Efeito Terapeutico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CERRO LARGO


CURSO DE AGRONOMIA

MARCELO SCHMITT

DOSAGENS DE BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ALFACE

CERRO LARGO
2021
MARCELO SCHMITT

DOSAGENS DE BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ALFACE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Agronomia da Universidade Federal da
Fronteira Sul, Campus Cerro Largo, como requisito
para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Evandro Pedro Schneider.

CERRO LARGO
2021
MARCELO SCHMITT

DOSAGEM DE BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ALFACE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Agronomia da Universidade Federal da
Fronteira Sul, Campus Cerro Largo, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Este trabalho foi defendido e aprovado pela banca em 07/05/2021.

BANCA EXAMINADORA
Dedico a José Ervin Schmitt (in memoriam),
meu pai, meu guerreiro, meu herói!
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, meu pai, José (in memoriam) e minha mãe,
Edít, que apesar dos empecilhos e dificuldades enfrentadas ao longo de suas vidas, nunca
mediram esforços para fornecer todo o apoio e incentivo necessário, tornando essa experiência
possível, vocês são meu exemplo de vida!
À minha namorada Gênifer, que sempre esteve ao meu lado me apoiando, do primeiro
dia de graduação até as últimas palavras deste trabalho, e, as vezes, me acalentando e dando
força nos momentos de dificuldade.
Aos meus sogros Lurdes e Celso, que se tornaram meus segundos pais, e me acolheram
como um filho em sua família.
Aos meus amigos Pedro e Fábio, que tornaram esses cinco anos muito mais do que
apenas um tempo de aprendizado acadêmico, mas sim uma época memorável e saudosa.
Aos demais colegas, que de alguma forma ou outra ajudaram durante os projetos de
pesquisa e extensão ao longo da graduação.
Ao professor Evandro Pedro Schneider, pelas oportunidades cedidas a mim na área de
pesquisa e extensão, orientações acadêmicas e pessoais, que, juntamente com a professora
Débora Leitzke Betemps, me apresentou à fruticultura, área que tanto encanta quem com ela
trabalha.
À todos os responsáveis da área experimental do campus, especialmente ao eng. agr.
Odair Schmitt, que sempre me auxiliou em todas as demandas dos projetos, não medindo
esforços para a realização e implantação das atividades.
Aos demais professores que tive durante minha graduação, assim como todos os
funcionários da UFSS que sempre possibilitaram o bom funcionamento da instituição durante
o tempo que ali permaneci como acadêmico.

A todos, meu Muito Obrigado!


RESUMO

O aumento da produtividade de uma cultura está diretamente atrelado a nutrição a ela ofertada,
sendo comumente suprida via solo com a oferta de materiais de origem mineral. Pelo adubo
mineral ser um recurso finito, buscam-se atualmente produtos alternativos, ou que venham a
complementar a adubação, encontrando-se nesta categoria as adubações com material orgânico,
oriunda muitas vezes de descartes. Esses materiais orgânicos podem ainda ser potencializados,
utilizando transformações por meio de fermentações, gerando os biofertilizantes, produtos com
maior eficiência nutritiva para as plantas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar três tipos
de biofertilizantes, a base esterco bovino, esterco suíno e húmus em diferentes concentrações,
e enriquecidos com microrganismos eficientes, sobre a cultura da alface. O experimento foi
conduzido em propriedade particular no município de Santo Cristo, estado do Rio Grande do
Sul. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com cinco
repetições em esquema fatorial 3 x 5, em que os tratamentos representaram a combinação dos
três tipos de biofertilizante (Esterco Bovino, Esterco suíno e Húmus,) as cinco concentrações
(T1: 0%, T2: 2,5% T3: 5 T4: 10%, T5:15%), em aplicação foliar a cada 7 dias, a partir do quarto
dia da realização do transplantio das mudas, totalizando 6 aplicações em todo experimento. Nos
fatores altura de planta, clorofila, comprimento de folha, largura de folha, massa seca de folhas,
massa verde de folhas e sanidade foliar, os dados não foram significativos. No fator diâmetro
de planta o esterco suíno obteve maiores médias, não diferindo estatisticamente do húmus. Para
valores de massa verde de caule, observou-se interação entre concentração e tipo de
biofertilizante, sendo o húmus a 10% a concentração com maiores ganhos. Para massa verde de
raiz, o biofertilizante de húmus obteve os maiores valores, não diferindo estatisticamente do
esterco suíno. Apesar de não ser significativos em alguns parâmetros, os dados dos tratamentos
a base de húmus se sobressaíram, além de apontarem para uma dose ótima de biofertilizante
com esta fonte de material orgânico (10%), o que pode vir a servir de ponto de partida para
escolha de doses ou tratamentos para futuros estudos com seu uso.

Palavras-chave: Nutrição Vegetal. Material Orgânico. Húmus. Esterco Suíno. Esterco Bovino.
ABSTRACT

The increase in the productivity of a crop is directly linked to the nutrition offered to it, and it
is commonly supplied via soil with the supply of materials of mineral origin. Because mineral
fertilizer is a finite resource, alternative products are currently being sought, or that will
complement fertilization, with fertilizers with organic material in this category, often resulting
from discarding. These organic materials can also be enhanced, using transformations through
fermentations, generating biofertilizers, products with greater nutritional efficiency for plants.
The objective of the present work was to evaluate three types of biofertilizers, based on bovine
manure, swine manure and humus in different concentrations, and enriched with efficient
microorganisms, on lettuce culture. The experiment was conducted on a private property in the
municipality of Santo Cristo, state of Rio Grande do Sul. The experimental design used was
completely randomized, with five replications in a 3 x 5 factorial scheme, in which the
treatments represented the combination of the three types of biofertilizer (Bovine Dung, Pig
Dung and Humus,) the five concentrations (T1: 0%, T2: 2.5% T3: 5 T4: 10%, T5: 15%), in
foliar application every 7 days, from the fourth day of transplanting the seedlings, totaling 6
applications in the whole experiment. In the factors plant height, chlorophyll, leaf length, leaf
width, dry leaf weight, green leaf weight and leaf health, the data were not significant. In the
plant diameter factor, swine manure obtained higher averages, not differing statistically from
humus. For green mass values of stem, an interaction between concentration and type of
biofertilizer was observed, with 10% humus being the concentration with the greatest gains.
For green root mass, the humus biofertilizer obtained the highest values, not differing
statistically from swine manure. Despite not being significant in some parameters, the data from
humus-based treatments stood out, in addition to pointing to an optimal dose of biofertilizer
with this source of organic material (10%), which may serve as a starting point for choosing
doses or treatments for future studies with its use.

Keywords: Vegetable Nutrition. Organic material. Humus. Swine manure. Cattle manure.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Local de implantação do experimento no município de Santo Cristo - RS. ............ 23


