MORANGO

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MORANGO

Arthur Bernardes Cecílio Filho


Depto. Produção Vegetal
Unesp – campus de Jaoboticabal
INTRODUÇÃO
Baixas produtividades, por quê??

▪Maior preocupação com:

▪Escolha da região para o plantio:


Que favoreça a longo período de frutificação.
▪Escolha da área de plantio:
Exposição do terreno ao Norte (ideal), sem sombreamento;
Evitar cultivos anteriores de solanáceas, alho, cebola, pepino e
abóbora (doenças de solo e nematóide);
Solos de boa drenagem, sem compactação;
Fácil acesso (escoamento diário e frutos sensíveis).
▪Tecnologia de produção: Cultivares, Fertirrigação, Cultivo protegido.
Sazonalidade
ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

• Família - Rosaceae
• Espécie cultivada - Fragaria x ananassa Duch
*
*

Híbrido resultante das espécies


octaplóides americanas:
F. virginiana, F. chiloensis e F. ovallis
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

• uma planta
herbácea;
• rasteira;
• cultura perene
(cultivado como
anual);
• forma pequenas
touceiras.

Fonte: Rongue, 1998


DESENVOLVIMENTO – hábito perene, rasteiro,
independência da planta-mãe.

Estolões enraizados

Fonte: Rongue, 1998


CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
Sistema radicular do morangueiro

• tipo fasciculado;
• muito superficial, sendo 95%
das raízes situando-se nos
primeiros 22 cm de solo.

Fonte: Rongue, 1998


CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
Inflorescência

• Onde o fruto tem maior tamanho??


• Produção de sementes só interessa a melhoristas.
Fruto do Morangueiro

• frutos verdadeiros são chamados aquênios;


• o “fruto” é constituído por receptáculos
florais hipertrofiados.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
Fruto do morangueiro - formatos

Fonte: Rongue, 1998


CULTIVARES

❑ Fatores importantes na escolha das cultivares

• finalidade do mercado - consumo in natura ou para


industrial;
• adaptação à região;
• rusticidade;
• resistência a doenças (de solo);
• produtividade (30 a 35 t/ha chegando a mais 60 t/ha (800
g/planta));
• qualidade e firmeza de frutos.
CULTIVARES

❑ Características desejáveis para o consumo in natura

• alta produtividade;
• precocidade (para aumentar a rentabilidade);
• facilidade de colheita (frutos formando fora das
folhas);
• morangos com cor brilhante, grandes e firmes;
• frutificação regular durante a safra;
• sabor adocicado e pouca acidez.
CULTIVARES

Características de algumas cultivares


CULTIVARES
▪ Cultivares para o plantio no período normal:
exigentes em fotoperíodo curto e baixa temperatura

Oso Grande, Toyonoka, Campinas, Camarosa,


Camino Real, Gaviota, Vila Nova, Bürkley,
Dover
▪ Cultivares “indiferentes” ao fotoperíodo:

Seascape, Tudla, Selva, Aromas, Diamante,


Sweet Charlie,
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Temperatura e Fotoperíodo

A interação regula a
diferenciação das gemas em
vegetativas ou reprodutivas

Temperatura baixa e dias curtos


favorece o
florescimento

favorece a parte
vegetativa
Temperatura alta e dias longos
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

Temperatura

❖ Planta requer baixa TºC para florescer e inibir emissão e


crescimento de estolhos.
❖ Faixa adequada ao florescimento: 5 a 15ºC (diferença entre
cultivares). Temperaturas mais baixas dentro da faixa, melhor.
❖ Temp. > 25ºC = favorecem vegetação e queda no
florescimento e coloração dos frutos, mesmo que atendido o
fotoperíodo crítico.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

Temperatura

❖ Geada = parte aérea é tolerante, mas flores e frutos NÃO.


