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Fundamentos do Processo Administrativo

Definição de processo administrativo: sucessão de atos administrativas na forma prevista em lei, visando à prática de
atividade administrativa, fundamentando e legitimando a decisão do órgão e do agente da Administração Pública.
No processo administrativo há uma relação bilateral entre o Estado (administração pública) e o interessado (pessoa
física ou jurídica), mesmo em situações de litígio. A administração ocupa o espaço de julgador e parte. Essa tônica é
distinta do processo judicial, em que o Estado não atua como parte, nem mesmo na jurisdição voluntária.

Fundamentos do processo
Há fundamento constitucional do devido processo legal e previsão expressa em duas Leis: Lei 9.784/99 e Lei 8.112/90.
Tendo em vista que não há um código de Direito Administrativo, a fragmentação de vários processos administrativos
existe, sendo que a Lei geral do processo administrativo (Lei 9.784/99) serve de parâmetro para aplicação dos diversos
instrumentos normativos (leis, decretos, resoluções, etc.).

Objetivos do processo administrativo


Transparência nos atos da administração, possibilitando o conhecimento dos fatos reais para coletividade; a
transparência dos atos da AP permite os mecanismos de controle social e judicial.
Demonstração da veracidade dos fatos que justificaram a conduta do administrador; este fato evita decisões arbitrarias.
Garantia de segurança jurídica por meio de processo administrativo previamente estabelecido em lei, permitindo o
registro das alegações do interessado.
Trata-se de instrumento obrigatório quando houver repercussão no campo dos direitos individuais, principalmente
servidores públicos.