Figura 2 – Cultivo e plantio das mudas de alface da cultivar Moana. ...................................... 24
Figura 3 – Produção dos Microrganismos Eficientes em garrafas PET’s. ............................... 25
Figura 4 – Produção dos biofertilizantes com os microrganismos eficientes em ambiente
anaeróbio. ................................................................................................................................. 26
Figura 5 – Aplicação folhar dos biofertilizantes nas mudas de alface. .................................... 27
Figura 6 – Medições de altura e diâmetro das plantas. ............................................................. 28
Figura 7 – Medição comprimento e largura das folhas de alface. ............................................ 29
Figura 8 – Pesagem da matéria verde das raízes e folhas de alface. ........................................ 30
Figura 9 – Secagem das folhas em estufa de secagem. ............................................................ 30
Figura 10 – Medição do índice de clorofila nas folhas............................................................. 31
Gráfico 1 – Curva de médias observadas para massa de caule (g) nas diferentes dosagens de
concentração de biofertilizantes a base de húmus......................................................................35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores médios de altura (cm) e diâmetro de planta (cm) de alface dos tratamentos
com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico. .......................... 32
Tabela 2 - Valores médios de número de folhas dos tratamentos com biofertilizantes elaborados
com diferentes fontes de material orgânico. ............................................................................. 33
Tabela 3 - Valores médios de comprimento de folha (cm) e largura de folha (cm) dos
tratamentos com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico. ...... 34
Tabela 4 - Valores médios de massa verde de folha (g) e massa verde de raiz (g) dos tratamentos
com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico. .......................... 34
Tabela 5 - Valores médios de massa verde de caule (g) dos tratamentos com biofertilizantes
elaborados com diferentes fontes de material orgânico............................................................ 35
Tabela 6 - Valores médios da escala de sanidade foliar dos tratamentos com biofertilizantes
elaborados com diferentes fontes de material orgânico............................................................ 37
Tabela 7 – Valores médios de clorofila de acordo com o Índice de Clorofila Falker (ICF) dos
tratamentos com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico. ...... 38
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 14
2.1 BIOFERTILIZANTES .................................................................................................... 15
2.1.1 Microrganismos Eficientes (EM) ................................................................................. 17
2.1.2 Esterco Bovino ............................................................................................................... 18
2.1.3 Esterco Suíno ................................................................................................................. 19
2.1.4 Húmus ............................................................................................................................. 20
2.2 A CULTURA DO ALFACE ........................................................................................... 20
3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 23
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA .................................................................................. 23
3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .......................................................................... 23
3.3 PRODUÇÃO DE MUDAS E MANEJO DO EXPERIMENTO ..................................... 24
3.4 COLETA DOS MICRORGANISMOS EFICIENTES (E.M)......................................... 25
3.5 ELABORAÇÃO DOS BIOFERTILIZANTES ............................................................... 26
3.6 APLICAÇÃO DOS BIOFERTILIZANTES ................................................................... 27
3.7 AVALIAÇÕES BIOAGRONÔMICAS .......................................................................... 28
3.7.1 Altura e diâmetro de planta.......................................................................................... 28
3.7.2 Número de folhas ........................................................................................................... 28
3.7.3 Comprimento e largura de folhas ................................................................................ 29
3.7.4 Massa verde das folhas, caule e raiz ............................................................................ 29
3.7.5 Massa seca das folhas .................................................................................................... 30
3.7.6 Sanidade das folhas externas das plantas .................................................................... 31
3.7.7 Índice de clorofila nas folhas ........................................................................................ 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 32
4.1 ALTURA E DIÂMETRO DE PLANTA ........................................................................ 32
4.2 NÚMERO DE FOLHAS ................................................................................................. 33
4.3 COMPRIMENTO E LARGURA DE FOLHAS ............................................................. 33
4.4 MASSA VERDE DAS FOLHAS, RAIZ E CAULE ...................................................... 34
4.5 MASSA SECA DAS FOLHAS....................................................................................... 36
4.6 SANIDADE DAS FOLHAS EXTERNAS DAS PLANTAS ......................................... 36
4.7 ÍNDICE DE CLOROFILA NAS FOLHAS .................................................................... 37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 39
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 40
12

1 INTRODUÇÃO

O aumento da produtividade das plantas possui um efeito diretamente proporcional a


quantidade de nutrientes por ela absorvido. Estes nutrientes são comumente disponibilizados
via solo, sendo que com o uso de fertilizantes visa-se aumentar os recursos nutritivos
disponíveis, acarretando em uma maior produtividade da cultura. Em estudos quantitativos do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2014), os dados apontam o aumento de
69,4 Kg/ha em 1992 para 183,9 kg/ha em 2014 na quantidade comercializada no Brasil de
fertilizantes por área plantada.
Tendo conhecimento do aumento crescente na demanda dos fertilizantes, Reetz (2016),
ressalva que o uso adequado e consciente de fertilizantes minerais, sendo que é um ponto
relevante na segurança alimentar, quando considerado sua quantificação finita em nosso
planeta, acreditando que sem o uso destes, a produção dos alimentos essenciais se encontraria
na metade do patamar atual.
Em contra partida a escassez de material de origem mineral, encontra-se os fertilizantes
de origem orgânica, que muitas vezes são produtos de descarte ou então de baixo preço. Essa
fertilização em seu uso adequado acaba proporcionando vantagens ao agricultor, garantindo
sustentabilidade nos sistemas cultivados pelo seu uso e não descarte, além de agregar
características físicas, químicas e biológicas sobre os vegetais e o meio de produção
(MOREIRA; SIQUEIRA, 2006, apud PEREIRA; NETO; NOBREGA, 2013).
Em sistemas de cultivo intensivo e ambiente controlado com culturas hortícolas, pode-
se optar em complementar a adubação mineral ofertada por meio de adubações orgânicas,
podendo potencializar os resultados do uso de materiais de origem orgânica, transformando-os,
por fermentações aeróbicas ou anaeróbicas, passando então a serem chamado de
organominerais ou biofertilizantes (KIEHL, 1993, apud MEDEIROS et al. 2007).
O processo de produção de biofertilizantes pode ser enriquecimento com a adição de
elementos complementares, como urina de vaca, cinzas, leite, plantas trituradas, entre outros
(TIMM et al, 2004, apud TESSEROLI NETO, 2006). Esta potencialização nutricional dos
biofertilizantes pode ser dada também através do uso dos microrganismos eficientes, sendo
estes considerados como microrganismos encarregados de transformar a matéria orgânica em
nutrientes de fácil assimilação, por meio da aceleração da decomposição da matéria orgânica
(RIVERA, 2014).
Vendo a importância da nutrição das plantas no meio agrícola, encontrou-se na produção
de biofertilizantes a oportunidade de realizar novas pesquisas com diferentes materiais
13

orgânicos que possam ser fontes de nutrientes e proporcionar um resultado ainda melhor na
composição dos biofertilizantes enriquecidos. Pensando nisso, foram escolhidos três materiais
de grande disponibilidade (esterco bovino, esterco suíno e húmus) para servirem como substrato
adicional aos microrganismos, comparando principalmente o húmus com as outras fontes de
material orgânico que já são indicados para a produção de biofertilizantes, e também suas
respectivas dosagens que venham a trazer resultados significativamente positivos na cultura em
que foram testados.
Objetivou-se de modo geral com este trabalho avaliar o efeito da aplicação de diferentes
biofertilizantes, enriquecidos com microrganismos eficientes, via adubação foliar, a base de
esterco bovino, esterco suíno e húmus na cultura da alface.
Especificadamente, objetivou-se: comparar o efeito do húmus com as duas fontes de
material orgânico indicados; identificar características físicas da planta que possam apontar
diferentes resultados entre os tratamentos; correlacionar as doses testadas com os teores de
clorofila nas folhas.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A produção de uma cultura está atrelada a diversos fatores oriundos de características


