Pressupostos Processuais de Validade de Existência2
Pressupostos Processuais de Validade de Existência2
Pressupostos Processuais de Validade de Existência2
Presupostos processuais
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 31/08/2006
1. Noções Gerais
O processo, instrumento estatal de composição de litígios, da mesma forma que a ação deve
preencher determinadas condições para que exista, possui requisitos para que possa ser
considerado existente. Mais que isso, além de sua existência, deve preencher requisitos que
permitam o seu desenvolvimento válido e regular, uma vez que é o instrumento pelo qual o
direito de ação é exercido. Esses requisitos de existência e de validade são chamados de
pressupostos processuais, e se subdividem conforme abaixo:
Cumpre observar a questão prática que envolve a subdivisão dos pressupostos processuais.
Com efeito, estes se subdividem em pressupostos de existência e validade em razão de
haver, ante a ausência destes, conseqüências diversas, a depender justamente de sua natureza
jurídica, conforme adiante se verá. Assim, a título de exemplo, a ausência de pressupostos
de existência leva, por óbvio, à inexistência do processo, ocorrendo apenas um simulacro
deste, e tal vício é corrigido pela ação denominada querella nulitatis insanable.
Com efeito, para que o processo exista, é necessário que seja proposto perante juiz
regularmente investido na jurisdição, pois de nada adiantaria submeter a lide a um juiz já
aposentado, por exemplo, ou a alguém que não ocupe o cargo de juiz, preenchidas as regras
de investidura.
2.3. Citação
A citação torna efetivo o processo existente, como relação angular entre as partes e mediação
do juiz, exercendo a jurisdição, conforme dito. Todavia, a citação deve ser válida, ou seja,
exige que estejam presentes os seus requisitos intrínsecos (conteúdo mínimo), bem como
seus requisitos extrínsecos (formalidades essenciais), para que efetivamente forme o
processo.
Abaixo, segue organograma diferenciador das expressões utilizadas pela doutrina majoritária:
instrumento, uma ação para a correção de tal vício, denominada querella nulitatis
insanable. Essa ação possui natureza declaratória da inexistência do feito, processa-se
perante o juiz de primeiro grau pelo rito ordinário, admitindo, por conseguinte, ampla
dilação probatória, e não se submete a prazo prescricional. Essa última afirmação talvez seja
a mais importante a respeito do instituto. Com efeito, entendimento jurisprudencial
sumulado pelo Pretório Excelso determina que atos constitucionais, inexistentes, não se
convalidam no tempo.
a) Positivos (intrínsecos)
São aqueles pressupostos que devem necessariamente ser observados, no bojo do feito, sob
pena de nulidade do processo. São eles:
b) Negativos (extrínsecos)
- Ausência de coisa julgada: para que o processo se desenvolva validamente, a lide proposta
não deve ter sido definitivamente julgada em seu mérito anteriormente, por isso é que se
exige como pressuposto negativo a ausência de coisa julgada. Define-se coisa julgada a
qualidade dos efeitos de uma sentença tornarem-se imutáveis, sem possibilidade de mais
recurso.
último lugar ser extinta. Assim, para que se considere válido o processo, deve haver ausência
de litispendência, ou seja, ou inexiste, ou, caso tenha existido, esteja definitivamente
liquidada.
- Juiz imparcial: para que o processo seja válido deve haver imparcialidade do juiz, pois é da
natureza da Jurisdição Estatal a sua higidez, de forma a atender ao princípio da igualdade.
Existem dois graus, ou formas de imparcialidade: suspeição e impedimento. Quando
verificado um destes vícios pelas partes, caso não sejam reconhecidos de ofício pelo
magistrado do feito, há a possibilidade de controle incidental deles, por meio de exceções.
Após o fim do processo, o controle será o mesmo de todos os pressupostos processuais de
validade, conforme adiante se verá.