Critérios de aplicação dos fundamentos processual administrativo


Publicidade: divulgação oficial dos seus atos, observando as hipóteses de sigilo (CF e lei de acesso à informação).
Adequação dos fins aos meios (razoabilidade/ proporcionalidade): vedação de excessos; administração pode
impor sanções e restrições, mas em medida além do necessário.
Motivação: indicação dos pressupostos de fato e de direito; deve-se observar que a motivação vai além disso,
conforme dispõe a LINDB, decreto-lei 4.657/42, assim também a Lei 9.784/99, art. 50: § 1o A motivação deve ser
explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores
pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Decreto-Lei 4.657/42 (com alterações promovidas pela Lei 13.655/2018): Art. 20. Nas esferas administrativa,
controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da
medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
possíveis alternativas.”
Atendimento à finalidade de interesse geral da administração ou da coletividade.
Irrenunciabilidade de poderes (inderrogabilidade de sua competência; indisponibilidade do interesse público; dever de
decidir).
Objetividade (vedação ao subjetivismo e pessoalidade).
Preservar padrões éticos desejados que a população espera do agente.
Formalismo essencial (INFORMALISMO PROCEDIMENTAL e SEGURANÇA JURÍDICA).
Garantias de direitos para ampla defesa e contraditório, em caso, principalmente, de processos litigiosos ou
sancionadores: direito à comunicação processual, à livre produção livre de provas, às alegações finais sobre os fatos
narrados no processo e à apresentação dos recursos cabíveis.
Vedação à cobrança de despesas processuais. GRATUIDADE
Impulsionamento de ofício para autoridade competente (oficialidade).
Interpretação da norma administrativa que melhor atenda ao interesse público, sendo vedada aplicação retroativa da
interpretação; a nova interpretação serve para situações futuras.
Princípios do processo administrativo
Princípio do devido processo legal: amparado pelo direito fundamental estabelecido no art. 5º, LIV, CF: LIV -
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
O preceito acima aplica-se também aos processos administrativos, evitando decisões arbitrárias.
Instrumento para exercício de direitos individuais e coletivos perante à Administração; mesmo para anulação de ato
administrativo que gerou direitos na esfera particular, deve-se formalizar processo administrativo.
Deve-se garantir o direito de participação em processo administrativo do interessado.
Princípio do contraditório e ampla defesa: aplicação do art. 5º, LV, CF: aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes.
Este princípio é corolário do princípio do devido processo legal, visando assegurar que o interesse utilize todos os
meios de prova na defesa de seu direito.
O contraditório envolve o entendimento de que o interessado tenha conhecimento de todos os fatos que surjam no
decorrer do processo administrativo, podendo manifestar sobre tais acontecimentos.
Lembre-se, contraditório é inerente à ampla defesa, sendo instrumentalizado pelo binômio direito de informação e
possibilidade de manifestação.
A garantia de contraditório possui aspecto formal (participação efetiva em processo administrativo) e aspecto material
(direito de influenciar no convencimento do julgador).
São instrumentos deste princípio: notificação do interessado sobre o processo; conhecimento das informações e do
conteúdo do processo; apresentação de defesa escrita e de alegações; juntada de documentos e manifestação sobre
juntados pela Administração ou terceiro denunciante; exame constante das provas; direito de vistas (exercido, por
regra, na repartição e na presença de servidor/ membro da comissão processante). Sobre a questão envolvendo “vistas
do processo”, existe a possibilidade excepcional de retirada dos autos, mas, em regra, somente na repartição.
Um debate importante refere-se à não obrigatoriedade de defesa técnica por advogado. Súmula vinculante n. 5/ STF:
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Há situação especial sobre a Súmula vinculante 03, STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
O STF já consolidou entendimento de que a cobrança de depósito prévio para fins recursais compromete a ampla
defesa (RE 388.359/PE, STF). Para tanto, vejamos Súmula vinculante n. 21: É inconstitucional a exigência de depósito
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Princípio da verdade real (material): a Administração deve buscar as provas necessárias para constatação daquilo
que aconteceu (fato administrativo). A verdade formal, ou produzido pelas partes nos autos de um processo civil, não
é suficiente para garantir uma decisão sobre a realidade dos atos.
A verdade material permite maior flexibilização das fases do processo administrativo; com o surgimento de nova prova
pode-se retornar à instrução processual.
Não se aplica a visão de a omissão significa consentimento com os fatos alegados (revelia); a revelia não significa
concordância com os fatos narrados.
Princípio da oficialidade: a Administração tem o poder (poder-dever) de impulsionar de ofício processo administrativo,
conforme o grau de discricionariedade. Este princípio resulta em impulso oficial por agente/ órgão da Administração
Pública, sem necessidade de provocação de pessoa externa; busca-se a verdade material dos fatos narrados e das
situações. A produção própria de provas por órgão administrativo independente de provocação do interessado, a fim
de esclarecer a matéria.
Princípio do informalismo procedimental: no silencio da lei e de regulamentos, a administração não estará vinculada
a excessivo rigor na tramitação dos processos. Não significa desorganização ou falta da atuação padronizada da
Administração, mas uma discricionariedade motivada na condução do processo administrativo.
Princípio da celeridade: é a base da duração razoável do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII: a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) .
O prazo razoável de um processo administrativo deve observar a participação tumultuada do interessado, a falta de
estrutura na condução do rito ou na produção de diligências necessárias ao esclarecimento do assunto.

Fases do processo administrativo


INSTAURAÇÃO
INSTRUÇÃO
JULGAMENTO
Observação: é possível que não se instaure um processo quando SINDICÂNCIA PRÉVIA não constar qualquer
ilegalidade.
Fase de INSTAURAÇÃO: OFÍCIO OU A REQUERIMENTO. Apresentação escrita dos fatos AP ou parte interessada.
Elementos para instauração:
· autoridade/ órgão de destino: critério de competência e avocação;
· identificação do interessado;
· domicílio;
· exposição dos fatos;
· assinatura.
É vedada a RECUSA DE INSTAURAÇÃO DE POR FALHAS PROCEDIMENTAIS.
PLURALIDADE DE SUJEITOS, pode ser formulado único pedido.
IMPEDIMENTO (interesse direto, em caso de testemunha ou perito); e/ou SUSPEIÇÕES (situações de foro íntimo, em
caso de parentesco até 3º grau; trata-se de faculdade do servidor).
Produção de atos em dias úteis, no horário de funcionamento, SALVO SITUAÇÕES ESPECIAIS.
Prioridade na tramitação: idosos com mais de 60 anos; pessoa com deficiência ou com doença grave.
Intimação pessoal: via postal; telegrama; publicações por e-mail; VICIO DE INTIMAÇÃO É SUPRIDO PELA
PRESENÇA DO INTERESSADO NA REPARTIÇÃO.