advindas do clima, como luminosidade, precipitação e temperatura, do solo, englobando as
características físicas, químicas e biológicas, planta e ao manejo de sua produção. A fertilidade
do meio de produção é um dos fatores que pode alterar em maior parcela a produtividade da
cultura em interesse, sendo que essa pode ser alterada para suprir as necessidades da cultura,
buscando a maior produtividade da mesma (LUZ; FERREIRA; BEZERRA, 2002).
A fertilidade do solo é demonstrada na capacidade do mesmo em produzir biomassa
vegetal. A produção desta biomassa serve para alimentação animal e dos homens, quando
produzida com este objetivo, ou então volta ao solo aumentando a biomassa local (MAZOYER;
ROUDART, 1997).
A base da nutrição de uma planta se dá pela absorção radicular de íons inorgânicos do
solo, sendo que grande parte da área radicular possui essa capacidade de absorção. Após a
absorção, os nutrientes são translocados para diferentes locais da planta, onde desempenharão
diferentes funções biológicas (TAIZ; ZEIGER, 2006).
Além dos nutrientes serem ofertados e absorvidos pelo solo ou por sistemas
hidropônicos via absorção radicular, os mesmos podem ser disponibilizados a planta via
aplicações nas folhas, sendo este processo denominado adubação foliar. Este modo de adubação
pode favorecer o tempo de resposta da planta desde a aplicação à absorção, sendo importante
em fases da planta nas quais estas possuem rápido crescimento (TAIZ; ZEIGER, 2006).
Malavolta (1980) apud Tesseroli Neto (2006) relata a aplicação de N, P, K, Ca e de Zn
e B, em folhas descrito na Alemanha e na Rússia há mais de cem anos, sendo que há registros,
na Alemanha, do uso de adubação foliar no século XIX, quando o líquido de esterqueiras, ao
ser diluído com água, era aplicado em plantas de jardim.
Na adubação foliar, há uma série de processos que podem desencadear diferentes
resultados relativos à absorção dos nutrientes. Baseado nas informações de Taiz e Zeiger
(2006), a absorção foliar possui uma maior efetividade quando a solução nutritiva aplicada
permanece na folha em forma de uma fina película. Para aumentar essa absorção e diminuir
danos as folhas, a aspersão do adubo foliar deve ocorrer em dias de temperaturas amenas,
evitando que ocorra a rápida evaporação, o que acarretaria na permanência dos sais na
superfície, o que pode vir a causar queimaduras foliares (TAIZ; ZEIGER, 2006).
Segundo Tesseroli Neto (2006), no uso de biofertilizantes nas aplicações com adubo
foliar, o mesmo deve cobrir totalmente as folhas e os ramos das plantas, chegando a pontos de
15

escorrimento, gerando assim um maior contato do produto com a planta em decorrência do alto
volume aplicado. A adubação foliar se faz importante principalmente no processo de
suplementação da adubação no solo, sendo que corrige mais rapidamente as deficiências que
possam vir a ocorrer na cultura (MALAVOLTA; ROMERO,1975, apud MEDEIROS et al.,
2007).

2.1 BIOFERTILIZANTES

Como complemento aos fertilizantes minerais largamente utilizados na agricultura


atual, muitos agricultores estão utilizando em suas culturas dejetos de animais e materiais
vegetais. Esses produtos quando transformados por fermentações aeróbicas ou anaeróbicas
passam então a ser chamado de organominerais ou biofertilizantes. (KIEHL, 1993, apud
MEDEIROS et al. 2007). Segundo a ficha agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA), que trata sobre biofertilizantes, este pela própria formulação da
palavra “biofertilizante” onde o prefixo “bio” significa vida, trata este produto como uma
fertilização por meio da vida (MOREIRA, 2016), ou seja, se utiliza de microrganismos
presentes no próprio composto para a realização da fermentação dos mesmos.
Constitucionalmente, a designação de biofertilizantes, ou estimulante, conforme o
decreto n° 86.955, de 18 de fevereiro de 1982 do Ministério da Agricultura, é “o produto que
contenha princípio ativo ou agente capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte
das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade” (BRASIL, 1982).
Para a produção dos biofertilizantes não há uma receita estipulada como padrão, sendo
que esta pode ser adaptada seguindo alguma base conhecida, como por exemplo o
Supermagro®, que atualmente é a fórmula mais conhecida no Brasil, e sua utilização se dá
principalmente em culturas como pêssego, uva, maça tomate e hortaliças (ALVES et al. 2001).
As formulações dos mais variados biofertilizantes se dão por compostos bioativos,
sendo estes resultantes do processo de biodigestão dos compostos orgânicos adicionados no
processo. Pereira e colaboradores (2009, p. 27) citam que: “Em seu conteúdo são encontradas
células vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e
fermentação (bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e também metabólitos e
quelatos organominerais em solutos aquosos”.
Os estudos relacionados a composição dos biofertilizantes a nível analítico indicam a
presença de macro e micronutrientes que são assimiláveis aos vegetais, como: nitrogênio,
fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, sódio, ferro, cloro, sílica, molibdênio, boro, cobre,
16

zinco e manganês. Essa composição e as concentrações são variáveis, dependendo da fonte de


material orgânico utilizado para a fabricação, assim como o pH do mesmo, que pode sofrer
variações de 7,0 a 8,0 em processo completo de fermentação, e valores a baixo de 7,0 em
processos de fermentação incompleta (SANTOS, 1992, apud TESSEROLI NETO, 2006).
A fermentação dos biofertilizantes pode-se realizar de forma aeróbia ou anaeróbia,
sendo que resulta do seu processo de fermentação uma fase sólida, que pode ser usada como
adubo organomineral, e uma fase líquida, sendo esta ofertada via fertirrigação (TRATCH,
1997).
O processo fermentativo aeróbio pode ser completa ou incompleta, na fermentação
completa o substrato orgânico degrada-se completamente, transformando-se em água e dióxido
de carbono. No processo fermentativo aeróbio incompleto os substratos são parcialmente
oxidados, liberando os produtos oriundos deste processo no meio (TESSEROLI NETO, 2006).
O processo de fermentação anaeróbia é composto, basicamente, de três fases. Na
primeira fase os compostos orgânicos insolúveis, são transformados pela hidrólise enzimática
em compostos orgânicos solúveis, de cadeia de carbono mais curta, devido à ação de
microrganismos. Estes compostos solúveis que se formaram na primeira fase servem de
substrato para os microrganismos de segunda fase, os quais transformam esse substrato para
ácidos orgânicos, principalmente o ácido acético, com cadeias de até seis carbonos. Já na
terceira fase ocorre a formação de metano, aonde as bactérias metanogênicas utilizam o ácido
acético para a produção deste gás (CETEC/MG, 1982).
Um dos fatores de maior importância na produção dos biofertilizantes é a temperatura
na qual ocorrerá o processo fermentativo, pelo fato dos microrganismos que fazem parte de sua
composição serem termo sensíveis. Em fertilizantes a base de esterco a temperatura ideal é
38ºC, levando isso em consideração, o tempo de fermentação para obter o biofertilizante pronto
irá variar de acordo com a temperatura do ambiente. Regiões de clima com altas temperaturas
permitem a produção em curtos períodos, como 14 dias, enquanto locais com invernos rigorosos
o processo pode estender-se por até 90 dias (MEIRELLES et al., 1997 apud MARROCOS,
2011).
Segundo Bettiol (1998), além dos biofertilizantes possuírem efeito nutricional sobre as
plantas em que forem aplicados, possuem também efeitos de ação fungistática e bacteriostática
sobre fitopatógenos. Estes outros efeitos agregados ao biofertilizante acabam proporcionando
a planta aumento da resistência ao ataque de pragas e doenças, tornando seu uso mais atrativo
para os produtores.
17

Os biofertilizantes vem sendo empregados atualmente nas mais variadas culturas, sendo
tanto disponibilizado como única fonte nutritiva para a cultura ou como uma complementação
da adubação convencional, destacando o uso em hortaliças. Segundo Santos (1992) apud
Marrocos (2011), de modo geral os biofertilizantes em hortaliças devem ser utilizados em
pulverizações semanais, permitindo um bom desenvolvimento das culturas, por terem por
característica seu ciclo curto, exigindo assim uma complementação mais rápida e eficaz dos
nutrientes, como por exemplo a alface, planta usado no presente estudo.
Apesar dos biofertilizantes possuírem um grande potencial de uso como adubos foliares,
ainda existem poucos estudos relacionados a seu correto uso e utilização. O processo de
reciclagem de resíduos orgânicos que visa o seu aproveitamento como fonte alternativa na
produção e uso do biofertilizante, se torna estratégico de um ponto de vista ambiental e
conveniente quando viável economicamente. (FERNANDES; TESTEZLAF, 2002),

