acordo com a idade.
Crianças com menos de 2 meses que, além de tosse e da dificuldade
respiratória, apresentem FR elevada (≥ 60), com ou sem tiragem
subcostal, devem ser consideradas como pacientes com pneumonia
grave e internadas para tratamento hospitalar.
CLASSIFICAÇÃO
Os pacientes com mais de 2 meses são separados em dois grupos:
a) pneumonia (apenas FR aumentada para a idade) – requerem
tratamento ambulatorial com antibioticoterapia;
b) pneumonia grave (FR aumentada com presença de tiragem
subcostal) – devem ser encaminhados para internação hospitalar.
SINAIS DE ALERTA
Saturação de oxigênio menor que 92%;
Abolição do murmúrio vesicular, com possibilidade ou confirmação
radiológica de complicações, como derrame pleural (DP) e empiema;
Desnutrição grave;
Sonolência;
Rebaixamento do nível de consciência;
Recusa alimentar.
EXAMES COMPLEMENTARE S
A radiografia de tórax não deve ser realizada de rotina para o
diagnóstico de pneumonia em crianças sem sinais de gravidade, sem
necessidade de tratamento hospitalar, uma vez que não há
evidências que altere o resultado clínico.
Os demais exames complementares são inespecíficos e de emprego
questionável.
RAIO X DE TÓRAX - QUANDO FAZER
Se há dúvida de diagnóstico, embora radiografia normal não exclua
pneumonia e radiografia anormal pode ser interpretada como
normal;
Pneumonia com hipoxemia, desconforto respiratório, entre outros
sinais de gravidade;
Falha de resposta ao tratamento em 48 a 72h ou se piora progressiva,
para verificar se há complicações (empiema, pneumotórax,
escavação);
Paciente hospitalizado (PA e perfil).
RAIO X DE TÓRAX
RAIO X DE TÓRAX
TRATAMENTO
O tratamento inicial com antibióticos em geral é empírico, pois o
isolamento do agente infeccioso não é sempre realizado e pode
demorar.
Baseia-se no conhecimento dos principais agentes infecciosos em
cada faixa etária, situação clínica e região.
TRATAMENTO
A amoxicilina é a primeira opção terapêutica no tratamento
ambulatorial, sendo recomendada para o tratamento da PAC em
crianças de 2 meses a 5 anos, na dose de 50 mg/kg/dia de 8 em 8
horas.
Em crianças maiores ou com 5 anos, o fármaco de escolha também é
amoxicilina nas mesmas doses.
Considerar uso de amoxicilina + clavulanato para crianças com
vacinação incompleta (menos que 2 doses) para Haemophilus
influenzae (HiB), falha terapêutica.
TRATAMENTO
Toda criança com pneumonia, que tenha condições clínicas de ser
tratada em seu domicílio deve ter uma consulta de reavaliação
agendada após 48 a 72h do início do tratamento ou a qualquer
momento se houver piora clínica.
Caso apresente melhora, o tratamento deve ser mantido até
completar sete dias.
Por outro lado se a criança estiver pior ou inalterada cabe avaliar
internação hospitalar.
PREVENÇÃO
Para crianças a partir de 2 meses e menores de 6 anos de idade é
recomendada a vacinação rotineira com VPC10 ou VPC13.
Para crianças a partir de 6 anos recomendase esquema com as
vacinas VPC13 e VPP23.
CASO CLÍNICO
Lactente de 1 ano e 6 meses, sexo masculino, natural de Vassoura.

Paciente foi atendido em ambulatório com queixa de cansaço. Mãe relata que
há dois dias foi ao pronto-socorro infantil acompanhando o lactente com
quadro de tosse produtiva, congestão nasal alternada com coriza hialina e
febre, sendo diagnosticado com resfriado comum onde foi prescrita lavagem
nasal e foram feitas as orientações.
Relata que pela manhã, o lactente iniciou quadro de dificuldade respiratória,
tosse mais frequente e persistência da febre (Tax 38.5ºC). Recusando
totalmente alimento sólidos e aceitando a mamadeira com certa resistência.
Funções fisiológicas preservadas. Nega outros sintomas associados.
CASO CLÍNICO - HISTÓRIA DA DOENÇ A ATUAL (HD A)
Mãe refere que o lactente foi diagnosticado com Pneumonia há
aproximadamente um mês e foi tratado ambulatorialmente com Azitromicina
3 ml (1x/dia) por sete dias. Mãe relata que o paciente realizou raios-X de tórax
PA e perfil, porém deixou em sua casa. Nega internações prévias, doenças
comuns da infância, alergia medicamentosa, cirurgias.

História Vacinal: Adequado para a idade.

História do Crescimento e do Desenvolvimento: Adequado para idade


CASO CLÍNICO
História Familiar: Mãe 28 anos, saudável. Pai 30 anos, saudável. Refere casos
frequentes de HAS e DM em sua família.

História Social: Reside com pai e mãe em casa de alvenaria, com cinco
cômodos, com saneamento básico. Possui cortinas e tapetes e relata poeira
de obra em sua casa. Mãe e pai tabagistas, porém referem fumar apenas na
área externa de sua casa. Ingerem cerveja aos finais de semana. Não
possuem animais de estimação.
CASO CLÍNICO - E XAME FÍ SI C O
Geral: Lactente hipoativo, reativo, gemente, corado, hipohidratado (+/+4),
acianótico, anictérico, febril (TAX 38.1ºC) e com tiragem subcostal. Boa
perfusão capilar periférica.

Sinais Vitais: FC: 120bpm. FR: 52 irpm. SatO2: 95% em ar ambiente. TAX
38.1ºC.

Exame da Cabeça e do Pescoço: Na otoscopia, hiperemia de conduto


bilateral. Oroscopia, sem alterações.
CASO CLÍNICO - E XAME FÍ SI C O
Aparelho Cardiovascular: Ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas
normofonéticas, sem sopros ou extrassístoles.

Aparelho Respiratório: Murmúrio vesicular reduzido em ápice pulmonar


direito, com roncos de transmissão nasal, sem esforço respiratório.

Exame Neurológico: Ausência de sinais de irritação meníngea ou déficits


focais. Marcos do desenvolvimento habitual.
CASO CLÍNICO - E XAME FÍ SI C O
Exame do Abdome: flácido, indolor à palpação, timpânico, sem
vísceromegalias ou massas, ausência de sinais de irritação peritoneal.

Exame dos Membros: Perfundidos, temperatura preservada, pulsos


palpáveis e simétricos.

Exame Osteoarticular: sem alterações dignas de nota.


Genitália: masculina com testículos tópicos, sem fimose.
CASO CLÍNICO - E XAME S C OMPLEMENTARES
CASO CLÍNICO - E XAME S C OMPLEMENTARES
CASO CLÍNICO - TRATAME NTO
OBRIGADO!

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