Fase de INSTRUÇÃO
Momento da produção de provas ainda não coletadas em sindicância ou de requer diligências ou perícias.
ANTECEDENCIA MINIMA DE 03 DIAS.
É possível consulta pública quando envolver interesses coletivos; não somente o interessado participa da consulta
pública.
Ocorrerá reunião com participação do interessado quando houver oitiva de testemunhas (possibilidade).
Emissão de pareceres em 15 dias.
Os documentos apresentados fundamentam a decisão da autoridade.
Encerrada a instrução, a parte tem 10 dias para defesa.
Em caso de novos fatos, direito de alegações finais no mesmo prazo.
Processo conduzido por ORGÃO INCOMPETENTE PARA DECISÃO: DEVE SER EFETUADO RELATÓRIO COM
PROPOSTA DE DECISÃO E ENCAMINHADO PARA ÓRGÃO COMPETENTE.
Fase de JULGAMENTO
Dever de decidir prazo de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período.
Motivação na decisão (elementos do ato administrativo).
Art. 48 da LPA “a Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência”.
Art. 489 CPC (subsidiário à LPA) explicita que uma decisão não será considerada fundamentada quando: (i) se limitar
a indicar, reproduzir ou parafrasear ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (ii)
empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; (iii) invocar
motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (iv) não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de infirmar a conclusão decisória; (v) limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula sem
demonstrar seu ajuste ao caso; ou (vi) ignorar súmula, jurisprudência ou precedente invocado, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Art. 50, § 1º da LPA federal: decisões administrativas com fundamentação explícita, clara e “congruente”.
Lei nº 13.655, a LINDB art. 20: o agente público não pode decidir com base em “valores jurídicos abstratos sem que
sejam consideradas as consequências práticas da decisão”.
Inclui-se na motivação, para além dos pressupostos fáticos e jurídicos, um diagnóstico sobre as consequências da
decisão escolhida. A motivação demonstre a razoabilidade da escolha por meio de análises de adequação e
necessidade.
Art. 21: o administrador público em que indicar as “consequências jurídicas e administrativas” nas decisões que
decretam invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa.
Decisão coordenada
Acrescida pela Lei 14.210/2011, que estabeleceu o Art. 49-A à LPA, tem-se a decisão coordenada. Estabelece o
indicado dispositivo: No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam a participação
de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante decisão coordenada.
São requisitos para tal decisão: relevância da matéria; e discordância de entendimentos das autoridades competentes
que prejudique a celeridade do processo administrativo decisório.
Trata-se de instrumento de gestão de natureza interinstitucional ou intersetorial da Administração Federal, que, de
alguma maneira, alcance órgãos (e entidades) que tenham atuação compartilhada sobre determinado programa ou
projeto.
A finalidade desse instrumento é a simplificação do processo administrativo (princípio da celeridade), evitando que um
mesmo tema possa percorrer caminhos desnecessários por estruturas distintas, mas que pertençam à mesma esfera
de governo.