2.1.1 Microrganismos Eficientes (EM)

Como já abordado, busca-se alternativas que visem diminuir o uso de fertilizantes


sintéticos/minerais na produção de alimento, sendo uma das formas o uso de biofertilizantes.
Uma forma de potencializar as receitas de biofertilizantes é por meio de adição de
microrganismos eficientes (EM). Rivera (2014) concilia os “microrganismos do bosque”
(também conhecidos como microrganismos eficientes) como microrganismos encarregados de
transformar a matéria orgânica em nutrientes de fácil assimilação. Este material pode ter sua
utilização de modo independente, sendo utilizado apenas ele no solo ou nas plantas, mas quando
introduzido nos biofertilizantes tem a característica de acelerar o processo de decomposição da
matéria orgânica, que passa então a ser disponibilizada em forma de nutrientes e demais
compostos.
A descoberta do EM se deu pelo professor Teruo Higa, da Faculdade de Agronomia da
Universidade de Ryukyus, Japão, na década de 70. Seu objetivo era melhorar a utilização da
matéria orgânica na produção agrícola. Na década de 80 realizou-se estudos com a utilização
de EM no Japão, apontando resultados positivos. Posteriormente o estudo abrangeu demais
países, dentre eles o Brasil. A sua utilização no Brasil foi iniciada de modo experimental pela
Fundação Mokiti Okada, de Atibaia – SP, sendo introduzidos a nível experimental por
praticantes da Agricultura Natural (VICENTINI, CARVALHO, RICHTER, 2009; ANDRADE,
2011).
18

Já Pegorer et al. (1995), apud Guia (2018), define que os EM são formados por um
conjunto de microrganismos que se encontram em solos que ainda não sofreram com a
degradação e que possam auxiliar a produção agrícola. Ainda retrata que os EM não são
fertilizantes químicos, nem hormônios, mas acabam agindo no solo fazendo com que a
capacidade natural de produção se manifeste.
Os microrganismos em seu grande grupo dividem-se entre: regenerativos e
degenerativos. Os regenerativos, nos quais se enquadram os EM, produzem substâncias de
origem orgânica (as quais são úteis as plantas) além de hormônios e vitaminas via metabolismo
secundário. Já os degenerativos produzem via metabolismo primário substâncias com ação
prejudicial a planta, como amônia e sulfeto de hidrogênio, endurecendo o solo,
consequentemente impedindo o crescimento e favorecendo a infestação de pragas e doenças
(ANDRADE, 2011).
Andrade (2011) em sua obra destaca os quatro grandes grupos que formam os EM. As
leveduras – utilizam substâncias liberadas pelas raízes das plantas e sintetizam vitaminas,
ativando outros microrganismos do solo. Os actinomicetos – acabam controlando os fungos e
bactérias patogênicas, e aumentando também a resistência das plantas. Bactérias produtoras de
ácido lático - controla alguns microrganismos nocivos e pela fermentação da matéria orgânica
não curtida liberam nutrientes para as plantas. Bactérias fotossintéticas – utilizam a energia
solar e substâncias excretadas pela planta para então sintetizar vitaminas e nutrientes que
favorecem o crescimento das plantas.

2.1.2 Esterco Bovino

O uso do esterco bovino na adubação orgânica já vem sendo utilizada a milênios, tendo
uma queda em seu uso com a incrementação da adubação mineral, e recentemente teve
novamente sua importância retomada, com a crescente preocupação ambiental, alimentar e
como forma de dar um destino correto nos dejetos oriundos da produção bovina (SAMPAIO;
OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2007).
Em estudos realizados por Menezes e Silva (2008), com aplicação anual de esterco
bovino ao longo de seis anos, o mesmo produziu um aumento significativo de fosforo total do
solo, proporcionando também elevação de pH na camada de 0-20cm quando comparadas a áreas
que não possuíram adubação com o esterco.
Alcântara (2016), destaca que quando se busca um fertilizante orgânico um dos mais
lembrados e utilizados acaba sendo o esterco bovino, por ser uma boa fonte nutricional para as
19

culturas, sendo que traz dados adaptados de Kiehl (1985), onde este autor encontra teores de
1,92% de N, 1,01 % de P e 1,62% de K em seus estudos.
Segundo os dados de teores médios de nutrientes de alguns adubos orgânicos do Manual
de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (2016), o esterco
sólido de bovino contém em massa por matéria seca 1,5 % de N, 1,4 % de P e 1,5% de K, 0,8
% de Ca e 0,5 % de Mg.

2.1.3 Esterco Suíno

Os dejetos suínos possuem como característica a pouca concentração de Nitrogênio,


pois grande parte deste é eliminado junto com a urina. Mas quando estes são coletados juntos e
armazenados, o material continua ainda com uma biomassa de grande valor nutricional
(PEREIRA; NETO; NOBREGA, 2013).
Khatounian (2001) comenta que nos dejetos suínos a presença de celulose é baixa,
predominando conteúdos celulares restantes da digestão do animal. Esta característica, de pouca
celulose, permite uma rápida decomposição do material, ou seja, disponibiliza, em menor
tempo, boa parte dos nutrientes presentes nos dejetos. Esta característica aliada com a presença
amilácea e proteica, proporciona um rápido efeito positivo dos dejetos quando aplicados sobre
os vegetais.
Pelo fato de os dejetos suínos possuírem variadas concentrações de sólidos presentes,
os mesmos acabam tendo sua composição variada. Estas concentrações variam pelo uso maior
ou menor de água na limpeza dos locais de criação, em estudos de Barbabé et al. (2001),
encontrou-se na média de três datas de coleta dos dejetos as quantidades de nutrientes variando
de 3 a 9 kg/m³ de nitrogênio, fósforo e potássio. Alcântara (2016), mostra em seu trabalho dados
adaptados de Kiehl (1985), que para o esterco suíno encontra teores de 2,54% de N, 4,93% de
P e 2,35% de K em sua composição.
Relativo aos dados de teores médios de nutrientes de alguns adubos orgânicos do
Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (2016),
o esterco sólido de suíno contém em massa por matéria seca 2,1 % de N, 2,8 % de P e 2,9 % de
K, 2,8 % de Ca e 0,8 % de Mg.
20

2.1.4 Húmus

A minhoca em seu processo de criação é produtora de um composto conhecido com


vermicomposto, ou, húmus de minhoca. Este composto é gerado pela transformação biológica
de resíduos orgânicos, sendo que as minhocas por sua vez aceleram decomposição. Este produto
caracteriza-se por ser um ótimo adubo, sendo que seu uso pode-se dar em diversos setores,
como floricultura e paisagismo, horticultura, fruticultura, viveiros, recuperação de áreas
degradadas e reflorestamentos. (RICCI, 1996).
Em seu estudo Chagas, Costa e Teixeira (2003) avaliam as composições nutricionais de
vermicomposto oriundo de diferentes materiais orgânicos. Em seus resultados, encontraram no
vermicomposto de esterco de curral curtido os maiores teores de nutrientes, tendo altas
concentrações de nitrogênio (17,27 g kg-1), fósforo (4,57 g kg-1) e potássio (26,70 g kg-1), além
de outros nutrientes encontrados em menor quantidade em sua composição.
Além das características de fonte nutricional, o húmus possui outros aspectos de
importância agronômica, como as propriedades de natureza coloidal. Estas são decorrentes da
sua estrutura orgânica complexa, juntamente a sua fina subdivisão de partículas. Estas
características por usa vez acabam fornecendo ao solo em que for usado condições de
arejamento e friabilidade (RAIJ, 1987).
Essas três fontes de material orgânico descritas acima (esterco suíno, esterco bovino e
húmus) podem ser utilizados tanto em complementações nutricionais, quanto em substituições
nutricionais para as plantas. Mas no presente trabalho serão utilizados via produção de
biofertilizante enriquecido de forma a complementar a adubação mineral recomendada para a
cultura da alface.