❖ Temperaturas do solo acima de 12ºC favorecem produção.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
Fotoperíodo

❖ Fotoperíodo curto para frutificar


cultivares com diferença em fotoperíodo crítico.
“indiferentes” ao fotoperíodo. Temperatura baixa é
fator determinante para florescimento.

❖ Sob dias longos, o morangueiro é estimulado a vegetar,


emitir estolhos. Quanto maior a temperatura, maior é este
estímulo = FORMAÇÃO DE MUDAS.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
Precipitação
❖ Frutos insípidos (devido à alta nebulosidade).

Vento
❖ Danifica folhas e frutos.

Frutos firmes, doces, vermelhos são


obtidos sob temperaturas baixas, baixa
umidade relativa e dias ensolarados.
CARACTERÍSTICAS EDÁFICAS PREFERENCIAIS

• histórico da área: culturas anteriores (solanáceas?)


• não se desenvolve bem em solos compactados;
• não tolera solos com excesso de umidade;
• adequada exposição solar (terrenos voltados ao Norte) e
boa ventilação;
• solo rico em matéria orgânica;
• pH 5,8 a 6,3;
• elevar o V% a 70 a 80%
• elevar Mg a 9 mmolc dm-3;
• atenção especial para fósforo (ciclo longo).
ÉPOCA DE PLANTIO

• Está relacionado com a altitude e a exigência da cultivar


em temperatura e fotoperíodo:
QUANTO MAIOR A ALTITUDE, MAIOR A POSSIBILIDADE
DE PLANTAR MAIS CEDO E OFERECER O PRODUTO NA
ENTRESSAFRA.
CAUSAS DE POLINIZAÇÃO DEFICIENTE

❖ Poucos agentes polinizantes (2 colméias por hectare);


❖ Temperaturas inferiores a 12ºC e superiores a 30ºC;
❖ Geada;
❖ Esterilidade feminina parcial (genética ou ambiental);
❖ Insuficiência de pólen (genético ou doenças – oídio e Botrytis);
❖ Trips;
❖ Estresse hídrico ou nutricional;
❖ Excesso de chuva ou irrigação.
PRODUÇÃO DE MUDAS

• Cultura é propagada vegetativamente;


acúmulo de viroses, veículo de
bactérias, fungos, nematóides e ácaro.
▪ Adquirir mudas de viveiros credenciados, tradicionais, de
laboratórios que procedam a limpeza clonal e indexação.
Plantio das Mudas

▪ Canteiros ou caixas com substratos,


▪ Mulching,
▪ Túnel baixo, túnel alto ou casa de vegetação.

▪ Preferencialmente:
* Caixas com substratos,
* 2 a 4 fileiras,
* Irrigação por gotejamento (fertirrigação),

espaçamento 0,25 a 0,40 m x 0,25 a 0,40 m


SISTEMA DE CULTIVO
Cultivo Protegido
Casas de vegetação (solo e em hidroponia):
Túneis de cultivo forçado:

- Altura mínima = 0,60 m


• Túneis baixos
- Cobertura de apenas um canteiro

- Altura máxima = 2,50 m


• Túneis altos
- Cobertura de até seis canteiros
SISTEMA DE CULTIVO
• Vantagens do cultivo protegido (Sganzerla, 1995, Goto &
Duarte Filho, 1999, Goto & Tivelli,1998):

✔aumento de produção;
✔ precocidade da colheita;
✔ aumento do período de colheita;
✔ proteção contra insetos, pássaros, chuva, granizo;
✔ economia de insumos;
✔ preserva a estrutura do solo;
✔ produto de melhor qualidade.
SISTEMA DE CULTIVO
Cultivo Hidropônico

Hidroponia Vertical

Produção (massa e número por m2 e por planta) e massa média


acumuladas dos meses de setembro a dezembro de 2002.