Recurso administrativo
Compatibilidade do princípio da autotutela com a pluralidade de instâncias.
Lei 9.784/99: Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1o O
recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior.
Pedido de reconsideração à autoridade que efetuou a decisão originária; prazo de 05 dias para reconsideração.
Havendo negativa da autoridade em reconsiderar, o instrumento torna-se recurso hierárquico à autoridade superior; o
recurso dirigido à autoridade de estrutura diversas denomina-se impróprio.
Prazo do recurso de 10 dias, sem efeito suspensivo, salvo receio de justo prejuízo; prazo de 30 dias para autoridade
decidir sobre recurso, admitindo-se prorrogação; esgotados os prazos, constitui-se a COISA JULGADA
ADMINISTRATIVA (não há possibilidade de mudança).
O surgimento de novo fato ou de fato desconhecido relevante possibilita (dever) que a Administração, por ofício ou
provocada, efetue a REVISÃO de sua decisão (AUTOTUTELA, MORALIDADE); nessa revisão é vedado o reformatio
in pejus, ou seja, o agravamento da situação do interessado.

Revisão
Ato que provoca manifestação da administração pública sobre tema já decidido, podendo ser apresentada a qualquer
tempo, seja por interesse da autoridade administrativa (oficialidade) ou por provocação da parte, desde que presente
fatos novos e relevantes que justifiquem a reanalise da decisão ou sua readequação. Nesse caso, é vedada
a reformatio in pejus.
Extinção do processo administrativo
- Pelo julgamento (mérito) da matéria dirigida à autoridade administrativa.
Por anulação (vício de forma e de conteúdo), observado o prazo de 05 anos (prática do ato). LPA, Art. 54. O direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
- Por desistência ou renúncia do interessado; havendo vários interessados, a renúncia se opera individualmente.
- Impossibilidade material ou jurídica do objeto ou perda da finalidade.

Processos administrativos em espécie


Inicialmente, os processos administrativos não são exclusivamente litigiosos. Ao contrário, no desempenho de função
administrativa o Estado atua em situação não litigiosas, em que basta uma resposta ao interesse do particular, ou
mesmo na condução da organização administrativa interna.
Tem-se as seguintes modalidades: processo administrativo de controle; processo administrativo sancionatório ou
punitivo; processo administrativo contratual; processo administrativo revisional; processo administrativo de outorga de
direitos.
Processo administrativo de controle envolve à prevenção de quaisquer tipos de desvio na função administrativa, sendo
conduzida, via de regra, por órgãos específicos para esse fim, tais como a Controladoria e o Tribunal de Contas. Nessa
classificação encontra-se também o processo de apuração de conduta de servidor. Trata-se de processo de
averiguação, que pode dar surgimento a processo administrativo sancionador.
Processo administrativo sancionador ou punitivo, em que já existe uma conduta potencialmente ilegal, cabendo à
autoridade ou órgão a adequação da punição. Podem ser colocados os processos apuração de infração por trânsito,
vigilância sanitária, inspeção ambiental. Inicia-se após a produção de auto de infração.
Processo administrativo contratual, que abrange a aquisição de bens e serviços por órgão ou entidade administrativa.
Envolve processos licitatórios de dispensa de licitação (contratação direta).
Processo administrativo de outorga de direitos, que são os mais diversos, englobando autorizações e licença emitidas
pela administração pública em seus diversos órgãos.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE LICITAÇÕES – LEI 14.133/2021


APLICAÇÃO DA LEI
Aplicam os preceitos da licitação aos órgãos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário da União, dos Estados e
do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, no desempenho de função administrativa, incluindo
Ministério Público e Tribunal de Contas.
Também aplicam-se às autarquias e fundações públicas, aos fundos especiais e as demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela Administração Pública, com exceção das empresas públicas, as sociedades de economia
mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016,

OBJETIVOS DA LICITAÇÃO
O processo licitatório tem por objetivos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração
Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução
dos contratos;
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.