2.2 A CULTURA DO ALFACE

A alface (Lactuca sativa L.), é uma hortaliça que tem por centro de origem a região
mediterrânea, sendo conhecido o seu uso em meados dos anos 4500 a.C. no antigo Egito, onde
foi domesticada. Existem evidências de que a domesticação da alface ocorreu a partir da espécie
selvagem L. serriola, e introduzida na Europa Ocidental no início do Século XV. Veio
posteriormente para o Brasil junto com os portugueses no século XVI, para ser usada na
alimentação (JAGGUER et al., 1941, TRANI et a.l, 2014).
É uma planta herbácea, caracterizada com folhas delicadas presas por um pequeno
caule. O crescimento foliar se dá na forma de roseta ao redor do caule. As folhas podem ser
21

lisas ou crespas e podem ou não formar “cabeças”. Seus tons de cores podem variar desde a
diversos verdes ou roxo, dependendo da cultivar (FILGUEIRA, 2000, apud TESSEROLI
NETO, 2006).
Até os anos 80 o consumidor brasileiro tinha por preferência o consumo das cultivares
de alface do tipo lisa, oriundas de cultivares centenárias que vinham sendo produzidas. O grande
problema enfrentado pelos agricultores era que nas condições de cultivo de alta temperatura e
grande umidade, o ataque por fungos e bactérias aliados ao pendoamento precoce (causada
pelas altas temperaturas) geravam perdas aos agricultores que chegavam a 60% de sua produção
(SALA; COSTA, 2012).
Indo de encontro ao problema enfrentado pelos produtores de alface, pesquisadores da
USP-ESALQ, desenvolveram e introduziram no mercado a cultivar “Regina”, tendo por
características ser uma planta aberta, sem formação de cabeça e seu cultivo no verão era
permitido, condições estas que limitavam anteriormente a produção das demais cultivares.
Atualmente a alface é a hortaliça folhosa mais importante no Brasil e no mundo, tendo seu
consumo principalmente in natura e em saladas (SALA; COSTA, 2012). Segundo dados do
IBGE em censo agropecuário de 2006, a produção brasileira de alface foi 576,338 toneladas.
De acordo com as características das folhas e da formação ou não de “cabeças”, as
cultivares de alface pode ser classificada em cinco grandes grupos: a) americana – formação de
cabeça com folhas grossas; b) crespa – não formação de cabeça com folhas crespas; c) lisa ou
manteiga – formação de cabeça com folhas lisas; d) mimosa – não formação de cabeça com
folhas de borda repicada; e) romana – formação de cabeça alongada com folhas lisas, alongadas,
duras e grossas. Ainda podem ser classificadas em subgrupos, de acordo com a coloração das
folhas, sendo verde ou roxa (INSTITUTO BIOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
2017).
As condições de temperatura ideais para seu cultivo se encontram entre 15 e 20 ºC.
Deve-se ter um grande cuidado em relação a produção em altas temperaturas, pois dependendo
da cultura e sua resistência, a mesma pode pendoar. O pendoamento da alface é a passagem da
cultura para a fase reprodutiva, sendo este acelerado quando plantas com baixa tolerância ao
calor são expostas a condições de alta temperatura. (AGUIAR et al., 2014; SUINAGA, 2018).
Segundo Suinaga (2018), este processo de pendoamento eleva a produção de látex pela
planta, conferindo sabor amargo as folhas, característica não desejável pelos consumidores.
Além disso o pendoamento altera o formato da planta, sendo que a mesma começa a alongar o
caule, tornando-as plantas altas e também menos atrativas visualmente ao consumidor final.
Para evitar este processo indesejado na produção comercial a melhor alternativa é o uso de
22

cultivares resistentes ao pendoamento, que nada mais é que cultivares que toleram este estresse
climático.
A época de cultivo irá variar de acordo com as características climáticas da Região.
Locais com temperaturas não muito elevadas seu cultivo pode prorrogar-se durante todo o ano.
Regiões mais quentes, que nos meses de dezembro a fevereiro possuem temperaturas elevadas
e altos índices pluviométricos, evita-se o cultivo nesta época do ano. Para diminuir a incidência
de problemas ocasionados por altas temperaturas e chuvas excessivas pode-se fazer o uso de
telas de sombreamento e/ou cultivo protegido em estufas agrícolas, respectivamente (AGUIAR
et al., 2014).
O sistema radicular da alface é bastante ramificado e também superficial, sendo que as
raízes exploram os primeiros 25 cm de profundidade no solo. Já a raiz pivotante pode atingir
até 60 cm de profundidade. Sua preferência é de solos com textura média, mas pode ser
cultivado em solos com textura arenosa e argilosa, além de necessitar solos com boa capacidade
de retenção de água (Filgueira 2008, apud YURI et al., 2016; AGUIAR et al., 2014).
O seu desenvolvimento inicial é lento, mas após os 30 dias o ganho de massa seca se
acentua, sendo que permanece até a colheita. Sua absorção de nutrientes quando comparada
com outras culturas é pequena, mas por se tratar de uma cultura de ciclo rápido acaba se
tornando mais exigente em nutrientes. Se há deficiência dos nutrientes ofertados à cultura,
consequentemente haverá uma diminuição direta na sua produtividade (ZAMBOM, 1982 apud
YURI et al., 2016).
Segundo o Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina (2016), encontra-se os dados relativo à faixa de valores de nutrientes considerados
adequados em folhas de alface, sendo estes de 3 – 5% de N, 0,4 – 0,7% de P, 5 – 8% de K, 1,5
– 2,5% de Ca, 0,4 – 0,6% de Mg e 0,15 – 0,25% de S.
Pelo fato da alface se tratar de uma cultura indicadora nutricionalmente, e altamente
responsiva a diferentes adubações e diferentes níveis de adubação, optou-se pelo uso desta
cultura para a realização do experimento, podendo esta oferecer características que venham a
expressar possíveis características nutricionais positivas dos diferentes biofertilizantes.
23

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

O experimento foi conduzido em uma propriedade particular no município de Santo


Cristo, Rio Grande do Sul, que possui as coordenadas de latitude Sul 27º 49’ 45”, longitude
Oeste 54º 39’ 47” e altitude média de 262 metros. O clima da região, segundo a classificação
de Köppen, é o Cfa (KUINCHTNER; BURIOL, 2001), que representa um clima temperado
chuvoso e úmido em todas as estações, com o verão quente.
A condução do experimento se deu em uma área com revestimento superior de tela de
sombreamento de 30% e cobertura de filme plástico de polietileno (Figura 1).

Figura 1 - Local de implantação do experimento no município de Santo Cristo - RS.

Fonte: Autor (2020).

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Para a execução do experimento foi utilizado o delineado inteiramente casualizado


(DIC) com 15 tratamentos, em esquema fatorial 3 x 5, com cinco repetições por tratamento,
totalizando 75 unidades experimentais. Foram estudados os efeitos de três tipos de
biofertilizante (Húmus, Esterco Bovino, Esterco suíno) e cinco concentrações (T1: 0%, T2:
2,5% T3: 5% T4: 10%, T5:15%), em aplicação foliar a cada 7 dias, a partir do quarto dia da
realização do transplantio das mudas (6 aplicações).
24

3.3 PRODUÇÃO DE MUDAS E MANEJO DO EXPERIMENTO

As mudas foram produzidas em bandejas de polipropileno (Figura 2), sendo preenchidas


com substrato comercial Turfa Fértil® Hortaliças e então semeada a cultivar de Alface tipo
crespa Moana, da empresa ISLA. A cultivar apresenta folhas crespas verde claras, com ciclo
produtivo de 45 dias no verão e 60 dias no inverno, além de ser resistente ao míldio e tolerante
ao pendoamento precoce, evitando que a mesma entre precocemente na fase reprodutiva.
Quando as mudas alcançaram o tamanho de 10 cm de altura realizou-se o transplantio destas.
Esta estatura foi alcançada 22 dias pós semeadura.
O transplante foi realizado em vasos plásticos de 2 litros, contendo o substrato comercial
Turfa Fértil® Hortaliças. Os vasos foram dispostos em bancada sob proteção de filme plástico
e tela de sombreamento. A irrigação se deu por fita de gotejamento de acordo com as
necessidades da cultura.