Valores seguidos por letras iguais na linha não diferem estatisticamente


pelo teste de Tukey a 5%.
Fonte: Fernando Júnior, 2001
SISTEMA DE CULTIVO
Cultivo Convencional
Material Vegetal
Mulching
Filme Plástico

▪ Controle de planta daninha;


▪ Manutenção de umidade do
solo, menor irrigação;
▪ Frutos limpos, menor podridão;
▪ Conservação do solo.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

Sequência decrescente de acúmulo de nutrientes


(Passos,1999):
▪ macronutrientes K, N, Ca, P, Mg e S
▪ micronutrientes Fe, Zn, B, Mn e Cu.
▪ Quantidade extraída pela cultura:
produtividade (cultivar, período de colheita, população)

▪ Fase inicial: crescimento vegetativo: 1 a 2 N : 1 K


▪ Fase reprodutiva: 1 a 1,5 N : 2 K
▪ Preferencialmente, N e K em fertirrigação
▪ Morangueiro é considerado sensível à salinidade do solo,
devendo-se situá-la em até 1 dS/m (Marouelli et al., 2001)
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

▪ Nitrogênio:
formação da vegetação inicial e permanência da capacidade
fotossintética ao longo do ciclo;
efeito sobre atributos de qualidade do fruto (TSS, acidez);
Excesso: maior sensibilidade a doenças (mofo cinzento) e pragas
(pulgão).

▪ Fósforo: ciclo longo, dificuldade de fornecê-lo em cobertura;


quantidade e continuidade do florescimento;
tamanho do fruto;
excesso: menor absorção de Zinco.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

▪ Potássio:
fotossíntese (crescimento do fruto);
maturação uniforme;
cor vermelha intensa e sabor.

▪ Cálcio:
firmeza de fruto (V = 70 a 80%);
enzimas;
germinação do tubo polínico;
crescimento meristemático (sistema radicular).
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

▪ Boro:
menor incidência de frutos deformados;
maior tamanho de frutos;
germinação do grão de pólen.

▪ Micronutrientes: cobertura via fertirrigação ou em pulverizações.


Doenças do Morangueiro
▪ Doenças Fúngicas
Murcha de Dendrophoma (Dendrophoma obscurans)
Podridão da Coroa e Brotos (Rhizoctonia solani)
Mancha das Folhas (Micosphaerella fragariae)
Fusariose (Fusarium oxysporium)
Mancha de Diplocarpon (Diplocarpon earliana)
Antracnose (C. fragariae e C. acutatum)

▪ Doenças Viróticas
Mosqueado, Faixa das nervuras
Clorose marginal, Encrestamento
Doenças do Morangueiro

Mofo cinzento Podridão de Phytophthora


Botrytis cinerea Phytophthora cactorum

• Frutos • Afeta o sistema vascular


• T 14 a 20 ºC • Temperatura: 25 º C
• U.R.: alta • U.R.: alta
• Controle: manejo da • Controle: cultivo em áreas
irrigação, mudas bem drenadas, sem histórico
certificadas, de ocorrência da doença e
“mulching” utilização de mudas sadias e
e controle biológico. tratadas.
Doenças do Morangueiro

Antracnose
Colletotrichum acutatum
Colletotrichum fragariae

• Pecíolo, folhas flores e frutos.


• Temperatura: 25 a 30 ºC
• U.R.: alta
• Controle: utilização de mudas sadias, eliminação de
restos culturais
Doenças do Morangueiro

Mancha angular
Xanthomonas fragariae

• Folha
• Temperatura: 20 ºC
• U.R.: alta
• Controle: utilização de
mudas sadias, eliminação de
restos culturais, rotação de
cultura.
Pragas do Morangueiro

• Pulgões
Capitophorus fragaefolli
Cerosipha forbesi

■ Ácaro rajado ■ Ácaro branco


Tetranychus urticae Steneotarsonemus pallidus

■ Lagarta rosca ■ Broca do morangueiro


Agrotis ipsilon Lopioapa insularis
Colheita do Morango

• Quando colher

• Como colher

• Classificação

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