OBJETO DA LEI DE LICITAÇÃO


I - alienação de bens;
II - concessão de direito real de uso de bens;
III - compra, inclusive por encomenda;
IV - locação;
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados;
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII - contratações de tecnologia da informação e de comunicação.
A Administração poderá, pelo prazo de 2 (dois) anos, contados da data publicação da lei, optar por licitar e contratar
diretamente nos termos da nova legislação, ou com base: na Lei n° 8.666/1993 (antiga Lei de Licitações e Contratos);
na Lei n° 10.520/2002 (norma que instituíra a modalidade Pregão); e nos artigos 1° ao 47-A da Lei n° 12.462/2011
(diploma que criara o Regime Diferenciado de Contratações - RDC).
Essa opção da Administração deve ser indicada expressamente no edital ou no instrumento de contratação direta,
sendo vedada a aplicação combinada da nova Lei de Licitações com qualquer das três normas citadas, nos termos do
art. 191 da NLLC.
É possível que um contrato administrativo possa ser sucessivamente prorrogado na vigência da nova Lei, por ter sido
iniciado na vigência da Lei 8.666/93. Nesse caso, possivelmente conviveremos ainda por alguns anos com contratos
administrativos regidos pela legislação anterior.
Com o advento da Lei n. 13.303/2016, a nova Lei de Licitações retirou de seu âmbito de incidência as entidades
administrativas de direito privado (empresas estatais), salvo no que se refere às infrações penais.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
Já eram princípios específicos deste tema igualdade, probidade administrativa, vinculação ao edital, julgamento
objetivo e desenvolvimento nacional sustentável, previstos na Lei 8.666/1993; a nova LLC adotou os princípios
da motivação, razoabilidade, proporcionalidade, segurança jurídica e interesse público, já contidos na Lei 9.784/1999,
que disciplina o processo administrativo no âmbito federal.
Além disso, a nova Lei 14.133/2021 inovou ao exigir expressamente o dever de observância aos princípios
do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da competitividade, da celeridade e da
economicidade.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Concorrência: modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns
e especiais de engenharia.
Concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento
será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor.
Leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente
apreendidos a quem oferecer o maior lance.
Pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento
poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto.
Diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração
Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de
desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos.

ETAPAS DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO


FASE INTRODUTÓRIA
Essa fase é caracterizada pelo planejamento e pela compatibilidade do objeto a ser licitado com o Plano de
contratações anual. O Plano será elaborado em compatibilidade com as leis orçamentárias. A elaboração do Plano
anual de contratações (art. 18), favorecendo uma gestão eficiente das compras públicas.
Obrigatoriedade de elaboração de Estudo Técnico Preliminar - ETP para as contratações, que objetiva demonstrar a
viabilidade técnica e econômica da contratação, ponderando as soluções disponíveis para atendimento da necessidade
e identificando a opção que melhor atenda ao interesse público.
A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a
distância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia de informações
pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos do edital de licitação, e com possibilidade de
manifestação de todos os interessados.
Nesta fase serão definidas as condições de execução do objeto, as garantias exigidas, o orçamento estimado e os
preços utilizados para sua formação, a elaboração do edital de licitação, a elaboração de minuta de contrato, o regime
de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de execução de obras e serviços de engenharia, a modalidade
de licitação, o critério de julgamento, dentre outros.
FASE EXTERNA
São fases do procedimento licitatório, destinadas à participação de interessados:
· Divulgação do edital de licitação.
· Apresentação de propostas.
· Julgamento das propostas.
· Habilitação.
· Recursal.
· Homologação/ adjudicação.
A NLLC inova ao trazer a inversão de fases como regra geral para as licitações, ou seja: a precedência do julgamento
das propostas em relação à fase de habilitação. Contudo, a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos faculta,
desde que prevista no edital e devidamente motivada, que a habilitação seja anterior à fase de apresentação de
propostas e julgamento.
Embora não prevista expressamente como uma fase independente na NLLC, a homologação pode trazer ainda como
consequência jurídica a adjudicação: a atribuição do objeto ao vencedor.
A contratação de serviços comuns de engenharia poderá ser feita tanto por meio da modalidade pregão, quanto da
concorrência, incumbindo ao agente público a escolha mais adequada, justificada por meio de critérios técnicos.