Figura 2 – Cultivo e plantio das mudas de alface da cultivar Moana.

Fonte: Autor (2020).

A nutrição da cultura foi ofertada de acordo com as necessidades da mesma, seguindo


as recomendações de adubação do Manual de adubação e calagem para os estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina (2016). Para o experimento em questão a adubação foi
formulada à base com o uso de ureia, superfosfato triplo, cloreto de potássio e nitrato de cálcio,
na quantidade total do experimento de 26,5g, 35,1g, 35,1g e 6,5g respectivamente.
As fontes de N, P, K e Ca foram ofertadas diluídas em água, dividindo a quantidade da
solução entre os vasos, e em duas épocas. A primeira aplicação foi ao terceiro dia de
transplantio, e a segunda 14 dias após a primeira aplicação. Os nutrientes NPK foram ofertados
25

juntos, já o Ca será ofertado em uma diluição separada, para evitar possível precipitação dos
nutrientes.

3.4 COLETA DOS MICRORGANISMOS EFICIENTES (E.M)

Para a coleta dos microrganismos eficientes (E.M) foi utilizada a metodologia


recomendada pelas “Fichas Agroecológicas” disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2016). Para o preparo utilizou-se 700g de arroz e 500 ml de
garapa.
O arroz foi cozinhado sem sal e disposto em uma bandeja, cobrindo-a com uma tela fina
e levado até uma área de mata virgem. Na mata, afastou-se a serapilheira do solo, fazendo uma
abertura para depositar a bandeja. Cobriu-se a bandeja com a serapilheira onde a mesma foi
deixada por 15 dias.
Após o decorrer de 15 dias, o arroz foi separado pelas colorações da colonização: arroz
rosa, azul, amarelo e alaranjado serão usados como fonte para extração dos microrganismos
eficientes, e as colorações escura como cinza, marrom e preto foram descartados na própria
mata.
O arroz colonizado foi então armazenado em cinco garrafas PET’s, sendo adicionado
100 ml de caldo de cana em cada garrafa, completando-as com água sem cloro e fechando-as
(Figura 3). As garrafas permaneceram à sombra, sendo retirado o gás produzido a cada dois
dias, até o final do processor de produção de gás (15 dias).

Figura 3 – Produção dos Microrganismos Eficientes em garrafas PET’s.

Fonte: Autor (2020).


26

3.5 ELABORAÇÃO DOS BIOFERTILIZANTES

Para o preparo dos biofertilizantes utilizou-se a estrutura da receita recomendada pelas


“Fichas Agroecológicas” disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA, 2016). A receita apresenta três variações, mudando a fonte do material
orgânico, sendo o esterco suíno e bovino já recomendados pela receita, em comparação com o
novo biofertilizante que utilizou o húmus como fonte de material orgânico.
O preparo dos biofertilizantes ocorreu em três barris de plástico de 50 litros, com 7,5 kg
de material orgânico (esterco bovino, ou esterco suíno, ou húmus), 100 ml de caldo de cana,
250 ml de leite e 60 ml de microrganismos eficientes (elaborados anteriormente) e água sem
cloro até completar o volume total de 50 litros em cada barril. Após, o barril foi fechado, e na
tampa acoplada uma mangueira, que ficou com a extremidade submersa em um recipiente com
água, para permitir a saída dos gases produzidos na fermentação, mas sem perder o ambiente
anaeróbio, o qual busca-se para a produção deste biofertilizante.
Ao quarto dia foi adicionado em cada biofertilizante 100ml de melaço, 250 ml de leite
e 60 ml de EM. Este processo foi repetido ao 9º, 14º, 19º, 24º, 29º e 34º dia, sendo agitadas
todas as vezes. Após o 34º dia foi aguardado mais 20 a 30 dias até o biofertilizante parar de
produzir gases, e o mesmo estava pronto para uso (Figura 4).

Figura 4 – Produção dos biofertilizantes com os microrganismos eficientes em ambiente


anaeróbio.

Fonte: Autor (2020).


27

3.6 APLICAÇÃO DOS BIOFERTILIZANTES

A aplicação dos biofertilizantes foi realizada via foliar, de acordo com a recomendação
do MAPA através das “fichas agroecológicas para produção orgânica”. Previamente à
utilização, o biofertilizante será filtrado para a retirada de partes sólidas.
Foram realizadas aplicações a cada sete dias, com o auxílio de um borrifador (Figura 5),
quantificando e padronizando o biofertilizante aplicado com um número de borrifadas
necessárias para o molhamento completo da planta a ponto de escorrimento, sendo este número
de borrifadas determinado na planta um do tratamento um, e utilizado então nas demais plantas.
As aplicações iniciaram após o quarto dia do transplante das mudas.
As dosagens de biofertilizantes recomendadas para hortaliças em geral variam de 3 a
5%, mas para o presente experimento foram utilizadas variações de dosagens de 0%
(testemunha) até 15%, para possibilitar as análises de regressão, e também proporcionar a
determinação do ponto de máxima eficiência técnica dos biofertilizantes.
Para o experimento em questão, foram utilizadas as seguintes dosagens e respectivas
diluições: 0% (aplicação apenas de água), 2,5% (250 ml de biofertilizante diluído em 9,75 litros
de água), 5% (500 ml de biofertilizante diluído em 9,5 litros de água), 10% (1 litro de
biofertilizante diluído em 9 litros de água) e 15% (1,5 litros de biofertilizante diluído em 8,5
litros de água).

Figura 5 – Aplicação folhar dos biofertilizantes nas mudas de alface.

Fonte: Autor (2020).


28

3.7 AVALIAÇÕES BIOAGRONÔMICAS

Para atender o objetivo de avaliar as características bioagronômicas da cultura da alface


sobre os diferentes tratamentos realizados, foram selecionados os parâmetros elencados e
descritos a seguir.

3.7.1 Altura e diâmetro de planta

Para avaliação destas características utilizou-se uma régua graduada (figura 6),
mensurando a altura do ponto mais alto da planta ao nível do substrato, e o diâmetro entre os
pontos extremos. Quando as plantas estavam ao ponto de colheita (46 dias após o transplante)
foram então submetidas às avaliações.

Figura 6 – Medições de altura e diâmetro das plantas.

Fonte: Autor (2020).

3.7.2 Número de folhas

O número de folhas por planta foi determinado partindo-se da contagem das folhas
basais até a última folha aberta. Nesta etapa as folhas foram separadas do caule, e este das
raízes, para dar continuidade para as próximas avaliações.
29

3.7.3 Comprimento e largura de folhas

Estes parâmetros foram analisados com o auxílio de uma régua graduada (figura 7),
onde foi medido os dois pontos mais extremos em relação ao comprimento da folha e em relação
a largura da folha, sendo que foram analisadas a forma e área de folha.

Figura 7 – Medição comprimento e largura das folhas de alface.

Fonte: Autor (2020).

3.7.4 Massa verde das folhas, caule e raiz

Para análise da massa verde de folha, caule e raiz, as partes das plantas foram separadas
individualmente entre si, sendo estas as folhas, caule e raiz. Após separadas, foram pesadas em
uma balança de precisão (figura 8) para obter a massa de cada material. Os resultados serão
apresentados em proporção da composição da planta em função dos tratamentos.
30

Figura 8 – Pesagem da matéria verde das raízes e folhas de alface.

Fonte: Autor (2020).

3.7.5 Massa seca das folhas

As folhas de cada planta foram acondicionadas em embalagens de papel, intercaladas


com papel absorvente e levadas à estufa de secagem (figura 9) no laboratório de agroecologia
da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Cerro Largo, permanecendo em temperatura
de 65ºC até obterem peso constante, para mensuração da massa seca.

Figura 9 – Secagem das folhas em estufa de secagem.

Fonte: Autor, 2020.


31

3.7.6 Sanidade das folhas externas das plantas

A sanidade das folhas externas das plantas foi analisada após a colheita, baseada em
uma escala visual de notas utilizada por Resende (2005), variando entre valores de 1 a 5 (nota
1 - plantas com as folhas externas altamente atacadas por doenças foliares; nota 2 - presença
abundante de lesões nas folhas externas; nota 3 - presença moderada de lesões nas folhas
externas; nota 4 - lesões escassas nas folhas externas e nota 5 - plantas com as folhas externas
sadias).

3.7.7 Índice de clorofila nas folhas

Analisou-se com o auxílio de um medidor eletrônico de teor de clorofila


(Clorofilômetro) da marca Falker® (figura 10). Foram realizadas quatro leituras por planta,
sendo duas leituras por folha, em duas folhas de idade intermediária da planta. Essas leituras
foram realizadas ao final do experimento.

Figura 10 – Medição do índice de clorofila nas folhas.

Fonte: Autor (2020).


32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ALTURA E DIÂMETRO DE PLANTA

A variável “altura” não teve interação significativa com os fatores “tipos de


biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante”. Quando analisados de forma separada,
estes fatores também não apresentaram significância estatística, apresentando a testemunha
uma média de altura de (17,62cm), seguidos dos tratamentos com biofertilizantes de húmus
(17,24 cm), suíno (16,88 cm) e do esterco bovino (15,96 cm) (Tabela 01). Chiconato et al.
(2013) em seus estudos evidenciam que o efeito de aplicação de biofertilizante apresentou
ganhos de altura apenas em doses elevadas (40 e 60 m³ ha-1) e com aplicação via solo.
Para os dados de “diâmetro de planta” também não se obteve interação significativa
entre os fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante”. Quando analisado
o fator “tipos de biofertilizante” isoladamente, este apresentou resultados significativos, sendo
o esterco suíno o biofertilizante com maiores resultados de ganho de diâmetro (tabela 1). O
fator “concentração de biofertilizante” não apresentou diferença significativa analisado
isoladamente.
Relativo ao diâmetro de planta, este está diretamente atrelado aos fatores de
comprimento e largura de folha, sendo que plantas com folhas mais compridas e largas, acabam
consequentemente tendo uma maior massa foliar, levando as folhas a curvarem-se, e terem seu
diâmetro alterado, o que se observa neste estudo.

Tabela 1 – Valores médios de altura (cm) e diâmetro de planta (cm) de alface dos tratamentos
com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Altura (cm) Diâmetro de planta (cm)


Testemunha 17,62ns 39,60b
Esterco Bovino 15,96 39,00b
Esterco Suíno 16,88 41,84a
Húmus 17,24 41,00ab
C.V (%) 18,65 7,94
ns
Dados sem significância estatística.
* Médias seguidas por mesma letra na coluna, não diferem entre si por teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.
33

4.2 NÚMERO DE FOLHAS

Para o parâmetro número de folhas, não se observou interação significativa entre os


fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante. Quando analisado
separadamente, o Húmus proporcionou o maior número de folhas por planta entre os três
biofertilizantes estudados (tabela 2). O parâmetro “concentração” não obteve resultados
significativos apesar de ter aumento proporcional de número de folhas com as doses,
concordando com Silva (2018), que encontrou um aumento significativo do número de folhas
com o aumento da concentração do biofertilizante ofertado via foliar, em concentração máxima
de 20%.
O efeito do húmus sobre o parâmetro de número de folhas pode estar atrelado ao seu
aspecto hormonal. Segundo Raij (1987), este aspecto atrelado a composição nutricional, podem
proporcionar a planta resultados positivos em seu crescimento, mas devido ao presente estudo
não possuir avaliações de composição nutricional e hormonal, pode-se apenas supor tais efeitos,
estando estes atrelados aos resultados encontrados nas avaliações dos parâmetros
bioagronômicos.

Tabela 2 - Valores médios de número de folhas dos tratamentos com biofertilizantes elaborados
com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Número de folhas


Testemunha 9,4b
Esterco Bovino 9,2b
Esterco Suíno 10,04ab
Húmus 14,44a
C.V (%) 16,21
* Médias seguidas por mesma letra na coluna, não diferem entre si por teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.

4.3 COMPRIMENTO E LARGURA DE FOLHAS

Para os parâmetros de comprimento e largura de folhas, não se observou interação


significativa entre os fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante”
(tabela 3), sendo observado o mesmo resultado com os parâmetros analisados isoladamente.
Guimarães (2017) em seus estudos com biofertilizante apontam efeito positivo no ganho de
34

área foliar (fator determinado por comprimento e largura de folhas), obtendo na dosagem de
22% uma área de foliar de 4606,73 cm², comparado a testemunha com área de 3269 cm². No
presente estudo, estes ganhos não foram observados, podendo os resultados estarem atrelados
em parte, ao material genético utilizado.

Tabela 3 - Valores médios de comprimento de folha (cm) e largura de folha (cm) dos
tratamentos com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Comprimento (cm) Largura (cm)


Testemunha 18,14ns 15,35ns
Esterco Bovino 18,34 16,08
Esterco Suíno 18,67 16,61
Húmus 18,23 16,29
C.V (%) 7,53 8,45
ns
Dados sem significância estatística.

4.4 MASSA VERDE DAS FOLHAS, RAIZ E CAULE

Para os parâmetros de massa verde de folha e massa verde de raiz, não foi observado
interação significativa entre os fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de
biofertilizante”. Quanto analisados isoladamente os fatores não foram significativos para massa
verde de folha. Para massa verde de raiz houve significância estatística, sendo o húmus o
biofertilizante que obteve maior massa, mas os resultados obtidos apresentaram um alto
coeficiente de variação, chegando a 51,21% para o fator massa verde de raiz (tabela 4).

Tabela 4 - Valores médios de massa verde de folha (g) e massa verde de raiz (g) dos tratamentos
com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Massa Verde de Folha (g) Massa Verde de Raiz (g)


ns
Testemunha 65,16 5,53b
Esterco Bovino 66,72 7,17b
Esterco Suíno 76,24 7,52ab
Húmus 77,88 10,33a
C.V (%) 28,28 51,21
ns
Dados sem significância estatística.
* Médias seguidas por mesma letra na coluna, não diferem entre si por teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.
35

Para o parâmetro massa verde de caule, houve interação significativa entre os fatores
“tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante”, sendo o húmus o biofertilizante
com maiores médias (tabela 5), não diferindo estatisticamente do esterco suíno.

Tabela 5 - Valores médios de massa verde de caule (g) dos tratamentos com biofertilizantes
elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Massa Verde de Caule (g)


Testemunha 3,42b
Esterco Bovino 4,24b
Esterco Suíno 5,05ab
Húmus 5,81a
C.V (%) 37,06
* Médias seguidas por mesma letra na coluna, não diferem entre si por teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.

Ao analisar o fator de concentração dos biofertilizantes, considerando o húmus que


obteve as maiores médias entre os diferentes biofertilizantes, este apresentou na concentração
de 10% os melhores resultados de massa de caule (gráfico 1), sendo que na dose de 10,86 %
obteve-se a máxima eficiência no desenvolvimento dos caules das plantas de alface, gerando
médias de massa de 6,059 g. Com o aumento das doses (após 10,86 % de concentração de
biofertilizante), observou-se queda no ganho de massa verde de caule.