DIVULGAÇÃO DO EDITAL
A publicidade do edital de licitação será realizada mediante divulgação do inteiro teor do ato convocatório e de seus
anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). Da mesma forma, é obrigatória a publicação de extrato
do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público,
do ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de grande circulação.

APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS


A Lei n° 14.133/2021 estabeleceu prazos variados para a apresentação de propostas e lances, contados a partir da
data de divulgação do edital de licitação, que são:
Aquisição de bens:
a) 8 Dias úteis: critérios de julgamento de menor preço ou maior desconto.
b) 15 Dias úteis: nas demais hipóteses.

Hipótese de serviços e obras:


a) 10 Dias úteis: critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto para serviços COMUNS e de obras e
serviços comuns de engenharia.
b) 25 Dias úteis: critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto para serviços ESPECIAIS e de obras e
serviços especiais de engenharia.
c) 60 Dias úteis: regime de execução for de contratação INTEGRADA.
d) 35 dias úteis: regime de execução for de contratação SEMI-INTEGRADA, ou nas hipóteses não abrangidas pelas
alíneas a, b e c.
Maior lance (LEILÃO): 15 Dias úteis.
Técnica e preço e melhor técnica ou conteúdo artístico: 35 Dias úteis.
JULGAMENTO DAS PROPOSTAS/ CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
Serão desclassificadas as propostas que: I - contiverem vícios insanáveis; II - não obedecerem às especificações
técnicas pormenorizadas no edital; III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento
estimado para a contratação.
Os critérios de julgamento referem-se aos denominados “tipos de licitação” da antiga Lei n° 8.666/1993.
Seguem os critérios:
I - Menor preço;
II - Melhor técnica;
III - Técnica e preço;
IV - Maior lance ou oferta;
V – Maior desconto;
VI – maior valor econômico.
Menor preço: considerará o menor dispêndio para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade
definidos no edital de licitação, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme disposto em regulamento.
Melhor técnica ou conteúdo artístico: considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas apresentadas
pelos licitantes, conforme descrito em edital, que deverá definir o prêmio ou a remuneração que será atribuída aos
vencedores. Esse critério de julgamento poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de natureza
técnica, científica ou artística.
Técnica e preço: considera a maior pontuação ponderada segundo fatores objetivos previstos no edital. Esse critério
de julgamento será adotado quando o estudo técnico preliminar demonstrar que a qualidade técnica das propostas
superam os requisitos mínimos estabelecidos no edital relevantes aos fins pretendidos pela Administração nas
licitações para contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual; serviços
majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio restrito, conforme atestado por autoridades
técnicas de reconhecida qualificação; bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de comunicação; obras
e serviços especiais de engenharia; objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações de
execução. No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas técnicas e, em
seguida, as propostas de preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por cento) de
valoração para a proposta técnica.
Maior desconto: decorre intuitivamente do critério “menor preço”. Assim, não se trata de maneira alguma de nova
regra de julgamento. Isso porque, aqui, será considerada como mais vantajosa, aquela proposta que oferecer o maior
desconto sobre o preço global fixado no edital, ou seja, também o menor preço.
Maior retorno econômico: o vencedor do certame e, consequentemente, signatário do contrato de eficiência, será
aquele que se comprometer em proporcionar a maior economia para a Administração, sendo sua remuneração,
necessariamente, fixada em percentual proporcional à economia efetivamente obtida durante a execução da avença.
Assim, o critério de maior retorno econômico, cujo fundamento maior está no próprio princípio constitucional
da eficiência, funciona como importante instrumento de redução de despesas para a Administração. Em termos
práticos, conforme § 3º do art. 39: “o retorno econômico será o resultado da economia que se estima gerar com a
execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.” Quando, na execução do contrato, não for gerada
a economia prevista, reza o § 4º que a diferença será abatida da remuneração do particular e, ainda, aplicada a
penalidade respectiva, extrapolados certos limites estabelecidos.

HABILITAÇÃO
É a fase da licitação em que se verifica o conjunto de informações e documentos necessários e suficientes para
demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em: I - jurídica; II - técnica; III - fiscal,
social e trabalhista; IV - econômico-financeira.
A Habilitação Jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante assumir obrigações, limitando-se à comprovação
de existência jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser contratada.
A Qualificação técnico-profissional e técnico-operacional está restrita à apresentação de profissional,
devidamente registrado no conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de atestado de
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, para fins de
contratação; certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho profissional competente, que demonstrem
capacidade operacional na execução de serviços similares de complexidade tecnológica; indicação do pessoal técnico,
das instalações e do aparelhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação. A exigência de
atestados está limitada às quantidades mínimas de até 50% (cinquenta por cento) do objeto licitado.
As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante a verificação dos seguintes requisitos: I - a
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - a inscrição
no cadastro de contribuintes estadual e/ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente
ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III - a regularidade perante a Fazenda federal, estadual
e/ou municipal do domicílio ou sede do licitante; IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que
demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei; V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho; VI -
o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
A Qualificação econômico-financeira visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante, comprovada objetivamente
por, e será restrita à apresentação da seguinte documentação: I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de
exercício e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais; II - certidão negativa de feitos
sobre falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante.

FASE RECURSAL
É a fase em que os licitantes (participantes) manifestam seu desejo de recorrer contra decisões proferidas pela
autoridade que conduziu o procedimento licitatório (agente de contratação ou comissão).
Caberá recurso no prazo de 3 (três) dias úteis, conforme art. 165 da NLCA, contado da data de intimação ou de lavratura
da ata, em face de: a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de interessado ou de inscrição em registro
cadastral, sua alteração ou cancelamento; b) julgamento das propostas; c) ato de habilitação ou inabilitação de
licitante; d) anulação ou revogação da licitação; e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral e escrito
da Administração.
No recurso apresentado em virtude das letras “b” e “c”, o interessado deverá manifestar imediatamente sua intenção,
sob pena de preclusão. Qualquer que seja o objeto do recurso, a apreciação dar-se-á em fase única.
O recurso será dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão recorrida, que, se não reconsiderar
o ato ou a decisão no prazo de 3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso (devidamente motivado) à autoridade superior,
que deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebimento dos autos.

HOMOLOGAÇÃO/ ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA


Encerradas as fases competitivas (julgamento das propostas e/ou habilitação), a autoridade superior verificará as
condições do processo, efetuando, uma das alternativas, conforme art. 71: (a) declarar vencedor o licitante; (ii) anular
o processo licitatório por vício insanável; (iii) determinar o retorno do processo ao momento em que fora constatado
vício parcial.
O ato de “adjudicar” significa declara oficialmente que determinada pessoa foi a vencedora do certame nos termos do
edital. A adjudicação estabelece um vínculo jurídico entre a Administração e a licitante vencedora, pois representa o
ato formal que a Administração contratará a execução do objeto licitado.
A homologação do processo de licitação formaliza que não ocorreu irregularidade insanável, que as propostas foram
apresentadas conforme os critérios previamente definidos em edital, e a pessoa vencedora está devidamente habilitada
para que a futura execução do contrato.