Gráfico 1 – Curva de médias observadas para massa verde de caule (g) nas diferentes dosagens
de concentração de biofertilizantes a base de húmus.
7
6,172
6 5,672
4,919 4,976
5
Massa de caule (g)

4 3,428

3
y = -0,0214x2 + 0,4649x + 3,5344
2 R² = 0,9358

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Máxima eficiência Concentração de biofertilizante
36

Tesseroli Neto (2006) em seu estudo com alface americana, constatou que com o uso de
biofertilizantes a base de esterco bovino, apresentaram os melhores resultados de ganho massa
fresca e massa seca de planta em concentrações de 2% e queda de ganho em concentrações
superiores. Para o autor, utilizar enriquecimento do biofertilizante com micronutrientes, obteve
necessidades mais baixas de biofertilizante, mas a tendência de obter uma concentração ótima
e quando utilizado valores superiores terem efeitos adversos na cultura, repetiu-se no presente
trabalho.

4.5 MASSA SECA DAS FOLHAS

Relativo à variável “massa seca das folhas”, esta não teve interação significativa entre
os fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizante. Quando analisados de
forma separada, estes fatores também não apresentaram significância estatística, apresentando
apenas o húmus com média de massa seca de 3,49 g, seguido do esterco suíno (3,45 g), esterco
bovino (3,30 g) e a testemunha (3,13 g).
Os resultados de massa seca das folhas podem ser comparados aos estudos de Moraes
et al (2006) que utilizando solos com alta concentração nutricional e diferentes concentrações
de biofertilizante não obteve resultados significativos na cultura do tomate. Tesseroli Neto
(2006) também não obteve resultados significativos no ganho de massa seca das folhas, apenas
diferindo a variedade testada, no caso de seus estudos a alface crespa.
A alta fertilidade do solo encontrada nos estudos de Tesseroli Neto (2006) pode ter sido
um fator determinante para os dados de massa seca das folhas não apresentarem resultados
significativos também no presente trabalho, onde ofertou-se via solo a nutrição necessária pra
cultura, repetindo-se as condições de alta fertilidade ofertada as plantas. Luz (2010) indica que
a fertilização foliar atua de forma a complementar e corrigir possíveis falhas que vem a ocorrer
na fertilização do solo, estimulando também fisiologicamente algumas fases da cultura.

4.6 SANIDADE DAS FOLHAS EXTERNAS DAS PLANTAS

Para o fator de sanidade das folhas externas, não houve significância estatística na
interação dos fatores “tipos de biofertilizantes” e “concentração de biofertilizantes”. Quando
analisados de forma separada também não apresentaram significância estatística.
Muller (1999), em seus estudos encontra efeito positivo do uso de biofertilizante
enriquecido no controle de pinta preta e septoriose na cultura do tomateiro, onde o uso do
37

biofertilizante resultou em apenas 29% de área foliar atacada, assemelhando-se a solução


química, que resultou em 27% de área folia atacada. Uma notória diferença foi que Muller
(1999), utilizou-se de dez aplicações semanais, comparadas a apenas uma aplicação semanal
no presente trabalho. Apesar de não apresentarem dados significativos no presente estudo, de
acordo com a literatura encontrada utilizando-se de mais aplicações de biofertilizante,
possibilitaria uma maior sanidade da cultura estudada. No presente estudo a severidade de danos
foliares foram baixos, ficando as médias dos tratamentos aproximados ao nível 4 da escala de
Resende (2005), indicando lesões escassas nas folhas externas.

Tabela 6 - Valores médios da escala de sanidade foliar dos tratamentos com biofertilizantes
elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Tratamentos Sanidade Foliar


Testemunha 4,20 ns
Esterco Bovino 4,28
Esterco Suíno 4,12
Húmus 4,32
C.V (%) 10,19
ns
Dados sem significância estatística

4.7 ÍNDICE DE CLOROFILA NAS FOLHAS

Para os dados de clorofila das folhas analisados, tanto Clorofila A, B e total não houve
significância estatística, apesar dos tratamentos terem valores médios que partiram de 17,51
ICF (testemunha) até valores médios de 18,70 ICF (em concentrações 15%) (Tabela 07).
Silva (2018) apresenta em seus estudos com diferentes concentrações de biofertilizante
na alface, que apenas o tratamento testemunha (com valores de 13,12 ICF) tem rendimentos
inferiores comparados as concentrações de biofertilizantes que utiliza. No presente trabalho os
resultados se assemelham, não havendo ganhos significativos em diferentes concentrações e
materiais de composição dos biofertilizantes.
38

Tabela 7 – Valores médios de clorofila de acordo com o Índice de Clorofila Falker (ICF) dos
tratamentos com biofertilizantes elaborados com diferentes fontes de material orgânico.

Clorofila A Clorofila B Clorofila Total


Tratamentos
(ICF) (ICF) (ICF)
Testemunha 15,13ns 2,38ns 17,51ns
Esterco Bovino 15,42 2,50 17,92
Esterco Suíno 15,47 2,42 17,89
Húmus 15,27 2,52 17,79
C.V (%) 9,38 18,52 10,54
ns
Dados sem significância estatística.

Constatou-se que de forma geral o biofertilizante a base de húmus, apresentou resultados


significativamente superior em parte dos parâmetros analisados em comparação com as demais
fontes, sendo que, porém, em alguns parâmetros de análises bioagronômicas, não apresentaram
significância estatística. Suspeita-se que possa haver um efeito fito hormonal que tenha
influenciado nestes resultados, como aponta também Tesseroli Neto (2006), mas em vista da
discordância estatística, e do fator que não foram realizadas análises de caracterização
químico/biológicas no presente trabalho, sendo que assim não se pode afirmar este fato,
necessitando de estudos futuros de composição dos biofertilizantes.
Pelo fato de ter sido utilizada a nutrição necessária recomendada para a cultura em todos
os tratamentos, e o biofertilizante ter sido ofertado em complementação via foliar nas
concentrações de 0%, 2,5%, 5%, 10% e 15%, os ganhos obtidos foram demasiado baixos, não
ocorrendo assim diferenças significativas entre concentrações e testemunha, concordando com
Tesseroli Neto (2006), que relata o mesmo ocorrido em seus estudos com alface crespa, sendo
que nos parâmetros de matéria fresca, matéria seca, número de folhas, e circunferência da
cabeça (CC) não encontra significância estatística, sendo esta atrelada a alta fertilidade do solo
da área utilizada.
Além dos dados dos tratamentos a base de húmus sobressaírem-se, os resultados
encontrados apontam para uma dose ótima de biofertilizante com esta fonte de material
orgânico (10%), o que pode vir a servir de ponto de partida para escolha de doses ou tratamentos
para futuros estudos com seu uso.
Supõem-se que com mais estudos na área, o biofertilizante a base de húmus possa vir a
ser usado em complementação a adubação mineral das plantas, ressalvando as preocupações de
Reetz (2016) com a finitude e possível escassez de fontes nutricionais de origem mineral que
são atualmente a principal fonte de complementação nutricional das plantas.
39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O húmus comparado com as demais fontes de material orgânico estudados apresentou


resultados superiores em massa verde de caule, e em diâmetro de planta, onde não diferiu do
esterco suíno. Em alguns parâmetros analisados como altura de planta, clorofila foliar,
comprimento de folha, largura de folha, massa seca de folhas, massa verde de folhas e sanidade
foliar, os dados não foram significativos.
A característica física da planta que proporcionou resultados mais conclusivos nas
diferenças de resultados dos biofertilizantes foi a massa verde de caule, onde foi possível
também identificar a dose de máxima eficiência (10%) do biofertilizante de húmus enriquecido
com EM, quando aplicado semanalmente na cultura da alface, cultivar Moana.
40

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