DISPENSA / INEXIGIBILIDADE
Conforme os arts. 72 a 75 da Lei 14.133/2021, são documentos que instruem qualquer contratação direta com os
seguintes documentos.
1. Documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo
de referência, projeto básico ou projeto executivo;
2. Estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei;
3. Parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o atendimento dos requisitos exigidos;
4. Demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso a ser
assumido;
5. Comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima necessária;
6. Razão da escolha do contratado;
7. Justificativa de preço;
8. Autorização da autoridade competente.
INEXIGIBILIDADE
É inexigível a licitação quando inviável a competição. Diferentemente da dispensa, que é uma discricionariedade
administrativa, na inexigibilidade, a licitação é uma impossibilidade fática. O art. 74 da nova Lei estabelece um rol
exemplificativo de cinco incisos:
1. Aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos
por produtor, EMPRESA OU REPRESENTANTE COMERCIAL EXCLUSIVOS;
2. Contratação de PROFISSIONAL DO SETOR ARTÍSTICO, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde
que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
3. Contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual com
PROFISSIONAIS OU EMPRESAS DE NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
4. Objetos que devam ou possam ser contratados por meio de CREDENCIAMENTO; e
5. AQUISIÇÃO OU LOCAÇÃO DE IMÓVEL cujas características de instalações e de localização tornem necessária
sua escolha.
Em relação aos serviços técnicos, a natureza singular do serviço deu espaço à natureza predominantemente
intelectual, conforme o art. 74, III, da NLLC, respectivamente: contratação dos seguintes serviços técnicos
especializados de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização,
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.

Serviços técnicos especializados:


a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos; b) pareceres, perícias e avaliações em
geral; c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; d) fiscalização, supervisão ou
gerenciamento de obras ou serviços; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; f) treinamento e
aperfeiçoamento de pessoal; g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; h) controles de qualidade e
tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros
específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso.
[grifo nosso]

DISPENSA
Trata-se de opção da Administração, conforme art. 75, incisos I a XVI, sendo rol taxativo de situações. Seguem algumas
situações.
1. Dispensa quanto ao valor:
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA, o limite passa de R$ 33.000,00 (trinte e três mil reais) para R$
100.000,00 (cem mil reais), incluindo os serviços de MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES no mesmo limite
financeiro previsto para obras e serviços de engenharia.
SERVIÇOS GERAIS E COMPRAS, o limite passa R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais) para a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais).
Os valores que atendam aos limites das dispensas em razão do valor, devem observar:
I - O somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respectiva unidade gestora;
II - O somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza, entendidos como tais aqueles relativos a
contratações no mesmo ramo de atividade.
Obs.: possibilidade de duplicação dos limites acima para compras, obras e serviços contratados por consórcio
público ou por autarquia ou fundação qualificadas como agências executivas, na forma da lei. Ou seja, para essas
hipóteses, será possível a dispensa para obras e serviços de engenharia ou serviços de manutenção de veículos
automotores até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), e para outros serviços ou compras, até R$ 100.000,00 (cem mil
reais).
2. Licitação deserta e fracassada (propostas inválidas): aplica-se dispensa para a licitação deve ter sido realizada há
menos de 1 (um) ano, mantendo-se as mesmas condições definidas em edital:
Prazo máximo de duração das contratações emergenciais ou de calamidade pública: 1 (um) ano, sendo que antes era
180 (cento e oitenta) dias na Lei nº 8.666/1993.
3. Quando envolver situações de guerra, estado de defesa, intervenção federal ou grave perturbação da ordem.
4. Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos bens
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
possam ser concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da
calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada com
base no disposto neste inciso.
5. Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
ou entidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido criados para esse fim específico, desde que
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
6. Em situações que possa acarretar comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro
de Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças Armadas ou dos demais ministérios.
7. Na hipótese de a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.
8. Para celebração de contrato de programa com ente federativo ou com entidade de sua Administração Pública
indireta que envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos termos autorizados em contrato de
consórcio público ou em convênio de cooperação.
9. Para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por
órgão ou entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas
com deficiência.
10. Para contratação de instituição brasileira que tenha por finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades
de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação,
inclusive para gerir administrativa e financeiramente essas atividades, ou para contratação de instituição dedicada
à recuperação social da pessoa presa, desde que o contratado tenha inquestionável reputação ética e profissional
e não tenha fins lucrativos.

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